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LEGISLAÇÃO-AMBIENTAL-E-LICENCIAMENTO-AMBIENTAL-2

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1 
 
 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
1 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 1 
CONCEITOS IMPORTANTES .................................................................................... 4 
NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................. 7 
DEFINIÇÃO, EVOLUÇÃO E OBJETIVOS ................................................................. 8 
PRINCÍPIOS E BENEFÍCIOS DA NORMALIZAÇÃO ............................................... 9 
SISTEMA INTERNACIONAL DE NORMATIZAÇÃO E A DINÂMICA DA 
CERTIFICAÇÃO ....................................................................................................... 10 
CERTIFICAÇÃO NBR ISO 14001 – GESTÃO AMBIENTAL .................................. 13 
BREVES REFLEXÕES .............................................................................................. 13 
SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO ................................................................. 14 
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: INTERAÇÃO ENTRE LCM E LCA ........... 15 
A SUSTENTABILIDADE E A GESTÃO AMBIENTAL ........................................... 16 
A NORMA ISO 14001................................................................................................ 21 
TC- GERENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................... 21 
REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA ISO 14001 ............... 25 
MODELO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL.............................................. 26 
SUBSEÇÃO 4.2 - POLÍTICA AMBIENTAL ............................................................. 27 
SUBSEÇÃO 4.3 - PLANEJAMENTO ........................................................................ 27 
SUBSEÇÃO 4.4 - IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO ............................................ 28 
SUBSEÇÃO 4.5 - VERIFICAÇÃO ............................................................................ 30 
SUBSEÇÃO 4.6 - ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO .......................................... 31 
CERTIFICAÇÃO NBR 16000 E ISO 26000 – GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
 ................................................................................................................................... 31 
CONTEXTUALIZAÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES .................................................... 31 
3 
 
 
PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................... 34 
PROGRAMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO EM RESPONSABILIDADE 
SOCIAL ..................................................................................................................... 37 
CERTIFICAÇÃO OHSAS 18000 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL ...... 39 
CERTIFICAÇÃO PARA SISTEMAS DE SEGURANÇA .......................................... 43 
IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVAS PARA CERTIFICAÇÃO PARA SISTEMAS 
DE SEGURANÇA ...................................................................................................... 43 
AUDITORIA E PRÉ-AUDITORIA ............................................................................ 47 
ETAPAS DO LICENCIAMENTO .............................................................................. 49 
 .................................................................................................................... 55 
O que fazer quando estiver em operação, mas sem a Licença? ...................... 55 
Modificar atividade ou empreendimento é preciso uma nova Licença? ......... 56 
OBTENÇÃO DAS LICENÇAS AMBIENTAIS ......................................................... 59 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 70 
 
 
4 
 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
Na gestão de negócios, qualquer que seja ele, área industrial, saúde, educação, 
encontramos pelo menos quatro funções ou ações básicas que se fazem presentes: 
planejar, executar, controlar e avaliar, objetivando que o negócio cresça, que se mantenha 
no mercado, que atenda ao seu público com eficiência e eficácia, entregando-lhe produtos 
e/ou serviços de qualidade sem perder de vista seu objetivo maior. Grosso modo, no caso 
da empresa privada seria o lucro mediante redução de custos e em se tratando de empresas 
públicas, atendimento ao público com qualidade. 
Qualidade, eficiência, eficácia são alguns dos critérios que nos levam aos Sistemas 
de Gestão Integrados, os conhecidos SIG’s, que vão além da satisfação dos clientes, 
objeto do sistema de gestão de qualidade, ou de proteção ao meio ambiente, objeto do 
sistema de gestão ambiental. 
Os SIGs garantem que, respondendo às exigências de uma regulamentação cada 
vez mais rigorosa, respeitando o ambiente e preocupando-se permanentemente com a 
saúde e a segurança das pessoas no trabalho, ou seja, considerando a dimensão ambiental 
e social, a satisfação do cliente estará ainda mais garantida, pois são quatro sistemas 
compatíveis integrados com um único intuito: a obtenção de resultados cada vez melhores 
para as organizações que os adotem (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMANN, 
2008). 
Chegamos onde queríamos: aos sistemas de normalização! A implantação de 
sistemas de normalização disponibiliza, para os gestores das organizações, poderosa 
ferramenta para estabelecer e atingir objetivos organizacionais. 
A utilização da normalização internacional, muito além de impactar na redução 
de custos de produção e melhoria da qualidade do produto final, tem gerado benefícios 
não apenas em aspectos tecnológicos, mas também na área econômica e social, tais como: 
 aos consumidores, a conformidade com normas internacionais assegura 
qualidade, confiabilidade e segurança; 
 aos fornecedores, assegura ampla aceitação internacional de seus produtos, 
estabilidade, crescimento, parceria com clientes e facilidade de compreensão 
mútua; 
 aos acionistas, proporciona melhores resultados operacionais, aumento na 
participação de mercado, crescimento nos lucros e no retorno sobre investimentos; 
5 
 
 
 aos empregados, proporciona melhores condições de trabalho, saúde e segurança, 
estabilidade empregatícia, satisfação com o trabalho e efeitos morais positivos; 
 aos governos, fornece bases tecnológicas e científicas para apoiar a legislação de 
saúde, segurança e meio ambiente; e, 
 para a sociedade, facilita o cumprimento de requisitos legais e regulamentares, 
gera melhoria na saúde e segurança e reduz impactos sociais e ambientais. 
Embora o foco deste módulo seja a Norma ISO 14001, veremos algumas outras, 
conforme as ilustrações abaixo. 
A Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) justifica e explica de 
maneira sucinta e clara, a importância de tais normas, vejamos algumasdelas: 
a) Sistema de Gestão Ambiental – ABNT NBR 14001 
O aumento crescente da consciência ambiental e a escassez de recursos naturais 
vêm influenciando cada vez mais as organizações a contribuírem de forma sistematizada 
na redução dos impactos ambientais associados aos seus processos. 
A Conformidade do sistema com a ABNT NBR 14001 garante a redução da carga 
de poluição gerada por essas organizações, porque envolve a revisão de um processo 
produtivo visando a melhoria contínua do desempenho ambiental, controlando insumos 
e matérias-primas que representem desperdícios de recursos naturais. 
Certificar um Sistema de Gestão Ambiental significa comprovar junto ao mercado 
e à sociedade que a organização adota um conjunto de práticas destinadas a minimizar 
impactos que imponham riscos à preservação da biodiversidade. 
Com isso, além de contribuir com o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da 
população, as organizações obtêm um considerável diferencial competitivo fortalecendo 
sua ação no mercado. 
b) Sistema de Gestão da Responsabilidade Social – ABNT NBR 16001 
O surgimento de movimentos dirigidos aos interesses diversos dos consumidores 
impõe nas organizações a necessidade de se atualizarem frente a este contexto. 
Certamente, as organizações que possuem posicionamento ético melhoram sua imagem 
pública gradativamente, alcançando maior legitimidade social. 
Para ser realmente eficiente, os procedimentos da organização precisam ser 
conduzidos dentro de um sistema de gestão estruturado. A partir daí, a Certificação do 
Sistema de Gestão de Responsabilidade Social demonstrará ao mercado que a 
organização não existe apenas para explorar os recursos econômicos e humanos, mas 
também para contribuir com o desenvolvimento social, por meio da realização 
6 
 
 
profissional de seus colaboradores e da promoção de benefícios ao meio ambiente e às 
partes interessadas. 
c) Sistema da Segurança e Saúde Ocupacional – OHSAS 18001 
Este sistema tem por objetivo assegurar o bom cumprimento de procedimentos e 
cuidados que venham a garantir o gerenciamento dos riscos de saúde e segurança em uma 
organização. Também neste caso, nota-se certa pressão da sociedade para que as 
organizações ajam de maneira que sejam evitados acidentes ou fatalidades com seus 
colaboradores. 
Trabalhando com base nesses princípios, a organização consegue também a 
geração de mais qualidade e produtividade dos empregados e de seus processos fabris. 
Tendo todos estes procedimentos funcionando, a Certificação do Sistema da Segurança e 
Saúde Ocupacional serve ainda para mostrar, tanto para os fornecedores quanto para os 
consumidores, o grau de seriedade do trabalho de uma organização. 
d) Segurança da informação: 
Em determinados ramos de negócio, a informação se mostra como o bem mais 
importante e, sendo assim, precisa ser protegida de acordo com os riscos associados. Para 
manter características como confidencialidade, integridade e disponibilidade das 
informações, organizações deste setor buscam várias formas de se protegerem, a fim de 
garantir a entrega de um bom trabalho. 
O Sistema de Gestão de Segurança da Informação é uma forma de gerenciamento 
utilizada para estabelecer políticas baseadas na análise de risco do negócio. Tendo este 
sistema certificado, a organização demonstrará sua capacidade de definir, implementar, 
operar, manter e sempre melhorar a segurança da informação (www.abnt.org.br). 
Mediante as premissas acima, começaremos nossos estudos pela definição de 
normas técnicas, seus objetivos, os princípios e benefícios. Na sequência, os sistemas de 
normalização e a dinâmica da certificação. Cada sistema e sua respectiva NBR ISO terá 
uma unidade específica. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco 
às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de 
maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro 
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que 
consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em 
vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. 
7 
 
