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CAPÍTULO 4 1 Métodos e indicadores culinários Medir os ingredientes é uma das etapas mais importantes para a execução correta das preparações. A utilização de medidas caseiras conduz a erros, pois podem existir diferenças entre as marcas dos utensílios; entre os manipuladores no momento do preenchimento dos utensílios; e entre as técnicas de medição de ali- mentos variados. No Brasil, não existe regulamentação padronizando O tamanho dos utensílios. Conseqüente- mente pode haver diferenças de até 50% nas medidas apresentadas pelos utensílios disponíveis no mercado. Portanto, a pesagem de ingredientes é a técnka mais recomendada para se obter a medição correta de urna receita. Cada ingrediente requer um procedimento específico de pesagem e medição. As variações não ocorrem apenas entre 111arcas comerciais, mas também entre modelos de uma 111es111a marca co111crcial. Por exe111plo, faqueiros de uso doméstico e de luxo. O preparo visa higienizar, sanitizar, temperar e cozinhar os alimentos. A higienização é a fase de eli- minação de sujeiras grosseiras e da maior parte de microrganismos; a sanitização consiste na retirada dos microrganismos que não foram eliminados na fase anterior. A sani tização consiste na imersão do alimento em solução clorada em concentração que permita a destruição de microrganismos patogênicos, principalmente. É uma etapa importante no preparo de hortaliças e frutas que serão servidas cruas ou in natura; desta forma, necessitam de área específica para que não haja recontaminação. No entanto, recomenda-se que todas as hor- taliças e frutas que sejam submetidas à cocção também sejam sanitizadas. A cacção consiste em se aplicar ca lor ao alimento para modificá-lo fisicamente e quimicamente; fazer sobressaírem suas características sensoriais (sabor, aspecto, consistência, aroma) e reduzir ou eliminar micror- aanismos. Ocorre após a seleção, a armazenagem e o pré-preparo, inclu indo a condimentação, e melhora a o diaestibilidade dos alimentos, além de modificar seu volume e peso. o 4.2 Métodos de cocção Os mJtodos utilizéldos parn cocç,io de ,1li mentos se d ife renciam pelél for ma e/ou meios de transmissão de calor. Os meios comumente utiliLJdos parél o cozimento dos al imentos são: água, corpos gordurosos e ar seco ou úmido. As formas de transmissão de rnlor são: condução, corn·ecção e riJdiação. -183- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS :\ C11ndução e a convecção exigem um gradiente de temperatura - entre a fonte de aquecimento e o ma- kri.11 a aquecer -que propicia transferência de calor até que a fonte de calor e o alimento atinjam temperaturas ~imitares (Figura 4.1). Na radiação, a quantidade de calor transferido depende do tipo de molécula presente na substància a aquecer (Tabela 4.2). Em forno convencional (transmissão por convecção), a fonte de aquecimento se localiza na parte inferior. O calor se desloca para a porção superior, substi tuindo continuamente a porção mais fria. Esta corrente de convecção cria uma temperatura uniforme no centro do forno, com porções mais quentes próximas às paredes. Se dois recipientes forem postos juntos para assar, colocando-os em alturas distintas, é necessário que não sejam posicionados um sobre o outro na mesma direção (Figura 4.2); devem ser dispostos em direções opostas, para facilitar a passagem da corrente de convecção. FIGURA 4.1 1 Formas de transmissão de calor CONDUÇÃO RADIAÇÃO htin1T / CONVECÇÃO ,.+\ / )1 \..