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3.1 Conceito e métodos: Normatização e Padronização
A evolução do conceito da qualidade e da preocupação das empresas com a qualidade de seus produtos e processos aumentou as exigências das próprias empresas com a qualidade de seus fornecedores. No mundo globalizado, é necessário ter a garantia de que o fornecedor, onde quer que estiver localizado, vai entregar o produto seguindo as especificações definidas. Imagine a dificuldade em garantir isso quando estamos falando de países diferentes, com línguas e culturas distintas, e até mesmo sistemas de medidas diferentes, como o sistema internacional e o americano.
Esta preocupação com a qualidade em um mundo interconectado gerou a necessidade de se criar normas e padrões para gestão da produção, da qualidade, do meio ambiente e das condições de saúde e segurança no trabalho.
3.1.1 Padronização 
A Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XVIII, fez surgir uma nova forma de se produzir, que substituiu a produção artesanal de bens mais customizados pela produção em larga escala, que utilizava máquinas projetadas para aumentar o rendimento. Para viabilizar este novo modelo, surgiu a necessidade de padronizar produtos e peças, a fim de facilitar a intercambiabilidade e reduzir a necessidade de ajustes (CARVALHO & PALADINI, 2005).
De forma simples, podemos entender que padronizar nada mais é do que fazer algo sempre do mesmo jeito (BARROS, 2014). Na visão da Gestão da Qualidade, padronização é “a técnica que busca a redução da variabilidade nos processos, descrevendo suas atividades sequencialmente para auxiliar sua execução” (SIVA & SILVA, 2017, p. 133). As empresas investem na padronização com o objetivo de garantir que uma tarefa seja sempre realizada da mesma forma e, assim, garantir que o resultado será uniformizado, mantendo a qualidade.
A padronização tem um papel importante no alcance da qualidade total nas empresas, pois é o elemento principal para se conseguir previsibilidade nos processos e a manutenção dos resultados. A ferramenta para alcançar isto são os padrões ou procedimentos-padrões, que são documentos que definem os passos ou etapas necessários para se realizar uma atividade ou processo (SIVA & SILVA, 2017).
Na melhoria da qualidade, a padronização serve para garantir que a melhoria implementada seja realmente executada da forma como foi planejada. Por isto, no MASP uma das etapas é justamente a padronização. Já o ciclo PDCA, quando utilizado na rotina para restabelecimento do estado padrão do processo, recebe o nome de SDCA, onde S é justamente o padrão (S de standard, que significa padrão em inglês).
Ainda assim, muitas pessoas veem a padronização como algo que torna o trabalho monótono e cheio de regras rígidas, que pode prejudicar a criatividade e a flexibilidade da empresa ao lidar com as demandas dos clientes e as mudanças no mercado (Siva & Silva, 2017). Por mais que algumas pessoas não conseguem perceber a importância e os benefícios em se padronizar os processos, é fato que a padronização serve para garantir a conformidade e a uniformidade nos processos, e não reduz a criatividade e flexibilidade nas empresas.
3.1.2 Por que é importante padronizar processos?
Quando um cliente compra um produto, ele espera que o produto funcione exatamente da forma como ele foi criado para funcionar. Quando ele volta a um restaurante, ele espera que a comida esteja tão boa quanto da última vez que ele esteve lá. Estes dois exemplos demonstram uma dimensão da qualidade que só é alcançada através da padronização. É ela que garante que o processo produtivo vai produzir sempre o produto conforme as especificações e que o restaurante vai seguir a receita (que nada mais é do que um padrão) para que a comida esteja sempre gostosa.
A maior dificuldade para as empresas adotarem a padronização é a falta de planejamento para alocar tempo e recursos e aguardar os resultados de se ter um processo padronizado. É importante que as pessoas envolvidas com na execução da tarefa sejam reunidas tanto para a elaboração dos procedimentos, quanto para identificar aspectos que precisam ser melhoradas na forma de execução (SIVA & SILVA, 2017).
A padronização deve ser feita da forma mais simples possível, em uma linguagem que seja facilmente entendida por quem vai executar o processo e, de preferência, com figuras ilustrando os pontos críticos. O Fluxograma, uma das sete ferramentas básicas da qualidade, é bastante útil tanto para a visualização do processo como um todo para se elaborar um padrão, quanto como forma de ilustrar o processo dentro do padrão.
