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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CCEN – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE FÍSICA FÍSICA EXPERIMENTAL II RELATÓRIO 3 – CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA JOÃO PESSOA -2021 1. INTRODUÇÃO A agulha de uma bússola aponta para o sentido do campo magnético da Terra. Esse campo da terra é gerado pelo núcleo da terra da terra, por conta das intensas correntes eletromagnéticas que circulam no interior terrestre, além da grande quantidade de ferro magnetizado, segundo as duas hipóteses mais aceitas. A terra se comporta como um grande dipolo magnético, onde as linhas de campo são orientadas do polo Norte para o polo Sul. Ou seja, as linhas de campo da Terra, são orientadas do polo Norte Magnético, para o polo Sul Magnético. Portanto, na realidade aquilo que se tem como polo Norte, encontrado pela agulha da bússola, é na verdade o Sul Magnético da Terra, uma vez que, a parte magnetizada da agulha que indica o Norte, vai procurar (se alinhas) o Sul magnético. Campo magnético é uma grandeza vetorial. Apesar de orientada pelo campo magnético da Terra, a agulha da bússola pode ser desviada por algum outro campo magnético próximo a ela. Nesse caso, a bússola será orientada pelo soma vetorial destes dois campos. Portanto, a componente horizontal do campo magnético da Terra pode ser medida observando-se a mudança na orientação da bússola quando sobre ela for aplicado um campo magnético externo de valor conhecido, perpendicular ao campo magnético terrestre. Segundo o Halliday e Resnick, correntes elétricas são fontes de campo magnético e a orientação do campo será sempre perpendicular á corrente que o gera (sentido dado pela regra da mão direita). O campo magnético produzido por um condutor percorrido por uma corrente pode ser determinado com o auxilio da lei de Biot-Savart. De acordo com a lei, acontribuiçaõ do campo magnético 𝑑�⃗� para o campo, produzido por um elemento de corrente i ∙ 𝑑𝑆 em um ponto P situado a uma distância r do elemento de corrente (HALLIDAY £ RESNICK), dado pela equação a seguir. 𝑑�⃗� = 𝜇0 4𝜋 ∙ 𝑖𝑑𝑆 ×�̂� 𝑟2 (Lei de Biot-Savart) Onde 𝜇0 = 1.2566370621219× 10 −6 Tm/A é a permeabilidade magnética do vácuo. Aplicando a Lei de Biot e Savart para um solenoide, pode-se mostrar que o campo magnético no centro de uma bobina de Helmholtz de raio R, com N espirar e percorrida por uma corrente i, expresso pela equação 1. 𝐵𝐵 = 𝜇0𝑁𝑖 2𝑅 (Eq. 1) Portanto, é possível calcular o campo magnético no centro de uma bobina (𝐵𝐵) a partir da passagem de uma corrente sabida. Uma bússola posicionada no ponto médio entre a bobina, segurada por meio de um suporte, irá defletir no sentido do campo resultante: 𝑩𝑹⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ = 𝑩𝑻⃗⃗⃗⃗ ⃗ + 𝑩𝑩⃗⃗ ⃗⃗ ⃗, formando um ângulo de deflexão θ com direção norte (direção do campo da Terra), ou seja, com direção o plano da bobina. Como mostra a imagem a seguir o plano da bobina é o eixo x, pararelo ao eixo norte-sul magnético, já o campo da bobina que está no eixo y perpendicular ao eixo norte-sul magnético. Figura 1: Ângulo de deflexão θ e campo magnético A tangente de θ é dada pela razão desses campos e podemos determinar a componente horizontal do campo magnético da Terra usando a equação 2. 