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HK B Hemorragi� Digestiv� Alt� Profª Margaret� Paul� Sangramento proveniente do trato digestivo localizado acima da transição duodeno-jejuno (ângulo de treitz) Epidemiologi� ➺ Responsável por 1 a 2% das internações no Brasil ➺ A mortalidade é de 15% ➺ A úlcera péptica é responsável por 50% dos casos ➺ Cerca de 27% dos casos ocorre em pacientes > 70 anos Anatomi� d� trat� digestiv� alt� Obs: considerado trato digestivo alto, quando acima da transição do duodeno com o jejuno. HK B Quadr� Clínic� ➺ Hematêmese: vômito com sangue • Sangue escuro: sangramento lento • Sangue vivo: vômitos em excesso, ocorre quando o intestino está obstruído. ➺ Melena: fezes pastosas de coloração preta com odor forte, devido ao sangue digerido. ➺ Hematoquezia: sangue vivo misturado às fezes Enterorragia: a quantidade de sangue supera a de fezes, podendo ser apenas sangue ➺ Sonda nasogástrica com sangue ➺ Toque retal (?) ➺ Instabilidade hemodinâmica Etiologi� ❤ Não varicosa ➺Úlcera gástrica e duodenal ➺ Gastrite e duodenite ➺ Esofagite ➺ Laceração de Mallory-Weiss ➺ Malformações arteriovenosas ➺ Tumores ❤ Varicosas ➺ Varizes gastroesofágicas ➺ Gastropatia por Hipertensão Portal ➺ Varizes gástricas isoladas ❤ História clínica x Etiologia provável ➺ Uso de AINE ou varfarina: Úlcera gastroduodenal ➺ Enxerto aorto femural ou aneurismas: Fístula aorto entérica ➺ Hepatopatia crônica: Varizes Esofagogastrícas ➺ Polipectomia prévia: HDB ➺ Púrpuras e petéquias: vasculites, leucemias e plaquetopenias ➺ Ausência de dor abdominal: Angiodisplasia ➺ AIDS: Kaposi, CMV, Herpes, Fungos e Micobacterioses ➺ Vômitos ou soluços intensos: Síndrome de Mallory Weiss HK B HDA por Úlcer� Péptic� (40%) ➺ 10 a 15% dos portadores de úlcera péptica apresentam hemorragia digestiva alta ➺ Em 80% desses pacientes a HDA para espontaneamente ➺ 14% voltam a sangrar após o tratamento ❤ Etiologia “O sangramento desenvolve-se como uma consequência da erosão da superfície mucosa pelos ácidos pépticos (…) o sangramento significativo ocorre usualmente quando existe envolvimento de uma artéria, seja da submucosa seja com a erosão da úlcera sobre um vaso ainda mais calibroso.” ➺ Maior sangramento: ramos da artéria gastroduodenal ou artéria gástrica esquerda ❤ Endoscopia digestiva alta: O exame é realizado para classificar o tipo de úlcera e definir se deve ser tratado pela terapia endoscópica, medicamentos ou operação. ➺ Classificação de forrest HK B ❤ Tratamento ➺ Tratamento medicamentoso: Inibidores de bomba de prótons e antibioticoterapia para H. pylori ➺ Terapia endoscópica: injeção de epinefrina, sondas térmicas, coagulação ou aplicação de grampos sobre o vaso responsável pelo sangramento. ➺ Cirúrgico: busca, primeiramente, o controle da hemorragia. Posteriormente, analisa-se a necessidade de um procedimento definitivo para redução do grau de acidez. • Instabilidade hemodinâmica após transfusão maciça • Hemorragia recorrente após estabilização inicial • Falha da terapia endoscópica • Sangramento lento e contínuo, com necessidade de transfusão • Choque HK B HDA por Gastrit� Er�iv� Hemorrágic� (20%) A gastrite é uma lesão superficial da mucosa que resulta em sangramento, sendo causada por uso de AINES, álcool ou estresse severo. ➺ Sangramento digestivo lento ➺ Em 5% dos casos, causa hematêmese ou melena ➺ Tratamento: terapia supressora de ácidos (IBP) HDA por Laceraçõe� d� Mallor�-Weis� (5%) “São lacerações mucosas e submucosas que ocorrem próximas à junção gastroesofágica.” ➺ Causas: História de vômitos repetidos, geralmente por consumo excessivo de álcool, pancreatite aguda, intoxicação exógena, quimioterapia ou gestação. ➺ Investigação: EDA ➺ Tratamento: terapia medicamentosa