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UCT XVII - Ambulatório 丨Antonio Hugo Perri da Silva - T II ⚕ Endoscopia - VI Período Hemorragia Digestiva Alta (HDA): , ➥ Definição: - De�ne-se como hemorragia digestiva alta (HDA) o sangramento cuja origem se localiza desde o esôfago até o ângulo de Treitz (até a segunda porção duodenal, na altura da papila). - Ângulo de Treitz é o que conecta a �exura duodeno jejunal formado por alguns ligamentos e por músculos como o suspensor do duodeno ele liga-se a quarta porção do duodeno iniciando o jejuno ➥ Epidemiologia: - Aproximadamente 80% dos episódios de sangramento digestivo ocorrem no trato gastrointestinal alto. - A hemorragia ocasionada por doença ulcerosa péptica, seguida da síndrome de hipertensão portal com ruptura de varizes esofágica ou gástricas , são as causas mais frequentes ➥ Etiologia: → Causas não Varicosas: ● Doenças ulcerosa péptica: (mais comum) - AINES: úlcera gástrica - H. pylori: úlceras duodenais - Estresse: fundo e corpo do estômago (geralmente em pacientes de UTI ou intubados) - acidez gástrica ● síndrome ou laceração de Ma�ory-Weiss (são úlceras longitudinais em região de transição esôfago gástricas, geralmente relacionadas com vômitos, mais presente em pacientes alcoólatras ou adolescentes com síndromes alimentares que provocam o vômito, geralmente é sangramento de pequena monta é autolimitado resolvendo-se espontaneamente) ● Neoplasias do TGI ● Angiodisplasia do TGI (são malformações vasculares que leva ao sangramento) ● Fístula Aorto Entérica (em pacientes com histórico de aneurisma de aorta que �zeram cirurgia,) ● Esofagite Erosiva (em pacientes doença do re�uxo, ou que têm infecção do esôfago por cândida albicans, ou por citomegalovírus, ) → Causas Varicosas: ● Varizes Gastroesofágicas: - Resultantes da resistência do �uxo portal devido a um gradiente de pressão portal elevado, que 1 promove a formação de vasos colaterais portossistêmicos. - Causas da Síndrome hipertensiva portal (4 principais no brasil) ○ esquistossomose, ○ hepatites virais crônicas, ○ síndrome de Budd-Chiari ○ cirrose alcoólica. ➥ Investigação Clínica: - Paciente apresenta histórico de etilismo - Dispepsia - Quadros consumptivos - Utilização indiscriminada de alguns medicamentos (AINEs) - No exame físico deve-se procurar por massas abdominais (região epigástrica e mesogástrica), pensando em neoplasias - Procurar por sinais de doença hepática, como cirrose e eritema palmar - Avaliar a presença de circulação colateral. HDA não Varicosa: . - Causa mais frequente da HDA ➥ Doença Ulcerosa Péptica Gastroduodenal: ● Epidemiologia: - Causa mais comum de HDA não varicosa - Incidência média de 45% dos casos - 80% dos pacientes com HDA não varicosa, secundária a doença ulcerosa péptica, o sangramento cessa espontaneamente. - O IBP auxilia em 90% dos casos, porém pode haver resssangramento. - Fatores que predispõem essa condição idade maior que 60 anos, história de úlcera péptica, choque , comorbidades, baixo nível de hemoglobina com necessidade de transfusão, sangramento ativo como hematêmese ou visualizado na endoscopia. ● Patogenia: - As úlceras pépticas são soluções de continuidade da mucosa do trato gastrointestinal que podem se estender através da camada muscular, atingindo a submucosa e até mesmo a musculatura própria. - Ocorre aumento dos fatores agressivos e diminuição dos fatores de defesa e reparação, ocasionando, consequentemente, a lesão na mucosa. - As causas mais comuns de úlceras no trato gastrointestinal incluem lesão pélvica devida a infecção por Helicobacter pylori e uso de antiin�amatório não esteroidal (AINEs). - Outras etiologias são menos frequentes. - As úlceras sangram a partir de um vaso em sua base, o qual sofre erosão por um processo ácido péptico. - A secreção ácida péptica causa uma arterite com in�ltração de polimorfonucleares podendo levar a necrose da parede vascular, causando sangramento da ferida. 