𝑡𝑎𝑔 𝜃 = 𝐵𝐵 𝐵𝑇 𝐵𝑇 = 𝐵𝐵 𝑡𝑎𝑔 𝜃 (Eq. 2) Desse modo, quando a bobina não é percorrida por uma corrente 𝐵𝐵⃗⃗⃗⃗ ⃗ é nulo, e a agulha da bússola se alinha somente com a componente 𝐵𝑇⃗⃗ ⃗⃗ da Terra. Já quando um corrente passa por uma bobina, um campo 𝐵𝐵⃗⃗⃗⃗ ⃗ é gerado defletindo a agulhada bússola na direção de vetor campo resultante. 1.1. OBJETIVO Esse relatório tem como objetivo medir a componente horizontal local do Campo Magnético da Terra, por meio de um sistema com uma bobina de Helmholtz e uma bússola. 2. METODOLOGIA Materiais utilizados: • Bobina • Bússola • Fonte de tensão • Multímetro • Régua • Reostato • Cabos de conexão Pra a realização do experimento, primeiro mediu-se o diâmetro externo e interno da bobina com 154 espirara, e com isso foi obtido o raio da mesma. Depois foi feita a montagem do sistema com base no diagrama do experimento dado pelo professor, onde a bobina é ligada em série com um reostato por meio de cabos de conexão, e em série também com um amperímetro. Tanto o reostato, como o amperímetro, foram ligados em um dos terminais da fonte de tensão. Já a bobina com a bússola foi posicionado na bancada de uma maneira que a agulha fique alinhada perpendicular com o eixo da bobina e alinhado com o seu diâmetro. Após a montagem do sistema foram feitos dois procedimentos de medição, um com o Reostato com uma resistência de 60 Ω, e outro com uma resistência de 100 Ω. Foram anotadas os valores de corrente e os ângulos que a agulha fazia com relação a direção Norte-Sul, após ligar-se a fonte e se variar a tensão para diferentes valores. Cada um dos valores corrente e ângulo de deflexão, observados no experimento, foram medidos dez vezes em duas tabelas para os dois diferentes valores de resistência. A escala usada no amperímetro foi a de 200 mA. E as incertezas usadas foram as que constam no seu manual. Já o ângulo de deflexão tem uma incerteza de 2º. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a medição dos ângulos de deflexão e da corrente que o produzia foram criadas duas tabelas, a tabela a seguir é para uma resistência no reostato de 60 Ω. Tabela 1: Corrente e ângulo de deflexão para uma resistência de 60Ω Medida Resistência 1 (60 Ω) i (mA) Deflexão θº 1 -10,1 16 2 -20 30 3 -30,5 42 4 -40,5 52 5 -50,8 58 6 -60,6 64 7 -70,1 68 8 -80 70 9 -90 72 10 -100,1 76 Já para a resistência de 100 Ω, tem a tabela a seguir. Tabela 2: Corrente e angulo de deflexão para uma resistência de 100Ω Medida Resistência 1 (60 Ω) i (mA) Deflexão θº 1 -10,2 16 2 -20,3 30 3 -30,2 42 4 -40,2 50 5 -50 58 6 -60 64 7 -70 68 8 -80,1 70 9 -90,4 72 10 -100,5 76 Usando a equação 1 construiu-se uma tabela com os valores do campo magnético da bobina 𝐵𝐵 e com esse valores foi possível a construção de um gráfico 𝐵𝐵 vs Tgθ. Pode-se verificar uma aproximação considerável entre os valores para o experimento com resistência de 60 Ω com o de 100 Ω. Tabela 3: Campo Magnético da bobina para cada ângulo de deflexão Resistência 1 (60 Ω) Resistência 2 (100 Ω) tag θ BB tag θ BB 0,2867 -0,0049 0,2867 -0,0050 0,5774 -0,0097 0,5774 -0,0099 0,9004 -0,0149 0,9004 -0,0147 1,2799 -0,0197 1,1918 -0,0196 1,6003 -0,0248 1,6003 -0,0244 2,0503 -0,0295 2,0503 -0,0292 2,4751 -0,0342 2,4751 -0,0341 2,7475 -0,0390 2,7475 -0,0390 3,0777 -0,0439 3,0777 -0,0441 4,0108 -0,0488 4,0108 -0,0490 Aplicando o método da regressão linear, determina-se a inclinação da reta plotada, onde esse valor será a determinação do valor da intensidade de 𝐵𝑇, ou seja, a componente horizontal do campo magnético terrestre. 