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15 Cristalização como coeficiente de saturaçao {vau der Poel et ai. 1998:650). Para uma solução saturada, tanto pura como impura, o grau de supersaturação é expresso pelo coeficiente de supersaturação y. calcu lado dividindo se a relação sacarose/água da solução supersaturada pela relação sacarose/ água de uma solução saturada sob as mesmas condições de temperatura e pureza (ou rela ção não sacarose/água). O coeficiente de super saturação indica se a solução está insaturada (v < 1). saturada (>• = 1) ou supersaturada (y > 1). Ele é definido por: (15.5) A solubilidade de soluções puras de sacarose é mostrada na Figura 15.1. A saturação é represen tada pela curva para = 1. E óbvio que há um efeito muito forte da temperatura na solu bilidade. Esta Figura mostra 4,2 também curvas para valores de Vp de 1,2 e 1,3. A região 4 0 de coeficiente de supersatu ração entre 1 e 1,2 é conheci- , „ da como região metaestável. Nesta região, os cristais de ^ ̂ açúcar crescerão, mas núcleos ct novos de açúcar não se forma- ^ rão. Esta é a região na qual a i cristalização deve ser contro- 5 lada. A região entre 1.2 e 1,3 ^ é denominada como região ^ intermediária, na qual os cris- 3 3,0 tais continuarão a crescer, mas ro núcleos novos se formarão na 2,8 o / presença de cristais de açúcar. S A região acima de um coefi- ^ 2.S ciente de supersaturação de 1,3 é conhecida como a região 2 4 lábil; nesta região a nucleação ocorrerá espontaneamente. ^ 2 Uma solução subsaturada ' num ponto abaixo da curva de saturação (A na Figura 15.1), pode ser movida para a região supersaturada por evaporação a temperatura constante, ou Ficura 15.1: Solul por resfriamento a um teor de sólidos dissolvidos constante. 15.1.2 Crescimento do cristal e nuclea ção O crescimento do cristal é um assunto com plicado e o leitor deve consultar a vem der Poel et al. (1998:653:670) que fazem um tratamento mais amplo deste assunto. Para propósitos práticos, o crescimento do cristal pode ser considerado um processo progressivo, com a força motriz para a cristalização sendo o grau de supersaturação. As moléculas de sacarose na solução têm de migrar para o cristal e então serem incorporadas na estru tura do cristal. A taxa de cristalização é. portanto dependente destes dois processos. A Figura 15.2 Coeficiente de supersaturação y = 1,3 Evaporação (isotérmica) Evapo ração de flash Resfria- ^ mento / Solução subsaturada Temperatura em °C Figura 15.1: Solubilidade de sacarose pura em água em função de temperatura 15.1.2 Crescimenlo do cristal e nucleação apresenta unia cainacla limite através da qual as moléculas se dilundem c uma camada de adsor- ção na superrícic dt) cristal. Estes dois processos podem ser representados como: I Camada de adsorqão t Difusão Difusão: d//i Reação superficial: d/íi , / V (15.6) (15.7) onde /\ é a área supcriicial do cristal. e são constantes da taxa de difusão e reação superlicial, c, c* e são as concentrações da solução como um todo. na interface cristal superfície e em equi líbrio, respectivamente. Isto é nu realidade uma simplificação, visto que o processo de incorpora ção na estrutura consiste de uma série de proces sos incluindo a adsorção na camada superficial, migração a um local adequado na superfície e anc- xação à própria estrutura do cristal. Mesmo assim, estas duas equações podem ser combinadas para dar: d/u , / \ ~— — kf. ■ A ■ (f — (• ) fT V ''l) ^c; - (^'n • k^^)/[k^, +k^^) (15.8) (15.9) Foi bem estabelecido que em temperaturas < 40 °C. o processo de incorporação superfi cial é o controlador da velocidade do processo e Eni temperaturas > 50 "C. a taxa de mi gração controla o processo e k^, ~ í:,,. Na prática, foi comprovado que a velocidade do processo não é sempre um processo de primei ra ordem e a taxa de cristalização é melhor ex pressada como; dm , , y, (15.10) onde n tem um valor entre 1 e 2 em diferenças de concentrações baixas, mas tende à unidade (ou seja. um processo de primeira ordem) em diferen ças de concentração maiores. A constante de velo cidade da reação é dependente da temperatura. ' Reação superficial Camada , volume aparente I de solução estagnaçao, t Interface cristal/solução Figura 15.2: Representação de difusão e reação supcrti- eia! em cristalização de acordo com uma relação do tipo Arrheniiis, a qual pode ser escrita como: A-,; =A„-exp (15.11) Nesta equação. é a constante universal dos ga ses (8..^ 14 kJ/(kmol • K) e 7 a temperatura abso luta. A energia de ativação E^ tem um valor maior em temperaturas menores, correspondendo ao processo de incorporação superficial e um valor menor em faixas de temperaturas maiores onde a difusão é o fator de controle. A Figura 15.3 mostra O 20 40 60 80 Temperatura em °C Figura 15.3: Energia aparente de ativação pura crescimen to do cristal de sacarose (Love 2002) 1 Energia de ativação de reação superficial; 2 Energia de ativação total de processo; .3 Energia de ativação do volume de difusão Refcrêncicis pcíf;. 462 15 Cristalização que a energia de ativação se altera em função da temperatura. No cozimento a faixa de temperatura maior é adequada. Embora uma diferença de concentração gran de acelere a taxa de cristalização, é preciso to mar cuidado para assegurar que esta não seja tão grande que a concentração da solução se desvie ou para a região intermediária ou para a região lábil. Isto resultará na formação de novos núcle os de cristais, uma produção de cristais menores, que afetará adversamente a separação do cristal do licor mãe. A nucleação é um processo complexo influen ciado por muitos fatores diferentes. E um proces so difícil de controlar ou prognosticar e deve se evitar que o processo de cristalização opere em regimes de temperatura de concentração onde nu cleação descontrolada possa ocorrer. Um trabalho de van der Poel et al. (1998:650-653) cobre os fa tores principais que regem a nucleação na prática. 15.1.3 Efeito da não sacarose Os componentes não sacarose na solução têm quatro efeitos principais na cristalização: " Modificam a solubilidade da sacarose. O co eficiente de solubilidade é geralmente menor do que uma unidade para valores baixos da relação não sacarose/água (ver equação (18.3) na Seção 18.1.1), mas em valores altos ele ex cede um, indicando um aumento na solubili dade da sacarose. • Reduzem a taxa de cristalização pelo retarda mento do processo de difusão devido a vis- cosidades maiores ou pela interação com de terminadas faces do cristal, inibindo, assim, a incorporação estrutural. • Afetam a forma e a morfologia do cristal. Isto está associado ao ponto anterior, no qual de terminadas impurezas bloqueiam os locais de cristalização em certas superfícies, dificultan do o crescimento nestas faces, alterando, as sim. a forma do cristal. Determinados oligos- sacarídeos são particularmente bem conhe cidos como uma causa de cristais alongados {More! du Boi! 1991). • Aumentam a largura da região metaestável mostrada na Figura 15.1. disponibilizando uma faixa mais ampla de temperatura e de condições de concentração para a granagem. Os efeitos da não sacarose variam de uma região produtora de cana para outra e em tempos de sa fras diferentes. Geralmente são difíceis de medir ou predizer. Os valores do coeficiente de solubilidade são mostrados na Figura 18.1 . Eles são afetados não somente pela relação de não sacarose/água. mas também pela de açúcares redutorcs/cinza. Os va lores caem abaixo de um. entre 0,8 e 0.9 em uma relação de não sacarose/água de três. Isto implica que a solubilidade da sacarose em água reduz se à medida que a pureza cai. Conforme a relação de não sacarose/água eleva se acima de três, o co eficiente de solubilidade aumenta, excedendo a unidade numa relação de não sacarose/água acima de quatro. Foram feitas poucas tentativas de quantificar o efeito da não sacarose na taxa de cristalização. In- corporandose a proposta de Wrii^ht e Whiie (1974) na equação (15.1 1), esta fornece: A-p =/:„-exp|^-^-l,75£/f,,„vj(15.12) Nesta equação, é a relação de não sacarose/ água. Love (2002) analisou os resultados de uma série de trabalhos e demonstrou que a constante 1,75 é muito baixa. Ele estimou que a constante devesse ter um valor ao redor de 2.4. A forma da equação (15.12) pode ser funcionalmente apro priada. mas há pouca concordância sobre os valo res a serem usados nesta equação. 15.1.4 Taxas de cristalização As equações (15.8) e (15.12) podem ser usa das para estimar as taxas de cristalização com hi póteses adequadas acerca da área superficial do cristal (tamanho médio, distribuição do tamanho e forma). Entretanto, não há valores de parâme tros comprovados disponíveis capazes de fazer esta estimativa com segurança.Uma abordagem diferente é usar dados industriais, bem como os de plantas pilotos e laboratoriais para estimar as ta xas de cristalização global média, expressas como a taxa de crescimento dos cristais a partir de medi ções do tamanho do cristal. Love (2002) apresen- 15.1.5 Elevação do ponto de ebulição Tabela 15.1: Vnlorcs de ui\a de crescinionU) de cristal Tipo de massa cozida Refinaria - industriai Refinaria - industrial Refinaria - planta piloto Massa co/ida A Massa co/ida A Massa co/ida A Massa co/ida A - co/cdor continuo Massa ct^/ida A Massa co/ida B Massa co/ida B Massa co/ida C Massa co/ida C Massa co/ida C Pureza do licor mãe Taxa de crescimento em pm/h Fonte dos dados 890/110 710/31 130 52-121 56 35-75 lOÜ-l 10 80 \Vní;hi (1983) Lionnei Lioniien\^m) lVn;c/íMl983) Miller c Bnxieífooí (1997) An hihahi c Smifh (1975) U>ye (2002) Bnxulfool (2005) Bniíuffdol (2005) An'hihiiUl c Smilh (1975) \Vri,!;ht {m?) Bnnuifocl (2005) An IiihaUl e Sntilh (1975) lou os resultados de dados disponíveis na literatura em conjunto com dados internos de trabalho da Tongaat-Huleit Sugar. Estes resultados junto com alguns dados australianos recentes são mostrados na Tabela 15.1 . Estes números dão somente uma aproximação às taxas de crislali/.ação reais, pelas seguintes ra zões: • A purc/.a do licor mãe pode variar amplamen te durante o curso de um co/imento. • Para uma parte do processo, a evaporação e nãt) a cristalização pode ser limitaiue e a taxa de cristalização poderia ser na média maior do que os valores mcistrados. Isto é bem ilustra do pelos dados de Lioiiiici em cozimentos de reíinaria na Tabela; o primeiro número repre senta a taxa nos estágios iniciais de cozimento quando a taxa de evaporação excede a taxa de cristalização, etiquanto que o segundo núme ro é a taxa quando o processo é limitado pela taxa de evaporação. • O controle de processo e em particular a su- persaturação pode ter um eleito grande. Co- zedores que evaporarn rápido devido à boa circulação fornecerão taxas de cristalização aparente maiores. • Há uma dispersão grande e variável nos ta manhos de cristal, que influencia os valores médios significativamente. Esta dispersão é devida às variações na taxa de crescimento de cristal, a qual pode diferir por uma ordem de magnitude (VV/f/Ve et al. 1998). Foi proposto que as taxas relativas de crescimen to de cristais numa suspensão são dependentes da história dos cristais {Whitc et al. 1998). A taxa de crescimento de cada cristal individual é uma propriedade inata do cristal; alguns são de cres cimento rápido e outros de crescimento lento e é esta propriedade que leva à dispersão durante o crescifuento do cristal. 