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5 - As Normas Sobre Responsabilidade Social e a NBR ISO 45001 - Conteudo Escrito

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DESCRIÇÃO
Os requisitos e as diretrizes de um sistema responsabilidade social de acordo com normas NBR ISO
16001:2012 e NBR ISO 26000:2010, e os quesitos para o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança
Ocupacional conforme a norma NBR ISO 45001:2018.
PROPÓSITO
Demonstrar ao engenheiro de segurança do trabalho a importância da responsabilidade social para as
organizações e a aplicação da norma NBR ISO 45001:2018, incluindo seus benefícios mútuos para a
empresa e para o trabalhador.
CONTEÚDO
A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E DO
SISTEMA DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL PARA
AS ORGANIZAÇÕES
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a importância da responsabilidade social para as empresas
MÓDULO 2
Reconhecer a importância e a aplicação da norma NBR ISO 45001:2018
MÓDULO 1
 Reconhecer a importância da responsabilidade social para as empresas
LIGANDO OS PONTOS
As empresas têm sido muito pressionadas a adotar práticas de gestão que viabilizem o seu
desenvolvimento sustentável. Tais pressões provêm de acionistas, parceiros comerciais, clientes,
trabalhadores, autoridades e demais partes interessadas, que entendem ser o papel adequado para
uma empresa realmente preocupada em seguir as boas práticas de governança corporativa, enfocando
o cumprimento de sua responsabilidade social e, assim, garantindo a sua perenidade e o seu sucesso.
MAS O QUE SIGNIFICA DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL? POR QUE ELE ESTÁ CORRELACIONADO
ÀS BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA? E
O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL? COMO ESSES
CONCEITOS SE CRUZAM? E POR QUE ELES SÃO TÃO
INTERESSANTES PARA AS PARTES RELACIONADAS À
EMPRESA?
Para responder a essas perguntas, vamos estudar um caso prático baseado na empresa ZPK Logística.
A ZPK Logística é uma empresa brasileira legalmente estabelecida e recentemente instalada no estado
do Rio de Janeiro. Seus principais acionistas são grandes empresas de e-commerce brasileiras. É
especializada no transporte de cargas leves e apresenta como diferenciais o alto nível de automação de
suas operações e a velocidade com que realiza o transporte de cargas, conseguida graças a parcerias
com empresas de aviação e de transporte rodoviário.
Em diferentes reuniões mantidas recentemente com acionistas, parceiros comerciais e bancos de
investimento, a diretoria foi cobrada quanto à necessidade de dar transparência às decisões estratégicas
e táticas tomadas no exercício diário de governança da empresa e de comprovar a prática efetiva e
constante da responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável da empresa.
A diretoria ficou perplexa com o fato de fontes tão diversas terem originado a mesma demanda em
reuniões diferentes. Visando definir uma resposta adequada e abrangente a esses questionamentos, a
diretoria decidiu realizar um fórum de debates com diretores e gerentes.
O fórum buscou analisar as principais decisões estratégicas e táticas da empresa no último ano. Ele foi
aberto com um teste anônimo de avaliação do conhecimento prévio dos presentes sobre os temas
sustentabilidade corporativa, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.
Seguiu-se a palestra de um consultor externo sobre o significado desses temas, realizado enquanto
outros consultores tabulavam as respostas dos testes. As respostas apresentadas mostraram que a
maioria dos presentes desconhecia esses temas, ou os associavam exclusivamente à gestão do meio
ambiente.
A seguir, foram formados grupos aleatórios. Cada grupo foi orientado a listar 20 decisões tomadas na
empresa correlacionadas aos temas acima apresentados. Cada escolha precisou ser descrita e
justificada. Os benefícios esperados e alcançados por cada ação ou decisão precisaram ser listados.
 
Foto: Shutterstock.com
As cinco decisões mais lembradas pelos grupos foram:
Atualização do código de ética, com a inclusão de capítulos específicos sobre proteção ambiental
e saúde e segurança ocupacional.
Implementação de apresentações on-line semanais (lives) para apresentação de notícias e
resultados da empresa aos acionistas, investidores e financiadores.
Revisão das políticas de gestão da qualidade, de gestão ambiental, e de saúde e segurança
ocupacional.
Implementação do Sistema de Gestão Integrada (SGI).
Implantação de um programa de melhoria da segurança dos ambientes de produção, com a
implantação de equipamentos de proteção coletiva, exaustores para melhoria da circulação de ar
etc.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos e ajudar a
equipe de projeto com as decisões a serem tomadas?
1. ACIONISTAS, BANCOS E AUTORIDADES COBRARAM DA DIRETORIA
TRANSPARÊNCIA EM RELAÇÃO À PRÁTICA EFETIVA E CONSTANTE DA
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. JÁ O
FÓRUM APRESENTOU CINCO DECISÕES TOMADAS QUE ESTARIAM
CORRELACIONADAS A ESSAS PRÁTICAS. A DIVULGAÇÃO AO PÚBLICO DE
DECISÕES COMO ESSA ATENDERIA A DEMANDA DESSAS PARTES
RELACIONADAS?
A) Não. As decisões citadas não estão relacionadas à responsabilidade social e ao desenvolvimento
sustentável.
B) Não. Apenas aquelas relacionadas ao meio ambiente seriam aplicáveis, já que se perguntou sobre o
desenvolvimento sustentável.
C) Sim. Já que todas apresentam correlação direta com a responsabilidade social e com o
desenvolvimento sustentável.
D) Sim. Elas ou estão correlacionadas à responsabilidade social ou ao desenvolvimento sustentável.
E) Não. Apenas aquelas relacionadas a serviços sociais estão correlacionadas à responsabilidade
social.
2. AO SEREM CONFRONTADOS COM OS QUESTIONAMENTOS DE PARTES
RELACIONADAS, A DIRETORIA DECIDIU REALIZAR O FÓRUM E DESCOBRIU,
PELO TESTE APLICADO, QUE A MAIORIA DOS PRESENTES (DIRETORES E
GESTORES) NÃO CONHECIA OU NÃO ENTENDIA REALMENTE O QUE ERA
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. O QUE A
DIRETORIA DEVERIA FAZER EM RELAÇÃO A ESSA CONSTATAÇÃO?
A) Substituir todos os gestores por profissionais que entendam esses temas.
B) Fazer novos testes para identificar outras falhas de conhecimento de práticas empresariais,
treinamento, e substituir quem demonstrar muitas falhas.
C) Promover treinamentos e palestras que levem diretores e gestores a compreenderem esses temas.
D) Promover treinamentos e palestras que levem todas as partes relacionadas dentro da organização —
diretores, gerentes, equipes — a compreenderem esses temas.
E) Não deve fazer nada, pois esses temas não apresentam correlação possível com as atividades dos
gerentes.
GABARITO
1. Acionistas, bancos e autoridades cobraram da Diretoria transparência em relação à prática
efetiva e constante da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável. Já o fórum
apresentou cinco decisões tomadas que estariam correlacionadas a essas práticas. A divulgação
ao público de decisões como essa atenderia a demanda dessas partes relacionadas?
A alternativa "C " está correta.
 
A norma NBR 16001:2012 estabelece que a responsabilidade social envolve a ética e a transparência
no relacionamento com as partes interessadas, viabilizando assim o desenvolvimento sustentável, ou
seja, o atendimento das necessidades de hoje, sem prejudicar a capacidade de se atender as demandas
futuras. Desse modo, o que acionistas, bancos e parceiros comerciais cobraram foi a comprovação da
prática da ética e da transparência nos relacionamentos com as partes relacionadas (eles, inclusive) e
da condução de ações que viabilizem a operação da empresa hoje sem colocar em riscos essa mesma
operação no futuro.
2. Ao serem confrontados com os questionamentos de partes relacionadas, a diretoria decidiu
realizar o fórum e descobriu, pelo teste aplicado, que a maioria dos presentes (diretores e
gestores) não conhecia ou não entendia realmente o que era responsabilidade social e
desenvolvimento sustentável. O que a diretoria deveria fazer em relação a essa constatação?
A alternativa "D " está correta.
 
