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15 Cristalização como coeficiente de saturaçao {vau der Poel et ai. 1998:650). Para uma solução saturada, tanto pura como impura, o grau de supersaturação é expresso pelo coeficiente de supersaturação y. calcu lado dividindo se a relação sacarose/água da solução supersaturada pela relação sacarose/ água de uma solução saturada sob as mesmas condições de temperatura e pureza (ou rela ção não sacarose/água). O coeficiente de super saturação indica se a solução está insaturada (v < 1). saturada (>• = 1) ou supersaturada (y > 1). Ele é definido por: (15.5) A solubilidade de soluções puras de sacarose é mostrada na Figura 15.1. A saturação é represen tada pela curva para = 1. E óbvio que há um efeito muito forte da temperatura na solu bilidade. Esta Figura mostra 4,2 também curvas para valores de Vp de 1,2 e 1,3. A região 4 0 de coeficiente de supersatu ração entre 1 e 1,2 é conheci- , „ da como região metaestável. Nesta região, os cristais de ^ ̂ açúcar crescerão, mas núcleos ct novos de açúcar não se forma- ^ rão. Esta é a região na qual a i cristalização deve ser contro- 5 lada. A região entre 1.2 e 1,3 ^ é denominada como região ^ intermediária, na qual os cris- 3 3,0 tais continuarão a crescer, mas ro núcleos novos se formarão na 2,8 o / presença de cristais de açúcar. S A região acima de um coefi- ^ 2.S ciente de supersaturação de 1,3 é conhecida como a região 2 4 lábil; nesta região a nucleação ocorrerá espontaneamente. ^ 2 Uma solução subsaturada ' num ponto abaixo da curva de saturação (A na Figura 15.1), pode ser movida para a região supersaturada por evaporação a temperatura constante, ou Ficura 15.1: Solul por resfriamento a um teor de sólidos dissolvidos constante. 15.1.2 Crescimento do cristal e nuclea ção O crescimento do cristal é um assunto com plicado e o leitor deve consultar a vem der Poel et al. (1998:653:670) que fazem um tratamento mais amplo deste assunto. Para propósitos práticos, o crescimento do cristal pode ser considerado um processo progressivo, com a força motriz para a cristalização sendo o grau de supersaturação. As moléculas de sacarose na solução têm de migrar para o cristal e então serem incorporadas na estru tura do cristal. A taxa de cristalização é. portanto dependente destes dois processos. A Figura 15.2 Coeficiente de supersaturação y = 1,3 Evaporação (isotérmica) Evapo ração de flash Resfria- ^ mento / Solução subsaturada Temperatura em °C Figura 15.1: Solubilidade de sacarose pura em água em função de temperatura 15.1.2 Crescimenlo do cristal e nucleação apresenta unia cainacla limite através da qual as moléculas se dilundem c uma camada de adsor- ção na superrícic dt) cristal. Estes dois processos podem ser representados como: I Camada de adsorqão t Difusão Difusão: d//i Reação superficial: d/íi , / V (15.6) (15.7) onde /\ é a área supcriicial do cristal. e são constantes da taxa de difusão e reação superlicial, c, c* e são as concentrações da solução como um todo. na interface cristal superfície e em equi líbrio, respectivamente. Isto é nu realidade uma simplificação, visto que o processo de incorpora ção na estrutura consiste de uma série de proces sos incluindo a adsorção na camada superficial, migração a um local adequado na superfície e anc- xação à própria estrutura do cristal. Mesmo assim, estas duas equações podem ser combinadas para dar: d/u , / \ ~— — kf. ■ A ■ (f — (• ) fT V ''l) ^c; - (^'n • k^^)/[k^, +k^^) (15.8) (15.9) Foi bem estabelecido que em temperaturas < 40 °C. o processo de incorporação superfi cial é o controlador da velocidade do processo e Eni temperaturas > 50 "C. a taxa de mi gração controla o processo e k^, ~ í:,,. Na prática, foi comprovado que a velocidade do processo não é sempre um processo de primei ra ordem e a taxa de cristalização é melhor ex pressada como; dm , , y, (15.10) onde n tem um valor entre 1 e 2 em diferenças de concentrações baixas, mas tende à unidade (ou seja. um processo de primeira ordem) em diferen ças de concentração maiores. A constante de velo cidade da reação é dependente da temperatura. ' Reação superficial Camada , volume aparente I de solução estagnaçao, t Interface cristal/solução Figura 15.2: Representação de difusão e reação supcrti- eia! em cristalização de acordo com uma relação do tipo Arrheniiis, a qual pode ser escrita como: A-,; =A„-exp (15.11) Nesta equação. é a constante universal dos ga ses (8..^ 14 kJ/(kmol • K) e 7 a temperatura abso luta. A energia de ativação E^ tem um valor maior em temperaturas menores, correspondendo ao processo de incorporação superficial e um valor menor em faixas de temperaturas maiores onde a difusão é o fator de controle. A Figura 15.3 mostra O 20 40 60 80 Temperatura em °C Figura 15.3: Energia aparente de ativação pura crescimen to do cristal de sacarose (Love 2002) 1 Energia de ativação de reação superficial; 2 Energia de ativação total de processo; .3 Energia de ativação do volume de difusão Refcrêncicis pcíf;. 462 15 Cristalização que a energia de ativação se altera em função da temperatura. No cozimento a faixa de temperatura maior é adequada. Embora uma diferença de concentração gran de acelere a taxa de cristalização, é preciso to mar cuidado para assegurar que esta não seja tão grande que a concentração da solução se desvie ou para a região intermediária ou para a região lábil. Isto resultará na formação de novos núcle os de cristais, uma produção de cristais menores, que afetará adversamente a separação do cristal do licor mãe. A nucleação é um processo complexo influen ciado por muitos fatores diferentes. E um proces so difícil de controlar ou prognosticar e deve se evitar que o processo de cristalização opere em regimes de temperatura de concentração onde nu cleação descontrolada possa ocorrer. Um trabalho de van der Poel et al. (1998:650-653) cobre os fa tores principais que regem a nucleação na prática. 15.1.3 Efeito da não sacarose Os componentes não sacarose na solução têm quatro efeitos principais na cristalização: " Modificam a solubilidade da sacarose. O co eficiente de solubilidade é geralmente menor do que uma unidade para valores baixos da relação não sacarose/água (ver equação (18.3) na Seção 18.1.1), mas em valores altos ele ex cede um, indicando um aumento na solubili dade da sacarose. • Reduzem a taxa de cristalização pelo retarda mento do processo de difusão devido a vis- cosidades maiores ou pela interação com de terminadas faces do cristal, inibindo, assim, a incorporação estrutural. • Afetam a forma e a morfologia do cristal. Isto está associado ao ponto anterior, no qual de terminadas impurezas bloqueiam os locais de cristalização em certas superfícies, dificultan do o crescimento nestas faces, alterando, as sim. a forma do cristal. Determinados oligos- sacarídeos são particularmente bem conhe cidos como uma causa de cristais alongados {More! du Boi! 1991). • Aumentam a largura da região metaestável mostrada na Figura 15.1. disponibilizando uma faixa mais ampla de temperatura e de condições de concentração para a granagem. Os efeitos da não sacarose variam de uma região produtora de cana para outra e em tempos de sa fras diferentes. Geralmente são difíceis de medir ou predizer. Os valores do coeficiente de solubilidade são mostrados na Figura 18.1 . Eles são afetados não somente pela relação de não sacarose/água. mas também pela de açúcares redutorcs/cinza. Os va lores caem abaixo de um. entre 0,8 e 0.9 em uma relação de não sacarose/água de três. Isto implica que a solubilidade da sacarose em água reduz se à medida que a pureza cai. Conforme a relação de não sacarose/água eleva se acima de três, o co eficiente de solubilidade aumenta, excedendo a unidade numa relação de não sacarose/água acima de quatro. Foram feitas poucas tentativas de quantificar o efeito da não sacarose na taxa de cristalização. In- corporandose a proposta de Wrii^ht e Whiie (1974) na equação (15.1 1), esta fornece: A-p =/:„-exp|^-^-l,75£/f,,„vj(15.12) Nesta equação, é a relação de não sacarose/ água. Love (2002) analisou os resultados de uma série de trabalhos e demonstrou que a constante 1,75 é muito baixa. Ele estimou que a constante devesse ter um valor ao redor de 2.4. A forma da equação (15.12) pode ser funcionalmente apro priada. mas há pouca concordância sobre os valo res a serem usados nesta equação. 15.1.4 Taxas de cristalização As equações (15.8) e (15.12) podem ser usa das para estimar as taxas de cristalização com hi póteses adequadas acerca da área superficial do cristal (tamanho médio, distribuição do tamanho e forma). Entretanto, não há valores de parâme tros comprovados disponíveis capazes de fazer esta estimativa com segurança.Uma abordagem diferente é usar dados industriais, bem como os de plantas pilotos e laboratoriais para estimar as ta xas de cristalização global média, expressas como a taxa de crescimento dos cristais a partir de medi ções do tamanho do cristal. Love (2002) apresen- 15.1.5 Elevação do ponto de ebulição Tabela 15.1: Vnlorcs de ui\a de crescinionU) de cristal Tipo de massa cozida Refinaria - industriai Refinaria - industrial Refinaria - planta piloto Massa co/ida A Massa co/ida A Massa co/ida A Massa co/ida A - co/cdor continuo Massa ct^/ida A Massa co/ida B Massa co/ida B Massa co/ida C Massa co/ida C Massa co/ida C Pureza do licor mãe Taxa de crescimento em pm/h Fonte dos dados 890/110 710/31 130 52-121 56 35-75 lOÜ-l 10 80 \Vní;hi (1983) Lionnei Lioniien\^m) lVn;c/íMl983) Miller c Bnxieífooí (1997) An hihahi c Smifh (1975) U>ye (2002) Bnxulfool (2005) Bniíuffdol (2005) An'hihiiUl c Smilh (1975) \Vri,!;ht {m?) Bnnuifocl (2005) An IiihaUl e Sntilh (1975) lou os resultados de dados disponíveis na literatura em conjunto com dados internos de trabalho da Tongaat-Huleit Sugar. Estes resultados junto com alguns dados australianos recentes são mostrados na Tabela 15.1 . Estes números dão somente uma aproximação às taxas de crislali/.ação reais, pelas seguintes ra zões: • A purc/.a do licor mãe pode variar amplamen te durante o curso de um co/imento. • Para uma parte do processo, a evaporação e nãt) a cristalização pode ser limitaiue e a taxa de cristalização poderia ser na média maior do que os valores mcistrados. Isto é bem ilustra do pelos dados de Lioiiiici em cozimentos de reíinaria na Tabela; o primeiro número repre senta a taxa nos estágios iniciais de cozimento quando a taxa de evaporação excede a taxa de cristalização, etiquanto que o segundo núme ro é a taxa quando o processo é limitado pela taxa de evaporação. • O controle de processo e em particular a su- persaturação pode ter um eleito grande. Co- zedores que evaporarn rápido devido à boa circulação fornecerão taxas de cristalização aparente maiores. • Há uma dispersão grande e variável nos ta manhos de cristal, que influencia os valores médios significativamente. Esta dispersão é devida às variações na taxa de crescimento de cristal, a qual pode diferir por uma ordem de magnitude (VV/f/Ve et al. 1998). Foi proposto que as taxas relativas de crescimen to de cristais numa suspensão são dependentes da história dos cristais {Whitc et al. 1998). A taxa de crescimento de cada cristal individual é uma propriedade inata do cristal; alguns são de cres cimento rápido e outros de crescimento lento e é esta propriedade que leva à dispersão durante o crescifuento do cristal. 15.1.5 Elevação do ponto de ebulição O fato de que soluções de sacarose entram em ebulição numa temperatura maior do que a água é discutido na Seção 1 2.1.2. A elevação do ponto de ebulição é apresentada como uma função do teor de sacarose na Figura 12.1, que indica que a elevação do ponto de ebulição é menor em tem peraturas menores. Este dado é apresentado numa forma um pouco diferente como uma função da temperatura da massa cozida na Figura 15.4. ba seada na interpretação de Holven sobre os dados de Thieme (Chen e Choii 1993:238). Saska (2002) assinala que, equações de cor relação diferentes para elevação do ponto de ebu lição estão disponíveis, mas todas elas derivaram de somente duas investigações originais, uma por Spengler em beterraba e outra por Thieme em produtos de cana. Outros dados por Batierhcun e Norf^cite (1975) têm sido bastante negligenciados, exceto na Austrália. Saska desenvolveu trabalho complementar e comparou seus dados com corre- Ryfyrêncici.s piíii. 462 15 Cristalização de cristal, grandemente dependente do histórico dos cristais; de crescimento rápido continuará a crescer mais rápido que a média, levando à con clusão que cristais maiores têm uma taxa de cres cimento maior. Nas massas cozidas A. o efeito líquido é para o CV melhorar (reduzir) conforme o crescimento de cristal ocorre, mas em massas cozidas de pureza baixa os efeitos da dispersão de tamanho são muito mais fortes, conduzindo a valores de CV piores à medida que o crescimento de cristal progride {Rein e Msinianga 1990). E conveniente considerar que a distribuição de tamanhos de açúcar segue uma das distribui ções padrão. O método comum de determinação de abertura média e CV por peneiramento supõe uma distribuição normal. Esta, entretanto é simé trica ao redor da média e, portanto às vezes inclui tamanhos negativos. Hoekstrci (1985) utilizou uma distribuição exponencial negativa na análise dos resultados de testes de cozedores contínuos. Rein e Archibald (1989) usaram a distribuição logarít- mica normal a que melhor acomoda a distribuição assimétrica, mas ainda incorpora um valor médio e um CV. White et al. (1998) mostraram também que a distribuição logarítmica normal é inapropriada. Na indústria de açúcar de beterraba a distribuição RRSB (Ro.sin-Rainmler-Sperling-Bennett) é aceita como a melhor representação da distribuição de tamanho {van der Poet et al. 1998:106). Medições do tamanho de cristal. O tamanho do cristal pode ser medido em várias maneiras di ferentes: • O açúcar produzido precisa ser secado e pe neirado num conjunto de peneiras por um período de tempo padrão. Aplica se o método ICUMSA GS2-37 (Anon. 2005). No método Powers. a abertura média é um tamanho médio baseado na massa e é obtido como o ponto de 50 % num gráfico de massa acumulada de açú car retido em função da dimensão da abertura. O desvio-padrão é obtido da diferença entre a média num gráfico de distribuição acumulati- va relativa aos pontos 16 ou 84 % . • As vezes é considerado um tamanho específi co de cristal. Este método usa o resultado de um ensaio de peneiramento para produzir um tamanho "médio" em termos de área superfi cial (SASTA 2005). • Às vezes, somente os "finos" sao medidos como aquela fração de açúcar que passa atra vés de uma peneira com malha de abertura de 0.6 mm (peneira Tyler dc 28 mesh). » A imagem digital está se tornando mais am plamente utilizada, porque ela não neces sariamente requer que o açúcar seja separado e secado antes da medição. É, portanto par ticularmente adequada para massas cozidas de baixa pureza. A imagem pode ser proces- .sada manualmente (contagem e medição de cristais individuais), ou automaticamente, usando software desenvolvido especialmente. Os valores médios computados são valores numéricos médios. Tanto o tamanho quanto o diâmetro equivalente podem .ser expressos. O tamanho é mais apropriado na avaliaçao do potencial do cristal passar através da tela de uma centrífuga contínua, mas o diâmetro equivalente pode ser mais apropriado em estu dos de cristalização. Analisadores sofisticados e caros, usualmen te empregando técnicas com laser, podem ser aplicados tanto a amostras de açúcar seco quanto às suspensões ajustadas a uma consis tência apropriada para medição. Distinção tem de ser estabelecida entre distribui ções baseadas na massa (conforme obtida por pe neiramento) ou por número (baseada em técnicas de vídeo imagem). Equivalências matemáticas pií* dem ser derivadas dependendo da distribuição as sumida (por exemplo. Broadfoot 1992). Atenção também é dada ao fato de quevários métodos de determinação da abertura média são usados; dos quatro métodos ICUMSA usados para exprimir os resultados, três usam a mediana ao invés do ta manho médio por massa, como a abertura média. Fatores de forma. A relação entre o tamanho de cristal (com um diâmetro característico d^^ e densidade p^.^). área do cristal A e massa do cristal m requer a avaliação dos fatores de forma: . dl-^ A = ̂dl, (15.15) (15.16) Foi constatado que o fator de forma a tem iirn va lor de 0.34 (Lionnet 1998) baseado no d^.^ definido 15.1.8 O processo de cristalização como (/- • b)"\ onde / e h são coniprinicnlo e lar gura dos cristais. Buhnik e KíhUcc (1992) dão um valor de a = 0,31. Uonnet (1998) calculou o fator de forma p como sendo 2,9 dando uma relação ct/p de 0.1 16. Notar que esta relação dá um valor de 1/6 ou 0,1667 para esferas e cubos. Usando os valores de Lioniwí, as equações (15.15) e (15.16) podem ser combinadas para dar a seguinte relação entre área do cristal em m* e massa do cristal cm ku: /\ = 0,044 m-" (1.5.17) víui der Poel et al. (1998:74) dao um valor de 0,042 para a constante na equação (15.17). Lionnei (1998) demonstrou que os fatores de forma podem ser usados para definir a equi valência de duas formas de expressar a taxa de crescimento, a taxa de crescimento linear /?, em m/s e a taxa de crescimento R expressa em kg/(m- • s): (15.18) densidades, do cristal e aparente Pj,: e = {l-Ph^Pc,) (15.21) Assumindo que os espaços vazios estejam pre enchidos pelo licor mãe com um teor de sólidos dissolvidos e densidade p^j^- ^ conteúdo de cristal é dado por: inn ('-ej-Pc,m,. = UK) • r ('-£) Po+E p,„ n-,,,,,, /lOO (15.22) u-,. = 100 -^ (15.23) 0-e)pc. + ePML Supondo que o licor mãe tem uma supersaturação de 1,05. o teor de sólidos dissolvidos pode ser en contrado em Buhnik et al. (1995). Os cálculos para duas purezas e duas tempe raturas de massas cozidas são apresentados na Tabela 15.2. A densidade do cristal de sacaro- se Pç.|. é de 1.587 kg/m' l^Bubnik et al. 1995) e a densidade do licor tiiãe é obtida por tabelas ou correlações. 15.1,7 Conteúdo de cristais da massa cozida As equações para o teor de cristal em g/100 g de massa cozida e o teor de cristal em g/100 g de Sólidos Secos são dadas abaixo: = 100- (15.19) ^ ̂Mol ̂ »^crns = 100- (15.20) O 00 A quantidade de cristal na massa cozida é usual mente um fator limitante na cristalização.O con teúdo de cristais pode ser tão alto que a massa co zida se torna virtualmente sólida e a cristalização precisa ser interrompida antes da viscosidade da massa cozida ser alta demais. O teor de cristal limite pode ser calculado, su pondo que os cristais estejam em contato um com o outro e somente os espaços vazios estejam pre enchidos com licor mãe. Neste caso, a porosidade da fração vazia e pode ser calculada através das 15.1.8 O processo de cristalização Na fábrica de açúcar a cristalização ocorre sob vácuo e envolve os processos simultâneos de transferência de massa e evaporação. O vácuo é necessário para manter a temperatura num nível suficientemente baixo para minimizar a formação de cor e a inversão ou degradação de sacarose no processo. Na partida de um cozimento em batelada, o licor é concentrado até a zona metaestável ser al cançada (Figura 15.1). A cristalização é iniciada pela adição de certa quantidade de semente muito fina na forma de uma suspensão, que fornece os núcleos para iniciar a cristalização. A partir de então, a concentração do licor mãe é controlada, para que, a cristalização ocorra sem dissolução de qualquer cristal e sem a formação de novos núcle os (grãos falsos). Isto requer o estabelecimento de área superficial de cristal suficiente e controle de alimentação do cozedor para controlar a concen tração do licor mãe. Refcrêncúi.s pág. 462 15 Cristalização Tabela 15.2: Teor calculado máximo de cristal de massa cozida; concentração do licor mae c densidades aparentes esti madas a partir de Biihnik et ai. (1995) Pureza de massa cozida 100 100 85 85 Temperatura em °C 70 60 70 60 Substância Seca no licor mãe em g/100 g 77.3 75.2 79.7 77.6 Densidade do licor mãe em kg/m-^ 1369 1363 1385 1379 Densidade aparente do açúcar em kg/m-^ 900 900 850 850 Fração de vazio 0.433 0.433 0.464 0.464 Sólidos na massa cozida cm g/100 g massa 91.0 90,2 91.3 90.4 Teor de cristal em g/l 00 g mas.sa 60.3 60.4 56.9 57.0 Teor de cristal em g/100 g de matéria seca 66.3 67.0 62.4 63.1 O processo tem sido tradicionalmente condu zido em cozedores a vácuo de batelada, embora mais recentemente sistemas contínuos tenham sido introduzidos. Entretanto o processo de ini cialização da cristalização é ainda efetuado com base em batelada. Em alguns casos, o processo é iniciado num magma ou pé, isto é, a mistura de licor e cristal de um cozimento prévio, evitando assim o processo de adição de semente. 15.1.9 Objetivos do setor de cozimento O estágio de cristalização numa fábrica de açúcar bruto envolve a cristalização do máximo possível de açúcar contido no xarope produzido no evaporador. O açúcar tem de ser produzido na qualidade necessária e o teor de açúcar no melaço final tem de ser o mais baixo possível, visto que qualquer açúcar deixado nesta corrente é uma per da na operação. A cristalização precisa ser efetu ada numa série de estágios para reduzir o teor de açúcar no melaço final. Esquemas de cristalização diferentes podem ser empregados para alcançar estes objetivos. Para alcançar estes objetivos, as operações também precisam ser conduzidas de forma a al cançar as metas de produção. Isto requer atingir certas metas de eficiência de cristalização, de modo que os equipamentos instalados não cons tituam um gargalo. Ao mesmo tempo, precisa ser tomado cuidado para assegurar que a quantidade de vapor e vapor vegetal utilizados no processa mento não seja excessiva. Geralmente se preconi za que a cristalização eficiente minimiza o consu mo de vapor. A qualidade do açúcar é afetada pela quali dade do xarope a ser processado, especificamente sua pureza, cor e turbidez. O esquema dc cozi mento é escolhido para alcançar a qualidade re querida dado com o xarope a ser processado. O esquema ótimo produz a qualidade requerida com capacidade mínima de equipamento. Uma eficiência alta de cristalização implica a produção máxima dc cristais de açúcar em cada estágio de cristalização. A importância deste as pecto é ilustrada na Seção 15.2.6. Esgotamento alto em cada estágio minimiza a quantidade de massa cozida a ser produzida, que por sua vez mi nimiza o vapor consumido e as capacidades, do cozedor e da centrífuga. 15.2 Esquemas de cozimento de açúcar A recuperação máxima de sacarose pela cris talização não pode ser alcançada num único esta gio. Um limite ao teor de cristal é encontrado no ponto onde a massa cozida não fluirá mais para fora do cozedor. A cristalização é interrompida antes deste ponto e a massa cozida é centrifuga da para separar o crista! do licor mãe. Os méis produzidos ainda contêm açúcar cristalizáveí e o processo é repelido em mais um ou usualmente dois estágios para atingir a recuperação de saca rose ótima. A pureza da massa cozida decresce em cada estágio sucessivo, conforme mais sacarose é removida. 15.2.1 Descrição dos esquemas de co/.imenlo utilizados Vários esquemas de cristalização podem ser empregados pura se adequarem à pureza do xaro pe e à qualidade de açúcar a ser produzido. Os seguintes esquemas de cristalização são comumente utilizados para produzir açúcar bruto: • Esquema de cozimento de duas massas. • Esquema de cozimento de três massas. • Esquema de cozimento Einwurf Duplo. • Esquema de cozimento VHP 15.2.1 Descrição dos esquemas de cozi mento utilizados Estes esquemas são apresentados nas Figuras 15.6 a 15.9. Há uma série de variações possíveis que podem ser introduzidas em cada esquema para atender condições particulares. Por exemplo, a centrifugação dupla (aíinação) de massa C e B pode ser necessária para produzir açúcar de baixa cor e cinza quandoas purezas do xarope forem baixas: e a recircuiação de méis de pureza maior (recozimento) pode ser usada para reduzir as pu rezas da massa cozida quando as purezas do xaro pe estiverem muito altas. A escolha do esquema de cozimento ateta a ambos, os lUixos mássicos de massa cozida e a energia necessária para a cristalização.Os esque mas citados têm vantagens c desvantagens dife rentes e devem somente ser comparados sob um conjunto de condições bem definido. As compara ções de requisitos de quantidade de massa cozida Tanque de xarope Centrí- AçtoTÜHQÊL Magma I Centri- Ç IVúcari i Mel C C Figura 15.6: Esquema de cozimento de duas massas e energia para 3 esquemas diferentes foram publi cadas por Birkeit (1978). O número de passos necessários para esgotar o xarope até a pureza do mel final depende pri mariamente da pureza do xarope. Os estágios de cristalização e a separação de seus produtos são usualmente identificados por letras. O estágio de pureza mais alta é o estágio A que produz mel A c massa A. Os outros estágios são rotulados B e C. mas no caso do esquema de duas massas, a se qüência é alterada e somente massas A e C são produzidas. Na prática, a aderência rígida ao esquema de cristalização durante uma safra completa rara mente é possível e as estações de cristalização são projetadas com certa flexibilidade para se adequa rem a variações e a qualidade do xarope de entra da e ao açúcar de saída. Esquema de cozimento de duas massas. A principal vantagem de sistemas de cristalização de dois estágios (Figura 15.6) comparados com esquemas de três massas é a simplificação dos equipamentos necessários pela eliminação do estágio de massa B. Entretanto, o esquema não altera apreciavelmente o volume total de massa cozida a ser produzido e. por conseguinte, a capa cidade dos equipamentos da fabricação de açúcar. O mel A é usado corno xarope de alimenta ção à massa cozida C. A massa C é centrifugada em centrífugas contínuas e o açúcar C produzido é usado como um magma de cerca de 85 de pu reza. A massa A é cristalizada com xarope usan do o magma C como semente. A massa cozida A precisa ser cuidadosamente esgotada no cozedor e cristalizadores de resfriamento para obter uma queda de pureza de no mínimo. 20 pontos entre a massa cozida e o mel produzido. A pureza da massa cozida A não pode exce der 80-82 se a queda de pureza requerida entre a massa cozida e o mel final tiver de ser alcançada em duas etapas. A recircuiação de mel A no cozi mento A é portanto requerida no caso de purezas de xarope mais altas e o esquema é mais bem ade quado a xaropes de baixa pureza. A cristalização de massa cozida A de pureza ligeiramente baixa produz açúcar de cor relativamente alta. Por esta relação, o esquema de cristalização de dois está gios não deve ser usado em fábricas com refinaria Referências pát;. 462 15 Cristalização Figura 15.7: Esquema de cozimento convencional de três massas com açúcar produzido A e B Tanque de xarope para granagem anexa. Perk (1973) relata também que a recirculação contínua de não sacarose em retrocozimento con duz a massas cozidas excessivamente "vis- Centrí- Açúcar ) Ãnir^rAl ̂ "935 bruto Açúcar B Centri- íugas Mel j Centri- I fugas Mel C Açúcar C Magma C Esquema de cozimento de três massas. O esquema mais comumente usado é um de três estágios de cristalização, com açúcar A e B para venda, o assim chamado esquema de três massas, que é mostrado esquematicamente na Figura 15.7. A massa A é cristalizada com xarope usando uma semente de magma, consistindo de açúcar C em água (ou caldo clarificado) tendo uma pureza de cerca de 85. Portanto a massa cozida A tem apro ximadamente a mesma pureza do xarope. A massa A é centrifugada para obter açúcar A de pol relati vamente alta (98—99 °Z) e um mel A que tem uma pureza cerca de 20 pontos menor que a de xarope. O açúcar B é cristalizado em mel A (pureza de 60-70) e xarope, usando o mesmo magma de açú car C como grão de partida para a massa cozida B. A massa cozida B é centrifugada em centrífugas de bateladas e o açúcar B com uma pol de 97-98 Z é misturado com o açúcar A e ambos são ven didos como produto final. O pé para massa C consiste de uma mistura de mel A e .xarope a cerca de 70 de pureza ou somen te mel A com pureza entre 60 e 70. O cozimento de massa C é alimentado com mel B e a massa co zida é centrifugada em centrífugas contínuas para produzir açúcar C e mel final. Com o açúcar C, com cerca de 85 de pureza, é produzido um mag ma que é usado como semente para os estágios de cristalização A e B. A pureza da massa cozida B é maior do que a do mel A devido parcialmente à influência da semente de magma C. mas também em função da adição de xarope à massa cozida B para reduzir a viscosidade. A pureza tem de ser mantida na faixa de 70-75 para obter um açúcar B de cerca de 98 °Z com cristais relativamente grandes e uma va zão aceitável através das centrífugas de batelada. A pureza alta da massa cozida B resulta numa pu* reza relativamente alta dos méis produzidos, que por sua vez, aumenta a pureza da massa cozida C e a do melaço final. Esta é a desvantagem principúi deste esquema. Esquema de cozimento Einwurf Duplo. Este esquema c chamado às vezes dc esquema dc "magma duplo" ou esquema CBA. Este esquenu» de cristalização de três estágios usa o açúcar C como núcleo para açúcar B na massa cozida B e o açúcar B como núcleo para açúcar A na massa cozida A. Somente um tipo de açúcar para venda e produzido (Figura 15.8), A preparação do açúcar C é a mesma que para o esquema de três massas e a massa cozida C é centrifugada em centrífugos contínuas. Com o açúcar C é produzido um mog- ma com água ou caldo clarificado e é usado conto semente para o açúcar B. O açúcar B é cristalizado em mel A e a massa B produzida é centrifugada em centrífugas contí nuas e o açúcar B também é usado como magma. O açúcar A é cristalizado em xarope com uma se mente de magma de açúcar B e centrifugado em centrífugas de batelada. Qualquer excesso, ou de açúcar B ou de açúcar C, é dissolvido e retorna ao xarope como xarope de refundição. As vantagens do esquema são primeiramen te a produção de um açúcar de tipo único de boa 15.2. l Descrição dos esquemas de cozimento utilizados Tanaue de Magma excedente Magma B Figura 15.8: Esquema de cozimento de três estágios Einwurf Duplo Refundídor qualidade c secundariamente, o uso de centrífugas contínuas em massa co/.ida B. As vantagens deste esquema são discutidas por Rodrii^iwz (1980). O esquema é bem adequado a cozedores contínuos os quais podem ser alimentados diretamente com magma sem preparação prévia do pé de granagem em cozedores de batelada. Este esquema tem sido usado para este propósito nas Ilhas Reunião e na África do Sul. A qualidade do açúcar é melhor do que a que é obtida pelo esquema convencional de três massas, mas tem cor e teor de cinzas maiores em compara ção com o esquema VHP. em função da presença de núcleos de açúcar C no açúcar A. A desvantagem principal é uma pureza mais alta da massa cozida B causada pelo uso de mag- nta como semente. Além disso, o controle do ta- Tanque de xarope ^ [ para granagem Magma C ^ Centrf- Açúcar A 1 I Mel A Açúcar B manho de cristal dos açúcares B e C é crí tico para evitar ter de dissolver excesso de açúcar. O volume total de massa cozida a ser cristalizada é maior do que em outros esque mas, mas a prática tem mostrado que não é necessário equipamento de cristalização adicional em função dos tempos de cristalização mais rápidos das massas cozidas A. Esquema de cozimento VHP. Esta modifi cação do esquema de cozimento de três massas é amplamente utilizada na África do Sul para produ zir açúcar de Polarização Muito Alta (VHP - Very High Polarisation) de 99.3 a 99.5 °Z (Figura 15.9). Este esquema foi usado no Havaí para produzir açúcar de Cor Muito Baixa (Very Low Color) para processamento numa refinaria. É também o esque ma usado para produzir açúcar branco direto. Todo o açúcar Cé dissolvido em água ou caldo clarificado e mandado de volta ao tanque de xarope como xarope de refundição. Açúcar C com pureza de 81-85 é obtido por centrifugação simples em centrífugas contínuas. O açúcar B é pro- Refundido duzido semeando um mistura de mel A e B (ou xarope se neces- Açúcar C Mel C Água Magma B Excedente Refundídor Figura 15.9: Esquema VHP ou de refundição par cial para produção de açú car bruto de baixa pureza Referências páfi. 462 15 Cristalização sário) e alimentando o cozimento com mel A. A massa cozida B é centrifugada em centrífugas contínuas para obter açúcar de cerca de 90 a 92 de pureza, que se torna magma e é usado como se mente para a cristalização da massa A. Qualquer excesso de açúcar B é dissolvido c retornado ao tanque de xarope como xarope de refundição. A massa cozida A é centrifugada em centrífu gas de batelada e somente açúcar A deixa a fábri ca como produto. Algumas fábricas com refinaria anexa substituíram as centrífugas de batelada por contínuas porque o açúcar é imediatamente dis solvido para refino e o tamanho de grão não é problema. As vantagens principais deste esquema de cristalização são a boa qualidade do açúcar A pro duzido e a pureza baixa da massa cozida C que facilita esgotamento adequado do mel final. Uma variação do esquema VHP, que envolve o uso de magma C como semente para a massa cozida B e a dissolução de todo açúcar B para reduzir a cor do açúcar A, foi descrita por de Robillard e vcin Hengel {\9%A). 15.2.2 Comparação de esquemas de cozimento Em resumo, um esquema de cozimento com duas massas é mais adequado para lidar com xa rope de pureza baixa (< 82). O esquema de cozimento com três massas é o mais utilizado para produzir açúcar na faixa de 98 a 99 °Z e requer menos equipamentos na fábrica, mas é necessário controle cuidadoso de purezas para alcançar uma pureza de massa cozi da C suficientemente baixa para facilitar bom es gotamento de melaço. O sistema Einwurf Duplo simplifica as operações e produz um açúcar de qualidade melhor e bom esgotamento do melaço. O sistema VHP é usado quando deve ser produ zido açúcar de qualidade mais alta; necessita de maior capacidade na fábrica mas é fácil de operar visando alcançar ambos, açúcar de boa qualida de e melaço de baixa pureza. Requer mais vapor, mas em termos gerais, açúcar de melhor quali dade sempre requer mais refundição e consumo maior de vapor. 15.2.3 Cálculos e balanços de massa do setor de cozimento Para estabelecer as quantidades de massa co zida de diferentes purezas e definir as necessi dades de vapor ou vapor vegetal, um balanço de massa do setor de cozimento é essencial. Alguns cálculos básicos são usados na elaboração dos ba lanços. Todos os cálculos consideram que não há perdas de sacarose no processo. A fórmula SJM. Esta fórmula é útil no cálcu lo da recuperação de sacarose. Supõe que 1 kg de sólidos dissolvidos no caldo/xarope de pureza Pj. resulta em açúcar de pureza e mel de pureza Seja .V kg de sólidos recuperados no açúcar. Portanto (1 — .x) são os sólidos no melaço. O ba lanço de sacarose fornece: |.p,=A-P,-K(l-.x) />„.„ (15.24) P - P' S ' Mol Recuperação de sólidos no açúcar como uma % é: 100 •.v = P - P ' Miil P - P' S ' Mol Recuperação de sacarose em % é: P ■ X P (15.25) (15.26) Pr(P.-P...) Esta é a fórmula SJM. Numa forma mais familiar, as purezas são dadas como os subscritos e é fácil ver porque esta relação é chamada fórmula SJM (5 - Sugar (açúcar); J - Juice (caldo); M - Molasses (melaço)): Recupera "ode sacarose —^100 ' J{S-M) (15.27) Para esta relação ser precisa, purezas reais devem ser usadas. Na maioria dos casos, purezas aparen tes são utilizadas na ausência de purezas reais. 15.2.2 Comparação de esquemas de co/.imenio O diagrama de Cobenze, Esie é um método de cálculo de valores relativos das quantidades de sólidos dissolvidos nas misturas. Ele é base ado nos balanços de massa mostrados acima e especiíicamcnte na relação para a recuperação de sólidos, equação (15.25). É rrequeniemente dese nhado conforme mostrado abaixo, representando o falo que as relações de sólidos no açúcar para os sólidos no melaço e para os sólidos no caldo estão na relação de (P^ - ,) para (P^ - Pj) para Cs-V,)- h , - Pmoi) Ele é freqüentemente usado para calcular as quan tidades relativas de duas correntes, digamos, se mente e melaço. que são necessárias para alcan çar uma pureza predeterminada da mistura. Por exemplo, a quantidade relativa de uma semente de pureza 65 e melaço de 50 de pureza para produzir uma massa cozida de 55 de pureza pode ser calcu lada conforme demonstrado abaixo: Teor de cristal na massa cozida. O grau de cristalização alcançado em cada estágio é comu- mente expresso em termos de conteúdo de cristal na massa cozida. Este é calculado de acordo com as equações (15.19) e (15.20). Estas equações re lacionam a pureza do melaço à pureza da massa cozida e são usadas nos cálculos. As implicações do conteúdo de cristal e sua relação com a exaus tão é coberta na Seção 15.5.5. Balanço de massa no setor de cozimento. O procedimento de cálculo foi descrito por van der Poel et al. (1998:1063) e Birkeii (1978). Uma me todologia para balanço no setor de cozimento é definida também por Biibnik et al. (1995:336). A maioria dos procedimentos de cálculo requer es- pecilicação do teor de sólidos dissolvidos e pureza detxarope. açúcares A. B e C. massas cozidas B e C e também o teor de sólidos dissolvidos da massa cozida A. Além disso, as purezas do melaço. ou alternativamente o esgotamento ou o conteúdo de cristal de cada massa cozida, precisam ser especi- licadas. Estes cálculos assumem que não há perda de sacarose por meios químicos ou físicos e não há perda ou formação de componentes não sacarose. O ponto de partida é o uso da fórmula SJM para calcular as quantidades de açúcar produzido e mel C. A quantidade de tnassa cozida C pode en tão ser calculada. Dependendo do esquema usado, os cálculos são levemente diferentes a partir deste ponto. Planilhas são bem adaptadas para conduzir os cálculos. Uma comparação das quantidades de massas cozidas para cada tipo de esquema é mostrada na Tabela 15.3. Para propósitos de comparação, algu mas suposições têm de ser feitas. Considera-se que é produzida a mesma qualidade de açúcar bruto de 99 °Z em cada caso. Também se assume que as purezas da massa cozida C. açúcar C e mel C são as mesmas em todos os casos. O esgotamento alcançado em co zimentos A e B é definido pelo conteúdo de cristal, relacionado ã pureza da massa cozida pela relação: vr,,,,,=0.78-P„,-IO (15.28) Isto é baseado na experiência sul-africana e admi te o falo de que um esgotamento maior é possível com uma massa cozida de pureza mais alta. No caso de duas massas, a pureza da massa cozida A tem de ser reduzida para atingir a pureza de massa C requerida; a pureza requerida é calculada por esta equação. A quantidade de massa cozida C produzida é a mesma em cada caso em função das purezas espe cificadas. O esquema de cozimento de três massas produz a menor quantidade de massas cozidas A -t- B, seguido de perto pelo sistema de duas massas. O sistema VHP produz cerca de 20 % mais do que Referências púfi. 462 15 Cristalização Tabela 15.3: Comparação de quantidades e purezas a partir de balanços de massa para quatro esquemas diterenies de co zimento, baseados em 100 i de Substância Seca no xarope de pureza 85 9í-. Valores supostos sfu) apresentados em negrito. Os valores do teor de cristal para massas cozidas A e B são calculados da equação (15.28). Einwurf Duplo Tres massas VHP Duas massas ma.ssas Massa cozida A Quantidade de sólidos t DS Volume m' Pureza % Teor de cristal t/100 tDS Eseotamento % Mel A Quantidade de sólidos t DS Pureza % Açúcar A Quantidade de sólidos Pureza Massa cozida B Quantidade de sólidos Volume Pureza Teor de cristal % t/100 t DS Mel B Quantidade de sólidos Pureza Açúcar B Quantidade de sólidos Pureza Massa cozida A + B Volume Mas.sa cozida CQuantidade de sólidos Volume Pureza Teor de cristal % t/100 tDS Mel C Quantidade de sólidos Pureza Açúcar C Quantidade de sólidos Pureza Açúcar produzido Quantidade de sólidos Pureza DS = SS = Substância Seca o sistema convencional de três massas. O sistema de Einwurf Duplo apresenta 38 % mais massa co zida; entretanto este número é ilusório, visto que tanto o cozimento A, quanto o B começam com pé bem desenvolvido representando uma fração significativa (-25 %) da massa cozida produzida. Para propósitos de comparação, alguns parâ metros na Tabela 15.3 foram mantidos os mesmos. Na prática, as purezas da massa cozida e do açúcar C serão, normalmente, maiores, no caso de duas ou três massas e menores no caso de VHP. Além disso, os esquemas de VHP e Einwurf Duplo, pro vavelmente produzirão açúcares de maior pureza. As quantidades são significativamente afeta das pela pureza do xarope que chega ao setor de cozimento. A Figura 15.10 mostra os efeitos nas quantidades de massa cozida para os diferentes esquemas de cozimento. 15.2.5 Efeito na cor de açúcar 82,5 85 87.5 Pureza de xarope em % □ Massa cozida C, ■ Duas massas: A, ▲ Três massas, A, A Einwurí Duplo A, ♦ VHP; A, Três massas: B, ♦ Einwurf Duplo: B, ♦ VHP: 8. Figura 15.10: Quantidades de massa cozida produzida em diferentes esquemas de cozimentos em função da pureza de xarope 15.2.4 Efeito da relação entre pol e sa- carose e entre Brix e sólidos dis solvidos As respostas dos balanços de massa são afe tadas pela precisão dos dados. Os balanços assu mem que sejam empregados dados reais de ma téria seca. sólidos dissolvidos e sacarose. Estes números geralmente não estão disponíveis e são usados em seu lugar pol e Sólidos Dissolvidos Refralométricos (Brix). Isto conduz a diferenças notáveis, particularmente na massa cozida fi nal de baixa pureza. Se forem usados dados obtidos a partir de hidrômetros de Brix. os resultados po dem se tornar irreais. Se estiverem disponíveis somente dados de SDR e pol, a conversão para o teor real de só lidos e sacarose pode ser feita com as seguintes equações; w,,, ^ RDS ■ [l - 0,00066 ■ (RDS - pol)] (15.29) Ws = RDS - 0,874 ■ {RDS - pol) (15.30) A equação (15.29) foi proposta por Love (2002a) e a (15.30) é derivada de dados produzidos pelo Audubon Sugar Institute 15.2.5 Efeito na cor de açúcar E possível incluir a cor nestes balanços, desde que os fatores de transferência ou de repartição de cor para cada cozimento sejam conhecidos ou possam ser assumidos. Um exemplo destes cálcu los é dado por Wright (1996). Em termos gerais, os resultados mostram que a cor do açúcar pode ser reduzida por refundição maior de açúcar, que por sua vez. requer mais capacidade dos vácuos de cozimento e aumenta o consumo de vapor. Wrif^ht demonstrou que o sistema VHP poderia produzir lodo o açúcar numa cor 3,5 7c menor do que o sistema de três massas convencional para a mesma pureza do açúcar sob as condições austra lianas. Na prática, o sistema VHP possibilita obter um açúcar de pol maior e de cor significativamen te reduzida. A cor do açúcar é basicamente, uma função da cor de xarope do qual é cristalizado, embora a forma na qual a cristalização é conduzida e as características de circulação do cozedor terão um efeito importante, porém menor. A cor é deter minada pela quantidade de filme de mel deixado sobre o cristal e a quantidade de colorantes in corporados ao cristal (Seção 23.1.6). O filme de mel pode ser removido por afinação e o grau de lavagem de açúcar na centrífuga tem um grande efeito. A cor do cristal afinado está usualmente na faixa de 0.025 a 0.05 vezes a cor no licor mãe, mas dependendo das purezas da massa cozida e do açúcar, a cor total do açúcar provavelmente será entre 0,05 e 0.15 vezes a cor da massa cozida. A transferência de cor ao cristal de açúcar é relatada ser muito mais baixa em fábricas com sulfitaçao. 15.2.6 Efeito do esgotamento da massa cozida e rendimento de cristal O esgotamento alcançado em cozimentos de alta pureza, particularmente o cozimento A. tem um efeito substancial nas quantidades globais de massas cozidas produzidas. É importante obter o esgotamento máximo, que é alcançado tendo o maior teor possível de cristais, no primeiro cozi mento. O efeito do conteúdo de cristal na massa cozida A sobre as quantidades de massa cozida A é mostrado na Figura 15.11. Referências püf^. 462 15 Cristalização Alguns cozedores mais antigos usam um espe lho inclinado. Estes estão num ângulo entre 10° e 25° em relação à horizontal. Esta é uma constru ção mais cara. O espelho superior é construído na horizontal em alguns casos. Um cozedor de calandria flutuante tem a toma da descendente central localizada na região anelar externa. Apesar de ter sido desenvolvido numa tentativa de melhorar as características de circu lação, medições envolvendo o uso de um traçador radioativo, demonstraram que a tomada descen dente central central tem um desempenho melhor {Wríght 1966). Há uma tendência de projetar cozedores com uma altura baixa de massa cozida, para melhorar a circulação. Cozedores de baixa altura de mas sa cozida têm um valor particular quando massas cozidas viscosas de baixa pureza são produzidas. Alguns projetistas adotaram um alargamento cônico do corpo acima da calandria, para aumen tar a capacidade do vaso sem aumentar a altura do cozimento e também proporcionar uma relação menor entre o volume de granagem e o volume final do cozimento. Entretanto, estes cozedores alargados foram grandemente desacreditados em função de seu efeito negativo na circulação {vau der Poel et al. 1998:783-784). Isto foi confirma do por modelagem computadorizada {Rein et al. 2004). Tippens (1972) demonstrou que cozedores de paredes retas funcionam melhor do que os alar gados sendo mesmo capazes de alcançar uma re lação aceitável, volume de granagem/volume final de massa cozida menor que 0,33. A forma do fundo do cozedor deve promover uma distribuição uniforme da massa cozida para a parte inferior da calandria, sem restrição de circu lação ou ocorrência de áreas de estagnação e pos sibilitar a descarga da massa cozida num tempo aceitável. Cozedores com um fundo em "W" têm se tornado mais populares, particularmente em co zedores grandes. Este fundo mantém o volume de granagem pequeno e ainda permite boa circulação e tempos de cozimento aceitáveis. 