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38 - Infeccao Puerperal

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Infecção Puerperal 
Importância 
- Associada a procedimentos obstétricos recentes 
- A cesariana aumenta o risco de infecção puerperal em 3-5 veze 
- Relação com morbidade e mortalidade materna: 
• Tríade da morte materna = infecção puerperal + pré-eclâmpsia + hemorragia 
Microbiologia 
- A infecção puerperal é polimicrobiana e os agentes etiopatogênicos são germes 
aeróbios e anaeróbios da flora do trato geniturinário e intestinal 
- A etiologia mais comum é o E. Coli 
Avaliação 
- Sempre avaliar e investigar o histórico do procedimento obstétrico prévio:
• Condições da bolsa das águas?
• Condições cervicais?
• Tempo do trabalho de parto?
• Condições do parto?
• Cesariana ou parto vaginal?
Fatores Determinantes 
- Fatores Contaminantes:
• Contaminação endógena: flora gastrointestinal e genitourinária
• Contaminação exógena: pessoal e material
- Fatores Obstétricos:
• Assepsia e toques repetidos: 
• Cada toque vaginal leva a flora intestinal para dentro da cavidade uterina
• Deve ser realizado a cada 4 horas (e não a cada 15 minutos)
• RPM:
• Bolsa rota 
• > 12 horas
• Trabalho de parto prolongado: 
• A média de duração de um trabalho de parto é 18-20h (> que isso é prolongado)
• A causa mais comum é internamento precoce (sem a paciente estar na fase ativa 
do trabalho de parto)
• Trabalho de parto prolongado está associado a polidrâmnio e distócia cefalo-
pélvica 
• Cesariana:
• Aumenta o risco em 5X (na emergência o risco é maior ainda)
• Se for eletiva ainda tem o problema da prematuridade
- Fatores Não Obstétricos:
• Fatores pessoais: 
• Higiene, desnutrição/anemia, obesidade, imunossupressão, diabetes mellitus
• Fatores Materiais: 
• Contaminação, esterilização
Quadro Clínico 
- Estado febril (>38ºC): 
• É o primeiro sinal clínico
• No entanto, durante o trabalho de parto é comum o aumento da temperatura (por 
isso, ficar alerta apenas se aumentar a temperatura depois de 24h do trabalho de 
parto)
- Comprometimento do estado geral 
- Dor abdominal persistente: 
• A puérpera também pode ter dor sem indicar patologia (por isso diferenciar dor 
abdominal do reflexo útero-mamário —> liberação de ocitocina faz contração 
uterina)
- Secreção genital amarelada fétida:
• Valorizar depois de 24h do trabalho de parto 
- Sub-involução uterina: 
• O útero não fica tônico
Formas Clínicas 
- 1. Infecção Local: 
• Infecção na ferida cirúrgica
- 2. Infecção Genital: 
• Endomiometrite (geralmente a infecção começa com esse quadro)
• Pode evoluir para salpingite e parametrite
- 3. Infecção Geral: 
• Peritonite e sepse 
Complicações da Infecção puerperal 
1. Tromboflebite pélvica 
2. Sepse 
3. Morte materna 
Manejo 
- Nos casos de cesarea, deve-se lançar mão da profilaxia da infecção puerperal:
• Cefazolina 2g EV 2h antes do procedimento
- Por outro lado, nos casos de aborto, em que a profilaxia não cabe mais, deve-se 
lançar mão de uma abordagem terapêutica:
• Determinar a causa
• Internar —> sempre manejar infecção puerperal em uma centro especializado, 
jamais em UBS (infecção puerperal = risco de vida!) 
• Antimicrobiano tríplice EV por 48h:
• Penicilina cristalina ou ampicilina + gentamicina + metronidazol ou 
clindamicina 
• Quando afebril: Manutenção VO por 10 dias no mínimo

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