Trata-se de uma postura ética e transparente da empresa o treinamento de todas essas partes
relacionadas que atuamna empresa – diretores, gerentes e equipes. São eles que deverão desenvolver
as práticas que levam ao desenvolvimento sustentável, portanto, precisam saber o que isso significa na
prática.
3. CONSIDERANDO QUE A RESPONSABILIDADE SOCIAL
ENVOLVE A PRÁTICA DA ÉTICA E DA TRANSPARÊNCIA NO
RELACIONAMENTO COM AS PARTES RELACIONADAS,
PODERIA O CÓDIGO DE ÉTICA CORPORATIVO SER UMA
FORMA DE SE PRATICAR ESSA RESPONSABILIDADE?
JUSTIFIQUE A SUA RESPOSTA.
RESPOSTA
Sim. O código de ética registra a forma como a empresa entende que diretores, gestores e equipes devem
atuar nos seus relacionamentos mútuos ou com as demais partes relacionadas. Sua divulgação deve ser
ampla e acessível a todos, para que eles compreendam qual é a postura ética esperada para tais
relacionamentos.
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ENTENDENDO A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE
SOCIAL
SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA
CORPORATIVAS
 
Imagem: Shutterstock.com
SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA
Estabelece uma ligação ou interdependência equilibrada entre o capital (empresas), o social (pessoas) e
o ambiental (meio ambiente).
A sustentabilidade possui importância para as organizações de hoje, a ponto e haver um índice da Bolsa
de Valores (Bovespa – B³) que inclui apenas empresas que desenvolvem práticas sustentáveis e que
tem sido muito valorizado pelos investidores (B³, 2021).
GOVERNANÇA CORPORATIVA
Representa um conjunto de boas práticas e valores que os administradores (conselheiros e diretores
executivos) precisam praticar na condução e no controle das operações empresariais, valorizando e
incentivando o relacionamento com as partes relacionadas.
Esse relacionamento se estabelece tanto na formalização contratual entre as partes e a empresa quanto
na ética e correção envolvidas no processo.
Por outro lado, a governança empresarial preconiza a importância da garantia da perenidade ou
continuidade, o que é benéfico para as partes relacionadas que dependem da empresa. Com isso, há
uma valorização dos resultados, já que a continuidade e o crescimento da empresa dependem deles.
Sendo assim, também são benéficos para as partes relacionadas. Além disso, a governança promove a
gestão ambiental, pois a empresa depende do meio ambiente para sobreviver e prosperar.
Ao relacionarmos os conceitos de sustentabilidade corporativa com os de governança corporativa,
percebemos que a busca da sustentabilidade é uma obrigação das administrações, uma vez que
viabiliza a sua continuidade; as suas operações; o cumprimento de legislações e regulamentações; e
seus relacionamentos com as partes relacionadas, entre outros aspectos.
A EMPRESA SUSTENTÁVEL, PORTANTO, SERÁ AQUELA
EM QUE CONSEGUIR EQUILIBRAR OS RESULTADOS
FINANCEIROS, O SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE, E OS
RELACIONAMENTOS COM SUAS PARTES INTERESSADAS.
QUANTO MAIOR FOR ESSE EQUILÍBRIO MAIOR SERÁ A
SUSTENTABILIDADE.
OBRIGAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO E DAS PARTES
RELACIONADAS
Além de conduzir os relacionamentos com ética, transparência, isonomia, respeito, entre outros atributos
ligados aos valores da governança, os administradores, que são cada vez mais cobrados pelas partes
relacionadas, ainda devem garantir que as ações e decisões de todos na empresa com essas partes
relacionadas sejam pautadas em leis, regulamentações e normas internas e externas, garantindo a
sustentabilidade da empresa.
VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: ESSAS PARTES
PODEM COBRAR TUDO ISSO DOS ADMINISTRADORES? OS
ADMINISTRADORES REALMENTE PRECISAM SER TÃO
CUIDADOSOS COM INVESTIDORES, CLIENTES,
TRABALHADORES? AS OUTRAS PARTES SÃO ASSIM TÃO
IMPORTANTES PARA OS ADMINISTRADORES?
 RESPOSTA
A resposta é sim. Investidores, empregados, clientes e outras partes relacionadas cobram porque
percebem o quanto têm a ganhar com esses cuidados. Já os administradores têm sua performance
medida pela forma como mantêm esses relacionamentos.
A verdade é que todas as partes relacionadas a uma empresa dependem da ação dos administradores.
Por outro lado, essas cobranças variam conforme os termos do relacionamento estabelecido entre eles
e as partes interessadas.
 
Foto: Shutterstock.com
Os trabalhadores empregados na empresa possuem uma série de direitos, obrigações e benefícios
trabalhistas definidos por lei (Consolidação da Leis do Trabalho – CLT), regulamentações (ex.: Normas
Regulamentadoras – NR – do Ministério do Trabalho) e contratos de trabalho. Eles têm grande interesse
na perenidade da empresa, pois dela depende a continuidade de seu vínculo empregatício, e na
geração de lucros, pois se valem dela por meio da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), por
exemplo.
Atualmente, o foco das administrações não pode envolver apenas o resultado financeiro da empresa.
Claro que ele é muito importante, pois a empresa precisa dele para honrar seus compromissos e
sobreviver. Mas esse foco precisa ser mais abrangente, envolvendo a manutenção e o estímulo dos
bons relacionamentos com todas as partes relacionadas.
 SAIBA MAIS
O bom nível desses relacionamentos aumenta o interesse das diversas partes relacionadas em manter
negócios com a empresa. Essas partes se relacionam com a empresa exatamente por causa desses
interesses, que podem ser mútuos.
O eventual descaso com esses relacionamentos pode ter consequências muito negativas para a
empresa e seus administradores ou, ainda, para as partes relacionadas. Podem ocorrer, por exemplo:
Reduções ou até cancelamentos de negócios
Exposição negativa da empresa e/ou de seus administradores na mídia
Processos judiciais
Boicote de cliente a produtos/serviços etc
Além disso, há aspectos legais envolvidos, legislações e regulamentações brasileiras que regulam esses
relacionamentos e estabelecem as obrigações das empresas em relação a eles. Um bom exemplo disso
está na chamada Lei dos Direitos do Consumidor – Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990.
É claro que, se bem conduzidos, esses relacionamentos podem trazer consequências muito positivas
para a empresa, tais como sua valorização no mercado, o que contribui para a sua continuidade. São os
relacionamentos que constroem a reputação ou imagem de mercado da empresa, de modo que, quanto
mais positiva for a reputação mais interessados em manter negócios ou participar dela serão atraídos.
Para os investidores, uma boa reputação atrai negócios, valoriza o capital investido e gera bons
dividendos.
Já para os trabalhadores, clientes e fornecedores essa boa reputação significa que a empresa é capaz
de honrar contratos e compromissos firmados com eles.
A ÉTICA E A CONDUTA
 