2 ● Quadro clínico: - Relato de melena ou hematêmese, - Com menor frequência, em casos de hemorragia mais signi�cativa podem se apresentar como hematoquezia, muitas vezes associadas a um trânsito intestinal aumentado (sangue é irritativo para mucosa). - Deve-se questionar sobre sintomas como epigastralgia, uso de medicações (AINEs e anticoagulantes,) história conhecida de infecções pelo H. pylori, alcoolismo e tabagismo, história de cirurgias no TGI e comorbidades como HAS. - No exame físico deve-se observar os sinais vitais, além de avaliar a palidez cutânea e o nível de consciência, para avaliar per�l hemodinâmico ● Diagnóstico Endoscópico: - A EDA é o método padrão ouro. - A precocidade da realização do exame endoscópico, preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas do episódio hemorrágico aumenta a chance de localizar a lesão, permitindo uma terapêutica endoscópica mais e�caz e imediata. - O diagnóstico e o tratamento precoce reduz as taxas de recidiva do sangramento, a necessidade de transfusão de hemoderivados e o tempo de internação, → Classi�cação de Forrest: - Utilizada na prática clínica para avaliar características do sangramento digestivo alto não varicoso e pode estimar a probabilidade de ressangramento, auxiliando também na indicação terapêutica. - Úlceras pépticas com sangramento jorrando (Ia) ou escorrendo (Ib) ou com um vaso visível sem sangramento (IIa) recebam hemostasia endoscópica por apresentarem alto risco de sangramento ou ressangramento persistente - Úlcera péptica com mancha pigmentada plana (IIc) ou base limpa (III), não há recomendação de hemostasia endoscópica, por apresentar baixo risco de sangramento recorrente, logo o paciente pode receber alta hospitalar em terapia com IBP oral uma vez ao dia ● Outros métodos diagnósticos: → Arteriogra�a e Cintilogra�a: - Indicada nos pacientes com hemorragia volumosa em que a EDA não tenha identi�cado o sítio de 3 sangramento e quando a terapêutica endoscópica não foi e�caz. - Permite visualizar o extravasamento do contraste para a luz do TGI, - Possibilita a terapêutica com injeções seletivas de substâncias que podem parar o sangramento - Na cintilo utiliza-se injeções de colóide sulfurado de Tc-99 ● Estrati�cação do risco de ressangramento: - O escore de Rocka� varia de 0 a 11, - É baseado em parâmetros clínicos como idade, situação da volemia (choque, pressão arterial e pulso), presença de comorbidades e presença de características endoscópicas. - Pacientes com escore menor ou igual a 2 são considerados de baixo risco para desfecho desfavorável como morte ou ressangramento, recebendo alta precocemente - Pacientes com escores maiores ou igual a 6 têm altos índices de ressangramento e mortalidade ● Tratamento Clínico: - Medidas que garantam a proteção de vias aéreas e restabelecimento hemodinâmico. - Oferta de oxigênio suplementar - Em pacientes com hematêmese grave ou rebaixamento do nível de consciência, deve-se considerar IOT para a proteção de via aérea e prevenção de broncoaspiração. - A transfusão em caso dehB inferior a 7 mg\dl, está associada a menor mortalidade - Uso de IBP antes da endoscopia é recomendado para pacientes com suspeita de sangramento de origem ulcerosa. (Omeprazol na dose de 80mg em bolus intravenoso, seguido da infusão contínua de 8 mg\h,) - A eritromicina, na dose de 250 mg ou 3 mg/kg, administrada por via intravenosa, 20 a 120 minutos antes da endoscopia, pode ser utilizada com o objetivo de melhorar a visualização da mucosa, diminuindo o número de pacientes que precisam de outra endoscopia. - A infusão de somatostatina e seu análogo, octreotida, diminuem o �uxo venoso no sistema porta e o �uxo arterial para estômago e duodeno, enquanto preserva o �uxo arterial renal, reduzindo o sangramento; entretanto, não são recomendadas nos pacientes com sangramento por úlcera péptica - Erradicação do H. pylori reduz substancialmente as taxas de recorrência da doença ou chance de ressangramento. ● Tratamento Endoscópico: - Deve ser realizado após obter sucesso das medidas de estabilização hemodinâmica. 