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Doenças Não-Transmissíveis - Epidemio

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Doenças Não-Transmissíveis 
Característica principal
· Não são propagadas por contágio
· Apresentam longo período de latência, início insidioso e curso prolongado
· Caracterizam-se pela sua etiologia multicausal
· Geralmente denominadas como Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)
Condições
Cardiovascular; Neoplásica; Osteoarticular; Digestiva; Respiratória; Genitourinária; Endócrina; Neurológica; Psiquiátrica
Fatores Causais
AGENTES
Resultam de um processo multifatorial, em geral, gradativo e cumulativo → explicado por uma interrelação complexa entre fatores hereditários e não-hereditários;
Para algumas DCNT, existe agente etiológico conhecido como o vírus da hepatite B associado ao hepatocarcinoma;
Outros exemplos são o fumo, o álcool, os pesticidas, os fertilizantes, o monóxido de carbono e as
radiações;
No entanto, a maioria das DCNT não tem agente responsabilizado como etiológico — o que não significa que ele não exista.
EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCO
A ausência de um agente conhecido, no complexo causal das DCNT, dificulta as pesquisas sobre o
assunto;
O objetivo das pesquisas passou a ser, não a identificação de agentes, como se faz nas doenças infecciosas, mas os fatores de risco associados ao aparecimento da doença;
Intensidade da exposição aos agentes e fatores de risco, para produzir um dano à saúde = único contato ou contato frequente (trabalhadores de indústrias, tabagismo, etilismo...).
Fatores de risco: as circunstâncias do ambiente ou as características das pessoas, herdadas ou adquiridas, que lhes conferem uma maior probabilidade de acometimento, imediato ou futuro, por um dano à
saúde.
Mas os fatores de risco informam a ocorrência da doença em termos de probabilidade, e não de certeza, de modo que não explicam convenientemente o aparecimento da doença.
Exemplo: Doença cardiovascular no sexo feminino
A mulher hipertensa, que fuma e usa anticoncepcional, é séria candidata a sofrer de doença cardiovascular. Mas haverá mulheres, provavelmente a maioria, que, possuidoras dos mesmos fatores de risco, não sofrerão consequências detectáveis destas exposições sobre o sistema circulatório.
PREDISPOSIÇÃO DO ORGANISMO
A hereditariedade tem importante papel na explicação de diferenças de frequências de danos à saúde na população;
As pessoas variam nas respectivas cargas genéticas que recebem de seus familiares — aí incluída a maior ou menor suscetibilidade (ou resistência) às agressões externas;
EXPOSIÇÃO X PREDISPOSIÇÃO 
Em síntese, as pessoas se expõem de maneira desigual aos riscos e respondem também de maneira não-uniforme às agressões = Um misto de “exposição” 
ambiental e “predisposição” do organismo, em complexa interação, é a explicação para o aparecimento da doença.
Modelos de organização dos fatores causais
CADEIA DE EVENTOS
Há uma série única de eventos, de modo a espelhar sinteticamente a história natural da DCNT – simplificação da realidade;
MÚLTIPLAS CAUSAS E EFEITOS
Um fator de risco pode estar associado a mais de uma doença crônica. Ex: a obesidade é fator de risco tanto para a doença coronária como para o diabetes;
Dupla, tripla ou mais vinculação — O modelo de múltiplas causas e múltiplos efeitos reproduz a situação da doença crônica ainda com maior exatidão.
As DCNT estão muito associadas à idade, ao processo de envelhecimento e ao modo de vida das pessoas.
Fatores associados:
· Hereditariedade;
· Industrialização/Urbanização;
· Poluição ambiental;
· Condições de trabalho;
· Preocupações cotidianas;
· Hábitos de vida.
Curso da doença
As DCNT se exteriorizam e progridem com sintomatologia permanente ou fases assintomáticas entremeadas de exacerbações clínicas.