 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que 
foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para 
sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. 
NORMAS TÉCNICAS 
Falar em normas técnicas nos remete de imediato à Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) e à Organização Internacional para Padronização (ISO). 
Sobre a ABNT é importante saber: 
 foi fundada em 1940, é o órgão responsável pela normalização técnica no país, 
fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro; 
 é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro 
Nacional de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO 
(Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), de 
24.08.1992; 
 é membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da 
COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN 
(Associação Mercosul de Normalização); 
 a ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades 
internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC 
(International Electrotechnical Commission); e das entidades de normalização 
regional COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN 
(Associação Mercosul de Normalização). 
Quanto a ISO, em 1946, em Londres, Inglaterra, representantes de vinte e cinco 
países decidiram criar uma organização internacional com o objetivo de facilitar, em nível 
mundial, a coordenação e a unificação de normas industriais. Essa organização, com sede 
em Genebra, Suíça, começou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947 com a 
denominação International Organization for Standardization (ISO), ou Organização 
Internacional de Normalização. 
A ISO é uma organização não governamental internacional, que hoje reúne mais 
de uma centena de organismos nacionais de normalização. Representando países que 
respondem por cerca de 95% do PIB mundial, tem por objetivo promover o 
desenvolvimento da padronização de atividades correlacionadas, de forma a possibilitar 
o intercâmbio econômico, científico e tecnológico em níveis mais acessíveis aos aludidos 
organismos (MARSHALL JR., 2001). 
8 
 
 
DEFINIÇÃO, EVOLUÇÃO E OBJETIVOS 
Normalização pode ser definida como uma atividade que estabelece, em relação a 
problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e 
repetitiva, com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto. 
O contexto da normalização não se restringe à modernidade. Ao contrário, há 
muito tempo, na história da evolução humana, a normalização é uma constante. Pesos e 
medidas, dinheiro, leis, expressões gráficas para representar números e letras são 
exemplos de normalização fundamentais para a vida em coletividade. 
Segundo Ribeiro Neto, Tavares e Hoffmann (2008), foi em fins do século XVIII 
que tivemos uma concepção moderna de normalização, de caráter técnico e científico, 
exatamente quando foi criado o sistema métrico de medidas e surgiu, na indústria, o 
conceito de produção em série, com a consequente necessidade de intercambialidade de 
componentes. A percepção dos benefícios decorrentes da intercambialidade de peças, não 
só em uma mesma fábrica, mas entre diferentes fábricas, estimulou em alguns países o 
desenvolvimento dos primeiros organismos de normalização. 
São objetivos da normalização: 
 comunicação – proporciona os meios necessários para a troca adequada de 
informações entre clientes e fornecedores, com vista a assegurar a confiança e umentendimento comum nas relações comerciais; 
 simplificação – reduz as variedades de produtos e de procedimentos, de modo a 
simplificar o relacionamento entre produtor e consumidor; 
 proteção ao consumidor – define os requisitos que permitam aferir a qualidade 
dos produtos e serviços; 
 segurança – estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a proteção da 
vida humana, da saúde e do meio ambiente; 
 economia – diminui o custo de produtos e serviços mediante a sistematização, 
racionalização e ordenação dos processos e das atividades produtivas, com a 
consequente economia para fornecedores e clientes; 
 eliminação de barreiras – evita a existência de regulamentos conflitantes, sobre 
produtos e serviços, em diferentes países, de forma a facilitar o intermédio 
comercial. 
9 
 
 
 PRINCÍPIOS E BENEFÍCIOS DA NORMALIZAÇÃO 
O processo de elaboração de normas técnicas está apoiado em princípios, que são 
fundamentais para que todos os objetivos da normalização sejam atendidos e para que ela 
seja eficaz na sua aplicação e reconhecida por todos. 
 Princípio da Voluntariedade – a participação em processo de normalização não é 
obrigatória e depende de uma decisão voluntária dos interessados. Essa vontade 
de participar é imprescindível para que o processo de elaboração de normas 
ocorra. Outro aspecto que fundamenta a voluntariedade do processo de 
normalização é o fato de que o uso da norma também não é obrigatório, devendo 
ser resultado de uma decisão em que são percebidas mais vantagens no seu uso 
do que no não uso. 
 Princípio da Representatividade – é preciso que haja participação de especialistas 
cedidos por todos os setores – produtores, organizações de consumidores e neutros 
(outras partes interessadas tais como universidades, laboratórios, institutos de 
pesquisa, órgãos do governo), de modo que a opinião de todos seja considerada 
no estabelecimento da norma. Dessa forma, ela de fato reflete o real estágio de 
desenvolvimento de uma tecnologia em um determinado momento, e o 
entendimento comum vigente, baseado em experiências consolidadas e 
pertinentes. 
 Princípio da Paridade – não basta apenas a representatividade, é preciso que as 
classes (produtor, consumidor e neutro) estejam equilibradas, evitando-se assim a 
imposição de uma delas sobre as demais por conta do maior número de 
representantes. Assim, deve-se buscar assegurar o equilíbrio das diferentes 
opiniões no processo de elaboração de normas. 
 Princípio da Atualização – a atualização do processo de desenvolvimento de 
normas, com a adoção de novos métodos de gestão e de novas ferramentas de 
tecnologia da informação, contribui para que o processo de normalização 
acompanhe evolução tecnológica. Esse princípio de atualização deve ser 
constantemente perseguido para que a normalização atenda à intensa demanda 
considerando que uma norma defasada tecnologicamente fatalmente cairá no 
desuso. 
10 
 
 
 Princípio da Transparência – todas as partes interessadas devem ser 
disponibilizadas, a qualquer tempo, as informações relativas ao controle, 
atividades e decisões sobre o processo de desenvolvimento de normas técnicas. 
 Princípio da Simplificação – o processo de normalização deve ter regras e 
procedimentos simples e acessíveis, que garantam a coerência, a rapidez e a 
qualidade no desenvolvimento e implementação das normas. 
 Princípio do Consenso – para que uma norma tenha seu conteúdo o mais próximo 
possível da realidade de aplicação, é necessário que haja consenso entre os 
participantes de sua elaboração. Consenso é processo pelo qual um Projeto de 
Norma deve ser submetido, compreendendo as etapas de análise, apreciação e 
aprovação por parte de uma comunidade, técnica ou não. A finalidade desse 
processo de consenso é o de atender aos interesses e às necessidades da 
coletividade, em seu próprio benefício. Não é uma votação, mas um compromisso 
de interesse mútuo, não devendo, portanto, ser confundido com unanimidade. 
Quanto aos inúmeros benefícios, citando apenas alguns, a normalização ajuda a: 
 organização do mercado; 
 constituição de uma linguagem única entre produtor e consumidor; 
 melhorar a qualidade de produtos e serviços; 
 orientar as concorrências públicas; 
 aumentar a produtividade, com consequente redução dos custos de produtos e 
serviços, a contribuição para o aumento da economia do país e o desenvolvimento 
da tecnologia nacional. 
 
SISTEMA INTERNACIONAL DE NORMATIZAÇÃO E A DINÂMICA DA 
CERTIFICAÇÃO 
Um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades é 
chamado de sistema, o qual trabalha de maneira coordenada, embora cada uma destas 
partes tenha objetivos próprios. Em se tratando de sistemas de gestão, com foco na ISO 
9001, estes são baseados em normas internacionais, ou seja, em especificações 
estabelecidas em consenso e aprovadas por um organismo específico composto por 
membros de vários países (FERREIRA, 2012). 
Segundo a ABNT (2008), dentre alguns dos objetivos da normalização tem-se a 
possibilidade de uma melhor comunicação entre o cliente e o fornecedor (melhorando a 
11 
 