Alguns resultados são esperados com a padronização (SIVA & SILVA, 2017):
· Um meio de se transmitir informações e de se registrar a técnica da empresa;
· Manutenção e melhoria da qualidade por conta da melhor intercambiabilidade de peças e da produção conforme especificações;
· Redução de custos por executar da forma correta e planejada;
· Manutenção e melhoria da produtividade com os recursos estando previamente disponíveis e com a automação de atividades;
· Melhoria no treinamento dos novos funcionários através da leitura e conhecimento de padrões;
· Aumento da segurança do trabalho;
· Redução ou eliminação do desperdício e dos erros nos processos.
Não basta padronizar, deve-se garantir que os procedimentos serão seguidos. Isso só é alcançado quando todos na empresa têm consciência da importância da padronização. Por isso, os funcionários devem ser envolvidos no desenvolvimento dos procedimentos para que ajudem a definir a melhor forma de executar o processo e, também, participem da avaliação regular dos padrões existentes.
É desejável que a empresa tenha um sistema de padronização que auxilie o controle dos documentos, sua criação, disseminação e as necessidades de atualização. No final, não só a empresa se beneficiará da padronização, mas também seus empregados e clientes. A padronização acaba levando a empresa a utilizar documentos normativos.
3.1.3 Normatização
Com o entendimento da padronização e da sua importância dentro da gestão da qualidade, faz-se necessário compreender a importância de normas e certificações. “Documentos normativos” é como são conhecidos os documentos que definem normas técnicas, regulamentos, relatórios e especificações. Pode-se dizer que, em uma economia globalizada, a relação entre empresas do tipo fornecedor-cliente só é possível pela existência de documentos normativos (CARVALHO & PALADINI, 2005).
Normatização é “a atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um determinado contexto” (OLIVEIRA, 2004, p. 57). As normas são documentos estabelecidos por consenso entre as partes e aprovadas por algum organismo reconhecido.
Nas atividades diárias de empresas, a normatização tem papel importante. São objetivos da normatização (OLIVEIRA, 2004):
· Gerar economia pela redução na variedade de produtos e procedimentos;
· Melhorar a comunicação entre fabricante e cliente, resultando em maior confiabilidade nas relações comerciais;
· Aumentar a segurança e saúde das pessoas;
· Proteger o consumidor, aferindo a qualidade de produtos;
· Eliminar barreiras técnicas e comerciais, evitando regulamentos conflitantes.
No geral, as normas são baseadas em conhecimentos consolidados da ciência, da tecnologia ou de experiências anteriores, e abrangem todos os ramos do conhecimento, o que engloba desde elementos mais técnicos, como especificações de cimento, quanto modelos de gestão complexos (CARVALHO & PALADINI, 2005).
Um sistema de normatização eficiente e eficaz possibilita a uniformidade e padronização de produtos reduzindo os riscos. Por isso, hoje existe uma grande quantidade de organizações voltadas à normatização, além, é claro, de uma grande quantidade de normas.
3.1.4 Classificação e tipos de normas
As empresas buscam certificações internacionais para demonstrar sua qualidade, ganhar visibilidade no mercado e fechar bons negócios. Existem inúmeras entidadespadronizadoras e desenvolvedoras de normas no mundo, cada uma delas, constituída com uma finalidade. A seguir, veja exemplos de organismos padronizadores:
	International Organization for Standardization - Organismos associados a ISO unem-se para desenvolver e aprovar normas internacionais;
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas, que além de adaptar, desenvolver e traduzir normas, representa o Brasil na ISO;
	DIN
	Deutsches Institut für Normung (Alemã);
	ANSI
	American National Standards Institute (Norte Americana);
	IPQ
	Instituto Português de Qualidade
As normas podem ser criadas internamente por uma organização, sendo estas as mais abrangentes, mais comuns e mais restritivas, como mostra a seguir. Também temos as normas escritas e aprovadas por associações para uso por seus associados, como as desenvolvidas pela ASTM (American Society for Testing and Materials). As normas nacionais têm um escopo mais restrito e são criadas pelo governo, indústria, consumidores ou comunidade científica de um país. Um exemplo é a brasileira ABNT.
As normas regionais são concebidas para aplicação em um determinado grupo de países, exemplificadas pela AMN – Normas da Associação Mercosul. Por fim temos as normas internacionais, que padronizam processos e produtos para que possam ser comercializados internacionalmente, sendo as mais populares as normas ISO.