PERÍODO DE LATÊNCIA
Semelhantemente às doenças infecciosas, onde há um período de incubação — limitado entre a exposição ao agente e o aparecimento de manifestações — nas DCNT, aceita-se a existência de um “período de latência” ou “préclínico”, ou “subclínico” de idêntico significado;
Procura-se identificar sinais que auxiliem o diagnóstico das pessoas afetadas ainda neste estágio “pré-clínico”. Ex: busca de lesões pré-cancerosas, através da colpocitologia;
O início insidioso da doença no organismo e o longo período de latência que precede as manifestações clínicas fazem com que a fase patogênica seja de difícil delimitação.
A detecção de estados subclínicos das DCNT é menos exata do que nas infecciosas, já que para estas dispõe-se de numerosos marcadores biológicos como os testes cutâneos e os sorológicos que denunciam a presença da infecção;
A identificação de uma doença crônica geralmente ocorre por ocasião de exacerbação aguda. 
Ex: o infarto agudo do miocárdio que evidencia um caso crônico de aterosclerose = as exteriorizações clínicas representam uma ou mais fases agudas de um processo crônico subjacente.
FATORES PROGNÓSTICOS
O curso da doença pode ser previsto a partir de um melhor conhecimento dos fatores prognósticos;
Ex: o coma prevê um mau prognóstico para o acidente vascular cerebral, ao passo que a manutenção da consciência indica melhores possibilidades de recuperação;
Pesquisas epidemiológicas em ambiente clínico são realizadas para completar o
conhecimento sobre a evolução das doenças – Identificação de fatores presentes no momento do diagnóstico que possam ser preditivos do curso da doença.
Medidas de Prevenção 
Controle das DCNT:
Evitar ou postergar a data do seu aparecimento 
· → Prevenção Primária
Limitar a extensão do dano, uma vez o indivíduo 
esteja afetado 
· → Prevenção Secundária
Reabilitação/ Redução das complicações 
· → Prevenção Terciária
· Prevenção Primária
Objetivo: consiste em manter o indivíduo sadio o maior tempo possível.
As medidas para lidar com as DCNT não têm a mesma eficácia, comparadas às disponíveis para lutar contra as infecções devido:
· Falta de agentes conhecidos, no complexo causal da maioria das DCNT;
· Características das DCNT: início insidioso, assintomático ou de exteriorização clínica inespecífica, aliado à evolução longa e vagarosamente progressiva;
Desafio: Esforço dirigido a um objetivo ainda bastante longínquo, nebuloso e incerto, e não um problema real e atual, que deva merecer prioridade, na visão das pessoas que seriam as beneficiadas. 
ATUAÇÃO ATRAVÉS DE FATORES DE RISCO
Fator de risco – base do raciocínio causal das DCNT;
Muitos fatores de risco já foram identificados no aparecimento das DCNT:
- Modificáveis: são manejáveis pelo próprio indivíduo ou com auxílio profissional;
- Não-modificáveis: não são passíveis de mudança.
FATOR DE RISCO E CAUSALIDADE
· Fatores de risco podem estar apenas associados ao aparecimento da doença, e não estarem causalmente relacionados a ela;
· Somente quando a relação é causal, a eliminação dos fatores de risco diminui a frequência da doença;
· A presença de um fator informa o risco de maneira probabilística e não de certeza absoluta – muitos indivíduos, apesar de possuírem o fator de risco, jamais se tornarão portadores da doença a ele associada.
Dificuldade da atuação através da identificação dos fatores presentes em fase anterior ao aparecimento das manifestações clínicas.
NÍVEL INDIVIDUAL DE ATUAÇÃO
Mudança de estilo de vida
· A ênfase atual de prevenção primária da maioria das DCNT está na modificação do estilo de vida, se ele é considerado risco para a saúde;
· As decisões para estas mudanças são dos indivíduos que apresenta os fatores de risco para determinada doença;
· São fornecidos informações de alerta sobre riscos e também sobre as estratégias de como anular ou minimizar os seus efeitos. Ex: parar de fumar, reduzir o nível de colesterol sérico ou o mínimo de exercício físico a ser estimulado;
· Necessita de esforço individual.
