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INFECÇÕES FÚNGICAS DE INTERESSE ESTOMATOLÓGICO Geralmente, os fungos convivem de forma harmoniosa com o corpo, mas podem provocar doenças quando conseguem driblar as barreiras de proteção do organismo, o que ocorre principalmente durante períodos de queda da imunidade ou por ferimentos da pele. Portadores de doenças, imunossuprimidos ou portadores de próteses totais. As micoses podem ser divididas por: Micose cutânea: • ocasionadas por fungos dermatófitos – apresentam múltiplas placas e queda de cabelo, e na pele sem pelos (mais comum) - pé de atleta lesões descamativas entre os dedos • leveduras do gênero Candida – candidíase cutânea, maior frequência nas áreas do corpo expostas à umidade por longos períodos. (apesar de ser habitante do trato gastrointestinal, pode causar lesões extraorais ou em outras mucosas – genital) • utilizam a queratina como nutriente • transmissão via animal-homem, homem-homem e solo-homem Micose subcutânea: • infecções por fungo após trauma • em geral cortes por plantas ou pela manipulação do solo • se inicia como um aumento de volume (nódulo ou tumor) ou lesão supurada na pele • o fungo usa a via linfática para sua disseminação Micose sistêmica (profundas) e oportunistas • gênero Candida – presente na microbiota, porém em imunossuprimidos ou uso de antibióticos, corticoides, muito comum em pessoas portadoras de HIV, facilitam a instalação de candidíase disseminada • apresenta 3 formas clinicas: • Eritematosa (atrófica crônica ou aguda) – bom estado de saúde e portadores de próteses totais • Pseudomembranosa (estomatite cremosa “sapinho”) • Queilite angular – portadores de próteses mal adaptadas e imunodeficiências (diabetes, câncer, HIV) • utilizam a queratina como nutriente • invadem os tecidos como formas filamentadas (são divididas pelos chamados septos. Os septos são paredes transversais perfuradas por um poro que permite a comunicação entre as células, garantindo a passagem até mesmo de organelas celulares), possuem meios diversos de entrada e provocam lesões com supuração. INFECÇÕES FÚNGICAS DE INTERESSE ESTOMATOLÓGICO Geralmente, os fungos convivem de forma harmoniosa com o corpo, mas podem provocar doenças quando conseguem driblar as barreiras de proteção do organismo, o que ocorre principalmente durante períodos de queda da imunidade ou por ferimentos da pele. Portadores de doenças, imunossuprimidos ou portadores de próteses totais. As micoses podem ser divididas por: Micose cutânea: • utilizam a queratina como nutriente • apresentam múltiplas placas e queda de cabelo, e na pele sem pelos (mais comum) – ex. pé de atleta lesões descamativas entre os dedos Micose subcutânea: • infecções por fungo após trauma • em geral cortes por plantas ou pela manipulação do solo Micose sistêmica (profundas) e oportunistas • gênero Cândida – presente na microbiota, porém em imunossuprimidos ou uso de antibióticos, corticoides, muito comum em pessoas portadoras de HIV, facilitam a instalação de candidíase disseminada • Queilite angular – portadores de próteses mal adaptadas Vamos falar sobre as principais infecções fúngicas e tratamentos. ESPOROTRICOSE Agentes Etiológicos (Espécies de Sporothrix Schencki) são fungos que alteram seu desenvolvimento, alternando entre formas micelitas e leveduriformes. TRANSMISSÃO; Traumatismo ou contato com vegetais, galhos, folhas etc. que contém o fungo, ou por meio de lesões originadas a partir da contaminação por animais que carregam o fungo Ex: O gato. Ocorre de início uma lesão modular no ponto de contágio, em seguida, podem surgir outras lesões similares em outras partes dependendo das distribuições dos vasos linfáticos contendo os fungos FUNGOS USAM VIA LINFÁTICA PARA SE DISSEMINAR DIAGNÓSTICO: Definitivo através do exame Histopatológico das lesões ou pelo isolamento em cultura de fungos. A partir de amostras coletadas de lesões. Popularmente conhecida como “Doença De Jardineiro ‘” Ou Doença da Roseira” PRINICPAIS FORMAS DA DOENÇA Esporotricose Cutânea: Caracteriza–se por uma ou múltiplas lesões localizadas principalmente nas mãos e braços. Esporotricose Linfo cutânea: É a forma clínica mais frequente: São formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial e nos membros. Esporotricose Extra cutânea: Quando a doença se espalha para outros locais do corpo como ossos, mucosas, entre outros sem comprometimento da pele. Esporotricose Disseminada: Acontece quando a doença se dissemina para outras locais do organismo com comprometimento de vários