15.3.2 Circulação no cozedor A velocidade na qual a massa cozida circula num cozedor é de importância vital. Visto que a maioria dos cozedores apoia se na circulação na tural. a circulação c a transferência de calor estão intimamente associadas. A diferença de densida de entre a fase vapor e a massa cozida providen cia a força motriz para a movimentação da massa cozida. A geração alta de vapor aumenta a força motriz e o balanço entre as forças de empuxo e resistência por atrito determina a circulação. Re sistência baixa ao fluxo da massa cozida no coze dor conduz a velocidades mais altas e boas taxas de transferência de calor, que promovem boa cir culação. Assim, a taxa de transferencia de calor está fortemente relacionada com a velocidade do fluido ou circulação. Boa circulação da massa cozida permite al cançar condições uniformes no cozedor, uma ne cessidade vital para boas condições de cristali zação no ct)zedor. A obtenção dos três objetivos, a saber, boa circulação, taxa de transferência de calor alta e condições uniformes na massa cozi da, pode ser conseguida através de bom projeto e escolha apropriada da geometria do cozedor. Como em todos os projetos, certa conciliação é necessária para alcançar desempenho satisfatório sem custo excessivo do equipamento. Em termo.s gerais, a boa circulação é favorecida por projetos de cozedores que incorporam tubos mais curtos, de diâmetros maiores, com baixa altura de cozi mento e grande diâmetro do tubo de descida da massa. Opções boas de variáveis de projeto são dis cutidas na próxima seção. Algumas questões bá sicas que afetam a circulação da massa cozida requerem consideração:• A trajetória da massa cozida deve ser limpa e desobstruída. Qualquer chapa desneces sária no interior do cozedor representa uma resistência à circulação. Defletores, outros dispositivos instalados no cozedor c qualquer estrutura de ferro, desnecessários, devem ser removidos. • Os gases incondensáveis devem ser removi dos pelo lado externo da calandria e não atra vés da massa cozida. • Da mesma forma, saídas de condensado de vem ser posicionadas na periferia da calandria do cozedor e não devem sair por tubos, do es pelho inferior para baixo e através da massa cozida. 15.3.3 Projelo de cozedor de batelada O sisicnia de alinienlação de xarope ou mel deve lambem consiituir uma obstru(j'ão míni ma à circiiíaçãt) da massa cozida. A alimenta ção deve ser introduzida pela periferia do co zedor abaixo da calandria ou canais no fundo do cozedor. Se a condição da alimentação for ajustada e estiver numa temperatura maior do que a da massa cozida em evaporação, a alimentação precisa ser direcionada para a parle inferior da calandria de modo que o flasheamcnto auxilia rá a circulação. O alargamento eônico ou bojo acima da ca landria tem um efeito negativo na circulação. Cozedores antigos pode ser alterados de co- zedores de laterais cônicas para relas, aumen tando se os diâmetros da calandria. O volume do cozedor em um caso foi aumentado em 25 % e a superfície de aquecimento em 52 le vando a uma melhoria líquida significativa no desempenho do cozedor {Bcrgewn e Curline 2004). A circulação pode ser assistida pela instalação de um agitador no tubo de descida ou usando vapor de circulação (borbotores) para promo ver a circulação (Seção 15.3.6) 15.3.3 Projeto de cozedor de batelada A calandria é essencialmente um irocador de calor casco tubo. A área de troca, expressa por unidade de volume de massa cozida, está nor malmente ao redor de 5 a 6 mVm\ Esta relação pode ser tão baixa quanto 4.5 para cozedores de massas de baixa pureza, mas para cozimentos de alta pureza, onde as taxas de evaporação são maiores, ela pode ser aumentada para 9 mVm\ Embora algumas variações no projeto da calan dria estejam apresentadas na Figura 15.13. so mente a calandria horizontal tubular, com tubo de descida central será discutida aqui. visto que é considerada ser a única opção viável. Alguns dos projetos mais recentes estão ilustrados na Figura 15.14. Tubos. Os tubos são geralmente de 100 mm de diâmetro, instalados num passo triangular de 120 mm. Alguns projetos usam um passo menor. cerca de 1 15 mm. numa tentativa de aumentar a área de aquecimento da calandria. Os diâmetros dos tubos podem ser maiores para massas cozidas de baixa pureza e menores para as de alta pureza; porém mesmo cm cozimentos de refinaria, diâme tros < 100 mm afetam adversamente a circulação {Tippens 1972). Tubos acima desta dimensão exi bem menos resistência e promovem boa circula ção. mas a menor relação área/volume é desfavo rável e o volume de pé de cozimento consequen temente aumenta {RouiUani 1985). Tubos com um comprimento entre 900 e 1500 mm foram usados no passado, mas atualmente os cozedores são projetados com comprimento de tubos entre 600 e 1200 mm. Tubos curtos são selecionados para cozedores de grau baixo, ao passo que tubos mais longos são escolhidos para cozedores de massa de alta pureza ou quando é instalado um agita dor. Tubos curtos dão os melhores coeficientes de transferência de calor e. provavelmente, não há justificativa para o uso de tubos mais longos do que 900 mm. Os tubos são quase universalmente de aço inoxidável, tipicamente escala 16. grau 304 ou 430. Um projeto diferente de calandria e tubos é oferecido por Buckau-Wolf (BWS). A parte supe rior dos tubos é trabalhada na forma de um favo dc mel e soldados juntos para compor o espelho. Este arranjo posiciona os tubos mais próximos do que numa calandria convencional. Espelhos. Os espelhos são normalmente de 25 mm de espessura e os tubos são mandrilhados nos espelhos de modo que eles possam ser troca dos se necessário. Os espelhos podem ser mais fi nos se os tubos forem soldados nos espelhos. Isto é factível com tubos de aço inoxidável, os quais raramente precisam ser substituídos. Isto torna possível um projeto com perdas por atrito baixas, na entrada e na saída do tubo. Diâmetro do tubo de descida. O diâmetro do tubo de descida é geralmente não menos do que 0.4 vezes o diâmetro do cozedor. a menos que um agitador esteja montado. Um diâmetro menor tem demonstrado restringir a circulação {Tippens 1972). A relação entre a área da seção transversal dos tubos e a área do tubo de descida é denomina da razão de circulação. Idealmente esta deve ser Referencias 462 15 Cristalização para um cozedor com agitador ou 45 a 50 °C para um sem agitador (Ziegler 1978). Visto que a tem peratura da massa cozida esta ao redor de 65 °C em média, isto significa que o vapor da calandria deve estar numa temperatura de no mínimo 110 °C (144 kPa) ou 100 °C (102 kPa) para cozedor sem agitação e com agitação respectivamente. Distribuição de vapor. O sistema de va por deve ser projetado para garantir distribuição uniforme em todas as partes da calandria. Além disso, uma purga positiva de condensados em saí das apropriadamente localizadas é necessária. Os mesmos requisitos dos vasos evaporadores (Seção 12.7.1) também se aplicam às calandrias dos co- zedores. Forma da seção do fundo. A forma da seção do fundo deve ser tal forma que mantenha o vo lume de granagem no mínimo. A seção vertical imediatamente abaixo do espelho inferior não deve ser mais do que 150 mm (Tippens 1972). A seção do fundo normalmente inclui uma inclina ção de algo como entre 14® e 24° para possibilitar a drenagem da massa cozida. Visando manter o volume de granagem baixo enquanto ainda per mitindo boa circulação sob a calandria, uma in clinação ao redor de 1 8° é recomendada. O uso de uma seção transversal em forma de "W" é útil a este respeito, particularmente, com cozedores de grande diâmetro. Válvula de descarga do cozedor. A válvu la de descarga está localizada no centro do fundo cônico do cozedor. No passado, válvulas hidrau- licamente operadas eram comuns. Mais recente mente, válvulas borboletas revestidas de borracha têm sido usadas por serem mais baratas e fáceis de manter, elas vedam bem e requerem somente um suprimento de ar comprimido ao invés de um sistema hidráulico para atuação. Tipicamente para um cozedor de 85 m^, é requerida uma dimensão de válvula de 760 mm para massa cozida C e de 600 mm para massa cozida A. O revestimento de borracha aplicado ao corpo de aço precisa ser tal que suporte as condições de vácuo sem se des tacar do corpo de aço. Com um fundo em forma de W , duas válvulas menores diametralmente opostas entre si podem ser usadas. Remoção de condensado e gases inconden- sáveis. Arranjos adequados para a remoção de condensado e gases incondensávcis precisam ser feitos. É importante que a e.stes detalhes seja dada atenção apropriada, pois eles podem ser a causa de desempenho ruim se não forem adequadamen te projetados. As mesmas considerações que se aplicam no caso dos evaporadores (Seção 12.7.4) são aplicáveis neste caso também. O condensado é geralmente removido no ponto mais baixo do casco, por mais de uma saída. É aconselhável ser generoso no dimensionamenio destas saídas por que o acúmulo de condensado na calandria reduz a transferência de calor e pode resultar em golpe de água e dano aos tubos. A dimensão dos drenos de condensado deve ser baseada em velocidade de saída do líquido menor que 0,45 m/s na taxa de evaporação máxima. Os incondensávcis precisam ser purgados pelo fluxo de vapor e estão comumente localizados no ponto mais distante da entrada de vapor. Isto as segura uma descarga adequada de incondensávcis. A melhor configuração incorpora um fluxo radial de vapor a partir de um cinturão de vapor ao redor da calandria na direção do tubo de descida central. Como o fluxo de vapor é introduzido radialmenie. os arranjos de retirada deincondensávcis devem consistir de dois anéis ao redor do tubo de desci da central, um no topo e um no fundo da calan dria, como mostrado para evaporadores na Figura 12.14G. Atenção precisa ser dada à dimensão e número de furos nos anéis de retirada de incon densávcis para garantir remoção adequada e uni forme dos gases. As duas tomadas de inconden sávcis devem ter saídas independentes de modo a permitir a remoção dos gases incondesáveis se paradamente. A quantidade total a ser removida deve ser cerca de 1 % do fluxo de vapor para a calandria. Válvulas termostálicas podem ser usadas para remover incondensávcis se a economia de vapor for importante, minimizando o vapor descarrega do à atmosfera. Cálculo do volume do cozedor de batelada. O volume da massa cozida de um cozedor de ba telada é basicamente determinado pelo diâmetro do cozedor e o nível máximo de cozimento. Os cálculos são baseados nas dimensões na Figura 15.3.4 Capacidade do cozedor Figura 15.16: Dimensões requeridas para cálculo de volumes dc massa cozida do cozedor 15.16, considerando que os cozedores têm N tu bos de diâmetro interno d. I Volume de granagem. É o volume do co/.edor até o topo do espelho superior. O volume ocupado pelo lado vapor da calandria precisa ser subtraído do volume calculado. Para um fundo de secção cônica, o volume de granagem V, é determinado por: + ̂ ■ f/,' ■ /í, + V . ̂ -f ̂ ■ cí; lu (15.31) Se o fundo do cozedor for um tampo torisférico (elipsoidal) e não um cone. o primeiro termo na equação {15.3 1) é substituído por 0.1 • Para fundo de seção em formato de W, é ne cessário consultar o desenho do fundo para cal cular o volume. Para uma aproximação razoável, considerando que os ângulos de inclinação do fundo são iguais, o volume de pé de granagem V, pode ser calculado conforme: V, d; • tan a -1- + --d: ■h,+N-~-d' h. +- d; lu (15.32) 4 ' ' 4 ' - 4 Volume total de cozimento. O volume acima do espelho precisa ser adicionado ao volume do pé de granagem para se obter o volume total de cozimento Para um cozedor reto: (15.33) Para um cozedor alargado (conicamente alargado): + .ü.rf,- (15.34) 15.3.4 Capacidade do cozedor O ponto de partida na determinação da capaci dade de cozedor requerida é um balanço de massa que define as quantidades de massa cozida de cada grau a ser processada. Isto dependerá do esquema de cozimento utilizado e o esgotamento esperado em cada estágio de cozimento. E também necessá ria uma estimativa dos tempos de cozimento para cada grau de massa cozida. Dividindo se a vazão de massa cozida pelos tempos de cozimento deter mina se a capacidade necessária, em t ou m^ para cada categoria de cozimento. Entretanto alguma tolerância precisa ser feita para o tempo inativo vivenciado nos cozedores. Mesmo em seções de cozimento bem projetadas, o tempo inativo é inevitável em função das altera ções nas quantidades relativas de massas cozidas Referências IHÍ}{. 462 15 Cristalização de purezas diferentes, transferências de massa co zida, tempos de espera e retenções devido a res trições de produção variadas. O tempo efetivo de utilização em um setor de cozedores de batelada é estimado em cerca de 80 % e pode variar signifi cativamente em torno deste valor. Portanto é necessário experiência com a ope ração de cozedores para definir com precisão os requisitos de capacidade. Na África do Sul, um índice de tempo de cozimento {Archibald e Smi- th 1975) tem sido usado ao longo de muitos anos com sucesso para estimar a capacidade necessária de cozedores para a produção de açúcar VHF em um sistema de três massas. Este índice é definido simplesmente como a capacidade em m-^ para uma determinada categoria da massa cozida dividida pela vazão da massa cozida em m-^ para aquela ca tegoria. Os seguintes valores de índice de tempo de cozimento são utilizados: Massa cozida A Massa cozida B Massa cozida C 4,5 h 6,0 h 9,0 h Para um sistema de cozimento convencional de três massas, que não requer granagem de cozimen tos de massa B e onde as purezas são usualmente um pouco maiores do que na África do Sul. o.s seguintes índices de tempo são mais apropriados: Massa cozida A Massa cozida B Massa cozida C 3.75 h 4,5 h 9,0 h diferentes de massa cozida podem variar substan cialmente durante uma siifra. Esta variação pode normalmente ser acomodada pela realocação das atribuições do cozedor; assim é aconselhável pro jetar certa flexibilidade no setor de cozimento de modo que alguns cozedores sejam capazes de se rem usados em mais de uma categoria de massa cozida. 15.3.5 Taxas de evaporação A partir de medições experimentais. Rouillord (1985) identificou que a taxa de evaporação c ele vada conforme a pressão do vapor de aquecimen to. o vácuo e a pureza da massa cozida aumentain. De modo oposto, tubos mais longos, níveis de co zimento mais altos e concentrações altas reduzem a taxa de evaporação. A taxa de evaporação se altera significativa mente durante cada cozimento. No início quan do o nível de massa cozida é baixo, a taxa é alta. Conforme o teor de sólidos dissolvidos, a viscosi- dade e o nível de massa cozida aumentam, a taxa de evaporação decresce progressivamente e atinge um valor mínimo no fi nal de cada ciclo (Tabela 15.5). Valores máximos podem ser maiores do que os valores mostrados nesta tabela em até 50 Estes valores são baseados no emprego de vapor 1 na calandria. numa pressão ao redor de 160 kPa. A Figura 15.17 mostra uma relação aproximada entre a taxa de evaporação média e a As categorias dos cozedores são usualmente ba seadas nas vazões médias de massa cozida pro cessada. As quantidades relativas de categorias Tabela 15.5: Taxas de evaporação médias em cozedores de bateladas medidas na África do Sul Tipo de cozimento Cranagem/Semente Partida do cozimento em kg/(m^ • 1 Final do cozimento em kg/(m^ • \ Pressão da calandra em kPa Figura 15.17: Taxas de evaporação em cozedores de refi naria em função da pressão de vapor da calandria 13.3.6 Agitadores e vapor de circulação pressão da calandria, baseada em dados coletados em muitas relinarias. As taxas de evaporação são em média menores em co/.edores de açúcar bruto. 15.3.6 Agitadores e vapor de circulação Agitadores. Os agitadores de co/edorcs. se corretamente projetados, podem melhorar signi ficativamente o desempenho de um eo/.edor de batelada. A circulação assistida melhora a transfe rência de calor e encurta a duração do cozimento, desse modo melhorando a capacidade. Foi de monstrado também que os agitadores melhoram a qualidade do açúcar de alta pureza produzido {Rein 1988). Esta é uma conseqüência da melhor circulação levando a condições de cristalização mais homogêneas dentro do coz.edor. Entretanto, um agitador jamais conseguirá compensar total mente um cozedor deíicienlemenle projetado. O primeiro estágio de um cozimento é carac terizado por uma taxa de evaporação alta. Uma evaporação intensa ocorre e um agitador não tem muito efeito neste período; o efeito da circulação mecânica é pequeno em comparação com a circu lação induzida pelas bolhas de vapor. Conforme a altura de cozimento é elevada, a pressão hidros- tática da massa cozida nos tubos da calandria au menta a temperatura da massa cozida nos tubos, levando a uma redução da diferença de temperatu ra entre a massa cozida e o vapor de aquecimento. Durante os últimos estágios do cozimento, a taxa de evaporação é mínima, resultando em menor geração de vapor. O efeito da circulação força da torna-se importante neste estágio e é refletido em coeficientes de transferência de calor maiores comparados com cozedores a vácuo de circulação natural (Austmcyer 1986), Não há consenso geral acerca da efetividade de custo de um agitador. Sua instalação fornece todas as vantagens associadas à boa circulação mencionadas previamente e promove circulação no final do cozimento. Em contraste, o custo alto de capitai, vazamento de ar e consumo alto de po tência. particularmente no final do cozimento, tra balham contra o uso deagitadores. Os benefícios em termos de qualidade de açúcar em cozimentos de refinaria usualmente justificam os agitadores. Entretanto, em cozedores de massa de alta pureza, bem projetados, numa fábrica de açúcar bruto, os agitadores são com freqüência, injustificáveis. Agitadores mecânicos fornecem a opção de alcançar uma transferência de calor aceitável com uma diferença de temperatura menor. O uso de vapores vegetais de pressão menor torna se pos sível, possibilitando reduções nas necessidades de vapor na fábrica. Um agitador torna factível ter um tubo de des cida central de diâmetro menor, possibilitando assim a instalação de uma área de aquecimento maior para um cozedor de determinado diâmetro. O próprio agitador está localizado no tubo de des cida central se for um rolor de Iluxo axial (turbina de palheias espaçadas ou propulsor marinho), ou senão, logo abaixo do tubo de descida central no caso de um rotor de fluxo radial. Testes com um Kaplan (fluxo misto) c rotor de fluxo axial heli- coidal são descritos por Piirdham e Crzv (1990). Esboços destes dois tipos são apresentados na Fi gura 15.18. A potência instalada deve estar na faixa de 1.0 a 1.7 kW/nv\ Tippens (1972) relata que circula- dores com uma potência instalada de 1.6 kW/m-^ deram bons resultados. A potência P em W absor vida por um agitador de diâmetro d girando a ti em s"' é determinada pela relação: P=Ne-^ ir d- (15.35) Ne é o número de Newion. um número adimensio- nal dependendo do tipo de agitador e do número de Reynold.s do agitador, com um valor próximo à unidade para condições turbulentas, que é o caso em cozimentos de alta pureza. Os valores de Ne aumentam para valores maiores em números de Reynolds baixos {Austiiieyer 1986). Neste caso o número de Reynolds é dado por: n d' p (15.36) A viscosidade efetiva é usada nesta fórmula e está baseada na taxa de cisalhamento média, que é sugerida ser cerca de 1 I • n, onde n é a velocidade do agitador {Wilkens et al. 2003). Para valores de Re < 100, Ne = c/Re. em cujo caso: P = c- \i,„ ■ ir d' (15.37) c é uma constante com um valor de cerca de 100. mas depende do tipo de agitador em uso. Isto se Kí-tí-rêncicis 462 15 Cristalização A Vista em planta Vista lateral esquerda Vista em planta Vista lateral esquerda Tubo 200 DN Angulo da raiz 41,9° Parafusos de cabeça Alien posicionadores da lâmina Parafusos de fixação ,, do propulsor Ângulo da ponta 14,3° Figura 15.18: Rotores A Kaplan e B fluxo axial helicoidal aplica usualmente a cozimentos de baixa pureza. Rackeniaiin et ai. (2006) relatam valores da cons tante variando entre 60 e 140 confirmando esta relação. A forma da ccjuação (15.35) é similar àquela esperada para uma bomba centrífuga, embora a dependência do diâmetro do rolor seja um pouco maior nesta equação. Na prática, a potência má xima é absorvida somente no estágio tina! de co zimento quando concentrando a massa cozida ao teor final de sólidos; por esta razão, um motor de duas velocidades é às vezes empregado. A velocidade perilérica tem de ser mantida abaixo da velocidade máxima de projeto, ou have rá formação de cristais falsos, van der Poel et ai. (1998:786) recomenda uma velocidade periférica máxima de 5.8 m/s e Kuijvenhoveii (1983) um má ximo de 10 m/s. Na prática, velocidades periféri cas abaixo de 7 m/s dão bons resultados. Cada agitador deve ser projetado individual mente para um cozedor em particular e sua aplica ção. Não há agitador universal para todas as situa ções. Raramente é possível transferir um agitador de um cozedor para outro sem reprojetar o arran jo. se é desejada a obtenção de bons resultados. Agitação com vapor. A instalação de um sis tema de agitação de tubos injetorcs de vapor de baixa pressão sob a caiandria é outra opção para auxiliar a circulação, pela redução da densidade efetiva da massa cozida na caiandria. promovendo forças de empuxo e melhorando a circulação, par ticularmente sob carga hidroslática alta na finali zação de um cozimento. A simplicidade, custo baixo e ausência de par tes móveis desta alternativa a tornam particular mente simples de ser colocada em prática. E fre qüentemente aplicada em cozedores de massas de baixa pureza, mas é desnecessária em cozedores de massas de alta pureza bem projetados. Deve ser observado que o vapor admitido não condensa, mas passa direto através da massa cozida sem causar qualquer superaquecimento ou disso lução de cristal. A vantagem do agitador de vapor é que ele pode ser desligado a qualquer momento, diferente de um agitador mecânico e pode ser ajus tado para fornecer o grau de circulação requerido. Estudos de modelagem da dinâmica dos tUiidos por computador (CFD) indicam que a taxa de circu lação pode ser substancialmente elevada {Rein et 15.3.7 Separação de arraste al. 2004). Assim o efeito de assistência com vapor, freqüentemente chamada "agitador de vapor" é permitir que uma altura de cozimento maior pos sível. assim como tempo de cozimento reduzido. O dimensionamento de um sistema de circula ção a vapor deve ser baseado na injeção de vapor à taxa máxima de 25 kg/h por m* de volume de massa cozida do cozedor. O número de furos no sistema de tubos injelores e suas dimensões são determinados pela vazão de vapor necessária. O tamanho do tubo do sistema de agitação tem dc ser tal que a perda de carga na própria tubulação seja menor do que 10 7r da perda de carga através de cada furo. Este é o mesmo princípio requerido no projeto de anéis de alimentação de evapora- dores e as equações na Seção 12.7.5 podem ser empregadas. Isto assegura que as vazões através de todos os furos sejam aproximadamente iguais. Um único anel tubular de injeção de vapor abaixo da calandria pode não ser suficiente num cozedor grande, onde um arranjo de injeção de vapor dife rente deve ser usado para fornecer uma distribui ção uniforme de vapor sob a calandria. Injeção de ar. A injeção de ar ao invés de va por foi adotada em algumas fábricas espanholas. A injeção de ar comprimido a 750 kPa pré aque cido a 65-70 °C abaixo da calandria de cozedores de massa A foi reportada como sendo efetiva na redução dos tempos de cozimento em 11 9^ e au mentar a recuperação sem um efeito apreciável no vácuo do cozedor (Stohie 1999). Entretanto esta opção requer uma bomba de vácuo ou ejetor mui to maior para remover o ar adicional. 15.3.7 Separação de arraste Os princípios da separação de arraste apli cáveis aos evaporadores também se aplicam aos cozedores. Dos tipos descritos na Seção 12.9, os separadores de fluxo reverso, centrífugo e de pla cas em chevron são os mais bem sucedidos. Sob a maioria das condições, o arraste de co zedores é desprezível. Na maior parte das vezes, arraste sério ocorre durante a partida e a parada do cozedor, quando a expansão de espuma ou sucção de ar no cozedor pode ocorrer. Se estas operações forem apropriadamente controladas, o arraste nos cozedores é mínimo. Separadores de arraste pre cisam ser projetados para ter uma alta capacidade de trabalhar em baixa carga: a variação das taxas de evaporação durante um cozimento de batelada é muito alta, conforme mostram os dados na Tabela 15.5. Entretanto em taxas dc evaporação baixas na finalização do cozimento, as velocidades de vapor no cozedor são baixas e o arraste de gotas no va por é muito baixo. Os separadores precisam ser di mensionados para absorver as taxas de evaporação máximas. Hiinnn (1980) descreveu ensaios com separadores diferentes em cozedores. A velocida de máxima de 40 m/s em separadores centrífugos é relatada, acima da qual ocorre rearrastc. Ele testou a efetividade dc separadores dc placas cm chevron em cozedores e recomendou-os preferencialmente aos separadores centrífugos. Os separadores de placas em chevron têm a vantagem de que não é necessária tubulação de re torno de arraste, pois as gotas separadas caem do fundo do separador de volta à massa cozida. Com os outros tipos, os tubos de retorno de arraste de vem ser apropriadamente projetados, tanto para incorporaruma perna em U de selo como permitir que qualquer retorno de arraste seja visível aos operadores. Assim os tubos de retorno devem ser montados externamente, dotados de um visor de vidro e, com uma perna de selo em U drenável. Um desenho do arranjo recomendado é mostrado na Fiaura 15.19. Linha de centro do cozedor _ Separador de arrastre Unha de retorno de arrastre Nível de massa cozida Válvula de dreno Figura 15.19: Arranjo recomendado para uma linha de retorno dc arraste do cozedor Referêiiciiix pií};. 462 15 Cristalização 15.4 Cozedores contínuos a vácuo Embora a primeira patente para um cozedor contínuo a vácuo tenha sido concedida em 1932 à Werkspoor. foi somente ao final da década de 1970 que o cozedor contínuo realmente se tornou uma proposição prática. Facilidade de operação foi uma característica que primeiro levou à acei tação dos cozedores contínuos em aplicações de cozimentos de massas de baixa pureza e foi sub seqüentemente estendida a cozimento de massas de alta pureza com o desenvolvimento de transdu- tores de medição adequados. Uma característica do sistema contínuo é a diferença de temperatura menor entre a temperatura de vapor da calandria e a temperatura da massa cozida, embora ainda mantendo boa circulação com convecção natural. Ainda é necessário produzir massa cozida para semeadura em cozimento de batelada para alimentar um cozedor contínuo. Tentativas foram feitas de produzir semente numa base contínua, mas a maioria destas foi infrutífera (Bwaclfoot e Wright 1992). Considerando-se o que é previsível, a semente ainda continuará a ser produzida em co zimentos de batelada. Em alguns casos, a produção de semente em cozedores de batelada pode ser eliminada pela ali mentação de magma de açúcar diretamente num cozedor contínuo como semente. Os cozedores contínuos são teoricamente bem adequados a um sistema de Einwurf Duplo. Neste caso, a semen te somente precisa .ser produzida em cozedor de batelada para cozimentos C. O açúcar C é usa do como semente para o cozedor B e o açúcar B como semente para cozimentos A. Entretanto, como ocorre com qualquer sistema de Einwurf Duplo o controle do tamanho do cristal é crucial. 15.4.1 Tipos de cozedores contínuos Os projetos de cozedores contínuos que têm obtido grande aceitação situam-se em três cate gorias: Cozedor horizontal multi-compartimentado. Um número de células dispostas em série pode proporcionar um modelo suficientemente próximo ao fiuxo pistonado para produzir uma distribuição razoável de tamanho de cristais. Os primeiros co zedores deste tipo foram instalados pela Fives-Cail Babcock (PCB), atual Grupo Fives Cail. O cozedor australiano SRl e o cozedor Tongaat-Hulett. comer cializado por Fletcher Smilh, caem na mesma ca tegoria, mas o aquecimento da massa cozida e os padrões de circulação são diferentes nestes equipa mentos. Estes cozedores são mostrados nas Figuras 15.20 a 15,22. O SRI desenvolveu um novo proje to em conjunto com Triveni Enginecring na índia (Agnnvctl et al. 2001), que tem um formato similar ao cozedor Tongaat-Hulett na seção transversal. Es tes cozedores são baseados em circulação natural. O projeto inicial do cozedor FCB tinha ele mentos de aquecimento de placas verticais. Em seguida foram utilizados tubos horizontais como uma calandria, num corpo cilíndrico para reduzir o custo (tipo CCTR). O FCB CCTW mais recen te tem uma forma mais parecida com o cozedor Tongaat-Hulett, para obter circulação melhorada. Estes cozedores estão ilustrados na Figura 15.23. O cozedor Bosch é um projeto mais recente c tam bém foi projetado com um casco cilíndrico, mas emprega uma calandria de tubos verticais. A forma interna foi modificada desde a primeira instalação e o projeto de 2006 é apresentado na Figura 15.24. Os detalhes do cozedor contínuo CSR (Aus trália) não foram publicados. Ele utiliza uma geo metria similar ao cozedor de batelada com tubos verticais, mas com defletores radiais para formar os compartimentos. Tem duas ou mais camadas, de modo que a massa cozida flua para baixo, de uma camada para a próxima. Na indústria de açúcar de beterraba, a semen te é produzida com um tamanho de cerca de 0,1 mm por um processo de resfriamento em batelada. Uma nece.ssidade que foi identificada para o sis tema contínuo é fazer crescer esta semente a um tamanho maior para alimentação dos cozedores contínuos existentes. Quando parte-se com uma semente pequena é necessária, uma relação menor superfície de aquecimento/volume visto que a área superficial do cristal é pequena e a evaporação é geralmente mais rápida do que a cristalização e a circulação natural precisa ser aumentada com cir culação forçada. Isto levou ao desenvolvimento do cozedor Seaford para esta aplicação {RandaU 1991), o qual tem uma relação menor superfície de aquecimento/volume e utiliza dois agitadores hori zontais para auxiliar a circulação natural. 15.4.1 Tipos de co/.edores contínuos ,*.VA:|fr.víatJí.v.vT»-ÍA" r#.v.rnv.1ftT»-.7dviiv.«.wr-ATAV.iKT^^^^^ w.va: m;:*; tav.* r»:l.«5 v.vAT.v.tft ftv.viw k»v.Tr.r.l«j hF.v.%tt.»\ W.VA-.tV.VA ■K av.T.t.T.v* rA".Y.i:í.v.»:i'A'.re iAv.vl"-y-'4«lK."Atr-VA*Jf I av.*.t.*-VA! Figura 15.20: Cozedor contínuo FCB I Casco; 2 Divisória longitudinal; 3 Divisória transversal; 4 Feixe tubular; 3 Blindagem; 6 En trada de vapor; 7 Separador de arraste; S Saída de vapor; 9 Entrada de magma; 10 Entradas de xarope de alimentação; 11 Saída de massa cozi da; 12 Saídas de drenagem rápida; 13 Saídas de condensado; 14 Agitador mecânico opcional; 15 Caixas de vapor e portas; 16 Faces das extre midades; ITArgolas; 18 Visores Figura 15.21: Cozedor contínuo SRl australiano na usina Tully I Separador de arraste; 2 Nível de cozimento; 3 Saída de incondensáveis; 4 Saída de vapor ao condensador; 5 En tradas de Vapor de escape/vegetal; 6 Bastão de amosira- Módulo D Módulo C Módulo B Módulo A gem; 7 Transmissor de condutividade; 8 Escoamento de produto; 9 Calandria: 10 Divisão intennódulo; 11 Entrada de semente; 12 Chapas de divisão da célula; 13 Válvula in- termódulo; 14 Coletor descendente; 15 Defletores ao longo do topo da calandria Rcfcrciu uis pói". 462 15.4.1 Tipos de cozedores contínuos í InB™™ ■isa Figura 15.24: Visla cm corie transversal do cozedor con tínuo Bosch 1 Saída de vapor; 2 Visor de lâmpada: 3 Visor: 4 Defle- tor completo: 5 Semi defletor: 6 Calandria: 7 Bocal de intersecção inicrcompartimenio: 8 Sonda de medição: 9 Alimentação de xarope/mel: 10 Dreno: 1 I Saída de con densado: 12 DeUetor lonaitudinal n(f)Kr c:2 Figura 15.25: Cozedor contínuo Langreney (alto) e enca minhamento da massa cozida (embaixo). C1.C2 e C3 são câmaras de massa cozida separadas I Entrada de magma; 2 Entradas de xarope: 3 Saída de massa cozida: 4 Casco mais externo no cozedor: 5 Pare de de separação da câmara anclar externa; 6 Parede entre câmaras mais interna e mais externa: 7 Saídas de vapor ao condcnsador: 8 Calandria tubular da câmara mais externa: 9 Detletores: lü Calandria tubular da câmara mais interna: 11 Agitador: 12 Tubo de massa cozida da câmara mais ex terna para a mais interna: 13 Tubo de transbordo de massa cozida: 14 Entrada de vapor de escape/vegetal Tabela 15.6: Características principais de cozedores contínuos horizontais (* = altura da calandria) 15 Cristalização Cozedores de fluxo pístonado real. O coze- dor Langreney foi projetado como um sistema com caminhamento de fluxo longo numa tentativa de aproximar-se ao fluxo pistonado real {Langreney 1977). O cozedor consistiu-se essencialmente de um vaso longo e estreito, dividido longitudinal mente em duas seções, uma das quais contém um elemento tubular de aquecimento. Uma geometria circular foi adotada posterior mente, de modo que a massa cozida flua ao longo do canal externo, então através de um canal interno e finalmente numa seção central com agitador onde o aperto final da massa cozida é alcançado. Este cozedor é ilustrado na Figura 15.25. Uma abordagem semelhante empregando um caminhamento longo foi usadano projeto de um cozedor para a fábrica Racecourse na Austrália {McDougall e Wallace 1982), mas foi a seguir mo dificado com a instalação de compartimentos. prin cipalmente para melhorar sua controlabilidade e aumentar a capacidade (Attard e Doyle 1998). Este tipo de projeto não obteve grande sucesso. Uma comparação de algumas das característi cas principais dos cozedores contínuos horizontais é dada na Tabela 15.6. Cozedor tipo batelada múltipla. A conexão de uma série de cozedores de batelada em sé rie para formar um sistema contínuo mostrou ser efetiva. Um sistema idêntico esteve em operação numa fábrica de açúcar de beterraba por muitos anos {Aiistmeyer 1986a). Uma modificação deste sistema é evidente na torre de cristalização vertical BMA usada principalmente na indústria de açúcar de beterraba que consiste de quatro (ou às vezes cinco) vasos cilíndricos com agitador posicionados um sobre o outro. O fluxo de massa cozida é por gravidade descendo de um vaso para o próximo, conforme mostrado na Figura 15.26 {Austmeyer 1986a). Entretanto, tendo somente quatro compar timentos em série tende a aumentar o tempo de re sidência e as distribuições de tamanho de cristais. Uma distribuição de tamanho de cristais aceitável no produto final pode ser obtida se o tamanho de cristal da semente for regular e não muito peque no. Os agitadores em cada compartimento elevam o custo do cozedor, mas eles permitem operação com uma diferença de temperatura menor entre o vapor da calandria e a massa em cozimento. Figura 15.26: Sistema contínuo BMA VKT 1_1V Câmaras de crislalizavào; 1 Espaço de vapor: 2 Calan dria: 3 Espelho inferior: 4 Seção intermediária: 5 Secção de suporte; 6 Entrada de xarope de alimeniaçião; 7 Entrada de magma: 8 Tubo de transferência de massa; 9 Saída de massa cozida final; 10 Bypass; 1 I Saída de vapor: 12 Entrada de vapor de aquecimento: 13 Saída de condensado: 14 Agita dor; \5 Bomba de massa cozida (-i- bomba reserva) 15.4.2 Projeto de cozedores contínuos 15.4.2 Projeto de cozedores contínuos Evaporação requerida. A quantidade de eva poração requerida /», é calculada facilmente a partir de um balanço de massa total e de água. usando-sc a vazão e a concentração de sólidos na alimentação, na somente e na massa cozida. Com binando o balanço de massa: "'n = + »'i. - (15.38) com um balanço de água: "'iL = ■ (1 - U |,,.scai /100) 4- ///, ■ (l - /lOO) - leva à seguinte equação: (15.40) A carga térmica é calculada pela taxa de evapora ção e a superfície de aquecimento requerida pode então ser computada a partir de um coeficiente de transferência de calor para uma determinada tem peratura da calandria conforme nos cálculos de evaporadorcs (equação 12. I I). Circulação e transferência de calor. Como nos cozedores de balelada. a maioria dos cozedo res contínuos são de circulação natural e há uma forte inter-relação entre a transferência de calor e a circulação. Há. portanto, necessidade de boa circulação para alcançar condições homogêneas na massa cozida e taxas de transferência de calor razoáveis. O coeficiente de transferência de calor é fun ção da pureza da massa cozida e da diferença de temperatura, assim como também de detalhes do projeto do cozedor tais como, comprimento e di âmetro de tubo. O nível de massa cozida acima da calandria é baixo, favorecendo boa circulação. É usualmente cerca de 300 mm acima da calandria, embora ní veis de 500 mm acima da calandria tenham sido relatados (Arcidiacono et al. 1992). Broadfoot (2005) sugeriu que o nível de massa cozida pre ferido para circulação máxima depende da cate goria da massa cozida de acordo com o seguinte: Massa cozida A (pureza de 85-90) 600 mm Massa cozida B (pureza de 80-84) 400 mm Massa cozida C (pureza de 64-68) 300—400 mm A forma (geometria) do cozedor precisa ser tal que evite áreas de estagnação sem restringir a cir culação. A área da seção transversal das tomadas de descida da massa cozida, é grande (relação de circulação geralmente < I). a qual também pro move circulação. As calandrias de tubo vertical demonstraram fornecer melhores taxas de trans ferência de calor do que calandrias de tubos hori zontais (Rein e Msimon^ia 1999). Nos cozedores SRI/Triveni e FCB {Journet 1998). agitadores foram instalados nos compartimentos finais para melhorar a circulação. O uso de circulação a va por (agitador), conforme e quando necessário, é uma solução mais simples. Dados de transferência de calor medidos na África do Sul são mostrados na Tabela 15.7. Os dados na Tabela 15.7 estão geralmente alinhados com os reportados para cozedores SRI de massas de alta pureza (Broadfoot et ai. 2004, Arcidiacono et al. 1992). Valores da taxa de evaporação em kg/(h • m-) são reportados por Rein e Mximan}>a (1999) e, representados pelas seguintes relações, com At expresso em °C: Massa cozida A: m,,. / A = 0,28 ■ Ar -t-11,3 (15.41) Massa cozida B: lii^ / A = 0.16 ■ A/ 5.6 (15.42) Massa cozida C: / A = 0,48 ■ Ar - 19.1 (15.43) Alguns dados medidos na África do Sul são mostra dos na Figura 15.27. O Ar mínimo para circulação natural de cozedores contínuos apm-enta ser cerca de Tabela 15.7: Valores niédio.s de coeficiente de transferên cia de calor para cozedores contínuos Tongaat-Hulett. em W/(m- • K) (Rein y Msinum^a 1999) Grau de massa cozida A B C Média 413 212 115 Máximo 492 254 170 Mínimo 304 173 65 Pureza da massa cozida 85 71 55 lieferêm ias luíi-. 462 15 Cristalização 20 °C. dependendo da categoria da massa cozida e do projeto do cozedor. Arcidiacono et ai. (1992) re lataram valores para um cozedor B de 1 1-18 kg/(h • m-), com uma pressão de calandria de 85 a 102 kPa. Vermeulen e Pilhiy (1999) relataram valores para um cozedor FCB de massa C de 3,7 a 5.9 kg/(h • m-) e para um cozedor SRI de massa C de 3,9 a 4,6 kg/(h • m-). Eles também reportaram mo dificações num cozedor FCB de massa A que de ram um aumento na evaporação de 9,3 para 17,8 kg/(h • m-) usando vapor de escape na calandria de um cozedor A. Volume do cozedor e tempo de residência. O volume do cozedor tem de ser grande o suficien te para fornecer o tempo de residência requerido para o crescimento do cristal ocorrer e. portanto depende dos tamanhos do cristal da massa cozida. O volume pode ser estimado, considerando uma taxa de crescimento do cristal baseada em teste ou medições de taxas em aplicações similares. Um exemplo desta abordagem é o trabalho relatado por Hoekstra (1985), que modelou o desempenho de um cozedor contínuo de massa A para estabele cer parâmetros a serem utilizados com propósitos de projeto. Tais cálculos, supondo que a alimentação de xarope/mel entra em cada compartimcnto. leva em conta a variação da velocidade de fluxo através do cozedor, a qual aumenta da vazão da semente para a vazão de saída de massa cozida final. O tempo de residência do cristal no cozedor é desta forma mais longo do que o calculado dividindo-se o vo lume de massa cozida do cozedor pela produção de massa cozida na saída (o tempo de retenção nominal). Ensaios com traçadores mostraram que a relação entre tempo de residência real e o tempo de residência nominal pode variar entre 1,4 e 1,8. A relação é maior quando a relação entre os tama nhos de semente e os do cristal da massa cozida for maior, ou seja, quando a relação massa cozida/ semente for maior. Tempos de residência nominais tipicamente são em média 2,5 e 3 h para massas cozidas A. 3,5 a 4 h para massas cozidas B e 6 a 6,5 h para massas cozidas C. Um parâmetro de taxa de crescimento global é usado às vezes para dimensionar o cozedor. A taxa de deposição de cristal (CDR, Crystal Deposition Rate) é calculada como a quantidade de sacarose deposi- 25 30 35 40 45 Diferença de temperatura em °C Figura 15.27: Taxas de evaporação de cozedores contínu os em função da diferença de temperatura entre o vapor dc condensação c a massa cozida • Massa cozida A. ■ Massa cozida B. ▲ Massa cozida C lada no cristal por hora em unidade dc volume do cozedor; ela é expressa em termos de kg/(m^ • h):CDR = I lii (15.44) A velocidade da cristalização depende da pureza e da supersaturação no cozedor e pode assim, ser bastante variável. Na prática, os valores de CDR mostrados na Tabela 15.8 são considerados típi cos. Broculfoot (2005) reportou dados que mostram um valor de CDR de 240 kg/(m^ ■ h) para uma massa cozida de 89 de pureza. A velocidade de cristalização é dependente mais da pureza do licor mãe, a qual varia no decorrer do cozimento, do que da pureza da massa cozida. Mesmo assim, o forte efeito da pureza é evidente. Apesar destes valores serem aproximações grosseiras, eles são úteis para propósitos de dimensionamento. Tabela 15.8: Valor típico dc taxa de deposição de cristal (CDR). em kg/(m' • h) Massa cozida Faixa de pureza Média Máximo Mínimo Branco >99 350 A 82-87 170 370 110 B 65-70 100 120 80 C 52-58 40 65 20 15.4.2 Projeto de cozedores contínuos Tabela 15.9: Arcas dc iransfercncia dc calor requeridas em co/edorcs Tongaal-Huíelt cm fundão das condições de vapor da calandria (considerações: Brix da alimentação de 67 e a relação de massa co/.ida/semcntc dc 3.0 e 2.0 para massa A e C respectivamente) {lifin y Msiiiuniiiti 1999). Pressão na calandria em kPa 143 121 101 85 70 Temperatura de vapor em "C 110 105 1(X) 95 90 Relação dc superfície de aquecimento/volume de Massas co/idas A em m"' õ.O 6.4 7.4 8.8 10.7 Relação de superfície de ac|uecimento/volume de Massas cozidas C em m"' 3.7 4.9 7.0 10.7 18.8 Relações dc superfície de aquecimento/ volume. Os cozedores contínuos são geralmente construídos com superfícies de aquecimento con servadoras (sobredimcnsionadas). São comuns relações superfície de aquecimento/volume de 8 a 12 nr'. A maioria destes cozedores opera com pressão positiva nas caiandrias à pressão atmosfé rica ou abai.xo desta. Com base em coelicientes de transferência de calor médios para cozedores A e os valores para cozedores C mostrados na Tabela 15.7, íica evidente que superfícies dc aquecimen to menores podem ser utilizadas com pressões de vapor na calandria maiores. Os resultados dos cálculos são expostos na Tabela 15.9, para massa cozidas A e C. Se for uti lizado vapor de aquecimento de mais de 100 a 103 °C, relações de superfície de aquecimento/volume similares àquelas de cozedores de batclada podem ser empregadas. Alimentação da .semente ao cozedor. É impor tante que a vazão de semente ao cozedor seja con trolada. a !im de alcançar a pureza e o tamanho de cristal, adequados, na massa cozida produzida. Isto é quase universalmente feito usando uma bomba de deslocamento positivo com um acionamento de ve locidade variável. E importante escolher uma bomba que não quebre o cristal. A bomba de engrenagem externa (tipo Broquet) e bombas de lóbulo são em pregadas com freqüência para este propósito. Tabela 15.10: Valores típicos de relação de semente de massa cozida e alteração no (amanho de cristal, usando a equação (15.47) Cozedor A Cozedor B Cozedor C ^^Cr.Mu ^*'Cr..Seed 4 50 40 1,71 3 40 35 1.51 2.5 28 22 1.47 O tamanho do cristal na massa cozida está relacionado ao tamanho da semente c às veloci dades de fluxo relativas, da semente e da massa cozida. Se for assumido que nenhum cristal é for mado ou destruído no cozedor. que o diâmetro ca racterístico do cristal é í/ e que a tnassa de cristal é proporcional a í/\ então: A vazão mássica de cristal que entra no co zedor é: ■ "Vr.S.v.l í/L-j (15.45) A vazão mássica de cristal que sai do cozedor é: • "Vr.M., <4, (15.46) Assumindo que o fator de forma do cristal é inal terável então: 4:^= (15.47) V '''sivd Cr.Socd / Alguns valores típicos conhecidos na prática são dados na Tabela 15.10. A dimensão da tubulação condutora de se mente pode ser calculada pela vazão volumétri- ca, supondo uma velocidade no tubo de 4 m/tnin (67 nnn/s). A tubulação de saída de massa cozida numa perna de selagem barotnétrica pode ser cal culada usando-se uma velocidade de 3 m/min para massa A e B e 0,75 m/min para massa C. Características de fluxo de massa cozida. As duas extremidades de sistemas de fluxo contí nuo são um único tanque de mistura e fluxo pisto- nado [Levenspicl 1962). Na prática, o fluxo pisto- nado é o ideal, o qual implica que todos os cristais permanecem no sistema pela mesma quantidade de tempo. Os tipos de cozedores discutidos na Seção 15.4.1 procuram prover um caminhamento de comprimento longo ou utilizar uma quantidade de comparlinientos em série para aproximar-se de Refeiêiicüi.s páí;. 462 15 Cristalização um sistema cie fluxo em pistão. De Fato um mode lo considerando que o cozedor é equivalente a um número de tanques que promovem a mistura per feitamente. conectados em série tem sido ampla mente utilizada para representar as características de fluxo de cozedores contínuos. O número equi valente de tanques é estabelecido a partir da aná lise de ensaios com traçadores. Uma abordagem mais próxima ao fluxo pistonado pode ser alcan çada pelo aumento do número de compartimen- tos e assegurando que o projeto dos vertedores de passagem de um compartimento ao próximo torne o curto-circuito impossível. Outro requisito principal de um cozedor con tínuo é garantir que não existam volumes estagna dos. Isto pode ser estabelecido também a partir de testes com traçadores. Número de compartímentos. Um sistema de fluxo em pistão garante que todos os cristais te nham o mesmo tempo de residência, assegurando assim uma distribuição uniforme de tamanho de cristal na massa cozida produzida. Além disso, ele promove a taxa de cristalização global, visto que a pureza do licor mãe altera-se ao longo do percurso no sistema e a cristalização a partir de licor mãe de pureza maior ocorre numa velocidade mais rá pida na primeira parte do sistema. Rein et al. (1985) mostraram como o tamanho de cristal e distribuição de tamanho (ou CV) po dem ser calculados para um modelo de tanques em série. ba.seado na suposição de uma distribui ção de tamanho de cristal logarítmica normal. A equação para a variância CT' da distribuição de ta manho (numa base numérica) é determinada por: A." " (15.48) onde; variânc<a da distribuição do cristal de semente; feç- taxa de crescimento médio em mm/h; N número de tanques em série; X tempo em h; p constante de proporcionalidade em mm. ex pressando o grau de dispersão de cristal para umdeterminado aumento no tamanho de cristal {Wright e White 1969). Baseado na consideração de que não ocorra nucle- ação. fragmentação ou aglomeração de cristal, esta equação pode ser usada para computar o efeito do número de compartímentos (ou tanques em séries) no CV do cristal produzido. Colocando-se os dados de massa cozida A nesta equação, enct)ntrou-se que os valores típicos dc k^.