 
confiabilidade das relações comerciais e de serviços) e a eliminação de barreiras técnicas 
e comerciais (evitando a existência de regulamentos conflitantes em diferentes países). 
Assim, observa-se que a normalização está presente em diversas áreas, sendo que, 
com isso, são geradas várias normas internacionais de gestão que, devido à necessidade 
das organizações em atender à demanda de diversos grupos de interesse, vêm sendo 
amplamente adotadas (ZUTSHI; SOHAL, 2005 apud VITORELI, 2011). 
De acordo com Fortes (2007, p. 47 apud OLIVEIRA et al., 2009, p. 18-9), a ISO 
é considerada a maior instituição do mundo que trata das “questões de desenvolvimento 
de padrões voltados à área técnica”, e afirma ainda que “a utilidade dos padrões se estende 
aos ambientes de produção, tanto privados quanto públicos, tornando-os mais seguros, 
eficientes e transparentes”. Tais padrões podem ser utilizados “como base técnica para as 
questões legais que envolvam a saúde, o ambiente e a segurança”. 
A ABNT foi o órgão nacional responsável por produzir traduções referentes a 
essas normas. Até dezembro de 2005, haviam sido conferidas 776.608 certificações ISO 
9001 em todo o mundo (FNQ, 2006 apud OLIVEIRA et al., 2009). 
A sobrevivência das organizações em tempos de globalização e competitividade 
passa pela garantia de produtos e serviços com uma qualidade beirando a excelência. Pois 
bem, a solução encontrada pelas empresas é investir em um sistema de qualidade, 
conforme os requisitos normativos da ISO 9001 e outras normas que veremos em detalhes 
ao longo do módulo, com foco maior na certificação para gestão ambiental. 
De acordo com Carpinetti et al. (2007 apud STAINO et al., 2011), em alguns 
casos, essas certificações são necessárias uma vez que são exigidas pelo próprio cliente, 
em outras situações, mesmo que isso não ocorra, a implementação criteriosa dos 
requisitos de gestão estabelecidos na norma elevará a eficácia e eficiência da empresa, 
tornando-a mais competitiva. 
Para a implantação de sistemas de gestão da qualidade, conforme as normas da 
série ISO, é necessário atentar para os princípios estabelecidos pela norma, como foco no 
cliente, liderança, abordagem factual para a tomada de decisão, abordagem sistêmica, 
abordagem por processos, relação benéfica com fornecedores e melhoria contínua. 
As empresas devem tomar decisões baseadas em fatos e dados, os quais podem 
ser obtidos por meio das ferramentas da qualidade. Para identificar os processos-chave de 
uma organização, deve ser realizado um estudo de todas as atividades que fazem parte da 
rotina de trabalho da empresa, de forma crítica e sem omissões (STAINO et al., 2011). 
12 
 
 
Segundo Marshall JR. (2001), a ISO tem por objetivo promover o 
desenvolvimento da padronizaçãoe de atividades correlacionadas de forma a possibilitar 
o intercâmbio econômico, cientifico e tecnológico em níveis mais acessíveis aos aludidos 
organismos. 
A família de norma ISO representa um consenso internacional em boas práticas 
que possam assegurar que a organização forneça produtos/serviços que atendam ou 
superem as necessidades de seus clientes, que são o foco desta norma. 
Elas auxiliam na melhoria dos processos internos, no aumento da capacitação dos 
funcionários, no acompanhamento da satisfação dos clientes, colaboradores e 
fornecedores, num processo contínuo de melhoria. Para a preparação destas normas 
internacionais são conciliados os interesses dos produtores, consumidores, comunidade e 
governo. 
Na prática, a normalização está presente na fabricação dos produtos, na 
transferência de tecnologia e na melhoria da qualidade de vida, através de normas 
relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio ambiente. 
Devido a fatores como a evolução tecnológica, desenvolvimento de novas 
ferramentas, metodologias, novos requisitos, entre outros, a ISO estabeleceu que as 
normas devem ser revisadas em períodos inferiores a 5 anos. 
Nesse contexto, a certificação é um procedimento para alcançar um padrão que 
assegure qualidade, surgida da necessidade de as organizações comunicarem a seus 
clientes e ao mercado a adequação de seus princípios de gestão aos requisitos ISO. Como 
as normas são revisadas periodicamente, a certificação passa a ser uma atividade 
dinâmica. 
A certificação é efetuada por um organismo certificador que no âmbito Sistema 
Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) deve estar cadastrado no Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) para exercer 
tal atividade. Isso acontece para que o processo de certificação seja imparcial e a 
credibilidade do certificado seja assegurada. 
As auditorias são realizadas com o objetivo de averiguar se atividades 
desenvolvidas estão de acordo com o estabelecido previamente. Elas são divididas em 
auditoria de adequação (verificação da conformidade da documentação da organização à 
norma) e auditoria de conformidade (verificação por meio de evidência objetiva, da 
efetiva implementação dos procedimentos que compõem o sistema da qualidade de uma 
empresa). 
13 
 
 
Também são classificadas como auditorias de primeira parte (auditoria interna), 
de segunda parte (cliente-fornecedor) e de terceira parte (sem relação comercial, feita por 
um organismo independente) (MAGALHÃES, 2009). 
CERTIFICAÇÃO NBR ISO 14001 – GESTÃO AMBIENTAL 
BREVES REFLEXÕES 
Não há dúvida que o conceito de sustentabilidade vem evoluindo ao longo do 
tempo! Principalmente a evolução da percepção de sobrevivência da organização, para o 
consenso de que é preciso sobreviver sem comprometer as gerações futuras. Essa visão 
mais ampla de sustentabilidade emergiu em uma perspectiva tridimensional, 
incorporando as dimensões econômica, social e ambiental, ou o termo em inglês Triple 
Bottom Line (CARVALHO; MIGUEL, 2012). 
Esse tripé vem em grande medida responder ao processo de exaustão dos recursos 
naturais, em grande medida fruto de uma visão míope da dimensão econômica e da 
perspectiva de curto prazo. Nesta visão antiga, a hipótese que conduzia a ação é que as 
questões ambientais e sociais trariam impacto negativo na dimensão econômica, o que 
tem sido contestado nestas últimas décadas, pelas evidências de que as três dimensões se 
reforçam, formando um ciclo virtuoso (CARVALHO; RABECHINI JR, 2011). 
Essa nova visão vem não somente como fruto de uma sociedade mais consciente 
e crítica quanto a questões ambientais e sociais, mas também alarmada pela ocorrência 
de eventos extremos e aquecimento global. Esse processo resultou em legislações e 
normas mais rígidas, com maior fiscalização e responsabilização por passivos ambientais. 
Por outro lado, as empresas também perceberam o potencial competitivo do tema. 
O desafio de produzir com maior eficiência no uso de recursos naturais cada vez mais 
escassos, gerindo o ciclo de vida do projeto ao descarte, tem gerado ganhos efetivos e 
minimizado problemas ambientais, que pode deteriorar a imagem da empresa perante os 
consumidores. Nesse sentido o “marketing verde” representa fonte de vantagem 
competitiva desde que feito de forma autêntica e com consistência ao longo do tempo, ou 
seja, faça parte dos valores da organização (CARVALHO; MIGUEL, 2012). 
Embora essa nova tendência seja clara, ainda há muito que fazer. Uma pesquisa 
sobre sustentabilidade realizada com uma centena de empresas da lista da revista Fortune 
revelou que 72% delas não incluem aspectos relacionados à sustentabilidade em seus 
projetos, investimentos, transações ou processos de avaliação. 
14 
 
 
É claro que existem empresas pioneiras em adotar a abordagem sustentável, como 
é o caso da Natura no Brasil ou da americana Body Shop. No entanto, podemos situar as 
empresas em uma escala contínua que vai de uma postura reativa, com baixo 
comprometimento com essa causa, cumprindo estritamente a lei, até organizações mais 
comprometidas, com postura proativa. 
Nessas empresas mais proativas, observamos uma preocupação sistêmica com a 
sustentabilidade que, em geral, é desdobrada para os seus sistemas de gestão. Uma das 
ações nesse sentido é a tentativa de integrar estes sistemas gerenciais por meio de um 
sistema integrado de gestão. 
Os sistemas integrados de gestão (SIG) compõem-se de um conjunto de quatro 
normas gerenciais de cunho voluntário, que, se adotadas em conjunto nas organizações, 
permitem uma visão de integrada sustentável. 
É claro que apenas as normas não garantem que a empresa terá uma postura 
proativa, pois isso depende da estratégia e da cultura e valores da organização. No entanto, 
a iniciativa de ter um sistema integrado de gestão demonstra o grau comprometimento 
com a gestão do tripé da sustentabilidade na organização. 
Esse conjunto de normas é composto pelas normas ISO 9000 e ISO 14000, de 
gestão da qualidade e de gestão ambiental, respectivamente, acrescidas das normas ISO 
26000 de responsabilidade social e da OHSAS 18000 de saúde e segurança ocupacional. 
SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO 
O desenvolvimento das três normas da ISO, International Organization for 
Standardization, veio em ordem cronológica, iniciada pela de gestão da qualidade, 
seguida da gestão ambiental e, mais recentemente, da norma de responsabilidade social, 
sendo que a pioneira série ISO 9000, amplamente adota pelas empresas, influenciou 
fortemente a estrutura das normas subsequentes ISO 14000 e ISO 26000. 
Ambas adotam o conceito de melhoria contínua e propõem diretrizes de mudança. 
A outra norma mencionada trata das questões de saúde e segurança ocupacional, 
denominada da série OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assessment Series). 
Essa norma, em conjunto com a família ISO 14000, fornece a base para o que as empresas 
têm chamado de SMS (saúde, meio ambiente e segurança). 
Embora sinérgicas, caso implementadas de forma estanque, podem gerar 
desperdícios e aumento desnecessário de documentação gerando burocracia. Desta forma, 
as empresas que adotam as quatro normas simultaneamente devem criar um sistema 
15 
 