órgãos ou sistemas (pulmão, ossos, fígado). Tratamento: Com orientação e acompanhamento médico, varia de três a seis meses ou até mesmo 1 ano ou até o paciente se estabilizar. Antifúngicos usados Itraconazol, Iodeto de Potássio, Terbinafina e o Complexo Lipídico de Anfotericina B para casos graves e disseminados. MICETONAS É uma infecção crônica, progressiva e localizada, causada por fungos ou bactérias, que envolve os pés, os membros superiores ou as costas. Causado quando um organismo entra em pontos de trauma local penetrante na pele desnuda de pés, membros ou costas de trabalhadores que transportam vegetação ou outros objetos contaminados pelo fungo. É transmitido por meio da inoculação do fungo na pele e a partir de um trauma ocasionado por espinhos ou farpas de madeira entre outros alcançando o tecido cutânea e subcutâneo. Esse fungo está disperso na natureza, os trabalhadores rurais constituem o principal grupo de risco, em vista da sua exposição ao meio ambiente. Sintomas Caracterizam pela observação de uma massa subcutânea indolor, de um crescimento lento e progressivo, formando vários seios de drenagem e aglomerados de fungos de grãos, febre, inchaço, vermelhidão e aumento de volume de tecido cutâneo e formação de fístula com saída de material purulento. Tratamento O diagnóstico é clínico, confirmado por exame de microscopia. Os pacientes não diagnosticados no estágio inicial da doença podem necessitar de terapia em longo prazo com antifúngicos, associados ou não a método físicos, como é feito como desbridamento cirúrgico e, algumas vezes, amputação de membro já com comprometimento ao osso. PARACOCCIDIOIDOMICOSE Mais conhecida como PCM, no Brasil é uma das dez principais causas de óbito por doenças parasitárias e infecciosas, crônicas e recorrentes, e é a principal micose sistêmica do país. O fungo termodimórfico é o causador da doença, este e outros fungos podem estar dispersos no meio ambiente, o contato com o fungo poderá estar relacionado com o solo contaminado, como por exemplo o trabalho agrícola, atividade botânica, preparo do solo, terraplanagem, jardinagem entre outros. Muitos dos pacientes acometidos pela PCM exerceram atividades agrícolas ou preparo com a terra, porém, maus hábitos como o alcoolismo e tabagismo são fatores de risco associados às micoses, e a piora de determinado quadro clínico. A principal forma de infecção do vírus é por via inalatória de propágulos infectantes, o fungo por sua vez poderá estar disperso no solo, desta maneira poderá afetar os pulmões (cerca de 50 a 100%), mucosa, pele, adrenais, linfonodos, fígado, ossos e o sistema nervoso central. A doença apresenta as seguintes formas clínicas: • Forma residual: Também conhecida como “sequelas”, devido ao tratamento que deixa cicatrizes em diversos órgãos, na maioria das vezes na pele, mucosas das vias aerodigestivas superiores, laringe, pulmões, glândulas adrenais, traqueia, sistema nervoso central e sistema nervoso linfático. É manifestada clinicamente com diferenciações funcionais e anatômicas ocasionadaspelas cicatrizes que ocorrem devido ao tratamento da PCM. • Forma crônica: Acomete, especificamente adultos com idades entre 30 e 60 anos, a maioria do sexo masculino, os novos casos chegam a ser de 74% a 96%. A enfermidade se inicia de forma lenta, com uma duração sintomatológica de quatro a seis meses, podendo se estender e durar mais de um ano. Cerca de 90% dos indivíduos têm os pulmões comprometidos, afetando também a mucosa das vias aerodigestivas superiores. • Forma aguda: Também conhecida como tipo juvenil, são lesões primárias que progridem e evoluem rapidamente, geralmente dentro de semanas ou meses, sendo considerada uma forma clínica grave devido a alta taxa de mortalidade em crianças e adolescentes. Poderá ocorrer a hipertrofia do sistema retículo endotelial, e lesões generalizadas nos linfonodos, que eventualmente se rompem (fistulizam). O fungo pode contaminar outros órgãos ou sistemas, podendo comprometer a pele, os ossos, baço, fígado, sistema gastrointestinal e a medula óssea. Para obter o diagnóstico, é necessário a coleta de secreções e tecidos para análise laboratorial, com ou sem gemulação e cultura específica. A histopatologia e a sorologia poderão auxiliar na verificação do diagnóstico, assim como exames complementares com a realização de provas bioquímicas, hemograma completo, e exames de imagem. Para um diagnóstico diferencial, é importante a realização de exames laboratoriais de neoplasias (linfomas e câncer de laringe) e outras micoses