-, ~,! CONVECÇÃO Fonte de calor - forno - 184 - condução 1 Convecção2 Radiação:1 CAPITULO 4 1 Métodos e indicadores culinários TABELA 4.2 1 Mecanismos de transmissão de calor na cocção de alimentos • a transferência física de calor decorre do contato de molécula para molécula • a transmissão é lenta e direta intermoléculas adjacentes • o corpo mais quente cede calor ao menos quente • a condução funda-se na premissa da constante vibração das moléculas presentes em todos os corpos da matéria • a adição de calor intensifica a vibração entre as moléculas e favorece o contato (chocam-se) entre si e há transferência de energia das mais energéticas para as de menos energia • esta ação persiste até o calor da fonte alcançar as moléculas mais distantes • através da parede do recipiente ou do meio de cacção utilizado, o calor conduz-se à porção central do alimento • o calor é transferido através do ar (gás) ou por meio do próprio líquido • as moléculas se dispersam formando correntes de convecção • as correntes de convecção se deslocam no sentido da porção mais densa para a menos densa • a porção de ar ou liquido mais próxima ao calor é a primeira a se aquecer e a se tornar menos densa • a porção menos densa se dirige para a superficie • a porção mais densa se desloca para a parte inferior do recipiente • o movimento da corrente de convecção é, normalmente, na direção vertical • na prese~a de uma barreira sólida, a corrente de convecção flui ao redor do alimento. • o calor é transferido por ondas de energia (quanta) que vibram em alta freqüência e se deslocam com rapi- dez através do espaço • o ar, meio intermediário, não participa do processo • no cozimento, ondas transmitidas por radiação elevam a temperatura da superfície do alimento, mas não conseguem transpassá-la • a transmissão do calor no interior do alimento ocorre por condução • 0 microondas ó um equipamento que lransmite calor ao alim~ nto por meio de radiação ,\·,, 11,11 ,,1,, 1, 11 ,1 111 ,11 1,11 .iliillL'lli<', ,, 1,1, "''Ili li• d, 1, •1 q111•11t1 •. 1•111 q111• ,1 l1 ,111!, li •1, 1nc1.1 d l' 1,1l m s r f,1L ror rnndu~.,10 Nn c11l,rnl•1, o'.i 111a1nru1, c10 qur \li h111, , ()' I ,1, 'li' 1111·, 1 , IIIIJ' 1111• ·111<1, d1l1 'li li pi 11\l\\ ,1 111,11\\1 11 11 1 1111 111 111 l l llllllllillllid,Hh ! Q,; clç íll!'\ ,llS ~,l() (' XCrt,•n lc '.i c,1n<!ulo11;<; tr ,mw:,, , r!. ,, 11 ; 111 ,11111 ,, qi, 1111 ,,t I li h ,,1,•tr,,11' 1111 , l~, h v11l11 1,.,1,1 111<•111Jr q11,111i1d.1d " ch11•h 1t1 0 11 !, 1,vn>•, n.1 0 s,10 bon•; c.nndul or , o 11, o •",p:,ço o ntrc, a:, n10l,)c•, 1° t ,H,lt \1'11 ,111\ l111, l 111 l11hhl11Ltdt f)1 , I•' l, 1 I 11I I l•I 11 ,r, ' 1I, r '·' 111 ,1, ,,.to jll!llll'III) lhll C<illilll\,lll" 11.11111 d!l lund!l rJ,l p 111,,l.1 u, píJI', pcl., c. 1 nrir,11tr ,·, dr.',,,/ '( ,,:,,, N, 1111,·• 1 I • ,1 '"' 11,, 111 \11,I ,, 1 l '" ( 1 ,, ., 11, i'"' 11•11<111\,l•l 11 1 , 1 > ,1, 1'., N I uli ,.ir 1 , irr.1,!1d1 11) d1 1 11 ,1 lt 11' uf1 11•111 r1,1 rt ,Jl,tt•r11. 1.1 r1 ~ tur,i1dr•uo1·-.. í! 11r0.U1J', 1 tr ,r l ,J ., • · \11 I '1 1 \ l, . 11 ll l , 1 , 11 llul!,l ,qtlf 11 1•, .i, ll'J,lr' r ·c111 d 1,,nh.1 Nn c. 1 o cl•)'., !nrno··, ri11crr>c1rid,1~, ri· u11d;i nl1•lrcn11,LJr·,,' · 1,., l du 1 111 t1) ll l'I 11{11 q ,) 1t11 ) 1 1 d, t ith 1 {' 11 1 1\ li líl ' fl11!1; ;.1~ d1fr;n~ntr 'r 1n1:ir! 1~ rj J : 1:, 11 .... 1,t• ' rr,r p1 111 1,1 11 ,,1,1 11 r ll flll I to, .1hn1, ,,t !.1 1 111 q''" 1 rrl.1, p Hl1•., h j\H~,n m,11'> u1 1 muno (ll,••11t •'-=, J1 1r• 11 1 tu '. 1 11 .;,) \'d• d'lli.l l t.:.l,10.... !1 11 11 l!l l \ 1. 