A International Organization for Standardization (ISO) foi fundada em 1945, com o objetivo de criar um organismo internacional para facilitar e coordenar a criação de normas para produtos, materiais, processos e sistemas. Com sede em Genebra, na Suíça, a ISO é composta por entidades normativas dos diversos países, sendo responsável por mais de 18.000 normas (TOLEDO & al, 2017). Dentre estas normas estão as que são dedicadas ao sistema de gestão da qualidade: as normas da série ISO 9000.
3.2 ISO 9001
Tanto a padronização quanto a normatização tiveram papel importante para melhorar a gestão da qualidade e da produção. Além de ser utilizada para o treinamento de funcionários e para melhoria da qualidade, a padronização facilitou a produção em grande escala de produtos conforme suas especificações, mantendo o nível de qualidade.
Já a normatização auxiliou a criação de especificações de produtos e processos considerando requisitos fundamentais de qualidade e segurança. Também unificou internacionalmente estes requisitos, padronizando produtos e processos. A normatização internacional tem um papel importante na globalização da economia.
A partir da criação da ISSO, em 1945, foi facilitado o desenvolvimento de normas internacionais que apoiam a comunicação entre os povos, o comércio internacional e o avanço da ciência e da tecnologia. Com o tempo, verificou-se a necessidade de se normatizar não só produtos e processos, mas todo o sistema de gestão das empresas.
3.2.1 Histórico de desenvolvimento da norma ISO 9001
Os sistemas normatizados de gestão tiveram sua origem ligada ao fornecimento para governos e organizações militares, como o exército americano e a OTAN. Vários países optaram por desenvolver suas próprias normas nacionais para os sistemas e gestão, com destaque para as normas canadenses, australianas e britânicas (CARVALHO & PALADINI, 2005).
O avanço da globalização tornou necessária a homogeneização dos conceitos e a formatações das normas para os sistemas de gestão a fim de permitir sua aplicação em qualquer parte do mundo. Coube à International Organization for Standardization (ISO) a liderança deste processo, que resultou no lançamento da série de normas denominadas ISO 9000, em 1987 (CUSTODIO, 2015). A ISO 9000 pode ser definida como um “conjunto de padrões internacionais que tratam da administração, garantia e auditoria da qualidade” (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019, p. 134).
A norma ISO 9001:1987, baseou-se na BS-5750 (British Standard). Esta era uma norma que não só definia como produzir, mas preocupava-se em como gerir o processo produtivo. No Brasil, cabe a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) a tradução e adaptações da norma internacional para os aspectos brasileiros, sendo publicada com a sigla NBR, que significa Norma Brasileira, antes da sigla ISO. A primeira família NBR ISO 9000:1987 era composta de cinco normas, sendo elas:
	NBR ISO 9000:1987
	Normas de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade: Diretrizes para seleção e uso.
	NBR ISO 9001:1987
	Modelo para Garantia da Qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados.
	NBR ISO 9002:1987
	Modelo para Garantia da Qualidade em produção, instalação e serviços associados.
	NBR ISO 9003:1987
	Modelo para Garantia da Qualidade, inspeção e ensaios finais.
	NBR ISO 9004:1987
	Elementos do Sistema da Qualidade: Diretrizes para melhoria do desempenho.
As normas da série ISO 9000 são revisadas periodicamente para que estejam adequadas às condições de mercado e às necessidades das organizações, como mostra a figura a seguir. A primeira revisão ocorreu em 1994, quando a norma sofreu pequenas modificações, uma evolução na necessidade de garantir a qualidade foi um dos pontos mais marcantes desta versão. A necessidade de “garantir a qualidade”, aumentou o número de documentos e registros nas organizações, causando a burocratização dos processos.
No ano 2000 a revisão foi mais profunda. Anteriormente, uma empresa podia ter certificações com diferentes abrangências, ISO 9001 para atividades de projetos, ISO 9002 para atividades de instalação, produção e serviços e ISO 9003 para atividades de inspeção final e teste, por exemplo. Com esta revisão, passou a existir apenas uma norma. Esta alteração tornou mais prática e inteligente a aplicação dos conceitos fundamentais, trazendo resultados práticos e também reduzindo a quantidade de papel que os inúmeros documentos e registros exigidos geravam.
Houve também mudanças sobre o ponto de vista do que é qualidade, o que trouxe frescor às questões sobre gestão de processos. Também ocorreu uma redução na quantidade de exigências quanto aos registros e documentos obrigatórios. A partir desta versão, ficou claro que as organizações deveriam ser geridas por processos e não por departamentos. Assim, uma visão holística do negócio, do mercado e do cliente é trazida nesta revisão. 
