Buscar

Cintilografia Miocárdica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEDICINA NUCLEAR BRENDA RODRIGUES 6° SEMESTRE 
Cintilografia Miocárdica 
O coração 
 
 
 
Cortes 
 
Eixo curto [corte axial; parede anterior, inferior, lateral e septo 
interventricular] – Eixo vertical longo [corte sagital; parede anterior, inferior e 
ápice do VE] – Eixo horizontal longo [corte coronal; septo interventricular, 
ápice ventricular e parede lateral] 
 
 
Correlação da irrigação arterial do VE e suas paredes anterior, lateral, inferior 
e septo vistas nas imagens tomográficas reconstruídas dos eixos curto (1), 
vertical longo (2) e horizontal longo (3) (DAE = descendente anterior 
esquerda, ACD = artéria coronária direita, CXE = ramo circunflexo) 
 
 
SPECT cardíaca reconstruído: cortes axiais do VE desde o ápice até a base 
(eixo curto); cortes sagitais do VE desde o septo até a parede lateral (eixo 
vertical longo); cortes coronais do VE desde a parede inferior até a parede 
anterior (eixo horizontal longo) 
 
Irrigação do ventrículo esquerdo 
• O miocárdio é irrigado pelas artérias coronárias [esq. e direita] e 
veias cardíacas; com relação ao ventrículo direito, sua irrigação 
é realizada pela artéria coronária direita [ACD] e esquerda 
[ACE], originando o ramo interventricular anterior 
[descendente anterior esquerda [DAE]] e o ramo circunflexo 
[CXE]; a ACD se origina do seio da aorta direito ascendente e 
segue pelo sulco coronário, emitindo ramos que irrigam o 
miocárdio, além de suprir também a parede inferior e o ápice 
do ventrículo esquerdo; a ACE se origina do seio da aorta 
esquerdo e emite o ramo DAE, que supre a parede anterior do 
VE, parede septal e o ápice do miocárdio; a CXE supre a 
parede lateral do VE 
 
o Caso alguma artéria coronária ou seus ramos sofra estenose por placas 
de ateroma, consequentemente ocorre a diminuição da irrigação 
sanguínea [isquemia] em sua respectiva parede ventricular, 
aparecendo na imagem uma hipoperfusão no local irrigado por tal 
artéria 
 
o Correlação: região de hipoperfusão + artéria irrigada → auxílio no 
prognóstico e na conduta terapêutica 
 
Definição 
• A CPM é uma técnica não invasiva, segura, que utiliza o estresse 
físico ou farmacológico para detectar a presença de doença 
arterial coronária [DAC], infarto agudo do miocárdio [IAM], 
avaliação do miocárdio viável em pacientes com DAC, 
isquemias etc., avaliando precocemente as alterações 
 
o Corresponde a mais de 50% das cintilografias realizadas pelo SUS 
 
• Avalia indiretamente o fluxo sanguíneo e a reserva miocárdica 
[capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo coronário em resposta à 
demanda metabólica] 
 
Procedimento 
• Utiliza-se a substância radioativa sestamibi ou tetrofosmin 
marcado com o tecnécio [sestamibi-tc99m ou tetrofosmin-
tc99m], ou o radioisótopo Tálio-201 injetado através de uma 
veia periférica [endovenosa], posteriormente captado pelos 
miócitos [células cardíacas] 
 
• As imagens são obtidas em duas etapas; repouso [estado basal] 
e estresse [aumento do fluxo sanguíneo no coração] 
 
o Ambas as fases são dispostas de forma comparativa e pareadas entre si, 
permitindo a avaliação da viabilidade perfusional, reserva contrátil 
miocárdica, melhora da contratilidade pós-revascularização e nos 
valores diastólicos e sistólicos finais 
 
 
 