sistêmicas como por exemplo a histoplasmose, a criptococose e a coccidioidomicose, além de testes laboratoriais para sarcoidose, hanseníase, leishmaniose tegumentar. HISTOPLASMOSE O que é? A histoplasmose é uma micose profunda. Ocasionada pelo histoplasma capsulatum, fungo habitante do ar. Como ocorre? Ao inalar o fungo, o pulmão é invadido. Inicialmente a doença pode ter sintomas semelhantes a uma virose (gripe comum, por exemplo). O organismo se defende, promovendo reação imune que tem como resultado uma necrose caseosa, como na tuberculose (formação de nódulos calcificados no pulmão - complexo primário). O fungo é encontrado na cidade e no campo, afetando pessoas que adentram grutas (com fezes de morcegos) ou que tiveram ou tentaram contato eventual ou frequente com algumas espécies de aves (pombos e galinhas) . As micoses oportunistas são creditadas a fungos que invadem os tecidos (como formas filametadas) possuem meios de entradas diversos e promovem lesões com supurações. Diagnostico? O método de diagnóstico da Histoplasmose é eficiente, mas muito demorado, é o isolamento do fungo em cultivo em meio de cultura apropriado (agar sabouraud dextrose). Quando semelhante ao da paracoccidioidomicose é evidenciado também na Histoplasmose para a qual pode se utilizar igualmente HE, PAS e Grocott. Como tratar? A terapia sistêmica inclui o uso do poliênico Anfoterecina B (fungicida) e de Azoicos (cetaconazol intraconazol, voriconazol). CANDIDÍASE ORAL Candida Albicans, é um fungo patógeno que habita na pele, se manifesta na via oral através do seu excesso na região, devido alterações na imunidade ou fatores que favorecem, causando infecção, principalmente em bebês, do qual a imunidade ainda estás e desenvolvendo. Esse fungo é extremamente transmissível e de forma direita, através de contato, troca de fluidos e secreções. Características: Formações de placas brancas com substância cremosa e esbranquiçadas, aparições de aftas na língua ou bochecha. Alguns desenvolvedores da doença: • Doenças endócrinas, como diabetes ou hipotireoidismo; • Deficiências nutricionais, como falta de ferro, vitamina b12 ou ácido fólico; • Doenças do sistema imunológico, como AIDS; • Doenças do sangue, como leucemia ou agranulocitose. • Boca seca (xerostomia), que pode ser causada pela síndrome de Sjögren ou pelo uso de certos medicamentos; • Dieta rica em carboidratos; • Uso de alguns tipos de medicamentos, especialmente antibióticos ou corticoides; • Uso de dentaduras à noite, trauma ou má higiene bucal; • Tabagismo ou uso de drogas. Sintoma: Principais são: Dor, ardência, sensação de algodão na boca Tratamento: Enxaguantes bucais, antifúngicos Nistatina /Fluconazol, e higienização oral Esses medicamentos precisam ser determinados pelo médico clínico ou cirurgião dentista, que avaliara a condição do paciente, sendo eles: Adulto, criança ou idoso; A prescrição será de acordo com o grau de gravidade e tipos de pacientes. Durante o tratamento é importante ter alguns cuidados, como escovar os dentes pelo menos 3 vezes por dia com escova de dentes de cerdas macias e evitar comer alimentos gordurosos ou com açúcar, no caso de bebês, manter a região limpa sempre que alimentá-los. Geralmente são tratamentos mais longos, em torno de 14 dias, não podendo ser interrompido sem o aval do médico ou dentista, podendo desencadear um novo ciclo da doença, mesmo com o sumiço dos sintomas. USO DOS AGENTES ANTIFUNGICOS NA ODONTOLOGIA TRATAMENTO O tratamento para sua eficácia, depende de alguns fatores e de como são desenvolvidos os protocolos para cada indivíduo. Devemos levar em consideração pacientes imunocomprometidos, seu estado imune e os debilitados, devido tratamentos de outras micoses disseminadas, sendo caracterizada pelo comportamento clínico e resposta inicial do paciente. No tratamento da candidíase oral, Histoplasmose, Paracoccidioidomicose, são utilizados diversos medicamentos, desde seu diagnóstico inicial até o estado mais agudo. São indicados Intraconazol, Bactrin e Fluconazol, tratamentos tópicos por aplicação de Cetoconazol e Miconazol. Para pacientes imunodeprimidos é reservado a terapia sistêmica por aplicação de poliênicos, sendo a Nistatina. A Anfotericina B é um fungicida potente, indicado para todas estas patologias quando seu estado está mais avançado, por agir sobre o metabolismo da célula fúngica. É uma droga muito tóxica para o ser humano, sendo administrada em pacientes hospitalizados quando há ineficácia de outros antifúngicos.
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