de suporte HDA por Esofagit� (5%) “A esofagite é secundária ao contato repetido da mucosa esofágica com secreções ácidas gástricas que leva à doença do refluxo gastroesofágico que é uma resposta inflamatória, que pode resultar em perda sanguínea crônica.” HK B ➺ Em regiões com hérnias paraesofágicas encarceradas, surgem úlceras por isquemia do segmento ou compressão do esôfago. ➺ Tratamento: controle da secreção ácido (IBP) HDA por Lesã� d� Dieulafo� (5%) “As lesões de Dieulafoy são malformações vasculares encontradas primariamente ao longo da curvatura menor do estômago” ➺ Sangramento volumoso ➺ Terapia endoscópica HDA por Angiodisplasia�(5%) Má formação arteriovenosa que podem acometer todo o trato gastrointestinal, sendo em sua maioria isoladas ➺ Associadas a síndromes: CREST e Osler Weber-Rendu ➺ Sangramento em babação HDA por Neoplasi� Maligna� (1%) Os episódios de sangramento em neoplasias, são mais propensos nos tipo ulcerados ➺ A taxa de ressangramento é alta, de forma que é indicado realizar ressecção cirúrgica HK B Manej� clínic� HDA Nã� Varic�� ❤ Avaliação Inicial e Reanimação ➺ ABCDE • Proteção de vias aéreas e respiração • Estabilização hemodinâmica: 2 acessos venosos com 2L de ringer lactato, coleta de exames laboratoriais ( tipagem, Ht, Hb, coagulograma e função hepática) • Avaliação neurológica • Exposição do paciente ➺ Transfusão sanguínea • Analisar: idade, resposta aos fluidos, comorbidades, persistência do sg, parâmetros hemodinâmicos. • Manter HT> 30 em idosos e > 20% jovens saudáveis. • Grandes transfusões: adicionar transfusão de plaquetas, plasma fresco congelado e cálcio. ❤ História e Exame Físico ➺ História: busca por dados que indiquem local e causa do sangramento. S: sinais e sintomas A: alergias M: medicamentos P: passado médico L: líquidos e alimentos ingeridos recentemente HK B E: eventos associados ➺ O exame físico da orofaringe, nariz e abdome pode indicar sinais da localização do sangramento. ❤ Endoscopia Digestiva Alta ➺ Identifica a causa do sangramento ➺ Realiza hemostasia ➺ Estratificação de risco de sangramento ➺ Pacientes em • Emergência: realizar em até 6h • Urgência: realizar em até 24h Obs: a tendência atual é de encurtar o tempo entre a admissão do paciente e da realização da endoscopia, para 3 e 12h. ❤ Estratificação de Risco ❤ Recomendações ➺ Bloqueador de bombas de prótons endovenosos ➺ Hemostasia endoscópica, podendo ser por: • Injeção de substância esclerosantes • Método térmico: eletrocoagulação ou termocoaguloção • Método mecânico: hemoclip • Laser: argônio ➺ Tratamento cirúrgico nos casos de: • Instabilidade hemodinâmica a despeito da reanimação vigorosa (transfusão > 6) • Falha das técnicas endoscópicas empregadas no intuito de cessar a hemorragia • Hemorragia recorrente após a estabilização inicial (após duas tentativas de obter hemostasia endoscópica) • Choque associado à hemorragia recorrente • Sangramento lento, porém contínuo, com necessidade de transfusão > 3 U/dia HK B HDA por Hipertensã� Porta� Hipertensão portal ➺ Varizes esofágicas ➺ HDA varicosa ❤ Fisiopatologia ➺ Circulação esplênica “A determinação da hipertensão portal se dá com o conhecimento da interação entre a resistência vascular e o fluxo sanguíneo na região portal.” • Aumento da resistência vascular portal • Aumento do fluxo sanguíneo portal • Aumento dos vasodilatadores circulantes • Diminuição da responsividade endotelial • Aumento dos vasodilatadores locais ➺ Etiologias • Pré hepática: trombose de veia porta ou esplênica; compressão mecânica • Pós hepática: Síndrome de Bud-Chiari; ICC • Intra-hepática pré sinusoidal: esquistossomose; cirrose biliar primária • Intra-hepática pós sinusoidal: síndrome da obstrução sinusoidal • Intra-hepática sinusoidal: cirrose por álcool ou hepatite ❤ Cirrose Processo patológico difuso, caracterizado por fibrose e conversão da arquitetura hepática normal para nódulos estruturalmente anormais, conhecidos como nódulos regenerativos. ➺ Epidemiologia • 400.000 internações hospitalares ao ano e aproximadamente 50.000 mortes por ano nos EUA. • No Brasil, é associada a uma taxa de mortalidade de aproximadamente 7,89/100.000 habitantes ao ano.HK B • 40% assintomático <> insuficiência hepática. • Décima quarta causa mais comum de morte em adultos no mundo inteiro, com mais de 1 milhão de mortes anuais. • Estudos de necropsia mostram prevalência de cirrose em adultos de 3 a 5%. ➺ Causas ➺ Caracterização ❤ Complicações ➺ Encefalopatia hepática ➺ Ascite ➺ Síndrome hepatorrenal ➺ Síndrome hepatopulmonar ➺ Varizes esofagogástricas em 30% dos pacientes • Destes, 40% apresentam HDA • Mortalidade de 30% no 1º sangramento • Dos sobreviventes, 70% ressangram em 1 ano ❤ Comparação com a HDA não varicosa ➺ Sangramento volumoso com hematêmese e instabilidade hemodinâmica, sendo que 80% não param até a intervenção. HK B ➺ Maior necessidade de transfusão ➺ Maior tempo de internação ➺ Maior mortalidade ➺ Desfecho: Child-Pugh Manej� Clínic� par� HDA varic�� “Pacientes com sangramento por varizes apresentam mortalidade mais alta do que aqueles com sangramento não varicoso, e isso está amplamente relacionado à gravidade da doença hepática subjacente.” ➺ <40-50% cessam sozinhas. ➺ 80% se controla com recursos disponíveis. ➺ 20% não irão controlar ou ressangram em até 6 semanas (principalmente nos primeiros 5 dias). • > CHILD-Pugh • > MELD • INFECÇÃO • Trombose de veia porta • Gradiente de pressão portal > 20 mmHg ❤ Preditores de risco de sangramento ➺ Tamanho das varizes (fina <3mm, média 3 a 5mm, e grosso calibre >5mm). ➺ Achados endoscópicos de marcas de vergões vermelhos (Red Spots). ➺ Medidas do gradiente de pressão da veia porta ➺ Avaliação da função hepática • MELD (Calculadora online) MELD = 3,78[Ln bilirrubina sérica (mg/dL)] + 11,2[Ln INR] + 9,57[Ln creatinina sérica (mg/dL)] + 6,43 • Teste de depuração de verde indocianina • Gradiente de pressão da veia porta HK B • Elastografia hepática • Classificação de Child-Pugh (A, B e C). ❤ Profilaxia 1ª ➺Beta bloqueador não seletivo ou EDA com ligadura elástica ❤ Tratamento da Hipertensão Portal ➺ Medicamentosa: vasoconstricção do território esplâncnico com diminuição fluxo portal (vasopressina, octreotide, terlipressina) ❤ Tratamento na HDA ➺ ABCDE ➺ TRansfusão ➺ IBP ➺ Pró cinéticos: eritromicina, geralmente administrada como infusão de 250 mg, 30 a 120 minutos antes da endoscopia melhora a visualização. ➺ Antibiótico Tratamento recomendado para TODOS os pacientes por no máximo 7 dias – cobrir pp Gram negativos. • Opções primárias: ceftriaxona: 1 g por via intravenosa uma vez ao dia. HK B • Opções secundárias: ciprofloxacino: 500 mg por via oral duas vezes ao dia, ou 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas. ❤ Terapia endoscópica ➺ Escleroterapia Endoscopia com um cateter contendo uma agulha na sua extremidade, repleto de solução esclerosante. ➺ Ligadura elástica “Após a introdução do aparelho o endoscopista identifica as varizes e aspira o ponto a ser ligado para dentro do dispositivo. Após isto, dispara o dispositivo de ligadura soltando o anel de borracha, que estrangula a porção da variz que foi aspirada. Este estrangulamento faz a variz diminuir de tamanho até secar.” Obs: O tratamento combinado com ligadura endoscópica e drogas vasoativas é superior à ligadura sozinha ou drogas vasoativas sozinhas na redução de sangramento durante os primeiros sete dias. ❤ Sangramento persistente ou recorrente Ocorre em