15.1.5 Elevação do ponto de ebulição O fato de que soluções de sacarose entram em ebulição numa temperatura maior do que a água é discutido na Seção 1 2.1.2. A elevação do ponto de ebulição é apresentada como uma função do teor de sacarose na Figura 12.1, que indica que a elevação do ponto de ebulição é menor em tem peraturas menores. Este dado é apresentado numa forma um pouco diferente como uma função da temperatura da massa cozida na Figura 15.4. ba seada na interpretação de Holven sobre os dados de Thieme (Chen e Choii 1993:238). Saska (2002) assinala que, equações de cor relação diferentes para elevação do ponto de ebu lição estão disponíveis, mas todas elas derivaram de somente duas investigações originais, uma por Spengler em beterraba e outra por Thieme em produtos de cana. Outros dados por Batierhcun e Norf^cite (1975) têm sido bastante negligenciados, exceto na Austrália. Saska desenvolveu trabalho complementar e comparou seus dados com corre- Ryfyrêncici.s piíii. 462 15 Cristalização de cristal, grandemente dependente do histórico dos cristais; de crescimento rápido continuará a crescer mais rápido que a média, levando à con clusão que cristais maiores têm uma taxa de cres cimento maior. Nas massas cozidas A. o efeito líquido é para o CV melhorar (reduzir) conforme o crescimento de cristal ocorre, mas em massas cozidas de pureza baixa os efeitos da dispersão de tamanho são muito mais fortes, conduzindo a valores de CV piores à medida que o crescimento de cristal progride {Rein e Msinianga 1990). E conveniente considerar que a distribuição de tamanhos de açúcar segue uma das distribui ções padrão. O método comum de determinação de abertura média e CV por peneiramento supõe uma distribuição normal. Esta, entretanto é simé trica ao redor da média e, portanto às vezes inclui tamanhos negativos. Hoekstrci (1985) utilizou uma distribuição exponencial negativa na análise dos resultados de testes de cozedores contínuos. Rein e Archibald (1989) usaram a distribuição logarít- mica normal a que melhor acomoda a distribuição assimétrica, mas ainda incorpora um valor médio e um CV. White et al. (1998) mostraram também que a distribuição logarítmica normal é inapropriada. Na indústria de açúcar de beterraba a distribuição RRSB (Ro.sin-Rainmler-Sperling-Bennett) é aceita como a melhor representação da distribuição de tamanho {van der Poet et al. 1998:106). Medições do tamanho de cristal. O tamanho do cristal pode ser medido em várias maneiras di ferentes: • O açúcar produzido precisa ser secado e pe neirado num conjunto de peneiras por um período de tempo padrão. Aplica se o método ICUMSA GS2-37 (Anon. 2005). No método Powers. a abertura média é um tamanho médio baseado na massa e é obtido como o ponto de 50 % num gráfico de massa acumulada de açú car retido em função da dimensão da abertura. O desvio-padrão é obtido da diferença entre a média num gráfico de distribuição acumulati- va relativa aos pontos 16 ou 84 % . • As vezes é considerado um tamanho específi co de cristal. Este método usa o resultado de um ensaio de peneiramento para produzir um tamanho "médio" em termos de área superfi cial (SASTA 2005). • Às vezes, somente os "finos" sao medidos como aquela fração de açúcar que passa atra vés de uma peneira com malha de abertura de 0.6 mm (peneira Tyler dc 28 mesh). » A imagem digital está se tornando mais am plamente utilizada, porque ela não neces sariamente requer que o açúcar seja separado e secado antes da medição. É, portanto par ticularmente adequada para massas cozidas de baixa pureza. A imagem pode ser proces- .sada manualmente (contagem e medição de cristais individuais), ou automaticamente, usando software desenvolvido especialmente. Os valores médios computados são valores numéricos médios. Tanto o tamanho quanto o diâmetro equivalente podem .ser expressos. O tamanho é mais apropriado na avaliaçao do potencial do cristal passar através da tela de uma centrífuga contínua, mas o diâmetro equivalente pode ser mais apropriado em estu dos de cristalização. Analisadores sofisticados e caros, usualmen te empregando técnicas com laser, podem ser aplicados tanto a amostras de açúcar seco quanto às suspensões ajustadas a uma consis tência apropriada para medição. Distinção tem de ser estabelecida entre distribui ções baseadas na massa (conforme obtida por pe neiramento) ou por número (baseada em técnicas de vídeo imagem). Equivalências matemáticas pií* dem ser derivadas dependendo da distribuição as sumida (por exemplo. Broadfoot 1992). Atenção também é dada ao fato de quevários métodos de determinação da abertura média são usados; dos quatro métodos ICUMSA usados para exprimir os resultados, três usam a mediana ao invés do ta manho médio por massa, como a abertura média. Fatores de forma. A relação entre o tamanho de cristal (com um diâmetro característico d^^ e densidade p^.^). área do cristal A e massa do cristal m requer a avaliação dos fatores de forma: . dl-^ A = ̂dl, (15.15) (15.16) Foi constatado que o fator de forma a tem iirn va lor de 0.34 (Lionnet 1998) baseado no d^.^ definido 15.1.8 O processo de cristalização como (/- • b)"\ onde / e h são coniprinicnlo e lar gura dos cristais. Buhnik e KíhUcc (1992) dão um valor de a = 0,31. Uonnet (1998) calculou o fator de forma p como sendo 2,9 dando uma relação ct/p de 0.1 16. Notar que esta relação dá um valor de 1/6 ou 0,1667 para esferas e cubos. Usando os valores de Lioniwí, as equações (15.15) e (15.16) podem ser combinadas para dar a seguinte relação entre área do cristal em m* e massa do cristal cm ku: /\ = 0,044 m-" (1.5.17) víui der Poel et al. (1998:74) dao um valor de 0,042 para a constante na equação (15.17). Lionnei (1998) demonstrou que os fatores de forma podem ser usados para definir a equi valência de duas formas de expressar a taxa de crescimento, a taxa de crescimento linear /?, em m/s e a taxa de crescimento R expressa em kg/(m- • s): (15.18) densidades, do cristal e aparente Pj,: e = {l-Ph^Pc,) (15.21) Assumindo que os espaços vazios estejam pre enchidos pelo licor mãe com um teor de sólidos dissolvidos e densidade p^j^- ^ conteúdo de cristal é dado por: inn ('-ej-Pc,m,. = UK) • r ('-£) Po+E p,„ n-,,,,,, /lOO (15.22) u-,. = 100 -^ (15.23) 0-e)pc. + ePML Supondo que o licor mãe tem uma supersaturação de 1,05. o teor de sólidos dissolvidos pode ser en contrado em Buhnik et al. (1995). Os cálculos para duas purezas e duas tempe raturas de massas cozidas são apresentados na Tabela 15.2. A densidade do cristal de sacaro- se Pç.|. é de 1.587 kg/m' l^Bubnik et al. 1995) e a densidade do licor tiiãe é obtida por tabelas ou correlações. 15.1,7 Conteúdo de cristais da massa cozida As equações para o teor de cristal em g/100 g de massa cozida e o teor de cristal em g/100 g de Sólidos Secos são dadas abaixo: = 100- (15.19) ^ ̂Mol ̂ »^crns = 100- (15.20) O 00 A quantidade de cristal na massa cozida é usual mente um fator limitante na cristalização.O con teúdo de cristais pode ser tão alto que a massa co zida se torna virtualmente sólida e a cristalização precisa ser interrompida antes da viscosidade da massa cozida ser alta demais. O teor de cristal limite pode ser calculado, su pondo que os cristais estejam em contato um com o outro e somente os espaços vazios estejam pre enchidos com licor mãe. Neste caso, a porosidade da fração vazia e pode ser calculada através das 15.1.8 O processo de cristalização Na fábrica de açúcar a cristalização ocorre sob vácuo e envolve os processos simultâneos de transferência de massa e evaporação. O vácuo é necessário para manter a temperatura num nível suficientemente baixo para minimizar a formação de cor e a inversão ou degradação de sacarose no processo. Na partida de um cozimento em batelada, o licor é concentrado até a zona metaestável ser al cançada (Figura 15.1). A cristalização é iniciada pela adição de certa quantidade de semente muito fina na forma de uma suspensão, que fornece os núcleos para iniciar a cristalização. A partir de então, a concentração do licor mãe é controlada, para que, a cristalização ocorra sem dissolução de qualquer cristal e sem a formação de novos núcle os (grãos falsos). Isto requer o estabelecimento de área superficial de cristal suficiente e controle de alimentação do cozedor para controlar a concen tração do licor mãe. Refcrêncúi.s pág. 462 15 Cristalização Tabela 15.2: Teor calculado máximo de cristal de massa cozida; concentração do licor mae c densidades aparentes esti madas a partir de Biihnik et ai. (1995) Pureza de massa cozida 100 100 85 85 Temperatura em °C 70 60 70 60 Substância Seca no licor mãe em g/100 g 77.3 75.2 79.7 77.6 Densidade do licor mãe em kg/m-^ 1369 1363 1385 1379 Densidade aparente do açúcar em kg/m-^ 900 900 850 850 Fração de vazio 0.433 0.433 0.464 0.464 Sólidos na massa cozida cm g/100 g massa 91.0 90,2 91.3 90.4 Teor de cristal em g/l 00 g mas.sa 60.3 60.4 56.9 57.0 Teor de cristal em g/100 g de matéria seca 66.3 67.0 62.4 63.1 O processo tem sido tradicionalmente condu zido em cozedores a vácuo de batelada, embora mais recentemente sistemas contínuos tenham sido introduzidos. Entretanto o processo de ini cialização da cristalização é ainda efetuado com base em batelada. Em alguns casos, o processo é iniciado num magma ou pé, isto é, a mistura de licor e cristal de um cozimento prévio, evitando assim o processo de adição de semente. 