Imagem: Shutterstock.com
CONCEITOS
Como já vimos, as respostas dadas pelas administrações das empresas às demandas das partes
relacionadas e da legislação têm sido bem objetivas e claras. Elas precisam demonstrar sua disposição
em garantir o bom nível de relacionamento com as partes relacionadas, e essa cultura precisa se
espalhar e ser adotada por todos que nela atuam.
 ATENÇÃO
Isso é necessário porque a grande maioria desses relacionamentos não é desenvolvida diretamente
pelos administradores, mas sim pelos gestores e equipes operacionais das empresas.
Um aspecto-chave para a construção dessa cultura é a ética, sem a qual não há condições de manter
essas relações. E ainda temos a questão da conduta, que afeta diretamente esses relacionamentos.
Você sabe definir os termos ética e conduta? Vejamos como o dicionário Michaellis (2021) os apresenta:
ÉTICA
Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de
uma sociedade.
CONDUTA
Ato ou efeito de conduzir, de levar, de trazer; condução. Procedimento moral; comportamento.
Podemos, então, concluir que, se a ética estabelece o que deve ser feito, a conduta esclarece como
algo deve ser feito.
Por tudo isso, cabe à administração estabelecer meios de transmitir a todos os que a representam as
definições e diretrizes para o desenvolvimento desses relacionamentos. E os administradores o fazem
por meio de decisões, orientações aos gestores(seus subordinados mais diretos), políticas formalizadas
(que estudaremos mais profundamente logo a frente) e pelo código de ética, que vamos estudar neste
tópico.
O CÓDIGO DE ÉTICA
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O código de ética é um documento que registra os entendimentos e as práticas definidas pela
administração sobre como deve ocorrer o relacionamento entre a empresa, representando os que nela
atuam, e todas as demais partes relacionadas. Além disso, esse documento pode definir como as partes
devem se relacionar com os colaboradores da empresa. Muitas vezes, vemos o código de ética
associado a um código de conduta, podendo integrar o mesmo documento.
É IMPORTANTE OBSERVAR QUE O CÓDIGO DE ÉTICA,
ASSIM COMO O DE CONDUTA, EXPRESSA ESSAS
DISPOSIÇÕES EM TÓPICOS, O QUE DEVE OU NÃO SER
FEITO, E COMO DEVE SER FEITO. MAS ESSES
INSTRUMENTOS NÃO SÃO DETALHADOS, OU O SÃO EM
UM OU OUTRO ASPECTO, APENAS. ESSE DETALHAMENTO
ESTÁ PRESENTE NAS POLÍTICAS E NOS MANUAIS OU
NORMAS DE PROCEDIMENTO QUE AS EMPRESAS
DISPONIBILIZAM PARA OS SEUS COLABORADORES.
O código de ética possui uma força administrativa e legal muito grande nas empresas. Ele pode conter,
por exemplo, o processo de denúncia, verificação, análise e eventual penalização por desvios de suas
disposições.
Os códigos podem conter disposições sobre assuntos bastante diversos, tais como:
1. Obrigatoriedade do cumprimento de leis e regulamentações.
2. Obrigatoriedade da garantia da saúde e segurança ocupacional dos colaboradores.
3. Formas de relacionamento com clientes e fornecedores.
4. Atenção à postura ética e moral em todos os relacionamentos.
5. Obrigatoriedade de responder às demandas de clientes com a máxima brevidade, ética e
respeito.
6. Uso de marcas e símbolos da empresa.
7. Forma adequada de tratamento de informações da empresa e/ou de suas partes relacionadas.
8. Vedação do recebimento de presentes e favores de quaisquer partes relacionadas;
9. Transparência das ações e decisões da administração e seus níveis subordinados.
A TRANSPARÊNCIA DAS AÇÕES E DECISÕES
CORPORATIVAS
Do conjunto de disposições que vimos até agora, vale destacar a transparência nas decisões. A
transparência é um dos valores da governança corporativa e envolve a vontade da administração em dar
ciência às partes interessadas de suas ações e decisões.
 ATENÇÃO
Claro que não estamos falando da divulgação de quaisquer informações sobre essas ações e decisões,
pois várias são cobertas por sigilos legais ou de negócios. Mas sim do interesse em divulgar mais do
que o requisitado em lei ou regulamentações.
Neste contexto, evita-se que decisões, prejudiciais ou benéficas, sejam tomadas sem conhecimento e
autorização das partes interessadas. Os acionistas, por exemplo, poderiam se sentir prejudicados se a
administração tomasse decisões sem avisá-los sobre questões que afetam positiva ou negativamente o
valor de mercado da empresa e, consequentemente, de suas participações. Tomadas de decisão desse
tipo parecem erradas, não é? Mas essas situações já foram muito comuns e ainda podem estar
acontecendo em várias empresas. Daí a importância da transparência.
AS POLÍTICAS CORPORATIVAS
As políticas corporativas apresentam diretrizes da administração sobre diversos temas corporativos,
assim como a atribuição de reponsabilidades pela sua condução. Elas são formas de a administração
mostrar sua determinação, sua orientação e seu apoio no tratamento dos seus assuntos.
 SAIBA MAIS
Essas políticas podem envolver assuntos tão diversos como vendas, crédito, combate à corrupção,
gestão de recursos humanos (ou de pessoas), segurança da informação, produção, ou saúde e
segurança ocupacional.
Trata-se de um documento que apresenta afirmações genéricas (ou não) sobre o que deve ser feito
pelos integrantes da empresa. Por isso, sua leitura deve ser clara e objetiva, de forma a ser facilmente
compreendida por todos na empresa. Essas políticas costumam ser acompanhadas de normas e
padrões que detalham como fazer.
NOS CONTEXTOS DA GOVERNANÇA E DA
SUSTENTABILIDADE CORPORATIVAS, MUITAS EMPRESAS
APRESENTAM COMO PARTE DE SUAS POLÍTICAS OU
COMO UMA POLÍTICA INDEPENDENTE AS SUAS
DIRETRIZES PARA A RESPONSABILIDADE CORPORATIVA.
MAS, DESDE JÁ, É IMPORTANTE SALIENTAR QUE VÁRIAS
POLÍTICAS SÃO DESENVOLVIDAS DE FORMA A ALINHAR
AS AÇÕES DA EMPRESA ÀS PRÁTICAS DA
RESPONSABILIDADE SOCIAL.
Das políticas corporativas, destacam-se as políticas gestão de recursos humanos, de combate ao
assédio e à discriminação, de apoio à diversidade, ou de saúde e segurança ocupacional.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
 
Foto: Shutterstock.com
Os debates sobre a governança corporativa e a sustentabilidade social também têm envolvido a
chamada responsabilidade social. Esse termo, lido fora de contexto e sem conhecimento do assunto,
pode sugerir ações sociais desenvolvidas por pessoas ou empresas visando auxiliar os mais
necessitados. Por outro lado, o termo “social” pode ser associado à dimensão homônima que compõe,
juntamente com o capital e o meio ambiente, a sustentabilidade corporativa.
A VERDADE É QUE A RESPONSABILIDADE SOCIAL
ENVOLVE O DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES
CORPORATIVAS RELACIONADAS ÀS SUAS TRÊS
DIMENSÕES — CAPITAL, SOCIAL E AMBIENTAL.
Sob o ponto de vista da governança corporativa, a responsabilidade social é primariamente dos
administradores, que podem delegá-la aos seus subordinados. Mas como efetivá-la nas empresas? Ou,
ainda, controlá-la e desenvolvê-la? A quem as empresas devem recorrer diante de um problema que
requer uma definição e padronização para o mercado?
 RESPOSTA
A um órgão normalizador, como a ABNT.
Em 2004, após uma demanda do mercado e uma ampla consulta nacional, a ABNT publicou uma norma
sobre o tema: ABNT NBR 16001 Responsabilidade social – Sistema da gestão – Requisitos. Atualmente
está em vigor a sua primeira revisão, ocorrida em 2012.
Essa norma não só disciplina o tema como apresenta um sistema de gestão próprio para a sua
implementação e gestão. Note que ela não é uma norma ISO, mas sim uma produção própria da ABNT,
voltada para o nosso mercado.
O sistema de gestão que a NBR 16001 propõe é similar aos apresentados pelas normas NBR ISO 9001,
NBR ISO 14001 e ISO 45001. Ela usa a abordagem do ciclo PDCA – planejar, fazer, checar, agir
(melhoria contínua) e apresenta estrutura e elementos similares aos dessas normas. Observa-se que a
NBR 16001 foi lançada em 2004, na mesma época da revisão da NBR ISO 14001.
NORMA NBR 16001 E O SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA
(SGI)
Você deve estar se perguntando se a norma NBR 16001:2012 pode integrar o SGI assim como as
outras três normas que já conhecemos. A resposta é sim. Isso é possível graças à compatibilidade dos
quesitos e do próprio tema com o contexto das demais normas.
 ATENÇÃO
Note que a norma NBR 16001 e a norma ISO 45001, que vamos estudar no próximo módulo, estão
relacionadas à dimensão “social” da sustentabilidade.
Um aspecto importante a destacar é que a implementação dessa norma pode ter os resultados da
auditoria de sua conformidade certificados, já que apresenta requisitos para implementação do sistema
de gestão. Ou seja, essa norma é “certificável”.
Mas observe que a implementação do sistema de gestão que ela propõe não significa que a empresa é
socialmente responsável, condição esta que só será alcançada a partir do desempenho de suas
operações no dia a dia. A implementação do sistema, com ou sem a certificação, significa que a
empresa criou mecanismos que auxiliam a chegar a essa condição. Ela será reconhecida como
socialmente responsável pelas suas partes relacionadas.
CONCEITO DE REPONSABILIDADE SOCIAL
O conceito proposto pela norma NBR 16001:2012 envolve dois temas importantes para a governança
corporativa. Vejamos esse conceito:
RESPONSABILIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO (...) PELOS
IMPACTOS (...) DE SUAS DECISÕES E ATIVIDADES NA
SOCIEDADE E NO MEIO AMBIENTE (...). POR MEIO DE UM
COMPORTAMENTO ÉTICO (...) E TRANSPARENTE...”. A
NORMA PROSSEGUE ESCLARECENDOQUE 
 