^cp são ().()5 mm/h e 0.05 mm respectivamente (Rein et al. 1985). Usando cste.s valores, foram calculados valores dc CV previstos para condições típicas de cozedor de massa cozida A. conforme expostos na Figura 15.28. Wright e White (1969) relataram valores de p para cozedores de massa A e B de fábrica de açúcar bruto entre 0.03 e 0.1 mm. com os valores maiores ocorrendo em taxas de crescimento menores c purezas maio res. Há um benefício pequeno a ser ganho (em ter mos de CV) pelo aumento do número de tanques em série acima de 12. Dos testes com traçadores descobriu-se que um cozedor Tongaat-Hulett de 12 compartímentos pode geralmente ser represen tado por cerca de 18 tanques em série (Rein et al. 1985) e que cozedores SRl dc 10 compartímentos comportam-se como 15 tanques em série (Arei- diíicotu) et al. 1992. Broadfoot et al. 2004). Pare ce. portanto que um cozedor dc 8 compartímentos deve ser equivalente a 12 tanques em série. Os da dos na Figura 15.18 sugerem que há poucos bene fícios na adoção dc mais de 12 Ianques e assim 8 compartimentos devem ser adequados mi maioria dos casos. Magma CV = 40 Magma CIZ= 30 Número de tanques equivalentes em série Figura 15.28: Alteração calculada em CV da semente para a massa co/ida baseada em medições em cozedor contínuoA em Maidstone 1987) 15.4.3 Comparação de sistemas de co/edores de baldadas c contínuos Os compartimentos são geralmente feitos com o mesmo volume para simplificar a construção e reduzir custos. liroadfoot (1992) expôs que o ar ranjo ideal incorpora tamanhos de compartimen tos que aumentam em dimensão da alimentação para a descarga. Sc os compartimentos forem dimensionados para dar tempo de residência de cristal igual em cada compartimento. a distribui ção de tamanho de crista! será melhorada, dando um CV cerca de 2 unidades menor do que no caso de compartimentos de tamanho igual [Bnxu/fooi 1992). Na prática, a menos que seja buscado um aumento grande no tamanho de cristal da semen te para a massa tH)ZÍda. ou um número menor de compartimentos seja usado, este efeito é pequeno. 15.4.3 Comparação de sistemas de co- zedores de bateladas e contínuos As condições gerais favorecendo ou sistema de bateladaou contínuo são bem resumidas porZ-crt'//- spiel (1962) em relação aos reatores químicos; "O reator de hatelada tem a vantagem do custo de instrumentai^ ão menor e flexibilidade de ope- i'oçcio (pode ser parado fácil e rapidamente). Ele tem a desvantagem do custo de mão de obra e de manejo maior, mintas vezes tempos de parada consideráveis para esvaziar, limpar e reabaste cer e controle de íjualidade do produto pior. Por iüso, podemos generalizar afirmando que o rea tor de batelada é bem adequado para produzir pequenas quantidades de material ou para pro duzir muitos produtos diferentes com um único equipamento. Por outro lado. para o tratamento químico de materiais em quantidades grandes, o processo contínuo é quase .sempre considerado como ser o mais econômico Hsta análise é verdadeira para cozedores de bate lada e contínuos também. Como as fábricas têm geralmente se tornado maiores e têm procurado melhorar as ehciências operacionais, o cozedor contínuo tem demonstrado ter a melhor relação custo-benefício. Economia de vapor. Cozedores contínuos podem usar uma pressão de vapor de calandria menor do que cozedores de batelada. mesmo apoiandü-se ainda em circulação natural. Isto per mite que a economia de vapor seja significativa mente melhorada quando isto for uma vantagem. Os cozedores contínuos operam usualmente com valores At de 25 a 40° C conforme a Figural5.27. Cozedores de batelada sem agitadores têm de ope rar com valores de At acima de 40° C para se obter tempos de cozimento razoáveis, particularmente à medida que o cozedor se enche. Cozedores contí nuos são operados em algumas usinas com vapor vegetal 2 ou até vapor vegetal 3. com benefícios significativos de economia de vapor. Além disso, a limpeza do cozedor de batelada com vapor é eliminada, reduzindo a carga de eva poração global. Onde a economia alta de vapor excepcional mente alta é necessária, o cozedor BMA contínuo de torre vertical tem vantagens. Ele pode operar com um At muito baixo devido aos agitadores e pode ser usado vantajosamente em associação com um recompressor mecânico de vapor. Em função da operação contínua, o vapor pode ser as pirado do cozedor e rccomprimido continuamente para fornecer o vapor ã calandria. Volumes do cozedor. O uso mais eficiente do volume dos cozedores instalados é obtido num sistema contínuo. A relação entre tempo de resi dência de cristal real/nominal é 1.4 a 1.8 (Seção 15.4.2). Além disso, uma vez que a produção é contínua e o cozedor está sempre cheio, o tem po de inatividade. associado com a limpeza dos cozedores. é economizado. Em geral, portanto, a eficiência volumétrica do cozedor contínuo é em média 1.8 vezes à do cozedor de batelada. E im portante. na comparação entre preços de cozedo res de batelada e contínuos levar em conta esta diferença na eficiência volumétrica. Controle do processo. O controle de cozedo res de batelada é mais complicado do que o de co zedores contínuos, embora estes últimos tenham a tendência de ter mais malhas de controles por cozedor. Ambos os tipos podem ser automatiza dos com sucesso. Incrustação nas superfícies internas do co zedor. Este é um problema que não é encontrado em cozimentos de batelada visto que os cozedores de batelada são normalmente limpos com vapor após cada cozimento. Nem isto é um problema sé rio em cozimentos contínuos de massa cozida B Referências piif". 462 15 Cristalização ou C. que podem operar por longos períodos sem ter de ser esvaziados. Entretanto, em cozimentos de massas de alta pureza a incrustação das super fícies internas do cozedor pode tornar-se severa, levando à formação de aglomerados. Custo de capital de instalações. Cozedores contínuos podem ser mais caros por unidade de vo lume, mas não quando é levada em conta a diferen ça em eficiência volumétrica. Uma estimativa de custo de capital comparativa para uma fábrica nova demonstrou que um sistema empregando cozedo res contínuos custa apenas 2/3 do custo do siste ma convencional com cozedores de balelada [Rein 1992). As economias de custo de capital resultam do fato de equipamentos auxiliares tais como. bom bas de vácuo e bombas de água de resfriamento não precisarem absorver as cargas altas de pico que acontecem com cozedores de batelada: isto signifi ca que podem ser usadas bombas menores. Flexibilidade da área de cozimento. Os sis temas que usam cozedores de batelada têm mais flexibilidade. Dependendo da época da safra e das purezas da cana, as quantidades relativas de mas sa cozida A. B e C alteram-se. Com cozedores de batelada as atribuições dos cozedores podem .ser intercambiadas para acomodar estas variações. Em sistemas com cozedores contínuos, esta flexibilida de desaparece e os cozedores contínuos precisam ser dimensionados para absorver vazões de pico. Mão de obra operacional. As fábricas que mudaram de cozedores de batelada para contínuos têm usualmente percebido uma economia nas ne cessidades de mão de obra. Cozedores contínuos operam regularmente com menos supervisão do que os cozedores de bateladas. Qualidade de açúcar. Uma conseqüência da baixa carga hidrostática em sistemas contínuos, as condições de cristalização são mais uniformes. A carga hidrostática do cozimento é reduzida, e com circulação boa. as temperaturas variam menos no cozedor. Ensaios comparativos de cozimentos em cozedores de batelada e contínuos demonstraram que a cor do açúcar produzido em cozedores con tínuos de massa A foi em média 16 % menor do que aquela produzida em cozedores de batelada (Rein 1987). Sistemas de cozedores de batelada têm van tagem em termos de distribuição de tamanho do grão. visto que cada cristal no sistema tem exata mente o mesmo tempo de residência. Entretanto, desde que seja dada atenção adequada ã obtenção de distribuição de tempo de residência adequada mente próxima da vazão pisionada e a qualidade de semente seja razoável, a distribuição de tama nho de grão não é pior. A análise de dados para massas cozidas A e C de fábricas sul-africanas não mostram diferenças discerníveis em CV de açúcar para fábricas com cozedores de bateladas ou contínuos (Rein c Msimcin^a 1999). Expansão da capacidade. Uma filosofia co mum empregada quando uma expansão marginal é necessária, tem sido instalar um cozedor con tínuo C e converter os cozedores C em B ou A. Sub.sequenieincnte. quando alguns dos cozedores de bateladas mais velhos e menores lornain-se inaproveitávcis. um cozedor contínuo B é insta lado. Esta abordagem, cm última análise, facili ta a construção de uma área de cozimento mais compacta com menos unidades de cozedores. sem necessariamente requerer um aumento do prédio. Um exemplo de como o uso de cozedores contí nuos em projetos de expansão pode levar a área de cozimento simplificada é dada por Rein e A/.v/- man}iai\W). A estratégia geral de substituição de cozedo res pequenos por maiores é uma opção disponível para cozedor de balelada também. Porém, há um limite para a dimensão do cozedor de batelada. Na maioria das indústrias de açúcar, os maiores coze dores de balelada são < 100 m' e embora tamanhosmaiores estejam em operação, eles não se aproxi mam da dimensão de cozedores contínuos grandes que estão hoje em dia em operação, por exemplo, cozedores contínuos de mais de 200 m\ Devido à capacidade efetiva de um cozedor contínuo seraproximadamente 80 % maior do que um cozedor de batelada equivalente, um cozedor contínuo de 200 m' equipara-se em termos de capacidade, a um cozedor de batelada de cerca de 360 m\ A expansão marginal de 10 % ser mais facilmente alcançada se forem usados cozedoresfacilmente usaaos cozcu«.'.v., de batelada. Uma expansão pequena deste tipo pode ser conseguida pela instalação de um co zedor de batelada adicional e com os cozedores podendo produzir massas de categorias diferentes 15.5 Controle e operação do cozedor na área de cozimento. Isto não c tão facilmente alcançado com co/.cdorcs contínuos. Entretanto, com cozedores horizontais mulli- -compartimentados c possível adicionar compar- limentos para obter aumento de capacidade se for o caso de uma expansão pequena e/ou uma célu la de estágio íinal com agitador (Aíiard e Doyle 1998, Waíson e Broafoot 1998) Outra abordagem descrita pela FCB envolve a adição de mais tubos horizontais ao banco de tubos que constitui a ca- landria (Journei e Pelicían 2001). Uma expansão de 60 % ó possível com esta abordagem, mas ela eleva a carga hidrostática e a resistência ao fluxo. 15.5 Controle e operação do co zedor 15.5.1 Condução de um cozimento de batelada Os passos convencionais envolvidos num ci clo de cozedor de batelada são descritos abaixo: 1. O cozedor é fechado e o vácuo é levantado. O cozedor usualmente está cheio de vapor após limpeza com vapor, que é feita pela admissão de vapor no topo do cozedor até o vapor es capar pela válvula de descarga. Admitindo-se água no condensador. rapidamente a pressão absoluta se reduz. O tempo requerido para remover a pequena quantidade de gases in- condensáveis remanescentes pela bomba de vácuo (ou ejetor) é muito reduzido comparado com ter de evacuar um cozedor cheio de ar. 2. O cozedor é alimentado com xarope até um nível logo acima da calandria. Então o vapor de escape ou vapor vegetal é aberto para a ca landria e a carga de xarope é concentrada ao nível desejado para adição de semente. Este é um momento de alta taxa de evaporação e cuidado precisa ser tomado para garantir que não ocorra arraste. 3. Uma vez que foi atingida a concentração de sólidos dissolvidos correta, o cozedor está pronto para adição de semente. É usualmente mantido na concentração desejada para esta bilização antes da adição de semente. Um dos três métodos pode ser usado: a. A concentração pode ser levada para a região lábil. onde os cristais se formam espontaneamente: quando o operador de cozedor considerar que foram formados grãos sulicientes. é adicionada água para reduzir a concentração até a região meta- eslável. b. A carga é concentrada até ser atingida a zona intermediária, quando é adicionada uma pequena quantidade de açiícar tritura do: isto induz a formação de novos núcle os no líquido e é chamada semeadura por choque. c. A solução é concentrada para a região metaestável. quando é admitida uma sus pensão de semente finamente moída: os cristais pequenos na suspensão são os nú cleos nos quais a sacarose cristaliza. Esta é chamada semeadura completa e na teo ria. o número de cristais na massa cozida é determinado pelo de cristais na suspensão adicionada. 4. O estabelecimento do grão requer que a con centração do licor mãe seja rigorosamente controlada para garantir que o cristal cresça e que nenhum cristal dissolva. A superfície do cristal é pequena e a taxa de evaporação é potencialmente muito mais rápida do que a de cristalização: a água tem de ser adicionada para reduzir a taxa de evaporação líquida, ou se houver um agitador para manter a circula ção. o fornecimento de vapor para a calandria é reduzido. Xarope ou melaço não é adiciona do durante este período, porque teria o efeito de espalhar os grãos e aumentando a distância entre os cristais. Isto continua até que tenha sido estabelecida superfí cie do cristal sufi ciente. 5. Se for usado magma como pé, a semeadura é desnecessária. E necessário ainda derreter os cristais pequenos indesejados e obter massa cozida na condição ou consistência correta antes do início da alimentação. 6. Começa a alimentação de xarope/mel. A su perfície do cristal neste estágio é suficiente mente rápida de modo que o perigo de forma ção de cristais falsos seja bastante reduzido. A alimentação é admitida numa taxa que man tém o conteúdo de cristal e a consistência da massa cozida no valor ótimo. Refcrêtu itis iHÍf>. 462 15 Cristalização 7. Quando o nível máximo do cozedor é atin gido, a alimentação é interrompida. A massa cozida é finalmente concentrada até o teor de sólidos desejado para obter um bom esgota mento. 8. A válvula de vapor é fechada, o vácuo é quebrado pela admissão de ar no cozedor e a válvula de descarga é aberta. O conteúdo descarrega por gravidade num cristalizador ou receptor de cozimento. Alternativamente, parte do conteúdo pode ser cortada para outro cozedor; neste caso a alimentação de xarope/ mel é reiniciada para crescer o cristal até um tamanho maior. 9. Quando o cozedor estiver totalmente vazio, vapor e/ou água quente são admitidos para la var o cozedor. É importante garantir que toda a massa cozida seja removida do cozedor an tes de iniciar um novo cozimento. O líquido resultante da limpeza com vapor, é desviado dos cristalizadores, para o refundidor (dos cozedores A) ou para os tanques de mel. de modo que a massa cozida que foi cuidadosa mente concentrada não seja imediatamente diluída por este líquido. E importante minimizar tempos improdutivos do cozedor, por planejamento cuidadoso do uso do cozedor. Ajuda também, quebrar e elevar o vácuo com vapor no cozedor. Tubulações/calhas de corte e de descarga devem ser dimensionadas adequa damente e válvulas de descarga adequadamente dimensionadas devem ser usadas para minimizar tempos de parada. 74 min"'. Após a moagcm compicta-sc o volume da pasta obtida a 6 L usando-se o mesmo álcool. Paiterson (1985) recomendou a moagem cm moi nho de bola de duas partes de álcool isopropílico com uma parte dc açúcar granulado por 24 h. A quantidade de suspensão necessária é usualmen te determinada por ensaio. Não se acredita que a -semeadura completa ocorra na maioria dos caso.s, ou seja, alguns núcleos adicionais podem ser for mados quando a pasta c admitida. De modo geral, a adição de mais pasta leva a mais cristais meno res na massa cozida. Devido a isto, é importante o preparo adequado da suspensão de cristais para semente. Ninelei e liajoo (2006) recomendam 20 inL de pasta por m' de massa cozida. 15.5.3 Obtenção de tamanho do cristal Em cozimentos para produção de semen te em bateladas, o tamanho do cristal é aletado pela quantidade c qualidade da semente conlorme mencionado acima. Para cozedores de baielada ou contínuos, o tamanho e a qualidade do mag ma ou da semente, usados como pé tem um efeito significativo. Uma relaçao pequena entre o pé de granagem e o volume fi nal do cozimento auxilia na obtenção do tamanho dc cristal requerido pelo tipo de açúcar produzido. ,Se isto não puder ser alcançado num cozimento único como é normal mente o caso, a massa cozida tem de ser cortada uma ou mais vezes para alcançar a dimensão re querida de cristal. 15.5.2 Semeadura A nueleação é usualmente induzida no coze dor pela admissão de uma pasta contendo partícu las de açúcar finamente moídas. Vários métodos de preparo da suspensão são usados, mas usual mente envolvem a moagem de açúcar refinado de bola, com álcool por um período de tempo, tipi camente 12 h. Ninela e Rajoo (2006) descreve ram procedimentos usados em algumas usinas na África do Sul; os procedimentos recomendados envolvem a moagem de 800 g de açúcar em 2 L de álcool/álcool desnaturado num moinho de bola de 160 mm de diâmetro e 200 mm de comprimento a 15 5 4 Teste de vácuo É necessário verificar periodicamente,um co zedor quanto a vazamentos. Devido às condições úmidas e quentes, a corrosão é sempre unia pre ocupação. Um teste de vácuo envolve o estabele cimento de um vácuo e observação do aumento na pressão absoluta com o tempo. Desde que a pressão absoluta no vácuo seja menor que 53 kPa, a quantidade de ar entrando no vaso é indepen dente da pressão absoluta. O teste de vácuo num deve indicar uma elevação na pressão menor do que cerca de 10 kPa em 60 minutos num cozedor novo e 10 kPa em - O minutos num cozedor usado. 15.5.5 Avaliando a qualidade do cozimento 15.5.5 Avaliando a qualidade do cozi mento O objetivo lilobal do cozimento é cristalizar o má ximo de açúcar possível, enquanto ainda produzindo cristal do tamanho requerido com uma boa distribui ção de tamanho. Ao mesmo tempo, é desejável alcan çar isto com uma capacidade mínima de cozedores e sem o uso excessivo de vapor de escape ou vapor vegetal. Nfio é muitas vezes bem avaliado quão gran de é o efeito do trabalho de cristalização feito nos co zedores A e B no alcance destes objetivos, conforme ilustrado na Figura 15. 1 1 (Seção 15.2.6). Medição da eficiência do cozimento. O grau de cristalização atingido é medido pelo esgotamento, ou alternativamente pelo conteúdo de cristal, ambos expressos como uma porcentagem. O esgotamento representa a porcentagem de sacarose na massa cozi da que está presente na fomia cristalina. Ela pode ser calculada a partir da fónnula SJM, equação (15.26). assumindo que o açúcar cristalino tem urna pureza de 100: (15.49)Esgotamento = 100 ■ onde: pureza da massa cozida e ^Mr)i Ptircza do melaço. Como alternativa, o teor de cristal da massa cozida no cozimento pode ser usado como uma medida do desempenho, visto que é realmente o teor de cris tal da massa cozida que é o fator limitante no cozi mento. A equação para o teor de cristal, ou seja, g de cristal/100 g de massa cozida, u'crM ,- ^ similar à equação para o esgotamento, como exposto na equa ção (15.19). Comparando as duas equações, pode ser visto que a relação entre o teor de esgotamento e o de cristal é: Esgotamento = 100 (15.50) O teor de cristal é muitas vezes expresso em re lação à substância seca na massa cozida, portan to, excluindo água, como apresentado na equação (15.20). Esta é uma equação mais simples do que a (15.19). excluindo a substância .seca ou Brix da massa cozida. Assim é teoricamente uma medida menos confiável do trabalho da estação de cozi mento: entretanto um Brix alto de massa cozida é implicado no alcance de um alto conteúdo de cristal. Objetivos práticos para o teor de cristal nas massas cozidas. Um objetivo prático para o es gotamento de massa cozida A usado ãs vezes na África do Sul é como segue: Escoiamento = 0.775 • P., (15.51) Isto indica que um esgotamento maior pode ser ob tido numa pureza de massa cozida maior. O teor de cristal limite depende da pureza da massa cozida. Na Austrália. Broculfoot e Pennisi (2001) su geriram uma equação para os valores limites de teor de cristal por 100 g de sólidos sobre a faixa de pureza de 65 a 100. Isto é dado por: u-,,„,=-0,019.(P,J=+4,2-P„,-159 (15.52) Esta equação restringe o teor de cristal a ter um valor de 71 % em pureza de 100. Os autores creem 50 60 70 80 90 100 Pureza da massa cozida em % □ Valores máximos SRi (equação 15.52) ■ Meta 5A ▲ Performance SA Performance Louisiana • Máximo teórico O Equação 15.28 Figura 15.29: Valores de teor de cristal de massa cozida em função de sua pureza Referências páf;. 462 15 Cristalização 60 70 80 90 Pureza da massa cozida em % □ Valores máximos SR! ▲ Performance Louisiana Meta SA Performance SA Figura 15.30: Dados da Figura 15.29 expressos como queda de pureza em função da pureza de massa cozida que 90 % dos valore.s limites devem ser alcançá veis na prática. A equação é exposta ploiada na Figura 15.29, junto com os valores máximos cal culados na Seção 15.1.7. Alguns valores alcança dos na prática são apresentados também, de dados reportados nos Anais da SASTA de 1999 a 2003 e da experiência da Louisiana {Birkeit, comunica ção pessoal). A equação (15.52) aparenta ser apli cável em pureza alta, mas prediz claramente, va lores que são muito baixos em purezas menores. A equação (15.28), baseada em teores de cristal alcançáveis em usinas de açúcar sul-africanas, é mostrada também nesta Figura. Os mesmos dados mostrados em termos de quedas de pureza são expostos na Figura 15.30. A queda de pureza é claramente dependente da pureza da massa cozida de um modo imprevisível. O teor de cristal e o esgotamento são, portanto, critérios de desempenho mais confiáveis. Os cálculos de fábrica normalmente fazem uso de purezas aparentes. Particularmente, em co zimentos de baixa pressão, teores calculados de cristal e dados de esgotamento são afetados pelo emprego de purezas aparentes e Brix refratomé- trico em vez de purezas reais e substância seca real. Estes podem ser considerados como teores de cristal aparentes. Limites típicos práticos que devem ser alcançáveis com boas práticas de cozi mento são sugeridos na Tabela 15. 1 1, para pure zas aparentes médias de massa cozida. Em cozimentos de massa C. as metas, exceto o teor de cristal, são importantes: estas metas são destacadas na Seção 18.3.2. É importante mesmo assim, não deixar o teor de cristal da massa cozida C cair abaixo dc 25 g/l()() g de massa cozida, ou senão o esgotamento será afetado. Tamanho de cristal. Os métodos de medição do tamanho de cristal são delineados na Seção 16.16. O CV c definido na equação ( 15. 14) como o desvio-padrão da distribuição dividido pela mé dia e expresso como uma porcentagem. Em co zimentos de alta pureza, um CV ao redor de 30 é bom. mas um CV menor é mais fácil dc alcançar com uma abertura média de cristal maior. Como uma alternativa, um limite na quantidade de linos é usado como um parâmetro dc controle de tama nho. O CV é muito pior em cozimentos de baixa pureza devido aos efeitos de dispersão no cresci mento dos cristais, que são mais predominantes em purezas baixas {Rein e Msiniaiifíu 1999). E uma boa prática medir o tamanho do cris tal no cozimento rotineiramente. Particularmen te com massas cozidas C. o tamanho do cristal afeta a perda de sacarose no melaço nas centrí fugas. Uma imagem fotográfica ou de vídeo de cada cozimento C é uma medida de controle de desempenho útil, visto que o aumento de pureza na centrifugação é muito dependente do tamanho de cristal. Tabela 15.11: Valores de meta de teor de cristal para massas cozidas de purezas diferentes Pureza de Teor de cristal Teor de cristal massa cozida em g por 100 g de sólidos em g por 100 g de massa cozida Cozimento de refinaria 99 64 57 Massa co/.ida A 85 57 52,5 Massa cozida B 68 42.5 40 Esgota mento 15.5.8 Operação do cozedor contínuo 15.5.6 Temperaturas e pressões de co zimento Uma perda significativa de sacarose pode ocorrer durante as operações de cristalização. Por esta relação é vantajoso reduzir a temperatura de cozimento a um mínimo prático e minimizar os tempos de residência na cristalização. Esgo tamentos altos de massa cozida que reduzem a quantidade total de massa cozida a ser cozida aju dam a manter as perdas num mínimo. Temperaturas menores de cozimento também possibilitam o uso de vapor sangrado dos evapo- radorcs como vapor de aquecimento na calandria com uma diferença de temperatura adequada para a transferencia de calor. A maioria dos cozimentos ocorre com temperaturas de massa cozida na faixa de 63 a 70 °C. Cozimentos de massa cozida C em particular demoram mais e são mais suscetíveis às reações do tipo Mciillard e a menor temperatura pos.sível de massa cozida é desejável. É impor tante ter uma pressão absoluta constante durante o processo: as variações, se significativas podem levar ou à dissolução de cristal ou à formação de grão falso, os quais são ambos indesejáveis. Em cozimentos de refinaria, a temperatura é mantida um pouco mais alta para promover a ve locidade de cristalização. O tempo de cozimento é muito reduzidoe temperaturas altas podem ser toleradas. 15.5.7 Efeito das condições e operação do cozedor na qualidade do açúcar Melhor qualidade de açúcar é obtida em coze- dores com boa circulação de massa cozida, uma vantagem particular de cozedores contínuos. A qualidade do açúcar é afetada também pelo con trole global das operações do setor de cozimento e pelo grau de controle do processo nos cozedores individuais. Um bom controle automático sempre conduzirá à um açúcar de qualidade mais consis tente e melhor. Temperaturas de cozimento baixas minimizam a formação de cor devido à reação de Maillanl e outras reações. 15.5.8 Operação do cozedor contínuo O teor de cristais no primeiro compartimento deve ser alto o suficiente com presença de área de cristal suficiente para obter uma taxa de cristali zação alta sem a formação de grãos falsos. Con sequentemente é o teor de cristal que é controlado pela maioria dos transdutores de medição. O teor de cristal deve aumentar progressivamente através do cozedor. Isto é verificado pelas medições labo ratoriais de SDR (Sólidos Dissolvidos Refratomé- tricos). quando se estiver ajustando o cozedor e periodicamente conforme necessário. O perfil de SDR ideal através do cozedor não foi estabelecido. Existem duas escolas de pensa mento: a primeira baseia-se na crença de que o teor de cristal deve ser mantido alto o tempo todo através do cozedor: o segundo que um SDR leve mente menor nos compartimentos intermediários leva à circulação melhor, e cristalização mais rá pida e mais uniforme. Em ambos os casos o teor de cristal na massa cozida produzida precisa ser mantido o mais alto possível para alcançar um es gotamento alto. É impossível equiparar a taxa de evaporação e a de cristalização através do cozedor. Dependendo das condições e do desempenho do cozedor. uma ou outra será limitante. É provável que nos pri meiros estágios a velocidade de cristalização seja limitante enquanto que nas últimas seções, onde o Brix da massa cozida é maior, é provável que a ve locidade de evaporação seja a limitante porque a superfície de cristais é alta. Comparando-se taxas de cristalização em cozedores, as taxas, de crista lização e a de evaporação, influenciam os valores alcançados. Devido às condições estáveis, é esperado ar raste reduzido no cozedor. A parada do setor de cozimento com cozedores contínuos é simples. Para uma parada de manutenção de 16 horas, não são necessárias medidas específicas nos cozedo res contínuos, exceto, talvez baixar um pouco o nível de massa cozida. Se houver paradas maiores da usina, o vapor aos cozedores pode ser fechado e nenhuma outra ação é necessária. Os cozedores são facilmente trazidos em linha novamente após uma parada, desde que seja tomado cuidado para obter boa circulação no cozedor antes da partida da alimentação de semente e xarope ou mel. Referências páfi. 462 15 Cristalização Esvaziamento e limpeza. Cozedorcs contí nuos A são esvaziados e limpos num ciclo regu lar, de algo como entre uma e quatro semanas. Programações de limpeza são usualmente esco lhidas se possível para encaixarem-se em para das programadas de manutenção. A interrupção de produção pode ser minimizada se for dada atenção a detalhes. Em Felixton o tempo total de parada associado com esvaziamento de cozedo- res contínuos A foi reduzido de 6 e 14 para 3 e Vz horas (Montocchio 1988). Isto envolveu limpeza com vapor em vez de fervura com água e o uso dos tanques de semente e de corte para estocar massa cozida de partes diferentes do cozedor. Na partida, as massas cozidas são cortadas de volta ao cozedor para minimizar o tempo de iniciar a produção de massa cozida aceitável. Broadfooi et al. (2004) relataram tempos de parada correspon dentes a um período de somente 3,6 h quando o cozedor não estiver sendo alimentado com xaro pe. O sistema de cozimento contínuo BMA tem a facilidade de parar qualquer um dos quatro estágios, de maneira que um estágio do cozedor pode ser limpo com influência mínima na produ ção. Os cozedores Fletcher Smith são construídos tendo às vezes uma divisão central de maneira que uma metade do cozedor possa ser utilizada independentemente da outra. Isto permite limpar uma metade do cozedor enquanto a outra metade é mantida em operação. Cozedores contínuos B são usualmente es vaziados e limpos numa freqüência entre 4 e 20 semanas dependendo da área onde a cana é pro duzida. Cozedores C muitas vezes operam por uma safra inteira de 40 semanas, mas podem ser limpos numa base mais freqüente. Incrustação. A questão da incrustação de açúcar nas superfícies internas do cozedor tem sido abordada detalhadamente {Rein 1990). É re almente um problema somente em massas cozidas de alta pureza e a menos tratada, causar os seguin tes problemas: • Açúcar, que acumula nas superfícies internas, quebra em pedaços que podem entupir tubos ou saídas e ser causa da presença de aglomerados no açúcar produzido. • Deposição progressiva ou incrustação nas superfícies de aquecimento reduz a taxa de transferência de calor, que sob operação pro longada pode levar a uma redução na taxa de produção. Uma distinção precisa ser feita entre a incrustação que ocorre da superfície da massa cozida e que ocorre sob a massa em cozimento, pois os meca nismos de incrustação são diferentes. A maioria da incrustação sob o nível da massa cozida pode ser evitada pelo isolamento das superfícies exter nas do cozedor para eliminar resfriamento destas. Cantos vivos ou desconlinuidades promovem in crustação localizada e devem ser evitados. Sondas de medição devem ter extremidades arredondadas e os tubos da calandria devem ser idealmente rebaixados e soldados nos espelhos, na medida cm que tubos sobressaindo, muitas ve zes proporcionam o ponto de partida para incrus tação significativa. Se os separadores entre seções estiverem abaixo do nível da massa em cozimen to, eles podem ser um ponto em que a incrustação se inicia e podem precisar de pulverizadores de vapor para mantê-los livres de incrustação. Incrustação nas superfícies acima do nível de massa cozida geralmente ocorre numa velocidade mais rápida. E causada pelos borrifos de massa cozida nas superfícies expostas que se cristalizam nestas superfícies antes que tenham a possibili dade de retornar à massa cozida. Este processo é acelerado por cozimentos muito rápidos com es- pirros excessivos e em casos onde a viscosidade for alta. A incrustação é mais rápida onde a super- saturação na massa cozida for maior e a superfí cie dos cristais por unidade de volume for menor. Assim, não é incomum ver nos primeiros compar- timentos do cozedor onde as taxas, de evaporação e de cristalização são maiores. Foi também veri ficado que a incrustação ocorre mais rapidamente quando um cozedor é forçado numa taxa de pro dução alta com um nível de supersaturação maior. A incrustação acima da superfície da massa cozida pode ser minimizada ou eliminada de vá rias formas: • Minimizar as superfícies expostas, tais como defletores; • Periodicamente aspergir água ou xarope de alimentação nas superfícies expostas; 15.6 Instrumentação e controle do cozedor • Dispor de um tubo de fornecimento de água fria acima dos delletores. de modo que a con densação resultante escorra nos detlelores para mantê-los limpos: • Elevar periodicamente, o nível dc massa em cozimento acima das áreas incrustadas: • Assegurar bom controle da supersaiuração e do conteúdo dc cristais: • Operar o co/.cdor dc maneira o mais estável possível. Em alguns casos houve a prática de elevar a pres são absoluta do cozedor periodicamente para derreter a incrustação. Este procedimento não é recomendado, pois ele altera severamente as con dições da massa cozida e as temperaturas altas de massa cozida promovem problemas com incrusta ção sob a massa cozida. 15.6 Instrumentação e controle do cozedor 15.6.1 Transdutores de medição Os métodos convencionais de medição de pressão, vazão e nível não criam problemas es pecíficos. O controle da pressãoabsoluta requer um transmissor de pressão absoluta, em vez de um transmissor de vácuo (um transmissor de tem peratura medindo a pressão relativa à pressão at mosférica). Isto garante que a temperatura de ebu lição do cozedor não seja afetada por alterações na pressão atmosférica. As medições empregadas num controle de cozedor são sensíveis às varia ções de temperatura e uma temperatura controlada é, portanto, importante iSaska e Rein 2001). O desafio principal no controle do cozedor é o controle da concentração de sólidos dissolvidos, o conteúdo de cristais e a consistência da massa cozida. Não há instrumentos comerciais disponí veis que possam fazer isso diretamente e medi ções secundárias têm de ser usadas para inferir as quantidades de interesse. No início de um cozi mento, e particularmente durante a granagem, a supersaiuração da solução precisa ser controlada. A medida que o cozimento progride, o controle do conteúdo de cristais torna-se mais importante e é o fator primordial ditando a consistência no final do cozimento. A elevação do ponto de ebulição e refratôme- tros online podem ser usados para medir a con centração do licor mãe (supersaiuração). Eles são úteis no início do cozimento, mas somente me dem o estado do licor mãe e não podem ser usados para controlar o ciclo todo. Medições do ponto de ebulição são afetadas também pelas alterações no nível dc massa cozida. Alguns transdutores são empregados, os quais são sensíveis a ambas as concentrações, no início do cozimento e ao longo do ciclo: • A condutividade elétrica é um método útil. Ela na realidade mede a atividade das espé cies iônicas. mas depende da concentração do licor mãe e da consistência da massa cozida, que são afetados pela elevação do conteúdo de cristais. E um método empregado quase uni versalmente em massas cozidas B e C onde os teores de cinza são altos e relativamente consistentes. E menos confiável em massas cozidas de alta pureza, onde as variações no teor iônico têm um efeito maior no valor abso luto. A condutividade é não linear em relação à concentração de sólidos dissolvidos. • Transdutores de viscosidade comportam-se numa maneira similar à condutividade, mas eles podem ser usados em todas as categorias de cozimento. Um medidor de consistência Ziegler era comumente usado no passado, mas ele e outros tran,sdutores de viscosidade estão atualmente menos em evidência. • Medições de condutividade por radiofreqüên cia medem propriedades elétricas sob freqüên cias de rádio {Rodford et al. 1988: Reichord et al. 1992). As medições são afetadas tanto pela condutividade quanto pela constante dielétri- ca. Eles têm algumas vantagens sobre a con dutividade convencional, na medida em que eles podem operar na ausência de impurezas iônicas (em cozimentos de açúcar refinado, por exemplo), eles podem tolerar alguma in crustação da sonda sem afetar as leituras e é possível separar sinais representativos de ca racterísticas resistivas e capacitivas da massa cozida. Referènciiis púfi. 462 15 Crislali/.açao • Medidores nucleares de densidade são sensí veis ao conteúdo de cristais, mas são relati vamente insensíveis às alterações na concen tração do licor mãe. A grande vantagem deles é o fato de que as medições não são afetadas por alterações na pureza (Sa.ska e Rein 2001). • As medições por absorção de micro-ondas são muito responsivas ao conteúdo de água e as sim servem para medir os sólidos totais com precisão. São similares às medições por den sidade nuclear, pois são mais responsivas ao conteúdo de cristais do que à concentração do licor mãe. Sua grande vantagem reside no fato de que a medição não é afetada por mudanças na pureza {Sa.ska e Rein 2001). E importante dar atenção cuidadosa à localização dos dispositivos de medição. Eles devem estar distantes o suficiente da alimentação e de bolhas de vapor de modo que estes não afetem a medi ção. O posicionamento torna-se mais importante quando o cozedor não está circulando rápido, par ticularmente próximo ao final de um cozimento. A melhor posição para um eletrodo de conduti- vidade num cozedor de batelada é dentro da par te final do tubo de descida;alternativamente ele deve ser localizado no fundo do cozedor numa região onde a massa cozida esteja movendo-se rapidamente. 15.6.2 Dimensionamento da válvula de controle O dimensionamento correto da válvula de controle é essencial se se deseja obter controle bom e confiável. A primeira necessidade é estabe lecer as vazões média, mínima e máxima espera da. Em seguida é necessário calcular os valores de Cy para estas condições, para estabelecer a partir das especificações dos fornecedores de válvulas 0 tamanho da válvula de controle requerida. Para vazões de líquidos, Cy é determinado como o nú mero de galões americanos de água que passarão através da válvula com uma pressão diferencial de 1 Ib/in-. A equação é: C^=:V- onde a vazão é expressa em US Gal/min. a perda de carga em Ib/in- e SG representa o peso especí fico do líquido. As unidades não são padrão, mas historicamente esta é a forma que a maioria dos fornecedores de válvulas exprime capacidades de válvula. Usando as unidades do SI, o valor de Cy é mais facilmente calculado a partir de: Cy=\M V p/lOOÜ (15.54) onde a vazão está expressa em mVh e diferença de pressão àp em bar (= kPa/IOO). Isto dá um valor numérico próximo ao convencional. A vál vula escolhida deve ter um valor de Cy grande o suficiente para passar o fluxo máximo, mas ainda operar numa abertura de válvula razoável (< 60 % de abertura) sob condições médias. São necessárias correções se a dimensão da válvula for menor do que o tamanho da linha na qual está instalada e se a viscosidade for muito alta. Uma correção de viscosidade pode ser neces sária para fluxo de melaço com válvula de peque na dimensão. A literatura do fabricante deve ser consultada para estas correções. Flasheamento e cavitação podem ter um efeito significativo no desempenho das válvulas. Con forme o líquido passa através da válvula, a velo cidade aumenta c a pressão cai de acordo com a equação de Bernoulli. Se a pressão cai suficiente mente. o líquido irá flashear, formando bolhas de vapor, isto tem dois efeitos adversos potenciais; primeiramente, a capacidade da válvula de passar a quantidade necessária de líquido é afetada seve ramente e secundariamente, se a pressão absoluta sobe em seguida, as bolhas de vapor colapsam, e isto, com o tempo, pode levar a danos sérios na válvula. O potencial para isto ocorrer é real para as válvulas da água de injeção que está entrando no condensador e das válvulas de alimentação de xarope ou me) diluído ao cozedor, devido à pres são reduzida à jusante e à elevação da temperatu ra. No caso da água de injeção, a válvula deve ser localizada numa altura baixa onde a pressão seja alta o suficiente para prevenir a cavitação, ou logo na entrada do condensador onde as conseqüências da cavitação são menos severas. 15.6.3 Controle do cozedor de balelada No regime de caviiação. a diferença de pressão real a ser usada nas equações de dimensionamcnio é menor do que a perda de carga real disponível. A perda de carga máxima admissível para propósi tos de dimensionamento é determinada pelo valor crítico no qual a cavitação ocorre para válvulas de alta recuperação (válvulas borboleta e de esfera, as escolhas mais comuns para o controle de coze dor), dependendo da pressão de água de entrada pi e pressão de vapor pv de acordo com: • (p, - Ps. ) (15.55) O valor de é dado pelo fabricante da válvula e geralmente tem um valor entre 0.6 e 0.3 para válvulas borboleta, dependendo do percentual de abertura. I^ira válvulas convencionais, a diferença de pressão máxima para propósitos de dimensio namento é determinada com vazão bloqueada. Os fabricantes têm métodos diferentes de checagem para isto. 15.6.3 Controle do cozedor de batelada Controle de processo. O controle automá tico de processo dos cozedores leva a resultados consistentes e quando ajustadootimamente leva a bom esgotamento e boa qualidade do açúcar e capacidade máxima do cozedor. Devido a que. qualquer cozedor de batelada poder realizar um ou todas as etapas diferentes de cozimento (grana- gem. levantamento de um cozimento, cozimento tinal) em massas cozidas de categorias diferentes (A. B. e C). as receitas necessárias para cada tipo de cozimento precisam estar disponíveis em cada cozedor de batelada. Os sistemas de controle fundamentais são quase os mesmos em todos os cozedores. Um ar ranjo típico é apresentado na Figura 15.31. Este diagrama mostra controle manual do fornecimen to de vapor ao cozedor; na maioria das usinas de açúcar bruto a pressão da calandria não é con trolada automaticamente. Ele mostra também a Para ejetor ou bomba de vácuo Água de injeção Válvula de suspensão e solenóide — <È) ^ Tubo de Controlador * escape seletivo (opcional) Figura 15.31: Sistema de controle automático de cozedor de batelada Referências páf>. 462 15 Cristalização condutividade como o parâmetro de controle prin cipal; outras medições podem ser usadas como alternativa, para esta tarefa. As ações de controle envolvidas são; Controle da pressão absoluta. Esta é contro lada pela regulagem da vazão de água ao condensa- dor. O valor de referência é usualmente mantido cons tante ao longo de um cozimento, embora ele possa ser variado durante um cozimento, particularmente nos de refinaria. O sistema de controle pode incorporar a supervisão da temperatura da água no tubo de saída do condensador. Isto limita o uso excessivo de água, que pode ser causado por um sistema de vácuo inade quado ou deficiente; se uma bomba de vácuo não es tiver com bom desempenho, a concentração de gases incondensáveis se eleva, o que é refletido como um aumento na pressão absoluta e o sistema de controle responde fornecendo mais água. Controle de nível. Este é operativo durante enchimento e enquanto controlando o nível duran te o período de concentração anterior à granagem, pela regulagem a válvula de alimentação. O trans missor de nível também detecta quando o nível máximo do cozedor foi atingido e inicia a fase final de concentração. Controle da condutividade. Este controla a concentração antes, durante e após a granagem. regulando a válvula de adição de água. Uma vez estabelecido o grão, o crescimento de cristal se inicia com alimentação de mel ou xarope. O valor de referência para o controle de condutividade é usualmente diminuído conforme o nível se eleva para permitir um aumento constante do conteú do de cristais. Assim que o cozedor esteja cheio, a condutividade é reduzida progressivamente ao valor final de cozimento e o controlador admitirá água via válvula de controle de água se necessá rio, durante este período. Potência do motor do agitador. A potência absorvida pelo agitador pode ser usada em vez da condutividade para controlar a alimentação du rante o período de acúmulo. A potência do agi tador é particularmente útil como uma medida confiável e reprodutível da consistência no final do cozimento. Adição de semente de cristalização. Uma vez atingida a concentração correia para grana gem, o cozedor é controlado nesta concentração por um tempo paru estabilizar as condições. En tão o sistema de controle poderá automaticamente abrir a válvula de admissão de semente, admitin do a carga de suspensão que o operador coloca no funil. Alguns operadores de cozedores preferem fazer isto manualmente, e se valem do sinal de um alarme do sistema de controle automático que os avisa quando c chegado o momento certo para esta operação. São adotadas variações deste esquema bási co para lidar com cozedores que partem com um pé ou um corte de outro cozedor. A maioria dos sistemas de controle tem também a flexibilidade de colocar um cozedor em "espera" em qualquer tempo, se houver uma falta de alimentação, ou o cozedor não possa ser descarregado ou cortado devido a interrupções do processo. As variáveis de processo principais também terão de ter alar mes de suas condições, configurados para alertar o operador quanto a problemas. Automação do ciclo completo. Para automa tizar totalmente as operações do cozedor. todas as válvulas precisam ser atuadas e controladas por um controlador seqüencial, isto requer atuação remota das válvulas de fornecimento de vapor a calandria. quebra vácuo, de limpeza com vapor, do desvio do líquido resultante da limpeza com vapor e do vapor do ejetor, bem como das vál vulas automáticas da descarga de massa cozida e dos sistemas de corte. Temporizadores ajustam o tempo para as operações tais como, limpeza com vapor, e alarmes são necessários para alertar o operador de situações fora de controle. 