15.1.9 Objetivos do setor de cozimento O estágio de cristalização numa fábrica de açúcar bruto envolve a cristalização do máximo possível de açúcar contido no xarope produzido no evaporador. O açúcar tem de ser produzido na qualidade necessária e o teor de açúcar no melaço final tem de ser o mais baixo possível, visto que qualquer açúcar deixado nesta corrente é uma per da na operação. A cristalização precisa ser efetu ada numa série de estágios para reduzir o teor de açúcar no melaço final. Esquemas de cristalização diferentes podem ser empregados para alcançar estes objetivos. Para alcançar estes objetivos, as operações também precisam ser conduzidas de forma a al cançar as metas de produção. Isto requer atingir certas metas de eficiência de cristalização, de modo que os equipamentos instalados não cons tituam um gargalo. Ao mesmo tempo, precisa ser tomado cuidado para assegurar que a quantidade de vapor e vapor vegetal utilizados no processa mento não seja excessiva. Geralmente se preconi za que a cristalização eficiente minimiza o consu mo de vapor. A qualidade do açúcar é afetada pela quali dade do xarope a ser processado, especificamente sua pureza, cor e turbidez. O esquema dc cozi mento é escolhido para alcançar a qualidade re querida dado com o xarope a ser processado. O esquema ótimo produz a qualidade requerida com capacidade mínima de equipamento. Uma eficiência alta de cristalização implica a produção máxima dc cristais de açúcar em cada estágio de cristalização. A importância deste as pecto é ilustrada na Seção 15.2.6. Esgotamento alto em cada estágio minimiza a quantidade de massa cozida a ser produzida, que por sua vez mi nimiza o vapor consumido e as capacidades, do cozedor e da centrífuga. 15.2 Esquemas de cozimento de açúcar A recuperação máxima de sacarose pela cris talização não pode ser alcançada num único esta gio. Um limite ao teor de cristal é encontrado no ponto onde a massa cozida não fluirá mais para fora do cozedor. A cristalização é interrompida antes deste ponto e a massa cozida é centrifuga da para separar o crista! do licor mãe. Os méis produzidos ainda contêm açúcar cristalizáveí e o processo é repelido em mais um ou usualmente dois estágios para atingir a recuperação de saca rose ótima. A pureza da massa cozida decresce em cada estágio sucessivo, conforme mais sacarose é removida. 15.2.1 Descrição dos esquemas de co/.imenlo utilizados Vários esquemas de cristalização podem ser empregados pura se adequarem à pureza do xaro pe e à qualidade de açúcar a ser produzido. Os seguintes esquemas de cristalização são comumente utilizados para produzir açúcar bruto: • Esquema de cozimento de duas massas. • Esquema de cozimento de três massas. • Esquema de cozimento Einwurf Duplo. • Esquema de cozimento VHP 15.2.1 Descrição dos esquemas de cozi mento utilizados Estes esquemas são apresentados nas Figuras 15.6 a 15.9. Há uma série de variações possíveis que podem ser introduzidas em cada esquema para atender condições particulares. Por exemplo, a centrifugação dupla (aíinação) de massa C e B pode ser necessária para produzir açúcar de baixa cor e cinza quandoas purezas do xarope forem baixas: e a recircuiação de méis de pureza maior (recozimento) pode ser usada para reduzir as pu rezas da massa cozida quando as purezas do xaro pe estiverem muito altas. A escolha do esquema de cozimento ateta a ambos, os lUixos mássicos de massa cozida e a energia necessária para a cristalização.Os esque mas citados têm vantagens c desvantagens dife rentes e devem somente ser comparados sob um conjunto de condições bem definido. As compara ções de requisitos de quantidade de massa cozida Tanque de xarope Centrí- AçtoTÜHQÊL Magma I Centri- Ç IVúcari i Mel C C Figura 15.6: Esquema de cozimento de duas massas e energia para 3 esquemas diferentes foram publi cadas por Birkeit (1978). O número de passos necessários para esgotar o xarope até a pureza do mel final depende pri mariamente da pureza do xarope. Os estágios de cristalização e a separação de seus produtos são usualmente identificados por letras. O estágio de pureza mais alta é o estágio A que produz mel A c massa A. Os outros estágios são rotulados B e C. mas no caso do esquema de duas massas, a se qüência é alterada e somente massas A e C são produzidas. Na prática, a aderência rígida ao esquema de cristalização durante uma safra completa rara mente é possível e as estações de cristalização são projetadas com certa flexibilidade para se adequa rem a variações e a qualidade do xarope de entra da e ao açúcar de saída. Esquema de cozimento de duas massas. A principal vantagem de sistemas de cristalização de dois estágios (Figura 15.6) comparados com esquemas de três massas é a simplificação dos equipamentos necessários pela eliminação do estágio de massa B. Entretanto, o esquema não altera apreciavelmente o volume total de massa cozida a ser produzido e. por conseguinte, a capa cidade dos equipamentos da fabricação de açúcar. O mel A é usado corno xarope de alimenta ção à massa cozida C. A massa C é centrifugada em centrífugas contínuas e o açúcar C produzido é usado como um magma de cerca de 85 de pu reza. A massa A é cristalizada com xarope usan do o magma C como semente. A massa cozida A precisa ser cuidadosamente esgotada no cozedor e cristalizadores de resfriamento para obter uma queda de pureza de no mínimo. 20 pontos entre a massa cozida e o mel produzido. A pureza da massa cozida A não pode exce der 80-82 se a queda de pureza requerida entre a massa cozida e o mel final tiver de ser alcançada em duas etapas. A recircuiação de mel A no cozi mento A é portanto requerida no caso de purezas de xarope mais altas e o esquema é mais bem ade quado a xaropes de baixa pureza. A cristalização de massa cozida A de pureza ligeiramente baixa produz açúcar de cor relativamente alta. Por esta relação, o esquema de cristalização de dois está gios não deve ser usado em fábricas com refinaria Referências pát;. 462 15 Cristalização Figura 15.7: Esquema de cozimento convencional de três massas com açúcar produzido A e B Tanque de xarope para granagem anexa. Perk (1973) relata também que a recirculação contínua de não sacarose em retrocozimento con duz a massas cozidas excessivamente "vis- Centrí- Açúcar ) Ãnir^rAl ̂ "935 bruto Açúcar B Centri- íugas Mel j Centri- I fugas Mel C Açúcar C Magma C Esquema de cozimento de três massas. O esquema mais comumente usado é um de três estágios de cristalização, com açúcar A e B para venda, o assim chamado esquema de três massas, que é mostrado esquematicamente na Figura 15.7. A massa A é cristalizada com xarope usando uma semente de magma, consistindo de açúcar C em água (ou caldo clarificado) tendo uma pureza de cerca de 85. Portanto a massa cozida A tem apro ximadamente a mesma pureza do xarope. A massa A é centrifugada para obter açúcar A de pol relati vamente alta (98—99 °Z) e um mel A que tem uma pureza cerca de 20 pontos menor que a de xarope. O açúcar B é cristalizado em mel A (pureza de 60-70) e xarope, usando o mesmo magma de açú car C como grão de partida para a massa cozida B. A massa cozida B é centrifugada em centrífugas de bateladas e o açúcar B com uma pol de 97-98 Z é misturado com o açúcar A e ambos são ven didos como produto final. O pé para massa C consiste de uma mistura de mel A e .xarope a cerca de 70 de pureza ou somen te mel A com pureza entre 60 e 70. O cozimento de massa C é alimentado com mel B e a massa co zida é centrifugada em centrífugas contínuas para produzir açúcar C e mel final. Com o açúcar C, com cerca de 85 de pureza, é produzido um mag ma que é usado como semente para os estágios de cristalização A e B. A pureza da massa cozida B é maior do que a do mel A devido parcialmente à influência da semente de magma C. mas também em função da adição de xarope à massa cozida B para reduzir a viscosidade. A pureza tem de ser mantida na faixa de 70-75 para obter um açúcar B de cerca de 98 °Z com cristais relativamente grandes e uma va zão aceitável através das centrífugas de batelada. A pureza alta da massa cozida B resulta numa pu* reza relativamente alta dos méis produzidos, que por sua vez, aumenta a pureza da massa cozida C e a do melaço final. Esta é a desvantagem principúi deste esquema. Esquema de cozimento Einwurf Duplo. Este esquema c chamado às vezes dc esquema dc "magma duplo" ou esquema CBA. Este esquenu» de cristalização de três estágios usa o açúcar C como núcleo para açúcar B na massa cozida B e o açúcar B como núcleo para açúcar A na massa cozida A. Somente um tipo de açúcar para venda e produzido (Figura 15.8), A preparação do açúcar C é a mesma que para o esquema de três massas e a massa cozida C é centrifugada em centrífugos contínuas. Com o açúcar C é produzido um mog- ma com água ou caldo clarificado e é usado conto semente para o açúcar B. O açúcar B é cristalizado em mel A e a massa B produzida é centrifugada em centrífugas contí nuas e o açúcar B também é usado como magma. O açúcar A é cristalizado em xarope com uma se mente de magma de açúcar B e centrifugado em centrífugas de batelada. Qualquer excesso, ou