𝐵𝑇 = 𝑌2 − 𝑌1 𝑋2 − 𝑋1 = 0,047 − 0,01 3,5 − 0,5 = 0,0124 𝑇 Como se pode verificar, o valor da intensidade do campo magnético terrestre por meio da regressão linear do gráfico para uma resistência de 60 Ω tem um valor de 0,0124 T. y = 0,0123x + 0,0036 R² = 0,9825 0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 4,500 -BB (T) Tang θ Gráfico 1: Campo mafnético vs Tang θ; para 60 Ω Linear (Série1) Para os valores do resistor de 100 Ω, e pelo mesmo processo de regressão linear, obtemos um valor de campo magnético terrestre de 0,012 T, logo, percebe-se mais uma vez uma aproximação entre os valores para os dois valores de resistência. Contudo, determinando a componente horizontal do campo magnéticoterrestre 𝐵𝑇 utilizando as equações 1 e 2 para cada uma das medidas, utilizando os valores de 𝐵𝐵 em módulo. Tabela 4: Campo magnético terrestre Resistência 1 (60 Ω) tag θ BB BT 0,287 0,0049 0,0172 0,577 0,0097 0,0169 0,900 0,0149 0,0165 1,280 0,0197 0,0154 1,600 0,0248 0,0155 2,050 0,0295 0,0144 2,475 0,0342 0,0138 2,747 0,0390 0,0142 3,078 0,0439 0,0143 4,011 0,0488 0,0122 Os resultados para o campo magnético terrestre para o experimento 1 tiveram uma média com o valor de 0,01502 T. Já para a campo pro resistência 2 de 100Ω estão na tabela 5. y = 0,0123x + 0,0037 R² = 0,9829 0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 4,500 BB (T) Tang θ Gráfico 2: Campo da bonina BB vs Tang θ; para 100 Ω Tabela 5: Campo magnético terrestre Resistência 2 (100 Ω) tag θ BB BT 0,287 0,0050 0,0173 0,577 0,0099 0,0171 0,900 0,0147 0,0163 1,192 0,0196 0,0164 1,600 0,0244 0,0152 2,050 0,0292 0,0143 2,475 0,0341 0,0138 2,747 0,0390 0,0142 3,078 0,0441 0,0143 4,011 0,0490 0,0122 Com uma média de valores para o campo magnético terrestre de 0,01513 T. Desse modo, podemos verificar que os valores encontrados pelo método de regressão linear nos dá um valor muito próximo dos calculados pelas equações 1 e 2, o que nos confere uma boa aproximação teórico prática. Além disso, os valores para o campo magnético terrestre ficam bem próximo um dos outros, entre 0,013 e 0,016 T, o que nos indica que o esse seria a margem para a intensidade do campo magnético terrestre para o nosso experimento. Contudo, essa margem de valores não muda com a mudança de resistência do Reostato, indicando que o ângulo e deflexão da bússola so vai depender da corrente que passa pelo sistema, e que vai ser o mesmo, para os mesmo valores de corrente. Diminuindo cada vez menos a sua amplitude à medida que o valor da corrente vai aumentando. Tabela 6: Campo magnético a uma deflexão de 45 Deflexão θº i (mA) tag θ BB BT 45 -30,5 1,000 0,0219 0,0219 4. CONCLUSÃO Conclui-se, portanto, que as relações teóricas-práticas pelo método gráfico e pelo método analítico se complementam, dando valores bem próximos para a componente do campo magnético terrestre. Além disso, a medição do campo magnético terrestre por meio de um campo magnético de uma bobina, produzido por uma corrente passada por ela, se mostrou ser um bom experimento de averiguação dos conceitos de campo magnético e elétrico estudados na disciplina de física 3. Ademais, os valões encontrados para o campo magnético terrestre é muito próximo para todas medias. Uma resposta mais fácil para isso é de que o valor absoluto, não mudo apenas trocando a intensidade da corrente que passa na bobina. 5. REFERÊNCIAS HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.l.