 
integrado de gestão, o que é relativamente mais simples, dado que as quatro normas 
adotam estrutura similar. Também o planejamento e gestão dos recursos alocados deve 
ser conjunto. 
Há métodos de integração dos sistemas de gestão, a maioria com propostas por 
fases, que variam de um nível de gestão isolado até a integração plena, passando por 
níveis intermediários. A integração pode se dar de forma paulatina, em que coexistem 
documentos dos sistemas, mas o conteúdo é comparado, havendo referências cruzadas e 
coordenação interna. Na versão integrada há processos genéricos e ciclo de gestão 
integração (BERNARDO et al., 2009 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012).A seguir veremos uma síntese de cada uma das normas usadas em um sistema de 
gestão integrado, voltado para a sustentabilidade. 
A preocupação com gestão ambiental pode ter visões distintas conforme a cultura 
organizacional das empresas. Há três visões mais comuns de abordagem para a gestão 
ambiental empresarial: a) controle da poluição; b) prevenção da poluição e c) abordagem 
estratégica. 
Enquanto na abordagem de controle da poluição, o comportamento é mais reativo, 
em que a organização responde às pressões da comunidade e cumpre a lei; na abordagem 
estratégica de gestão ambiental a postura é proativa e concebida como parte do negócio, 
desde o marketing e projeto do produto até as técnicas de produção mais limpa e o pós-
venda. 
As normas da série ISO 14000, de maneira geral, abordam a gestão ambiental. No 
entanto, é necessário salientar o conceito de gerenciamento do ciclo de vida (life cycle 
management – LCM), tratado na norma ISO 14040, que é importante para que a empresa 
adote uma visão sustentável e que também pertença a esse conjunto de normas. 
O conceito de ciclo de vida refere-se aos estágios sucessivos e encadeados de um 
sistema que envolve um produto, desde a aquisição da matéria-prima ou geração de 
recursos naturais até a sua disposição final. Atrelado a esse conceito temos a avaliação do 
ciclo de vida (life cycle assessment - LCA), apresentado na norma ISO 14044, que permite 
identificar e avaliar os impactos ambientais potenciais de um sistema ao longo do ciclo 
de vida, conforme ilustrado abaixo: 
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: INTERAÇÃO ENTRE LCM E LCA 
O impacto ambiental pode ser definido como qualquer modificação, positiva ou 
negativa, no meio ambiente, resultante das atividades, produtos ou serviços de uma 
16 
 
 
organização. Logo, não se trata apenas de identificar os impactos negativos, mas sim 
antever as oportunidades de melhoria no desempenho ambiental de produtos e serviços, 
ao mesmo tempo em que identifica os trade offs dessas alternativas com os aspectos social 
e econômico, o que em regra não é tarefa fácil. 
Há três elementos obrigatórios na avaliação do impacto do ciclo de vida, segundo 
a norma ISO 14044: a) seleção das categorias de impacto, b) indicadores de categorias e 
c) modelos de caracterização. O primeiro, seleção das categorias, identifica as categorias 
de impacto mais críticas para o perfil ambiental do sistema de produto projetado; a 
classificação refere-se à correlação entre as cargas ambientais e as categorias de impacto 
selecionadas; e a caracterização agrega as cargas ambientais correlacionadas às categorias 
de impacto e as converte para indicadores (CARVALHO; MIGUEL, 2012). 
Feitas estas considerações, mas antes de mirarmos na norma ISO 14000, vamos 
falar mais um pouco sobre sustentabilidade! 
 A SUSTENTABILIDADE E A GESTÃO AMBIENTAL 
Até bem recentemente, acreditava-se de forma generalizada que a atividade 
humana acarretava apenas reflexos locais ou, no máximo, mudanças regionais no 
ambiente. É sabido que os efeitos da atividade humana no planeta são de tal envergadura 
que, atualmente, este se encontra às voltas com experimentações ambientais não 
planejadas cujos resultados, na maior parte das vezes, são imprevisíveis. 
O principal objetivo da ciência ambiental, que ainda podemos dizer está 
emergindo, é obter conhecimentos básicos para entender sistematicamente como o 
planeta funciona. Esse conhecimento poderá ser aplicado para ajudar a resolver os 
problemas ambientais globais, portanto, a emergência dessa ciência ambiental abriu 
novos horizontes para o entendimento das relações entre ciências biológicas e físicas, o 
que requer cooperação interdisciplinar e educação. 
Na base de praticamente todos os problemas ambientais está o rápido crescimento 
da população humana. De fato, será difícil resolver outros problemas, a menos que a 
quantidade de pessoas que habitam o ambiente esteja de acordo com sua capacidade de 
sustentação. Talvez a maior responsabilidade nessa área esteja vinculada ao 
esclarecimento e à educação dos seres humanos para os problemas populacionais. À 
medida que a população se torna mais educada e a taxa de analfabetismo decresce, o 
crescimento populacional tende também a se estabilizar, e até a decrescer. 
17 
 
 
Nesse contexto, sustentabilidade é uma terminologia que recentemente ganhou 
popularidade e que, de uma forma geral, significa a utilização de determinado recurso 
natural de tal forma que ele permaneça continuamente disponível. Entretanto, o termo é 
usado de forma vaga e equivocadamente em certas circunstâncias. Alguns o definem 
como a garantia de que as futuras gerações terão iguais oportunidades de acesso aos 
recursos oferecidos atualmente pelo planeta. Outros argumentam que sustentabilidade se 
refere a tipos de desenvolvimento que são economicamente viáveis, não agridem ao 
ambiente e são socialmente justos. Entretanto, todos concordam com a necessidade de se 
aprender como manter os recursos ambientais, de forma a continuarem a prover 
benefícios à população humana e a outras formas de vida no planeta. 
Por outro lado, um número crescente de pessoas está vivendo em áreas urbanas. 
Infelizmente os centros urbanos têm sido negligenciados e a qualidade ambiental urbana 
tem sofrido prejuízos, através de poluição aérea, problemas de destinação de resíduos 
sólidos, inquietações sociais e outras formas de “estresse” do ambiente. No passado, os 
poucos que estudavam o ambiente centravam sua atenção no selvagem ou natural, em vez 
de dirigirem seus esforços na direção do ambiente urbanizado. Hoje já se observa a 
necessidade de um maior foco em aglomerações urbanas e em cidades como ambiente 
onde se possa viver. 
Encontrar soluções para problemas ambientais envolve mais que simplesmente 
juntar fatos e entendimentos de temas científicos de um problema particular. Também 
tem muito a ver com os sistemas de valores vigentes e os temas de justiça social. Para 
resolver problemas ambientais em um determinado local é importante entender quais os 
seus valores e as possíveis soluções que seriam socialmente justas. A partir daí, é possível 
aplicar conhecimentos científicos sobre determinado problema e achar soluções 
aceitáveis para o mesmo (ZILBERMAN, 2004). 
Ainda sobre a questão da sustentabilidade, na administração contemporânea, a 
dimensão da gestão ambiental está sendo considerada uma das principais chaves para a 
solução dos graves problemas que afligem o mundo moderno (MORAES FILHO, 2009). 
As vantagens da gestão ambiental decorrem de regras e práticas administrativas 
preestabelecidas que atuam para reduzir os riscos ambientais da atividade, aumentando a 
motivação e satisfação de seus colaboradores. 
Os negócios estão se voltando cada vez mais para questões ambientais. Cinco 
fatores influenciam essa mudança de postura: 
(1) necessidade de obediência às leis; 
18 
 
 
(2) eficácia em custos; 
(3) opinião pública; 
(4) pressão dos movimentos ambientalistas; 
(5) pensamento a longo prazo. 
O pensamento sistêmico revela que as questões ambientais permeiam a empresa 
e por isso deveriam ser abordadas de modo abrangente e integrativo. Assim, a proteção 
ambiental passou a ser uma necessidade e ao mesmo tempo uma fonte de lucro para os 
negócios, o que abre uma perspectiva positiva para sua efetiva implementação, pois não 
transgride o princípio da busca permanente pelo lucro, indissociável da lógica de 
funcionamento das organizações em meio empresarial. 
Hoje em dia, face à crescente concorrência dada à globalização, os clientes estão 
cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o meio 
ambiente. O produto ecologicamente correto vende mais nos mercados e detém a 
preferência do consumidor. 
No diagnóstico estratégico ambiental, citam-se dez razões (convincentes, como 
afirma Moraes, 2009) para a adoção pelas empresas de um designe marketing ambiental 
para os produtos com melhoria nos processos internos de produção. Elas são: 
(a) maior satisfação dos clientes; 
(b) melhor imagem da empresa; 
(c) conquista de novos mercados; 
(d) redução de custos pela eliminação de desperdícios; 
(e) melhoria do desempenho geral da empresa; 
(f) redução de riscos (multas, ações legais, acidentes); 
(g) maior permanência do produto nos mercados (ausência de reações negativas); 
(h) maior facilidade na obtenção de financiamentos; 
 (i) caminho único para a obtenção de certificados ambientais (selos verdes e 
similares); 
 j) prestação de contas às chamadas partes interessadas (clientes, acionistas, 
sociedade). 
Todas essas razões apontam no sentido de um maior fortalecimento da empresa 
em seu ambiente de negócio, o que leva à hipótese de ser o conceito de sustentabilidade 
empresarial um caminho não só desejável, como correto e provável de ser seguido. 
Inúmeras empresas vêm assumindo essa postura, mudando o foco de administrar, 
colocando a questão ambiental na prioridade de suas ações. E já parece estar surtindo 
19 
 