- CONTRIBUA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(...), INCLUSIVE A SAÚDE E O BEM-ESTAR DA SOCIEDADE; 
 
- LEVE EM CONSIDERAÇÃO AS EXPECTATIVAS DAS ÁREAS
INTERESSADAS (...); 
 
- ESTEJA EM CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL E SEJA CONSISTENTE COM AS NORMAS
INTERNACIONAIS DE COMPORTAMENTO (...); E 
 
- ESTEJA INTEGRADA EM TODA A ORGANIZAÇÃO (...) E
SEJA PRATICADA EM SUAS RELAÇÕES.
(ABNT, 2012, p. 5)
Com isso, as administrações estão agindo dentro da responsabilidade social quando:
 
Imagem: Shutterstock.com
Buscam o desenvolvimento sustentável.
 
Imagem: Shutterstock.com
Praticam a governança corporativa.
 
Imagem: Shutterstock.com
Empregam a ética em todos os seus relacionamentos com as partes relacionadas, ou a transparência
nas suas tomadas de decisão e ações, entre outros aspectos.
O mesmo ocorre quando a empresa vem a público e informa suas boas e más notícias. Realmente é
muito fácil comentar alguma ação empresarial ou social de sucesso, na qual empresa se destacou ou
conduziu. Por outro lado, é tão difícil quanto necessário dar transparência às más notícias, como
acidentes que afetam suas equipes, seus clientes, ou terceiros.
 EXEMPLO
Imagine uma situação fictícia em que uma montadora de veículos descobrisse falhas no sistema de
freios de seus carros mais vendidos. Nesse caso, a atitude socialmente responsável seria vir a público e
fazer o chamado recall, convidando os proprietários a vir trocar gratuitamente o sistema de freios. Mas
essa transparência teria seu preço, e a empresa deveria arcar com ele: eventuais vítimas (ou seus
parentes) poderiam procurar a empresa e/ou a justiça em busca de reparação pelo acidente sofrido
comprovadamente por esse problema de freio.
No exemplo apresentado, embora tenha enfrentado alguns problemas relacionados à decisão pela
transparência, a empresa cumpriu suas obrigações legais e veio a público relatar o problema. Nesse
sentido, os impactos negativos serão inferiores ao que aconteceria se a empresa optasse pela não
transparência, esperando alguém reclamar. Note que o desempenho dessa responsabilidade viabiliza o
desenvolvimento sustentável da empresa. A seguir, veremos o que isso significa.
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A norma NBR ISO 16001:2012 define desenvolvimento sustentável como sendo o:
“DESENVOLVIMENTO QUE SATISFAZ AS NECESSIDADES
DO PRESENTE SEM COMPROMETER A CAPACIDADE DAS
FUTURAS GERAÇÕES DE SUPRIR SUAS PRÓPRIAS
NECESSIDADES”
(ABNT, 2012, p. 2)
Você consegue perceber um certo “toque ecológico” nessa definição? Algo como “vamos tratar do meio
ambiente agora para que as gerações futuras também possam usufruir dele!”? O fato é que essa frase
até se aplica em parte ao tema meio ambiente, mas há bem mais do que isso envolvido nesse
desenvolvimento.
A norma NBR 16001 expõe que o desenvolvimento sustentável envolve três dimensões – capital, meio
ambiente e social –, as quais podemos definir da seguinte maneira:
CAPITAL
MEIO AMBIENTE
SOCIAL
CAPITAL
Envolve os efeitos econômicos que a empresa provoca nas suas partes relacionadas.
MEIO AMBIENTE
Envolve os efeitos da empresa sobre os sistemas ecológicos onde atua.
SOCIAL
Trata dos impactos dos efeitos das ações da empresa sobre os ambientes sociais internos e externos.
Esses impactos ou efeitos envolvem qualquer tipo de influência, seja ela positiva ou negativa, que a
empresa possa ter exercido sobre os ambientes socais, ecológicos ou sobre as partes relacionadas.
Isso quer dizer que a empresa que deseje alcançar o desenvolvimento sustentável deve, por exemplo:
 
Imagem: Shutterstock.com
Honrar contratos e acordos que mantém com clientes, colaboradores, fornecedores, órgãos reguladores
etc. (capital).
 
Imagem: Shutterstock.com
Tratar os footprints (Pegada ecológica.) que deixou na natureza durante a sua operação (meio
ambiente).
 
Imagem: Shutterstock.com
Oferecer serviços sociais de apoio as populações de baixa renda próximas e suas unidades de
produção, atenuando os impactos de sua produção sobre elas (social).
ABNT NBR ISO 26000:2010 – DIRETRIZES PARA A
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Em 2010, a ABNT publicou a norma ABNT NBR ISO 26000:2010 – Diretrizes para a responsabilidade
social. Essa é uma noma ISO que visa apresentar princípios, conceitos, ferramentas e orientações
voltadas para a responsabilidade social. Por ser conceitual e não apresentar quesitos, ela não é
certificável, e a própria norma esclarece isso.
 
Imagem: Shutterstock.com
Essa norma apresenta uma estrutura diferenciada em relação a outras normas: seu conteúdo está
organizado como um texto didático ou artigo acadêmico, ou seja, com uma leitura mais informativa do
que técnica.
É uma norma que pode ser apresentada e aplicada em conjunto com a NBR 16001, não com o intuito de
compor o sistema de gestão da responsabilidade social, mas para orientar administradores, gestores,
equipes e até as partes interessadas sobre o exercício adequado da responsabilidade social.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E SAÚDE E A SEGURANÇA
DO TRABALHO
Conforme já vimos, os trabalhadores são também partes interessadas. O cuidado com sua saúde e
segurança no ambiente de trabalho faz parte das responsabilidades sociais da administração.
Nesse contexto, são implicações da responsabilidade social:
gerenciamento de riscos ocupacionais;
disponibilização de equipamentos de proteção individual e coletiva;
realização e campanhas de conscientização;
alocação de serviços de medicina do trabalho;
disponibilização de máquinas e equipamentos de trabalho ergonomicamente corretos.
 