4 - Quando realizadaem menos de 24 horas do início do sangramento, apresenta menor tempo de internação hospitalar, menor necessidade de transfusão sanguínea e de abordagem cirúrgica. - EDA muito precocemente (< 12h), não apresentou benefícios adicionais. - Escore de Blatchford, é um preditor de mortalidade e risco de intervenção - Nos casos de úlcera péptica a classi�cação de Forrest pode ser decisiva para a aplicação da terapêutica endoscópica. → Métodos Térmicos: - Produção de calor nos tecidos para desnaturação proteica, a contração colágena e obstrução do vaso por contração perivascular. - Os métodos térmicos podem ser métodos de contato (heater probe e eletrocoagulação monopolar, bipolar e multipolar) e métodos de não contato (plasma de argônio, laser de argônio). → Métodos Mecânicos: - Envolve a colocação de hemoclips, como o over-the-scope-clip e outras opções alternativas, como o endoloop. → Métodos Tópicos: - Agentes hemostáticos endoscópicos tópicos como o TC-325 (hemospray), o anfored blood stopper (ABS) e o endoclot (AMP). → Endoscopia de revisão ou second look: - Realização de uma endoscopia de controle 24 horas após a endoscopia inicial com a intenção de complementação da terapêutica endoscópica. - Não é recomendada rotineiramente, exceto nos casos em que o tratamento endoscópico foi incompleto, por não haver identi�cação do sítio de sangramento, nos casos em que a hemostasia foi parcial e naqueles com evidência de ressangramento. ● Ressangramento precoce e pro�laxia de ressangramento: - Mesmo com a terapia endoscópica inicial adequada, a recorrência pode ocorrer em até 25% dos pacientes de alto risco. - O uso dos IBP IV nas primeiras 48 a 72 horas, associado à terapia endoscópica, pode reduzir o ressangramento precoce - Em caso de ressangramento após uma segunda endoscopia terapêutica, deve ser considerada a hemostasia por meio de radiologia intervencionista ou o tratamento cirúrgico. - A pro�laxia do ressangramento consiste na correção da causa base da lesão como erradicação do H. pylori não utilização de AINEs. 5 ➥ Outras Etiologias: ● Esofagite: - Doença do re�uxo gastroesofágico, que em algumas situações pode ocasionar HDA, porém, a gravidade da hemorragia depende da extensão da lesão esofágica e da presença de complicações como úlceras esofágicas. - Além disso, infecções, provocadas por Candida albicans, herpes vírus ou citomegalovírus, lesões químicas ou danos físicos podem originar erosões na mucosa esofágica. - O tratamento geralmente é clínico,com base no uso de IBP. A EAD é importante para o diagnóstico, mas nem sempre tem necessidade como terapia, exceto em casos de úlcera focal com sangramento ativo ou recente, em que a injeção de epinefrina ou a terapia ablativa possa ser utilizada. ● Laceração de Ma�lory-Weiss: - De�nida como uma ou mais lacerações longitudinais agudas da mucosa na região da transição esofagogástrica, - Associação com episódios de vômitos após libação alcoólica. - Engloba qualquer evento que cause um aumento súbito da pressão intragástrica e a lesão característica. - O sangramento cessa espontaneamente e a conduta é expectante. - O tratamento é semelhante ao anterior. ● Lesão de Dieulafoy: - A lesão originada de uma dilatação vascular arterial que evolui para ruptura do vaso, sem ulceração local. - A localização mais frequente é a pequena curvatura do estômago, porém, pode ser encontrada em qualquer local do trato gastrointestinal. - A etiologia é desconhecida, porém associada a doenças hepáticas e uso de anti-in�amatórios não esteroides. - HDA secundária geralmente se apresenta como sangramento alto intermitente, recorrente e com importante repercussão hemodinâmica. - A EDA é o exame diagnóstico de escolha, porém, habitualmente, a lesão é de difícil identi�cação na ausência de sangramento ativo. - A ultrassonogra�a endoscópica é útil para ajudar a identi�car a lesão que não foi visualizada na endoscopia. ● Malformações Vasculares: → Angiodisplasia: - É de�nida como lesão vascular bem delimitada dentro da mucosa, com aparência vermelha típica, arboriforme e de superfície plana. 