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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 14ª VARA CRIMINAL DA COMARCA X Processo Criminal n° XXXXXXXXX Paulo, inscrito no CPF sob nº XXXXXXXXXXX, residente e domiciliado à Rua XXXXXX, bairro XXXXX, Goiânia/GO, seu advogado ao final assinado, vem respeitosamente à presença de vossa excelência, por seu representante legal, apresentar sua RELAXAMENTO DE PRISÃO Com fundamento no art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, e no art. 316 do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir exposto. I- DOS FATOS Paulo foi denunciado pelo crime tipificado no artigo 250 do Código Penal, pois teria, dolosamente, provocado incêndio na casa de Josefa. O juiz da vara decretou a prisão preventiva, para assegurar a aplicação da lei penal, uma vez que restou nos autos que Paulo tentaria se evadir da cidade. No entanto, durante a investigação criminal, foi revelado que Paulo não pretendia atear o fogo. Além disso, ele nunca tentou deixar a área. Como todos sabemos, Paulo veio de uma boa formação, morava em um lugar fixo e era ajudante de pedreiro. II- DO DIREITO O Requerente pugna pela sua liberdade para que possa responder adequadamente ao processo, pela aplicabilidade do Princípio da Presunção de Inocência, até que se esgotem todos os recursos da ampla defesa e contraditório, onde a prisão cautelar é uma exceção. Pela sistema implantado pela Lei nº 12.403/2011, as prisões cautelares são a última ratio, ou seja, deve ser o ultimato final de todas as medidas cautelares disponíveis em nosso ordenamento jurídico. Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (...) § 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319). Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Embora o requerente esteja sob investigação policial, isso não pode ser visto como um fato prejudicial à sua conduta, pois a Constituição Federal determina que ele só é considerado culpado após condenação penal transitada em julgado: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LVII. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Por fim, quanto a aplicação da lei penal, que visa garantir a finalidade útil do processo, qual seja, garantir ao Estado o seu exercício do direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado o autor de uma infração penal, também não se encontra presente. III- DO PEDIDO Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente a Vossa Excelência, nos termos do artigo 316, ab initio, do Código de Processo Penal, a revogação da prisão preventiva do requerente, com a expedição do competente alvará de soltura, e a aplicação de medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, as quais Vossa Excelência entender ser justa e cabível ao presente caso. Neste termos, pede e espera deferimento. Goiânia, 29 de abril de 2022. Sofya Bruna Costa e Silva OAB nº 600791941
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