1: lt 1 ,\ l 1 l1q11ul, líl 1 ,l l j) J,Y11)< () () \'r111JrT':' dtJ V;Jf ) 1 ,t ,.. rn r,r 1 ,,,,~ n;1·• í' .,. : 1 1 1 r - 185 - ALQUIMIA DOS ALIMENTOS - s di'-áenciadas tenha /Jl Apesar de o senso comum su gerir que pedaços de carne co m espess u,a J' . . - · d t -n que isto não é r egra. Um tempos de cacção proporc1onn /111e11te diferentes, n pratica emons 1 • • 1 - ·t ará do dobro de tempo medalhão, com o dobro da es pessura de um escalopm 10, nao necess1 para ntingir o mesmo nível d e cacção. FIGURA 4.2 1 Utilização do forno de convecção Imprópria P rópria específi- Outros equipamentos ta mbém são utilizados na produção de refeições e apresentam forma~ m ento . - do equipa cas de transmissão de ca lor. Além disso, o tipo d e calor empregado pode vanar em funçao . be!ll ln1sto, , •d eco ou escolhido. Di ferenciam-s eos métodos de cocção pelo tipo de calor empr egado, umi o, s que, alientar l f d 1. - d. . dº - , . , ·mportante s d como pe a orma e ap 1c açao: 1reta ou m ireta. A pesar da diferenciaçao t eonca, e 1 eti a subn1 . d tural que, mesmo quando se empreg a calor seco a um alimen to deve-se considerar su a um1da e na . c1,1s- ' der-se-ia ão aqueci mento, proporci ona formação de vapor e colabora no processo d e cacção. Portanto, po sifícar l<.Jdos os métodos d e cocção como misto; a d istinção se faz para mel hor compreensão. 4.2.1 Calor úmido ·.iL' lt> .i, · · -, ll j lll . Ctil li'.,c1 (J mti<J a . : . . . . . - ados, po:,. . ,r-1,1· , quos o (a~ua, sucos, leite e ou tras bebid as) em seus d1 terentes est, 1 1;,tii.:,1=-· f i" at hidratar o alimt.-nto" d' 1 . - Lll''-',1nt f'' J' .... lb',(J Ver a& Lubct ' · . . ' . ' . 1 - A ,~eirus D 11( . " ~ anc,as yu 1m 1c;:is res ponsave1s pe os pa1 , 11 ' d~ c,1 ' 111 nutrn:nt1;:~1: r,utro&eltm tnto-, h·d , . - 1:,; tl' Lip,1 . • 1'" '>4- r 1 . l roi-,i-,\l lu veh <..jUe parti cipam d u sabor d a p l'l. ! p ,1r,1Ç,HJ. •" ·dO ,,l 11 11 . J> ' lll1 IL..ado 1-'Ma praticarn1 :ntt t >d . l de ,1co1 . ,,i,I' , i• t · l Oh os alnnen los, v;u- i andn u lemno e ,l tc m p1..•r.ilt1 r, · t1 L,_:; l ,11 .• ' ·, 1·nr ld d, p · d r i • .., ,, J ,,J ulo. A 9uan1Jdade d<,_, • . . , . . . ' - ,:-,s iv,1s l L . • j,,1, •11 dr'«, lu' 1 ag u d deve Sl' I m 1rnm<1 J)ü 1\ 1 ev 1l .ir perd ,l !í L )\ l.l : ., -.1'1 J ~-,, J ,1'>J J ) .. 1 I • •L)l 'l , , <J m1•<,1n,, motivu, O b ..i l in ' . . . w ti,hr , .i ' l l nlui-, dPvl'm 1,e r, prl'l'v r L' JH 'J,d lllL' JÜl', :. ubn 1/Jt) CAPtruLO 4 1 Métodos e indicadores culinárfos n.'io devem ser deixados 5ubmersos em ág ua, por tem po prolongado. Em todos os métodos que uti lizam calor 1 •,niido, a troca de energ in ocorre por condu ção, da fonte de ca lor para a panela, e da panela pa ra a água; por convecção, por meio de correntes de calor na água; e novamente por condução no interior do alimen to. Os métodos de cocção gue utilizam calor úmido dispensam a presença de gord ura, sendo esta técnica indicada para dietas hipolipídicas1, tendência do mercado produtor de alimentos e refeições. O uso de meios hid ratantes, quando empregados com tempo e temperaturas adequados, produz alimentos macios que podem ser consumidos por pessoas com disfagia2 ou dificuldades mastigatórias. Alguns métodos de cacção utilizam prioritariamente O calor úmido; são eles: fervura, cacção a vapor, e pocher (escalfar). 1. Fervura - com e sem tampa Consiste em submergir o alimento em meio aquoso fervente, até que esteja apto para o consumo (a tem- peratura da água é, geralmente, lO0ºC, podendo variar com a altitude do local e com os eletrólitos presentes no açúcar, no sal e nos temperos) . Podem ser adicionados temperos e outros ingredientes para melhorar o sabor (Tabela 4.3). TABELA 4.3 1 Características da cocção por fervura T/t INDICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS T=100° C t = tempo (varia de alimento para alimento e do ta- manho da porção utilizada) Hortaliças, carnes, cereais e leguminosas T - temperaturn t - tempo • Permitir cacção sem o uso de gordura • Aumentar de 2 a 3 vezes o volume de certos alimentos que contêm amido como os cereais e as leguminosas, porque absor- vem água • Grandes perdas por dissolução quando o tempo de cacção é prolongado e se utiliza grande • Tornar mais tenras carnes com quantidades elevadas de tecido quantidade de água. Para rever- conjuntivo devido à geleificação do colágeno ter esse quadro, deve-se utilizar a água de cozimento na própria , Reter na água de cacção parte dos componentes do sabor, aro- ma e nutrientes do alimento e ingredientes utilizados, que podem ou em outras preparações ser aproveitados em caldos e molhos 1 Dieta h1polipid1ca - dietas com baixo teor de gordura. 