15.6.4 Controle automático de cozedo res contínuos Os controles necessários para um cozedor contínuo são expostos na Figura 15.32. Num co zedor multi-compartimentos, geralmente é neces sária uma malha por compartimento, mas estes controles são simples e controladores on/off são muitas vezes usados nesta tarefa. 15.6.4 Controle automático de cozedores contínuos Condensador r | Âç integral Cozedor continuo a vácuo Vapor de aquecimento (CT CT (CT) CT ;sp CccKH (ccM CccKH (ccKH (cc) Massa cozida produzida Mel / xarope Receptor de Bomba semente de semente Cristalizador Figura 15.32: Malhas de controle típicas num cozedor contínuo nuilli-compartimenio (somente 6 compartimentos são apresentados) A pressão da calandria pode ser controlada num valor constante, ou pode ser regulada para manter uma taxa de evaporação pré-ajustada. ob tida pela medição da vazão de condensado. Este "controle da taxa de evaporação" é útil no ajus te da taxa de produção, ou na divisão de tarefas igualmente entre dois cozedores contínuos pro cessando a mesma massa cozida. A taxa de eva poração regula a pressão na calandria. O íluxo de xarope/mel depende da taxa de evaporação; o es quema na Figura 15.32 mostra a vazão de semente controlada numa relação definida pela vazão de xarope ou melaço. Desta forma o cozedor pode operar totalmente em automático, com somente a taxa de evaporação ajustada para alcançar a taxa de produção requerida. Em geral, a condição da massa cozida em cada compartimento é controlada ou por condutivida- de (massas cozidas B e C) ou sinais de sonda RF (massa cozida A). Entretanto, as sondas RF ainda são suscetíveis à incrustação e precisam ser remo vidas e limpas manualmente, geralmente uma vez por dia. Broadfoot ti al. (2004) descrevem o uso de uma sonda de condutividade RF aquecida a vapor que permanece livre de incrustação pela manuten ção da sonda numa temperatura maior do que a de massa cozida. Os dispositivos medidores de densi dade por microondas são mais confiáveis e menos dependentes da pureza da massa cozida e podem substituir sondas RF nesta aplicação no futuro. Uma abordagem diferente foi usada em co zedores contínuos FCB de massas de alta pureza. Esta solução envolve o controle da vazão de vapor ao cozedor e a reguiagem de vazão aos comparti mentos individuais em proporção ao fluxo de va por. Um medidor nuclear de densidade na linha de saída de massa cozida controla a alimentação ao último compartimento {Chielens e Lavogiez 1987). A abordagem australiana é um pouco diferen te. Davies et al (1989) descrevem o sistema de controle para um cozedor SRI. O fluxo de xarope ou mel para cada compartimento é ajustado para alcançar a taxa de alimentação necessária, enquan to uma válvula de água para cada compartimento é controlada para dar a consistência em cada um destes, conforme medido pela condutividade. Este método na teoria permite o controle da consistên cia e do teor de cristais ao mesmo tempo, mas es tes valores não podem ser determinados com cer teza em tempo real. Ri'ffiêm-ia.s pág. 462 15 Cristalização Isto aparenta ser uma complicação desneces sária e a necessidade de alimentar água em cada comparlimento significa que a demanda de vapor do cozedor será maior do que a necessária. Um método de sintonia dos controles deali mentação do cozedor foi idealizado por Love e Chilvers (1986), que é usado de forma bem su cedida para ajustar os parâmetros de sintonia. A sintonia de controles de alimentação em cozedo- res contínuos requer uma abordagem diferente comparada com a maioria das malhas de controle. O sistema não tem elemento de autoregulagem e a resposta a uma alteração em degrau é em rampa contínua até o degrau ser removido. Um exemplo de resposta em degrau é dado na Figura 15.33. Love e Chilvers mostram como o atraso de tempo medido e a inclinação, relacionados à capacidade do comparlimento, podem ser usados para ajustar parâmetros de sintonia de forma otimizada. O controle das alimentações aos comparti- menlos pode usar controle por modulação ou on/ off. De maneira geral, concluiu-se ser mais fácil usar controles on/off de tempo proporcional. As vantagens são: válvulas simples on/off podem ser usadas, não é necessário nenhum transdutor I/P ou posicionador de válvula, o dimensionamenlo da válvula de controle não é muito crítico, restrições na linha de água e/ou xarope podem ser usados para equalizar os ganhos das malhas na alimenta ção de água e xarope e o sistema de alimentação é menos suscetível ao entupimento. Valvula de alimentação Sinal R5 ( uu 90 80 70 eOf fO 60 3 > 50 > OI 40 "O 2 30 3 c ÚJ 20 < 10 0 O 100 200 300 400 500 600 Tempo em segundos Figura 15.33: Resposta de um sistema de controle a uma resposta em degrau usada para estabelecer parâmetros de sintonia 15.7 Equipamentos periféricos do setor de cozimento 15.7.1 Condicionamento de mel É prática comum condicionar os méis A e B antes da alimentação aos cozedores. Isto envolve redução da concentração de sólidos dissolvidos e aquecimento do mel a uma temperatura constante. Uma combinação de 70 °C e 70 Brix é freqüente mente usada: os valores estáveis destes parâme tros ajudam a controlar as condições do cozedor mais facilmente. Somente o material prestes a ser alimentado no cozedor deve ser aquecido para mi nimizar a degradação de sacarose. A diluição de mel desta forma conduz a uma demanda de vapor no cozedor maior, e pode ser reduzida se a econo mia de vapor for uma prioridade alta. Os tanques de condicionamento (ou "de aca bamento") são projetados para alcançar a tempe ratura e concentração necessárias e providenciar tempo de residência suficiente para dissolver todo cristal pequeno no mel. Isto é mais facilmente al cançado num compartimento adequadamente agi tado onde o mel é aquecido e diluído. Este é se guido por uma seção de fluxo pistonado que leva à alimentação dos cozedores. provendo o tempo de residência requerido. 15.7.2 Tanques de alimentação Xarope, méis A e B são usualmente estocados em tanques no piso térreo, com pequenos tanques de alimentação instalados no piso dos cozedores. dos quais a alimentação passa aos cozedores. Es tes tanques menores ajudam no controle do co zedor se neles for mantida uma altura constante. Isto pode ser feito por transbordamento contínuo de uma pequena proporção de material ao tanque situado no piso térreo. Tanques de magma são necessários para estocar magmas B ou C usados como pé de cozimento nos cozedores. Estes são usualmente vasos abenos em forma de U, dotados de elementos agitadores girando a cerca de 1 min-1. Eles são dimensionados para aco modar o volume da carga de granagem nos cozedores de bateladas. 15.7 Equipamentos periféricos do setor de cozimento 15.7.3 Tanques de estocagem A quantidade de capacidade de estocagem ne cessária para xarope, mel A e B, depende gran demente da que é necessária para facilitar proce dimentos de partida e parada. Para uma fábrica operando continuamente, estocagem suliciente é necessária somente para acomodar problemas menores da fábrica sem ter de parar a operação dos cozedorcs. Fábricas com cozedores contínuos podem usualmente ter menos capacidade de es tocagem. Em princípio a capacidade mínima de estocagem deve ser objetivada; retenção e esto cagem desnecessária destes produtos conduzem a perdas de sacarose. Dimensões médias de tanques instalados na indústria sul-africana são mostradas na Tabela 15.12. Tabela 15.12: Capacidade in.stalada de c.stocagem de tan ques dc xarope e mel na África do Sul Média em m-^ Faixa em m-' por unidade de t^/h por unidade de t^ Xarope Mel A Mel B 0.3-1,2 0.3-0.8 0.2-0,75 15.7.4 Receptores a vácuo de semente Vasos a vácuo são muitas vezes providencia dos na área de cozimento para dar flexibilidade nas operações dos cozedores. Parte ou toda a massa cozida pode ser cortada para o receptor, para ser estocada como um pé para um cozimen to subsequente. Estes vasos são normalmente ci líndricos na forma, isolados, e com um agitador horizontal girando a cerca de 1 min-1 que raspa próximo às superfícies internas. Eles precisam ser dotados de conexões de vácuo, visores de vidro, válvulas de liberação de vácuo, linha de vapor de fervura e alarmes de nível para assegurar que eles não sejam sobrecarregados. 15.7.5 Sistemas de corte Os cozedores são conectados num sistema de tubulação de corte conectando os cozedores entre si e aos tanques e receptores. A tubulação é usu almente de 200 a 300 mm de diâmetro e é limpa com vapor após o uso. Isto possibilita a massa co zida e/ou magma ser cortado de um cozedor para outro ou de um tanque de magma ou receptor de semente para um cozedor. Válvulas borboleta são ideais para este sistema. Após a fervura, o vapor deve ser direcionado a um tanque de mel ou dis- solvedor dependendo da pureza do produto. É muito importante que o sistema de tubula ção seja sempre aberto para a atmosfera quando não estiver em uso para evitar acúmulo de pontos quentes no caso de pequenos vazamentos na tubu lação de corte. Vapor de escape ou mesmo vapor de alta pressão é freqüentemente utilizado na tu bulação de corte; vazamento de vapor num siste ma selado tem sido conhecido como a causa de explosões sérias no sistema de corte, as quais têm causado danos sérios e perda de vidas em muitos 15.7.6 Receptores de cozimento Estes são vasos abertos em formato de U do tados de agitadores rotativos horizontais. Eles re cebem a massa cozida dos cozedores de batelada na descarga e proveem uma estabilização entre os cozedores de bateladas e cristalizadores contínuos ou as centrífugas. Eles precisam ser dimensiona dos para ser um pouco maior do que a capacida de de descarga de massa do(s) cozedor(es) neles. Idealmente, eles devem ter de 1,3 a 1,5 vezes este volume se não houver retenção dos processos de cozimento em bateladas. Referências pág. 462 15 Cristalização Referências Agrawal A.M.: Broaeífoot R.; Singli R.A. (200i): Nüw dosign con- (inuous vacuum pan for thc Indian sugar industry - Triveni SRI make. Proc. Inl. Soe. Sugar Canc Tcchnol. 24. 93-99. Anon. (2005): ICUMSA Methods Book. Vcriag Dr. A. Bartens, Berlin. Vavrinecz C. (1962): Neue Tahclle ubor dic Los- lichkcit reiner Saccharosc in Wasscr. Z. Zuckerind. 12. 481-487 Archibald R.D.: Smiíli l.A. (1975): The effeci oflow juicc puritics at Darnall on boiling hou-sc capacity. Proc. .S. Afr. Sugar Tc chnol. Assoc. 49. 63-73. 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Con forme demonstrado no Capítulo 15, é importante alcançar um esgotamento alto da massa cozida A: dessa forma, instala-se um pouco de capacidade de cristalizadores de massa cozida A para assegu rar bom esgotamento, melhorando o trabalho feito nos cozedores. A capacidade em cristalizadores de resfriamento é quase sempre providenciada para massas cozidas C, visando reduzir as purezas do mel final ao mínimo e assim manter a perda de açúcar no melaço no mínimo. Usualmente, nenhu ma capacidade em cristalizador de massa cozida B, mas são necessários os receptores de cozimen to {Juliennne 1991). A única situação que requer a instalação de cristalizadores é destinada à massa cozida B, é o caso de uma pureza de mel B mui to alta para alcançar a pureza requerida na massa cozida C. Esta pode subir se as purezas de xarope forem anormalmente altas como resultado de uma qualidade de cana muito boa, ou se o esgotamento da massa cozida A estiver muito baixo; neste caso é melhor cuidar para que isso não ocorra. Um limite de temperatura de 50 °C é neces sário no resfriamento da massa cozida A, porque abaixo desta temperatura torna-se mais difícil se parar o licor mãe do cristal e é necessária lava gem excessiva. Quando são utilizadas centrífugas contínuas para altas purezas, desempenho melhor é alcançado com temperaturas de massa cozida maiores. Neste caso, o resfriamento da massa co zida A pode ser evitado inteiramente e os crista lizadores A serão eliminados ou terão tempo de residência baixo. As massas cozidas C são normalmente resfria- das até cerca de 40 °C. Embora Lionnet e Rein Í1980) tenham demonstrado que um decréscimo de 5 C reduz a pureza de equilíbrio do mel C em 1 unidade de pureza, em temperaturas ao redor de 40 C as taxas de cristalização são tão baixas que pode ser esperada uma queda de somente 0.4 uni dades pani uma redução adicional de 5 °C {Rein 1980). Assim é normalmente de pouco valor res- friar a massa cozida C muito abaixo de 40 °C. Algumas vezes conjeclurou-sc que a veloci dade de resfriamento inicial da massa cozida não devesse ser muito alta. ou grãos falsos se forma riam na massa cozida. Entretanto, trabalho em planta piloto em massa cozida C demonstrou que era impossível resfriar a massa cozida rápido o su ficiente para formar grãos falsos. É mais provável que grãos falsos se formem na massa cozida, no cozcdor. durante o aperto fi nal e somente fiquem visíveis no cristalizador. A temperatura fi nal atin gida no cristalizador c considerada ser de longe, muito mais importante do que a velocidade de res friamento. Na África do Sul o tempo de residência pro porcionado nos cristalizadores A varia de algumas horas a 15 horas. Devido ao benefício tiuc pro porciona um esgotamento alto da massa cozida A, vale a pena o fornecimento de 12 ou mais horas de tempo de residência para massas cozidas A. Para massas cozidas C, um tempo de residência de cer ca de 45 horas é estipulado com freqüência. O va lor ótimo depende de fatores econômicos locais. Trabalho em planta piloto {Sieiiuil et al. 2001) expôs uma queda de pureza significativa do licor mãe até 30 horas e uma queda mais lenta até 48 horas, acima da qual não há virtualmente queda de pureza. Rein {1980) demonstrou que a elevação do tempo de residência de 30 para 45 horas redu zirá a pureza do licor mãe em 0,5 unidades. Esta redução pode ser maior se o aumento do tempo de residência for acompanhado por uma temperatura final menor de massa cozida também. 16.1.3 Mistura/agitação Os cristalizadores de resfriamento são sempre dotados de algum elemento agitador. Os propó sitos primários destes elementos são promover a transferência de calor e. no caso de massa cozida de alta pureza, prevenir a sedimentação de cristal. Eles também desempenham um papel importante na obtenção de fluxo pistonado da massa cozida através de um sistema contínuo, ajudando a redu zir zonas de curto-circuito e/ou estagnação. Onde os elementos de resfriamento são es- lacionários. os elementos rotativos precisam ser 16.1.4 Propiedadcs rcológicas das massas cozidas posicionados sulicicntcmcnie próximos para for necer cerlo cisalhamento para retirar a massa co zida resfriada das superfícies de transferência de calor. A transferência de calor c lenta em massas cozidas viscosas e a velocidade dos elementos ro tativos por si só não auxilia a taxa de transferência de calor. Foram leitas várias tentativas de estabelecer, se a velocidade de agitação afeta a taxa de cristali zação. Ensaios em escala industrial demonstraram não ter, absolutamente, nenhum efeito na pureza do licor mãe. Experiência em planta piloto {Lionnct e Rein 1980) mostrou c|ue uma taxa de agitação mui to alta elevará a taxa de cristalização em massas cozidas C. Trabalho na Austrália prevê que uma taxa de cisalhamento alta pode melhorar substan cialmente o esgotamento, mas tem efeito pequeno para tcnipos de residência acima de 24 horas. E geralmente aceito que em temperaturas mais altas e em massas cozidas A menos visco sas, a migração das moléculas de sacarose para a superfície do cristal é o mecanismo de contro le da velocidade de cristalização. Entretanto em temperaturas menores, geralmente vistas em cris- talizadores C. a etapa de incorporação estrutural é a controladora da taxa. A mudança do controle, da taxa da difusão para a taxa de incorporação estru tural, ocorre em alguma temperatura abaixo de 30 °C (vcin chr Roel et al. 1998, VanHook 1980). Por tanto, a agitação pode melhorar a transferência de calor e ajudar a promover o lluxo pistonado. mas é improvável ler um efeito signihcativo na taxa de cristalização em massas cozidas C. 16.1.4 Propriedades reológicas das massas cozidas E necessário conhecimento das propriedades de fluxo e da reologia de massas cozidas e méis para entender o comportamento destes materiais na estação de cristalização em particular. Inde pendentemente do fato de eles serem geralmente altamente viscosos, são não newtonianos. Fluidos newtonianos apresentam uma relação íixa entre a tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento. A constante de proporcionalidade na relação é a viscosidade. Em fluxo não newtoniano, esta não se mantém. O procedimento é melhor descrito pelo modelo da lei da potência: x = Ki' (16.1) onde T é a tensão de cisalhamento (força/unidade de área, Pa) e y é a taxa de cisalhamento em s"'. Esta é conhecida também como lei de Ostwald de Wíide. No fluxo em tubulação, a tensão de cisa lhamento está relacionada à perda de carga H de acordo com o secuinte: dçi fi-H (16.2) onde d e / são diâmetro e comprimento do tubo. p a densidade da solução, g a aceleração devido à gravidade. K é referenciado como consistência e para n - 1. a equação (16.1) se reduz à lei de Newton e K = |i. ou seja, a consistência e a visco sidade são idênticas. O desvio de n da unidade indica o grau de des vio do comportamento newtoniano. Em massas cozidas e méis. o parâmetro n geralmente tem um valor < 1. ou seja, o fluido é dito ser pseudoplásii- co ou "com aflnamento por cisalhamento" (shear- thinning). As unidades de viscosidade são Pa • s, mas para um fluido não newtonianodeste tipo a unidade de consistência é Pa • s". Em geral, os valores de n são menores para massas cozidas do que para méis e decrescem com a diminuição da pureza; não inesperadamente, o material se torna mais não newtoniano conforme o teor de não sacarose aumenta. Tipicamente, para massas cozidas C, n = 0.8. enquanto para mel C. n = 0.85, mas na prática, valores entre 0.5 e 1.0 foram medidos. As consistências são altamente dependentes da temperatura e da substância seca. com os valores maiores destas variáveis tendo um efeito exponen- ciai na consistência. Geralmente uma alteração de 9 a 10 °C dobrará ou reduzirá pela metade a con sistência. Um incremento na Substância Seca de 2 unidades levará ao dobro da consistência {Bvoa- dfoot et al. 1998). Boker 1998). mas os dados de Durgiieil (1987) sugerem que um aumento de 2 uni dades leva a um aumento de 50 % na consistência. Viscosidade de méis. A viscosidade de um líquido newtoniano. p é medida como a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de cisa lhamento. ou seja: M=- (16.3) Rcfcrciirki.s pái^. 4H4 16 Cristalizadores de resfriamento Se for usado um viscosimetro para medir a con sistência de um fluido não newtoniano. a relação entre a tensão e a taxa de cisalhamento é a visco- sidade aparente, a qual da equação (16.1), pode ser escrita como: ^pp=-=^-y' Y (16.4) Está claro que a viscosidade aparente é dependen te da taxa de cisalhamento. Na prática, os valores de AT e n são obtidos da inclinação e interceptação num gráfico de In x In 7. Infelizmente, os valores medidos de consis tência são afetados pelo método de medição. O viscosímetro capilar fornece valores que diferem em relação ao viscosímetro Brookfield RVT (Bro- adfoot et al. 1998) e o viscosímetro de cone e pla ca dá valores que diferem daqueles medidos com um Brookfield DSV {Barker 1998). Várias equa ções foram propostas para estimar a consistência de méis. Trabalho feito na Austrália (Broadfoot et al. 1998) relatou a seguinte equação para mel C de pureza = 0,111. exp 3.7»'u,.m„|-0.7.(/-50) II3,5-w,„„„,+0,19.(;-50) (16.5) Para méis de alta pureza a constante 0,1 11 na equação (16.5) é substituída por 0.088. Valores médios de n são relatados ser 0,91 para méis de alta pureza e 0,85 para mel C. Esta relação cobre a faixa de temperaturas de massa cozida encontrada em usinas de açúcar. Os valores n para méis da Louisiana ficaram logo abaixo de 0,8 da média. Barker (1998) fornece a seguinte equação para a consistência de mel C medido, usando um viscosímetro Brookfield de haste e disco: ^ = 1,852-10-'". exp(0,362.w„, ̂,„-0,073-r) (16.6) onde i é a temperatura na faixa de 40-66 °C. Os valores medidos usando um viscosímetro de cone e placa são aproximadamente 2/3 destes valores. Lionnet e Rein (1980) relatam a seguinte equação para a consistência do licor mãe na massa cozida C, para valores da relação de não sacarose/ água entre 4 e 6 em 40 °C; K = 5940 - 2860 ■ + 383 ■ (16.7) Um fator importante que afeta a consistência do mel é o ar aprisionado no mel. Foi demonstrado que o ar arrastado pode levar a valores o dobro daqueles obtidos sem gás aprisionado {Broadfoot et al. 1998). A presença de sólidos suspensos no mel pode incrementar sua consistência significa tivamente. assim como a presença de quantidades altas de gomas e dcxtranu. Con.sistêncla da massa cozida. É convenien te definir a consistência relativa que é a relação entre a consistência da massa cozida e a do licor mãe com teor de cristal zero. O é indepen dente da temperatura c pode ser usado para rela cionar a consistência da massa cozida com a do mel. Equações foram propostas por des critas por Broadfoot et al. (1998) e Awanfi e White (1976). A equação de Metzler é: 3.8-Cp 1 - q' <p,., (16.8) onde (p é a fração volumétrica de cristais e a fração volumétrica máxima de sólidos atingível determinada por: <Pm.. = I - +4.5-(l -0.0051-cv) onde ip é a esfericidade (tipicamente 0.85 para açúcares cristais) e CV é o coeficiente de variaçao da distribuição de tamanho de cristal. A equação de Awanfi e White (1976) é: log,„ =1.65 ■ (V;.^ / K,,) ■ . (, _ 0.00083 -CV) (16.10) onde d^^ é a abertura mínima da distribuição do tamanho de cristal obtida por peneiramento. ^ são os volumes de cristal e licor mãe. Broadfoot et al. (1998) demonstraram que as equações (16.8) e (16.10) dão uma representação razoável de dados medidos para frações volunié- tricas de cristais menores do que 0,4. Entretanto, para a maioria de seus dados medidos em mas sas cozidas de baixa pureza em frações de cristais maiores, as equações acima preveem valores que 16.1.4 Propiedades rcológicas das massas cozidas são altos demais. Eles ajustaram as constantes nestas equações para melhorar a adequação aos dados c recomendam a equação modificada de Awan^ c Whifc dada abaixo para massas cozidas de alta pureza; logH,^.. = 1.14 (V,,/V,„ "".(1+0.0()14-CV) (16.11) Esta, entretanto, apresenta uma relação diferen te de consistência tanto para o tamanho de cris tal quanto para o CV de cristal. Broadfooi et al. (19^8) encontraram que o valor do índice de com portamento de fluxo u na equação (16.1) não é afetado pelo teor de cristal e temperatura, sendo em média 0.92 para massas cozidas de alta pureza. Lioiincí e Rein (1980) demonstraram que para massas cozidas C. uma relação alta de não sacarose/ água contribui para a alta consistência. Os va lores de são nomialmenle maiores do que 3 e podem exceder a 5. Na prática, um valor de pelo me nos 4.5 a 5 c necessário para alcançar uma pureza de mel que esteja próxima da meta de pureza do melaço. Dependência da temperatura. RouiUard (1984) desenvolveu um gráfico de viscosidades em fun ção da temperatura, assumindo uma dependência exponencial na temperatura absoluta T: K = exp (16.12) "2 10 3,1 3,2 l/Temperatura em 1000/K 49,4 39,6 Temperatura em °C Este gráfico considera que a viscosidade dobra ou cai pela metade para um decréscimo ou incre mento de 10 "C na temperatura, respectivamente. Isto é demonstrado também pelos dados de Ke- ast e Sichier (1984) e Barker (1998). Broadfoot et al. (1994) sugerem que este mímero deva ser 7 °C. embora a equação (16.3) sugira 9 °C. Diir- }>uc'il (1987) encontrou com uma alteração de 9 °C a viscosidade do bra ou cai pela metade. Se o valor de 9 °C for correto, isto conduz a ^— um valor de energia de .— 10^ ativação de 65.000 kJ/(kg • mol). O gráfico é mostrado numa forma ligeiramente modificada na Figura 16.1. assu- ^— mindo que a consistên- Figura 16.1: Gráfico mostrando a faixa de valo res de consistência para di ferentes produtos da seção de cozimento Referências pág. 484 16 Cristalizadorcs de resfriamento cia dobra ou cal pela metade para uma alteraçao de 9 "C. Claramente, da discussão acima, o teor de Substância Seca ou a relação de não sacarose/água tem um efeito grande na consistência. Porém o gráfico é ainda uma referência útil para valores médios para massa cozida de categorias diferentes e méis, particularmente porque variações signifi cativas das equações para consisiências são veri ficadas na prática. O gráfico é baseado na experi ência sul-africana, mas aparenta ler uma aplicação universal. Limites de viscosidade. É reconhecido que o limite de esgotamento do melaço é freqüentemen te a inabilidade dos equipamentos fabris maneja rem mas.sas cozidas de alta viscosidade. Broadfooi (1984) considerou este limite ser em 3.000 Pa • s medido por um viscosímetro Brookfield. Dados fornecidos por Keast e Sichier (1984) indicam que valores cerca de duas vezes este número foram al cançados na usina Victoria, na Austrália. Steindl et al. (2001) chamaram atenção para a necessida de de considerar uma consistência limite sem Ja mais mencionar qual poderia ser este limite, mas recomendam em vez disso, uma relação ótima de não sacarose/água de 4,5 ou ligeiramente maior. A 40 °C, esta corresponde aproximadamente a 2.000 Pa • s. Um nível máximo para exaustão boa na sa ída dos cri.stalizadores é considerado sercerca de 5.000 Pa • s. Na prática, o equipamento pode ser projetado para absorver consistências próximas a 10.000 Pa • s a 40 "C. Em ensaios de esgotamento, Miller et al. (1998) determinaram a pureza do melaço que pode ser alcançada em duas viscosidades dife rentes do licor mãe, a saber. 100 e 250 Pa • s no final de resfriamento para 50 °C. Eles mostram que acima de 250 Pa • s há uma pequena redução na pureza alcançada do melaço e que esta con dição limite aproxima-se a uma relação de não sacarose/água de cerca de 4. Rein e Sniiíh (1981) demonstraram que nenhuma melhoria na pureza do melaço foi alcançada num nível de viscosidade acima de cerca de 300 Pa ■ s a 40 °C. Foi estabe lecida uma relação muito forte entre a relação não sacarose/água e a viscosidade do mel concentra do. Uma relação de não sacarose/água de 4.3 foi registrada na viscosidade média de melaço de 430 Pa • s a 40 °C. 16.1.5 Bombeamento e manuseio de massas cozidas Equações para cálcufi} de perda de carga. Em função da viscosidade muito alta (consistência), o fluxo é sempre laminar. Em lluxo laminar, a perda de carga num comprimento 1 de tubo reto de diâmetro d é determinada pela equação de Hafieti-Poiscuiltc: 32u/ // H= (16.13) íi • í/- ■ p onde a perda de carga é expressa como uma carga de líquido H cm m e u a velocidade em m/s. Para a lei de potência de lluido, esta equação tem de ser modificada. O número de Revnolds tem a seguinte forma: d" ir-" p (16.14) Visto que o fator de atrito/está relacionado ao Re no fluxo laminar por/= 64/Re e usando a relação: 2-Hdg (16.15) 3/í -H 1 Y 2Hdfi d" tr "■p ou seja: 32 -Kl- u" ■ 8" H-d""p 4 Kl g-d p (16.16) (16.17) No cálculo de perda de carga num tubo ou duto, o efeito das curvas e acessórios precisa também ser levado em conta. Para este propósito, o todo dois K de Hooper (198 1) é recomendado. Já que ele demonstrou representar u perda de carga no sistema de fl uxo de massa cozida melhor do que outras abordagens. É particularmente adequa do aos fl uxos com ReynoUls muito baixo, quando as técnicas aplicadas em fl uxo turbulento não são aplicáveis (RouiUard 1982). A perda de carga por acessórios //, apoia-se em fatores empíricos. 16.1.5 Bombeamenio e manu.seio de massas cozidas (16.18) No método dois K (Hooper 1981) o fator A-, é de terminado conforme: k,=^+k ^ Re ' (16.19) Em números de Reynolüs baixos, o primeiro ler- mo é muito maior do que o segundo, portanto; ' Re (16.20) Para uma série de acessórios de tubulação numa seção de um tubo com fluxo laminar em Re cons tante: ^ ' Re (16.21) A perda de carga total é igual a H + //,. Os valores deA, são dados naTabela 16.1 para valores de Re abaixo de 10. Para os valores menores de Re verificados nas usinas de açúcar (0,001 a 1,0), Broadfoot et al. (1994) expuseram que os valores de A, são aproximadamente metade dos de Hooper da dos na Tabela 16.1. Boijic et al. (1997) demonstraram que abaixo de um número de Rexnolüs crítico de cer ca de 0,1 a 0,2, não ocorre perda de carga nos acessó rios devido à alteração direcional e a perda de carga é a mesma que num tubo reto com o mesmo compri mento do acessório. Acima do número de Reynolds crítico, os valores de A, foram verificados ser cerca de 40 % daqueles determinados por Hooper. Tabela 16.1: Valores para estimativa de perda de carga em acessórios em fluxo laminar (Hooper 1981) Tipo de acessório Cotovelos 0 o Todos os tipos (rUl = 1-1.5) 800 Cotovelos 180° Todos os tipos (rkl = l-1.5) lOOü Cotovelos 45° Todos os tipos (rUi = 1-1.5) 500 Tcs Usado como cotovelo Padifio. parafusado 500 Tês Usado como cotovelo Flangeado ou soldado 800 Tês Usado como cotovelo Conexão tipo encaixe 1000 Tês Passagem direta Flangeado ou soldado 150 Tês Passagem direta Conexão tipo encaixe 100 Válvulas Gaveta Dimensão da linha, p = 1.0 300 Válvulas Esfera Internos reduzidos. P =0.9 500 Válvulas Macho Internos reduzidos, p =0.8 1000 Válvulas Globo, padrão 1500 Válvulas Borboleta 800 Entrada de tubulação 160 Saída de tubulação 0 Dimcnsionamento dc calhas e tubulações. Utilizando as equações dc (16.13) a (16.21). é possível calcular a pressão requerida para qual quer fluxo de massa cozida em particular, se as propriedades do fluido forem conhecidas. Há uma certa incerteza acerca dos valores de A, a empre gar, por causa da dificuldade em fazer medições com massa cozida. Todavia, a recomendação de Broadfoot et al. (1994) de usar valores com a me tade daqueles dados na Tabela 16.1, parece ser a melhor opção. Mais freqüentemente, porém as dimensões das linhas de massa cozida são selecionadas com parando de uma aplicação requerida com a de uma fábrica existente. As velocidades nas linhas de massa cozida A e B são com freqüência cerca de 3 m/min. As velocidade nas tubulações de mas sa cozida C são particularmente baixas, cerca de 1 m/min a partir do cozedor. cerca de O.I m/min após o resfriamento e cerca de 0,2 m/min após o reaquecimento. É importante lembrar que as tubulações de massa cozida devem ser isoladas para preve nir incrustação interna, que reduzirá o diâmetro efetivo interno. Hu^ot (1986) cita valores para a inclinação das calhas abertas de massa co- íssórios em fluxo laminar zida entre 3° e 1 1° As equações para cál- culo de fluxo em ca- I lhas abertas são dadas {rhl^\-\.5) 800 ç Mcuidar- (/•/r/= 1-1.5) lOOü Referencias pá.i^. 4R4 16 Crisializadores de resfriamento 16.2 Equipamentos 16.2.1 Cristalizadores de bateladas e contínuos Os cristalizadores de batelada têm sido gra dualmente substituídos por sistemas contínuos. Em sistemas de batelada. os cozedores de bate lada descarregam massa cozida em cristalizado res onde esta permanecerá e será resFriada por um período de tempo, dependendo do número de cristalizadores. A desvantagem desta abordagem é que, alguns dos cristalizadores estarão vazios ou somente parcialmente cheios e assim a capacidade do cristalizador não é totalmente utilizada. Uma desvantagem adicional é o custo de mão de obra ou automação adicional para abrir e fechar válvu las de acordo com os níveis dos cristalizadores. Com o advento de cozedores e centrífugas contínuas faz mais sentido operar os cristaliza dores como um sistema contínuo, de modo que a capacidade plena dos cristalizadores seja utilizada o tempo todo. Em muitos casos, os cristalizadores se tornaram contínuos simplesemente pela inter- ligação de todos os cristalizadores em conjunto. Esta conversão não foi sempre bem-sucedida, porque se não for feita com cuidado e com a devi da consideração para os padrões de fluxo através dos cristalizadores, a capacidade efetiva pode ser seriamente reduzida devido a zonas de by-pass ou de estagnação no sistema de fluxo. Isto é trata do com mais detalhe na Seção 16.3.2. Se não for dada atenção apropriada a isto, os cristalizadores contínuos são menos efetivos do que os de bate ladas. Como nos outros sistemas contínuos, os cris talizadores contínuos são mais receptivos ao con trole automático e requerem menos supervisão. Onde são usados cozedores de batelada. é ne cessário ter um receptor de cozimento, que atua como um estabilizador entre os sistemas de bate ladas e contínuos. O receptor de cozimento tem de ser dimensionado de acordo com o tamanho e número de cozedores de batelada descarregando nele. Ele assemelha-se muito a um cristalizador horizontal de batelada, mas os elementos de agi- taçao não são usualmente resfriados a água, pelo menos não em massas cozidas de alta pureza. Os elementos rotativos são geralmente projetados para raspar as superfícies iniernus do vaso para assegurar que nenhuma incrustração ocorra nes tas superfícies. Em ambos os casos (contínuo ou batelada), a capacidade requerida do cristalizador pode ser definida a partir tempo de residência nos cristalizadores. 16.2.2 Cristalizadores horizontais x verticais Os cristalizadores de batelada são geralmente vasos horizontais com agitação. A prática normal do processo de batelada implicava fluxo por gra vidade do co/edorao cristalizador e deste para a centrífuga. Quando os sistemas contínuos de cris talizadores 1'oram introduzidos tornou-se factível fazer uso de cristalizadores verticais - vasos ci líndricos verticais com um agitador de eixo verti cal. Os cristalizadores verticais têm uma série de vantagens sobre os horizontais: • Ocupam uma área menor. • Podem ser posicionados no piso térreo sem a necessidade de qualquer estrutura de aço de suporte. • São adequados para instalação ao tempo • Não há buchas de eixo que podem vazar massa cozida. • Geralmente podem ser construídos em tamanho maior. • São mais baratos para instalar em comparação com capacidade equivalente de cristalizadores horizontais. Existem também algumas desvantagens: • Não é fácil misturar mel na massa cozida. • Formação de canais preferenciais ou by-pass de massa cozida pode ocorrer mais pronta mente. • São necessárias bombas de liquidação para es vaziar os cristalizadores. Em geral, os cristalizadores verticais têm melhor custo benefício e são preferidos em instalações 16.2.3 Cristalizadores horizontais Quase todos os crisializadores horizontais têm uma seção transversal em forma de U e a única di ferença reside na natureza e velocidade de rotação 16.2.3 Crisializadore.s horizontais MM Saida de água de resfriamento Figura 16.2: Crisializador hori/oiUal Blanclianl típico com tubos lisos Saída de água de resfriamento I Entrada de massa cozida Entrada de água de resfriamento Saída de massa cozida Figura 16.3: Crisializador Wcrkspoor com discos de rcslViamcnto do elemento agitador. As capacidades individuais dos vasos variam usualmente entre cerca de 20 e 90 m^ A largura dos vasos varia de 2 a 3 m e o comprimento pode ser de até 10 m. Se o vaso for muito longo, um mancai central na massa cozi da pode ser empregado. A velocidade rotacional é algo entre 0,5 e 0,1 miir', com as velocidades menores encontradas em massas cozidas de pu reza menor. de Bniyn (1959) fornece detalhes de alguns tipos antigos de cristalizador. O tipo mais comum de cristalizado!" horizontal atualmente em uso é conhecido como cristalizador Blanchard. Este é mostrado na Figura 16.2. mas projetos diferentes podem ser usados; podem ter braços radiais, com ou sem nervura fixada nas extremidades dos bra ços para raspar as superfícies internas, ou um con junto de serpentinas em espiral nas quais a água de resfriamento flui. Outro tipo de cristalizador horizontal comu- mente instalado em meados do século passado é - _ _ o cristalizador Wcrks- É I â I í I n poor. Sua característica I I I I I I distinção é o empre- -- go de discos rotativos j.; grande.s em que a água I I I I I I ! de resfriamento é cir- B fl I culada. Cada disco tem ' * * I i uma aba na forma de Entrada de água de um setor de 45° ou 60°. resfriamento . , e estas abas se alternam los lisos discos do conjunto. Um esboço é mostrado na Figura 16.3. Em muitas usinas de açúcar, cristaliza- dores horizontais de batehidas foram con-t Entrada de vertidos em sistemas resfrfamemo '!<= """" «mlínuo. Eles — loram interligados nas extremidades adjacen tes, ou usando calhas no topo dos vasos ou massa cozida tubos de interconexão no fundo. As interli- gações são geralmente feitas de tal forma a prevenir curto-circuito e fazer uso do volume completo de todos os cris- lalizadores. E prática comum também, instalar no mínimo um conjunto de defletores no meio dos vasos para assegurar que não haja curto-circuito no interior de qualquer vaso individual. Às vezes, é considerado boa prática que os elementos rotati vos do cristalizador quebrem a superfície da mas sa cozida pela mesma razão. Quando conectados num sistema contínuo, uma diferença de altura é necessária para a massa cozida fluir ao longo do que é às vezes um per curso comprido e tortuoso. Vários métodos para superar ou reduzir o problema têm sido adotados: • Os cristalizadores sucessivos podem ser insta lados em cotas ligeiramente mais baixas. Isto não é facilmente conseguido numa reforma. Hugot (1986) sugere que cada cristalizador deve estar 140 mm mais baixo do que o prece dente, enquanto em algumas instalações aus tralianas há cerca de 700 mm de diferença na elevação entre os cristalizadores sucessivos. Rf/crênciíis piii;. 4H4 16 Cristalizadores de resfriamento Isto cria um problema quando a operação para por qualquer que seja a razão e o banco de cristalizadores tem de absorver a alteração nos níveis associada com a condição de não haver fluxo. A direção de rotação pode ser definida cuida dosamente para auxiliar o fluxo de massa co zida na direção requerida. Isto pode resultar que a altura de massa cozida na conexão de descarga seja mais alta do que na entrada. O fluxo pode ser dividido em 2 ou mais en caminhamentos paralelos. Isto é muito eficaz, visto que utilizando dois trajetos paralelos igualmente dimensionados resulta na redução pela metade do fluxo através de cada vaso e reduzindo também pela metade o comprimen to da trajetória de Iluxo. Porém é essencial obter uma divisão correta do fluxo entre os cursos paralelos, para assegurar que a mesma vazão seja obtida através de cada caminho. A possibilidade de instabilidade em trajetórias de fluxo paralelas é cimsiderada em detalhes na Seção 16.3.2. 16.2.4 Cristalizadores verticais Um número grande de projetos diferentes de cristalizadt)rcs verticais tem sido proposto e ins talado. Entretanto, nem todos tem sido bem-su- Acionamento do rotor Entrada de massa cozida Tubos de resfriamento de 150 NB Tubos de resfriamento de 100 NB Deftetores Braços do agitador Saída de massa cozida" Entrada de massa cozida Entrada de água de resfriamento Salda de agua de resfriamento Saída de massa cozida 16.2.4 Crislalizadores verticais cedidos. Os problemas com acionamentos inade quados e curto-circuito de massa cozida tem sido comuns. Devido a estes problemas, um conjunto de vasos horizontais contínuos é geralmente uma opção mais segura. Mesmo assim, o custo de ca pacidade muito mais barato com crislalizadores verticais c convincente. Os volumes de vaso cris- talizador vertical individual variam de 64 a 300 m' com diâmetros de 3 a mais de 5 m. A Silver fornece cristalizadores dc 4.2 m de diâmetro e varia a altura para obter a capacidade requerida. A Fives Cail fornece cristalizadores cm dois diâ metros, ou 4,45. ou 5,2 m. A altura pode ser qual quer uma até 20 m. Alguns tamanhos maiores são usados em massas cozidas de açúcar de beterraba. Se houver alterações significativas na tem peratura num crislaliz.ador vertical, e melhor ter a massa cozida Huindo verticalmente na descen dente. porque a alteração da densidade com a temperatura tende a promover Iluxo pistonado. A condição oposta pode conduzir a "caminho de ralo", onde a massa cozida quente encontra uma trajetória ascendente preferencial através do cris- talizador, a qual é criada pelas diferenças na tem peratura. A este respeito, os agitadores tem um papel importante a desempenhar evitando a tendência de ocorrer qualquer curto-circuito. O projeto dos elementos de resfriamento precisa também ser efetuado de tal forma a eliminar ou zonas de es tagnação ou caminhos preferenciais. Figura 16.4: Vários projetos de cristalizador vertical A c B cristalizador da usina Victoria {Sinia e Harris 1999); C c D cristalizadores EMA; E cristalizador Fletcher Smilh Entrada de massa cozida (•••••••• I I ••«•••••! >•1 l««eoec*»« Salda de água de resfriamento Entrada de água de resfriamento Saída de massa cozida Porta de inspeção Mancai principal I Saída de massa cozida \ Saída de água de resfriamento Entrada de água de resfriamento Entrada de massa cozida Refi'rênci(is pá^. 484 16 Cristaüzadores de resfriamenio Há uma considerável liberdade na escolha dos elementos de resfriamento. Geralmente elementos de resfriamento estacionários são selecionados, os quais evitam acoplamentos rotativos nos circuitos de água de resfriamento. Todavia,isto requer que os elementos agitadores estejam suíicieniemcnte próximos dos elementos de resfriamento estacio nários para raspar as superfícies de transferência de calor e prevenir o acúmulo de massa cozida fria ao redor dos elementos, o que reduz as taxas de transferência de calor e promove estagnação de massa cozida fria. Freqüentemente, aletas de resfriamento são anexadas aos elementos tubula res. Isto pode ser efetivo em função da baixa taxa de transferência de calor para a massa cozida em relação à taxa de condução de calor nas aletas de aço (ver Seção 16.2.6). A relação entre a superfície de aquecimento e o volume pode ser variada dentro de limites para alcan çar a carga de resfriamento necessária. Geralmente, esta relação tem um valor entre 1,2 e 1,6 m-/m\ mas pode variar em qualquer ponto entre 1 e 2 m-/m\ Uma proporção razoavelmente signiíicativa de calor pode ser transferida ao ambiente através das paredes cilíndricas. Isto requer que os elementos agitadores raspem esta superfície também. Isto proporciona transferência de calor adicional e também garante que não ocorra acúmulo de massa cozida resfriada estagnada no lado interno das paredes do vaso. Al guns projetos típicos são mostrados na Figura 16.4, apresentando o arranjo de elementos de agitação c resfriamento. Com base nesta discussão, os requisitos de um bom crisializador vertical podem ser listados como: • Uma trajetória de fluxo longa c estreita, na qual toda a massa cozida tem o mesmo tempo de residência. • Agitação suficiente numa direção perpendicu lar à direção de fluxo para garantir uma distri buição uniforme de temperatura. • Elementos agitadores que cubram todo o diâ metro do vaso e preferencialmente próximos para raspar as paredes cilíndricas internas. • Elementos de resfriamento estáticos que pro porcionem uma resistência uniforme ao fluxo através de toda a seção transversal do vaso, para assegurar que não ocorra curto-circuito. • Nenhuma região ou seção sem agitação onde a massa cozida possa estagnar. " Área superficial suficiente para alcançar o res friamento necessário. • Elementos de resfriamento que sejam raspa dos pela massa cozida em movimento e não prendam massa cozida resfriada (isto é, aletas que estejam muito próximas). Devem-se tomar cuidados para minimizar o com primento das tubulações de interligação entre cristalizadores adjacentes, para reduzira perda de carga. Estas devem também ser isoladas, na medi da em que o conteúdo destas seções transversais não possui agitação e a incrustação interna destes dutos pode reduzir o diâmetro efetivo na ausência de isolamento. Tabela 16.2: Valores de coeficiente de transferência de calor em cristalizadores C Referência Honig (\955) de Sn/v'1 (1959) Swindells et aí. (1978) Vários Austrália Valor médio Faixa Comentários em W/(m^ • K) em W/(m- • K) Keast y Sichter(]9M) Austrália Rouiliard (\917) África do Sul Rouiliard (\9SQ) África do Sul Miiddle y Siohie (2003) Austrália Werkspoor Cristalizadores horizontais Cristalizadores de bateladas e contínuos, co bertura dos dados de 1956 a 1977 Cristalizador vertical BMA Elementos tubulares alelados Cristalizadores horizontais Stork e fíUincluird Cristalizadores horizontais com serpentinas de resfriamento 16.2.5 Coeficientes de transferência de calor 16.2.5 Coeficiente.s de transferência de calor Os coeficientes de transferência de calor em crislalizadores dc massa cozida C são baixos, par ticularmente quando massas cozidas de Brix alto são resfriadas em temperaturas baixas. Os valores típicos são dados na Tabela 16.2. Estes valores são tortemente dependentes da condição da massa cozida. Nos últimos anos tem havido uma tendên cia de produzir massas cozidas numa consistência mais alta para obter maior esgotamento. Sob estas condições, sãti obtidos os valores menores de co eficientes de transferência de calor mostrados na Tabela. Além das condições da massa cozida, a taxa de transferência de calor também dependerá da quantidade de raspagem aplicada às superfícies de reslriamento. Tem sido dada preferência para elementos de resfriamento csiacionários. os quais são adequados se houver raspagem suficiente para promover a transferência de calor. 