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE AS PARTES INTERESSADAS TÊM DEMONSTRADO GRANDE
INTERESSE NA FORMA COMO AS ADMINISTRAÇÕES EXERCEM A
RESPONSABILIDADE SOCIAL. TAMBÉM VIMOS QUE ESSA RESPONSABILIDADE
ESTÁ RELACIONADA À GOVERNANÇA E À SUSTENTABILIDADE
CORPORATIVA. A RESPONSABILIDADE CORPORATIVA ENVOLVE AÇÕES QUE
TRATEM:
A) Da saúde e da segurança dos trabalhadores exclusivamente.
B) Das três dimensões da sustentabilidade corporativa, ou seja, o capital, o social e o ambiental.
C) De ações judiciais movidas contra a empresa (sociedade empresarial).
D) Da saúde e segurança das pessoas necessitadas, exclusivamente.
E) De um dos três sistemas que compõem o SGI.
2. UM ASPECTO DE GRANDE IMPORTÂNCIA PARA AS PARTES RELACIONADAS
É O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. ELE É PERCEBIDO COMO SENDO UM
ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA A GARANTIA DA CONTINUIDADE DA
EMPRESA. ESSA PERCEPÇÃO SE EXPLICA PELO FATO DE QUE:
A) A empresa vai compensar o meio ambiente pelos danos que causou.
B) As pessoas que foram prejudicadas pela empresa serão compensadas.
C) A empresa vai garantir a sua operação no futuro mesmo que prejudicando a sua performance atual.
D) A empresa vai garantir a sua operação atual sem causar prejuízos ao meio ambiente.
E) A empresa vai garantir a sua operação atual sem comprometer essa operação no futuro.
GABARITO
1. Vimos que as partes interessadas têm demonstrado grande interesse na forma como as
administrações exercem a responsabilidade social. Também vimos que essa responsabilidade
está relacionada à governança e à sustentabilidade corporativa. A responsabilidade corporativa
envolve ações que tratem:
A alternativa "B " está correta.
 
A responsabilidade social envolve o desenvolvimento pelos administradores de ações corporativas que
devem abranger os três eixos da sustentabilidade, sendo eles o econômico, o social e o ambiental.
2. Um aspecto de grande importância para as partes relacionadas é o desenvolvimento
sustentável. Ele é percebido como sendo um elemento fundamental para a garantia da
continuidade da empresa. Essa percepção se explica pelo fato de que:
A alternativa "E " está correta.
 
A norma NBR ISO 16001:2012 define esse desenvolvimento sustentável como sendo o
“Desenvolvimento que supre as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
gerações futuras em supri-las”. E esse desenvolvimento envolve as dimensões capital, sociale
ambiental da sustentabilidade corporativa.
MÓDULO 2
 Reconhecer a importância e a aplicação da norma NBR ISO 45001:2018
LIGANDO OS PONTOS
A norma ISO 45001:2018 apresenta os requisitos para a implementação de um Sistema de Gestão de
Saúde e Segurança Ocupacional. Mas por que esse sistema é importante para uma empresa? Ele se
integra ao Sistema de Gestão Integrado (SGI)? Para entender isso, vamos ver o que ocorre na empresa
ZPK Logística.
A empresa ZPK logística tem cinco centros regionais de distribuição em parceria com grandes
aeroportos brasileiros e empresas de logística locais, as quais fazem a entrega aos clientes. Esses
centros estão aparelhados com equipamentos de última geração (robôs fixos e móveis, drones de solo e
voadores, e outros recursos de tecnologia de ponta, em pleno funcionamento junto com suas equipes
operacionais (humanas)).
 
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Para completar o projeto de implantação do SGI, a ZPK Logística contratou uma consultoria externa
especializada para apoiá-los na implementação do seu Sistema de Gestão de Saúde e Segurança
Ocupacional (SGSSO) e na complementação e revisão do seu Sistema de Gestão Integrado. Eles
também devem considerar no seu trabalho os Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) e de Gestão
Ambiental (SGA), que já estão implementados e certificados. Vale lembrar que a certificação foi
revalidada pouco antes desse trabalho.
O trabalho da consultoria envolveu etapas como:
auditoria de conformidade da implementação do SGQ e do SGA, visando ao seu aproveitamento
na implementação do SGSSO e do SGI;
identificação dos elementos que são comuns aos sistemas SGQ, SGA e que poderão ser
aproveitados para o SGSSO e SGI;
desenvolvimento da política de Saúde e Segurança Ocupacional (SSO), integrando-a às políticas
do SGA e SGQ;
implementação do SGSSO e do SGI, considerando os elementos comuns com os outros sistemas;
pré-auditoria da implementação do SGSSO, visando à preparação para a auditoria de
conformidade de terceira parte e certificação.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Agora, vamos ligar esses pontos e ajudar
a equipe de projeto com as decisões a serem tomadas.
1. A CONSULTORIA INICIOU SUAS ATIVIDADES COM UMA AUDITORIA DE
CONFORMIDADE DO SGQ E DO SGA, QUE JÁ ESTAVAM IMPLEMENTADOS E
CERTIFICADOS, E RECERTIFICADOS. ISSO FAZ SENTIDO?
A) Não. Os Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental já estão certificados, e essa certificação foi
revalidada.
B) Não. A consultoria não deveria considerar esses sistemas no seu trabalho.
C) Faz sentido, sim, e a consultoria precisa avaliar se essas implementações ocorreram dentro dos
quesitos da norma, dando assim a sua própria certificação.
D) Faz sentido, já que essas auditorias de terceiro para certificação não farão a avaliação da
conformidade do cumprimento dos quesitos das normas.
E) Faz sentido, já que as certificações desses sistemas são inadequadas. Apenas o SGI pode ser
certificado.
2. A CONSULTORIA PRETENDE DESENVOLVER UMA PRÉ-AUDITORIA DA
IMPLEMENTAÇÃO DO SGSSO, VISANDO À PREPARAÇÃO PARA A AUDITORIA
DE CONFORMIDADE DE TERCEIRA PARTE E CERTIFICAÇÃO. ESSE
PROCEDIMENTO É O MAIS ADEQUADO?
A) A realização da pré-auditoria é adequada, mas não por essa mesma consultoria, pois a
implementação feita por ela não traria uma visão independente do que foi realizado.
B) Esse procedimento é um erro sob qualquer ponto de vista, uma vez que não trata de uma
conformidade para certificação.
C) Esse procedimento está correto sob qualquer ponto de vista, pois ela trará segurança à empresa de
que o trabalho da consultoria foi perfeito.
D) Esse procedimento não faz sentido, a menos que seja usado para a certificação.
E) É um procedimento que só serve para liberar pagamento para a consultoria.
GABARITO
1. A consultoria iniciou suas atividades com uma auditoria de conformidade do SGQ e do SGA,
que já estavam implementados e certificados, e recertificados. Isso faz sentido?
A alternativa "A " está correta.
 
Como os dois sistemas em questão já estão certificados, e essa certificação foi revalidada
recentemente, essa auditoria mostra-se desnecessária. A princípio, caberia à consultoria apenas estudar
os sistemas para identificar a forma como operam, visando ao seu aproveitamento parcial no novo
SGSSO. Esse poderá ser também certificado, deixando todo o SGI certificado.
2. A consultoria pretende desenvolver uma pré-auditoria da implementação do SGSSO, visando à
preparação para a auditoria de conformidade de terceira parte e certificação. Esse procedimento
é o mais adequado?
A alternativa "A " está correta.
 
O procedimento é válido, mas não poder ser realizado pela própria empresa, pois ela não terá
independência para fazê-lo. Isso quer dizer que ela poderá manter interpretações que deu aos quesitos
da norma que podem não corresponder ao que foi preconizado pela ISO e adotado pela organização
certificadora.
3. A CONSULTORIA VAI DESENVOLVER UMA POLÍTICA DE
SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL. MAS ISSO FAZ
SENTIDO? NÃO DEVERIA SER UMA POLÍTICA ÚNICA DO
SGI, SUBSTITUINDO AS POLÍTICAS DE QUALIDADE, DE
MEIO AMBIENTE, E DE SAÚDE E SEGURANÇA
OCUPACIONAL?
RESPOSTA
O procedimento está correto. A política em questão deve ser desenvolvida para tratar desse tema, e sua
conformidade com a norma será avaliada dessa forma. No SGI, essa política deverá ser integrada com as do
SGQ e SGA, mas isso não quer dizer que haverá uma nova política resultante dessa integração. Haverá a
eliminação de conflitos ou discordâncias entre elas.
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O QUE É O SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E
SEGURANÇA OCUPACIONAL?
SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL
 