de açúcar B ou de açúcar C, é dissolvido e retorna ao xarope como xarope de refundição. As vantagens do esquema são primeiramen te a produção de um açúcar de tipo único de boa 15.2. l Descrição dos esquemas de cozimento utilizados Tanaue de Magma excedente Magma B Figura 15.8: Esquema de cozimento de três estágios Einwurf Duplo Refundídor qualidade c secundariamente, o uso de centrífugas contínuas em massa co/.ida B. As vantagens deste esquema são discutidas por Rodrii^iwz (1980). O esquema é bem adequado a cozedores contínuos os quais podem ser alimentados diretamente com magma sem preparação prévia do pé de granagem em cozedores de batelada. Este esquema tem sido usado para este propósito nas Ilhas Reunião e na África do Sul. A qualidade do açúcar é melhor do que a que é obtida pelo esquema convencional de três massas, mas tem cor e teor de cinzas maiores em compara ção com o esquema VHP. em função da presença de núcleos de açúcar C no açúcar A. A desvantagem principal é uma pureza mais alta da massa cozida B causada pelo uso de mag- nta como semente. Além disso, o controle do ta- Tanque de xarope ^ [ para granagem Magma C ^ Centrf- Açúcar A 1 I Mel A Açúcar B manho de cristal dos açúcares B e C é crí tico para evitar ter de dissolver excesso de açúcar. O volume total de massa cozida a ser cristalizada é maior do que em outros esque mas, mas a prática tem mostrado que não é necessário equipamento de cristalização adicional em função dos tempos de cristalização mais rápidos das massas cozidas A. Esquema de cozimento VHP. Esta modifi cação do esquema de cozimento de três massas é amplamente utilizada na África do Sul para produ zir açúcar de Polarização Muito Alta (VHP - Very High Polarisation) de 99.3 a 99.5 °Z (Figura 15.9). Este esquema foi usado no Havaí para produzir açúcar de Cor Muito Baixa (Very Low Color) para processamento numa refinaria. É também o esque ma usado para produzir açúcar branco direto. Todo o açúcar Cé dissolvido em água ou caldo clarificado e mandado de volta ao tanque de xarope como xarope de refundição. Açúcar C com pureza de 81-85 é obtido por centrifugação simples em centrífugas contínuas. O açúcar B é pro- Refundido duzido semeando um mistura de mel A e B (ou xarope se neces- Açúcar C Mel C Água Magma B Excedente Refundídor Figura 15.9: Esquema VHP ou de refundição par cial para produção de açú car bruto de baixa pureza Referências páfi. 462 15 Cristalização sário) e alimentando o cozimento com mel A. A massa cozida B é centrifugada em centrífugas contínuas para obter açúcar de cerca de 90 a 92 de pureza, que se torna magma e é usado como se mente para a cristalização da massa A. Qualquer excesso de açúcar B é dissolvido c retornado ao tanque de xarope como xarope de refundição. A massa cozida A é centrifugada em centrífu gas de batelada e somente açúcar A deixa a fábri ca como produto. Algumas fábricas com refinaria anexa substituíram as centrífugas de batelada por contínuas porque o açúcar é imediatamente dis solvido para refino e o tamanho de grão não é problema. As vantagens principais deste esquema de cristalização são a boa qualidade do açúcar A pro duzido e a pureza baixa da massa cozida C que facilita esgotamento adequado do mel final. Uma variação do esquema VHP, que envolve o uso de magma C como semente para a massa cozida B e a dissolução de todo açúcar B para reduzir a cor do açúcar A, foi descrita por de Robillard e vcin Hengel {\9%A). 15.2.2 Comparação de esquemas de cozimento Em resumo, um esquema de cozimento com duas massas é mais adequado para lidar com xa rope de pureza baixa (< 82). O esquema de cozimento com três massas é o mais utilizado para produzir açúcar na faixa de 98 a 99 °Z e requer menos equipamentos na fábrica, mas é necessário controle cuidadoso de purezas para alcançar uma pureza de massa cozi da C suficientemente baixa para facilitar bom es gotamento de melaço. O sistema Einwurf Duplo simplifica as operações e produz um açúcar de qualidade melhor e bom esgotamento do melaço. O sistema VHP é usado quando deve ser produ zido açúcar de qualidade mais alta; necessita de maior capacidade na fábrica mas é fácil de operar visando alcançar ambos, açúcar de boa qualida de e melaço de baixa pureza. Requer mais vapor, mas em termos gerais, açúcar de melhor quali dade sempre requer mais refundição e consumo maior de vapor. 15.2.3 Cálculos e balanços de massa do setor de cozimento Para estabelecer as quantidades de massa co zida de diferentes purezas e definir as necessi dades de vapor ou vapor vegetal, um balanço de massa do setor de cozimento é essencial. Alguns cálculos básicos são usados na elaboração dos ba lanços. Todos os cálculos consideram que não há perdas de sacarose no processo. A fórmula SJM. Esta fórmula é útil no cálcu lo da recuperação de sacarose. Supõe que 1 kg de sólidos dissolvidos no caldo/xarope de pureza Pj. resulta em açúcar de pureza e mel de pureza Seja .V kg de sólidos recuperados no açúcar. Portanto (1 — .x) são os sólidos no melaço. O ba lanço de sacarose fornece: |.p,=A-P,-K(l-.x) />„.„ (15.24) P - P' S ' Mol Recuperação de sólidos no açúcar como uma % é: 100 •.v = P - P ' Miil P - P' S ' Mol Recuperação de sacarose em % é: P ■ X P (15.25) (15.26) Pr(P.-P...) Esta é a fórmula SJM. Numa forma mais familiar, as purezas são dadas como os subscritos e é fácil ver porque esta relação é chamada fórmula SJM (5 - Sugar (açúcar); J - Juice (caldo); M - Molasses (melaço)): Recupera "ode sacarose —^100 ' J{S-M) (15.27) Para esta relação ser precisa, purezas reais devem ser usadas. Na maioria dos casos, purezas aparen tes são utilizadas na ausência de purezas reais. 15.2.2 Comparação de esquemas de co/.imenio O diagrama de Cobenze, Esie é um método de cálculo de valores relativos das quantidades de sólidos dissolvidos nas misturas. Ele é base ado nos balanços de massa mostrados acima e especiíicamcnte na relação para a recuperação de sólidos, equação (15.25). É rrequeniemente dese nhado conforme mostrado abaixo, representando o falo que as relações de sólidos no açúcar para os sólidos no melaço e para os sólidos no caldo estão na relação de (P^ - ,) para (P^ - Pj) para Cs-V,)- h , - Pmoi) Ele é freqüentemente usado para calcular as quan tidades relativas de duas correntes, digamos, se mente e melaço. que são necessárias para alcan çar uma pureza predeterminada da mistura. Por exemplo, a quantidade relativa de uma semente de pureza 65 e melaço de 50 de pureza para produzir uma massa cozida de 55 de pureza pode ser calcu lada conforme demonstrado abaixo: Teor de cristal na massa cozida. O grau de cristalização alcançado em cada estágio é comu- mente expresso em termos de conteúdo de cristal na massa cozida. Este é calculado de acordo com as equações (15.19) e (15.20). Estas equações re lacionam a pureza do melaço à pureza da massa cozida e são usadas nos cálculos. As implicações do conteúdo de cristal e sua relação com a exaus tão é coberta na Seção 15.5.5. Balanço de massa no setor de cozimento. O procedimento de cálculo foi descrito por van der Poel et al. (1998:1063) e Birkeii (1978). Uma me todologia para balanço no setor de cozimento é definida também por Biibnik et al. (1995:336). A maioria dos procedimentos de cálculo requer es- pecilicação do teor de sólidos dissolvidos e pureza detxarope. açúcares A. B e C. massas cozidas B e C e também o teor de sólidos dissolvidos da massa cozida A. Além disso, as purezas do melaço. ou alternativamente o esgotamento ou o conteúdo de cristal de cada massa cozida, precisam ser especi- licadas. Estes cálculos assumem que não há perda de sacarose por meios químicos ou físicos e não há perda ou formação de componentes não sacarose. O ponto de partida é o uso da fórmula SJM para calcular as quantidades de açúcar produzido e mel C. A quantidade de tnassa cozida C pode en tão ser calculada. Dependendo do esquema usado, os cálculos são levemente diferentes a partir deste ponto. Planilhas são bem adaptadas para conduzir os cálculos. Uma comparação das quantidades de massas cozidas para cada tipo de esquema é mostrada na Tabela 15.3. Para propósitos de comparação, algu mas suposições têm de ser feitas. Considera-se que é produzida a mesma qualidade de açúcar bruto de 99 °Z em cada caso. Também se assume que as purezas da massa cozida C. açúcar C e mel C são as mesmas em todos os casos. O esgotamento alcançado em co zimentos A e B é definido pelo conteúdo de cristal, relacionado ã pureza da massa cozida pela relação: vr,,,,,=0.78-P„,-IO (15.28) Isto é baseado na experiência sul-africana e admi te o falo de que um esgotamento maior é possível com uma massa cozida de pureza mais alta. No caso de duas massas, a pureza da massa cozida A tem de ser reduzida para atingir a pureza de massa C requerida; a pureza requerida é calculada por esta equação. A quantidade de massa cozida C produzida é a mesma em cada caso em função das purezas espe cificadas. O esquema de cozimento de três massas produz a menor quantidade de massas cozidas A -t- B, seguido de perto pelo sistema de duas massas. O sistema VHP produz cerca de 20 % mais do que Referências púfi. 462 15 Cristalização Tabela 15.3: Comparação de quantidades e purezas a partir de balanços de massa para quatro esquemas diterenies de co zimento, baseados em 100 i de Substância Seca no xarope de pureza 85 9í-. Valores supostos sfu) apresentados em negrito. Os valores do teor de cristal para massas cozidas A e B são calculados da equação (15.28). Einwurf Duplo Tres massas VHP Duas massas ma.ssas Massa cozida A Quantidade de sólidos t DS Volume m' Pureza % Teor de cristal t/100 tDS Eseotamento % Mel A Quantidade de sólidos t DS Pureza % Açúcar A Quantidade de sólidos Pureza Massa cozida B Quantidade de sólidos Volume Pureza Teor de cristal % t/100 t DS Mel B Quantidade de sólidos Pureza Açúcar B Quantidade de sólidos Pureza Massa cozida A + B Volume Mas.sa cozida CQuantidade de sólidos Volume Pureza Teor de cristal % t/100 tDS Mel C Quantidade de sólidos Pureza Açúcar C Quantidade de sólidos Pureza Açúcar produzido Quantidade de sólidos Pureza DS = SS = Substância Seca o sistema convencional de três massas. O sistema de Einwurf Duplo apresenta 38 % mais massa co zida; entretanto este número é ilusório, visto que tanto o cozimento A, quanto o B começam com pé bem desenvolvido representando uma fração significativa (-25 %) da massa cozida produzida. Para propósitos de comparação, alguns parâ metros na Tabela 15.3 foram mantidos os mesmos. Na prática, as purezas da massa cozida e do açúcar C serão, normalmente, maiores, no caso de duas ou três massas e menores no caso de VHP. Além disso, os esquemas de VHP e Einwurf Duplo, pro vavelmente produzirão açúcares de maior pureza. As quantidades são significativamente afeta das pela pureza do xarope que chega ao setor de cozimento. A Figura 15.10 mostra os efeitos nas quantidades de massa cozida para os diferentes esquemas de cozimento. 