 
efeitos, a considerar a recente notícia divulgada pela revista científica Nature, segundo 
publicado no site Globo on-line (maio 2006), de que uma equipe de cientistas havia 
chegado à conclusão de que a camada de ozônio da Terra que protege o ambiente das 
radiações ultravioletas está passando por uma lenta recuperação. Uma prova da eficácia 
e sucesso do Protocolo de Montreal (1987), concluiu (MOARES, 2009). 
No caso brasileiro, seguindo a literatura disponível, o mesmo autor cita a 
Petrobras, na exploração de minérios fósseis; as companhias siderúrgicas em geral, tidas 
anteriormente como vilãs do meio ambiente; as petroquímicas e em especial a Petroflex, 
em Pernambuco, detentora de vários prêmios e certificados ISO, referenciada como 
exemplo de preservação ambiental; a Alcan e a Alcoa, no setor de alumínio; a Kablin 
(maior produtora e exportadora de papel do Brasil), única empresa no país, de acordo com 
informações em seu site corporativo, a receber o certificado FSC (Forest Stewardship 
Counsil), pelo manejo de plantas medicinais em suas florestas no Paraná; a Natura, 
recentemente instalada no México e em Paris em seu processo de internacionalização com 
forte apelo à ecoeficiência e administração com responsabilidade social com profundo 
respeito à natureza; a Ripasa, no setor de produção de papel e celulose. 
A visão de desenvolvimento clássica com foco apenas no crescimento econômico 
(e que prevalece ainda hoje para muitas economias) não leva em consideração, pelo 
menos em níveis adequados ou aceitáveis, a questão dos riscos de esgotamento dos 
recursos naturais, sobretudo os não renováveis e o impacto das atividades econômicas na 
degradação do meio ambiente. 
A visão econômica contemporânea ainda em construção, com foco no equilíbrio 
do ecossistema como precondição para o desenvolvimento social, prevê com maior 
acuidade a questão da preservação ambiental introduzindo a noção de reciclagem como 
forma de maior eficiência administrativa e processo por excelência redutor de poluição 
ambiental e indutor de responsabilidade social. 
No plano administrativo, a visão de desenvolvimento com foco puramente no 
crescimento econômico busca levar em conta as seguintes prioridades dentro da empresa 
por ordem de importância: 
(a) satisfação dos acionistas ou interesse dos sócios proprietários; 
(b) satisfação dos distribuidores (maximização das margens de lucro); 
(c) satisfação dos fornecedores (bons preços nas partidas fornecidas); 
(d) satisfação dos empregados; 
20 
 
 
(e) satisfação dos consumidores (quando não são satisfeitas, recorrência ao 
Código de Defesa do Consumidor). 
A visão com foco no equilíbrio e responsabilidade social apregoando maior 
respeito ao consumidor leva a inverter a ordem de prioridades dentro da empresa, devendo 
então estar em primeiro plano: 
(a) satisfação dos consumidores (norteando as ações das empresas); 
(b) satisfação dos empregados (valorização do capital humano); 
(c) satisfação dos fornecedores (preços compatíveis nas partidas fornecidas); 
(d) satisfação dos distribuidores (margens responsáveis de lucro); 
(e) satisfação dos acionistas ou sócios proprietários. Muda, portanto, a visão e a 
forma de administrar. 
É com essa expectativa que se devem buscar os novos caminhos para o 
desenvolvimento econômico e social: o caminho da sustentabilidade empresarial. Ela é 
uma expectativa e uma esperança. Os desdobramentos futuros das relações entre as 
nações em sua fase atual de globalização da economia nos fornecerão os dados e 
informações que permitirão avaliar se o caminho apontado está sendo de fato trilhado ou 
se teimamos em seguir velhos atalhos, ignorando as inter-relações que nos unem como 
inquilinos comuns de um mesmo condomínio, a Terra (MORAES, 2009). 
A importância que deve assumir cada indivíduo nas relações entre sistema 
produtivo e meio ambiente, enquanto consumidor na nova ordem econômica globalizada, 
parece nos conferir uma importante e poderosa arma. A do controle pelo consumo, isto é, 
não precisamos de agências institucionais nos moldes tradicionais até então em vigor para 
executar as vontades ou propósitos que não a da organização em redes, perfeitamente 
factível com as tecnologias atuais. Ela está ao alcance das mãos. Resta saber se teremos 
disposição e organização suficientes para usá-la em nosso proveito que se supõe a favor 
de toda a comunidade. 
O conceito introduzido no início da década dos anos 80 por Lester Brown 
(CAPRA, s.d. apud TRIGUEIRO, 2004, p. 19), definindo comunidade sustentável como 
“a que é capaz de satisfazer às próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das 
gerações futuras”, está pronto para ser modelado. E cabendo a nós pela primeira vez, de 
forma palpável e inequívoca no atual estágio tecnológico, uma parcela importante da 
capacidade em influir em nosso destino comum. 
21 
 
 
Urge alinhavá-los dando-lhes consistência, substância e unidade como força capaz 
de fazer frente aos problemas ambientais contemporâneos na sociedade em que vivemos 
(MORAES, 2009). 
 A NORMA ISO 14001 
A ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o que deve 
ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A norma é 
desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a 
redução do impacto ambiental; com o comprometimento de toda a organização. Com ela 
é possível que sejam atingidos ambos objetivos. 
A origem da norma ISO 14000 se deu no início da década de 1990 quando a ISO 
se organizou para criar um conjunto de regras que tratassem da questão ecológica, em 
virtude dos grandes problemas ambientais causados pelo grande desenvolvimento 
econômico e industrial. 
Em 1993, a ISO reuniu uma grande quantidade de profissionais e montou um 
comitê para a criação das normas e deu a ele o nome de TC 207 que tinha por objetivo 
desenvolver as normas ambientais que regeriam questões relacionadas ao fator ambiental 
(série 14000), esse comitê foi dividido em subcomitês que cuidariam de áreas específicas 
no desenvolvimento das normas. 
TC- GERENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
Como resultado do trabalho do SC1, foram publicadas em 1996 as normas da série 
ISSO 14000 voltadas para gestão ambiental, utilizando como referência as normas BS 
22 
 
 
7750 e os requisitos estabelecidos no Sistema Europeu de Ecogestão e Auditorias 
Ambientais (Emas). A versão brasileira dessas normas foi publicada também em 1996 
pela ABNT, estando sob a responsabilidade do CB 38 – Comitê Brasileiro de Gestão 
ambiental. Em dezembro de 2004 saiu a segunda edição. 
O TC 207, por meio de seus diferentes comitês, é responsável pela publicação de 
um conjunto distinto de normas. 
O sistema de gestão ambiental mais difundido é o que tem por referência osrequisitos estabelecidos pela ISO 14001. Segundo pesquisa publicada pela ISO (ISO 
Survey 2008), até o final de 2008 foram emitidos 188.815 certificados de conformidade, 
abrangendo 155 países e representando um incremento de 18% em relação ao número de 
certificados do ano anterior. O Brasil ocupava a 16ª posição no ranking mundial de 
número de certificados emitidos (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMANN, 2008). 
A ISO 14001 pode ser aplicada em empresas de qualquer porte e qualquer 
atividade, seja ela indústria, prestadora de serviços, agroindústria, empresas públicas ou 
até empresas de extração, a ISO 14001 ainda certifica produtos e serviços que estejam de 
acordo com as normas ambientais. 
Quanto ao momento de sua aplicação: esse conjunto de normas pode e deve ser 
aplicado em empresas que tenha qualquer tipo de atividade. A consciência ambiental é 
uma tendência que cresce a cada dia e que tende a crescer mais ainda, portanto, uma 
empresa que está no mercado e que deseja continuar e melhorar seu posicionamento no 
mesmo pode-se utilizar dos benefícios dessa certificação. 
Em relação ao processo de implantação da norma, ele se dá da seguinte forma: a 
empresa precisa se adequar a legislação ambiental, para que possa receber a certificação, 
que só pode ser concedida mediante empresa certificadora especializada para isso. O 
processo de treinamento de colaboradores está inserido na adequação da empresa de um 
modo geral. 
Depois de recebida a certificação a cada determinado período de tempo, a empresa 
passará por auditorias que serão realizadas por órgãos competentes. 
São vantagens da implantação da ISO 14001: 
 identificação da empresa com a consciência ambiental; 
 o efeito da consciência ecológica que influenciará os colaboradores. 
São pontos fortes da norma: 
 redução de desperdícios, pois uma empresa com uma visão ambiental, sempre 
buscará produzir mais produtos e serviços, com menos recursos; 
23 
 
 
 pode ser considerado fator chave – com todas as auditorias e mudanças feitas na 
empresa por causa da certificação a empresa terá processos mais eficientes, isso 
trará menores custos, melhor qualidade, maior lucro e maior satisfação do cliente 
para com a empresa. 
Em contrapartida, temos também alguns pontos fracos, mas que podem ser 
corrigidos: 
 necessidade de treinar colaboradores de empresas terceirizadas; 
 inexperiência dos órgãos certificadores. 
A relevância da norma reside no fato de que: impactos ambientais estão se 
tornando um tema cada vez mais importante no mundo, com pressão para minimizar esse 
impacto, oriunda de uma série de fontes: autoridades governamentais locais e nacionais, 
reguladores, associações comerciais, clientes, colaboradores e acionistas. As pressões 
sociais também aumentam em função da crescente gama de partes interessadas, tais como 
consumidores, organizações ambientais e não governamentais de minorias (ONGs), 
universidades e vizinhos. 
Então, a ISO 14001 é relevante para todas as organizações, incluindo desde: 
 sites únicos até grandes companhias multinacionais; 
 companhias de alto risco até organizações de serviço de baixo risco; 
 indústrias de manufatura, de processo e de serviço; incluindo governos locais; 
 todos os setores da indústria incluindo setores públicos e privados; 
 montadoras e seus fornecedores. 
 