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Neste módulo, estudaremos o sistema de gestão que compõe o SGI, que é o proposto pela norma ISO
45011:2018 PT – Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional – Requisitos com
orientação para uso, sobre o qual discutiremos neste módulo.
A norma ISO 45001:2018 é uma norma internacional publicada em 2018 pela International Organization
for Standardization (ISO). A ABNT distribui no Brasil uma versão traduzida para o português – é por isso
que as letras PT (português) aparecem junto à numeração da norma.
A seguir, vamos estudar essa norma, começando pelas suas origens.
ORIGENS DA NORMA ISO 45001:2018
Os acidentes e as doenças ocupacionais estão presentes nas empresas há séculos. Ao longo dos
últimos cem anos, governos, empresas, sindicatos, universidades e outras organizações correlacionadas
passaram a desenvolver legislações, regulamentações, normas (internas e externas) e outros
mecanismos preventivos que protegem o trabalhador. E o fazem por perceber esse esforço como
benéfico tanto para elas quanto, e principalmente, para os seus empregados e terceiros que atuam
nesses ambientes, conforme o que já estudamos sobre os benefícios do gerenciamento de riscos.
Nesse contexto, sabemos que as legislações e regulamentações apresentam o que deve ser feito pelas
empresas para proteger os seus trabalhadores de riscos ocupacionais, incluindo o gerenciamento
desses riscos.
 EXEMPLO
Inclui-se aqui, por exemplo, o conjunto de normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, as quais
resolvem para as empresas várias questões gerais a respeito da prevenção desses riscos. Há, no
entanto, inúmeras outras questões que não são tratadas por esses instrumentos, mas que representam
problemas para as empresas.
Por outro lado, já aprendemos que o principal objetivo da normalização técnica é exatamente solucionar
problemas que as empresas encontram em suas operações, incluindo-se aqui questões gerais ou
específicas relacionadas à saúde e segurança do trabalho. Essas empresas costumam buscar o auxílio
das organizações normalizadoras visando à produção de normas para o tratamento dessas questões.
É POR ISSO QUE, AO ANALISARMOS AS NORMAS
NACIONAIS E INTERNACIONAIS PUBLICADAS PELA ABNT,
POR EXEMPLO, PODEMOS VER NORMAS TRATANDO DE
QUESTÕES ESPECÍFICAS PARA UM OU OUTRO SETOR DE
NEGÓCIOS,OU MEIO DE PRODUÇÃO.
Nesse cenário, as empresas também precisam organizar seus esforços e recursos visando direcioná-los
para a identificação e o gerenciamento dos seus riscos ocupacionais. Com isso, podem tratar os riscos
para os quais não há referências diretas na legislação, regulamentação, ou mesmo em normas técnicas.
Para isso, a empresas lançam mão de sistemas de gestão que são propostos pelas organizações
normalizadoras para esse fim.
Em relação aos sistemas de gestão de riscos para a saúde e a segurança ocupacional, um bom ponto
de partida do nosso estudo está no conjunto de normas britânicas OSHAS 18001 e OSHAS 18002,
publicadas em 1999 e revisadas em 2007. Passaremos a estudá-las a seguir.
AS NORMAS OSHAS 18001:2007 E OSHAS 18002:2008
A norma OSHAS 18001:2007 – Occupational Health and Safety Assessment Series foi desenvolvida
pelo The British Standards Institution – BSI, em conjunto com outras organizações normalizadoras e
certificadoras.
 SAIBA MAIS
O BSI é uma organização normatizadora e certificadora britânica sem fins lucrativos, que representa o
Reino Unido junto a International Organization for Standardization (ISO), da mesma forma que ocorre
com a ABNT no Brasil. Suas atividades incluem o desenvolvimento de normas técnicas, treinamentos,
certificações e atividades de consultoria.
Desde a sua primeira versão, a norma OSHAS 18001 foi complementada pela norma OHSAS 18002,
Guidelines for the implementation of OHSAS 18001, em que se apresentavam recomendações para a
implementação da norma 18001. Assim, ambas precisavam ser implementadas em conjunto.
A primeira versão dessa norma foi publicada em 1999 em atendimento a uma demanda internacional
pela proposição de um padrão para a implementação e operação de um Sistema de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST).
CONVÉM DESTACAR QUE ESSA NORMA FOI PUBLICADA
PELO BSI, MAS FOI DESENVOLVIDA EM CONJUNTO POR
UM GRUPO DE ORGANIZAÇÕES DE NORMALIZAÇÃO E
CERTIFICAÇÃO DE OUTROS PAÍSES. PARA ISSO, ESSE
GRUPO TOMOU COMO BASE OS PADRÕES PRESENTES NA
NORMA ISO 14001:1996, QUE PROPUNHA UM SISTEMA DE
GESTÃO AMBIENTAL E ESTAVA EM VIGOR NA ÉPOCA.
COMO ESSA NOVA NORMA APRESENTAVA QUESITOS E
DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DESSE SISTEMA,
VIABILIZOU A CERTIFICAÇÃO DE SUA IMPLEMENTAÇÃO
BASEADA NOS RESULTADOS DE UMA AUDITORIA DE
CONFORMIDADE.
Por ter sido desenvolvida por um grupo de organizações normalizadoras e ter usado como base uma
norma ISO, a norma OSHAS 18001 gozava de um destaque e de uma aceitação internacional dignos de
uma norma da ISO, apesar de não ser uma delas. Ainda assim, essa norma preencheu uma lacuna no
conjunto de normas ISO, ao apresentar um sistema de gestão desenvolvido especificamente para tratar
da saúde e segurança ocupacional nos ambientes de trabalho.
A norma OSHAS 18001 sucedeu a norma BS 8800:1996 – Série de Avaliação da Saúde e Segurança no
Trabalho, que também foi publicada pelo BSI e ganhou grande projeção e aceitação internacional
durante a sua vigência. A norma BS 8800:1996 trazia conceitos, definições e recomendações sobre a
gestão da saúde e da segurança ocupacional, mas não apresentava efetivamente o meio para
implementar um sistema que operacionalizasse esse tema (BARSANO; BARBOSA, 2014).
 COMENTÁRIO
Um fato interessante a ser observado é que a norma OSHA 18001:1999 propôs o seu sistema de gestão
um ano antes da publicação das mudanças na série 9000 (qualidade). Essas mudanças incluíram a
proposição da norma ISO 9001:2000 – Sistema de Gestão da Qualidade, que apresentava o padrão que
foi adotado mais tarde por outras normas ISO, e que usamos até hoje.
Em 2004, o padrão da ISO 9001:2000 foi adotado pela norma ISO 14001:2004 – Sistema de Gestão
Ambiental, e, em 2007, pela OSHAS 18001:2007, viabilizando a implementação do SGI com essas três
normas.
NOTE QUE AS EVOLUÇÕES OCORRIDAS ENTRE AS
VERSÕES 1999 E 2007 DA OSHAS 18001 ENVOLVERAM
BASICAMENTE O ALINHAMENTO DO MODELO DE GESTÃO
PROPOSTO POR ESSA NORMA AO ADOTADOS PELAS
NORMAS ISO 9001 E 14001.
É importante destacar que a produção e divulgação de normas como essas visam disseminar boas
práticas de saúde e de segurança ocupacional (incluindo os sistemas de gestão) por organizações
normativas nacionais como BSI ou ABNT, que seguem recomendações da Organização Internacional do
Trabalho (OIT). Trata-se de uma boa forma de divulgar essas práticas nos diferentes países e promover
adaptações às condições de cada país, ou mesmo a publicação de normas complementares locais que
se façam necessárias.
 ATENÇÃO
Vale lembrar que as Normas Regulamentadoras (NR) publicadas pelo Ministério do Trabalho também
foram publicadas seguindo recomendações dessa mesma OIT, embora com um caráter mandatório, e
não opcional como o das normas técnicas que temos discutido.
A NORMA ISO 45001:2018
 
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SISTEMA DE GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA
OCUPACIONAL (SGSSO)
Ao apresentar o principal objetivo do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO)
– ou do trabalho (SGSST), a norma ISO 45001:2018 estabelece que:
O OBJETIVO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE SSO É
FORNECER UMA ESTRUTURA PARA GERENCIAR RISCOS E
OPORTUNIDADES DE SSO. OS OBJETIVOS E OS
RESULTADOS PRETENDIDOS DO SISTEMA DE GESTÃO DE
SSO SÃO PREVENIR LESÕES E PROBLEMAS DE SAÚDE
RELACIONADOS AO TRABALHO PARA OS
TRABALHADORES E PROPORCIONAR LOCAIS DE
TRABALHO SEGUROS E SAUDÁVEIS;
CONSEQUENTEMENTE, É EXTREMAMENTE IMPORTANTE
PARA A ORGANIZAÇÃO ELIMINAR OS PERIGOS E
MINIMIZAR OS RISCOS DE SSO, TOMANDO MEDIDAS
PREVENTIVAS E DE PROTEÇÃO EFETIVA.
(ISO 45001, 2018)
Assim, o primeiro ensinamento que essa afirmação nos apresenta é que o SGSSO é um sistema
essencialmente preventivo. Por meio dele, é possível:
Identificar as fontes de riscos ou perigos.