15.2.5 Efeito na cor de açúcar 82,5 85 87.5 Pureza de xarope em % □ Massa cozida C, ■ Duas massas: A, ▲ Três massas, A, A Einwurí Duplo A, ♦ VHP; A, Três massas: B, ♦ Einwurf Duplo: B, ♦ VHP: 8. Figura 15.10: Quantidades de massa cozida produzida em diferentes esquemas de cozimentos em função da pureza de xarope 15.2.4 Efeito da relação entre pol e sa- carose e entre Brix e sólidos dis solvidos As respostas dos balanços de massa são afe tadas pela precisão dos dados. Os balanços assu mem que sejam empregados dados reais de ma téria seca. sólidos dissolvidos e sacarose. Estes números geralmente não estão disponíveis e são usados em seu lugar pol e Sólidos Dissolvidos Refralométricos (Brix). Isto conduz a diferenças notáveis, particularmente na massa cozida fi nal de baixa pureza. Se forem usados dados obtidos a partir de hidrômetros de Brix. os resultados po dem se tornar irreais. Se estiverem disponíveis somente dados de SDR e pol, a conversão para o teor real de só lidos e sacarose pode ser feita com as seguintes equações; w,,, ^ RDS ■ [l - 0,00066 ■ (RDS - pol)] (15.29) Ws = RDS - 0,874 ■ {RDS - pol) (15.30) A equação (15.29) foi proposta por Love (2002a) e a (15.30) é derivada de dados produzidos pelo Audubon Sugar Institute 15.2.5 Efeito na cor de açúcar E possível incluir a cor nestes balanços, desde que os fatores de transferência ou de repartição de cor para cada cozimento sejam conhecidos ou possam ser assumidos. Um exemplo destes cálcu los é dado por Wright (1996). Em termos gerais, os resultados mostram que a cor do açúcar pode ser reduzida por refundição maior de açúcar, que por sua vez. requer mais capacidade dos vácuos de cozimento e aumenta o consumo de vapor. Wrif^ht demonstrou que o sistema VHP poderia produzir lodo o açúcar numa cor 3,5 7c menor do que o sistema de três massas convencional para a mesma pureza do açúcar sob as condições austra lianas. Na prática, o sistema VHP possibilita obter um açúcar de pol maior e de cor significativamen te reduzida. A cor do açúcar é basicamente, uma função da cor de xarope do qual é cristalizado, embora a forma na qual a cristalização é conduzida e as características de circulação do cozedor terão um efeito importante, porém menor. A cor é deter minada pela quantidade de filme de mel deixado sobre o cristal e a quantidade de colorantes in corporados ao cristal (Seção 23.1.6). O filme de mel pode ser removido por afinação e o grau de lavagem de açúcar na centrífuga tem um grande efeito. A cor do cristal afinado está usualmente na faixa de 0.025 a 0.05 vezes a cor no licor mãe, mas dependendo das purezas da massa cozida e do açúcar, a cor total do açúcar provavelmente será entre 0,05 e 0.15 vezes a cor da massa cozida. A transferência de cor ao cristal de açúcar é relatada ser muito mais baixa em fábricas com sulfitaçao. 15.2.6 Efeito do esgotamento da massa cozida e rendimento de cristal O esgotamento alcançado em cozimentos de alta pureza, particularmente o cozimento A. tem um efeito substancial nas quantidades globais de massas cozidas produzidas. É importante obter o esgotamento máximo, que é alcançado tendo o maior teor possível de cristais, no primeiro cozi mento. O efeito do conteúdo de cristal na massa cozida A sobre as quantidades de massa cozida A é mostrado na Figura 15.11. Referências püf^. 462 15 Cristalização Alguns cozedores mais antigos usam um espe lho inclinado. Estes estão num ângulo entre 10° e 25° em relação à horizontal. Esta é uma constru ção mais cara. O espelho superior é construído na horizontal em alguns casos. Um cozedor de calandria flutuante tem a toma da descendente central localizada na região anelar externa. Apesar de ter sido desenvolvido numa tentativa de melhorar as características de circu lação, medições envolvendo o uso de um traçador radioativo, demonstraram que a tomada descen dente central central tem um desempenho melhor {Wríght 1966). Há uma tendência de projetar cozedores com uma altura baixa de massa cozida, para melhorar a circulação. Cozedores de baixa altura de mas sa cozida têm um valor particular quando massas cozidas viscosas de baixa pureza são produzidas. Alguns projetistas adotaram um alargamento cônico do corpo acima da calandria, para aumen tar a capacidade do vaso sem aumentar a altura do cozimento e também proporcionar uma relação menor entre o volume de granagem e o volume final do cozimento. Entretanto, estes cozedores alargados foram grandemente desacreditados em função de seu efeito negativo na circulação {vau der Poel et al. 1998:783-784). Isto foi confirma do por modelagem computadorizada {Rein et al. 2004). Tippens (1972) demonstrou que cozedores de paredes retas funcionam melhor do que os alar gados sendo mesmo capazes de alcançar uma re lação aceitável, volume de granagem/volume final de massa cozida menor que 0,33. A forma do fundo do cozedor deve promover uma distribuição uniforme da massa cozida para a parte inferior da calandria, sem restrição de circu lação ou ocorrência de áreas de estagnação e pos sibilitar a descarga da massa cozida num tempo aceitável. Cozedores com um fundo em "W" têm se tornado mais populares, particularmente em co zedores grandes. Este fundo mantém o volume de granagem pequeno e ainda permite boa circulação e tempos de cozimento aceitáveis. 15.3.2 Circulação no cozedor A velocidade na qual a massa cozida circula num cozedor é de importância vital. Visto que a maioria dos cozedores apoia se na circulação na tural. a circulação c a transferência de calor estão intimamente associadas. A diferença de densida de entre a fase vapor e a massa cozida providen cia a força motriz para a movimentação da massa cozida. A geração alta de vapor aumenta a força motriz e o balanço entre as forças de empuxo e resistência por atrito determina a circulação. Re sistência baixa ao fluxo da massa cozida no coze dor conduz a velocidades mais altas e boas taxas de transferência de calor, que promovem boa cir culação. Assim, a taxa de transferencia de calor está fortemente relacionada com a velocidade do fluido ou circulação. Boa circulação da massa cozida permite al cançar condições uniformes no cozedor, uma ne cessidade vital para boas condições de cristali zação no ct)zedor. A obtenção dos três objetivos, a saber, boa circulação, taxa de transferência de calor alta e condições uniformes na massa cozi da, pode ser conseguida através de bom projeto e escolha apropriada da geometria do cozedor. Como em todos os projetos, certa conciliação é necessária para alcançar desempenho satisfatório sem custo excessivo do equipamento. Em termo.s gerais, a boa circulação é favorecida por projetos de cozedores que incorporam tubos mais curtos, de diâmetros maiores, com baixa altura de cozi mento e grande diâmetro do tubo de descida da massa. Opções boas de variáveis de projeto são dis cutidas na próxima seção. Algumas questões bá sicas que afetam a circulação da massa cozida requerem consideração:• A trajetória da massa cozida deve ser limpa e desobstruída. Qualquer chapa desneces sária no interior do cozedor representa uma resistência à circulação. Defletores, outros dispositivos instalados no cozedor c qualquer estrutura de ferro, desnecessários, devem ser removidos. • Os gases incondensáveis devem ser removi dos pelo lado externo da calandria e não atra vés da massa cozida. • Da mesma forma, saídas de condensado de vem ser posicionadas na periferia da calandria do cozedor e não devem sair por tubos, do es pelho inferior para baixo e através da massa cozida. 