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Infecção Puerperal Importância - Associada a procedimentos obstétricos recentes - A cesariana aumenta o risco de infecção puerperal em 3-5 veze - Relação com morbidade e mortalidade materna: • Tríade da morte materna = infecção puerperal + pré-eclâmpsia + hemorragia Microbiologia - A infecção puerperal é polimicrobiana e os agentes etiopatogênicos são germes aeróbios e anaeróbios da flora do trato geniturinário e intestinal - A etiologia mais comum é o E. Coli Avaliação - Sempre avaliar e investigar o histórico do procedimento obstétrico prévio: • Condições da bolsa das águas? • Condições cervicais? • Tempo do trabalho de parto? • Condições do parto? • Cesariana ou parto vaginal? Fatores Determinantes - Fatores Contaminantes: • Contaminação endógena: flora gastrointestinal e genitourinária • Contaminação exógena: pessoal e material - Fatores Obstétricos: • Assepsia e toques repetidos: • Cada toque vaginal leva a flora intestinal para dentro da cavidade uterina • Deve ser realizado a cada 4 horas (e não a cada 15 minutos) • RPM: • Bolsa rota • > 12 horas • Trabalho de parto prolongado: • A média de duração de um trabalho de parto é 18-20h (> que isso é prolongado) • A causa mais comum é internamento precoce (sem a paciente estar na fase ativa do trabalho de parto) • Trabalho de parto prolongado está associado a polidrâmnio e distócia cefalo- pélvica • Cesariana: • Aumenta o risco em 5X (na emergência o risco é maior ainda) • Se for eletiva ainda tem o problema da prematuridade - Fatores Não Obstétricos: • Fatores pessoais: • Higiene, desnutrição/anemia, obesidade, imunossupressão, diabetes mellitus • Fatores Materiais: • Contaminação, esterilização Quadro Clínico - Estado febril (>38ºC): • É o primeiro sinal clínico • No entanto, durante o trabalho de parto é comum o aumento da temperatura (por isso, ficar alerta apenas se aumentar a temperatura depois de 24h do trabalho de parto) - Comprometimento do estado geral - Dor abdominal persistente: • A puérpera também pode ter dor sem indicar patologia (por isso diferenciar dor abdominal do reflexo útero-mamário —> liberação de ocitocina faz contração uterina) - Secreção genital amarelada fétida: • Valorizar depois de 24h do trabalho de parto - Sub-involução uterina: • O útero não fica tônico Formas Clínicas - 1. Infecção Local: • Infecção na ferida cirúrgica - 2. Infecção Genital: • Endomiometrite (geralmente a infecção começa com esse quadro) • Pode evoluir para salpingite e parametrite - 3. Infecção Geral: • Peritonite e sepse Complicações da Infecção puerperal 1. Tromboflebite pélvica 2. Sepse 3. Morte materna Manejo - Nos casos de cesarea, deve-se lançar mão da profilaxia da infecção puerperal: • Cefazolina 2g EV 2h antes do procedimento - Por outro lado, nos casos de aborto, em que a profilaxia não cabe mais, deve-se lançar mão de uma abordagem terapêutica: • Determinar a causa • Internar —> sempre manejar infecção puerperal em uma centro especializado, jamais em UBS (infecção puerperal = risco de vida!) • Antimicrobiano tríplice EV por 48h: • Penicilina cristalina ou ampicilina + gentamicina + metronidazol ou clindamicina • Quando afebril: Manutenção VO por 10 dias no mínimo
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