Antecipar as suas consequências antes que se façam presentes.

Tomar medidas preventivas.
Nesse sentido, o tratamento preventivo dos riscos sempre deve ser priorizado, já que isso permite
evitar ocorrências que trazem danos ao trabalhador.
MAS POR QUE PREVENTIVO E NÃO CORRETIVO?
 RESPOSTA
Porque os tratamentos corretivos são utilizados após acontecer um acidente (machucados em geral e
até mesmo mortes). A necessidade de utilizar o tratamento corretivo significa que o tratamento
preventivo falhou.
Outro aspecto a ser considerado é o foco do SGSSO no provimento de meios que tornem o ambiente de
trabalho seguro e saudável. Para isso, é necessário adotar para esse ambiente medidas preventivas que
eliminem os riscos, o que envolve a eliminação de suas fontes, ou reduzam a probabilidade de
ocorrência, assim como o impacto de lesões e problemas de saúde relacionados ao trabalho.
É sempre bom lembrar que as medidas preventivas serão realmente efetivas apenas se aplicadas
adequadamente sobre as fontes dos riscos. Caso não o sejam, a probabilidade de ocorrência do evento
danoso ou os seus impactos crescerá.
Equipamentos de Proteção individual (EPI), por exemplo, são inúteis quando o trabalhador se abstém de
usá-los continuamente em seu trabalho. Os EPI só serão efetivos se estiverem em uso quando o
trabalhador se aproximar de uma fonte de risco, como uma fonte de energia ou um ambiente onde pode
ocorrer a queda de detritos.
 
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GENERALIDADES SOBRE A NORMA
A nova norma ISO é uma evolução ou atualização da antiga do BSI? A resposta é não! Há diferenças
conceituais e práticas entre as normas que não permitem classificar a nova norma como uma
atualização da antiga.
O fato de ambas apresentarem proposições para Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança do
Trabalho, considerarem o ciclo PDCA (melhoria contínua) na sua implantação, estarem alinhadas com
outros Sistemas de Gestão ISO (NBR ISO 9001 e NBR ISO 14001) e enfocarem o gerenciamento de
riscos para o trabalhador no seu ambiente de trabalho as tornam similares.
Por outro lado, aspectos conceituais e práticos como a abordagem por processos ou o método de
avaliação de riscos da nova norma as tornam bastante diferentes.OUTRO ASPECTO INTERESSANTE ESTÁ NA REGRA DE
TRANSIÇÃO PARA AS EMPRESAS QUE ADOTAVAM AS
NORMAS OSHAS 18001 E 18002. ESSAS EMPRESAS
PUDERAM CONTINUAR USANDO A NORMA ANTIGA COMO
REFERÊNCIA PARA OS SEUS SISTEMAS DE GESTÃO DE
SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO POR MAIS TRÊS
ANOS APÓS A PUBLICAÇÃO DA NORMA ISO 45001:2018,
OCORRIDA EM MARÇO DE 2018. ESSE PERÍODO É
DEFINIDO COMO DE ADAPTAÇÃO A NOVA NORMA.
As vantagens da implantação da norma são:
1. Redução de ocorrências de acidentes e doenças ocupacionais.
2. Redução de gastos com tratamentos médicos.
3. Redução de ausências e afastamentos do trabalho devido a acidentes e doença ocupacionais.
4. Formação da cultura de segurança do trabalho e prevenção de acidentes.
5. Melhoria da produtividade e dos negócios.
6. Melhoria da imagem da empresa junto ao mercado.
7. Garantia do cumprimento de requisitos definidos pela legislação e regulamentação relacionadas
ao trabalho no Brasil.
CICLO PDCA
Da mesma forma que ocorre com as normas NBR ISO 9001:2015 e NBR ISO 14001:2015, a norma ISO
45001:2018 utiliza o ciclo PDCA como referência para a operação do Sistema de Gestão de Saúde e
Segurança do Trabalho que propõe. Com isso, ela estabelece que o sistema será aplicado
continuadamente, definindo a evolução como uma de suas metas.
ESSA BUSCA PELA MELHORIA CONTÍNUA LEVA À
REDUÇÃO DE ERROS E FALHAS DOS PROCESSOS
COBERTOS PELO SISTEMA DE GESTÃO POR MEIO DA
BUSCA E DO TRATAMENTO PERMANENTES DAS SUAS
CAUSAS, O QUE FAZ COM QUE AS OCORRÊNCIAS DE
FALHAS TENDAM A ZERO.
Trazendo esse raciocínio para a saúde e segurança do trabalho, podemos também concluir que as
ocorrências de lesões e problemas de saúde relacionados ao trabalho tenderão a zero.
IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA SAÚDE E
SEGURANÇA OCUPACIONAL (SGSSO)
Primeiros passos
Inicialmente, vale lembrar que é necessário o desenvolvimento de aplicação de políticas, objetivos e
processos para a implementação do sistema de gestão.
As políticas definem as responsabilidades e diretrizes da administração em relação ao sistema de
gestão. Nesse cenário, é a administração que estabelece os objetivos para o sistema de gestão. A fim
de garantir o cumprimento das políticas e o atingimento dos objetivos estabelecidos, são implementados
processos visando à operacionalização desse mesmo sistema.
VOCÊ DEVE ESTAR PENSADO QUE, PARA SE
DESENVOLVER ESSES E OUTROS SISTEMAS DE GESTÃO,
É NECESSÁRIO OBTER ANTES UM BOM ENTENDIMENTO
SOBRE A EMPRESA, NÃO É?
 RESPOSTA
E é isso mesmo! Tanto essas normas quanto a norma ISO 45001:2018 destacam a necessidade se
conhecer previamente a empresa, a sua estrutura, o seu mercado, a sua produção e até as legislações
e regulamentações que a empresa precisa seguir para desenvolver os seus negócios.
Mas há outros aspectos a serem considerados. No caso da norma ISO 45001:2018, como o sistema que
ela descreve está relacionado à saúde e segurança ocupacional, é interessante que os trabalhadores
participem de seu planejamento, implementação e gestão.
No Brasil, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), prevista pela NR-5, pode ser uma
dessas formas. A empresa, no entanto, pode buscar outras formas, como reuniões, campanhas de
sugestão de melhorias, eventos de divulgação e conscientização, e pesquisas de opinião. E elas o farão
motivadas pelo entendimento de que, quanto maior for a participação dos trabalhadores na construção
desse sistema, mais ele será entendo e aceito.
OUTRO ASPECTO IMPORTANTE ESTÁ NA PARTICIPAÇÃO E
NO APOIO EXPLÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA
AO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO POSTERIOR
DO SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA
OCUPACIONAL. ESSE PRESTÍGIO DADO PELA
ADMINISTRAÇÃO AO PROJETO DEMONSTRA A TODOS NA
EMPRESA O COMPROMETIMENTO E INTERESSE DELA NO
SUCESSO DO PROJETO.
A definição de objetivos do sistema também é uma responsabilidade da administração e deve estar
alinhada aos objetivos estratégicos da empresa. O item 3.11 da ISO 45001:2018 estabelece dois
objetivos mínimos ou básicos para o SGSSO:
 
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Estabelecer medidas preventivas contra a ocorrência de lesões e doença ocupacionais.
 