15.3.3 Projelo de cozedor de batelada O sisicnia de alinienlação de xarope ou mel deve lambem consiituir uma obstru(j'ão míni ma à circiiíaçãt) da massa cozida. A alimenta ção deve ser introduzida pela periferia do co zedor abaixo da calandria ou canais no fundo do cozedor. Se a condição da alimentação for ajustada e estiver numa temperatura maior do que a da massa cozida em evaporação, a alimentação precisa ser direcionada para a parle inferior da calandria de modo que o flasheamcnto auxilia rá a circulação. O alargamento eônico ou bojo acima da ca landria tem um efeito negativo na circulação. Cozedores antigos pode ser alterados de co- zedores de laterais cônicas para relas, aumen tando se os diâmetros da calandria. O volume do cozedor em um caso foi aumentado em 25 % e a superfície de aquecimento em 52 le vando a uma melhoria líquida significativa no desempenho do cozedor {Bcrgewn e Curline 2004). A circulação pode ser assistida pela instalação de um agitador no tubo de descida ou usando vapor de circulação (borbotores) para promo ver a circulação (Seção 15.3.6) 15.3.3 Projeto de cozedor de batelada A calandria é essencialmente um irocador de calor casco tubo. A área de troca, expressa por unidade de volume de massa cozida, está nor malmente ao redor de 5 a 6 mVm\ Esta relação pode ser tão baixa quanto 4.5 para cozedores de massas de baixa pureza, mas para cozimentos de alta pureza, onde as taxas de evaporação são maiores, ela pode ser aumentada para 9 mVm\ Embora algumas variações no projeto da calan dria estejam apresentadas na Figura 15.13. so mente a calandria horizontal tubular, com tubo de descida central será discutida aqui. visto que é considerada ser a única opção viável. Alguns dos projetos mais recentes estão ilustrados na Figura 15.14. Tubos. Os tubos são geralmente de 100 mm de diâmetro, instalados num passo triangular de 120 mm. Alguns projetos usam um passo menor. cerca de 1 15 mm. numa tentativa de aumentar a área de aquecimento da calandria. Os diâmetros dos tubos podem ser maiores para massas cozidas de baixa pureza e menores para as de alta pureza; porém mesmo cm cozimentos de refinaria, diâme tros < 100 mm afetam adversamente a circulação {Tippens 1972). Tubos acima desta dimensão exi bem menos resistência e promovem boa circula ção. mas a menor relação área/volume é desfavo rável e o volume de pé de cozimento consequen temente aumenta {RouiUani 1985). Tubos com um comprimento entre 900 e 1500 mm foram usados no passado, mas atualmente os cozedores são projetados com comprimento de tubos entre 600 e 1200 mm. Tubos curtos são selecionados para cozedores de grau baixo, ao passo que tubos mais longos são escolhidos para cozedores de massa de alta pureza ou quando é instalado um agita dor. Tubos curtos dão os melhores coeficientes de transferência de calor e. provavelmente, não há justificativa para o uso de tubos mais longos do que 900 mm. Os tubos são quase universalmente de aço inoxidável, tipicamente escala 16. grau 304 ou 430. Um projeto diferente de calandria e tubos é oferecido por Buckau-Wolf (BWS). A parte supe rior dos tubos é trabalhada na forma de um favo dc mel e soldados juntos para compor o espelho. Este arranjo posiciona os tubos mais próximos do que numa calandria convencional. Espelhos. Os espelhos são normalmente de 25 mm de espessura e os tubos são mandrilhados nos espelhos de modo que eles possam ser troca dos se necessário. Os espelhos podem ser mais fi nos se os tubos forem soldados nos espelhos. Isto é factível com tubos de aço inoxidável, os quais raramente precisam ser substituídos. Isto torna possível um projeto com perdas por atrito baixas, na entrada e na saída do tubo. Diâmetro do tubo de descida. O diâmetro do tubo de descida é geralmente não menos do que 0.4 vezes o diâmetro do cozedor. a menos que um agitador esteja montado. Um diâmetro menor tem demonstrado restringir a circulação {Tippens 1972). A relação entre a área da seção transversal dos tubos e a área do tubo de descida é denomina da razão de circulação. Idealmente esta deve ser Referencias 462 15 Cristalização para um cozedor com agitador ou 45 a 50 °C para um sem agitador (Ziegler 1978). Visto que a tem peratura da massa cozida esta ao redor de 65 °C em média, isto significa que o vapor da calandria deve estar numa temperatura de no mínimo 110 °C (144 kPa) ou 100 °C (102 kPa) para cozedor sem agitação e com agitação respectivamente. Distribuição de vapor. O sistema de va por deve ser projetado para garantir distribuição uniforme em todas as partes da calandria. Além disso, uma purga positiva de condensados em saí das apropriadamente localizadas é necessária. Os mesmos requisitos dos vasos evaporadores (Seção 12.7.1) também se aplicam às calandrias dos co- zedores. Forma da seção do fundo. A forma da seção do fundo deve ser tal forma que mantenha o vo lume de granagem no mínimo. A seção vertical imediatamente abaixo do espelho inferior não deve ser mais do que 150 mm (Tippens 1972). A seção do fundo normalmente inclui uma inclina ção de algo como entre 14® e 24° para possibilitar a drenagem da massa cozida. Visando manter o volume de granagem baixo enquanto ainda per mitindo boa circulação sob a calandria, uma in clinação ao redor de 1 8° é recomendada. O uso de uma seção transversal em forma de "W" é útil a este respeito, particularmente, com cozedores de grande diâmetro. Válvula de descarga do cozedor. A válvu la de descarga está localizada no centro do fundo cônico do cozedor. No passado, válvulas hidrau- licamente operadas eram comuns. Mais recente mente, válvulas borboletas revestidas de borracha têm sido usadas por serem mais baratas e fáceis de manter, elas vedam bem e requerem somente um suprimento de ar comprimido ao invés de um sistema hidráulico para atuação. Tipicamente para um cozedor de 85 m^, é requerida uma dimensão de válvula de 760 mm para massa cozida C e de 600 mm para massa cozida A. O revestimento de borracha aplicado ao corpo de aço precisa ser tal que suporte as condições de vácuo sem se des tacar do corpo de aço. Com um fundo em forma de W , duas válvulas menores diametralmente opostas entre si podem ser usadas. Remoção de condensado e gases inconden- sáveis. Arranjos adequados para a remoção de condensado e gases incondensávcis precisam ser feitos. É importante que a e.stes detalhes seja dada atenção apropriada, pois eles podem ser a causa de desempenho ruim se não forem adequadamen te projetados. As mesmas considerações que se aplicam no caso dos evaporadores (Seção 12.7.4) são aplicáveis neste caso também. O condensado é geralmente removido no ponto mais baixo do casco, por mais de uma saída. É aconselhável ser generoso no dimensionamenio destas saídas por que o acúmulo de condensado na calandria reduz a transferência de calor e pode resultar em golpe de água e dano aos tubos. A dimensão dos drenos de condensado deve ser baseada em velocidade de saída do líquido menor que 0,45 m/s na taxa de evaporação máxima. Os incondensávcis precisam ser purgados pelo fluxo de vapor e estão comumente localizados no ponto mais distante da entrada de vapor. Isto as segura uma descarga adequada de incondensávcis. A melhor configuração incorpora um fluxo radial de vapor a partir de um cinturão de vapor ao redor da calandria na direção do tubo de descida central. Como o fluxo de vapor é introduzido radialmenie. os arranjos de retirada deincondensávcis devem consistir de dois anéis ao redor do tubo de desci da central, um no topo e um no fundo da calan dria, como mostrado para evaporadores na Figura 12.14G. Atenção precisa ser dada à dimensão e número de furos nos anéis de retirada de incon densávcis para garantir remoção adequada e uni forme dos gases. As duas tomadas de inconden sávcis devem ter saídas independentes de modo a permitir a remoção dos gases incondesáveis se paradamente. A quantidade total a ser removida deve ser cerca de 1 % do fluxo de vapor para a calandria. Válvulas termostálicas podem ser usadas para remover incondensávcis se a economia de vapor for importante, minimizando o vapor descarrega do à atmosfera. Cálculo do volume do cozedor de batelada. O volume da massa cozida de um cozedor de ba telada é basicamente determinado pelo diâmetro do cozedor e o nível máximo de cozimento. Os cálculos são baseados nas dimensões na Figura 15.3.4 Capacidade do cozedor Figura 15.16: Dimensões requeridas para cálculo de volumes dc massa cozida do cozedor 15.16, considerando que os cozedores têm N tu bos de diâmetro interno d. I Volume de granagem. É o volume do co/.edor até o topo do espelho superior. O volume ocupado pelo lado vapor da calandria precisa ser subtraído do volume calculado. Para um fundo de secção cônica, o volume de granagem V, é determinado por: + ̂ ■ f/,' ■ /í, + V . ̂ -f ̂ ■ cí; lu (15.31) Se o fundo do cozedor for um tampo torisférico (elipsoidal) e não um cone. o primeiro termo na equação {15.3 1) é substituído por 0.1 • Para fundo de seção em formato de W, é ne cessário consultar o desenho do fundo para cal cular o volume. Para uma aproximação razoável, considerando que os ângulos de inclinação do fundo são iguais, o volume de pé de granagem V, pode ser calculado conforme: V, d; • tan a -1- + --d: ■h,+N-~-d' h. +- d; lu (15.32) 4 ' ' 4 ' - 4 Volume total de cozimento. O volume acima do espelho precisa ser adicionado ao volume do pé de granagem para se obter o volume total de cozimento Para um cozedor reto: (15.33) Para um cozedor alargado (conicamente alargado): + .ü.rf,- (15.34) 15.3.4 Capacidade do cozedor O ponto de partida na determinação da capaci dade de cozedor requerida é um balanço de massa que define as quantidades de massa cozida de cada grau a ser processada. Isto dependerá do esquema de cozimento utilizado e o esgotamento esperado em cada estágio de cozimento. E também necessá ria uma estimativa dos tempos de cozimento para cada grau de massa cozida. Dividindo se a vazão de massa cozida pelos tempos de cozimento deter mina se a capacidade necessária, em t ou m^ para cada categoria de cozimento. Entretanto alguma tolerância precisa ser feita para o tempo inativo vivenciado nos cozedores. Mesmo em seções de cozimento bem projetadas, o tempo inativo é inevitável em função das altera ções nas quantidades relativas de massas cozidas Referências IHÍ}{. 462 15 Cristalização de purezas diferentes, transferências de massa co zida, tempos de espera e retenções devido a res trições de produção variadas. O tempo efetivo de utilização em um setor de cozedores de batelada é estimado em cerca de 80 % e pode variar signifi cativamente em torno deste valor. Portanto é necessário experiência com a ope ração de cozedores para definir com precisão os requisitos de capacidade. Na África do Sul, um índice de tempo de cozimento {Archibald e Smi- th 1975) tem sido usado ao longo de muitos anos com sucesso para estimar a capacidade necessária de cozedores para a produção de açúcar VHF em um sistema de três massas. Este índice é definido simplesmente como a capacidade em m-^ para uma determinada categoria da massa cozida dividida pela vazão da massa cozida em m-^ para aquela ca tegoria. Os seguintes valores de índice de tempo de cozimento são utilizados: Massa cozida A Massa cozida B Massa cozida C 4,5 h 6,0 h 9,0 h Para um sistema de cozimento convencional de três massas, que não requer granagem de cozimen tos de massa B e onde as purezas são usualmente um pouco maiores do que na África do Sul. o.s seguintes índices de tempo são mais apropriados: Massa cozida A Massa cozida B Massa cozida C 3.75 h 4,5 h 9,0 h diferentes de massa cozida podem variar substan cialmente durante uma siifra. Esta variação pode normalmente ser acomodada pela realocação das atribuições do cozedor; assim é aconselhável pro jetar certa flexibilidade no setor de cozimento de modo que alguns cozedores sejam capazes de se rem usados em mais de uma categoria de massa cozida. 