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SISTEMA ENDÓCRINO Eixo Hipotálamo, Hipófise, GH e Fisiologia: A secreção do hormônio do crescimento é dada pela adenohipófise e é controlada por duas vias do hipotálamo, uma estimulante e outra inibitória. No caso da via estimulante, o hormônio GHRH – produzido no hipotálamo – estimula as células somatotrofos da adenohipófise a induzirem a síntese e a secreção do GH. Ao iniciar sua ação nas células somatrotofos, o GHRH se liga a receptores de membrana acoplados a proteínas Gs, atuando no mecanismo tanto da Adenil ciclase, como também no da fosfolipase C; logo esse hormônio hipotalâmico atua estimulando a síntese e secreção de GH por meio do AMC cíclico e IP3/Ca2+ como segundo mensageiro. Já em relação a via inibitória, o hormônio somatostatina – produzido pelo hipotálamo – atua sobre os somatotrofos inibindo a secreção do hormônio do crescimento; assim a somatostatina fica conhecida como hormônio inibidor da liberação de somatrotopina (SRIF). A somatostatina se liga a seu próprio receptor de membrana, que é acoplado à adenilil ciclase por proteína Gi, inibindo a geração de AMPc e diminuindo a secreção do hormônio do crescimento. Vale ressaltar que o hormônio do crescimento vai ser regulado por três alças de retroalimentação. O GHRH inibe sua própria produção por alça ultracurta; as somatomedinas, que são subproduto da atuação do GH nos tecidos alvos, inibem a produção de GH; e tanto o GH como as somatomedinas estimulam a produção de somatostatina, que tem produto final inibitório. O hormônio do crescimento tem capacidade de diminuir a captação da glicose e sua utilização nos tecidos alvo, como o músculo e o tecido adiposo; logo esse efeito é chamado de “diabetogênico”, dado que produzem um aumento na concentração de glicose no sangue, semelhante quando ocorre a falta de insulina ou tecidos resistentes a insulina. O GH também atua no aumento da síntese proteica e crescimento dos órgãos (hormônio anabólico), uma vez que ele aumenta a captação de aminoácidos e, consequentemente, a síntese de DNA, de RNA e de proteínas. O hormônio de crescimento estimula a lipólise (quebra de lipídeos) no tecido adiposo, promovendo a liberação de ácido graxo e glicerol na corrente sanguínea. Esse ácido graxo é utilizado como fonte de energia nos músculos esqueléticos e, o glicerol, no fígado, é utilizado na gliconeogênese. Ademais, o efeito mais notável do GH é a sua atuação crescimento do tecido ósseo e de cartilagens. No que se refere aos ossos longos e aumento linear, tem-se destaque durante a infância e puberdade, pois as epífises ósseas ainda estão abertas; já em relação ao aumento em espessura, tem-se atuação mesmo após a puberdade, em especial nos ossos curtos. O GH atua também no fígado, promovendo a produção do fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-somatostamina), o qual é um hormônio proteico, mas também circula acoplado a uma proteína, a IGFBP, o que aumenta o tempo de meia vida. Esse IGF, assim como o GH, é importante no crescimento do tecido ósseo. Vale ressaltar que o GH é um hormônio proteico, que atua de forma pulsátil, tento seu maior pico nas primeiras horas do sono, e durante o dia esses pulsos são menores. Fases do Crescimento: Crescimento Fetal: No feto, o regulador dominante da formação de IGF não é o GH, já que os receptores de GH estão geralmente expressos apenas em concentrações baixas nos tecidos fetais (receptores imaturos). Esses receptores são induzidos apenas durante o pico de glicocorticoides que ocorre durante o período perinatal. O fator mais importante para a indução da secreção de IGF pelo feto é a insulina fetal, e sua secreção pode ser estimulada pela elevação da glicose plasmática materna. Embora as ações da insulina sobre o crescimento fetal dependam de IGF, ela apresenta efeito direto sobre a adipogênese, levando a obesidade típica de crianças de mães diabéticas. Os hormônios tireoidianos (T3 e T4) são promotores importantes do crescimento físico e do desenvolvimento neural do feto. Na sua ausência, ocorre o nascimento de crianças com deficiências físicas e mentais e, se sua reposição não ocorrer logo nos primeiros meses após o nascimento, essas alterações tornam-se irreversíveis, estabelecendo-se o cretinismo. Crescimento pós natal: as crianças apresentam dois períodos de crescimento rápido na estatura. O primeiro durante os 2 anos após o nascimento e o segundo na puberdade. Durante o período infantil, a influência do hormônio do crescimento é proeminente, mas as secreções apropriadas de insulina e de hormônio tireoidiano continuam a ser essenciais para o desenvolvimento normal. Crescimento durante a puberdade: na puberdade ocorre o chamado estirão puberal que produz um crescimento transitório acelerado, sendo que a estatura final do indivíduo é definida ao final deste período. Na adolescência, a secreção de androgênios está aumentada, e seus efeitos anabólicos contribuem para o estirão puberal do crescimento. A testosterona testicular possui uma importância enorme nos meninos e os estrogênios ovarianos exercem essa função nas meninas. Os androgênios e os estrogênios também promovem a maturação óssea, promovendo o fechamento das epífises e a interrupção do crescimento dos ossos longos após a puberdade. Referências: COSTANZO, Linda S.. Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 5º edição, 2014. Lyzandra Linhares
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