São benefícios da norma: 
 demonstrar, para reguladores e governo, um comprometimento em obter 
conformidade legal e regulatória; 
 demonstrar seu comprometimento ambiental para os stakeholders; 
 demonstrar uma abordagem inovadora e voltada para o futuro para clientes e 
futuros colaboradores; 
 aumentar seu acesso a novos clientes e parceiros de negócios; 
 gerenciar melhor seus riscos ambientais, agora e no futuro; 
 reduzir potencialmente seus custos de seguros por responsabilidade pública; 
 melhorar a sua reputação (BSI, 2013). 
24 
 
 
A estrutura de um sistema de gestão ambiental, conforme os requisitos da ISO 
14001:2004, para ser aderente às diretrizes e objetivos organizacionais, deve contemplar 
os seguintes componentes que estão alocados no quadro abaixo: 
 
25 
 
 
 
O quê Para quê 
Identificar os 
aspectos e impactos 
ambientais 
Prevenir a ocorrência de acidentes ambientais, facilitará 
identificação da legislação aplicável e servir de referência 
para a estruturação do SGA. 
 
Identificar a 
legislação aplicável 
Promover a conformidade com a legislação ambiental em 
todas as esferas, federal, estadual e municipal, aplicáveis ao 
negócio da organização. 
Definir a política 
ambiental, objetivos e 
metas 
Explicitar o comprometimento da alta administração com 
as questões ambientais, com a busca da melhoria contínua, 
com o atendimento legal, para alinhar os esforços de todos 
os componentes da força de trabalho. 
Definir e 
implementar 
programas 
Assegurar atendimento aos objetivos e metas ambientais. 
Identificar processos 
e controles 
necessários 
Assegurar um melhor entendimento das atividades, 
identificar os impactos ambientais, as responsabilidades e 
as formas de controle pertinentes. 
Sistematizar 
processos 
Clarificar responsabilidades, o modo de execução, os 
controles e minimizar impactos. 
Identificar e prover 
os recursos 
necessários 
Assegurar equipamentos, softwares, instalações e recursos 
humanos adequados às necessidades. 
Executar processos 
conforme 
especificado 
Assegurar que a produção ocorra em condições controladas, 
gere resultados previsíveis, consistentes e com os menores 
impactos ambientais. 
Monitorar, medir e 
analisar resultados, 
incluindo 
atendimento legal 
Permitir um gerenciamento com base em informações 
sustentadas pelo atendimento legal e subsidiar as ações de 
correção e de melhoria. 
Melhorar 
continuamente o 
sistema 
Assegurar redução de não conformidades, redução do risco 
de acidentes, redução de sanções legais e aumento contínuo 
da satisfação das partes interessadas. 
 
REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA ISO 14001 
A ISO 14001:2004 está estruturada em quatro seções; somente a seção 4 é 
composta de requisitos do sistema de gestão ambiental: 
Introdução 
1. Objetivo e campo de aplicação 
2. Referências normativas 
3. Termos e definições 
4. Requisitos do sistema de gestão ambiental 
 4.1. Requisitos gerais 
26 
 
 
 4.2. Política ambiental 
 4.3. Planejamento 
 4.4 Implementação e operação 
 4.5 Verificação 
 4.6 Análise pela administração 
Isto significa que devem ser identificados os aspectos de seu negócio que 
impactam o meio ambiente e compreender a legislação ambiental relevante à sua situação. 
O próximo passo é preparar objetivos para melhoria e um programa de gestão para atingi-
los, com análises críticas regulares para melhoria contínua. Empresas certificadoras 
podem periodicamente auditar o sistema e, caso conforme, certificar a sua companhia na 
ISO 14001. 
A Figura abaixo representa o modelo do sistema de gestão ambiental conforme a 
NBR ISO 14001:2004. A sequência e interação proposta dos requisitos possibilitam à 
organização a implementação de um sistema, com política e objetivos alinhados aos 
requisitos legais aplicáveis e aos seus aspectos ambientais significativos. Adicionalmente, 
o sistema de gestão ambiental está alicerçado em uma abordagem por processos, em que 
é adotada a metodologia do PDCA - Plan, Do, Check and Act, no sentido de promover a 
melhoria contínua. 
MODELO DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
Temos uma visão geral do requisito e de sua estrutura: 
SUBSEÇÃO 4.1 - REQUISITOS GERAIS 
Explicita as diretrizes a observar por uma organização que esteja buscando 
implementar um sistema de gestão ambiental, segundo a norma NBR ISO 14001:2004. 
Essa subseção, por ser genérica, tem também como função estabelecer a obrigatoriedade 
do cumprimento de todos os demais requisitos. 
Resumo dos requisitos: 
O que é exigido Para que éexigido 
Que seja estabelecido, documentado, 
implementado, mantido e continuamente 
melhorado o SGA e a forma como serão 
atendidos os requisitos normativos. 
Requer também que seja definido e 
documentado o escopo do SGA. 
Para assegurar o atendimento aos 
requisitos normativos e o alinhamento aos 
propósitos da organização. 
 
27 
 
 
SUBSEÇÃO 4.2 - POLÍTICA AMBIENTAL 
A política ambiental contempla as diretrizes da organização em relação aos seus 
compromissos com o meio ambiente. Cumpre-lhe ser adequada ao perfil da organização, 
considerando a sua operação, aspectos ambientais significativos, relacionamento com as 
partes interessadas e legislação pertinente. Deve conter o compromisso com a melhoria 
contínua e a prevenção da poluição; como tal, é também a base para o estabelecimento 
dos objetivos e metas ambientais. A divulgação interna da política ambiental é de 
fundamental importância para garantir que todos entendam as diretrizes estabelecidas. A 
divulgação externa visa a demonstrar, para as demais partes interessadas, o 
comprometimento de organização com as questões ambientais. 
 
O que é exigido Para que é exigido 
Que a política ambiental inclua o 
comprometimento com a melhoria 
contínua, a prevenção da poluição, o 
atendimento aos requisitos legais; que seja 
comunicada e entendida por todos, e que 
esteja disponível para o público. 
Para promover o alinhamento de esforços 
no atendimento dos requisitos da 
comunidade e da organização no que se 
refere à proteção ambiental e prevenção 
de poluição. 
SUBSEÇÃO 4.3 - PLANEJAMENTO 
Os requisitos de planejamento têm por objetivo permitir o alinhamento das ações 
da organização de modo a atender a seus requisitos ambientais e aos requisitos da Norma 
ISO 14001, otimizando recursos. Para tanto, solicita-se a identificação dos seus aspectos 
ambientais significativos, os requisitos legais pertinentes, outros requisitos, quando 
aplicáveis, e a definição dos seus objetivos e metas. Essas informações são de 
fundamental importância para estruturar os procedimentos de implementação, operação 
e verificação do sistema de gestão ambiental. 
A subseção de planejamento é composta dos seguintes itens: 
4.3.1 Aspectos ambientais. 
4.3.2 Requisitos legais e outros. 
4.3.3 Objetivos, metas e programas. 
 
28 
 
 
 
 O que é exigido Para que é exigido 
4.3.1 Aspectos 
ambientais 
A identificação dos aspectos ambientais das 
atividades da organização especificando 
aqueles que possam ter impactos 
significativos no meio ambiente. Para assegurar 
uma gestão 
adequada aos 
aspectos 
ambientais 
identificados e à 
legislação 
aplicável. 
4.3.2 
Requisitos 
legais e outros 
A identificação dos requisitos legais 
aplicáveis e de outros eventualmente 
subscritos, relacionados com os aspectos 
ambientais. 
4.3.3 Objetivos, 
metas e 
programas 
O estabelecimento de objetivos e metas 
ambientais, mensuráveis e coerentes com a 
política ambiental. A elaboração de 
programas, visando a atender aos objetivos e 
metas, que incluem: os responsáveis, os meios 
e os prazos. 
 