• O miocárdio tem 3 territórios de irrigação; descendente anterior 
[e seus ramos], circunflexa [e seus ramos, originárias do tronco 
da coronária direita] e artéria coronária direita [e seus ramos] – 
por isso, o estudo da perfusão é feito da parede anterior, septal, 
apical, lateral e inferior, e estes são adquiridos e analisados em 
cortes tomográficos nos sentidos vertical e horizontal [segundo 
seus maior e menor eixos] 
 
Quando realizar? 
• Dor torácica e suspeita de isquemia coronariana 
 
• Angina do eito instável para avaliar a extensão e a gravidade da 
isquemia coronariana 
 
• Infarto do miocárdio para avaliação da extensão e gravidade 
 
• Doença arterial coronariana crônica com a finalidade de 
diagnóstico 
 
• Insuficiência cardíaca para avaliação do ventrículo esquerdo 
 
• Após transplante cardíaco 
 
• Doença das válvulas para avaliar a função cardíaca 
 
Como é feita? 
• Realizada preferencialmente com teste de esforço em esteira 
 
o Em pacientes incapacitados para esforço físico, a etapa de estresse é 
realizada com a injeção de dipiridamol [substância vasodilatadora] – 
deve-se tentar evitar, pois pode provocar broncoespasmos 
MEDICINA NUCLEAR BRENDA RODRIGUES 6° SEMESTRE 
 
• A prova radioativa permite a análise da intensidade da 
captação do radioisótopo em alguma parte do músculo 
cardíaco; a menor [hipocaptação] ou maior [hipercaptação] 
permite o estudo da função cardíaca 
 
• A interpretação pode ser feita qualitativamente, descrevendo a 
intensidade e a extensão das áreas hipocaptantes [quando 
presentes], ou através de análise semiquantitativa 
 
• O exame é realizado através de aquisições SPECT [Single-Photon 
Emission Computed Tomography] a qual adquire as contagens de 
fótons em torno do paciente e realiza uma reconstrução 
matemática para criar o volume tridimensional do órgão – essa 
técnica necessita de um sinal maior para reduzir o ruído na 
imagem 
 
o Vantagem: visualização tridimensional 
 
o Desvantagem: tempo de aquisição 
 
• Na SPECT cardíaca, é analisado o ventrículo esquerdo 
[apresenta uma musculatura mais hipertrofiada quando 
comparado ao v. direito [VD]], precisando de uma maior 
perfusão, captando mais radiofármaco e corando mais na 
imagem] 
 
Isquemia miocárdica 
• Aparece como hipoperfusão transitória, ou seja, representa um 
defeito perfusional no teste de estresse que se normaliza no 
de repouso, pois ao aumentar o trabalho realizado pelo 
miocárdio, o fluxo de perfusão ventricular é prejudicado pela 
isquemia 
 
 
 
Hipoperfusão transitória (isquemia) na parede anterior do ventrículo 
esquerdo (setas). Nota-se melhora perfusional no repouso 
 
 
 
 
Infarto agudo do miocárdio 
• Aparece como uma hipoperfusão persistente, ou seja, um 
defeito fixo em ambas as fases de estresse e repouso, devido 
ao tecido cardíaco já infartado não ser vascularizado, pois é 
uma área que teve perda de função 
 
 
 
Hipoperfusão persistente (fibrose/infarto) nas paredes anterior (setas) e 
inferior (cabeças de seta) do ventrículo esquerdo 
 
 
 
Caso clínico 
• Paciente do sexo masculino, 57 anos, casado, chega ao Hospital 
queixando-se de for no peito aos médios esforços. Informa 
histórico familiar de IAM e comorbidade de hipertensão arterial 
sistêmica. Médico plantonista do pronto atendimento solicitou 
uma Cintilografia de perfusão de miocárdio ao paciente 
 
 
 
• Laudo: Isquemia Discreta, e de pequena extensão nas paredes nas 
paredes anterior e inferior do VE, totalizado e aproximadamente 6% do 
miocárdio isquêmico. Função global do VE normal

Outros materiais