16.2.6 Projeto do sistema de resfria mento A área necessária para resfriamento pode ser calculada a partir da carga térmica necessária para resfriar a massa cozida. Na determinação da carga térmica, a perda de calor para o ambiente deve idealmente ser levada em conta. Porém é difícil estimá-la e é às vezes assumido que esta é apro ximadamente compensada pela geração de calor devido ao fornecimento de potência de agitação e aquela em função das reações de Maillarcl. A superfície de resfriamento pode ter várias formas, sendo feita de tubos, serpentinas, placas ou discos, ou estacionária ou rotativa. Idealmente os elementos rotativos devem cobrir todo o diâ metro do vaso e preferencialmente quase raspar a superfície do vaso. Projetos que possibilitem que a massa cozida acumule dentro ou entre os elementos de resfriamento devem ser evitados. Kirby e White (1978) dizem que o projeto de ser pentinas pode ter um efeito significativo no fluxo de massa cozida no cristalizador. Serpentinas de resfriamento, por exemplo, podem às vezes conter uma "bolota" de massa cozida fria. estagnada, que gira com os elementos, tornando a superfície de resfriamento ineficiente c reduzindo o tempo de residência do fiuxo de massa cozida. Uso sensato de defictores pode assegurar que isto não ocorra. Devido à taxa de transferência de calor ser muito baixa da massa cozida para as superfícies de resfriamento, áreas aletadas de resfriamen to podem ser empregadas de modo vantajoso. A dimensão destas aletas pode ser calculada, para fornecer qualquer eficiência de aleia necessária. A eficiência da aleia é definida como a taxa real de transferência de calor da superfície da aleta divi dida pela taxa de transferência se toda a superfície da aleia estiver na mesma temperatura da super fície do tubo ao qual está vinculada. A derivação da eficiência de aleta é determinada por Incropera e DeWiit (2002). Para o caso de uma aleta com uma largura muito maior do que sua espessura, a eficiência q da aleta é dada por; tanh [m (l -h h/2)~\ n = (16.22) m [1 + h/2) onde / é o comprimento da aleta. h a espessura em m. ni = |2A.7(X • /j)]"" e X é a condutibilidade tér mica. Para o caso de uma aleta de aço de 12 mm de espessura. X. = 55 W/(m • K). in tem valor de 7.78. Para uma aleta de 150 mm de comprimen to do tubo à sua ponta. / = 0.15 m e a eficiência q = 0,69. As aletas nunca devem ser posicionadas muito juntas, porque isto pode proporcionar a oportuni dade para massa cozida fria aglomerar entre elas. O cálculo de eficiência das aletas supõe que o co eficiente de transferência de calor não é compro metido pela existência destas. O resfriamento da massa cozida com ar foi tentado como uma alternativa ao resfriamento com água. Singh et al. (2002) relataram melhoria no resfriamento da massa cozida pela sopragem de ar sobre a superfície superior da massa cozida, desde que os elementos de agitação quebrem a su perfície superior da massa cozida. 16.2.7 Acionamentos do cristalizador Cristalizadores horizontais. Os acionamen tos em cristalizadores horizontais têm sido quase que exclusivamente instalações usando redatores Referências páfi. 4H4 16 Cristalizadores de resfriamento tipo parafuso sem fim e coroa com motor elétrico de velocidade fixa. Os cristalizadores mais anti gos utilizavam velocidades do elemento rotativo de 0,3 a 1,5 min"'. Quando se tornou necessário processar massas cozidas de Brix maior para me lhorar o esgotamento, as velocidades do elemento de rotação foram reduzidas. Rouillani (1977) diz que, dobrando a velocidade de rotação dos ele mentos de resfriamento aumenta a potência reque rida até 200 %, mas somente aumenta a taxa de transferência de calor até 20 %. Visto que a velocidade de agitação não tem um efeitogrande no esgotamento e a Substância Seca na massa cozida tem, as velocidades dos elementos rotativos nos cristalizadores de massa C são freqüentemente reduzidas a abaixo de 0.1 min"' para acomodar massas cozidas de Brix alto. As velocidades rotacionais são geralmente maio res em cristalizadores de massa cozida C. até cer ca de 0,75 min"'. Em velocidades baixas a potên cia absorvida pelos acionamentos do elemento de resfriamento é baixa, menos do que 100 W/m-^ de volume do cristalizador (RouiUarci 1977). Honi^ (1955) recomendou potências instaladas de 220 W/m-^ para massa cozida C e 70 W/m-^ para massas cozidas A, mas isto está baseado em velocidades de rotação ao redor de I min"', de Bruyn (1959) cita várias fontes recomendando potência insta lada de 22 a 75 W/m\ Nas maiores, a potência instalada nos acionamentos é cerca de 100 W/m^ em massas de alta pureza e 150 W/m-^ em crista lizadores horizontais C, mas podem ser menores em cristalizadores maiores. Cristalizadores verticais. A potência insta lada por unidade de volume em cristalizadores verticais é em geral não muito diferente das dos cristalizadores horizontais, mas tende a ser menor em cristalizadores verticais maiores. Em função dos volumes do cristalizador serem maiores nos cristalizadores verticais do que nos horizontais e porque eles são freqüentemente usados em mas sas cozidas de viscosidade maior, o tipo de acio namento no cristalizador vertical e sua necessida de de torque tornam-se questões importantes. Os acionamentos são geralmente apoiados no topo do vaso cri.stalizador. Arranjos de acionamento diferentes têm sido usados, incluindo os seguin- • Motor elétrico c redutores convencionais de parafuso sem fim e coroa, às vezes com dois motores e duplo parafuso sem fim. • Dois motores hidráulicos, com acionamento de correntes ao rotor. • Dois cilindros hidráulicos, etnpurrando em lados opostos, com o rotor parado quando os cilindros retraem. Uma série de cilindros hidráulicos, tipicamen te quatro, com dois cilindros opostos empur rando o tempo lodo enquanto os outros dois retraem. • Um motor elétrico simples com redutor plane tário ílangcado. O acionamento pode ser um motor de CA de velocidade fixa ou variável. Redutores convencionais nestas aplicações têm freqüentemente trazido problemas. A úlliiTtu op ção acima é atualmente a preferida. Quando são empregados motores hidráulicos ou motores elé tricos de velocidade variável, existe a oportunida de para ou limitar a velocidade conforme o torque aumenta, ou ajustar a velocidade continuamente para fornecer um torque fixo. Isto é mais vantajo so após uma parada longa, ou durante condições ambientais particularmente frias, quando a massa cozida rcsfria mais do que o normal. O controle de torque pode evitar danos ao aeionamenlo e/ou do rotor e elementos do cristalizador. O torque requerido depende de uma série de fatores, mas como uma regra geral o torque Mestá relacionado às vanaveis envolvidas pela seguinte relação: = c K Í' (16.23) onde: M éo torque em m. é uma constante, dependendo do número e di mensões dos elementos fC é a consistência em Pa • s"; V é a taxa de cisalharnento em s-i. „ é o índice de comportamento do fiuxo: é o raio do rotor. geralmente pouco menos do oueoraioJo^"^"^"^"!; / éocomprtmentodorotoremm A taxa de cisalhamento e diretamente relacionada à velocidade elementos do crista lizador. Os ^ão am,^ ̂ é evidente da equação 0^'— ' ̂ " rai„ ^.j.i^tali/ndor 16.2.9 Bombas de massa cozida tem efeito muito significativo na exigência de tor- que. Isto levou os cristalizadores verticais terem uma relação entre o comprimento e o diâmetro, grande. Os diâmetros típicos do vaso para massa cozida C variam de 3 a 5 m. com os cristalizadores A geralmente tendo diâmetros um pouco maiores. Pode ser visto pela F-igura 16.1 que a consistência da massa cozida A é mais baixa por um Fator de cerca de 30 e, portanto, o desafio de prover um acionamento adequado e sem problemas é subs tancialmente rcduzidt) em massas cozidas A. São raras na literatura publicações sobre o tor- que exigido nestas aplicações. Testes em Darnall na África do Sul em massa cozida C mostraram niímeros de torqiie da ordem de 200 kN • m em 45 °C em vasos de 3 m de diâmetro, 13 m de al tura. numa velocidade de rotor de 0.14 min"'. Foi confirmado que o torque era proporcional à velo cidade elevada à potência ii. Medições de torque similares foram obtidas num cristalizador de 3.8 m de diâmetro em outra usina. Elementos de resfriamento que oscilam verti calmente têm sido testados em cristalizadores hori zontais e verticais. Eles têm a vantagem da simpli cidade na utilização de cilindros hidráulicos para oscilar os elementos e são oferecidos pela BMA como Lima opção em cristalizadores verticais. En tretanto eles não atendem a exigência destacada na Seção 16,2.4 de movimentar a massa cozida numa direção transversal ã direção de seu Huxo. 16.2.8 Cristalizadores a vácuo Cristal izadores de resfriamento sob vácuo também têm sido propostos como um meio de obtenção de cristalização adicional. Certo flashe- amento também ocorrerá, concentrando a massa cozida, de modo que certa alimentação de líquido pode ser necessária. O sistema foi desenvolvido por Béghin-Say na França e pode ser aplicada a massas cozidas de alta pureza. Isto tem vários be nefícios potenciais em casos onde a massa cozi da é descarregada quente do cozedor, visto que o grau de resfriamento é limitado pelo vácuo que pode ser gerado. Para alcançar uma temperatura final de 40 °C. um sistema especial de alto vácuo é necessário. Ele tem, portanto, pequena vantagem ein massas cozidas C. onde as temperaturas do co zedor no cozimento são mantidas baixas, para mi nimizar a reação de MailIcirJ e as massas cozidas são resfriadas ao redor de 40 "C. Ele pode ter mais utilidade cm massas cozidas A. mas ainda assim, suas vantagens neste contexto não parecem atra entes. A cristalização a vácuo requer vasos mais caros c equipamentos associados para a produção de vácuo. As vantagens desta solução parecem estar li mitadas à indústria de açúcar de beterraba e talvez em certos casos à refinação de açúcar de cana. Al gumas unidades instaladas cm fábricas de beterra ba foram posteriormente desativadas. 16.2.9 Bombas de massa cozida O bombeamenio de massa cozida é um pou co diferente da maioria das outras aplicações de bombeamento. devido à natureza do material. A consistência é freqüentemente muito alta por cau sa da necessidade de teores altos de substância seca nas massas cozidas e bombas de deslocamen to positivo de baixa velocidade são utilizadas. Na maioria das Fábricas é necessário bombear massa cozida em algum estágio, mesmo que somente durante a liquidação. Em instalações novas, ten tativas são feitas onde possível, para eliminar a necessidade de bombas de massa cozida, tendo o piso dos cozedores numa altura alta o suficiente para usar um sistema de fluxo por gravidade. As bombas de massa cozida mais amplamente empregadas têm um lóbulo rotativo girando lenta mente num corpo conformado com uma selagem ativada por mola na saída para minimizar o es- corregamento. Esta é freqüentemente referenciada como bomba "Rota" ou simplesmente bomba de massa cozida e é mostrado um esboço na Figu ra 16.5. A massa cozida é abrasiva e um material de construção duro, muitas vezes ferro fundido é usado. As eficiências precisam ser mantidas para minimizar a folga entre o rotor e as laterais da bomba. O vazamento de massa cozida pelas ga- chetas da bomba é um problema comumente en contrado e um sistema de selagem adequado é um atributo importante de uma bomba de massa cozida. Elas podem recalcar normalmente contra uma pressão hidrostática de 500 kPa ou maior, em vazões de até 100 nvVh. Rcfcrciu-UiM pófí. -f<S4 16 Cristalizadores de resfrianienio Figura 16.5: Esquema diagramático de uma bomba (Rota) de massa cozida Outro tipo de bomba de deslocamento positi vo, a bomba de engrenagens, como tipificada pela bombaBroquet, é usada em massa cozida e parti cularmente em bombeamento de semente para um cozedor contínuo. É uma bomba mais cara. mas é confiável e não danifica o cristal. Ela geralmente tem um bom arranjo de selagem com vazamentos mínimos de massa cozida nas gachelas. Bombas de palhetas deslizantes que são mais comumente utilizadas para bombear mel são às vezes, usadas também em massas cozidas, mas são menos ro bustas em produtos que apresentam característi cas de serviço pesado. Uma bomba de lóbuio c útil também em casos onde se busca evitar dano ao cristal e um exemplo é ilustrado na Figura 16.6. 16.3 Operação e controle 16.3.1 Operação contínuos cristalizadores As exigências para operação de um conjunto de cristalizadores contínuos incluem o atingimen- to da temperatura especificada na saída do cris- talizador. assegurando que a massa cozida esteja no sistema pelo tempo de residência necessário e garantia de que o sistema possa manejar a subs tância seca alta na massa cozida necessária para bom esgotamento. L\ ̂ n LN ̂ tk Figura 16.6: Bomba cie massa cozida Borger dc lóbuio rolativo A Esquema diagrainálico. B vista explodida A taxa dc resíriaincnto não é tão importante quanto a temperatura fi nal de massa cozida al cançada. SícincU Cl al. (2001) expõem que o res friamento rápido é efetivo somente se o tempo de residência da massa cozida for menos do que 20 horas. O atingimento da temperatura de saída de sejada requer o fornecimenio du quantidade cor reta de água aos elementos, na temperatura certa. Geralmente um í1uxo dc água em contracorrente ao fluxo de massa cozida é o método mais eficien te de resfriamento. Às vezes a água é enviada a cada um dos cristalizadores em paralelo, o que dá melhor controle sobre a taxa de resfriamento nos primeiros cristalizadores. mas consome mais água. A vazão de água pode ser controlada auto maticamente. de acordo com as temperaturas no sistema. Freqüentemente, porém o resfriamento máximo é aplicado, particularmente se a superfí cie de resfriamento não estiver tão adequada. Medições precisas da temperatura de massa cozida constituem às vezes uma questão ditícil. É essencial que ti elemento de medição projete- -se suficientemente dentro da massa cozida para obter uma medição confiável e representativa. Se 16.3.2 Carucierísiicas de fluxo da massa cozida não SC projciar o suficiente dentro da massa cozi da, particularmente se o elemento de medição for espesso, o calor pode ser dissipado pelo elemento, dando uma medição falsamente baixa e às vezes levando ao acumulo de massa cozida fria ao redor do elemento. Entretanto, se o elemento de medi ção projetar-se o suficiente no interior do fluxo de massa cozida, a força da massa cozida em movi mento sobre o elemento é às vezes siiliciente para entortá-lo ou quebrá-lo. Para alcançar o tempo de residência máximo, o nível no último cristalizador precisa ser man tido em seu máximo, preferivelmente através de um vertedor de transbordo. A tendência natural do operador de "apressar a centrifiigação". ou seja. centrifugar a massa cozida mais rápido do que ela c produzida, precisa ser limitada. Um vertedor de transbordo no último cristalizador para controlar o nível mínimo, c recomendado. E importante também assegurar que os elementos de agitação não produzam aeração da massa cozida porque isto conduz a um aumento na viscosidade da mas sa cozida. O processamento de massa cozida de Brix alto. muitas vezes traz problemas aos acionamen tos do cristalizador. particularmente se a massa cozida for resfriada mais do que o normal. Isto pode acontecer devido a paradas da moenda ou particularmente clima frio. visto que uma parte significativa do resfriamento pode ocorrer através das paredes do vaso. Se o acionamento não pu der manejar a consistência alta da massa cozida, a iniciativa a tomar é reduzir a velocidade dos ele mentos com um motor de velocidade variável. A segunda melhor opção é retornar de uma porção de mel, misturando-os nos cristalizadores onde o problema for evidente. Porém isto não é facilmen te con.seguido em cristalizadores verticais. Neste caso. a possibilidade de aquecer a água suprida aos elementos de resfriamento pode ser conside rada. para manter as temperaturas em níveis acei táveis. Isto é particularmente importante em crista lizadores verticais de massas de alta pureza. A provisão de uma opção para aquecer o circuito de água torna-se quase mandatória. ou alternativa mente, a instalação de bombas grandes de liqui dação para esvaziar os cristalizadores no caso de uma emergência. A massa cozida C é reaquecida antes da centrifugação, mas para a massa cozida A. a provisão de água com temperatura contro lada através dos elementos de resfriamento para regular a temperatura da massa cozida enviada às centrífugas é uma característica desejável. Se os elementos rotativos travarem, ou o mo tor perder seu fornecimento de energia, é impor tante ter condições de liquidar os cristalizadores A rapidamente, porque a massa cozida pode so lidificar. Isto é um problema menor em cristali zadores horizontais, que tendem a ser menores, o conteúdo de massa cozida é mais facilmente di luído com mel e têm facilidade de liquidação por gravidade. Em cristalizadores verticais grandes de massa cozida A. os acionamentos dos cristali zadores devem ser conectados prioritariamente a uma fonte de suprimento de energia emergencial. Um sistema de alarme deve sempre estar sempre ativado para alertar os operadores sobre a falha de qualquer motor dos cristalizadores. Este não é normalmente um problema grave com massas cozidas de baixa pureza, embora a partida os ele mentos de agitação precise ser feita muito lenta mente se a massa cozida resfriou bastante. Vários aditivos na forma de agentes surfactan- tes e antiespumantes são adicionados às massas cozidas às vezes para reduzir a consistência. Ha uma série de relatórios que afirmam desempenho melhorado, mas há pouco na forma de medições de consistência publicadas. Foi demonstrado que o hidrossulfito de sódio (às vezes conhecido como "Blankite") reduz a viscosidade do tnel final. 16.3.2 Características de fluxo da mas sa cozida É muito importante que não haja pontos mor tos ou regiões estagnadas em sistemas de fluxo contínuo. É importante também obter uma boa aproximação ao fluxo pistonado. com toda a mas sa cozida despendendo o mesmo tempo no siste ma. sem qualquer desvio ou curto-circuito. Isto foi investigado em ocasiões usando ensaios com traçadores para determinar a distribuição dos tem pos de residência. Cálculos simples e análise visual de uma cur va de distribuição de tempo de residência podem fornecer indicações rápidas do comportamento do Re/frêncUix /vi,?. 4R4 16 Cristalizadores de resfriamento fluxo da massa cozida. Uma boa aproximação ao fluxo pistonado é indicada por um pico único e estreito do traçador. Se o tempo tomado por este pico estiver aparentemente próximo do tempo de residência (isto é, volume dividido pela vazão volumétrica), então há um volume morto míni mo. Otraçador aparecendo muito antes do tempo de residência teórico indica desvio e uma cauda longa para a distribuição indica regiões semi-es- tagnadas. Um pico duplo indica a existência de caminhamentos em fluxo em paralelo alternativo através do cristalizador. A modelagem matemática dos resultados pode fornecer medições quantitativas de desempenho. usando-se duas opções de modelo sendo, ou flu xo pistonado disperso ou tanques em séries total mente misturados. Estes modelos usam respec tivamente, um "coeliciente de dispersão" ou um "número equivalente de tanques cm séries" como medidas de não idealidade. Embora não direta mente comparáveis. Rein (1980) desenvolveu uma relação entre estes dois parâmetros. Um "número de tanques em serie" grande ou "coeliciente de dispersão" pequeno indica uma estreita aproxima ção ao fluxo pistonado. Alguns excmphis típicos são mostrados na Figura !6.7. Numa série de circunstâncias, o desempenho ruimde cristalizadores verticais foi demonstrado E I 0,15 0,5 1,0 1,5 Tempo de residência adimensional 0,5 1,0 1,5 Tempo de residência adimensional tE 0,4 Modelo 0,5 1 1,5 2 2,5 Tempo de residência adimensional 0,5 1 1,5 2 2,5 Tempò de residência adimensional Figura 16.7: Exemplos de distribuições de tempo de residência em cristalizadores A Distribuições do tempo de residência medido num cristalizador vertical antes da modificação. B Distribuição do tempo de residência do cristalizador modificado. Os dois traços correspondem a pontos de amostragem na saída e 90'^ da saída [Simi e Harris 1999), C Tempos de residência num cristalizador vertical, comparado com um modelo de tanques em série de ."^6 tanques {Rouillurd 1987). D Distribuição do tempo de residência num cristalizador horizontal C (Kirhy e While 1978). 16.3.3 Reação de McüUard ser devido às caraclcrísiieas ruins de fluxo. Keaf.s e Sichter (1984) upresentain os resultados de ensaio.s de traçadorcs num crisiali/ador vertical, os quais de monstraram evidência de curto-circuito de massa co zida quente signilicaiivo, Isto se tornou pior conforme a vazão de massa cozida foi aumentada. A insatisfa ção com este cristaiizador levou à sua substituição. A Figura 16.7 (A) e (B) expõe como os testes de traça dorcs podem ser usados para identificar problemas e medir o efeito de alterações para melhorar o desem penho. Um conjunto de três cristalizadores verticais em série, projetados de acordo com os princípios sublinhados na Seção 16.2.4 demonstrou ter carac terísticas de fluxo de aproximadamente 36 tanques cm séries {RouUlard 1987). Isto é mostrado na Figura 16.7 (C) e representa uma aproximação muito boa ao fluxo pislonado. Testes com traçadores em cristalizadores de batelada convertidos à operação contínua na Áfri ca do Sul {Sniith et al. 1977) realçaram o proble ma de encaminhamentos de fluxo alternativos, com uma porção de massa cozida tendo tempo de retenção insuficiente. Ensaios australianos com cristalizadores modelo identificaram tambétn este problema {Kirhy e WInic 1978). A modelagem de dinâmica dos fluidtís por computador (Harris et ai. 1995) demonstrou novamente a existência de caminhos paralelos de fluxo, com a região mais fria sendo essencialmente estacionaria. Lave (2001) descreve o conceito de caminhos paralelos de fluxo. O resfriamento de uma corren te de massa cozida que tem caminhos alternativos de fluxo é inerentemente instável. O rápido au mento na viscosidade com a queda na tempera tura cria um "círculo vicioso" de acordo com a seqüência seguinte, onde a vazão reduz-se a um mínimo num caminho com um aumento corres pondente no outro: Caminhi) 1 Massa cozida mais fria Viscosidade elevada Fluxo reduzido Carga térmica reduzida Massa cozida mais Tria Caminho 2 Massa cozida mais quente Viscosidade reduzida Fluxo elevado Carga térmica elevada Massa cozida mais Iria Os problemas de resfriamento de massa cozida de viscosidade alta podem também ser inferidos a partir de grupos de valores adimensionais (Har- ris et al. 1995). O mímero de Prandil muito alto (2 X 10^') indica que é muito mais difícil mistu rar calor do que cinética. com as alterações de temperatura confinadas u regiões muito estreitas adjacentes às superfícies resfriadas. O mímero de Pede! alto (400) indica que a transferência de ca lor por convecção é maior do que por condução. McBciiii et al. (2002) verificaram que a agita ção da massa cozida contribui para o desempenho de duas formas; primeiro ela evita a formação de caminhos de fluxo preferencial e segundo cria o arraste necessário sobre as superfícies de resfria mento para promover a transferência de calor. Eles propõem que o movimento do agitador seja perpendicular às isotermas para que os caminhos preferenciais sejam interrompidos. 16.3.3 Reação de Maillard O que é referido como reação de Maillard é na realidade uma série de reações diferentes envol vendo açúcares redutores e nitrogênio amínico. Resulta da formação de radicais de cor e substân cias de alta massa molecular que aumentam a vis cosidade. Freqüentemente associada às reações de Maillard é a degradação de Sirccker. a qual leva ao desenvolvimento de dióxido de carbono. As bolhas formadas são pequenas e. assim são geral mente retidas na massa cozida. Isto aera a massa cozida, elevando a viscosidade significativamente (Ncwell 1979. VV/i/7í' et al. 1983). Isto é conhecido também como o fenômeno que causa aumento de volume do mel e formação de espuma nos cristali zadores e explosões nos tanques de mel. visto que é exotérmico. Os efeitos destas reações podem ser prontamente reconhecidos em cristalizadores C. devido à reação levar a produção de cor averme lhada nas massas cozidas em oposição à cor es cura quase preta em massas cozidas não afetadas. Foi demostrado que qua.se um terço do ni trogênio amínico no xarope é destruído medin do o que. sobra no mel final {Morei du Boil e Schcieffter 1978). As reações também destroem açúcares redutores. formando impureza adicional e assim elevando as perdas no melaço. A gluco- se é consumida preferencialmente na reação, que leva a valores da relação frutose/glucose maiores do que um. embora a fruiose também reaja. A re- Referências páf;. 4R4 16 Cristalizadores de resfriamcnio lação monosssacarídeo/cinza é reduzida também como resultado da destruição de monossacarídeo. afetando o esgotamento da massa cozida. Altas concentrações e temperaturas promovem a rea ção, com 5 °C de aumento na temperatura levando ao dobro da velocidade de reação (Newell 1979. White et al. 1983). A reação pode ser minimiza da por cozimentos em temperaturas mais baixas. Particularmente com massa cozida C. as tempe raturas devem ser mantidas abaixo de 63 ®C no cozimento e resfriada o mais rápido possível nos cristalizadores. O retorno de melaço para mistura à massa cozida nos cristalizadores pode ajudar a reduzir a velocidade da reação pelo abaixamento do Brix da massa cozida. 16.3.4 Circuitos de água de resfria mento A conseqüência de quaisquer vazamentos da água de resfriamento do cristaiizador na ma.s.sa cozida é séria e pode afetar negativamente a cris talização. Por esta razão, é altamente desejável usar uma fonte de boa qualidade de água limpa para reduzir as chances de corrosão nos elemen tos de resfriamento. Isto normalmente requereria um sistema de resfriamento pequeno dedicado ao resfriamento dos cristalizadores. Em números redondos, uma fábrica processando 10.000 t/d de cana teria torre de resfriamento resfriando 100 t/h de água com uma carga térmica de cerca de 1 MW. A quantidade de água é prontamente calculada a partir de um balanço de energia; é esperado ser cerca de 1 a 1,5 m-^ de água por m^ de massa co zida. Muitas vezes, água de resfriamento de con- densador é usada para esta tarefa. Entretanto, esta água é sempre contaminada com açúcar e freqüen temente contém sólidos suspensos. Água de má qualidade sempre levará à corrosão e vazamentos, que requer que o fornecimento de água ao cris taiizador afetado seja cortado e às vezes conduz a reparos custosos. O teste de pressão para vaza mentos nos elementos de resfriamento durante a entressafra é uma tarefa essencial de manutenção. Por outro lado, um sistema pequeno dedica do necessita de muito pouca dosagem de produ tos químicos, porque a contaminação com açúcar não é um problema. A temperatura da água não precisa ser muito abaixo de 35 °C. ou seja. não é uma aplicação de torre de resfriamcnio onerosa. A diferença de temperatura entre a água e a mas sa cozida não deve ser muito alta, ou senão ocor rerá o "congelamento" de massa cozida sobre os elementos. Isto é particularmente veriíicável em massas cozidas A. onde as diferenças de tempera tura maiores do que 10 °C podem causar cristali zação de sacarosc nos elementos de resfriamento, isolando-os, efetivamente. O arranjo ideal inclui uma instalação para con trolar a temperatura da água de resfriamento, par ticularmente para as massas cozidas A. de modoa controlar a temperatura de saída dos cristaliza dores A. Isto pode ser facilmente alcançado por desvio de uma proporção da água que retorna dos cristalizadores por fora das torres de resfriamento para elevar a temperatura de água de retorno. Referências /tuwí^' M.: Whilc E.T. (1V76): tllTccl DfcoMal Dti lhe viscDsily of inassccuiles- frof. Quccnslaiul Soe. Siiyar Cano Tcchnol. 4,t. 26.1-270. íiorkcr H. ( lyyS): Theorclieal and praelical eonsidcralions <m lhe rhcoloyy ot' sugar produels. Pme. .S. At'r, Sugar 'ieeliiiol. Ass, 72. 300-10.'^. liojcir R: Khtm íinxulfooi R. (1097): tisiimaling prcssu- rc losscs in pipc liuings al low Rcynolds nuinher. Proc. AusI. Soe. Sugar Cano Tcchnol. 19. 479—tX4. BnuulfoKl R. ( 19X4): Viscosiiy iimilaiions on massceiiitc cxhau.s- lion. Proc. Ausl. Soe. Sugar Cano Tcehnol. 6. 279-286. Uroíiílfool R-: /> W'""" MJ.: Daniel J.E.: Morris J.T (1994): Prcs- surc loss in pipo liltings al low Rcynolds numhcr. Proc. Ausl. Soe. Sugar Canc Tcehnol. 16. 330-339. 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Orientado pela Qualidade. centrífugas bateladas 7 TINÜAS i Silver Weibull Sweden AB i info@silver-weibull se I www.silver-weibuH se 17 Separação centrífuga Após a cristalização, os cristais de açúcar são separados da massa cozida por centrifugação. De vido à natureza do licor mãe. particularmente o teor alto de sólidos dissolvidos e consistência alta. as forças centrífugas precisam ser altas, exigin do máquinas de velocidade alta. O equipamento empregado é usualmente denominado centrífugas ou máquinas centrífugas, embora nas industrias de processo em geral centrifugadora seria o termo aceito. Na Austrália elas são comumentc denomi nadas pela forma curta "fugals". Existem essencialmente, duas formas de cen trífugas em uso. a saber, máquinas de batelada e contínuas. As máquinas contínuas são mais bara tas, mais fáceis de operar e têm custo de manuten ção menor. Porém elas levam à ruptura do cristal na descarga da máquina e não são normalmente usadas na produção de açúcares comerciais onde se requer um tamanho de grão especificado. Al guns desenvolvimentos novos têm levado ao uso de centrífugas contínuas na produção de açúcar de pureza alta, mas elas ainda têm algumas desvanta gens associadas a elas. O processo de separação centrífuga precisa ser precedido por um passo em que a massa cozida é condicionada para separação ótima. Em massas cozidas de alta pureza, isto pode consistir somente na garantia de que a massa cozida está na tempe ratura desejada. Em função da alta consistência do licor mãe em massas cozidas C. é normal instalar algum tipo de aquecedor de massa cozida antes das centrífugas C. Na saída dos cristalizadores de resfriamento, a supersaturação do licor mãe é alta e certo reaquecimento da massa cozida C pode ser feito sem dissolução de qualquer cristal. Após a centrifugação da massa cozida, o açú car produzido é geralmente enviado a um secador (Seção 19.2). O açúcar de pureza mais baixa ou será derretido ou será utilizado como magma para retorno aos cozedores como semente ou pé. Der- retimento é o termo usado para referir-se à disso lução do açúcar em água ou caldo clarificado. O equipamento utilizado é descrito neste capítulo. 17.1 Teoria 17.1.1 Centrífugas de batelada e contí- Em funçãodas densidades do cristal e do licor mãe serem similares e devido à alta viscosidade ou consistência do licor mãe, a separação centrí fuga é a única opção prática. O tamanho do cristal a ser removido está na faixa de 0,1 a 1 mm em média e uma tela de metal é usada para reter o cristal e permitir que o licor mãe escape. Centrífugas de batelada e contínuas são com pletamente diferentes em geometria. Desenhos diagramáticos são mostrados nas Figuras 17.1 e 17.2. Na máquina de batelada. uma camada de Referências pci^. 520 17 Separação centrífuga açúcar é formada, a partir da qual o licor mãe drena sob a força centrífuga alta. Ainda re.sta uma camada fina de licor mãe ao redor dos cristais. Atuador da válvula de descarga _ Motor de acionamento _ Suspensão e mancais Alimentação --—de massa cozida Válvula Freio mecânico Desça rregador Limitador de carga Monitor Tubo de ~ lavagem com água Descarga de açúcar Figura 17.1: Esquema diagramático de uma centrífuga de batelada particularmente nos interstícios entre os cristais. Por isso é sempre incluído um estágio de lavagem, onde água e/ou vapor são aplicados no cesto da centrífuga para remover o licor mãe do cristal. Isto tem de ser controlado muito de perto para al cançar a lavagem de cristais sem dissolução sig nificativa. Na máquina contínua, o cristal se move conti nuamente para cima na tela inclinada, como uma conseqüência da força centrífuga. A camada de cristal é fina. da ordem de 3 a 6 mm e com o mo vimento do cristal, é um pouco mais fácil drcnaro licor mãe. Porém, o cristal permanece na tela por um período de tempo muito curto, da ordem de poucos segundos e assim, o tempo de drenagem é reduzido. Água e vapor são geralmente adiciona dos conforme a massa cozida entra na máquina e menos freqüentemente sobre os cristais no cesto. 17.1.2 Forças centrífugas A drenagem de líquido da massa cozida é favorecida pela força centrífuga, excedendo em muito a força gravitacional a qual seria eficaz se fosse admissível simplesmente drenar a massa co zida por gravidade. A força centrífuga c depen- Cesto cônico perfurado Defletor de mel Alimentação de massa cozida Cone de alimentação (adição de água e vapor) Motor de aciona mento Acionamento de correia Descarga de açúcar Figura 17.2: Esquema dia gramático de uma centrífuga contínua 17.1.2 Força.s centrífugas dente da velocidade de rotação e do diâmetro do cesto. E usualmente expressa cm relação à gravi dade. levando ao uso do termo fator G. que é sim plesmente a relação entre a aceleração centrífuga e a aceleração devida à gravidade da Terra. Pode ser escrita como: G = — (17.1) íi onde ü) é a velocidade de rotação cm radianos/s e r é o raio do cesto. Alterando a velocidade para rotações/min e usando o diâmetro em vez do raio. esta se torna: C = 5,59 10-' u- f/ (17.2) onde n é a velocidade em min"' e r/ o diâmetro do cesto cm m. Em máquinas contínuas, a camada de açúcar é fina e o diâmetro do cesto é usado para calcular a força G. Numa máquina de batelada. a espessura da camada de açúcar 5 deve ser levada em conta. Neste caso. as equações (17.1) e (17.2) devem ser modificadas para representar o valor médio con forme: G = 5,59 1()^ ■/;- (íZ-ô) (17.3) (17.4) Contudo, a fi m de encontrar a força G efetiva, é necessário integrar através da largura da cama da de açúcar. Considerar um elemento cilíndrico dentro da camada de espessura dv. uma distância .v a partir do eixo do cesto, o qual tem uma altura h. Este elemento está sujeito à força centrífuga dF: ÚF = ni ■ CO' • .V dF = 271-/» - p -tú" ■ .V" dv onde p é a densidade da massa cozida. Integrando de r, a (raios interno e externo da camada de açúcar) leva â: F = 271 ■ /i ■ p ■ (O" ■ " .v" ■ dv 'yF = ^7t-/i p-to- [/;/-íf] (17.5) A massa de açúcar no cesto é dada por: m = 7c /íp[r„--í--] (17.6) A força é determinada também por: (17.6) F = ni (ú' • r. (17.7) onde é o raio efetivo. Igualando as equações (17.5) e (17.7) e substituindo (17.6) em (17.7) conduz à: 'cfí , 2 2 3 r ~ r (17.8) A força G efetiva deve ser calculada usando na equação (17.1). A Tabela 17.1 mostra valores típi cos para a força G usando valores de r diferentes. Na maioria dos casos, as diferenças são pequenas. Tabela 17.1: Avaliação da força centrífuga C para dimensões típicas de centrífugas de batelada Força G avaliada no: Raio máximo Raio médio da camada de açúcar Raio efectivo da camada de açúcar Diâmetro do cesto Velocidade do cesto Espessura da massa cozida em mm em mm em mm Referências p(ii>. 520 17 Separação centrífuga mas é importante usar o mesmo método de cálculo ao fazer comparações. Os valores típicos de G variam de 1200 a 2200 para máquinas contínuas, com os valores maiores sendo observados em máquinas para massas de baixa pureza. Com a centrífuga contínua de tela inclinada, o fator G pode ser calculado usando o diâmetro máximo ou médio. Geralmente, a força C máxima, a que os cris tais de açúcar são submetidos no topo do cesto, é o fator de maior importância (Tabela 17.4 na se ção 17.3). 17.1.3 Teoria da separação sólido-líquido Na centrifugação da massa cozida, duas fases podem ser identificadas. Inicialmente o líquido flui através do leito compacto de cristais de açú car, segundo a equação de Blake-Kozeny, que dá a velocidade u em que o líquido flui através do leito compacto. Esta equação é {BircI et al. 2002): if = £-Ê-A ?—^ (17 9) 150. Esta mostra que a velocidade é proporcional ao diâmetro dos cristais elevado ao quadrado d~ e in versamente proporcional à viscosidade p. A ace leração da gravidade g deve ser substituída pela aceleração centrífuga, o que significa que a vazão é diretamente proporcional à aceleração centrífu ga. O líquido flui mais rápido se os cristais forem maiores, mas de fato o termo e-V(l - e)- tem um efeito muito maior. Grinwood et al. (2003) rela taram que a fração de vazio £ numa camada de cristais de açúcar é cerca de 0,42. Bruhns (2004) relatou que a fração de volume de cristal varia entre 0,35 e 0,5, dependendo da quan tidade de cristal fino. Aumentando £ de 0,4 a 0,5, incrementa este termo na equação (17.9) de 0,18 a 0,5 e reduzindo £ para 0,3 decresce este termo para 0,055. Isto enfatiza o fato de que uma poro- sidade alta é grandemente vantajosa; é a mais alta com uma camada de partículas de tamanho uni forme e piora à medida que a desigualdade no ta manho de cristal aumenta. Isto pode ser entendido admitindo que as partículas pequenas preencham os espaços entre as partículas grandes. Assim é importante buscar uma distribuição de tamanho a mais uniforme possível. A segunda fase do processo ocorre assim que a drenagem estiver quase completa. O líquido é retido no leito de cristais pela tensão superficial e ação da capilaridade no ponto onde os cristais se locam. Quanto maior a velocidade de rotação, menor será a quantidade de líquido retido. Este líquido é às vezes denominado como a saturação residuíil. Do trabalho de Domhntwski e Brownell (1954), a quantidade de líquido remanescente numa massa centrifugada numa força G é determi nada pelo número de capilaridade, o qual é direta mente proporcional à permeabilidade da camada de cristais e à força G c inversamente proporcio nal à tensão superficial. De acordo com suas cor relações. uma alteração em qualquer uma destas variáveis terá um efeito direto no teor de umidade da massa de açúcar. Wrighi et al. (1995) obtiveram uma expressão para a drenagem do licor mãe da massa sem qual quer adição de água de lavagem. Eles puderam correlacionar os dados em termos da relação de não sacarose/sólidos de açúcar a partir de expe rimentos em duas usinas usando o tempo no qual a força G excedeu 250 (í^.,,). a força media no tempo, durante este tempo, bem como a viscosi dade do licor mãe p e o CV do açúcar: ^NS/DS =0.729 (17.10) Esta relação indica que será alcançada melhor drenagem quando o açúcar tiver um CV baixo com uma viscosidade mais baixa e uma força G maior em um tempo mais longo. 17.1.4 Efícíênciade lavagem A lavagem do açúcar na tela inevitavelmente envolve uma solução conciliatória. O objetivo é usar água suficiente para atingir a pureza de açú car requerida, mas não demais que dissolva uma quantidade excessiva de cristal. Isto é muito me lhor obtido com água quente, aplicada uniforme mente sobre o cesto. Lavagem desuniforme pode 17.1.5 Quebra de cristal lavar em excesso algumas partes do cesto e deixar outras completamente não lavadas; isto torna a ta refa de aiingimento do objetivo muito difícil. O grau de dissolução pode ser avaliado pela medição da queda de pureza entre o licor mãe da massa cozida antes da máquina o mel após a mesma. Usualmente isto não deve ser mais do que três unidades de pureza. A eficiência de remoção da não sacarose do açúcar pode ser calculada através da eíiciência de purga q. Esta é delinida como a fração de não sa carose na massa cozida que é removida na corren te de mel. Ela pode ser calculada de: ^ = ^ (17.11) A eficiência de purga nas centrifugações pode ser acima de 0.95 nas centrifugações de açúcar bran co de refinaria, caindo para ao redor de 0.85 em massa.s cozidas C. A relação entre não sacarose no açúcar e a não sacarose na massa cozida é deter minada por (1 - q). Se a pureza do açúcar for 100. então a equação (17.1 1) mostra que a eficiência é a unidade. Entretanto esta somente pode ser ob tida com lavagem excessiva. Em refinarias pode ser mais comum calcular o rendimento de açúcar; neste caso porque as purezas são todas muito al tas, e o rendimento em cristal (fracionário) é cal culado a partir do teor de cinza de cada corrente de acordo com a equação: Rendimento = ((a/13S.Mo ~ ̂y/Vl3S,S (17.12) 17.1.5 Quebra do cristal A quebra de cristal não ocorre em quantidade significativa numa máquina de batelada. A raspa- gem do açúcar do cesto é branda o suficiente para não causar danos aos cristais. A situação é dife rente. porém em máquinas contínuas, nas quais o cristal voa sobre o topo do cesto e bate no lado interno do monitor. Trabalho feito por Sn indells e Whiie (1980) demonstrou que cristais maiores quebram mais facilmente do que cristais menores e que a velo cidade em que os cristais impactam uma superfí cie sólida precisa ser menos do que cerca de 10 m/s para eliminar a quebra de cristais. Visto que a velocidade tangencial de saída do topo do ces to é da ordem de 100 m/s. não é surpresa que os cristais quebrem quando impactam a parte interna do monitor. Esforços para eliminar a quebra têm envolvido uma das seguintes soluções: 1. Pressurização do espaço de ar na máquina, na esperança que a densidade do ar maior reduzi rá a velocidade do cristal mais rapidamente. 2. Usando uma corrente de ar para soprar ar numa direção para defletir os cristais voadores e reduzir suas velocidades. 3. Empregando um anel rotativo com palhetas verticais, rodando numa velocidade levemente menor do que o cesto para frear o açúcar e defleti-lo. 4. Aumentar a dimensão do monitor para dar aos cristais tempo suficiente de reduzir a velocida de antes do impacto a uma velocidade abaixo de 10 m/s. 5. Adaptar a forma da placa na qual os cristais impactam de modo que eles a atinjam ini cialmente somente numa trajetória oblíqua e então continuem a descer pela placa inclinada continuatnente de maneira que evite um im pacto direto. Somente as duas últimas soluções foram bem- -sucedidas. A quarta alternativa tem sido utilizada com sucesso em açúcar de baixa pureza, que tem um tamanho de grão pequeno. Cristais maiores desaceleram mais lentamente, o que significa que um invólucro excessivamente grande é necessário para a maioria dos açúcares de alta pureza de grão grande. A última solução é a utilizada em centrí fugas contínuas para açúcar de alta pureza e tem sido muito bem-siicedida na eliminação da que bra. Rein e Archibaíd (1989) demonstraram con- clusivamente que não ocorre virtualmente nenhu ma quebra de cristal conforme o cristal rola para cima na tela. mas que a quebra ocorre no impacto com a parte interna do monitor. Isto foi a seguir confirmado pela operação de centrífugas contínu as para açúcar de alta pureza. Swimlells e White (1980) também mostraram que a quebra de cristal pode ser bastante reduzida, se o açúcar impactar uma camada de líquido na superfície sólida. Isto é feito uso em máquinas de magma analisadas posteriormente. Referências pcifi. 520 17 Separação centrífuga 17.2 Centrífugas de batelada 17.2.1 Descrição geral O diagrama esquemático de uma centrífuga de batelada (Figura 17.1) apresenta as características principais. O cesto é um tambor com um diâmetro de 1,2 a 1,8 m, com um número grande de furos de 3 a 6 mm de diâmetro feitos na seção cilíndrica para permitir ao líquido escapar. O cesto é dotado de uma tela fina que retém os cristais. Há também uma contratela atrás da primeira tela fina, para au xiliar a drenagem do licor mãe. O fundo do cesto tem uma válvula que é mantida fechada durante o enchimento e centrifugação e aberta no final de cada ciclo para possibilitar ao açúcar cair num transportador abaixo da máquina. O açúcar é nor malmente raspado da tela com um descarregador com raspador, que fica retraído durante a maior parte do ciclo quando não está em uso. O eixo de acionamento se estende do fundo do cesto até um motor elétrico montado no topo da máquina, o qual aciona o cesto. Estes motores são grandes, da ordem de 100 a 500 kW, na medida em que eles têm de acelerar e desacelerar uma carga grande num tempo curto. Cada ciclo leva cerca de três minutos, da alimentação da massa cozida na má quina, aceleração, giro, desaceleração e descarga de açúcar. O cesto é dotado de bicos asperssores de água para lavagem do açúcar. O conjunto rotativo é montado em amortece dores de borracha para ab.sorver vibração resultan te de dcsbalanccumcntos. Devido às velocidades altas, acima de 1000 min ', qualquer desbalance- amenio pode ter conseqüências sérias. As máqui nas possuem sensores que detectam vibração ou qualquer movimento lateral do conjunto girantee desarmam o motor no evento de situações de des- balanceamento sérias. 17.2.2 Ciclo de batelada Controladores lógicos programáveis (PLCs) são usados universalmente para controlar a seqü ência de batelada. O PLC controlará a seguinte seqüência, partindo com uma máquina vazia: 1. Na velocidade requerida de alimentação, usu almente entre 150 e 240 min ', abrir a válvula de alimentação. 2. Fechar a válvula de alimentação quando a camada de massa cozida atingir a espessura requerida, conforme sentida pelo limitador de alimentação. 3. Acelerar o cesto à sua velocidade máxima definida. A velocidade máxima é cerca de 1200-1500 min ' para um cesto de 1.2 m e cerca de 1000 min"' para cestos muito gran des. 4. Iniciar e parar a lavagem. A primeira lavagem será iniciada durante a aceleração e uma ou duas lavagens subsequentes são normais du rante o ciclo, dependendo do açúcar sendo centrifugado e da pureza desejada. Centrifugação Alimeeítaçâo Figura 17.3: Ciclo típico de centrífuga de batelada, mostrando velocidades do cesto e consumo de potência para uma máquina com frenagem regenerativa 17.2.3 Comparação de projetos diferenie.s Figura 17.4: Seção transversa! de uma centrífuga de baielada I Motor de acionamento: 2 .Suspensão; 3 Freio a disco: 4 Aco- plamento do eixo; 5 Eixo: 6 Monitor; 7 Cesto: 8 Descarrega- dor; 9 Válvula de fundo A aberta. B fechada: lÜ Spray de água; I I Misturador de alimentação; 12 Válvula de alimentação; 13 Ca lha de alimentação; 14 Descarga de mel; 15 Calha de açúcar 5. Controlar a velocidade no ponto de regulagem da velocidade alta de centrifugação pelo perí odo de tempo especificado. 6. Desacelerar o cesto até a velocidade correta para descarga do açúcar ser atingida. 7. Abrir a válvula de descarga no fundo da má quina e iniciar a descarga do açúcar. O raspa- dor do descarregador entra na massa de açúcar e a move para baixo ao fundo do cesto, após o que é retraído e retorna à sua posição esta cionaria. 8.Fechar a válvula de descarga e acelerar para a velocidade de alimentação. 9. Lavar o cesto para limpar a tela antes da admissão da alimentação. A lavagem do cesto é omitida às vezes ou então é feita somente após um número pré-definido de ciclos. 