SUBSEÇÃO 4.4 - IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO 
A implementação e a operação efetiva de um sistema de gestão ambiental só são 
possíveis com o comprometimento de todos da organização. O conjunto de requisitos 
deste item visa a assegurar os recursos e condições para a implementação das diretrizes 
estabelecidas e para a adequada operação do SGA. Para tal, solicita-se a definição das 
responsabilidades e autoridades, a identificação e provimento das competências 
necessárias, procedimentos de comunicação interna e externa, regras de documentação, 
controle das operações e formas de tratamento a emergências. 
A subseção de implementação e operação é composta dos seguintes itens: 
4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades 
4.4.2 Competência, treinamento e conscientização 
4.4.3 Comunicação 
4.4.4 Documentação 
4.4.5 Controle de documentos 
4.4.6 Controle operacional 
4.4.7 Preparação e resposta a emergências 
 
 O que é exigido Para que é exigido 
4.4.1 Recursos, 
funções, 
responsabilidades e 
autoridades 
A disponibilização dos recursos e a 
definição das responsabilidades e 
autoridades para a gestão do SGA. 
Solicita também a nomeação de um 
Para prover a 
disponibilização 
dos recursos, 
assegurar a 
29 
 
 
representante da administração para 
assegurar a adequação do SGA e 
relatar o seu desempenho para a alta 
administração. 
competência e a 
comunicação tanto 
interna como 
externamente. 
 4.4.2 competência, 
treinamento e 
conscientização 
A determinação das competências 
de todo o pessoal que tenha 
potencial de causar impactos 
ambientais, providos os 
treinamentos necessários e mantidos 
os registros correspondentes. 
Requer, também, que seja 
promovida a conscientização das 
questões 
ambientais, para aqueles que 
trabalham para a organização ou em 
seu nome. 
4.4.3 Comunicação O estabelecimento de um 
procedimento para promover a 
comunicação interna e tratamento 
das solicitações oriundas de partes 
interessadas externas. 
4.4.4 Documentação Que a documentação do SGA 
contenha política e objetivos, 
escopo, descrição dos elementos do 
SGA, sua interação e documentos 
associados, registros e outros 
documentos necessários para 
operação e controle dos processos 
associados com aspectos ambientais 
significativos. 
Para assegurar um 
entendimento único 
das diretrizes e 
procedimentos do 
SGA. incluindo a 
estruturação da 
documentação, 
forma de controle e 
definição das 
responsabilidades. 
 
4.4.5 Controle de 
documentos 
O estabelecimento de um 
procedimento para controlar todos 
os documentos do SGA, definindo 
responsabilidades para aprovação e 
controles para assegurar que as 
versões vigentes estejam 
disponíveis nos locais de uso. 
4.4.6 Controle 
operacional 
Que sejam planejadas as operações 
associadas aos aspectos ambientais 
significativos, definidos 
procedimentos e critérios 
operacionais e comunicado aos 
fornecedores. 
Para assegurar o 
controle das 
operações com 
aspectos ambientais 
significativos. 
4.4.7 Preparação e 
resposta a emergências 
Que sejam identificadas as 
potenciais situações de emergência 
e acidentes, tratadas as situações 
reais e prevenidos ou mitigados os 
impactos ambientais associados. 
Para tratar e/ou 
mitigar situações de 
emergência e 
acidentes. 
 
 
30 
 
 
SUBSEÇÃO 4.5 - VERIFICAÇÃO 
Os requisitos associados à verificação estão vinculados à etapa C, de verificação 
do PDCA, e têm por objetivo principal garantir o atendimento às diretrizes estabelecidas 
do SGA por meio de: avaliação do desempenho ambiental; atendimento aos requisitos 
legais e outros; tratamento de eventuais não conformidades reais e potenciais; controle 
das evidências; e processos de autoverificação. 
A subseção de verificação é composta dos seguintes itens: 
4.5.1 Monitoramento e medição 
4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros 
4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva 
4.5.4 Controle de registros 
4.4.5 Auditoria interna 
 
 O que é exigido Para que é exigido 
4.5.1 
Monitoramento e 
medição 
Que sejam monitoradas e 
medidas as características 
operacionais que possam ter 
impacto ambiental significativo, 
incluindo o desempenho 
ambiental, controles operacionais 
e a conformidade com objetivos e 
metas. 
 
Para permitir o efetivo 
acompanhamento 
operacional 
e aderência às diretrizes 
organizacionais, visando à 
rapidez na tomada de 
ações. 
 
4.5.2 Avaliação do 
atendimento a 
requisitos legais e 
outros 
O estabelecimento de 
procedimentos para avaliar o 
atendimento aos requisitos legais 
e a outros subscritos pela 
organização, mantendo-se os 
registros dessa avaliação. 
 
Para garantir a contínua 
aderência às legislações 
vigentes, nos âmbitos 
federal,municipal e 
estadual. 
 
4.5.3 Não 
conformidade, ação 
corretiva e ação 
preventiva 
A estruturação de procedimento 
para tratar das não conformidades 
reais e potenciais, ações 
corretivas e ações preventivas, 
incluindo ações para mitigação 
dos impactos, análise de causa, 
registro e análise de eficácia. 
 
Para permitir a pronta 
resposta a ações adversas e 
prevenir a ocorrência de 
outras, causando o menor 
impacto ao meio ambiente 
e à organização. 
 
4.5.4 Controle de 
registro 
A manutenção de registros para 
demonstrar a conformidade com 
os requisitos do sistema de gestão 
ambiental da organização e da 
norma IS014001. Um 
Para garantir a 
rastreabilidade das 
operações e assegurar 
confiabilidade ao SGA. 
 
31 
 
 
procedimento deverá ser 
estabelecido para controle desses 
registros. 
4.5.5 Auditoria 
interna 
A realização de auditorias 
internas a intervalos planejados 
para verificar se o SGA está de 
acordo com os requisitos da ISO 
14001 e com o que foi planejado 
pela organização; e se está sendo 
mantido. Um procedimento 
deverá ser estabelecido definindo 
as responsabilidades e os 
requisitos para planejamento e 
execução de auditorias. Convém 
consultar a ISO 19011:2002-
Diretrizes para auditoria de 
sistema de gestão da qualidade 
e/ou ambiental. 
Para prover confiança à 
organização e às demais 
partes interessadas quanto 
à conformidade e eficácia 
do SGA. 
 
SUBSEÇÃO 4.6 - ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO 
Os requisitos da análise pela administração preveem que a alta administração da 
organização atue no sentido de assegurar a contínua adequação, pertinência e eficácia do 
SGA. Assim, inclui a verificação do cumprimento da política ambiental, da avaliação do 
grau de atendimento aos objetivos e metas, do desempenho ambiental, do atendimento 
aos requisitos legais e normativos e à satisfação das partes interessadas. 
 
O que é exigido Para que é exigido 
Que a alta direção analise criticamente a 
adequação, pertinência e eficácia do SGA 
a intervalos planejados; que sejam 
mantidos registros dessas análises. 
Para assegurar que o SGA se mantenha 
adequado, pertinente e eficaz. 
 
CERTIFICAÇÃO NBR 16000 E ISO 26000 – GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE 
CONTEXTUALIZAÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES 
Para entendermos a importância da NBR 16000 e ISO 26000 faremos uma breve 
contextualização do panorama social mundial tomando por base a década de 1970, 
quando a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, o mundo 
começou a conscientizar-se dos problemas oriundos da degradação ambiental e passamos 
a ver de forma diferenciada nossas relações com a natureza. Foi apenas um passo, é 
32 
 
 
verdade, mas foi um primeiro passo muito importante. Afinal de contas, conscientização 
é o pontapé inicial para mudanças! 
De um lado a consciência começando a surgir, de outro, a desigualdade social que 
se expandia de maneira acelerada e com ela a exclusão social e a violência. 
Em decorrência destes dois fatores, deparamo-nos, na década de 1990, com um 
novo fenômeno social, qual seja a proliferação do 3º setor: a esfera pública não-estatal. 
Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade empresarial e dos 
consumidores. De agente passivo de consumo, o consumidor passa a ser agente de 
transformação social, por meio do exercício do seu poder de compra, uso e descarte de 
produtos, de sua capacidade de poder privilegiar empresas que tinham valores outros que 
não somente o lucro na sua visão de negócios. Assim, sociedade civil e empresas passam 
a estabelecer parcerias na busca de soluções, diante da convicção de que o Estado sozinho 
não é capaz de solucionar a todos os problemas e a responder a tantas demandas 
(INMETRO, 2012). 
É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. 
Movimento este que vem crescendo e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe 
uma aliança estratégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da inclusão social, da promoção 
da cidadania, da preservação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os 
setores têm responsabilidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que 
lhe é mais peculiar, mais característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a 
transparência são princípios fundamentais no modo de fazer negócios e de relacionar-se 
com todas as partes interessadas. 
À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – 
valores, conhecimento, inventividade e capacidades de mobilização e transformação. 
A responsabilidade social conclama todos os setores da sociedade a assumirem a 
responsabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. 
Nesse sentido, os setores produtivos e empresariais ganham um papel particularmente 
importante, pelo impacto que geram na sociedade e seu poder econômico e sua 
capacidade de formular estratégias e concretizar ações. 
Essa nova postura, de compartilhamento de responsabilidades, não implica, 
entretanto, em menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel 
inerente ao governo de grande formulador de políticas públicas de grande alcance, 
visando o bem comum e a equidade social, aumentando sua responsabilidade em bem 
gerenciar a sua máquina, os recursos públicos e naturais na sua prestação de contas à 
33 
 