A versão 2008 da norma ISO 9001 não trouxe mudanças significativas, apenas questões que facilitavam a compreensão e aumentavam a interação bem com os requisitos da ISO 14000 (Sistema de Gestão Ambiental), fato que facilita a integração do Sistema de Gestão da Qualidade.
Já a revisão atual da norma é a versão 2015. O objetivo principal é aumentar a consciência da organização quanto às suas responsabilidades como um todo, sobre a importância de enxergar-se dentro de um cenário competitivo, planejar estrategicamente o negócio para atender plenamente às necessidades de seus clientes e partes interessadas. Uma das principais mudanças nessa versão da norma está na gestão de riscos e gestão da mudança.
3.2.2 ISO 9001:2015
A ISO 9000 define diretrizes, requisitos e parâmetros para as organizações considerarem ao definirem seu sistema de gestão. No entanto, a norma não estabelece como o sistema deve ser desenvolvido ou adotado. Por ter este caráter genérico a norma é flexível e adaptável em sua aplicação, podendo ser seguida por qualquer empresa (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).
A última revisão das normas da série ISO 9000 ocorreu em setembro de 2015, com mudanças significativas na estrutura de abordagem do sistema de gestão pela empresa. As mudanças indicaram também uma maior preocupação com as posturas da empresa com relação aos quesitos da qualidade, e não apenas com os documentos e registros.
A estrutura das normas da ISSO também unificada e padronizada, fazendo com que todas as normas publicadas se tornassem compatíveis e complementares. As normas são, agora, organizadas em 10 cláusulas, descritas a seguir
A ISO 9000:2015 também passou a indicar sete princípios para a gestão da qualidade: (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019):
 Focono cliente
 Liderança
 Engajamento das pessoas
 Abordagem de processo
 Melhoria
 Tomada de decisão baseada em evidência
 Gestão de relacionamentos
A abordagem de processo e o foco na melhoria fica bastante evidente na representação do Sistema de Gestão da Qualidade na figura a seguir, com a aplicação do Ciclo PDCA. Cabe perceber como é visto o foco no cliente, tanto pelos seus requisitos, sendo a entrada do processo, e sua satisfação como uma das saídas do processo. 
A ISO 9000:2015 estabelece, assim, um modelo para a construção de um sistema de gestão, com mais foco na identificação, prevenção e eliminação de riscos. As empresas devem adotar sistemáticas para identificar os riscos que podem afetar seus objetivos estratégicos e seus produtos e processos. 
Alguns benefícios da implantação da ISO 9000:2015 são (SILVA & SILVA, 2017):
· Aumento no engajamento das lideranças, o que motiva todos a atingirem as metas definidas.
· Tratamento de forma sistemática e organizada dos riscos e oportunidades.
· Facilidade de integração com outros sistemas de gestão.
A implementação e certificação na ISO 9000:2015, sem dúvidas, pode contribuir para a garantia da qualidade dos processos, produtos e serviços de uma empresa, tanto internamente, quanto no que tange toda a cadeia produtiva. 
3.3 ISO 14001 
A gestão da qualidade é muito importante para que a empresa se mantenha competitiva. Porém, nas últimas décadas, a preservação ambiental está preocupando as nações e empresas por todo o mundo. O aumento da preocupação começou no início da década de 1970, quando pesquisas científicas demonstraram os impactos da degradação ambiental decorrentes da atividade humana (CARVALHO & PALADINI, 2005).
A partir da pressão da sociedade, apoiada principalmente por ONGs (Organizações Não Governamentais), o desenvolvimento sustentável se tornou um objetivo comum para países e empresas. Os governos passaram a editar leis cada vez mais rígidas para questões ambientais e o número de consumidores que começaram a preferir produtos ambientalmente sustentáveis aumentou consideravelmente.
Essa mudança de cenário fez com que as empresas percebessem que poderiam obter vantagens comparativas com seus concorrentes ao começar a produzir bens que levam em conta as questões ambientais. Assim, em 1996, as normas da série ISO 14000 foram lançadas como uma ferramenta útil para a gestão ambiental e também para demonstrar ao público que a empresa está comprometida com o futuro do planeta.
3.3.1. A Norma ISO 14000:2015
A norma ISO 14001 é uma das mais representativas da série 14000. Esta série contempla questões como Diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação de Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida do Produto. A norma ISO 14001 é a única auditável, voltada à gestão ambiental e descreve os requisitos para um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). 