10. Repetir o ciclo. O PLC normalmente tem um painel de con trole em cada máquina, no qual o operador pode ver o status de cada ciclo e alterar alguns parâmetros tais como tempos de lavagem. As seqüências no ciclo são apresentadas na Figu ra 17.3. A duração de cada ciclo depende grande mente da dimensão do motor, já que a corrente máxima determina os tempos para aceleração e desaceleração que tomam a maior parte do ciclo. Um tempo de rotação ligeiramente mais longo e/ou tempo de lavagem maior podem ser necessários sob algumas condições para se ob ter a qualidade de açúcar requerida. A maioria dos fabricantes de máquinas garantirá de 18 a 25 ciclos/h. 17.2.3 Comparação de projetos di ferentes As centrífugas disponíveis no mercado são todas basicamente similares, mas têm carac terísticas diferentes e diferem no detalhe. Al guns detalhes típicos são fornecidos na Tabela 17.1. Um resumo da ofertas dos fabricantes é publicado periodicamente em Sugar Industry/ Zuckerindustrie; o último avaliou 83 máqui nas diferentes de 9 fornecedores diferentes (Anon. 2001). Os detalhes de uma máquina de batelada típica são mostrados na Figura 17.4. Cesto. O diâmetro é geralmente maior do que a altura, o que ajuda a alcançar valores altos de G com um eixo central mais curto para manter mínimos problemas potenciais de desbalanceamento. O cesto cilíndrico tem um rebordo no topo, suficientemente largo para Referências pá}i. 520 17 Separação centrífuga acomodar a espessura requerida da camada de açúcar de 1 70 a 260 mm. Aço inoxidável é o ma terial de fabricação do cesto preferido em função do ambiente corrosivo. Entretanto a corrosão sob tensão pode levar à trinca e à quebra dos cestos com conseqüências desastrosas. Por esta relação, alguns cestos têm aros de aço carbono montados com interferência sobre o lado externo do cesto. Alternativamente aços duplex são especificados, em função de serem menos suscetíveis a este pro blema. Telas. A tela em que o açúcar é retido c usu almente feita de aço inoxidável, bronze ou cobre. Ela pode ter perfurações circulares de cerca de 0.5 mm de diâmetro ou ranhuras de cerca de 0.4 mm de largura e 5 mm de comprimento. A área aber ta é entre 18 e 25 %. O tamanho das perfurações em relação à dimensão de cristal não é tão crítico como em máquinas contínuas. A camada de açú car formada retém a maior parte do açúcar e muito pouco deste, passa através dos furos da tela. As telas são instaladas com uma leve sobreposição, com cuidado sendo tomado para assegurar uma superfície plana, à medida que o raspador do des- carregador raspa a tela. A contratela pode ser feita com um ou dois aramaes tecidos de 4 a 8 mesh. sendo o material latão ou aço inoxidável. Porem a tela pode assumir a forma da contratela e con traídas especificamente projetadas, para evitar este problema, com uma superfície mais lisa. são preferíveis, visto que elas melhoram a drenagem e consequentemente o desempenho global da má quina. Um exemplo é mostrado na Figura 17.5. Figura 17.5: Contratela projetada para centrílugas de ba- teladas (cortesia de Ferguson Perforating) Descarregadores. Os projcttis mais antigos ti nham dcscarregadorcs que se retraíam totalmente para fora do cesto quando não estavam em uso. O.s novos modelos mantêm o descarrcgador dentro do cesto ao longo de lodo o ciclo, mas posicionados de modo a nãt) interferir com a alimentação da massa cozida e com a lavagem. Este é um arranjo mais limpo e harmonioso c reduz a quantidade de movimento exigidos do descarrcgador. Os dcs carregadorcs possuem pontas que se desgastam e precisam ser substituídas e um ibrnecedor oferece um descarrcgador que prende o açúcar nas pontas c usa a camada de açúcar para raspar a tela. A ge ometria da maioria dos descarregadores é tal que se este encontrar uma obstrução, ele c puxado em direção ã tela. As centrífugas Broadbent são projetadas com ponto de pivô do descarregador fora do cesto, de modo que ele recue para fora ao invés de ser pu xado para dentro. O descarregador pode ser regu lado bem perto da tela neste caso. Outros forne cem um sistema estabilizador do cesto para parar qualquer movimento lateral do cesto durante o descarregamenio. reduzindo a probabilidade do descarregador entrar na tela e pt)ssibilitando o uso de folgas menores. Os descarregadores têm sido feitos maiores nos modelos nt)vos para reduzir o movimento vertical necessário e acelerar o des- carregamento. Suspen.são do cesto. Todas as máquinas têm cestos suportados a partir do topo num sistema de suspensão Ilexível. E necessário projeto especial da suspensão e da caixa de rolamentos para ser possível a absorver desbalanceamentos. A maio ria tem um acoplamcnto conectando o eixo a um motor padrão. A Broadbent projeta os motores para se ade quarem à aplicação e o eixo estende-se do cesto ao motor. Em função do projeto de cesto suspen so. a máquina tem uma freqüência de ressonân cia numa velocidade crítica. A velocidade crítica é bem baixa e depende do comprimento do eixo e da resistência do amortecedor da suspensão. O projeto deve assegurar uma velocidade crítica baixa e a centrífuga precisa ser alimentada numa velocidade acima desta. 17.2.5 Acionamentos de centrífugas Estruturas de suporte da centrífuga. Todas as centrífugas são uma fonte de vibração e a es trutura de suporte tem de ser projetada para ser suficicnienienle forte e rígida para suportar o peso do equipamento. Isto signiiicará inevitavelmente uma estrutura mais sólida do que seria necessário simplesmente para suportar o peso do equipamen to. A rigidez, precisa ser tal que as freqüências de ressonância da estrutura sejam pelo menos 33 e preferivelmente 50 '/r maior do que as velocidades máximas da centrífuga. Os detalhes são dados por Gri/finooc/ Cl al. (2003). A estrutura de suporte é freqüentemente uma área com problema de corrosão, por causa da con dição úmida e quente do local de instalação. Uma proteção adequada é importante. É também alta mente desejável proporcionar altura livre genero sa entre o chão e a estrutura metálica de supor te das máquinas. Assim é muito mais fácil fazer manutenção em bombas e outros equipamentos e manter a área limpa. Arranjos de alimentação e de descarga. O açúcar é descarregado através de uma abertura no fundo do cesto. É mantida fechada durante a maior parte do ciclo e abre ou para cima ou para baixo dependendo do projeto em particular. O ar ranjo de alimentação da massa cozida, usualmente tem uma válvula borboleta para controlar a vazão da massa cozida no cesto e tem ou uma segunda válvula ou uma bandeja de gotejo para evitar que gotas de massa cozida caiam no cesto e contami nem a camada de açúcar durante a centrifugação. A massa cozida é usualmente direcionada para uma chapa cônica inclinada anexada ao eixo e que gira com ele. Isto direciona a massa cozida para o meio do cesto de onde ela flui para cima e para baixo para formar uma camada uniforme. Um de- tector de espessura fecha a válvula de massa co zida quando o volume desejado de massa cozida foi completado. 17.2.4 Capacidades das centrífugas A capacidade de uma máquina individual é determinada pelo tamanho do cesto e número de ciclos por hora que a máquina pode alcançar. A taxa de capacidade volumétrica V de uma máqui na em m Vh é dada por: V = jt • (/;- - /•.-)• h ■ n (17.13) onde n é o número de ciclos/h. /í é a altura do cesto e r, e r são os raios, externo e interno da camada de massa cozida, todos expressos em m. O raio externo deve idealmente levar em conta a espessura da tela e contratela. cerca de 3-5 mm. A equação (17.13) pode ser expressa como: V = TC • (2 • - ô) • 5 /í ■ /í (17.14) onde ô é a espessura da camada de massa cozida. A capacidade de uma máquina é normalmentecerca de 10 9^ maior do que a calculada com a equação (17.14). porque parle do licor mãe é se parado através da tela durante a carga. Entretanto, dependendo da qualidade da massa cozida e da pureza do açúcar desejado, pode não ser possível encher o cesto até a espessura máxima possível. Não é incomum encontrar situação na qual a má quina possa ser carregada com somente cerca de 80 % da capacidade máxima estabelecida. No projeto da estação de centrífugas de ba- telada. o número necessário de máquinas é cal culado a partir do volume de massa cozida a ser processado e uma máquina extra é às vezes inclu ída considerando que a manutenção periódica ou 0 ajuste das máquinas de batelada. é necessário. Isto pode influenciar a escolha do tamanho da má quina selecionada. Em geral é esperado que uma usina opere com no mínimo quatro máquinas de batelada. o que significa que fábricas pequenas terão máquinas menores com uma capacidade de 1 t/carga ou menos e somente fábricas muito gran des instalarão máquinas com uma capacidade de 2 a 2,5 t/carga. 17.2.5 Acionamentos de centrífugas As máquinas mais antigas eram acionadas por motores de velocidade fi xa ou motores multipolos para possibilitar as velocidades diferentes neces sárias para centrifugação, alimentação e descar ga. A desaceleração dos motores era feita por um Referências pá^. 520 17 Separação centrífuga sistema de freio mecânico. Isto é desperdício de energia, requer manutenção adicional do sistema de freio e não tem flexibilidade em termos de se leção de velocidade para adequar-se à operação. Com o advento dos motores de CC e controles por tiristores, muitas cenirílugas foram instaladas com esta forma de acionamento. Isto .superou uma série de desvantagens e melhorou grandemente a eficiência energética. Porém, os motores de CC eram geralmente problemáticos. O acionamento escolhido atualmente é o mo tor de CA de freqüência variável, particularmente para máquinas maiores, devido à sua flexibilida de e seu baixo consumo de potência. A potência líquida consumida é baixa em função dos freios regenerativos, onde a potência é recuperada con forme a massa rotativa desacelera. A corrente de pico é geralmente também menor do que a que se obtém com outros motores. Um perfil típico de potência e velocidade para um ciclo com um motor de CA variável é mostrado na Figura 17.3, na seção 17.2.2. O custo do motor geralmente au menta conforme a eficiência de energia aumenta. Uma comparação entre o consumo de energia e os custos para tipos diferentes de acionamento são mostrados na Tabela 17.2. Onde a eficiência energética não for importan te, acionamentos mais simples podem ainda ser selecionados. Os controles de velocidade variável não são apenas mais caros, mas mais complexos e por isso, inerentemente menos confiáveis. No caso de quatro ou mais máquinas, um sistema de acionamento seccional pode ser usado, no qual um sistema com capacitor de armazenagem e fon te de alimentação comuns é usado para aciona mentos de modulação de largura de pulso. Cada motor tem seu próprio inversor de saída. Isto ge ralmente leva a sistemas mais simples, o qual é também mais barato e tem um impacto de harmô nicas reduzido na fonte principal. 17.2.6 Operação de centrífugas de ba- telada Alimentação da massa cozida. O objetivo é alimentar a máquina uniformemente e alcançar uma camada uniforme de massa cozida no cesto e lavagem uniforme. O cesto precisa (iperar na velo cidade correia durante a alimentação. Se a veloci dade for muito rápida, a massa cozida purga muito rapidamente e não flui uniformemente para cima e para baixo no cesto. Sc a velocidade ior muito lenta, a massa cozida tende a cair para o fundo tio cesto. O mesmo sintoma é visto se as telas esti verem parcialmente entupidas e a drenagem res tringida. Problemas similares podem ser vistos se a taxa de alimentação for muito lenta ou muito rápida. O nível da massa cozida no alimentador que fica acima das centrífugas não deve variar de modo que afete a velocidade de alimentação sig nificativamente. O problema mais sério surge quando uma massa cozida de qualidade ruim com finos con sideráveis é processada. Os finos levam a taxa de purga muito reduzida e em condições severas, on das de massa cozida são vistas fluir para cima e para baixo do cesto. Vibração severa e forças de desbalanceamenlo são o resultado. A única forma de sair desta situação é alimentar uma carga muito reduzida em cada ciclo e operar numa taxa redu zida até toda a massa cozida ruim ter sido pro cessada. Tabela 17.2: Consumo típico de energia e custo de diferentes acionamentos de centrífugas {Griiiwood et al. 2002). Os inversores do acionamento são variadores de velocidade CA e IGBT significa Transistor Bipolar de Porta Integrada Entrada de energia em kWh/t massa cozida Custo relativo de motor e controles Ciclos / hora 25 20 15 10 Acionamento de 2 velocidades, freio mecânico 1.7 2.0 2.3 2,6 100 Acionamento de 3 velocidades, freio mecânico 1.5 1.7 1.9 2.2 100 Acionamento de 3 velocidades, frenagem por CC 1.6 1.8 2.0 2,3 108 Inversor (entrada de diodo/tiristor) 0.95 1.05 1.3 1.5 180 Acionamento por inversor (entrada de IGBT) 0.95 1.05 1.3 1.5 215 17.2.6 Operação de cenlrífuga.s de baleladas Lavagem de açúcar. Islo é uma parte impor tante do ciclo c rec]uer atenção cuidado.sa ao nível de detalhe.SC deseja-se t|üe a qualidade requerida do açúcar seja obtida sem dissoluçrio excessiva de açúcar. Os bicos de lavagem precisam ser regu lados para distribuir a água uniformemente sobre a camada de açúcar. Os bicos são regulados num cesto vazio e precisam ser observada a tolerância para a espessura da camada de açúcar no posi cionamento dos bicos. O processo é apresentado diagramaticamente na Figura 17.6. Bicos aspers- sores individuais podem ser girados para alterar a largura de cobertura de cada bico. Filtros na fonte de água são necessários para prevenir entupimen- to dos bicos. A água deve ser quente - condensado é a fonte preferida. A lavagem pode ser aplicada em mais de uma vez. A primeira lavagem deve .ser aplica da durante a aceleração. Payne (1982) recomenda que a água seja aplicada no momento que mel em excesso é removido, mas o espaço entre os cristais está ainda preenchido com mel (antes de a máqui na atingir a velocidade máxima). Se a água for aplicada após os vazios estarem presentes entre os cristais, então a água irá procurar o caminho de resistência mínima e deixar parte do açúcar ex cessivamente lavado e parte intocada. Este parece ser um bom conselho; é irrealístico esperar que a água e a camada de mel se misturarão; é necessá rio um enxágue do tipo pistonado da fase líquida. A eficiência de separação do licor mãe da mas sa cozida e melhorada por um tamanho grande de cristal, visto que a área superlicial de cristal a ser lavado é muito reduzida. Além disso, a separação é grandemente facilitada por cristais de formatos regulares com um CV baixo (Bruhns 2004). A quantidade de água de lavagem usada está usualmente na faixa de 1 a 3 kg/lOO kg de massa cozida. Acima desse nível muito pouco aumento na pureza de açúcar é alcançado. Visto que 1 kg de água consegue dissolver 3,54 kg de açúcar a 75 °C é evidente que esta quantidade de água de lavagem tem a capacidade para dissolver de 3.5 a 10,5 kg açúcar/100 kg massa cozida, ou apro ximadamente 7 a 21 kg por 100 kg de cristal de açúcar no cesto. Claramente, a água de lavagem deve ser usada com cuidado. Julienne (1983) de monstrou que cerca de 0.8 a 1.1 kg água/100 kg massa cozida foi necessário para produzir açúcar ^Superfície de açúcar - Tubo de lavagem Camada de açúcar Figura 17.6: Ajuste dos bicos de lavagem com água em ceiiirífuea de batclada VHP na África do Sul, que resultou na dissolução de cerca de 3 kg açúcar/100 kg cristal. Uma lavagem com vapor, que pode ser vapor vegetal 1 ou mesmo vapor 2. bem como água de lavagem podem ser usadas. Isto tem a vantagem de aquecer o cristal, tornando mais fácil a seca gem do açúcar. Foi sugerido também que o vaporpode se condensar sobre toda a superfície do cris tal. incluindo as superfícies dos cristais que a água de lavagem pode não contatar. Isto pode permitir que a quantidade de água usada seja reduzida. Em alguns casos, os furos da tela podem en tupir-se com um acúmulo de depósitos e a tela necessitará ser removida e limpa. Mais freqüente mente. a contratela entupirá com material sólido, particularmente peças (inas de bagacilho que não são removidas na clarificação ou que contami nem a massa cozida por caírem em cristalizado- res abertos. Isto pode também afetar seriamente a eficiência de lavagem. Isto é facilmente superado pelo uso de contratelas especialmente feitas do tipo mostrado na Figura 17.5. O uso de medição da cor do açúcar em linha (Neitec CoiourQ) pode ajudar a manter a quali- Rfferências />íçi>. 520 17 Separação centrífuga dada do produto a um custo mínimo. Ela pode identificar rapidamente quaisquer problemas com qualquer máquina em particular relacionando a medição à descarga de uma determinada máqui na. O instrumento é caro e requer calibração ten do medições da fábrica como referência, mas em muitas circunstâncias ele consegue se pagar (Siihr 2003). pelo apontamento de coisas tais como ar ranjo dos bicos de lavagem não uniformes, efeito de variação no misturador de alimentação de mas sa, efeito do tempo de lavagens com água. entupi- mento de tela e grãos falsos nas massas cozidas. O uso do instrumento numa rosca transportadora de açúcar bruto também possibilitou produzir açúcar bruto para uma refinaria anexa dentro de tolerân cias apertadas e também reduzir as quantidades de massa cozida total em 5 % através de esgotamento melhorado (King 2006). Classificação de mel. O primeiro líquido que escorre é licor mãe puro, o qual tem uma pureza menor do que o último que escorre, que pode ter se originado da lavagem com água. A água inva riavelmente dissolve algum açúcar no processo de lavagem. O escoamento final de maior pureza é às vezes desviado por meio de válvulas borboletas na saída da centrífuga, de volta ao mesmo cozi mento ao invés de ao próximo cozimento de pu reza menor. Isto é conhecido como classificação de mel e tem a vantagem de reduzir a recirculação de méis e de auxílio em baixar o perfil de pureza dos cozimentos na estação de cozedores. Tam bém reduz marginalmente o vapor consumido. A classificação de mel tem um efeito pequeno, mas pode ser usada vantajosamente. O ponto no qual o mel é desviado tem de ser determinado por medi ção, usualmente quando a pureza do escoamento eleva-se cerca de 10 pontos acima da pureza do primeiro escoamento. Tempo de centrifugação. O tempo no qual a máquina opera em velocidade plena é regula do também por experimentação sob condições e requisitos da usina em particular. Tempos de cen trifugação mais longos ajudam a remover líquido adicional e reduzem a umidade do açúcar, mas o efeito estabiliza-se com o tempo e tempos de rotação de mais de 60 s não são freqüentemente usados, a menos que a força C seja baixa, ou uma pureza muito alta seja buscada. Dcscarregamento. Esta é uma operação im portante e muitas vezes negligenciada. Superando de uma grande quantidade de problemas para al cançar um teor de cristal alto no co/.edor, grande parte do trabalho é perdida por uma operação dc descarga que deixa açúcar no cesto. Este açúcar é lavado pela lavagem de tela e reduz o esgotamento global do estágio dc recuperação do açúcar. O uso da classificação de mel minimiza o efeito, mas é ainda uma operação ineficiente. Se uma camada de apenas 3 mm de espessura é deixada no cesto, representa 1.5 do açúcar de uma camada de 200 mm dc espessura. Esta redução no esgotamento tem um efeito significativo na capacidade de toda a estação de cozimento, não apenas nas centrífu gas (Seção 15.2). A capacidade dc um projeto de centrífuga para consistentemente deixar o cesto limpo tem um grande valor e pode ser um fator decisivo na escolha do tipo de centrífuga a instalar (Moor e Greenjield 1988). Se a tela for totalmente limpa pelo dcscarregador, esta somente precisará ser lavada ocasionalmente. É importante manter o mecanismo do dcscar regador em boas condições c o jogo no mecanis mo deve ficar no mínimo. Caso contrário a lâmina raspadora não poderá ser ajustada próximo o su ficiente da tela sem o risco de toque e penetração na mesma. O dcscarregador é freqüentemente re gulado pelos técnicos para deixar uma leve folga entre a ponta do dcscarregador e a tela. para as- .segurar que este não arranque a tela. Isto requer muita atenção. Monitoramento da produção. Quando a es tação de centrífugas de batelada torna-se um gar galo, é muitas vezes útil um exercício para medir o desesempenho individual de cada máquina. A equação para a capacidade de produção de uma máquina, equação (17.14) contém duas variá veis que podem ser influenciadas pelo operador, a saber, espessura da camada de massa cozida e número de ciclos/h. Cada máquina deve ser veri ficada para ver se o limitador de carga está ajus tado para o nível correto. O nível ótimo é com freqüência ajustado para um valor abaixo da espe- 17.2.7 Inspeção do cesio Tabela 17.3: Análise de tempo de ciclo para um ciclo de baldada Tempo para velocidade de carga Carregamento Aceleração para velocidade alta Centrifugação em alta velocidade Tempo de Irenagem Dcscarregamenlo Duração total Ciclos / hora Tempo típico Faixa de tempos em s 4- 12 12- 25 30- 100 5- 40 35 - 100 20- 60 144-212 17- 25 Faixa de velocidades de rotação em min"' 150-240 1000- 1500 40 - 80 cilicação originai, cni função da natureza da mas sa cozida sendo processada. É instrutivo também cronometrar as operações individuais no ciclo de batelada. Freqüentemente será verificado que uma das operações em uma ou mais das máquinas está demorando mais do que deveria, o que pode ser corrigido pelo ajuste das máquinas pertinentes. Sc o intertravamento dos ciclos para íinearizar o consumo de potência estiver incorporado, a taxa de produção de toda a estação pode ser determina da pela máquina mais lenta. Uma orientação dos tempos para cada parte do ciclo é dada na Tabela 17.3. A aceleração e tempos de frenagem são usual mente ditados pela dimensão do motor e o tempo de cemtrifugação. pela pureza da massa cozida e pureza de açúcar desejada. 17.2.7 Inspeção do cesto A inspeção rotineira dos cestos das centrífu gas é vital. Eles estão sujeitos a um número muito grande de ciclos de tensão e são. portanto suscetí veis à falha por fadiga. A inspeção dos cestos deve ser conduzida no mínimo uma vez por ano, por pessoal experiente e qualificado. Isto requer re moção do cesto da máquina para inspeção e deve compreender: • Teste abrangente de trinca, por inspeção por líqui do penetrante, partícula magnética ou ultrassom. • Avaliação da extensão da corrosão e/ou erosão do cesto. • O aperto dos anéis, se existentes. Atenção particular deve ser dada às áreas alta mente solicitadas, tais como alterações nas se ções. áreas ao redor dos furos, cantos e conexão ao eixo. Se forem necessários reparos no cesto, precisa ser tomado cuidado para assegurar que a integridade do projeto do ce.sto não seja compro metida por procedimentos inadequados. O auxílio dos fornecedores deve normalmente ser conside rado. Trincas requerem que o cesto seja retirado de operação. 17.2.8 Misturadores de alimentação Um misturador de alimentação horizontal c usualmente instalado próximo às centrífugas, as quais são alimentadas pelo misturador através de uma ou mais válvulas. O misturador é agitado para manter a massa cozida uniforme em consis tência e prevenir sedimentação de cristal. O agita dor pode ser um vaso aberto em forma de U ou um distribuidor pressurizado de alimentação. Em um caso ou outro, a pressão acima das válvulas de ali mentação das centrífugas deve ser mantida a mais constante possível. No caso de um vaso aberto, um sistema de controle de nível será necessário. O volume do misturador deve ser tal que quan do uma máquina é carregada,o nível neste não é Referências /xíi». .120 17 Separação centrífuga afetado excessivamente. Ele pode ser dimensiona do para dar um tempo de residência nominal de 15 a 30 min e um volume de 4 a 8 m-^ por 100 t^^/h de taxa de moagem. O misturador deve girar a cerca de 4 min"'. Hiigot (1986:81 1) recomenda que a velocidade em min"' seja relacionada ao diâmetro (em m) do vaso pela relação; 3.25 «=—- (17.15) a Uma válvula de bloqueio próxima ao misturador é requerida para cada centrífuga. Quando não em uso. o tubo de alimentação, da válvula de blo queio até a máquina, precisa ser esvaziado e limpo de massa cozida. 17.3 Centrífugas contínuas As centrífugas contínuas são atualmente usa das universalmente para processamento de massas cozidas C e B em fábricas onde açúcar B não é um Figura 17.7: Corte de uma centrífuga contínua (cortesia de Thomas Broadbent & Sons) produto (inal. Elas também são usadtis cm rcíina- rias se o açúcar produzido for refundido. Um de senvolvimento mais recente é o uso de máquinas contínuas em açúcares de alta pureza. Isto não é amplamente aceito e as máquinas são um pouco diferentes das centrífugas convencionais. Elas são tratadas em uma Seção separada (17.3.6). As máquinas contínuas tem muitas vantagens sobre máquinas de batelada na produção de açú cares de baixa pureza: • Os custos de manutenção são muito menores: • A capacidade por máquina é mais alta; • A carga elétrica é constante e um motor menor pode ser usado: • Massas cozidas de má qualidade com uma faixaampla de tamanho de cristais podem ser processadas: • A estrutura metálica pode ser projetada para absorver menos peso e forças de desbalancea- mento menores: • Os custos de capital são menores: • A instalação inteira é muito mais simples. A propagação da adoção de centrífugas contínuas começou nos anos 1960. Algumas modificações significativas aos projetos iniciais foram necessá rias para alcançar níveis altos do desempenho (Ar- chibdlíl e McEvoy 1975. Kirhy e Aíhcrion 1974). Estas modificações incluíram melhoria da drena gem do mel fazendo mais furos no cesto, elevação da velocidade, melhorando a lubrificação dos ro lamentos. melhorando a adição e mistura da água com a massa cozida e aumentando as linhas de alimentação e dimensões de válvulas. 17.3.1 Descrição geral Uma vista transversal de uma centrífuga con tínua típica é mostrada na Figura 17.7. O ângulo do cesto é quase sempre 30° embora valores de 28 a 35° ainda sejam vistos em máquinas mais antigas. A massa cozida é alimentada no centro do cesto girante através de um tubo estacionário, com água sendo adicionada como um burrifo no cone de alimentação ou através de urna "vareta de lubrificação" localizada no centro da corrente de massa cozida na válvula de alimentação. Alguns projetos iniciais tinham a alimentação de massa 17.3.2 Comparação de projetos diferentes Tabela 17.4: Dclalhcs típicos de centnTujias contínuas Diâmetro do cesto cm mm Área de tela em ni- Potcncia do motor em kW Velocidade do cesto em rnin ' Força G no topo do cesto 0.9 .■^0 2 .C>() 2 620 1.1 .^7 2 200 2 700 1.4 2 100 2 710 1.7 75 2 000 2 680 1.9 90 1 9(H) 2 620 cozida direcionada ao fundo do cesto por um tubo de alimentação fora do centro no fundo do cesto. Estes dispositivos de alimentação são ainda forne cidos, mas não usados com freqüência. O arranjo de alimentação no centro permite mistura melhor do vapor e da água com a massa cozida. O cesto é acionado pelo fundo por um con junto de correias cm V em velocidade de até 2300 min"', dependendo do tamanho do cesto e aplicação da centrífuga. O diãtnetro do cesto na descarga de açiicar é disponível em tamanhos en tre 850 e 1600 mm. As centrífugas são suspensas em montagens antivibração para absorver a vibra ção causada pelas forças de desbalanceatiiento. As forças centrífugas são maiores em máquinas con tínuas que centrifugam massas cozidas de baixa pureza, na medida em que a separação do licor mãe é mais difícil. As forças G podem ser tão altas quanto 3000 no topo do cesto, consideravelmente maiores do que aquelas em máquinas de batelada. Os detalhes de centrífugas contínuas de diferentes tamanhos são dados na Tabela 17.4. 17.3.2 Comparação de projetos dife rentes Alimentação e lavagem. A vazão da massa cozida é controlada pela posição de uma válvula de alimentação. Esta é usualmente uma válvula íris, uma válvula de orifício variável que alimenta um "cordão" constante de massa cozida na máqui na. O espaço entre a alimentação e a garganta da centrífuga é normalmente enclausurado para evi tar a sucção de ar através da máquina. O ar resfria a massa cozida e pode interferir na descarga de mel. A centrífuga atua como uma bomba grande e tem potencial de bombear uma grande quantidade de ar em velocidades de rotação altas. Isto pode ter um efeito prejudicial na temperatura na máqui na {Jiiilienne 1982). É difícil misturar água ou vapor à massa co zida. Água e vapor são usualmente adicionados antes do cone misturador. incorporando uma série de pinos rodando com o cesto, os quais dispersam a massa cozida conforme ela atinge a seção rota tiva e facilitam o contato com a água e o vapor. O objetivo do cone de aceleração é suavizar a vazão da massa cozida e distribuí-la uniformemente no fundo do cesto. Um diagrama de um arranjo típico é mostrado na Figura 17.8. Uma variação deste projeto produzido pela BMA chamado distribui dor "Turbo" distribuidor escalonado coberto por um capo de vapor, permitindo mais contato entre a massa cozida e o vapor em cada degrau no cone de aceleração. Isto é mostrado na Figura 17.9. Drenagem do mel. É importante drenar mel para fora da tela o mais rápido possível. Portanto, é importante que drenagem suficiente seja pro porcionada, particularmente na parte do fundo do cesto. Ranhuras para agarrar o mel e furos para drenar os sulcos precisam ser previstos. Um nú mero grande (cerca de 100) de furos de 7 a 10 mm são feitos no cesto. Algumas máquinas têm drenagem na seção do fundo do cesto antes da seção cônica principal, como mostrado na Figura 17.8. Tendo removido o mel da massa cozida é im portante não permitir que o mel contamine o açú car. Com este propósito, arranjos de vedação di ferentes são incorporados no topo do cesto. Nem todos estes arranjos são exitosos. Referências púft- 520 17 Separação centrífuga Massa cozida Vareta de _ iubrificação , Válvula de alimentação Kirhy e Gn'i_í> (1986) chamaram atenção para o •"efeito bule de chá", que se refere ã tendência do líqui do aderir-se ã superfície ao invés de voar para fora como seria esperado. Foi observado que o mel se arrasta rá pela lateral do cesto e encontrará seu caminho no compartimento de açúcar se o arranjo de vedação não estiver adequadamente projetado. Açúcar Escoa- mento de xarope % w CO ^ Cone de aceleração Cone de mistura Figura 17.8: Arranjo dc alimentação de ma.ssa cozida numa centrí fuga contínua Projeto do cesto. Esta é uma parte importante e a mais crítica do ponto de vista de projeto mecânico, devido às altas forças envolvidas. Os cestos são feitos dc aço inoxidá vel e podem ser soldados ou fundi dos. Os procedimentos de fabrica ção são críticos para garantir que o cesto tenha integridade estrutural. Alguns fabricantes oferecem cestos feitos de aço inoxidável duplex. que é provavelmente o melhor mate rial para esta aplicaçãtí. em função de seu alto teor de cromo conferir resistência à ctrrrosão por pitting e A Figura 17.9: Arranjo de alimentação modificado A Turbo distribuidor BMA (esquerda) B instalado numa centrífuga EMA (direita) (cortesia da BMA) I 17.3.3 Capacidades das centrífugas porque eles são monos suscelíveis à corrosão sob tensão. Ao contrário da centrífuga de batclada. é necessário lixar as telas com firmeza para evitar a expulsão delas com o ai^iícar pela força centrífu ga. Um anel de trava no fundo do cesto mantém a tela no lugar. Suspensão da centrífuga. Duas soluções têm sido adotadas para o suporte damáquina. A maioria das centrífugas incorpora montagens de suspensão dentro do invólucro, suportando a par te rotativa. Para uma determinada força de des- balanccamento. esta solução tem a vantagem de sujeitar uma massa menor à vibração e permite que o monitor seja selado no piso. mas aumenta a amplitude de vibração no cesto. Outra solução a suspensão do conjunto monitor e o motor. Esta solução minimiza problemas com a correia de acionamento. Dimensão do monitor. Já que foi estabele cido que a quebra de cristal ocorre quando este impacta o monitor, a opção de um invólucro maior está disponível para máquinas que produzem açú car para pé de magma, uma tarefa que requer uma distribuição de tamanho de cristal razoável. As sim, na Alrica do Sul. máquinas produzindo açú car para magma com um cesto de 850 mm que normalmente têm um monitor com diâmetro de 1,75 m foram feitas com um monitor de 3 m. De forma similar, máquinas com um cesto de 1 100 mm foram instaladas com um monitor de 3.2 m ao invés do diâmetro normal de 1.9 m. 17.3.3 Capacidades das centrífugas É difícil definir a capacidade de uma centrí fuga com exatidão, porque há uma compensação em certo ponto entre capacidade e desempenho. Uma capacidade maior é possível com uma pure za de açúcar menor. É possível também para uma máquina suportar uma alta vazão de massa cozida pela adição de uma quantidade grande de vapor e água e sacrificando o desempenho e. levando a uma elevação alta de pureza. A capacidade deve ser olhada cm relação a uma especificação par ticular do desempenho para uma massa cozida de qualidade especificada (consistência e teor de cristal). Isto não tem evitado que os fabricantes definam as capacidades de suas máquinas, que são usualmente significativamente maiores do que as obtidas na prática na maioria das indústrias. Na prática, cada indústria tende a ter seu próprio pa drão de capacidades das centrífugas com base nas condições e requisitos locais. A Figura 17.10 apresenta relações de vazões de massa cozida para massas B e C baseadas nas capacidades máximas alegadas pelos fabricantes (Anon. 2001). Além disso, valores médios me didos na África do Sul baseados no trabalho de Sahculeo {\992) são expostos para comparação. As massas cozidas sul-africanas têm purezas meno- Projeto elétrico. As centrífugas contínuas usam um motor padrão, de 30 a 110 kW. depen dendo do tamanho do cesto. Visto que estas má quinas aceleram toda a massa cozida até velocida de alta sem recuperação de qualquer energia con sumida e induzem a formação de fortes correntes de ar, a eficiência energética destas máquinas não é particularmente boa quando comparada a uma centrífuga de batelada moderna. Em função de forças C altas serem necessárias em centrífugas de baixa pureza e devido à vazão de massa cozida através de cada máquina ser relativamente baixa, o consumo específico de potência é alto e fica na faixa de 3 a 10 kWh/tj^,^. Isto depende da força G e da pureza da massa. to C; Louisiana , C: Sahadeo B: Sahadeo Diâmetro do cesto em m Figura 17.10: Taxa de proce.ssamento médio de massa cozida de baixa pureza em centrífugas contínuas confor me relatado por fornecedores de equipamentos, comparada com dados de Sahadeo (1992) e dados típicos de massa cozida C da Louisiana Referências pág. 520 17 Separação centrífuga res e consistências maiores do que massas cozidas processadas em muitas outras áreas produtoras de açiicar: em outros países a capacidade das centrí fugas são muito maiores. Vazões de massa cozida C alcançadas na Louisiana são mais próximas dos dados dos fabricantes. Os dados sul-africanos de monstram uma dependência do diâmetro do cesto à uma potência de 3.1 para massas cozidas B e 4.4 para C; os dados da Louisiana mostram a mesma dependência para massas cozidas C. Várias sugestões para correlações de capaci dades em função da velocidade do cesto, diâmetro do cesto, força G, viscosidade da massa cozida, área da tela e volume do cesto, têm sido feitas para algumas de.stas ou todas as variáveis. A restrição na capacidade pode ser devido a alguma outra que não a máquina, tal como válvula de alimentação muito pequena, ou suprimento de vapor insufi ciente ao cesto, ou pode ser devido à especificação incorreta, por exemplo, um motor muito pequeno. E provável também que a capacidade seja limitada pela quantidade e viscosidade do licor mãe em vez da quantidade de massa cozida. Considerando a capacidade da máquina ser proporcional à força perpendicular na tela e à área da tela, Hugot (1986:801) chegou numa fórmula para a massa de massa cozida que passa através de uma máquina: T -> ^ ■ (^max ~ )w = 2 • c • (O- • — (17.16) 3tana (17.16) Usando a abordagem deles, a forma do efeito da capacidade é determinada por: m oc (17.19) \x r Onde /* é a resistência da tela. Admitindo velo cidades levemente reduzidas para cestos maiores, para uma massíi cozida de viscosidade constante, isto leva a uma dependência numa velocidade de cesto constante cm relação ao diâmetro de cesto, à potência 3.2. mais próxima do que é encontrado na prática. 17.3.4 Telas As telas usadas em máquinas contínuas são muito diferentes daquelas empregadas em máqui nas de batelada c a escolha correta da tela é muito importante. Em primeira instância, é necessária uma forma segura de prender as telas, na medida em que a força centrífuga tenta jogá-las para fora. Secundariamente, a dimensão da abertura na tela e a área aberta de tela têm uma influência muito maior no desempenho. Em terceiro, os cristais es tão se movendo continuamente através da tela, o que causa desgaste e requer uma verificação mais freqüente de suas condições. O tipo usual de tela empregado é feito por eletrodeposição de níquel com uma camada de que é o mesmo que: m = 2-c-co" • V (17.17) onde V é o volume do cesto e c é uma constante. Franzen (1991) propôs que a vazão de massa cozi da está relacionada com a área da tela A por: Chapa de meta! Ã Camada fotossensivel Exposição Desenvolvimento fh = c- A- G (17.18) que implica uma influência muito mais forte da velocidade. Ambas as relações (17.17) e (17.18) na prática levam à dependência do diâmetro do cesto ao quadrado, baseadas em condições ope racionais típicas para centrífugas de massas de baixa pureza. Greig et al. (1992) propuseram um Niimero de Capacidade para a caracterização de centrífugas. Conformação 4 I í Preenchimento 5 Eiectro formação 6 Separação da tela Figura 17.11: Esboço do processo de eleirotbrmação de íado único 17.3.4 Telas Tabela 17.5: Detallies dc tcla.s de níqiiel-cromo disponíveis Dimensão da abertura Espessura da tela Área aberta Aplicação em mm em mm em % 0.04 X 1.0 4.2 Massa cozida C 0.06 X 2.2 0.30 6.5 Massa cozida B ou C 0.09 X 2..^ 0.28 9.5 Massa cozida A ou B 0.04 X 2.2 0.35 7 Massa cozida C 0.06 X 2.K 0.33 11 Massa cozida B ou C 0.09 X 2.S 0.31 14 Massa cozida A ou B 0.13 X 2.4 14 Contínua de baixa pureza 0.06 X 1.2 0,45 15 Massa cozida B ou C 0.09 X 1.2 22.7 Contínua dc baixa pureza cromo duro. As leias são feitas com tendas, usu- almoiUe lendo uma largura de 0,06 ou 0,09 mm. uma relação entre comprimento e largura ao redor de 30 c uma área aberta entre 5 e 15 9f-. O pro cesso de manufatura impõe algumas restrições na interrelação entre algumas das variáveis, a saber, largura da tela e dimensão da abertura da fenda. Conforme a teia é feita mais espessa, a área aberta se reduz. Schiommn et al. (1992) dão uma boa descri ção do processo de manufatura de telas, mostra do na Figura 17.1 1. A imagem requerida da tela é desenhada e um filme fotográfico grande é feito da imagem. Um cilindro metálico cromado é po lido e revestido com uma camada fotossensível. E feita uma exposição à luz ultravioleta e a camada exposta é enxaguada e a emulsão remanescente é reeozida. A chapa é gravada por corrosão para for- Xrca dc abertura = ! ■ b Área asociada com uma abertura = (/+ 2 • ô + /»,)(/' + 2 • Ô + % área aberta = s—;— HK) (/ + 2 • 5 + /'J (/) + 2 • 6 + hj Figura 17.12:Cálculo de área aberta de tela mar depressões em forma de U que se estendem para baixo e sob a emulsão. Esta é então removida e a depressão enchida com resina. O cilindro é polido para formar a matriz. Uma tela de níquel é eletroformada na espessura re querida sobre a matriz em rotação pela aplicação de uma corrente elétrica através de uma solução de galvanoplastia. A tela é removida da matriz. O lado plano é polido e a tela recebe deposição de cromo-duro em ambos os lados. Este processo leva a uma tela com aberturas que são divergentes para assegurar que os cristais não fiquem presos nas aberturas. O processo de produção precisa ser muito bem controlado para garantir que a quanti dade correta de material seja depositada, ou en tão a largura da fenda é afetada. A ranhura não é usualmente perfeitamente retangular e algumas variações em sua largura são comuns. O controle de qualidade pelo fabricante é crucial. A Figura 17.12 mostra como a área aberta é calculada. A área aberta para uma tela com uma fenda de 0.06 mm é limitada a cerca de 7 % para uma tela de 0.3 mm de espessura e a cerca de 9 % com uma ranhura de 0.09 mm. Alguns fabricantes de telas, atualmente eletro formam a tela nos dois lados de modo que uma área aberta maior de até 15 % é possível, mas estas telas são consideravel mente mais caras. As dimensões típicas de telas disponibilizadas pelos fornecedores são mostra das na Tabela 17.5. Uma contratela de fios metálicos trançados é usualmente soldada ao cesto. A tela de níquel-cro- mo deve ter rigidez suficiente ou espessura para Rcfcrêm-iíis pái'. 32ü 17 Separaçao centrífuga assegurar que ela não assuma a forma da conira- tela. O efeito disto é a abertura maior de algumas das fendas, permitindo mais cristais passarem através dela. Um desenvolvimento mais recente é uma tela de aço inoxidável com fendas cortadas a laser. Ela tem a vantagem de ser consideravelmente mais dura, pode ser feita com uma área aberta maior, maior controle sobre a dimensão da ranhura é possível e ela tem uma vida mais longa iCnnie e Patino 1995). Entretanto ela é consideravelmente mais cara. Por esta razão, estas telas não são de uso universal. Uma opção adicional que ainda está em fase de desenvolvimento é o uso de tela de arame com perfil em cunha (trapezoidal) como usado para peneira- mento de caldo {Grímwood et al. 2003). Estas teias são muito mais fortes e menos suscetíveis a danos; elas podem também ser feitas para serem mais rígi das, resistentes ã corrosão e à abrasão e com maior área aberta. 17.3.5 Operação de centrífugas contí- As recomendações sobre a operação ótima da estação C destacadas na Seção 18.3.2 contêm al gumas questões relativas ao desempenho da cen trífugas C. Estes e outros detalhes são cobertos aqui. Monitoramento de desempenho. Payne (1992) disse: "Em nenhum ponto do processo, tanto açúcar pode ser perdido tão rapidamente e com tão pouco aviso". Ele faz um estudo vigo roso para monitoramento de rotina da temperatu ra, do tamanho de cristal e do aumento da pureza através de cada máquina. Medições da pureza do licor mãe usando um filtro Nulsch devem ser fei tas tomando-se amostras da massa cozida antes da centrífuga de modo que a elevação da pureza através de cada máquina possa ser monitorada. Não é possível obter o melhor desempenho desta operação se esta variável importante não for me dida. A elevação da pureza na centrífuga deve ser menos do que 3 unidades e preferivelmente menos do que 2 unidades. Lavagem. Esta c feita pela adição de água e vapor. Devido ao tempo curto na máquina, a dissolução de cristais é baixa. Quanto a água e o vapor se misturam ct)m o licor mãe para reduzir sua viscosidade e quanto a água e o vapor na rea lidade lavam o filme de mel do cristal, não é bem conhecido. Em massas cozidas de baixa pureza, é normal aplicar toda a água na garganta de alimentação, parte numa "haste de lubrilicação" concêntrica com a corrente de massa cozida entrando na má quina (Figura 17.8). A quantidade de água deve ser medida com um rotâmetro. O vapt)r c usualmente aplicado através de furos no tubo de alimentação ao copo de mistura, mas parte pode ser adicionada num cone de aceleração modificado (Figura 17.9). Mais água e vapor precisam ser adicionados com massas cozidas mais viscosas. Vazões típicas de água são de 20 a 50 kg água/l massa cozida B e 30 a 120 kg água/t massa cozida C. Embora às vezes o vapor de escape seja considerado mais efeciente do que vapor vegetal I. isto é normalmente devido à linha de vapor para as centrífugas estar subdi- mensionada e uma quantidade maior de vapor de escape estar disponível, O vapor vegetal I ou o 2 são igualmente aceitáveis. O limite no uso de vapor é a temperatura do mel saindo da máquina. Temperaturas maiores promovem melhor sepa ração do cristal do licor mãe. mas um limite na temperatura do mel ao redor de 60 °C é recomen dável. Como vazão de vapor máxima de projeto na África do Sul adota-se em massa cozida C é 28 kg/t de massa cozida C. Tamanho do cristal e regularidade. Os cris tais movem-sc numa camada fina para cima na tela e cristais subdimensionados têm uma chance muito maior de passar através da tela numa ma quina contínua do que numa de balelada. É, por tanto muito importante controlar o tamanho do cristal na massa cozida C. Um sistema para monitorar o tamanho médio do cristal é necessário, ou um microscópio com uma escala graduada, ou um sistema fotográfico ou computadorizado. Porém não é somente o ta manho médio do cristal que precisa ser monitora do. mas também a distribuição nos tamanhos de cristal, ou a fração abaixo do tamanho da ranhura 17.3.5 Operação de centrífuga.s contínuas da leia. A porcentagem de linos no açúcar é o pa râmetro mais crítico. Na África do Sul, as usinas objetivam atingir uma largura média de cristal de não menos do que 0,12 mm e cm média 0.15 mm. supondo uma lar gura da ranhiira da centrífuga de 0.06 mm. Notar que o comprimento pode ser de 1.5 a 2.0 ve/.es em média, a largura, mas é a largura que determina se o cristal passará através da fenda da tela da cen trífuga. Na África do Sul as purezas das massas cozidas estão abaixo de 50 pontos, mas na Aus trália, s pureza da massa cozida C é cerca de 65. Isto torna mais fácil obter um tamanho de cristal maior, entre 0.28 e 0.3 mm. Controle da vazão da massa cozida. A vazão deve ser a mais estável possível e todas as má quinas devem operar na mesma vazão de massa cozida. Isto requer uma pressão constante na ali mentação de massa cozida às centrífugas. Existem duas opções de controle de vazão das máquinas, ou regular a posição da válvula alimenladora de massa cozida e ajustar a quantidade de água para se obter a pureza correta do açúcar ou para Hxar a vazão de água e ajustar a vazão de massa cozida para obter a pureza requerida de açúcar. A regula- gem do vapor é ajustada para dar uma temperatura de saída do mel de não mais do que 60 °C. Tem havido controvérsias sobre o melhor desempenho obtido operando a máquina em sua capacidade máxima ou abaixo de sua capacidade nominal. Payne (1992) e Kirby e Athenon (1974) afirmam que uma elevação de pureza menor é obtida em vazões altas da massa cozida, mas Jiilieniic (1982) mostrou que operando as máquinas em vazão alta levou a uma elevação maior de pureza; ele mos trou que a redução da capacidade em 10 a 20 levou a uma redução na pureza do mel de 0,5 uni dades. A corrente absorvida pelo motor é diretamen te proporcional à vazão de massa cozida. Isto é usado freqüentemente como um meio de controle da capacidade; a válvula de alimentação é ajusta da para manter a corrente do motor em um valor determinado. Condição da tela. As telas precisam ser ins pecionadas rotineiramente para verificação de dano e desgaste. Se a camada de cromo for per dida. o níquel subjacente desgasta-se muito rapi damente. O desgaste é visto principalmente logo acima do anel de trava por onde a massa cozida flui sobre a tela. A elevação da pureza de Nutsch através das centrífugas daráuma indicação do es tado dos furos das telas ou quando telas desgasta das precisam ser substituídas. Quando as telas são trocadas, a dimensão das ranhuras nas telas novas deve ser verificada para ver se elas estão confor me as especificações. Devido ao conhecimento da relação entre espessura da tela e dimensão da fen da. o peso da tela pode ser usado como um meio rápido de verificação de que as telas atendem aos requisitos. Para obter o melhor desempenho. Ninela e Ro jão (2006) recomendam um programa de geren ciamento de telas envolvendo inspeções diárias de tela. remoção e lavagem com solução cáustica de telas sujas devido ao acúmulo de depósitos e substituição se o dano for evidente. Se uma tela precisa ser trocada, um conjunto completo e não apenas um segmento precisa ser substituído para preservar o balanceamento. Ninela e Rajoo (2006) relataram um tempo médio de vida da tela de 6 semanas. Controle da pureza do açúcar. Se as cen trífugas estiverem operando eslavelmente numa vazão constante, há uma necessidade pequena de ajustar a vazão de água e de vapor. Na prática, os operadores olham a cor do açúcar para aferir a pureza. Tentativas de desenvolver um medidor que possa automaticamente medir a cor no topo do cesto e controlar a máquina automaticamente não tiveram sucesso. Isto ainda permanece como uma oportunidade a ser explorada para reduzir a supervisão e assegurar operação otimizada em to dos os momentos. Jiilienne (1982) demonstrou que um aumento de 1 unidade de pureza do açúcar levou a um au mento de 0,1 unidades de pureza do mel. É impor tante que a pureza de açúcar seja mantida no nível necessário e que ela não oscile fora de controle. É recomendável olhar com freqüência o que está acontecendo na tela usando um estroboscó- pio. Este pode apontar problemas com a alimen tação da massa cozida sobre a tela ou problemas Referências páa. 520 17 Separação centrífuga com a drenagem ou defeitos na tela. Em algumas máquinas uma "linha colorida" distinta pode ser vista no cesto. Uma vazão mais alta ou menos la vagem de água move a linha na direção do topo do cesto. Em outras máquinas, "dedos" de massa cozida são observados, com os dedos movendo- -se para cima e para baixo no cesto. Estes dedos podem às vezes ser relacionados com os pinos no cone de mistura. Qualquer dedo atingindo o topo do cesto representa massa cozida indo com o açú- Inspeção do cesto. Os cestos das centrífugas contínuas devem ser examinados numa base ro tineira da mesma maneira que para as máquinas de batelada. Os cestos das máquinas contínuas não estão sujeitos à mesma tensão cíclica como os da máquina de batelada. mas giram numa velo cidade muito maior, quase o dobro da velocidade das máquinas de batelada. Em ambos os casos a falha do cesto destruirá a máquina e provocará grande dano numa fábrica e é uma preocupação de segurança principalmente. As mesma técnicas de inspeção aplicáveis aos cestos das máquinas de batelada aplicam-se aos cestos das máquinas contínuas. 