6 - Costumam ser múltiplas e frequentes no cólon, mas podem também envolver estômago e intestino delgado. - A coagulação com plasma de argônio terapêutica recomendada → Ectasia Vascular: - Conhecida como “estômago em melancia”, - Endoscopicamente um padrão de listras vermelhas lineares no antro, separadas por mucosa normal. - Associada a diversas condições autoimunes, insu�ciência renal, doenças hepáticas e transplante de medula óssea. - Requer diagnóstico diferencial com gastropatia hipertensiva portal, pois estão associadas. - A terapêutica com plasma de argônio é o tratamento endoscópico de escolha. HDA Varicosa: . ➥ Caracterísitcas: - É de�nida como um sangramento originário da ruptura de varizes esofágicas ou gástricas visualizado no momento da endoscopia ou a presença de varizes esofágicas calibrosas em paciente com sangue no estômago sem qualquer outra causa de hemorragia identi�cada. - É uma emergência médica - Existe risco elevado de recorrência, principalmente nas primeiras 48 a 72 horas, - A avaliação das comorbidades, como infecção crônica pelo vírus C e alcoolismo, obesidade, história natural da cirrose de todas as etiologias. - A prevalência de varizes esofagogástricas varia conforme a gravidade da cirrose, - A avaliação da gravidade da hepatopatia pode ser realizada a partir da classi�cação de Child-Pugh e do escore de MELD. - Sem o tratamento adequado, as varizes tendem a aumentar de �no para médio e grosso calibres, - São identi�cados como preditores de sangramento digestivo por ruptura de varizes esofagogástricas a presença de sinais da cor vermelha e o tamanho das varizes, a gravidade da doença hepática e o gradiente de pressão de veia hepática ≥ 12 mmHg. - O calibre das varizes está associado ao risco de HDA, sendo maior risco nos portadores de varizes de grosso calibre, - Estudos demonstraram que pacientes com escore MELD ≥ 18 e gradiente de pressão da veia hepática ≥ 20 mmHg apresentam maior risco de morte dentro das primeiras semanas após o episódio ➥ Patogenia: - A hipertensão portal (HP) é de�nida como um aumento da pressão venosa hepática acima de 6 mmHg. - As varizes esofágicas surgem quando atinge 10 mmHg e a ruptura das varizes ocorre com gradientes superiores a 12 mmHg - A HP pode ser classi�cada em pré-hepática, intra-hepática (subdividida em pré-sinusoidal, sinusoidal e pós-sinusoidal) e pós-hepática, - O aumento da pressão portal está associado ao desenvolvimento de circulação colateral, o que permite que o sangue da veia porta a seja desviado para a circulação sistêmica. 7 - As varizes gastroesofágicas são as colaterais portossistêmicas mais relevantes, por causa do risco de ruptura com hemorragia varicosa, a complicação letal mais comum da cirrose. - As varizes esofágicas são originadas da dilatação e da elevação da pressão das veias periesofágicas e perfurantes, que atravessam a camada muscular do esôfago, dilatando o plexo venoso da submucosa. - Em pacientes com varizes gástricas, sem varizes de esôfago associadas e/ou com varizes duodenais isoladas, pode surgir após patologias da veia esplênica, como trombose ou estenose. - Os (IBP), ao reduzir a secreção de ácido gástrico, podem estabilizar a HDA originada por uma lesão péptica, porém não deve substituir a endoscopia de urgência, mas pode melhorar o resultado �nal ➥ Classificação das varizes: - O rastreamento das varizes de esôfago com a EDA deve ser realizado em todo paciente cirrótico, independentemente do grau de disfunção hepática. - A descrição detalhada do cordão varicoso pois fornece informações sobre risco de sangramento e prognóstico. - A classi�cação de varizes de esôfago de Palmer e Brick, adotada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia, utiliza os seguintes critérios: ○ Grau I: varizes de �no calibre, medindo até 3 mm de diâmetro). ○ Grau II: varizes de médio calibre, entre (3 e 5 mm). ○ Grau III: varizes de grossocalibre, medindo acima de 6 mm de diâmetro com tortuosidades. ○ Grau IV: varizes com mais de 6 mm de diâmetro tortuosas e com sinais da cor vermelha ou com presença de manchas hematocísticas na superfície. - A classi�cação japonesa de varizes de esôfago combina variáveis como forma, tamanho, coloração e localização da variz, além da caracterização do sinal da cor vermelha, para caracterizar as varizes de esôfago. - A classi�cação de Sarin et al. divide as varizes gástricas em dois grupos: varizes gastroesofágicas (GOV) e varizes gástricas isoladas (IGV) . - As varizes gastroesofágicas (GOV) se prolongam 2 a 5 cm abaixo da transição esofagogástrica e são subdivididas em tipo 1 (GOV1), que se estendem para a pequena curvatura, e tipo 2 (GOV2), que se estendem para o fundo gástrico. - As varizes IGV ocorrem na ausência de varizes esofágicas e são subclassi�cadas em dois tipo 1 (IGV1), localizadas no fundo gástrico; e tipo 2 (IGV2), varizes ectópicas no antro, corpo gástrico ou duodeno - As varizes GOV1 são observadas se associam aumentado risco de sangramento diferente das GOV2 que exibem menor risco de sangramento ➥ Tratamento: ● Clínico: - Os pacientes devem ser submetidos à EDA precoce. 