Sua estrutura é muito parecida com a estrutura da norma ISO 9001:2015, seguindo as mesmas cláusulas. Como em muitas organizações elas caminham juntas, esta semelhança é intencional e facilita a integração das duas normas aos sistemas de gestão da qualidade.
A ISO 14001 recomenda que as organizações gerenciem o impacto ambiental por meio do compromisso com a prevenção da poluição, conformidade legal e melhoria contínua. A norma é adequada para todas as empresas, independentemente do tamanho ou do produto, e possibilita planejar, implementar e controlar os riscos ambientais, além de monitorar o desempenho e conformidade aos requisitos legais.
A norma também segue a lógica do PDCA, como na ISO 9000, e considera que os pilares para o sistema de gestão ambiental são (CARVALHO & PALADINI, 2005):
Prevenção, ao invés de correção;
Planejamento de todas as atividades, produtos e processos;
Estabelecimento de critérios;
Coordenação e integração entre as partes;
Monitoramento contínuo;
Melhoria contínua.
A ISO 14000:2015 demanda que os processos sejam avaliados pela perspectiva do ciclo de vida do produto em toda a cadeia de valor. Os aspectos ambientais devem ser avaliados desde a aquisição da matéria-prima, passando pelo desenvolvimento do produto, fabricação, distribuição, entrega ao cliente, uso e disposição final.
Para cada um dos aspectos ambientais ao longo do ciclo de vida de um produto, a empresa precisa considerar todos os requisitos legais, identificando-os e classificando os mais significativos. Deve também propor formas de controlar visando a mitigação ou eliminação dele.
A norma enfatiza o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável e a prevenção da poluição. A ISO 14000 detalha o Sistema de Gestão Ambiental a partir de duas abordagens, uma voltada à padronização do produto e outra visando a padronização da empresa.
3.3.2. Sistema de Gestão Ambiental
O objetivo do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é “estabelecer sistemáticas e processos para gerenciar riscos ambientais, reduzir os custos operacionais, limitar o consumo de recursos naturais e buscar a melhoria continua do desempenho ambiental” (SILVA & SILVA, 2017, p. 171). A ISO 14000 fornece uma referência que possibilita a gestão dos principais aspectos e impactos ambientais, contribuindo para que as empresas alcancem esses objetivos.
O SGA deve ser desenvolvido levando em consideração cinco princípios norteadores: 
 Política Ambiental
 Planejamento
 Desenvolvimento
 Ações Corretivas 
 Análise Crítica. 
Estes princípios devem funcionar como um ciclo vivo, contínuo e dinâmico, em que todos os aspectos sejam constantemente reavaliados com objetivo da melhorar a relação com o meio ambiente (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).
A gestão ambiental incorporada ao planejamento estratégico de uma organização possibilita gerenciar e melhorar os resultados das áreas envolvidas. Como exemplo de melhoria, temos:
	Reduzir o uso da energia elétrica
	Através da reavaliação dos ambientes de trabalho para um melhor aproveitamento da luz natural, consumo consciente da energia, investimento em energias renováveis (como energia solar), uso de lâmpadas LED, manutenção preventiva, uso de equipamentos com menor consumo energético, trabalho fora do horário de pico, aproveitamento da ventilação natural para diminuir ou eliminar o uso do ar condicionado, conscientização dos colaboradores, dentre outras ações.
	Reduzir o consumo de água
	Conforme a fundação SOS Mata Atlântica, cerca de 70% do volume de água é desperdiçado pelo mau uso e pelas perdas em vazamentos. Nas organizações, inspecionar instalações (como as dos banheiros), instalar torneiras com sensores, utilizar água pluvial nos processos e água de reuso retratada, assim como definir programas de conscientização, podem reduzir o consumo.
	Reduzir o uso de gás natural
	Otimizar processos que utilizam gás natural.
	Reciclar insumos e matérias primas
	Mapear o ciclo de vida dos produtos produzidos e buscar reciclá-los para que não causem impacto ao meio ambiente, assim como diminuir a geração de refugo são ações que devem ser consideradas.
A aplicação da norma depende da política ambiental estabelecida pela organização. No entanto, é importante que sempre visar o atendimento dos requisitos legais do mercado em que a empresa atua para possibilitar o sucesso sustentável.
O equilíbrio entre o meio ambiente, a sociedade e economia é a tríade fundamental para satisfazer as necessidades do presente, sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras. A sustentabilidade se equilibra nestes três pilares. 