17.3.6 Centrífugas contínuas para massas de alta pureza Por causa das vantagens das centrífugas contínuas em relação às centrífugas de bate lada, tentativas tem sido feitas ao longo do tempo para desenvolver uma máquina contí nua que possa ser usada para produzir produto A de alta pureza ou açúcares refinados. Algu mas destas tentativas são descritas por Good- acre et al. (1984). O desafio principal foi superar o problema da quebra do açúcar. Algumas máqui nas contínuas foram instaladas em massa cozida A com monitores de 5 m de diâmetro, mas esta solução não foi bem-sucedida. Esforços de dois times diferentes na Austrália resultaram na comercialização de máquinas contínu as para massas de alta pureza, vendidas atualmente pela Broadbent e Fives Cail STG. As diferenças principais em relação às máquinas contínuas para massas de baixa pureza são as seguintes; • A incorporação de um delletor de cristal cui dadosamente conformado para deílelir os cris tais de açúcar conforme eles deixam o cesto em rotação. O ângulo de incidência é tal que os cristais são deílctidos cm uma trajetória oblíqua. O dcfletor possui uma ftmma tal que os cristais continuam a "escorregar" para bai xo no delletor. reduzindo gradualmente a ve locidade no processo. • O ângulo do cesto é reduzido a 25". para dar ao cristal um tempo de residência na tela mais longo durante o qual se efetua ;t lavagem ne cessária. O tempo de residência mais longo é devido à menor velocidade ascendente do cristal no cesto c também porque o ângulo re duzido dá uma tela mais longa para o mesmo diâmetro de cesto {Grinnvood et al. 2000). • A velocidade c reduzida a menos da metade da que c praticada em máquinas de massas de baixa pureza, para um valor entre 700 c 900 min '. Isto é factível devido à natureza menos viscosa do mel de pureza mais alta. A veloci dade reduzida auxilia também na redução de danos ao cristal e permite tempo de residência de cristal mais longo no cesto. Isto é compen sado pela força G menor. Os detalhes das máquinas disponíveis são da dos por Grci^ c BdoUi (1995) e Griniwood et al. (2000). Um diagrama de uma máquina contínua para massas de alta pureza é mostrado na Figura 17.13. Estas máquinas têm sido elicientcs na qua se eliminação da quebra de cristal, mas requerem mais água de lavagem. O argumento proposto é que isto não necessariamente aumenta a elevação de pureza ou a quantidade de dissolução de açú car devido ao curto tempo de lavagem no cesto. A tela usada é similar àquela usada em máquinas de massas de baixa pureza, mas é possível usar uma tela com uma ranhura maior (por exemplo. 0.15 mm) e uma área aberta maior em função do maior tamanho do cristal, como ocorre geralmente em massas cozidas de alta pureza. Existem poucos casos onde máquinas contí nuas substituíram totalmente as de batelada. As máquinas contínuas são menos capazes de pro duzirem açúcar a produzirem açúcar consistente- mente na qualidade especilicada para açúcares de pol alta em particular (Broadfoot et al. 2002). O desempenho é mais afetado pelas características 17.3.6 Centrífugas contínuas de baixa pureza específicas de purga do que em uma máquina de . O efeito tanto das características da massa cozida quanto da quantidade de água adicionada é mos trado na Figura 17.14. Foi demostrado por Broa- dfooi et ai. (2{)()2} que a quantidade de mel relida como um filme sobre o cristal, correspondendo aos dados na Figura 17.14 era 10 g/lOO g açúcar com zero de água de lavagem, caindo rapidamente conformo é aplicada água e atingindo uma assín- lola entre 2 e 4 g mel/100 g açúcar em vazões de água acima de 6 kg/100 kg massa cozida. De acordo com Broadfoot et al. (2002), as qualidades de purga podem ser melhoradas por: Figura 17.13: Seção transversal de uma centrífuga con tínua para massa de alta pureza STG (cortesia Fivcs Cai!) 1 Motor de acionamento; 2 Acoplamento do eixo; 3 Entra da de água de lavagem; 4 Sprays de descarga de açúcar; 5 Defletor de cristal; 6 Cesto; 7 Monitor: 8 Quebra de aglo merados; 9 Entrada de massa cozida; 10 Válvula; 11 Saída de mel; 12 Saída de açúcar • Produção de massas cozidas com um tamanho de grão grande e uniforme com um mínimo de cristais finos. • Produção de massas cozidas bem esgotadas, porque o teor de sólidos dissolvidos do licor mãe é menor como resultado. • Processamento de massa cozida em tempera turas altas sem resfriamento. • Condicionamento de massas cozidas por di luição cuidadosa ou aquecimento. Na África do Sul. uma máquina contínua em açú car VHP não conseguiu obter as especificações de capacidade e pureza ao mesmo tempo - uma teve de ser sacrificada para alcançar a outra. Uma máquina com um cesto de 1 100 mm de diâmetro pôde somente produzir açúcar VHP numa vazão de massa cozida de 25 t/h ao invés da capacida de antecipada de 35 t/h (Zondo et al. 1998). O compromisso entre qualidade do açúcar e a vazão de massa cozida é tipificada pelos resultados de Grcig e Belotti (1995) mostrados na Figura17.15. Todavia, uma máquina numa refinaria provou ser capaz de obter para alcançar qualidade e capa cidade (40 t/h) ao mesmo tempo {Moodiey et al. 2004). A temperatura da massa cozida estava alta (85 °C). o que auxiliou no desempenho. A água de lavagem aplicada a 2.7 kg/100 kg de massa cozida estava mais alta do que em máquinas de batelada da refinaria, que usavam <1 kg/lOü kg e o teor de umidade do açúcar era o dobro daquele das máquinas de batelada . A potência consumida foi muito baixa a 0.48 (kW • h)/tj^,.^. 99,5 E ^ 99.0 s 98,5 97,51 Massa cozida de purga boa >< Massa cozida de purga ruim Efeito do aumento da vazão de massa cozida 0.0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 kg de água de lavagem por 100 kg de massa cozida Figura 17.14: Dependência da pureza de açúcar na qua lidade de purga da massa cozida, taxa de alimentaçião de massa cozida e taxa de aplicação de água de lavagem Referências páa. 520 17 Separação centrífuga Açúcar A Açúcar B 98 98,5 99 99,5 100 Pureza de açúcar bruto em % Figura 17.15; Relação entre vazão de massa cozida e pu reza de açúcar numa centrífuga de massa de alta pureza (Creig e Belolíi 1995) Valores diferentes de potência consumida por centrífugas contínuas para massas cozidas de alta pureza foram citados. Grimwooci et ai. (2000) apresentaram um número de 0,8 (kW • h)/tp^,^. que é mais baixo do que os valores relatados para cen trífugas de modernas e eficientes (Tabela 17.2). 17.3.7 Comparação de centrífugas de batelada e contínuas para mas sas de alta pureza Máquinas contínuas para massas de alta pu reza têm todas as vantagens das contínuas usadas em massas de baixa pureza mencionadas anterior mente quando comparadas a uma máquina de ba- teladas . O consumo de potência por tonelada de massa cozida é muito menor do que a usada em máquinas contínuas para massas de baixa pureza por causa das velocidades menores envolvidas. O custo de capital é avaliado ser 65 % de uma má quina equivalente de batelada. {Grimwooci et al. 2000) e o consumo de potência é tão bom quanto, ou melhor, do que o alcançado em máquinas mo dernas de de alta eficiência. A principal desvantagem é a produção de um açúcar com teor de umidade muito maior, que requer consideravelmente maior capacidade do secador. Esta é uma conscc|ucnciu do tempo de purga curto e menor força G. Na maioria dos ca sos há também uma elevação de pureza maior, que conduz a esgotamento menor. Porém, máquinas contínuas para massas de allíi pureza sãt) menos capazes de centrifugar massas cozidas de má qua lidade c produzir açúcar ainda com a qualidade desejada, ao contrário do t|uc é possível com mas sa cozida de baixa pureza. 17.3.8 Centrífugas refundidoras e mis- turadoras O açúcar produzido em máquinas contínuas para massas de baixa pureza é todo refundidoou transformado cm magma como pé para cozimen to. Isto é normalmente feito em vasos separados de dissolução ou afinação de magma. Foi lógico, portanto, tentar efetuar estes passos na própria centrífuga, particularmente fazendo uso de parte da energia contida no açúcar em alta velocidade saindo do topo do cesto, para facilitar a mistura do açúcar num fundido ou magma. O açúcar é contatado com líquido conforme ele deixa a parte superior do cesto. c|ue ajuda a reduzir a quebra em caso de misturador e a mistu ra combinada é coletada num monitor modificado (Figura 17.16). No caso de uma máquina refundi- dora, certo tempo de residência dentro do monitor é permitido. No caso dc uma máquina rcfundido- ra. contato suficiente para boa mistura é feito no monitor para que a mistura resultante possa fluir para um tanque ou bomba, diretamente. Há uma série de vantagens nesta solução; • O custo e complicação dc vasos adicionais são evitados; • Há uma redução na energia total usada; • Há uma economia de espaço; • O transportador de açúcar abaixo das centrífu gas é eliminado. Por outro lado. o controle preciso de SDR (Sóli dos Dissolvidos Refratométricüs) e da temperatu ra podem ser mais difíceis. Um desenvolvimento adicional foi a máquina de dupla cura. incorporando dois cestos rotativos num único monitor, um sobre o outro. O açúcar do cesto superior torna-se magma na máquina que 17.4 Reaqiiecimento de massa cozida Massa cozida Figura 17.16: Vista esque- mática de uma centrífuga contínua com um sistema misturador incorporado 1 Cesto com inserio de tela; 2 Mancais; 3 Amortecedor de oscilação; 4 Acoplamen- to flexível: 5 Alimentação dc massa cozida: 6 Cone de aceleração de massa cozida: 7 Monitor; 8 Motor de acio namento; 9 Dispositivo de mistura; 10 Saída de magma; 11 Descarga do escoamento de xarope; 12 Anel de reten ção de leia; 13 Colar defletor; 14 Labirinto de selagem; 15 Entrada de xarope de mis tura é centrifugado uma segunda vez. Os cestos geral mente têm diâmetros diferentes devido às funções diferentes. Esta solução não encontrou qualquer apoio substancial na indústria de açúcar de cana. particularmente cm função da falta de flexibilida de operacional. 17,4 Reaquecimento da massa cozida A massa cozida tem de estar numa tempe ratura e consistência ótimas para se alcançar os melhores resultados na centrífuga. Isto é particu larmente importante para massas cozidas de bai xa pureza, por causa da consistência muito alta. E prática geral ter reaquecedores pelo menos em massas cozidas C numa usina de açúcar bruto e em cozimentos de massas de recuperação de baixa pureza, em refinarias. 17.4.1 Supersaturação do licor mãe O licor mãe na massa cozida C que deixa o último cristalizador é geralmente supersaturado. Na temperatura baixa atingida (cerca de 40 °C). a velocidade de cristalização é muito lenta. Estima- -se que neste ponto, a supersaturação seja cerca de 1,2. É factível, portanto ou adicionar água ou aquecer a massa cozida para reduzir a supersatu ração sem nenhuma dissolução de cristal. Baseado na equação de Charles para a con centração de sacarose à saturação (equação 18.1). a relação sacaro.se/água a 40 °C, supondo um co eficiente de solubilidade de 1,0, é 2,34. Numa su persaturação de 1.2 a relação de sacarose/água é Ri'ferêiH Íos páfi. 520 17 Separação centrífugü 2,8. Isto implica que 0.07 partes de água podem ser adicionadas a cada parte de sacarose. Baseado numa pureza real do licor mãe de 35. isto significa que 2 kg de água podem ser adicionados a 100 kg de licor mãe. Alternativamente, a temperatura pode ser elevada de 40 para 57,5 °C para reduzir a supersaturação do licor mãe a zero. Payne (1959) defende aquecimento a 55 °C. A diluição e o aumento da temperatura têm o efeito de reduzir a consistência da massa cozi da. Porém, a diluição de massa cozida é a opção menos favorável, porque é extremamente difícil misturar água e massa cozida e há um risco subs tancial de dissolver parte dos cristais no proces so. A opção de aquecimento da massa cozida é preferida e é muito mais fácil de controlar com pequeno risco. Há uma referência na Seção 16.1.4 que mostra que a consistência da massa cozida é reduzida pela metade para cada 9 °C de aumento na temperatura. O aquecimento da massa cozida de 40 paru 57,5 °C reduz a consistência por um fator de qua se 4. o qual tem um efeito muito significativo na operação de centrifugação. Adicionando a quan tidade de água mencionada acima, considerando que ela possa ser misturada sem dissolução de cristal, baixa o Brix do licor mãe por cerca de 1.9 unidades, o que pela Seção 16.1.4, significa que a viscosidade será reduzida por um fator de cerca de 2, isto é, não é tão eficiente quanto o aquecimento. 17.4.2 Requisitos de área do reaquecedor A taxa de transferência de calor para a massa cozida fria é baixa, portanto o reaquecedor tem de ter uma área substancial para a tareta. E vital tam bém assegurar que não ocorra superaquecimento localizado, ou ocorrerá dissolução de cristal. Isto significa que é essencial uma baixa temperatura de aproximação (diferença entre as temperaturas saída da água e da massa cozida), que também leva à necessidade de uma áreagrande. Payne (1959) recomenda que a temperatura da água de reaquecimento não deve mais do que 2 "C acima da temperatura de saturação. Ness (1981) sugere que a temperatura da água deva estar na laixa en tre 60 e 63 °C. de modo que a temperatura da água não seja mais do que 2 a 3 "C acima da temperatu ra de saturação. Foi comprovado que letnperaturas de água acima desta faixa levam a elevações de pureza do licor mãe. indicando dissolução de cris tal significativa. Com as taxas de transferencia de cali>r baixas, da superfície de aquecimento para a nuissa cozi da. superfícies de aquecimento aletadas podem ser vantajosamente usadas. Usando a equação (16.22). pode ser demonstrado que aletas quadra das de 3 mm de espessura c, 1 20 mm de lado num tubo de 50 mm fornecem eíiciências de aleta na faixa dc 0.85 a 0.9. Aletas maiores na extremidade fria do aquecedor são factíveis, com uma aleta de 240 mm. 5 mm de espessura dando eíiciências de aleta dc 0.7 a 0.8. Os valores do coeficiente de transferência de ca lor em reaquecimento de massa cozida C relatados na literatura são apresentados na Tabela 17.6. Estes cobrem uma faixa ampla de gcomeirias diferentes de aquecedores de tubos aletados estáticos. Tanto Rouillanl (1977) quanto Ness (1981) demonstra ram que o coeficiente dc transferência de calor é maior para velocidades maiores dc massa cozida. A carga térmica Q é calcuhida a partir da va zão da massa cozida /?í^, e a alteração na tempera tura requerida, de acordo com a equação seguinte: (17.20) Para propósitos de projeto a diferença de tempera tura de 20 °C c razoável e o valor da capacidade específica de calor calculada pela equação (9.10) da Seção 9.1.3 dá um valor para o c,, = 1.4 kJ/(kg • K). As vazões de água e massa cozida são arranja das para ser em contracorrente e a área requerida é calculada de: Q = k A Ar, - Ar, ln(A/,/A/,) (17.21) É necessário usar uma diferença logarítmica de temperatura, conforme mostrado na equação (17.21). A/| e A/, são as diferenças de temperatura entre a massa cozida e a água. Usualmente a vazão de água é alta o suficiente para haver alteração pe quena na temperatura de água. mas uma queda de poucos graus é esperada. 17.4.3 Tipos de reaquecedor Tahcla 17.6: Coclicieiuos de iransfcrência de calor para rcaquccinicnU) de massa co/ida C /?oj//7/íírí/(iy75) Kirby el al.(l976) Nt'.v.v(Í98l) Forzíini et al. (1987) Giaunaniíclo el al. (2()()()) Cocficienies de transferência em W/(m- • K) 5- 13 25-35 10-40 19-22 31-78 Comentários Valores maiores para tubos escalonados Variações de temperaturas e vazões de massa cozida Dependência da velocidade da massa cozida Tubos quadrados e aletas de 50 mm Sem aletas nos tubos; alta temperatura de água 75 Visto que há uma alteração muito grande no coeficiente de transferência de calor através do reaquecedor. é mais correto admitir esta alteração pelo uso da equação (9.7) da Seção 9.1.2; Q = A- k, - AT, - A-, AT, ln(A-, • A7;/A-, AT.) O emprego da equação (9.7) com k^ e k^ tendo valores de 10 c 30 na entrada e saída de mas sa cozida, respectivamente, em vez do uso da equação (17.21) com um valor médio de k de 20 W/(m- • K), leva a uma estimativa de área menor em cerca de 10 %. Em vista da incerteza no coeficiente de trans ferência de calor, este refinamento pode não ser justificável. As áreas dos reaquecedores instalados nas usinas sul-africanas estão em média entre 5 e 6 m- para cada tonelada de cana processada/h. Es tes projetos estão baseados numa temperatura de aproximação muito pequena, geralmente de cerca de 2 °C. Um valor de 4.5 m- parece adequado para a área instalada. Em outros países a temperatura de aproximação é maior, levando a necessidade de área menor. 17.4.3 Tipos de reaquecedor Duas soluções para reaquecimento de massa cozida C têm sido adotadas, aquecimento por re sistência elétrica direta e por água num trocador de calor. O reaquecimento elétrico não tem sido bem sucedido por causa da dificuldade no atingi- mento de aquecimento uniforme. O processo de aquecimento elétrico é essencialmente instável e não é autorregulado. A resistência da massa co zida se reduz conforme a temperatura se eleva: o resultado é que se ocorrem regiões de altas tem peraturas localizadas mais corrente flui através da massa cozida mais quente e preferencialmente aquece a massa cozida quente em vez da fria. O aquecimento com água é menos problemático e é o preferido. O conceito de reaquecedor individual elétri co em cada máquina é intrinsecamente atraente. Contudo, sistemas de aquecimento com água são todos planejados para aquecer a massa cozida como uma corrente simples antes da divisão para as centrífugas individuais. Os reaquecedores são essencialmente de dois tipos - reaquecedores de serpentinas Stevens e de tubo aletado. Serpentinas Stevens. Este sistema asseme lha-se a um cristalizador de resfriamento com água quente nos elementos rotativos. Geralmen te não é possível ler áreas de aquecimento altas com este equipamento, o que significa que tempe raturas de aproximação maiores são necessárias. Em função da velocidade relativa maior entre a superfície de aquecimento e a massa cozida, uma temperatura um pouco maior pode ser tolerada. Eles têm geralmente sido abandonados em favor de reaquecedores de tubos aletados estacionários. Entretanto eles têm a vantagem de proporcionar certa agitação da massa cozida, que é um método mais eficiente de transferência de calor em massas cozidas do que a condução. Reaquecedores de tubos aletados. De modo a alcançar as temperaturas de massa cozida ne- Referèncids páfi- 520 n CDCDCiaCDC^CDI IC3Ç3Ç3Ç3Ç3Ç3 íC3c3c5c3c5c3 CpC^nCDCUC^I 1Ç3Ç5C3CHC3C3 ■□□□□aaaaaaao □□□□□□□□□□□□I ■□□□□□□□□□□□□ !□□□□□□□□□□□□ □□□□□□□□□□□□I 17.4.4 Perda de carga em reaquecedores tubulares cessárias sem c|uaU|ucr dissolução de cristal, a temperatura da água tem de ser mantida baixa e prefcrivclmentc não maior do que a temperatura de saturação do licor mãe. Assim o Al é baixo e a área precisa ser grande. Isto é conseguido usando aletas nos tubos cm que a água de aquecimento circula. Projetos iniciais (i/.eram uso de um eco- nomizador de tubos aleiados Crcens. que foi a seguir desenvolvido por Tale e Lyle para esta apli cação c se tornou reaquecedor Green-Smiih. O projeto mais comum c o mais usado na Áfri ca do Sul. emprega um banco de tubos horizon tais. A massa cozida tlui verticalmente na ascen dente através do reaquecedor. em cujo caso as al terações de densidade com a temperatura ajudam no intento de obter um lluxo uniforme através do reaquecedor e desencorajar "caminho de rato", ou seja, o encontro de um caminho preferencial atra vés do reaquecedor. As aletas são maiores e mais espaçadas nas poucas tileiras de tubos no fundo do reaquecedor. onde a massa cozida está mais Iria e mais viscosa. O tamanho das aletas e seus espaçamentos reduzem-se no reaquecedor acima. As aletas são escalonadas para evitar caminhos preferenciais através do aquecedor e melhorar a mistura e transferência de calor. Um diagrama é dado na Figura 17.17. A prática australiana prefere o lluxo descen dente através do reaquecedor. Isto causa mais problemas, com materiais estranhos entupindo as superfícies aletadas superiores ; com o fluxo do lundo para cima materiais estranhos pesados se dimentam-se no fundo. Isto é freqüentemente um problema para as bombas de liquidação no tinal da safra. A área necessária pode ser calculada a partir da carga térmica e das equações de transferência de calor(17.20)e(17.21). E essencial que seja alcançado bom contato entre os tubos e as aletas, ou estas serão inefi cientes. Isto é atingido por soldagem das aletas no tubo ou aplicando as aletas com pressão sobre o tubo com uma borda interna estendida apertada. Galvanizando os tubos mais as aletas após a ane- xação destas aos tubos pode auxiliar em garantir bom contato. Os tubos de água devem ser man tidos curtos o suficiente de modo que a força da massa cozida não os entorte. As aletas são geral mentequadradas, com uma dimensão lateral entre 120 e 240 mm. feitas de aço com espessura de 3 a 5 mm. Os passos das aletas variam entre 19 e 50 mm. Aletas e passos maiores são às vezes encon trados na parle mais fria do reaquecedor. aletas menores e agrupadas mais próximas, nas regiões mais quentes. Um novo projeto de reaquecedor incorporan do tubos aletados verticais com aletas dispostas ao longo do tubo em vez de transversais ao tubo foi reportado (Gihhon e Moor 2002). Detalhes são mostrados na Figura 17.18. A vazão da massa co zida é paralela aos tubos. Isto permite um projeto compacto e boa relação custo-bcneffcio com um pequeno espaço requerido, mas nenhum dado do de.sempenho foi publicado. O possível ponto fra co deste projeto reside no fato de que não há me canismo para distribuição do calor numa direção transversal à direção do fluxo. Conforme salientado na seção relacionada à transferência de calor em cristalizadores verticais (Seção 16.3.2), o numero de Pratidrl da massa co zida é muito alto, implicando que a transferência de calor por condução seja baixa e um método de mistura da massa cozida em ângulos retos à direção de fluxo é desejável. Em reaquecedores aletados convencionais, a divisão do fluxo ao re dor dos tubos e aletas, ao menos parcialmente, desempenha esta função. Isto é confirmado pela observação de Roíiillard (1977) que tubos escalo nados dão um coeficiente de transferência de calor 17.4.4 Perda de carga em reaquecedo res tubulares Uma seção transversal grande é normalmente admitida para manter a perda de carga em níveis razoáveis. Porém a perda de carga através dos ele mentos é também um recurso para conseguir uma velocidade uniforme através do banco de tubos sem curto-circuito. Se for necessário bombear a massa cozida como uma conseqüência do layout da planta, isto é preferencialmente feito após o re aquecedor onde a massa cozida está mais quente e menos viscosa. Referências pág. 520 17 Separação centrífuga Rouillard (1977) demonstrou que a equação de Hagen-Pouiseuille para fluxo laminar da lei de potência dos fluidos dada na equação (16.13) pode ser usada para calcular a perda de carga em reaquecedores também, mas com uma constante 1,5 vezes maior, isto é, um valor da constante de 48 não 32. Esta diferença é atribuída ao fato de que o curso do fluxo é mais longo do que apenas a profundidade do banco de tubos. Esta equação simplificada para mostrar a dependência da perda de carga H nas variáveis é apresentada abaixo: (17.22) -P Nesta equação, d^é o diâmetro hidráulico (4 ve zes o volume de canais/superfície molhada) e n o índice de vazão. A velocidade real u através do espaço vazio é maior do que a velocidade superfi cial por um fator l/e, onde a fração de vazio e tem um valor ao redor de 0,8 a 0,9. Isto mostra que a perda de carga é maior com um reaquecedor mais longo, uma consistência de massa cozida maior e uma velocidade maior e um diâmetro equivalente menor (área de fluxo). Com o projeto mostrado na Figura 17.17, foi demostrado que uma velocidade superficial abai xo de 0,9 m/h é satisfatória, mas valores maiores podem ser possíveis, dependendo das condições. A experiência australiana admite uma velocidade superficial de 2,4 a 3,6 m/h, embora Forzatti et al. (1987) relatem velocidades superficiais, de 1,4 a 2,1 m/h. 17.5 Refundidores e misturado- 17.5.1 Projeto de refundidores Dependendo do sistema de cozimento ado tado, parte ou todo o açúcar B e C precisa ser rcfundido. Os requisitos de um refundidor suo proporcionar tempo de residência sulicieiite para ocorrência da dissolução e agitação do conteúdo para promover a dissolução e garantir que nao os sólidos não decantem. O rcfundido tem também de ser produzido com conteúdo especificado de sólidos dissolvidos c temperaturti, constantes. Existem duas soluções básicas para o equipa mento de dissolução de açúcar. A solução mais comum tem sido o uso de um vaso cilíndrico ho rizontal. com um agitador rotativo conccntrico ao casco do dissolvcdor. Conforme mostrado na Figura 17.19, açúcar e o líquido de dissolução, ou água ou caldo clarificado, são adicionados numa extremidade e o licor fundido transborda na outra. O controle preciso de sólidos dissolvi dos e temperatura é difícil. A segunda solução e usar vários tanques menores em série, que podem ser compartimentos no mesmo vaso. Um esboço de um arranjo como esse é mostrado na Figura 17.20. Os agitadores com entrada na parte supe rior têm a vantagem da eliminação de vazamentos das vedações e da manutenção dos selos. O con trole da temperatura e do teor de sólidos é ledo Açúcar C Água e magma B quente Acionamento 10 min"' Agitador rotativo Dreno Válvula de dreno Sistema de aquecimento de injeção direta Figura 17.19: DissoWedor dlíndrici) de açúcar B c C 17.5.2 Detalhe.s de misturadores de magma Vista em planta Vista lateral Adição . ' 'M O ̂ de agua Cx. — Entradas^ de açúcar ^ t de vapor dp.-^r dbr Figura 17.20: Dissolvedor muUi- lanque para açúcar de baixa pureza, mostrando quatro tanques em série no primeiro compartimento e os compartimentos subsequentes proporcionam o tempo de residência para ocorrer a dissolução. Os compartimentos. pe quenos quadrados, na Figura 17.20. tornam possí vel adequar a geometria da estação de centrífugas pelo arranjo dos compartimentos numa forma a minimizar custo e promover operação e manuten ção facilitada. Mais detalhes destes dois tipos de dissolvedorcs são dados na seção de dissolvedores de refinaria na Seção 22.1. Para dimensionar o dissolvedor. a velocidade em que os cristais se dissolvem precisa ser conhe cida. Geralmente é aceito que a taxa de dissolução seja algo entre 3 e 10 vezes a taxa de crescimento dos cristais de açúcar. A taxa de crescimento de cristais de açúcar em cozimentos de grau baixo é cerca de 3 mm/h. Um ensaio simples feito num laboratório de Tongaat-Hulett mediu o tempo to mado para cristais de 0.9 mm dissolverem-se a 70 °C numa quantidade de água para dar um teor final de sólidos dissolvidos de 70 g/100 g solução. Cinco ensaios deram uma média de 4,6 minutos, indicando uma taxa de dissolução de 12 mm/h. que parece razoável ã luz das taxas de cristali zação. As dimensões dos açúcares B e C são usual mente menores, particularmente após quebra do cristal em centrífugas contínuas. Em geral, um tempo de residência nominal de 15 a 20 minutos é necessário para refundidor operando a 70 SDR (Sólidos Dissolvidos Refratométricos) e 70 °C. para levar em conta características de fluxo não ideais do dissolvedor. O tempo para alcançar dis solução completa é reduzido a temperatura maior e com menor teor de sólidos dissolvidos. Uma tela é necessária na saída para reter matéria estranha. 17.5.2 Detalhes de misturadores de magma Um misturador pode ser qualquer vaso em que açúcar e água ou caldo clarificado são misturados juntos. O tamanho não é crítico, com a única exi gência sendo um produto consistente numa densi dade controlada. Refeiências pãg. 520 17 Separação centrífuga Em vez de ler um misturador separado, pode ser feito uso da rosca transportadora abaixo das centrífugas como um vaso de mistura. Se neces sário, um vertedor pode ser montado numa extre midade para assegurar que haja volume de magma suficiente para se obter qualidade consistente. Hugot (1986:812) fornece critérios para o pro jeto de uma rosca transportadora para este caso. O passo da rosca p deve ser 0.7 • d . onde í/ é o diâ metro da rosca. A velocidade n está normalmente na faixa de 10 a 40 min"', ou pode ser calculada de: n = — (17.23) d O volume transportado pela rosca é dado por: V = &ò-c ■ n - p- ̂ ̂ —Al-c-n-p-d' (17.24) 4 Nesta equação, c é uma constante introduzida para contabilizar o fato de que o vaso não está cheio (o nível não deve ser acima do nível do eixo) e o fato de que o material não avança a distância completa p numa única rotação. Hugot sugere que c lenha um valor entre 0,15 e 0,2 no caso de uma rosca transportadora de fita e 0,25 a 0,3 no caso de uma rosca maciça.A potência absorvida para uma ros ca transportadora de comprimento / em m pode ser estimada de: Rotação Figura 17.21: Seção transversal de vaso de magma abaixo das centrífugas de grau baixo P= I.l5 í/' •/ (17.25) A potência instalada precisa levar em conta as eficiências do acionamento. Um croqiii de um vaso típico suportado pelo fundo da estrutura metálica da centrífuga é mos trado na Figura 17.21 . Este croqui apresenta pás no rotor. que devem substituir a rosca de fita na última parte do vaso antes do vertedor de trans bordo. O espaçamento entre o elemento rotativo e o vaso deve ser cerca de 5 mm. 17.5.2 Detalhes de misturadores de masma Internationai Journal for Agriculture, Technology, Chemistryand Economy of the Sugar Industry as well as the Cültivation and Processing of Renewable Raw Materiais SUGAR INDUSTRY / ZUCKERINDUSTRIE has foilowed for more than 130 years develop- ments In sugar technology, sugar economics and related areas ali over the worid. Original articles in English and German cover • the technology of beet and cane sugar prodüction • methods of beet and cane cültivation • processing of renewable resources, such as bioethanol Leading authorities analyze for you the economics of the industry. www.sugarindustry.info The most frequentiy dted sugar journal in the world For free sample copies write to Verlag Dr. Albert Bartens Lückhoffstr. 16, D-14129 Berlin (Germany) e-mail: sugarindustry@bartens.com i Bartens 17 Separaçao centrífuga Referências Anon. 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(1998): Experiences with a high grade conlinuous centrifugai at Daniall. Proc. S. Afr. Sugar Cane Tcchnol. 72. 210-214. um Olho Inteligente sobre a sua produção f ''/ ,.V' MCC3000 Microscópio de i Cristalização J Segue a Cristalização em tempo real Controla o crescimento ijos cristais V Analisa o tamanho dos cristais (> 4pm) * Registra todo o processo em vídeo ^ Melhora o processo de cristalização Dispara alarmes sobre não conformidades Oferece informação estatística valiosa (CV,AM) 'Colobserver Anaiisador de Cor em Linha ' ''VVIJV í" • . I a produção em tempo real I Controla a cor e a qualidade do açúcar f Registra todo o processo em vídeoDispara alarmes sobre não conformidades Aumenta a produtividade e rentabilidade Otimiza os tempos de lavado nas centrífugas Reduz o consumcrde água e energia I T E C A SOCADEI Cdor&VWoxDpl wmv.iteca.fr ■ info@iteca.fr ptjone:+33l0)442977 700 18 Esgotamento do melaço A perda de açúcar no mel final é geralmente a maior perda de sacarose sofrida por uma usina de açúcar. Tanto a quantidade quanto a pureza do mel final contribuem para a perda de sacarose no melaço. A quantidade de nãosacarose entrando na fábrica no caldo bruto e a produção ou eliminação da não sacarose durante o processamento afeta rão a quantidade de mel produzida. A natureza e a composição da nãosacarose inlluenciarão a solu- bilidade da sacarose no mel e consequentemente, a pureza. Nas baixas purezas consideradas, pol e Brix não são quanlificadores confiáveis de sacarose e substância seca em solução. As medições normais usadas num laboratório de usina de açúcar não são suficientemente precisas nas purezas baixas de mel final para dar uma estimativa confiável do esgotamento do melaço. Por esta relação, méto dos cromatográficos de medição do teor de açúcar no melaço são freqüentemente usados, por darem respostas precisas e confiáveis. O espectro dos componentes não sacarose em melaço de cana é diferente daquele encontrado no melaço de beterraba e o trabalho feito no es gotamento do mel de beterraba, geralmente não é aplicável numa usina de açúcar de cana. Uma pesquisa abrangente do trabalho feito tanto na in dústria de beterraba quanto na de cana é dada por Decloiix (2000). 18.1 Esgotabilidade do melaço 18.1.1 Solubílidade do açúcar no me laço A quantidade de sacarose em solução é bas tante afetada pela quantidade de água contida na massa cozida ou melaço. A substância seca ou Brix maior da massa cozida C maiores sempre conduzirão a uma pureza de mel final menor. O fator limitante é a viscosidade da massa cozida. A relação não sacarose/água é um número útil na consideração do esgotamento. A vantagem desta medição é que é a mesma para massa cozida e li cor mãe. A temperatura é sem dúvida um fator - quanto mais frio o líquido, menor a concentração de sa carose e a pureza. Lionnet e Rein (1980) mostram que o resfriamento da massa cozida de 45 para 40 °C leva a uma redução de 1 unidade na pureza de equilíbrio do mel final. Esta dependência da tem peratura à solubilidade é consistente com o que pode ser esperado da dependência da temperatura, por uma solução pura de sacarose. Além da temperatura, a solubilidade da saca rose no mel final depende de seus demais compo nentes. Em geral, os monossacarídeos ou açúcares redutores reduzem a solubilidade da sacarose, en- Referêitcieix pág. 534 18 Esgotamento de melaço quanto a cinza aumenta a solubilldade. Os com ponentes de cinza são reputados como sendo mais melassigênicos, ou seja, eles têm uma tendência maior em aumentar a perda de açijcar no mel fi nal, porque aumentam a pureza de equilíbrio. Em fábricas de açúcar de beterraba e de cana, tem sido geralmente aceito que o potássio e o sódio são consideravelmente mais melassigênicos do que o cálcio e o magnésio. Entretanto, Sahcideo (1998) provou que o sódio é o elemento mais melassigênico, seguido pelo cálcio e magnésio, com o potássio sendo menos melassigênico. Visto que o potássio é fon mais abundante no melaço, esta descoberta é im portante. A equação de Charles (1960) é comumente aceita como representando adequadamente a so- lubilidade da sacarose em soluções puras: 64,397 0,0725\-t + 0,002057■ r 9,035-10 " ■ (18.1) também citadas como sendo dependentes da relação açúcares reduiores/cinza e ou temperatura. Uma com paração destas eciuações está apresentada na Figura 18.1. com cada equação mostrada cobrindo a faixa de relações de não sacarose/água para íi t]iial a relação foi estabelecida. Onde as et|uações requerem, os va lores das razões de açúcares rcdutores/cinza (ou ino- nossacarídeo/cinza) e temperatura são ajustados para 1.0 e 50 "C. respectivamente. Os valores de CS são menores do que a unidade em valores baixos na rela ção de não sacarose/água. indicando que a sacarose é menos solúvel numa solução impura do que numa so lução pura de sacarose. Porem, cin valores maiores de '^/nsav tlc 3 ou 4. a sacarose aparenta ser mais solúvel em solução impura. Vavrinecz (1978/79) pu blicou uma equação derivada de estudos em açiicar de beterraba, a qual representa a forma desta relação: CS = m ■ +h-^(\-b)- exp(-c ■ ) (18.4) Entretanto, os valores das constantes para cana onde é ag de sacarose/100 g solução na tem peratura de saturação na temperatura t em °C. Em várias publicações, o primeiro termo nesta equa ção é relatado como 64,407, o que é incorreto. A solubilidade de sacarose é geralmente re presentada em termos de uma relação de .sacaro se/água, ao invés da fração de massa utilizada na equação (18.1). A relação entre a relação sacaro se/água e Wj, para soluções de sacarose pura é: ^SAV.p 100 - tVç (18.2) O coeficiente de solubilidade é definido como a relação entre a solubilidade do açúcar na solução impura e a solubilidade na solução pura de saca rose. O coeficiente tem sido avaliado para massas cozidas de grau baixo por vários pesquisadores, mas não há variação significativa entre os dife rentes resultados publicados. O coeficiente de solubilidade CS é definido em termos da relação sacarose/água <7s/w CS = ^ (18.3) (/sAV.p As equações propostas para CS por vários pesquisado res diferentes são todas citadas como uma função da relação de não sacaro.se/água e geralmente são Relação (de não sacarose/água Figura 18.1: Correlações propostas por diferentes pesqui sadores para o coeficiente de solubilidade em soluções de açúcar de cana (onde as equações de correlação a reque rem. a temperatura é especificada como 50 "C e ou 7rs/a= \ Batwrham et ai. (1974); 2 Maudur- bocus e Whilc (1978); 3 Broadfoot e Slciiidl (1980); 4 Lionnel e Rein (1980): 5 Roín- llord (1980): (■) RoídIUird {1980); 7 Broadfool (1984); H SieindI et ai. (2001); 9 Equação (I 8.5) 18.1.2 Ensaiü.s de esgotamento em laboratório são muito dircrenies daqueles aplicados para be terraba. Esta equação e independente da tempe ratura. Os valores das constantes propostos por Steincíl et al. (2001) para melaço de cana são: m = 0.011 -h 0.00046 • i b = 0.670 + 0.0021 • / - 0.007 . c = 0,540 0,0049 ■ t Isto introduz o eleito da relação de açúcares redu- tores/cinza que conduz a valores menores de CS em valores maiores desta relação. Entretan to com os valores de SieintJI para as constantes, o efeito da relação monossacarídeos/cinza é muito baixo. O uso destas relações rende valo res baixos de CS em temperaturas baixas, o que c oposto ao efeito exposto por RoniUard (1980). O efeito da temperatura nos valores de CS no mel de cana é, portanto incerto. Considerando assim que CS é independente da temperatura, a equação de Vavrinecz (18.4) com os coelicienles dados abaixo parece mais apropriada, fornecendo valo res levemente maiores de CS em valores de í/^sav maiores e demonstrando uma dependência apro priada em CS = 0,14 • + /, + (1 - /,). exp (-0.4 ■ ) (18.5) onde h = 0.45 - 0.20 • equação é mos trada também na Figura 18.1. 18.1.2 Ensaios de esgotamento em la boratório Vários pesquisadores têm se dedicado a inves tigar em qual a amplitude a pureza do mel final pode ser reduzida. Estes estudos envolveram a velocidade em que a cristalização ocorre para re duzir a pureza e o limite de solubilidade que defi nem, em última análise, a menor pureza possível. Esta é às vezes referida como pureza de equilí brio, isto é, a pureza atingida uma vez que tempo suficiente tenha decorrido de modo que a satura ção seja atingida e não ocorra mais cristalização. A pureza de equilíbrio pode ser alcançada de duas formas: primeiro, pela adição de um excesso de açúcar fino e permitindo à cristalização conti nuar por um período ampliado, ou segundo, pelo aquecimento de uma amostra de massa cozida até que os cristais comecem a se dissolver.Lionnet e Rein (1980) realizaram uma investi gação abrangente sobre a esgotabilidade da massa cozida C. Os ensaios envolveram alteração das condições numa base experimental planejada e o processo de cristalização foi modelado matema ticamente. Estas pesquisas envolveram medições de sacarose e monossacarídeos na massa cozida C por CG (cromatografia gasosa) para o primeiro período. As relações de solubilidade estabelecidas cor responderam aos ensaios de esgotamento de me- laços descritos por Rein e Smith (1981). baseados em ensaios de concentração abordando o equilí brio sobre um período de tempo ampliado. É reco nhecido que o esgotamento é muitas vezes limita do pela inaptidão dos equipamentos da fábrica em absorver massas cozidas de viscosidade alta; Rein e Smith (1981) demonstnu-am que nenhuma melhoria na pureza do mel foi alcançada numa viscosidade do licor mãe acima de cerca de 300 Pa • s. Foi estabele cida uma relação muito forte entre a relação não sacarose/água e a viscosidade. Um trabalho feito na Austrália usou uma abordagem diferente elevando da temperatura da massa cozida C em laboratório até observar- se que os cristais de sacarose começavam a se dissolver. Considera-se que medir o equilíbrio a partir de uma condição subsaturada propicia um conhecimento mais próximo a da pureza de equilíbrio real do que tentando medir o equilíbrio pelo resfriamento em Brix alto quando as veloci dades de cristalização são muito lentas (Miller e Wri^lit 1977). Porém os métodos de medição pa recem introduzir mais incerteza do que o método experimental empregado. Miller Qi al. (1988), entretanto mediram o es gotamento por resfriamento. Eles verificaram que são necessárias no mínimo 48 horas para atingir uma condição de virtual equilíbrio. Visto que o teste padrão deles estava acima de 24 h. Miller et al. (1988) definiram "purezas esperadas" de melaços que podem ser atingidas sob duas vis- cosidades de licor mãe diferentes, a saber, 100 e 250 Pa • s no fim de um período de resfriamento a 50 °C. Eles mostraram que acima de 250 Pa • s há redução pequena na pureza de mel alcançada e que esta condição limitante aproxima-se a uma relação de não sacarose/água de cerca de 4. Referências pág. 534 18 Esgotamento de melaço Testes de esgotamento efetuados no Audubon Sugar Instituie {Rein et al. 2002) enfatizaram a importância de concentrar a massa cozida até o nível mais alto possível antes dos crislalizadores para sealcançar bom esgotamento. Estes ensaios mostraram que a meta de pureza sul africana de pureza é alcançada num valor de = 4. o que concorda bem com os valores obtidos no trabalho feito por Rein e Sniith {1981) e os valores forneci dos por MiHer et al. (1988). Na próxima seção é enfatizado que os méto dos de análise têm um efeito grande nos cálculos, porque valores de pol e Brix desviam dos valores reais de sacarose e substância seca, mais acen- tuadamente em produtos de pureza baixa como massa cozida C e mel final. Considerando-sc mel final, precisa ser computado a partir dos va lores de sacarose real e substância seca. ou serão calculados valores altos, fora da realidade. 18.1.3 Equações de meta de pureza para esgotamento do melaço Para avaliar o grau alcançado de esgotamen to do melaço, é necessária uma referência. Esta referência está geralmente disponível na forma de uma equação de "meta de pureza". Uma série de equações diferentes de meta de pureza foram propostas ao longo dos anos. Essencialmente elas foram derivadas a partir de ensaios de laboratórios em várias amostras de melaço sob condições con troladas, estabelecendo assim na essência a pure za de equilíbrio sob condições específicas. Todos os testes laboratoriais demonstraram a importância da relação não sacarose/água Trabalhos realizados na Austrália {MiUer et al. 1998), Colômbia (G// et al. 2001) e África do Sul {Rein e Smiih 1981) demonstraram que a pureza de equilíbrio está diretamente relacionada a a _ , - • . 