8 - Em pacientes cirróticos admitidos com sangramento digestivo deve ser realizada a pro�laxia de infecções com antibioticoterapia. - Uso ceftriaxona intravenoso, 1 g/dia, em pacientes com cirrose avançada e para pacientes com história de uso prévio de quinolona ou em centros com alta resistência a quinolona - A duração do tratamento deve ser de sete dias, diminuindo o risco de infecção bacteriana e aumentando a sobrevida. - Para os demais, orienta-se uso de quinolona oral ou venosa (p. ex., nor�oxacina, 400 mg a cada 12 horas, por sete dias). - Pro�laxia de encefalopatia hepática com uso de lactulose ou rifaximina, durante o período de sangramento digestivo. - Em pacientes com sangramento por varizes esofágicas, recomenda-se o uso de vasoconstritores esplâncnicos associados à terapêutica endoscópica, - As principais medicações vasoconstritoras utilizadas são terlipressina, somatostatina e octreotide, as quais devem ser introduzidas precocemente, antes mesmo da endoscopia, e mantidas por cinco dias. ● Terapêutica Endoscópica: - Deve ser realizada nas primeiras 12 horas do início do sangramento. Ligadura endoscópica e escleroterapia das varizes de esôfago são ambas utilizadas no tratamento por ruptura de varizes esofágicas. → Ligadura elástica (LE): - Tratamento de escolha para o controle da hemorragia por ruptura de varizes esofágicas e para a pro�laxia de sangramentos. - Consiste na colocação de uma banda elástica na variz esofágica - As complicações incluem disfagia, odinofagia, dor retroesternal, ulceração e estenose, mas são incomuns. → Escleroterapia endoscópica: - Deve ser realizada com injeção do esclerosante diretamente no vaso ou para-vasal - Vários agentes são utilizados entre eles o álcool absoluto, o tetradecil sódico, o polidocanol e o oleato de etanolamina. - Eventos adversos incluem febre, desconforto ou dor retroesternal, disfagia, sangramento induzido pela injeção, ulceração esofágica com sangramento, estenose esofágica, perfuração esofágica, mediastinite e infecção. → Adesivo tecidual: - Deve ser considerado para o tratamento de escolha para varizes de fundo gástrico. → Prótese autoexpansível: - O stent pode ser mantido por 12 dias, variando entre 5 e 24 dias. - Após estabilização clínica, tratamento de�nitivo deve ser realizado, seja ele endoscópico, cirúrgico ou Tips (transjugular intrahepatic portasystemic shunt). → Balão de Sengstaken Blakemore (BSB): - Pode ser considerado no sangramento esofágico agudo refratário, como uma ponte para a terapia de�nitiva e permanecendo insu�ado por, no máximo, 24 horas, com monitoramento em unidade de terapia intensiva. 9 → Anastomose portossistêmica intra-hepática transjugular (Tips, transjugular intrahepa - tic portasystemic shunt) → Obliteração retrógrada transvenosa balão- -ocluído (BRTO – ba�oon-occluded retrograde transvenous obliteration) → Pó hemostático (hemospray): - Terapêutica endoscópica para hemostasia imediata no sangramento varicoso agudo. - O pó aumenta a concentração dos fatores de coagulação, ativando plaquetas e formando uma barreira mecânica no vaso sanguíneo lesionado. ➥ Profilaxia de sangramento: - A primeira linha de tratamento para evitar o ressangramento digestivo é o uso do betabloqueador não seletivo (propranolol ou nadolol) em combinação com a terapêutica endoscópica, de preferência, a ligadura elástica. - A endoscopia deve ser realizada, em média, a cada duas semanas, até a obliteração das varizes. - O carvedilol não é indicado como terapêutica na pro�laxia secundária 10
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