NÍVEL COLETIVO DE ATUAÇÃO
Educação para a saúde
· Objetivo: capacitar ou reforçar atitudes individuais ou coletivas que conduzam à saúde – preparar as pessoas, em diferentes contextos socioculturais, para serem capazes de decidir as suas ações, em direção a
· uma melhor saúde pessoal, familiar e coletiva;
· “O indivíduo mais bem informado está mais protegido”;· Alteração dos fatores de risco + diagnóstico precoce + tratamento oportuno;
· Comunicação de massa: é o que mais ve no BR
Saneamento ambiental
· O homem criou ecossistemas diferentes dos naturais;
· Efeitos positivos, mas também deletérios como: poluição atmosférica, desmatamento, contaminação da água, solo e alimentos...
· Sociedade criou normas a serem cumpridas por todos, sob a fiscalização das autoridades para minimizar esse impacto ambiental e efeitos negativos para a coletividade;
· As normas e rotinas, para controle ambiental, advém de estudos epidemiológicos de avaliação e monitorização de riscos = teste de relações causais. 
Saúde do trabalhador
· A saúde relaciona-se estreitamente com a ocupação e as condições de trabalho = doenças profissionais/ocupacionais clássicas;
· Notificação de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho – Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) Vigilância epidemiológica destas condições;
· Outros danos relacionados ao trabalho que a relação causal não é tão evidente – investigações especiais. Ex: nevralgias, ansiedade, síndrome de Burnout;
· Prevenção Secundária
DIAGNÓSTICO PRECOCE
O diagnóstico advém de dados obtidos na história e no exame clínico e laboratorial. Três estratégias são principalmente utilizadas com a finalidade de diagnosticar os agravos à saúde em início de evolução.
1. Auto-observação;
2. Rastreamento em massa;
3. Exame periódico de saúde.
Auto-observação
· Ao indivíduo são fornecidas as informações e as técnicas para que ele próprio reconheça os sintomas
· e sinais precoces ou de alarme. Se um deles está presente, a pessoa é orientada para procurar auxílio
· especializado;
· Ex: a mulher que rotineiramente observa e palpa os próprios seios, à busca de nódulos;
Rastreamento em massa
· Empresas públicas e privadas organizam programas de triagem para a identificação de indivíduos, aparentemente sadios, com alto risco (fatores de risco) de serem portadoras de uma dada condição;
· Aferição de sinais vitais + Questionário simples e rápido;
· Pessoas positivas à triagem: enviadas a investigações diagnósticas (exames complementares).
Exame periódico de saúde
· Por decisão pessoal, por recomendações técnicas ou por imposição institucional, muitas pessoas se submetem periodicamente a exames para diagnóstico precoce;
· Exames recomendados em base periódica, em função do risco, para detectar uma ou mais doenças em fase precoce, ainda em evolução subclínica;
· Identificação precoce da doença. 
“Tempo ganho” pelo diagnóstico precoce
· O diagnóstico precoce, feito em fase de evolução subclínica da doença, permite um ganho de tempo, de modo que o tratamento possa ser também iniciado precocemente;
· Este “tempo ganho” é o intervalo entre o diagnóstico feito, em um rastreamento, e quando ele teria sido feito pelo aparecimento de sintomatologia típica - Influência positiva sobre o curso da doença.
RECUPERAÇÃO DA SAÚDE
· Uma vez o diagnóstico tenha sido estabelecido, segue-se o tratamento e também uma estimativa de prognóstico;
· O tratamento tem dois componentes:
- Combater o processo da doença e as manifestações já presentes no momento do diagnóstico;
- Evitar um mal futuro, identificado como provável por estudos anteriores sobre prognóstico da afecção — um exemplo é a prescrição de anticoagulantes em infarto agudo do miocárdio.
Tratamento das DCNT
· Em geral, menos eficaz do que o existente para a maioria das enfermidades infecciosas = falta de intervenções inteiramente satisfatórias como vacinas e antibióticos em doenças infecciosas;
· Não tem o objetivo de cura definitiva por impossibilidade de consegui-la — mas sim de aumentar a sobrevida, evitar as complicações e melhorar a qualidade de vida;
· Necessário: ser de fácil acesso, ser abrangente, contínua, coordenada e com equipe multiprofissional;
**FR: AUMENTA A PROBABILIDADE DE FICAR DOENTE
**hereditariedade: é papel mais importante na frequência de danos à saúde

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