'NSAV■Porem, equações incorporando não podem ser aplicadas ao mel fi nal da usina devido ao efei to da água adicionada nas centrífugas. Esta água altera drasticamente o valor de q^^^^ no melaço em relação ao valor do licor mãe da massa cozida antes da centrifugação. Uma meta de pureza pode ser idealizada de duas maneiras, ou a menor pureza de mel alcan çável num laboratório (pureza de equilíbrio), ou a meta rcalisticamcntc alcançável numa fábrica. A última c prcierívcl já que é um padrão objeti vo relacionado ao que pode ser alcançado e iiião é dependente de uma avaliação subjetiva do que é aceitável. A diferença entre a pureza real do mel e a meta de pureza é denominada Diferença da Meta de Pureza (TPD. do original em inglês) e dá uma indicação dt) potencial de melltoria. Um TPD bai xo é um indício de bom esgotamento do melaço. A meta de pureza é signilicaiivamenie afetada pelos métodos de medição usados no processo de derivação da fórmula. O eleito de métodos analí ticos. portanto, torna essencial especificar os mé todos empregados para cada equação de meta de pureza. As metas de pureza que foratn propostas estão listadas na Tabela 18. 1 . Os monossacarídeos. frutose e glicose são tne- didos mais precisamente por GC (cromatogralia gasosa). e HPLC (cromatogralia líquida de alto desempenho). Os nn)nossacarídeos são coinu- mente referidos como açúcares redatores quando medidos pelo método Lane & Eynon (L & E). que mede todas as substâncias redutoras e não somente monossacarídeos. Os monossacarídeo.s diminuem a solubilidade da sacarose no melaço, enquanto a maioria dos componentes inorgânicos que constituem a cinza tende a aumentar a solu bilidade, Todas as equações de meta de pureza le vam estes dois efeitos em conta na relação entre monossacarídeos e cinza sulfatada (</;vis/.\^ cares redutores para cinza sulfatada (r/^j^,.,^). Foi verificado que esta é uma abt)rdíigem conveniente, levando a uma forma simples de equaçãt) da meta de pureza. Valores altos de ou ^/^s/a tem que purezas menores de mel sejam obtidas. O trabalho australiano considera que um limi te prático é imposto pela viscosidade do material, que limita o atingimento do equilíbrio no equi pamento usado nas usinas. Por esta relação, duas equações diferentes sob duas viscosidades dile- rentes são mostradas na Tabela 18. 1 (M/V/cret al. 1998). as quais são consideradas como equações de "pureza esperada" e não condições de equilí brio. Na prática, é possível construir equipamen tos que possam operar com viscosidades maiores de massa cozida e melaço. O custo extra envolvi do precisa ser confrontado com o valor fi nanceiro do açúcar extra recuperado. A equação original do Audubon Sugar Insti- tute para a Louisiana foi derivada simplesmente 18.1.3 Equações de meta de pureza para esgotamento do mel ajustando a faixa inferior das purezas do niclaço da fábrica c é agora considerada muito tolerante (Saska et ai. 1999). A fórmula sul africana {Rcin e Smiíh 198 1) e sua forma modilicada. que é mais precisa em valores muito baixos de (Siniih 1995), é atualmente considerada ser apropriada para uso geral pelas seguintes razões: • E baseada num programa experimental de grande abrangcMicia. • Faz uso de medições mais precisas e confiá veis (GC). • Foi usada extensivamente na África por 20 anos e verificou se ser confiável sob todas as condições. • Verificou-se também ser apropriada nas con dições da Louisiana. • Trabalho feito posteriormente em laboratório, so bre esgotamento de melaço de outras áreas pro dutoras de cana na África, confirmou sua aplica bilidade geral com aproximação de 1 unidade de purcAix (Sahíuleo 1998). • Um levantamento de melaços do mundo todo mostra valores de TPD (Diferença da Meta de Pureza) na faixa de 3 a 7 unidades, ou seja. na faixa esperada, confirmando a aplicabilidade geral da equação (Sohculeo e Lionnet 1999). • Modelagem da cristalização levou a metas de purezas que concordam com boa aproximação com esta equação com = 5 {Lionnet e Rein \9S0). Em muitos casos a comparação direta deresul tados entre indústrias não é possível devido aos diferentes métodos de análise. Pol é o método favorito de análise na maioria dos países porque c rápido, mas a pol somente representa um valor de "sacarose aparente". A relação pol/sacarose no melaço varia durante a safra e entre as safras (Rcin et al. 2002). Isto torna as medições de pol um método inadequado para análise precisa de açúcar no melaço. Técnicas cromatográficas para a medição de sacarose assim como de monossa- carídeos dão os resultados mais confiáveis. Téc nicas precisas de GC foram usadas para derivar as equações de meta de pureza sul africanas e medir a meta de pureza do mel. A HPLC é uma técnica muito mais fácil de usar e tem demonstrado agora ter precisão similar a GC. O uso da HPLC tem encorajado o uso das formulas de meta de pureza ao redor do mundo. Foi demonstrado que nas usinas Tongaat- Hulett na África do Sul que têm capacidade de Tabela 18.1: Equações de meta de pureza propostas na literatura Método analítico Referencia Equação Comentáno Substancia seca Sacarose Monossacandeos Fosler{]9b(i) 40.7- 17.8- log (í/,j^,,,) Sec.agem Pol dupla L&E Miller Cl al. (1998) -fí-7-log(Wl I(X) Pa • s". 50 °C Secagem Pol dupla L&E Millercl ai. (1998) 46.9-9.5. 11-oxp (-1.3-'Wll 100 Pa - s". 50 °C Secagem Pol dupla HPIC Miller Cl al. (1998) 39.4 - 10.6 . log (f/^,,,^) 250 Pa ■ s". 50 °C Secagem Pol dupla L&E Millercl al.(1998) 55.l-18.7.[l-esp(-2.6.í/„^,,)| 250 Pa • s". 50 °C Secagem Pol dupla HPIC Morilsiigii et al. (1974) 33.2-4.03.|/,^„^0.161 -P„„ Emprega cinza c.irbonatada Rcfratômetro Pol dupla L&E Mariisugii et al. (1974) 33.3 - 5.35 Emprega cinza conduliméirica Refralômelro Pol dupla L&E Bruijn et al. (1972) 39,9 - 19.6 ■ log Resfriainicnio a 40 °C Secagem L&E L&E Rein y Smith (1981 37.7 - 17.6- log (í/,,,^) Rcsfriamiento a 40 °C Secagem L&E L&E Rei/iy5H»V/i(]981) 33.9-13.4- log ReslViamiento a 40 °C Secagem GC GC 5mi7/i(199.S) 43,1-17.5- II-exp(-0.74-f/„s,,,)l Rcsfriamiento a 40 °C Secagem GC GC Saska et al. (1999) 42.4 - 12.3- log Empregada cin/.a condutimétrica Correlação com SDR* HPLC HPLC Cf/et al. (2001) 38.5-7.7 - In 100 Pa.s".50 °C Secagem Pol dupla L&E Cilcl al.(2()01) 35.8 - 6.3 . In (./,„„) 250 Pa ■ s", 50 °C Secagem Pol dupla L&E * SDR = Sólidos Dissolvidos Refraiométricos Referências pág. 534 18 Esgotamento de melaço planta adequada no setor de massa cozida C, os valores de TPD registrados são muito similares às elevações de pureza medidas, que ocorrem nas centrífugas, conforme mostrado na Figura 18.2. Isto indica que a massa cozida está bem esgo tada após os cristalizadores e fornece evidência adicional para a adequabiiidade desta fórmula de meta de pureza. Na prática, portanto, não é muito comum uma fábrica alcançar uma TPD de zero. A média de TPD alcançada na África do Sul está geralmente na faixa de 4 a 5 unidades (Lionnei 2001). As melhores fábricas reportarão uma TPD de 2 a 3 unidades, que é aproximadamente igual a uma elevação "aceitável" na pureza do licor mãe nas centrifugas. 18.1.4 Métodos simplificados para esti mativa de substância seca e cinza Visto que as análises consomem tempo, sim plificações envolvendo o uso de SDR (Brix por refratômetro) ao invés de substância seca e cinza condutimétrica em vez de cinza sulfatada têm sido pesquisadas. A Substância Seca pode ser calculada a par tir de uma relação desenvolvida por Mcitthesius e Mellet (1976): 100 ~ 101,3/í?£)5 + 0,932/vr^ Avaliação estatística das análises de Substancia Seca efetuadas por secagem em estufa a vácuo e Brix refratométrico, foi realizada no Audubon Su gar Institute. Verificou se que a Substância Seca não é somente uma função do Brix, mas é também estatisticamente dependente da cinza e dos mo- nossacarídeos {Rein et aí. 2002). A análise leva à seguinte equação: 0,5345 + 0,9519 • RDS + 0,1460 • + 0,0347 • (18.7) Love (2002) sugeriu uma relação diferente basea da na medição de SDR e pol: ■ [ I - 0,00066 ■ ( - /ío/)] (18.8) Esta equação parece ser precisa dentro de I ou o 1 2 3 4 5 Elevação de pureza através das centrifugas em % Figura 18.2: Diferenças de meta de piirc/a registradas em usinas Tongaat-Hiiletl de 1989 a 1994 como uma função da elevação de pure/a através das cenirílugas [Siiiiih 1995) Felixton: ■Amalikuiu; • Darnall: ▲ Maidsione 2 % e cobre a faixa cmnplela de pureza de 30 até 86. Love (2002) também fornece uma equação para a estimativa da sacarose real a partir subs tância seca c pol. Porém, é considerado que as medições por cromatogralia de sacarose e iiionos- sacarídeos são essenciais para se obter resultados confiáveis. Malllie.sin.s- c Mellet ( 1976) e vau Siac/en et al. (1999) propuseram o uso de cinzas condulimélri- cas ao invés de cinzas sulfatadas, porque o erro in troduzido é considerado ser desprezível. O método ICUMSA (GS 1/3/4/7/8-1 3) é recomendado para cinza condutimétrica (van Staden et al. 1999). E considerado que a aproximação pura sólidos lotais usando as equações de correlação introduz um erro desprezivelmcnte pequeno. Além disso, é considerado que a precisão da determinação dos sólidos totais está próxima a 1 unidade. É consi derado também que o uso da cinza condutimétrica é adequado para propósitos de determinação de meta de pureza. 18.1.5 Efeito de teores altos de dextra- na e amido Experimentos de esgotamento em cozimentos feitos em laboratório, demonstraram que níveis altos de dextrana conduzem a purezas maiores de mel fi nal (Milíer e Wright 1977; Saliadeo 1998). Isto não é 18.2 Quaniidade de massa cozida C e mel final atribuído a um efeito intrínseco na solubiüdade. mas muito mais ao efeito significativo da dexlrana sobre a viscosidade. Viscosidade elevada torna mais lenta a transferência de massa e impede que o grau de con centração desejado seja alcançado. Com níveis altos de dexlrana. é mais difícil atingir valores altos de Brix da massa cozida. Em situações de cana com longos intervalos de tempo entre a colheita e o processamento, quando os níveis de dextrana aumentam, é espera do que os valores de TPD sejam mais altos. A par tir dos dados de Saliadeo. é esperado que acima de níveis de lO.ÜÜO mg/kg nos sólidos, a meta de pureza deva ser elevada em 0.2 unidades para cada aumento no nível de dextrana de 1.000 mg/kg de sólidos secos. Todavia, isto somente é evidente uma vez que os níveis de dextrana excedam cerca de 10.000 mg/kg de sólidos secos, bem acima dos níveis normais. Milicr e Wrifihr (1977) indicam um efeito maior da dextrana e sugerem que cada 1.000 mg de dextrana/kg de substância seca au menta a pureza esperada no melaço em uma uni dade. O eleito maior pode ser devido ao tempo de esgotamento menor usado nos seus ensaios. Os níveis de amido aparentam não ter virtual mente nenhum efeito na pureza de equilíbrio do melaço (Saluideo 1998) e não afetam a viscosida de da mesma forma que gomas e dextrana (Saha- deo e Liomwí 1999). 18.1.6 Reação de Maillard A reação de Maillard é descrita na seção 16.3.3 e é importante por causa de seu efeito ad verso no esgotamento do melaço. Ela resulta na formação de cor e acra a massa cozida, elevando significativamente a viscosidade {Newell 1979). Newel! demonstrou que a relação frutose/glicose aumenta quando as reações ocorrem e que a am plitude das reações pode ser medida a partir dos valores da relação frutose/glicose. Teoricamente, a frutose é consumida mais prontamente nas reações envolvidas, em oposição ao que é observado. Na prática, a relação entre a frutose e a glicose usualmente tem um valor ao re dor de 1.2-1,3 no mel final, mas com a ocorrência da reação de Maillard a relação pode subir para bem acima de 1,5. Particularmente com massas cozidas C. se o objetivo for minimizar as reações de Maillard. as temperaturas de cozimento devem ser mantidas abaixo de 63 °C e a massa cozida descarregada dos cozedores deve ser resfriada o mais rapidamente possível, porque a temperatura c o principal fator influenciando sua ocorrência. 18.2 Quantidade de massa cozida C e mel finai o melhor esgotamento da massa cozida C será alcançado se a quantidade de massa cozida for reduzida. Isto leva a tempos de retenção maiores nos cristalizadores e menos pressão sobre a capa cidade do cozedore das centrífugas, assim permi tindo que melhores resultados sejam alcançados. É mostrado na seção 15.2 que a quantidade de massa cozida C é unicamente dependente: • Da quantidade da não sacarose no caldo bruto. • Da recuperação da não sacarose (o efeito lí quido da eliminação e formação de impurezas no processo). • Da pureza da massa cozida selecionada. • Da pureza do açiícar C que é recirculado às massas cozidas de alta pureza. As usinas exercem controle pequeno sobre a qua lidade do caldo bruto e sua pureza, exceto sob a forma de esquemas de incentivo para fornecedo res de cana para melhorar a qualidade da cana. Entretanto, a recuperação da não sacarose pode ser afetada em algum grau pela garantia de que a formação e destruição de componentes não sa carose são minimizadas. Isto requer que as con dições sejam tais para minimizar a destruição de sacarose por qualquer que seja o mecanismo e que toda a água empregada no processo seja de boa qualidade com carga mínima de não sacarose. Nij- meros de usinas sul africanas, onde são aplicadas medições reais de sacarose, mostram uma recu peração de não sacarose variando entre 0.8 e 0.9, geralmente mais próximos a 0,9. A quantidade de melaço e massa cozida C pode ser relacionada à quantidade de substância seca, ou até melhor, à quaniidade de não saca rose no caldo bruto. Os kg de não sacarose/100 kg de Substância Seca no caldo são dados por Referências pdf{. 534 18 Esgotamento de melaço (100 — P^j)- A recuperação de não sacarose tem de ser aplicada a esta equação obter a não sa carose no melaço. A massa de melaço produzida em relação à massa de sólidos dissolvidos no cal do bruto é determinada por: "Wj "WMn. •(•00-^Moi) A quantidade de sacarose perdida no melaço por unidade de não sacarose no caldo (denominada fator de melaço) é às vezes usada no controle da fábrica para monitorar e comparar perdas no me laço. Isto pode ser calculado de: 100/?^^ (ioo-n,J (18.10) Pode ser visto que ela é independente da pureza do caldo. Valores baseados em medições de sacarose real dão valores de 0,57 a 0,6 na África do Sul (Lionnet 2001) e 0,53 a 0,56 nas Ilhas Maurício iWong 2001). Baseado numa pureza real no mel de 40, estes valores se traduzem em valor do fator de recuperação de não sacarose de 0,8 a 0,9. É particularmente importante assegurar que valores de pureza real e substância seca real sejam usados nestes cálculos, ou então respostas erradas serão obtidas. Os métodos de medição tem um efeito grande sobre os valores calculados. A pureza da massa cozida C tem uma influên cia direta sobre a quantidade de massa cozida C produzida. Cálculos mostram que aumentando a pureza aparente da massa cozida C de 53 para 61 incrementa a quantidade de massa cozida C a ser proces.sada em 55 %. Um aumento de 53 para 57 % na pureza da massa cozida eleva a quantidade de massa cozida C em 21 % (Rein et ai. 2002). A pureza da massa cozida C não afeta a quantidade combinada das massas cozidas A e B. A relação entre massa cozida C e mel C tam bém depende da pureza do açúcar C retornado aos cozedores de alta pureza. Geralmente, a quanti dade de massa cozida C fica na faixa de 0,2 a 0,3 mVtonelada de Substância Seca no caldo, ou 1,5 a 2,0 mVtonelada de não sacarose no caldo. As vezes a pureza da massa cozida C não pode ser baixada suficientemente devido à pureza do mel B ser muito alta. Isto pode ocorrer como conseqüência do esquema de cozimento ou equi pamento inadequado ou operação. 18.3 Operação otimizada de es tações C 18.3.1 Efeito das condições operacio nais da fábrica no esgotamento do melaço Análise dc dados obtidos na Louisiana de monstrou que valores menores de TDP foram conseguidos quando o Brix da massa cozida C foi aumentado e a pureza da massa cozida C reduzida {Rein et al. 2002, ou seja. quando a relação não sacarose/água foi aumentada. Brix alto da massa cozida é importante porque a água é o componente mais melassigênico e um í/^sAv precisa ser alcançado quando se busca uma diferença de meta de pureza baixa. A equa ção para a relação não sacarose/água é: ^/nsav ~ I - R, /100Mj 10()/ii„^-l (18.11) Reduzindo-sc a pureza da massa cozida au menta também mas não na mesma extensão. Pode ser calculado pela equação (18.1 1) que para se obter o mesmo aumento em a partir de um aumento de uma unidade na .Substância Seca. a pu reza tem de ser baixada em 6 unidades. Esta queda de pureza é mais difícil de ser conseguida. E esti mado que um Brix refratométrico da massa cozida no cozimento de pelo menos 97 % deve ser atingi do para ser obtido um btmi esgotamento do melaço. Experimentos feitos em fabricas de açúcar na África do Sul também demonstraram que a condi ção da massa cozida em termos de Substância Seca ou relação í/^s/w massa cozida c primordial {Lio nnet e Rein 1980). Brix alto no cozimento conduz a resultados melhores {Mandarhoeiis e White 1978). 18.3.2 Práticas recomendadas para ob tenção de bons esgotamentos de melaço A lista de verificação abaixo destaca as me lhores práticas para conseguir bom esgotamento. Porém, muitas fábricas são incapazes de alcançar 18.3.2 Práliciis recomendadas para alcance de bons esgotamentos de mel boa exaustão em função das limitações do equi pamento e as questões relativas aos equipamentos que lidam com as massas de baixa pureza também precisam ser consideradas. Lista de verificação operacional • O Brix da massa cozida C deve ser o mais alto possível sem causar elevações indevidas de pureza no rcaquccedor e centrífugas. O Brix refraiométrico da massa cozida C deve ser no mínimo 97 c este valor deve ser aumentado adicionalmente em pequenos passos até cerca de 98 num programa planejado para atingir o ótimo. • Se forem usados cozedores de batelada. o lí quido resultante da limpeza com vapor dos cozedores deve ser direcionado ao tanque de mel A o B e não aos cristalizadores. • A pureza da massa cozida deve ser controlada para dar no mínimo 25 g de cristal/100 g de massa cozida na descarga da massa cozida do cozedor, a fim de ler área superficial de cristal siificienie. A pureza requerida da massa cozi da é calculada em função das purezas espera das do melaço, usando a equação para conte údo de cristais dada na equação (15.19). (Esta equação supõe que a pureza do mel B é baixa o suficiente de modt) que uma pureza baixa da massa cozida C possa ser alcançada). • A pureza da massa cozida não deve ser muito maior do que a obtida por esta equação, porque purezas maiores não stimenie levam a quantida des maiores de massa cozida C. mas também a conteúdo de cristal maior resultando em aumen tos de viscosidade da massa cozida. As equações na seção 16.14 implicam que a consistência é exponencialmenle relacionada ao conteúdo de cristal e um aumento no conteúdo de cristal de 27 para 35 g/lOO g provavelmente aumentará a con sistência da massa cozida por um fator de cerca de 1,8. • Idealmente a semente C deve ser granada em mel A somente, na faixa de pureza de 64-68 %. Quando o perfil de pureza global da fábrica for baixo, uma mistura de xarope e mel A pode ser necessária para atingir esta faixa de pureza. Durante períodos de pureza alta. o mel B pode ser usado para alimentar o cozimento de semente C após a granagem. • É importante obter o tamanho correto e a re gularidade dos cristais na semente. O preparo correio da suspensão de cristais semente é im portante {Ninela e Rcijoo 2006). • Se um cozedor contínuo for usado, ele deve operar de modo o mais estável possível com a taxa de produção regulada pela taxa de evapo ração necessária. Idealmente, ã medida que as necessidades de produção ditam um aumento ou decréscimo na taxa de produção, as altera ções do ponto de regulagem devem ser feitas em degraus pequenos. • O ponto de regulagemdo controle de pressão absoluta deve ser selecionado para dar uma temperatura de saída da massa cozida de cer ca de 63 °C ou menos e permanecendo o tem po todo abaixo de 65 °C. A pressão absoluta precisa ser estável o tempo lodo. (E evidente que temperaturas significativamente maiores são normais em algumas indústrias de açú car). • O perfil de condutividade da massa cozida num cozedor contínuo deve ser escolhido para ser aproximadamente linear do primeiro ao úl timo compartimento. Este perfil pode ser mo dificado por testes, mas o ponto de regulagem do último compartimento precisa garantir que o Brix de massa cozida requerido ou a relação não sacarose/água sejam obtidos. É necessário um sistema para monitorar a largura média do cristal, seja um microscópio com uma escala graduada ou um sistema fotográfico ou computadorizado. Deve ser tomada uma imagem de cada cozimento de massa cozida C para veri ficar o tamanho e a regularidade de cristal. • A largura média do cristal não deve ser menor do que 0,12 mm e deve ter em média mais do que 0.15 mm. supondo uma largura da abertu ra da tela da centrífuga de 0,06 mm. Notar que o comprimento do cristal pode ser em média 1,5 a 2.0 vezes a largura, mas é a largura que determina se um cristal passará através da ten da da tela da centrífuga. • Os níveis dos cristalizadores devem sempre ser mantidos o mais alto possível para maxi mizar o tempo de retenção da massa cozida. Idealmente, uma calha de transbordo deve ser instalada no último cristalizador para evitar a queda do nível de massa nos demais crisializa- Rvfervnchis páfi. 5.^4 18 Esgotamento de melaço dores instalados em série, abaixo de um nível mínimo selecionado. A temperatura ideal da massa cozida na saí da do cristalizador é ao redor de 40 °C. Este número deve ser registrado e o resfriamento ajustado conforme o necessário para alcançar esta temperatura. A temperatura do reaquecedor de massa co zida deve ser mantida a mais baixa possível o tempo lodo. A escolha da temperatura de saí da depende da viscosidade da massa cozida e pode ser tão alta quanto 60 °C. mas normal mente seria menor do que esta. A temperatura do reaquecedor é regulada pela temperatura de massa que permita à centrífuga operar ade quadamente. O reaquecedor deve ter área de aquecimento suficiente para a temperatura da massa cozida na saída, estar 3 °C próxima da temperatura da água do reaquecedor de massa cozida. A alteração da pureza através do rea quecedor deve estar próxima a zero (e pode às vezes ser negativa). Medições de pureza Nutsch (licor mãe) de vem idealmente ser tomadas, na descarga do cozimento, após os cristalizadores e após o reaquecedor. A alteração da pureza através de cada estágio deve ser monitorada e o conteúdo de cristais pode ser também calculado. Altera ções de pureza através da estação C devem ser relatadas rotineiramente. A vazão da massa cozida através das centrífu gas deve ser a mais constante possível e todas as máquinas devem operar à mesma capaci dade. A vazão através das centrífugas deve ser regulada para produzir uma quantidade de melaço dentro da meta, conforme lida numa boa balança de melaço ou medidor de vazão. Como uma orientação aproximada, deve ser estabelecida uma meta relacionada à entrada horária de não pol no caldo bruto, visto que a produção de melaço é proporcional à entrada de não sacarose, conforme a equação (18.9) indica. Alternativamente, a média da semana anterior pode ser usada como meta. Existem duas opções para controle da vazão nas centrífugas. Tanto por regulagem da po sição da válvula de alimentação de massa co zida quanto por ajuste da quantidade de água necessária para se obter a pureza desejada do açúcar (80 a 83 ''/<). ou regular a vazão de água e ajustar a de massa cozida para dar a pureza de açúcar requerida. A regulagem de vapor é ajustada para reduzir a viscosidade da massa cozida entrand(5 na centrífuga, para dar uma temperatura de saída de mel de não mais do que 60 "C. • A elevação da pureza na centrífuga deve ser menor do que 3 unidades c prefcriveiniente menor do que 2 unidades. Isto é consegui do pela combinação correta do tamanho do cristal, temperatura do reaquecedor e vazões constantes. O Brix rcfratométrico no mel final deve ser maior c|ue 82. • As elevações da pureza Nutsch através das centrífugas devem ser medidas rotineiramen te. para assegurar que elas estão sendo opera das corretamente, que não há furos nas telas, que as telas não estãt) sujas e c|uc não possuem desgaste excessivo. Setor de massa.s de baixa pureza e questões re lativas a equipamento Para alcançar bom esgotamento em massas co zidas de baixa pureza, as limitações da planta e dos equipamentos precisam ser consideradas. Os requisitos particulares são: ■ Co/.edores que consigam processar mas.sas cozidas de Brix alto. tanto contínuos quanto cozedorcs de bateladas de baixa carga hidros- táiica. • Um fornecimento de água de injeção no con- densador cm baixa temperatura (digamos <32 °C) para permitir que um vácuo suficien temente alto seja alcançado (para manter a temperatura da massa cozida baixa). • Equipamento de vácuo (preferivelmente bom bas de anel líquido) para dar pressão absoluta estável com confiabilidade. • Preferivelmente um sistema de fluxo das mas sas cozidas por gravidade com conexões bem dimensionadas para eliminar a necessidade de bombeamentos destes produtos. • Acionamentos dos cristalizadores e sistemas condutores de massa cozida que possam ab sorver massas cozidas de baixa pureza de alto Brix. • Tempo de residência suficiente nos cristaliza- 18.4 De.ssaciirificação de melaços dores e insiaiaçõcs adequadas de resfriamento de massa cozida. • Reaqiiecedores de tubos aletados generosa mente dimensionados para aquecer a massa cozida, com dircrença pequena entre a tempe ratura da água de aquecimento e a da massa. • Capacidade suliciente em centrífugas contí nuas com alimentação adequada c recursos de controle paru os íluxos de massa cozida, vapor e água. 18.4 Dessacarificação de melaço 18.4.1 Separações cromatográficas Em contraste com o uso generalizado da sepa ração cromatográlica para recuperação de açúcar do melaço de beterraba, apenas duas instalações de plantas para recuperar açúcar do melaço de cana por este meio são relatadas e uma destas é considerada fora de operação {Keanicy c Kocher- gin 2001). As razões para isto são as seguintes: • O melaço de cana tem um alto teor de sólidos em suspensão, os quais geralmente precisam ser separados por filtração por filtração por membrana antes da separação. • O melaço de cana tem de ser abrandado por troca iônica antes das colunas cromalográíi- cas. para remover todos os íons bivalentes. • O teor de sacarose no melaço de cana é muito mais baixo do que no de beterraba, de modo que o potencial de receita econômica é consi deravelmente mais baixo. • O processo é caro para instalar e operar. Entretanto, uma vez que a separação foi efetu ada. a possibilidade de recuperação de quanti dades pequenas de subprodutos potencialmen te de grande valor, das correntes de melaço limpas, é consideravelmente aumentada. Em função do tamanho da planta ser bastante rela cionado à carga de não sacarose. é provavelmente mais interessante aplicar o processo ao caldo cla rificado e não ao melaço. Os ganhos de incrus- tação reduzida nos evaporadores, viscosidades reduzidas de massa cozida, qualidade melhor de açúcar, bem como um aumento da recuperação de sacarose, poderiam ser obtidos. 18.4.2 Precipitação por etanol Decloiix et al. (2001) demonstraram que a adição de etanol reduz a solubilidade da sacarose em soluções puras da mesma. Verificou-se que a adição de etanol ao melaço reduziria significativa mente a viscosidade deste, mas nenhuma redução na pureza do melaço seria conseguida. Conjetu- rou-se que a adição do etanol solubilize uma por ção da não sacarose. e assim o efeito líquido da adição de etanol no melaço é neutro no que diz respeito à solubilidadeda sacarose. Robertsou (1978) demonstrou que. com o me laço calcado a pH = 8 antes da adição de etanol. foi obtida uma precipitação considerável de impu rezas. Isto levou a um aumento da relação de mo- nossacarídeos/cinza e a remoção de impurezas le vou a um aumento de 8 a 9 unidades na pureza do melaço. do qual pôde ser então cristalizada uma quantidade adicional de açúcar. Este processo aparenta ser muito caro para ser viável na prática. 18.4.3 Outros métodos químicos O processo Sieffen é provavelmente o mais co nhecido dos métodos químicos e tem sido aplica do mais amplamente no processamento de açúcar de beterraba. Ele envolve a adição de cal queima da finamente moída ao melaço diluído numa tem peratura reduzida (9 a 14 °C). Um precipitado de sacarato de cálcio é formado, o qual é separado do melaço e lavado. A sacarose é recuperada do sacarato de cálcio por carbonatação ou. alternati vamente o sacarato pode ser usado para caleação no processo de clarificação. Na teoria, mais de 90 % da sacarose pode ser recuperada do melaço usando esta técnica. Não se conhece o uso deste processo em melaço de cana. 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Porém esta simplicidade aparen te é enganosa - o processo de secagem de açúcar combina simultaneamente transferência de calor e massa com alterações químicas de fase. Cniwford (1952) descreveu a teoria c a prática da secagem de açúcar como "uma conglomeração. razoavel mente confusa de idéias e métodos, a qual sugere que os fatos básicos acerca da secagem e resfria mento do açúcar não estão claramente entendi dos." Cerca de 45 anos depois, Pokowski e Grocho- wski (1997) afirmaram que a "descrição do pro cesso de secagem é ainda baseada em modelos questionáveis e nenhuma curva confiável de seca gem de açúcar está disponível". A secagem de açúcar bruto é necessária na maioria dos casos por duas razões; • Obter um açúcar com as características necessá rias ao manejo, ou seja. assegurar que ele se torne e permaneça com fiuidez adequada livre e tenha as qualidades físicas e estéticas demandadas pelo mercado. • Reduzir a probabilidade de perda de sacarose ou formação de cor via degradação química ou microbiológica. Como uma diretriz na prevenção da deterioração, o açúcar deve ser secado abaixo da umidade limite conforme determinado por uma relação conhecida como Fator de Segurança SF (Security Factor): 100-u', (19.1) onde é o teor de água (umidade), u-j. o teor de sacarose determinado por polarização e o teor de não sacarose do açúcar, todos expressos em g/lOO g de açúcar. Wiígor (1986) afirma que se o SF for maior do que 0,3 o açúcar se deteriorará rapidamente e sugere que o fator de segurança do açúcar seja mantido abaixo de 0,25. Porém não há concordância geral sobre o valor limite "segu ro" de fator de segurança. Na índia, um valor de 0,22 é usado para açúcares brancos ou refinado, enquanto 0,20 é recomendado para açúcar bruto. A prática na África do Sul é empregar 0.23 para todos os tipos de açúcar. Uma modificação australiana do Fator de Segu rança, usada em alguns países, é conhecida como Indicador de Diluição (D/), onde: Referências inig. 552 19 Secagem e estocagem de açúcar brulo lOOuv 100 -VI' (19.2) 100-(H's + VVvv) "'ns Estaé uma expressão do percentual de umidade em relação ao teor de não sacarose e c considera do que um valor de Dl maior do que 50 (que cor responde a um fator de segurança de 0.33) indica risco considerável de deterioração. 19.1.2 Mecanismos de secagem Devido o açúcar ser um material solúvel no estado cristalino, quando é descarregado das cen trífugas contém água em duas formas; I. Umidade inerente: conforme descrito por Rogers e Lewis (1962 e 1963), esta é água contida dentro da estrutura cristalina. É in certo se ela toma a forma de líquido ocluso ou está quimicamente ligada como hidra- tos de sacarose ou polissacarídeos hidrata dos dentro do complexo de sacarose. Esta umidade parece não migrar para a super fície (certamente, sob condições isotérmi- cas, não haveria força motriz para fazê- lo) e pode ser liberada somente por moagem ou dissolução. Para fins propósitos de seca gem, ela pode ser considerada inerte. 2. Umidade superficial; Esta é a água sobre a su perfície do cristal, que ocorre como um filme de xarope saturado ou possivelmente subsaiu- rado no início, de pureza menor ou igual ã do cristal. E esta umidade que deve ser objeto da secagem. A classificação acima torna claro que os meca nismos envolvidos na secagem do açúcar são di ferentes daqueles de um sólido insolúvel. Para a secagem de um sólido, aplica-se a teoria de se cagem clássica em dois estágios, conforme ilus trada na Figura 19.1. Os estágios de secagem do açúcar aproximam-se da teoria clássica conforme se segue: 1- Estágio de velocidade de secagem pseudo- constante: Existe um filme de xarope subsa- turado na superfície do cristal e a evaporação ocorre em velocidade quase constante. 2. Estágio de velocidade de secagem decrescen te. Conforme o filme superficial se torna mais concentrado devido à perda de umidade, a Taxa constante Taxa decrescente Tempo em s Figura 19.1: Fases clássicas da secagem evaporação torna-se mais lenta pela iníluência dos solutos, principalmente sacarose. Além disso, devido à rapidez da perda de umidade da superfície do filme, um gradiente de con centração de água se dcsenvtvive através do próprio filme. Uma vez que o filme superficial está supersaturado. a cristalização de sacaro se começa a ocorrer. Em açúcares de purezas mais altas, esta cristalização é rápida e pode ocorrer na superfície mais externa do filme onde a concentração de sacarose é a mais alia. isto resulta na formação de açúcar amorfo na superfície, dificultando ainda mais a evapo ração. Este fenômeno tem efeito pequeno na secagem de açúcar bruto, porém, c tratado em detalhe na Seção 24.1. Assim, três mecanismos ocorrem na secagem de açúcar: 1. Evaporação da umidade numa velocidade de terminada pela diferença de pressão de vapor entre o filme e o ar circundante. 2. Difusão das moléculas de água através do filme superficial, induzida pelo gradiente de concentração. 3. Cristalização das moléculas de sacarose no fil me sobre a superfície do cristal ou como açú car amorfo, diluindo o filme e liberando mais umidade disponível para remoção. A secagem do açúcar bruto é predominantemente controlada pela velocidade de evaporação, com influência relativamente pequena dos outros dois mecanismos (e mesmo assim apenas no final do processo). 19.1.3 Modelaeem 19.1.3 Modelagem A indústria australiana de açúcar tem sido uma fonte valiosa de trabalho de modelagem fundamental na área de secagem do açúcar (com todos estes trabalhos baseados em secadores ro tativos de cascata). Decorrentes destes trabalhos, as relações fundamentais consideradas nos vários modelos sâo as seguintes; 1. Transferência de calor sensível entre o açúcar 4 = (19.3) Ôs calor sensível transferido do açúcar em W; k coeficiente de transferência de calor por con- vecção cm W/(ni- • K); A área superficial exposta dos cristais em m-; h temperatura de açúcar em °C; temperatura do ar em °C. 2. Perda de calor através da parede do secador: Ô,.,,, =7C-r//. ■ [^s ■ -v ■ (/s - ■ (1 - .v) ■ )] (19.4) onde: éi„ss perda de calor através da parede em W; d diâmetro do tambor do secador em m; / comprimento do tambor em m; X fração da superfície interna do secador co berta por açúcar; coeficiente de transferência de calor entre o açúcar e o tambor em W/(m- • K); ^Aif coeficiente de transferência de calor entre o ar e o tambor em W/(m- • K); ^Amb temperatura do ar ambiente em °C. 3. Taxa de fluxo de calor necessária para evapo ração: (19.5) A/ijy calor específico de vaporização em J/kg; 4. Velocidade de transferência de massa por eva poração (19.6) calor de evaporação absorvido em W; velocidade de evaporação em kg/s; onde; M massa molar de água, 18 kg/kmol: coeficiente de transferência de massa em kmol/(s • m- • Pa); pressão de vapor de água na superfície do filme em Pa; P\',\\x Ptcssão parcial da água no ar em Pa; 5. Velocidade de cristalização do filme superfi cial = (19.7) onde: R velocidade de cristalização em kg/s; /?, velocidade de crescimento de cristal em m/s; Aj área superficial total (não exposta) da super fície do cristal em m-; densidade do cristal de açúcar (1586 kg/m-^). 6. Difusão molecular através do filme superfi cial: y \ JV -expí-D-x) (19.8) /^.s l onde: W concentração de água na superfície do filme, dependente do tempo em kg/m-\ Wf, concentração inicial de água no filme em kg/m-^ D coeficiente de difusão molecular de água no filme em s"'; X tempo em s. No emprego destas equações, o seguinte deve ser notado: a) A velocidade de crescimento de cristal R é uma função das relações sacarose/impureza/ água, da do filme superficial e depende dos co eficientes e velocidade de solubilidade empiri- Referências pág. 552 19 Secagem e estocagem de açúcar bruto camente determinados. As correlações usadas por Tctit et al. (1994) são dadas em seu traba lho, mas várias alternativas estão disponíveis na vasta gama de material publicado sobre cristalização de açúcar. b) A pressão parcial da água no filme é uma fun ção da temperatura e concentração (via Lei de Raoulí - a pressão de vapor é diretamente proporcional à concentração). Bressan e Ma- thlourhi (1994) sugerem que a atividade da água deveria ser usada em vez da concentra ção, devido aos efeitos da hidratação. Entre tanto o coeficiente de atividade da água neste sistema permanece acima de 0,8 para concen trações até 80 g de sacarose/IOO g de solução, e mesmo considerando-se a margem de erro dos vários coeficientes empíricos, deve ser suficiente para a concentração no processo de secagem . c) Para açúcar bruto e refinado, usando ar não aquecido em contracorrenie. não aquecido, Tuii et al. (1994) obtiveram boa concordância com dados medidos empregando um coeficiente de transferência de calor de 300 W/(m- • K) e um coeficiente de transferência de massa de 4 • IQ-'' kmol/(s • m- • Pa). Este coeficiente de transfe rência de massa parece razoável, mas o coefi ciente de transferência de calor aparenta or dens de magnitude muito altas, com base cm trabalho feito em outro locai. d) Shandiow et al. (1996) reduziram a velocidade de cristalização do filme para 40 % do valor calculado em linha com estudos sobre filmes de melaço o estagnados efetuados no Instituto de Pesquisa Açucarelra Australiano (SRI). Na adequação do modelo aos dados do secador de açúcar bruto, eles obtiveram um coeficiente de transferência de calor de 3,6 W/(m- • K), um coeficiente de transferência de massa de 4,4 ■ 10"'" kmol/(s ■ m^ ■ Pa) e um coeficiente de difusão de 0,001 s"'. Os valores dos coefi cientes de transferência de calor e massa con cordam muito bem com aqueles obtidos em ensaio em açúcar refinado na África do Sul (dados não publicados). Pakowski e Grochowski (1997) publicaram um modelo abrangente semiempírico do processo de seca«^em num secador de leito fluidizado e usaram o modelo em simulação computadorizada para au xiliar no projeto de secadores e resfriadores. Eles notaram que o açúcar seco cai dentro do grupo B da classificação de Oeldari, oque significa que o açúcar Huidi/a não homogeneamente e a forma ção de bolhas inicia-se nt) começo da lluidização. Como conseqüência parte do ar sai da camada de açúcar sem entrar adequadamente em contato com as partículas. Quak|uer modelo de leito lluidizado preci sa levar em conta esta ineficiência, caso con trário. as velocidades de secagem c resfria- rnentt) serão superestimadas. Admitindo este efeito, eles obtiveram uma relação aproxima damente linear entre o coeficiente efetivo de transferência de calor e a velocidade do ar su perficial. de 0,5 W/(m- ■ K) em 0.4 m/s a 5,5 W/(m- • K) em 1.4 m/s. 19.1.4 Interpretação prática A teoria da secagem identifica as variáveis cruciais no processo de secagem como aquelas que controlam a força motriz evaporativa: • A pressão de vapor da água no filme superfi cial de cada cristal. Esta é uma função do teor de água (concentração) e temperatura do açú car. • A pressão parcial da água no ar de secagem. Esta é uma função da umidade absoluta (teor de água no ar) e temperatura do ar. Na prática, a operação de um secador oferece con trole sobre: • Tempo de retenção, discutido numa seção pos terior. • Temperatura do ar, pelo aquecimento do ar en trando. • A vazão mássica relativa de ar e açúcar (rela ção ar/açúcar). Isto afeta a variação nas tem peraturas e concentrações ao longo do com primento do secador, portanto a força motriz evaporativa. • Umidade absoluta do ar embora isto seja rara mente praticado. • Temperatura do açúcar, através da operação das centrífugas, formas de transporte e distan cias entre a centrífuga e o secador. • Composição do filme superficial, mediante práticas de lavagem nas centrífugas. 19.1.4 Imerpretação prática Em apoio a este último ponto. Farafi (1979) notou a importância para a secagem da boa operação da centrífuga c observou que é mais elicientc sob o ponto de vista energético, remover a umidade por meios físicos nas centrífugas do que por mudan ça de fase nos secadores. Em geral, secagem ina dequada do açúcar exige para mais lavagem nas centrífugas, além do que. um íilme de água (ou solução pura de sacarose) é muito mais fácil de evaporar do que um lilme de mel. As impurezas no filme retardam a cristalização necessária para liberar umidade adicional. A interação da transferência de calor e massa num secador pode produzir resultados interessan tes e algumas vezes não intuitivos. A Figura 19.2 é um conjunto típico série típica a de perfis de umidade e temperatura ao longo do comprimento de um secador de açúcar em cascata em contracor- rente. Com o objetivo de secar, resfriar o açúcar, pode ser surpreendente ver que na parte final do secador, o açúcar na verdade se aquece após ter sido resfriado evaporativamente. Isto é necessário para melhorar suficientemente a evaporação sufi cientemente para obter a umidade de açúcar ne cessária. Entretanto, os parâmetros operacionais neste exemplo estão longe de estar otimizados. Este secador pode estar se beneficiando de açúcar mais quente e ar mais frio. ou uma relação ar/açú car diferente, ou mesmo possivelmente operação em co-corrente. Para um secador em particular, portanto, a otimização cuidadosa das variáveis de processo tem o potencial de produzir um açúcar mais seco. mais frio. sem alteração no equipamen to. De longe, a variável manipulada mais impor tante em secagem é a temperatura. A secagem é encrgético-intensiva. o que significa que aumen tando a energia fornecida ao processo através do açúcar ou do ar terá um efeito positivo na eva poração. Destes, o fornecimento de energia via o açúcar é o mais eficiente, porque não é depen dente da eficiência da transferência de calor e não é normalmente necessário prover equipamento adicional para aquecer o açúcar. Transportadores longos entre as centrífugas e os secadores devem ser evitados, na medida em que eles podem resul tar em resfriamento do açúcar sem secagem pro porcional. ou até formação de crostas na superfí cie da camada transportada, que podem se tornar aglomerados no secador. A importância da temperatura do açúcar sig nifica que quando secando com ar frio. ações de controle podem ter respostas inesperadas. Em par ticular, aumentando a relação ar/açúcar pode de fato retardar a secagem. Apesar do fato de que um aumento na vazão de ar reduz o teor de umidade no ar ao longo do secador, e por isso melhorando a evaporação, isto pode ser superado pelo fato de que também resfria o açúcar, removendo a energia vital ao processo de secagem. Tait et al. (1994) introduziram o conceito de "Gráficos Operacionais" para secadores, basea dos nas considerações acima. A Figura 19.3 é um exemplo de um gráfico, mostrando uma região de Umidade do açúcar Temperatura do açúcar Distância ao longo do secador em m Figura 19.2: Perfis típicos de secador em contracorrente Limite q.. = 1 Região de y/ operação X 9a,r/s = viável / ^ 0.6 1,0 1,4 1,8 2,2 2,6 Umidade do açúcar de alimentação em g/100 g Figura 19.3: Exemplo de um gráfico operacional de um secador (7í/íf et al. 1994) Referèndcis /?(/,?. 552 !9 Secagem e estocagem de açúcar bruto Secador-resfriador multi-tubular. Uma va riação do secador tradicional de cascata é o Se cador-resfriador multi-lubülar (Figura 19.6). que consiste de doze mini tambores todos com alctas e empregando o princípio de cascata, montados em dois anéis concêntricos de seis tambores cada. fixados em cada extremidade em chapas frontais como num "espelho de tubos" e rodando juntos. O açúcar passa ao longo dos tambores de secagem internos e então retorna ao longo dos tambores de resfriamento externos antes de deixar a unidade. Os fabricantes justificam a complexidade comple mentar com base em: 1. Reduzidos danos ao cristal e formação de pó devido às quedas muito pequenas dos cristais nos mini tambores. 2. Pouco espaço necessário para realizar tanto a secagem quanto o resfriamento. 3. Uso de resfriamento em contracorrente e seca gem em co-corrente numa única unidade. 4. Baixo consumo de potência de acionamento devido à carga balanceada do produto ao redor do e^xo de rotação (uma unidade de cascata padrão requer mais potência para elevar o açú car em só um lado do tambor). 5. Um acionamento central, eliminando a neces- sidade dos anéis de apoio do secador. 6. Menor custo de manutenção devido à menor quantidade de equipamentos auxiliares. Entretanto, o dispositivo gira a 5-6 min"", que é pouco para tambores de diâmetro pequeno, e isto significa que a capacidade da unidade é um pouco menor do que aquela de seis secadores-resfriado- res individuais de mesmo diâmetro. Secador Louvre rotativo. O competidor prin cipal do secador de cascata tem sido o secador ro tativo de venezianas (Figura 19.7). Este consiste de um tambor cilíndrico, semelhante à unidade de cascata, mas contendo um casco interno fei to de venezianas tangenciais sobreposta.s. Cada veneziana é conectada ao tambor externo por um defletor radial, dividindo assim, o anel entre os ca.scos interno e externo em passagens de ar in dividuais. O ar entrando nestas passagens precisa distribuir-se através dos espaçamentos entre as venezianas no casco interno. O diâmetro do casco interno de venezianas aumenta gradualmente em direção à extremidade de descarga. Isto faz com Corte CC Figura 19.6: Sccndor-reslriudor imiliiliibos Five.s Cail {Dnhem 1978) 1 Açúcar úmido, enirada; 2 Ar dc rcsfriaincnio. onirada; 3 Ar quente, entrada: 4 Ar de exaustão, saída; 5 Açúcar seco. saída: 6 Tubos de secagem: 7 Tubos de conexão: 8 Tubos de resfriamento; 9 Rixo; lORedutor; I I Delleior que a camada de açúcar que se forma nas vene zianas. se mova em direção à saída na medida em que ela escorrega ou rola sobre as venezianas com a rotação do tambor. Não há. portanto necessidade de inclinar o tambor e o tambor externo é perfei tamente horizontal. Este tipo de secador foi mais precisamente descrito como um "de leito semi- fluidizado mecanicamente assistido". A Figura 19.8 é um corte transversal mostrando