15.3.5 Taxas de evaporação A partir de medições experimentais. Rouillord (1985) identificou que a taxa de evaporação c ele vada conforme a pressão do vapor de aquecimen to. o vácuo e a pureza da massa cozida aumentain. De modo oposto, tubos mais longos, níveis de co zimento mais altos e concentrações altas reduzem a taxa de evaporação. A taxa de evaporação se altera significativa mente durante cada cozimento. No início quan do o nível de massa cozida é baixo, a taxa é alta. Conforme o teor de sólidos dissolvidos, a viscosi- dade e o nível de massa cozida aumentam, a taxa de evaporação decresce progressivamente e atinge um valor mínimo no fi nal de cada ciclo (Tabela 15.5). Valores máximos podem ser maiores do que os valores mostrados nesta tabela em até 50 Estes valores são baseados no emprego de vapor 1 na calandria. numa pressão ao redor de 160 kPa. A Figura 15.17 mostra uma relação aproximada entre a taxa de evaporação média e a As categorias dos cozedores são usualmente ba seadas nas vazões médias de massa cozida pro cessada. As quantidades relativas de categorias Tabela 15.5: Taxas de evaporação médias em cozedores de bateladas medidas na África do Sul Tipo de cozimento Cranagem/Semente Partida do cozimento em kg/(m^ • 1 Final do cozimento em kg/(m^ • \ Pressão da calandra em kPa Figura 15.17: Taxas de evaporação em cozedores de refi naria em função da pressão de vapor da calandria 13.3.6 Agitadores e vapor de circulação pressão da calandria, baseada em dados coletados em muitas relinarias. As taxas de evaporação são em média menores em co/.edores de açúcar bruto. 15.3.6 Agitadores e vapor de circulação Agitadores. Os agitadores de co/edorcs. se corretamente projetados, podem melhorar signi ficativamente o desempenho de um eo/.edor de batelada. A circulação assistida melhora a transfe rência de calor e encurta a duração do cozimento, desse modo melhorando a capacidade. Foi de monstrado também que os agitadores melhoram a qualidade do açúcar de alta pureza produzido {Rein 1988). Esta é uma conseqüência da melhor circulação levando a condições de cristalização mais homogêneas dentro do coz.edor. Entretanto, um agitador jamais conseguirá compensar total mente um cozedor deíicienlemenle projetado. O primeiro estágio de um cozimento é carac terizado por uma taxa de evaporação alta. Uma evaporação intensa ocorre e um agitador não tem muito efeito neste período; o efeito da circulação mecânica é pequeno em comparação com a circu lação induzida pelas bolhas de vapor. Conforme a altura de cozimento é elevada, a pressão hidros- tática da massa cozida nos tubos da calandria au menta a temperatura da massa cozida nos tubos, levando a uma redução da diferença de temperatu ra entre a massa cozida e o vapor de aquecimento. Durante os últimos estágios do cozimento, a taxa de evaporação é mínima, resultando em menor geração de vapor. O efeito da circulação força da torna-se importante neste estágio e é refletido em coeficientes de transferência de calor maiores comparados com cozedores a vácuo de circulação natural (Austmcyer 1986), Não há consenso geral acerca da efetividade de custo de um agitador. Sua instalação fornece todas as vantagens associadas à boa circulação mencionadas previamente e promove circulação no final do cozimento. Em contraste, o custo alto de capitai, vazamento de ar e consumo alto de po tência. particularmente no final do cozimento, tra balham contra o uso deagitadores. Os benefícios em termos de qualidade de açúcar em cozimentos de refinaria usualmente justificam os agitadores. Entretanto, em cozedores de massa de alta pureza, bem projetados, numa fábrica de açúcar bruto, os agitadores são com freqüência, injustificáveis. Agitadores mecânicos fornecem a opção de alcançar uma transferência de calor aceitável com uma diferença de temperatura menor. O uso de vapores vegetais de pressão menor torna se pos sível, possibilitando reduções nas necessidades de vapor na fábrica. Um agitador torna factível ter um tubo de des cida central de diâmetro menor, possibilitando assim a instalação de uma área de aquecimento maior para um cozedor de determinado diâmetro. O próprio agitador está localizado no tubo de des cida central se for um rolor de Iluxo axial (turbina de palheias espaçadas ou propulsor marinho), ou senão, logo abaixo do tubo de descida central no caso de um rotor de fluxo radial. Testes com um Kaplan (fluxo misto) c rotor de fluxo axial heli- coidal são descritos por Piirdham e Crzv (1990). Esboços destes dois tipos são apresentados na Fi gura 15.18. A potência instalada deve estar na faixa de 1.0 a 1.7 kW/nv\ Tippens (1972) relata que circula- dores com uma potência instalada de 1.6 kW/m-^ deram bons resultados. A potência P em W absor vida por um agitador de diâmetro d girando a ti em s"' é determinada pela relação: P=Ne-^ ir d- (15.35) Ne é o número de Newion. um número adimensio- nal dependendo do tipo de agitador e do número de Reynold.s do agitador, com um valor próximo à unidade para condições turbulentas, que é o caso em cozimentos de alta pureza. Os valores de Ne aumentam para valores maiores em números de Reynolds baixos {Austiiieyer 1986). Neste caso o número de Reynolds é dado por: n d' p (15.36) A viscosidade efetiva é usada nesta fórmula e está baseada na taxa de cisalhamento média, que é sugerida ser cerca de 1 I • n, onde n é a velocidade do agitador {Wilkens et al. 2003). Para valores de Re < 100, Ne = c/Re. em cujo caso: P = c- \i,„ ■ ir d' (15.37) c é uma constante com um valor de cerca de 100. mas depende do tipo de agitador em uso. Isto se Kí-tí-rêncicis 462 15 Cristalização A Vista em planta Vista lateral esquerda Vista em planta Vista lateral esquerda Tubo 200 DN Angulo da raiz 41,9° Parafusos de cabeça Alien posicionadores da lâmina Parafusos de fixação ,, do propulsor Ângulo da ponta 14,3° Figura 15.18: Rotores A Kaplan e B fluxo axial helicoidal aplica usualmente a cozimentos de baixa pureza. Rackeniaiin et ai. (2006) relatam valores da cons tante variando entre 60 e 140 confirmando esta relação. A forma da ccjuação (15.35) é similar àquela esperada para uma bomba centrífuga, embora a dependência do diâmetro do rolor seja um pouco maior nesta equação. Na prática, a potência má xima é absorvida somente no estágio tina! de co zimento quando concentrando a massa cozida ao teor final de sólidos; por esta razão, um motor de duas velocidades é às vezes empregado. A velocidade perilérica tem de ser mantida abaixo da velocidade máxima de projeto, ou have rá formação de cristais falsos, van der Poel et ai. (1998:786) recomenda uma velocidade periférica máxima de 5.8 m/s e Kuijvenhoveii (1983) um má ximo de 10 m/s. Na prática, velocidades periféri cas abaixo de 7 m/s dão bons resultados. Cada agitador deve ser projetado individual mente para um cozedor em particular e sua aplica ção. Não há agitador universal para todas as situa ções. Raramente é possível transferir um agitador de um cozedor para outro sem reprojetar o arran jo. se é desejada a obtenção de bons resultados. Agitação com vapor. A instalação de um sis tema de agitação de tubos injetorcs de vapor de baixa pressão sob a caiandria é outra opção para auxiliar a circulação, pela redução da densidade efetiva da massa cozida na caiandria. promovendo forças de empuxo e melhorando a circulação, par ticularmente sob carga hidroslática alta na finali zação de um cozimento. A simplicidade, custo baixo e ausência de par tes móveis desta alternativa a tornam particular mente simples de ser colocada em prática. E fre qüentemente aplicada em cozedores de massas de baixa pureza, mas é desnecessária em cozedores de massas de alta pureza bem projetados. Deve ser observado que o vapor admitido não condensa, mas passa direto através da massa cozida sem causar qualquer superaquecimento ou disso lução de cristal. A vantagem do agitador de vapor é que ele pode ser desligado a qualquer momento, diferente de um agitador mecânico e pode ser ajus tado para fornecer o grau de circulação requerido. Estudos de modelagem da dinâmica dos tUiidos por computador (CFD) indicam que a taxa de circu lação pode ser substancialmente elevada {Rein et 15.3.7 Separação de arraste al. 2004). Assim o efeito de assistência com vapor, freqüentemente chamada "agitador de vapor" é permitir que uma altura de cozimento maior pos sível. assim como tempo de cozimento reduzido. O dimensionamento de um sistema de circula ção a vapor deve ser baseado na injeção de vapor à taxa máxima de 25 kg/h por m* de volume de massa cozida do cozedor. O número de furos no sistema de tubos injelores e suas dimensões são determinados pela vazão de vapor necessária. O tamanho do tubo do sistema de agitação tem dc ser tal que a perda de carga na própria tubulação seja menor do que 10 7r da perda de carga através de cada furo. Este é o mesmo princípio requerido no projeto de anéis de alimentação de evapora- dores e as equações na Seção 12.7.5 podem ser empregadas. Isto assegura que as vazões através de todos os furos sejam aproximadamente iguais. Um único anel tubular de injeção de vapor abaixo da calandria pode não ser suficiente num cozedor grande, onde um arranjo de injeção de vapor dife rente deve ser usado para fornecer uma distribui ção uniforme de vapor sob a calandria. Injeção de ar. A injeção de ar ao invés de va por foi adotada em algumas fábricas espanholas. A injeção de ar comprimido a 750 kPa pré aque cido a 65-70 °C abaixo da calandria de cozedores de massa A foi reportada como sendo efetiva na redução dos tempos de cozimento em 11 9^ e au mentar a recuperação sem um efeito apreciável no vácuo do cozedor (Stohie 1999). Entretanto esta opção requer uma bomba de vácuo ou ejetor mui to maior para remover o ar adicional. 