Apenas as normas ISO 9001 e ISO 14001 não satisfazem todas as necessidades das organizações que buscam desenvolver-se de forma sustentável. Estas normas trazem para o centro da gestão as questões sobre qualidade e sustentabilidade ambiental. Porém, aspectos relacionados à gestão da saúde e da segurança ocupacional também são importantes, como veremos a seguir.
3.4 OHSAS 18001 
A ISO 9000 surgiu na década de 1980 como uma resposta a uma preocupação cada vez maior com a qualidade e produtividade das empresas. Esse movimento também apontou a necessidade denormatizar aspectos da gestão, principalmente, aqueles com foco nas negociações comerciais.
Já na década de 1990, foi lançada a ISO 14000 devido à demanda das empresas em gerenciar os aspectos relacionados com a gestão ambiental. A criação desta norma foi reflexo da preocupação da sociedade com a preservação ambiental e com o desenvolvimento sustentável.
Ainda na década de 1990, a preocupação com a integridade, com a saúde, com o bem-estar e com a vida do trabalhador começou a se manifestar em diversos países, afetando também a forma como as empresas se organizam (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019). Então, diversos grupos e entidades normatizadoras começam a propor normas voltadas à segurança e saúde do trabalhador.
3.4.1. A Norma OHSAS 18001
A primeira norma internacional de certificação de Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) foi publicada em 1999 como o nome de OHSAS 18001. OHSAS significa, originalmente, Occupation Health and Safety Assessment Series (em português, Série Valorização da Saúde e Segurança Ocupacional). Baseada em normas britânicas, foi desenvolvida a partir da norma BS 8800, que era utilizada no Reino Unido para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).
A OHSAS 18001 tem como objetivo determinar os critérios e elementos que são necessários para ajudar as organizações a proporcionarem ambientes seguros e saudáveis para os trabalhadores, evitando mortes, lesões e problemas de saúde que tenham relação com o trabalho. Também busca melhorar a saúde e a segurança ocupacional no ambiente de trabalho (BALLESTERO-ALVAREZ, 2019).
Destacando a ideia de minimização dos riscos, a certificação na OHSAS 18001 busca reduzir a perda de tempo por paradas relativas a acidentes e doenças ocupacionais e, com isso, reduzir os custos econômicos e, principalmente, humanos.
Com a implantação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, as empresas buscam (CRUZ, 2019):
· Integrar a responsabilidade pela higiene, segurança e saúde ocupacional em todas as atividades da organização;
· Implanta boas práticas em saúde e segurança do trabalho;
· Manter um ambiente de trabalho seguro;
· Reduzir os riscos de acidentes e incidentes;
· Destacar o funcionamento da saúde e segurança na empresa;
· Promover a melhoria da eficiência;
· Evitar multas e demais sanções ou ações judiciais motivadas por temas desta ordem, por implantar o cumprimento dos requisitos legais, contratuais e sociais;
· Descobrir oportunidades de melhoria no desempenho global da empresa;
· Reduzir os custos com seguros;
· Atender às demandas de clientes e acionistas;
· Melhorar a imagem da empresa;
· Motivar os funcionários.
Dentre os inúmeros benefícios para a organização e colaboradores, pode-se destacar a possibilidade de reduzir ou eliminar o número de acidentes e os  perigos e redução de produtividade devido às ausências de colaboradores acidentados. Não havendo acidentes, não haveria passivo trabalhista (custos com funcionários afastados ou impossibilitados para o trabalho).
Quando os colaboradores se sentem bem por trabalharem em um ambiente seguro, a motivação é aparente e facilita o engajamento no Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. Outro fator de destaque é a valorização da imagem da organização ao apresentar taxas baixas de acidentes: colaboradores engajados, zero despesas com passivos trabalhistas e maior produtividade.
3.4.2 Atualização ISO 45001:2018
A norma ISO 45001:2018 foi publicada em março de 2018 e é a substituta da OHSAS 18001, tendo sido criada com o objetivo de facilitar a integração dos requisitos de saúde e segurança ocupacional às normas ISO 9001 e ISO 14001. A ISO 45001 detalha os requisitos para o “SSO” – Saúde e Segurança Ocupacional –  orientando como as organizações podem proporcionar locais de trabalho que sejam seguros e saudáveis. 
A estrutura da ISO 45001:2018 é semelhante à das normas ISO 14001:2015 e ISO 9001:2015. Além de também ser baseada no ciclo PDCA, a ISO 45001:2018 possui uma estrutura de alto nível, que facilita a interação entre elas e ajuda na implementação das três dentro de um mesmo Sistema de Gestão.

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