pacientes com pressão venosa porta maior que 20 mmHg ou maior Child-Pugh ➺ Repetir EDA, quando hemodinamicamente estável ➺ Balão Sengstaken-blakemore: Em qualquer estágio, o sangramento incontrolável deve ser tratado por tamponamento com balão (por até 24 horas) como uma ponte para tratamentos mais definitivos. HK B • Indicações • Ausência de procedimentos endoscópicos na urgência. • Sangramento incontrolável. Manter no máximo 24 hs, não é tratamento definitivo. •Complicações (20%): • Necrose de asa do nariz • Broncoaspiração. • Necrose e perfuração esofagiana. • Obstrução de vias aéreas. ➺ TIPSs “É uma anastomose não-cirúrgica que consiste na criação de comunicação entre um ramo portal intra-hepático e a veia supra-hepática, através do parênquima do órgão, comunicação essa mantida pela colocação de malha metálica.” • Quando a combinação de um medicamento vasoativo e a ligadura elástica endoscópica não interrompem o sangramento, o TIPS é indicado como uma terapia de resgate. • Prós • Sucesso em > 90%. • < risco em relação a cirurgia. • Contra • Pouco acessível. • > Encefalopatia • > insuf. Hepática HK B ❤ Prognóstico ➺ Cirrose + HDA: mortalidade geral em 1 ano, 30 a 40% ➺ Cirrose descompensada com varizes sem HDA: taxa de mortalidade de 3,4% ao ano. ➺ Cirrose descompensada: transplante do fígado ❤ Profilaxia 2ª Profilaxia do ressangramento Cirurgi� A cirurgia deve ser realizada apenas como último recurso. ➺ Prós • Eficaz para a Hip. Portal. • Para os casos onde não há disponibilidade de TIPS em pacientes com HDA incontrolável. HK B ➺ Contra • > risco x TIPS. • > Encefalopatia • > insuf. Hepática ❤ Opções cirúrgicas ➺ Shunts não seletivos: • Porto-cava ✓ Término-lateral (Eck ✓ Latero-lateral (Rosenstein) • Interposição não calibrada ✓ Porto-cava ✓ Meso-cava (Bogoraz) ✓ Meso-renal • Esplenorenal central (Linton) ➺ Shunts seletivos: • Inochi, 1968 ✓ Interposição venosa GE – veia cava HK B • Cirurgia Warren Teixeira 1967 ✓ Esplenorenal distal. HK B Referência� bibliográfica� Townsend, Courtney M. Sabiston Tratado de Cirurgia - A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. Disponível em: Minha Biblioteca, (20th edição). Grupo GEN, 2019. "ANATOMIA DO APORTE DE SANGUE GASTROINTESTINAL“ - Tratado de fisiologia médica, John E. Hall, https://www.sanarmed.com/resumos-hipertensao-portal https://www.esadi.com.br/procedimento/endoscopia/ligadura-elastica-de-varize s-de-esofago/ https://www.scielo.br/j/ag/a/ZMZz7tdQnF4PySQTFhQVnvH/?lang=pt#:~:text =A%20sigla%20TIPS%20%C3%A9%20um,pela%20coloca%C3%A7%C3%A3o%20 de%20malha%20met%C3%A1lica. https://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho_digestivo https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/baveno-vi-o-que-ha-de-no vo/ https://www.sanarmed.com/resumos-hipertensao-portal https://www.esadi.com.br/procedimento/endoscopia/ligadura-elastica-de-varizes-de-esofago/ https://www.esadi.com.br/procedimento/endoscopia/ligadura-elastica-de-varizes-de-esofago/ https://www.scielo.br/j/ag/a/ZMZz7tdQnF4PySQTFhQVnvH/?lang=pt#:~:text=A%20sigla%20TIPS%20%C3%A9%20um,pela%20coloca%C3%A7%C3%A3o%20de%20malha%20met%C3%A1lica https://www.scielo.br/j/ag/a/ZMZz7tdQnF4PySQTFhQVnvH/?lang=pt#:~:text=A%20sigla%20TIPS%20%C3%A9%20um,pela%20coloca%C3%A7%C3%A3o%20de%20malha%20met%C3%A1lica https://www.scielo.br/j/ag/a/ZMZz7tdQnF4PySQTFhQVnvH/?lang=pt#:~:text=A%20sigla%20TIPS%20%C3%A9%20um,pela%20coloca%C3%A7%C3%A3o%20de%20malha%20met%C3%A1lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho_digestivo https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/baveno-vi-o-que-ha-de-novo/ https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/baveno-vi-o-que-ha-de-novo/
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