15.3.7 Separação de arraste Os princípios da separação de arraste apli cáveis aos evaporadores também se aplicam aos cozedores. Dos tipos descritos na Seção 12.9, os separadores de fluxo reverso, centrífugo e de pla cas em chevron são os mais bem sucedidos. Sob a maioria das condições, o arraste de co zedores é desprezível. Na maior parte das vezes, arraste sério ocorre durante a partida e a parada do cozedor, quando a expansão de espuma ou sucção de ar no cozedor pode ocorrer. Se estas operações forem apropriadamente controladas, o arraste nos cozedores é mínimo. Separadores de arraste pre cisam ser projetados para ter uma alta capacidade de trabalhar em baixa carga: a variação das taxas de evaporação durante um cozimento de batelada é muito alta, conforme mostram os dados na Tabela 15.5. Entretanto em taxas dc evaporação baixas na finalização do cozimento, as velocidades de vapor no cozedor são baixas e o arraste de gotas no va por é muito baixo. Os separadores precisam ser di mensionados para absorver as taxas de evaporação máximas. Hiinnn (1980) descreveu ensaios com separadores diferentes em cozedores. A velocida de máxima de 40 m/s em separadores centrífugos é relatada, acima da qual ocorre rearrastc. Ele testou a efetividade dc separadores dc placas cm chevron em cozedores e recomendou-os preferencialmente aos separadores centrífugos. Os separadores de placas em chevron têm a vantagem de que não é necessária tubulação de re torno de arraste, pois as gotas separadas caem do fundo do separador de volta à massa cozida. Com os outros tipos, os tubos de retorno de arraste de vem ser apropriadamente projetados, tanto para incorporaruma perna em U de selo como permitir que qualquer retorno de arraste seja visível aos operadores. Assim os tubos de retorno devem ser montados externamente, dotados de um visor de vidro e, com uma perna de selo em U drenável. Um desenho do arranjo recomendado é mostrado na Fiaura 15.19. Linha de centro do cozedor _ Separador de arrastre Unha de retorno de arrastre Nível de massa cozida Válvula de dreno Figura 15.19: Arranjo recomendado para uma linha de retorno dc arraste do cozedor Referêiiciiix pií};. 462 15 Cristalização 15.4 Cozedores contínuos a vácuo Embora a primeira patente para um cozedor contínuo a vácuo tenha sido concedida em 1932 à Werkspoor. foi somente ao final da década de 1970 que o cozedor contínuo realmente se tornou uma proposição prática. Facilidade de operação foi uma característica que primeiro levou à acei tação dos cozedores contínuos em aplicações de cozimentos de massas de baixa pureza e foi sub seqüentemente estendida a cozimento de massas de alta pureza com o desenvolvimento de transdu- tores de medição adequados. Uma característica do sistema contínuo é a diferença de temperatura menor entre a temperatura de vapor da calandria e a temperatura da massa cozida, embora ainda mantendo boa circulação com convecção natural. Ainda é necessário produzir massa cozida para semeadura em cozimento de batelada para alimentar um cozedor contínuo. Tentativas foram feitas de produzir semente numa base contínua, mas a maioria destas foi infrutífera (Bwaclfoot e Wright 1992). Considerando-se o que é previsível, a semente ainda continuará a ser produzida em co zimentos de batelada. Em alguns casos, a produção de semente em cozedores de batelada pode ser eliminada pela ali mentação de magma de açúcar diretamente num cozedor contínuo como semente. Os cozedores contínuos são teoricamente bem adequados a um sistema de Einwurf Duplo. Neste caso, a semen te somente precisa .ser produzida em cozedor de batelada para cozimentos C. O açúcar C é usa do como semente para o cozedor B e o açúcar B como semente para cozimentos A. Entretanto, como ocorre com qualquer sistema de Einwurf Duplo o controle do tamanho do cristal é crucial. 15.4.1 Tipos de cozedores contínuos Os projetos de cozedores contínuos que têm obtido grande aceitação situam-se em três cate gorias: Cozedor horizontal multi-compartimentado. Um número de células dispostas em série pode proporcionar um modelo suficientemente próximo ao fiuxo pistonado para produzir uma distribuição razoável de tamanho de cristais. Os primeiros co zedores deste tipo foram instalados pela Fives-Cail Babcock (PCB), atual Grupo Fives Cail. O cozedor australiano SRl e o cozedor Tongaat-Hulett. comer cializado por Fletcher Smilh, caem na mesma ca tegoria, mas o aquecimento da massa cozida e os padrões de circulação são diferentes nestes equipa mentos. Estes cozedores são mostrados nas Figuras 15.20 a 15,22. O SRI desenvolveu um novo proje to em conjunto com Triveni Enginecring na índia (Agnnvctl et al. 2001), que tem um formato similar ao cozedor Tongaat-Hulett na seção transversal. Es tes cozedores são baseados em circulação natural. O projeto inicial do cozedor FCB tinha ele mentos de aquecimento de placas verticais. Em seguida foram utilizados tubos horizontais como uma calandria, num corpo cilíndrico para reduzir o custo (tipo CCTR). O FCB CCTW mais recen te tem uma forma mais parecida com o cozedor Tongaat-Hulett, para obter circulação melhorada. Estes cozedores estão ilustrados na Figura 15.23. O cozedor Bosch é um projeto mais recente c tam bém foi projetado com um casco cilíndrico, mas emprega uma calandria de tubos verticais. A forma interna foi modificada desde a primeira instalação e o projeto de 2006 é apresentado na Figura 15.24. Os detalhes do cozedor contínuo CSR (Aus trália) não foram publicados. Ele utiliza uma geo metria similar ao cozedor de batelada com tubos verticais, mas com defletores radiais para formar os compartimentos. Tem duas ou mais camadas, de modo que a massa cozida flua para baixo, de uma camada para a próxima. Na indústria de açúcar de beterraba, a semen te é produzida com um tamanho de cerca de 0,1 mm por um processo de resfriamento em batelada. Uma nece.ssidade que foi identificada para o sis tema contínuo é fazer crescer esta semente a um tamanho maior para alimentação dos cozedores contínuos existentes. Quando parte-se com uma semente pequena é necessária, uma relação menor superfície de aquecimento/volume visto que a área superficial do cristal é pequena e a evaporação é geralmente mais rápida do que a cristalização e a circulação natural precisa ser aumentada com cir culação forçada. Isto levou ao desenvolvimento do cozedor Seaford para esta aplicação {RandaU 1991), o qual tem uma relação menor superfície de aquecimento/volume e utiliza dois agitadores hori zontais para auxiliar a circulação natural. 15.4.1 Tipos de co/.edores contínuos ,*.VA:|fr.víatJí.v.vT»-ÍA" r#.v.rnv.1ftT»-.7dviiv.«.wr-ATAV.iKT^^^^^ w.va: m;:*; tav.* r»:l.«5 v.vAT.v.tft ftv.viw k»v.Tr.r.l«j hF.v.%tt.»\ W.VA-.tV.VA ■K av.T.t.T.v* rA".Y.i:í.v.»:i'A'.re iAv.vl"-y-'4«lK."Atr-VA*Jf I av.*.t.*-VA! Figura 15.20: Cozedor contínuo FCB I Casco; 2 Divisória longitudinal; 3 Divisória transversal; 4 Feixe tubular; 3 Blindagem; 6 En trada de vapor; 7 Separador de arraste; S Saída de vapor; 9 Entrada de magma; 10 Entradas de xarope de alimentação; 11 Saída de massa cozi da; 12 Saídas de drenagem rápida; 13 Saídas de condensado; 14 Agitador mecânico opcional; 15 Caixas de vapor e portas; 16 Faces das extre midades; ITArgolas; 18 Visores Figura 15.21: Cozedor contínuo SRl australiano na usina Tully I Separador de arraste; 2 Nível de cozimento; 3 Saída de incondensáveis; 4 Saída de vapor ao condensador; 5 En tradas de Vapor de escape/vegetal; 6 Bastão de amosira- Módulo D Módulo C Módulo B Módulo A gem; 7 Transmissor de condutividade; 8 Escoamento de produto; 9 Calandria: 10 Divisão intennódulo; 11 Entrada de semente; 12 Chapas de divisão da célula; 13 Válvula in- termódulo; 14 Coletor descendente; 15 Defletores ao longo do topo da calandria Rcfcrciu uis pói". 462 15.4.1 Tipos de cozedores contínuos í InB™™ ■isa Figura 15.24: Visla cm corie transversal do cozedor con tínuo Bosch 1 Saída de vapor; 2 Visor de lâmpada: 3 Visor: 4 Defle- tor completo: 5 Semi defletor: 6 Calandria: 7 Bocal de intersecção inicrcompartimenio: 8 Sonda de medição: 9 Alimentação de xarope/mel: 10 Dreno: 1 I Saída de con densado: 12 DeUetor lonaitudinal n(f)Kr c:2 Figura 15.25: Cozedor contínuo Langreney (alto) e enca minhamento da massa cozida (embaixo). C1.C2 e C3 são câmaras de massa cozida separadas I Entrada de magma; 2 Entradas de xarope: 3 Saída de massa cozida: 4 Casco mais externo no cozedor: 5 Pare de de separação da câmara anclar externa; 6 Parede entre câmaras mais interna e mais externa: 7 Saídas de vapor ao condcnsador: 8 Calandria tubular da câmara mais externa: 9 Detletores: lü Calandria tubular da câmara mais interna: 11 Agitador: 12 Tubo de massa cozida da câmara mais ex terna para a mais interna: 13 Tubo de transbordo de massa cozida: 14 Entrada de vapor de escape/vegetal Tabela 15.6: Características principais de cozedores contínuos horizontais (* = altura da calandria) 15 Cristalização Cozedores de fluxo pístonado real. O coze- dor Langreney foi projetado como um sistema com caminhamento de fluxo longo numa tentativa de aproximar-se ao fluxo pistonado real {Langreney 1977). O cozedor consistiu-se essencialmente de um vaso longo e estreito, dividido longitudinal mente em duas seções, uma das quais contém um elemento tubular de aquecimento. Uma geometria circular foi adotada posterior mente, de modo que a massa cozida flua ao longo do canal externo, então através de um canal interno e finalmente numa seção central com agitador onde o aperto final da massa cozida é alcançado. Este cozedor é ilustrado na Figura 15.25. Uma abordagem semelhante empregando um caminhamento longo foi usada
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