 
sociedade. Além disso, pode e deve ser o grande fomentador, articulador e facilitador 
desse novo modelo que se configura de fazer negócios (INMETRO, 2012). 
Nesse contexto, o Brasil é um dos pioneiros nesse movimento, contribuindo a 
partir da elaboração uma norma nacional de responsabilidade social, a ABNT NBR 
16001:20041 - Responsabilidade Social - Sistema de gestão - Requisitos, para a qual o 
Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social. 
O Brasil também liderou, em parceria com a Suécia, o Grupo de Trabalho da ISO 
(Internatinal Organization for Standardization) incumbido de elaborar a ISO 26000:2010 
- Diretrizes em responsabilidade social, publicada em 1º de novembro de 2010. 
O Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em 
Responsabilidade Social de acordo com a NBR 16001, desde a sua primeira versão, e 
agora definiu um plano de transição (por meio da Portaria INMETRO / MDIC número 
407 de 02/08/2012) para as organizações estabelecendo que: 
I. As organizações certificadas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 
podem, a qualquer tempo, a contar da data de publicação desta Portaria, migrar para a 
versão atual da norma, mediante auditoria. 
II. As solicitações de certificação inicial poderão continuar a ser concedidas com 
base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 12 (doze) meses contados da publicação 
desta Portaria. 
III. As solicitações de recertificação poderão continuar a ser concedidas com base 
na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 24 (vinte e quatro) meses contados da 
publicação desta Portaria. 
IV. Todas as certificações vigentes concedidas com base na norma ABNT NBR 
16001:2004 deverão ser migradas para a versão atual da norma ou serem canceladas no 
prazo de 36 (trinta e seis) meses, contar da data de publicação desta Portaria. 
Ou seja: 
 até 02 de agosto de 2013, as organizações poderão solicitar certificação inicial 
com base na norma antiga (ABNT NBR 16001:2004); 
 as empresas já certificadas na primeira versão poderão solicitar recertificação até 
02 de agosto de 2014; 
 
1 A NBR ISSO 16001 estabelece requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão de 
Responsabilidade Social, permitindo à organização formular e implementar uma política e objetivos que 
levem em conta as exigências legais, seus compromissos éticos e sua preocupação com a promoção da 
cidadania e do desenvolvimento sustentável, além da transparência de suas atividades. 
34 
 
 
 a partir de 02 de agostode 2015, todas as organizações deverão ter migrado para 
a versão de 2012. 
A norma propõe uma visão holística, em que as questões essenciais de governança 
organizacional são: direitos humanos; práticas trabalhistas, práticas justas de operações; 
questões do consumidor, ambiente, envolvimento e desenvolvimento da comunidade, 
conforme ilustrado abaixo: 
PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL 
A norma define responsabilidade social como sendo a responsabilidade de uma 
organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio 
ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: 
 
 contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da 
sociedade; 
 leve em consideração as expectativas das partes interessadas; 
 esteja em conformidade com a legislação aplicável; 
 seja consistente com as normas internacionais de comportamento; 
 esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. 
Os princípios que regem a norma são os seguintes: 
 accountability (responsabilização) – assumir voluntariamente as 
responsabilidades pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo 
pelos seus impactos na sociedade e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos 
de governança e demais partes interessadas; 
 transparência – fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, 
compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que 
possam afetá-las; 
 comportamento ético – agir de modo aceito como correto pela sociedade e de 
forma consistente com as normas internacionais de comportamento; 
 considerações pelas partes interessadas (stakeholders) – ouvir, considerar e 
responder aos interesses das pessoas ou entidades que tenham um interesse 
identificável nas atividades da organização; 
 respeito ao Estado de Direito – ponto de partida mínimo para ser considerado 
socialmente responsável, cumprir integralmente as leis do local onde está 
operando; 
35 
 
 
 respeito às Normas Internacionais de Comportamento – adotar prescrições de 
tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que 
não obrigada por lei; 
 direito humanos – reconhecer a importância e a universalidade dos direitos 
humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta 
ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que 
requerem. 
São temas centrais desta norma: 
a) Governança organizacional: trata de processos e estruturas de tomada de decisão, 
delegação de poder e controle. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual a 
organização deve agir e uma forma de incorporar os princípios da 
responsabilidade social à sua forma de atuação cotidiana. 
b) Direitos humanos: inclui verificação de obrigações e de situações de risco; 
resolução de conflitos; direito civis, políticos, econômicos, sociais e culturais; 
direitos fundamentais do trabalho; evitar a cumplicidade e a discriminação; e 
cuidado com os grupos vulneráveis. 
c) Práticas trabalhistas: refere-se tanto a emprego direto quanto ao terceirizado e ao 
trabalho autônomo. Inclui emprego e relações do trabalho; condições de trabalho 
e proteção social; diálogo social; saúde e segurança ocupacional; 
desenvolvimento humano dos trabalhadores. 
d) Meio ambiente: inclui prevenção da poluição; uso sustentável de recursos; 
combate e adaptação às mudanças climáticas; proteção e restauração do ambiente 
natural; e os princípios da preocupação, do ciclo de vida, da responsabilidade 
ambiental e do “poluidor pagador”. 
e) Práticas operacionais justas: compreende combate à corrupção; envolvimento 
político responsável; concorrência e negociação justas; promoção da 
responsabilidade social na esfera da influência da organização e respeito aos 
direitos de propriedade. 
f) Questões dos consumidores: inclui práticas justas de negócios, marketing e 
comunicação; proteção à saúde e a segurança do consumidor; consumo 
sustentável; serviço e suporte pós-fornecimento; privacidade e proteção de dados; 
acesso a serviços essenciais; educação e conscientização. 
g) Envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento: refere-se ao 
envolvimento com a comunidade; investimento social; desenvolvimento 
36 
 
 
tecnológico; investimento responsável; criação de empregos; geração de riqueza 
e renda; promoção e apoio à saúde, à educação e à cultura. 
Segundo Carvalho e Miguel (2012), baseando-se em dados do INMETRO, a ISO 
26000 é uma norma de diretrizes, sem o objetivo da certificação, com o propósito de ser 
aplicável a todos os tipos e porte de organizações (pequenas, médias, e grandes) e de 
todos os setores (governo, ONGs e empresas privadas). A estrutura compreende as 
seguintes partes: 
1º. Introdução – fornece informações sobre o conceito da norma de diretrizes e os 
motivos de sua elaboração. 
2º. Escopo – define o assunto da norma, sua abrangência e os limites de sua 
aplicabilidade. 
3º. Referências normativas – apresenta uma lista de documentos que devem ser lidos 
juntamente com a norma de diretrizes; e escopo. 
4º. Termos e definições – identifica os termos usados na norma que precisam ser 
definidos e fornece tais definições. 
5º. O contexto da responsabilidade social em que as organizações atuam – apresenta 
os contextos histórico e contemporâneo relacionados ao tema e também coloca 
questões emergentes da natureza do conceito de responsabilidade social. 
6º. Princípios de responsabilidade social relevantes a todas as organizações – 
identifica um conjunto de princípios de responsabilidade social extraídos de várias 
fontes e fornece diretrizes em relação a eles. 
7º. Diretrizes sobre temas de responsabilidade social – oferece orientação separada 
em uma gama de assuntos/questões centrais e as relaciona às organizações. 
8º. Diretrizes para todas as organizações na implementação da responsabilidade 
social – fornece diretrizes práticas para a implementação da responsabilidade 
social e sua integração com a organização. 
9º. Anexos – apresenta uma relação de ferramentas existentes no campo dos temas 
que a norma aborda. Anexo A – apresenta um cardápio de algumas iniciativas e 
ferramentas voluntárias relacionadas à RS, de caráter regional ou internacional, 
identificadas à época. Anexo B – contém abreviaturas usadas na norma 
37 
 
 
 PROGRAMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO EM RESPONSABILIDADE 
SOCIAL 
Em 2006, o INMETRO publicou através da Portaria INMETRO nº 027, de 
09/02/2006, um Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) com base na NBR 
16001 – Responsabilidade Social – Requisitos. O processo de elaboração do RAC foi 
extremamente participativo e contou com o apoio e envolvimento de todos os setores da 
sociedade. O regulamento foi revisado em 2009. 
Em abril de 2007 foi, oficialmente, lançado o Programa Brasileiro de Avaliação 
da Conformidade em Responsabilidade Social, juntamente com a entrega do 1º 
Certificado. 
Hoje o Brasil já conta com 21 empresas certificadas e 3 organismos de certificação 
dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade, a saber: 
- FCAV - Fundação Carlos Alberto Vanzolini; 
- BRTUV Avaliações da Qualidade S.A.; 
- BVQI do Brasil Sociedade Certificadora Ltda (INMETRO, 2012; CARVALHO; 
MIGUEL, 2012, p. 425). 
Em 2011, foi realizada uma pesquisa com organizações certificadas na norma 
ABNT NBR 16001:2004, pesquisa está decidida pela ABNT/CEE RS sendo recebidas 
respostas de 16 organizações certificadas. 
Vale a pena conferir os resultados compilados dessa pesquisa. 
Quanto ao nível de dificuldade de implantação de cada requisito da norma veja o 
gráfico abaixo: 
38 
 
 
 
Fonte: 
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/palestras/pesquisa_com_
organizacoes_certificadas.pdf 
Quanto às necessidades de mudanças nos requisitos da norma: 
 
Metade dos respondentes concordou que a norma deve conter requisitos de

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