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Disponibilizar ambientes de trabalho mais seguros para os trabalhadores.
Política de segurança e saúde ocupacional
Como já vimos anteriormente, a política deve conter as definições das responsabilidades e as diretrizes
da administração quanto ao SGSSO. Além disso, é um instrumento de divulgação e conscientização de
todos sobre a importância da segurança do trabalho na empresa. A norma ISO 45001:2018 cita alguns
aspectos-chave a serem considerados nela. Por exemplo:
Compromisso da organização com o provimento de um ambiente de trabalho saudável e seguro
para os trabalhadores.
Busca constante pela eliminação e redução dos perigos presentes no ambiente de trabalho.
Conformidade com os requisitos legais e regulatórios relacionados ao trabalho.
Envolvimento dos trabalhadores nas atividades de gerenciamento do risco ocupacional.
Essa política deve estar em harmonia com as demais políticas da empresa, com destaque para as que
formam com ela o SGI, ou seja, as de Gestão da Qualidade e de Gestão da Saúde e Segurança
Ocupacional.
 ATENÇÃO
É importante lembrar que, junto com a política, devem ser desenvolvidos objetivos e responsabilidades
sobre a saúde e a segurança ocupacional na empresa.
Desenvolvimento do projeto de implementação do SGSSO
Como já vimos, o processo de implementação segue o ciclo do PDCA. Assim, cada etapa vai levar a
ações que vão gerar melhorias no processo. E esse ciclo vai rodar continuamente.
PLANEJAMENTO DO SGSSO
O planejamento do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional começa a partir da definição
das já citadas políticas, dos objetivos e dos processos. Ele deve seguir padrões de gestão de projetos
que incluem a definição de cronograma, a alocação de equipes, a integração com outros processos, o
plano de alocação de recursos, os padrões de avaliação de desempenho etc. Mas há outros aspectos a
serem considerados, como:
Necessidade de se conduzir o gerenciamento de riscos ocupacionais, incluindo identificação,
avaliação, resposta e tratamento de perigos do ambiente de trabalho.
Identificação e avaliação de oportunidades de melhorias nos processos visando à melhoria da
segurança para o trabalhador.
Definição de planos de ação para o atingimento dos objetivos.
Planejamento e alocação de recursos demandados pela operação do SGSSO.
Definição de um plano de comunicação interna e externa sobre o projeto de implementação e
posterior gestão do SGSSO.
Implementação de treinamentos e campanhas de divulgação e conscientização sobre Saúde e
Segurança Ocupacional (SSO).
Estabelecer métodos e sistemas de documentação e gestão de informações do SGSSO.
OPERAÇÃO DO SGSSO
Com o término do projeto de implementação do SGSSO, o sistema entra em operação. Muitas
atividades realizadas durante o planejamento continuam funcionando após a entrada em operação do
sistema, como o caso do gerenciamento de riscos ocupacionais, cuja operação é sempre permanente,
pois os riscos estão sempre presentes e/ou se modificando. Essa operação inclui etapas como:
implementação do plano de gestão e controle da operação;
alocação de recursos demandados pelo projeto;
condução das atividades de eliminação ou mitigação de fontes de riscos ou perigos;
gestão das mudanças operacionais que se façam necessárias para o desenvolvimento do sistema
ou a aplicação dos seus produtos;
definição dos planos de contingência que garantam a continuidade do projeto mesmo se
contratempos ocorrerem.
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SGSSO
O SGSSO pode ser parametrizado para entrar em operação e começar a ser monitorado. Para isso, são
definidos indicadores de processo que possam ser acompanhados pela gestão de projeto e, depois, pela
gestão do processo resultante do projeto. Essa etapa pode incluir:
definição de indicadores de desempenho de cada processo;
implementação de sistemasde monitoramento dos indicadores de desempenho;
análise e avaliação da evolução dos indicadores de desempenho;
definição de sistemas de auditoria de conformidade permanente dos quesitos do sistema (não
serve para certificação, mas sim para controle de gestão);
execução de auditorias internas periódicas.
MELHORIA DO SGSSO
O resultado do monitoramento das operações e da análise de indicadores pode levar à necessidade de
ajustes do processo. Se for esse o caso, deverão ser definidas melhorias a serem implementadas no
processo, a fim de aperfeiçoá-lo. É importante lembrar que essas melhorias tratam as causas das falhas
do processo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE AS NORMAS OSHAS 18001:2007 E OSHAS 18002:2008 PODEMOS
AFIRMAR QUE:
ELAS NÃO FORAM SEQUER CONSIDERADAS NO DESENVOLVIMENTO DA
NORMA ISO 45001:2018.
ELAS NÃO USAM A ABORDAGEM DO CICLO PDCA.
A NORMA OSHAS 18001:2007 É CERTIFICÁVEL.
SOBRE ESSAS AFIRMAÇÕES PODE-SE CONCLUIR QUE:
A) Apenas a afirmativa II está correta.
B) Apenas a afirmativa III está correta.
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
2. A ISO 45001:2018 VEIO SUBSTITUIR AS NORMAS OSHAS 18001:2007 E
OSHAS 18002:2008. SOBRE ELA PODEMOS AFIRMAR QUE:
NÃO É CERTIFICÁVEL.
USA A ABORDAGEM DO CICLO PDCA.
FORNECE UMA ESTRUTURA PARA GERENCIAR RISCOS E
OPORTUNIDADES DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL.
SOBRE ESSAS AFIRMAÇÕES PODE-SE CONCLUIR QUE:
A) Apenas a afirmativa II está correta.
B) Apenas a afirmativa III está correta.
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
GABARITO
1. Sobre as normas OSHAS 18001:2007 e OSHAS 18002:2008 podemos afirmar que:
Elas não foram sequer consideradas no desenvolvimento da norma ISO 45001:2018.
Elas não usam a abordagem do ciclo PDCA.
A norma OSHAS 18001:2007 é certificável.
Sobre essas afirmações pode-se concluir que:
A alternativa "B " está correta.
 
A OSHAS 18001 é mesmo certificável já que apresenta quesitos para um sistema de gestão. Vários
aspectos tratados na OSHAS 18001:2007 foram mantidos e continuam válidos na norma ISO
45001:2018, incluindo o emprego do PDCA.
2. A ISO 45001:2018 veio substituir as normas OSHAS 18001:2007 e OSHAS 18002:2008. Sobre
ela podemos afirmar que:
Não é certificável.
Usa a abordagem do ciclo PDCA.
Fornece uma estrutura para gerenciar riscos e oportunidades de saúde e segurança
Ocupacional.
Sobre essas afirmações pode-se concluir que:
A alternativa "D " está correta.
 
A norma ISO 45001 foi publicada em 2018 e veio substituir as normas OSHAS 18001:2007 e OSHAS
18002:2008. Ele é certificável pois apresenta quesitos para um sistema de gestão, o que advém da
proposição de uma estrutura parametrizada para gerenciar riscos e oportunidades de Saúde e
Segurança Ocupacional.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecemos a importância da responsabilidade social e o significado do desenvolvimento sustentável e
sua correlação com a gestão empresarial.
Aprendemos também a reconhecer o conteúdo e a importância da norma ISO 45001:2018, que trata do
Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO) e da forma como esse sistema pode
ser planejado, implementado e monitorado.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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ABNT CATÁLOGO. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2021. Consultado na internet em: 30 jul.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da
qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 16001: Responsabilidade Social -
Sistemas de gestão — Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
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sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
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Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
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segurança ocupacional - Requisitos com orientação para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
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Leia o artigo: Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional: fator crítico de sucesso à
implantação dos princípios do desenvolvimento sustentável nas organizações brasileiras.
CONTEUDISTA
Ronaldo Augusto Granha

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