2 o,sfag,a _ dificuldade de deglutição, de causa otorrinolaringológica, digesti va ou neurológica . -187- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS . . . , btilição com obJeh vo de techar os poros, d 1ínimo de agua em e ' As hortaliças devem ser coloca as em um 11 · • . • e de á ua deve ser grande (1 :5), pai a evitai aglome- concenh·ar sabores e manter a cor. Para as massas, o volum g , cr f .· . . . 1 , ente são colocadas em ªºua i ia para ração. As batatas e as preparações como fund os claros e sopaS, imoa n ' diluírem suas substâncias sensoriais. 2. Vapor , d \' .d om o u sem pressão (Tabela Consiste em submeter o alimento ao vapor da agua ou e outros 1qu1 os, c · . . . . . 1 Q d t t •a do alimento atingeª 4.4). Ao atmg1r o alimento fno, o vapor condensa e libera ca or. uan o a empera u1 · temperatura próxima à temperatura do vapor, a taxa de condensação se reduz. O método pode variar, ainda, de acordo com o tipo de utensílio de cacção utilizad o. Existem utensílios que possuem uma divisão perfurada, em que, na parte inferior, se coloca água e, na parte superior, o alimento. Na haute cuisine, cuire à la vapeur (cozinhar no vapor) é cozinhar numa marnúte3 a vapor, colocando os alimen- tos sobre uma grelha, com água atingindo o mesmo nível da grelha, formando um vapor {unido. A pressão aumenta proporcionalmente à quantidade de água evaporada . A panela de pressão tradicional é projetada para ser devidamente vedada, proporcionando o cozimento a vapor sob pressão. A válvula na parte s · d con-.. upenor a panela regula a quantidade de vapor que escapa e, sequentemente, a quantidade de pressão dentr d l , to de ·0 ª pane a. A medida que essa pressão aumenta, 0 pon ebulição da água se eleva. Normalmente os ali . ºC sob ~ ' mentas submetidos à água fervente são cozidos a l00- ' pressao (de 0,4bar4 a 0,Sbar) a temperatura atin e 121 ºC . . - . , . . as redt1· zidas p d· 1 ~ , g · ' permitindo uma cocçao mais rap1da e pe r d' - or isso uçao. E considerado tamb , . j0 em cozimento . . 1 ·. quanL o alimento é en I d · ªvapora cacção em papillotte ou ai. cartocciw, ro .a o em urna folh d . · 1 a e papel mantei a , ban,u1e11 , e palha do milho. g ' papel de alummio, ou mesmo em folha de , /l,;;,,11,11,, ul<-r, ,1' 1 ( r' r • J • ) <.,,; ,1.:-,,.,i tj ( : ''" tJ•Jr "','>', 1 Ji,lr1 •,;,,, i"'-1,:, ~;~;::;1;1, f1;, , ,,,,,1.;1, lmwo, dH f . ,,111\1',; Jl' ~ r:.~r "";'.J,,J;, '1í. 1,e-•' / , ), 'h/ 1,l1p, ,, 1, r.,1,i, ' orm,i i111 utlo11lludd l~r o . - o h 11 ,1 cL1! 1il "' fJ II:', ,;;,, '11JfJ / ;if. , ' ,() IIIQ (J 1;11:;~r,u/ 1 ' {I O CO lll \,1111p;1, uurnln1u11lll ti o C\11'cl l111C:l u ~.id I 1 " ,1:1.J 1J11rJ1, ;J• 11,,1 ,r u u (J ()OI d ll lv11 , , , JfJ•, (l 1 , ",11 '" 'IHJ IJ :1:1u11q - 188 - > CAPm.JLO 4 1 Métodos e indicadores wlinános b islc ,1indJ ;i pos~íbilidndc de mescla r n fervu rt1 com o vt1por quand o se utili 1a C()cçãr1 rnm pouca água e O ,i\inicnto niio cstJ CL)mplelan,ente submerso nesta . Desta fo rma, o va por form ado ':!nvolverá a parte dCJ ali- t " ,ue não está subn1erso. O recipiente deve ser tampado para que a cocção por vapor aconter..a . ]11L'll L' L1 ' TABELA 4.4 1 Características da cocção por vapor. T/t INDICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS T ::: 0OºC, ao nivel do mar (em panela de pressão - até 121ºC) t::: tempo (propor- cional ao tamanho e à textura do • vapor: hortaliças, peixes, ervilha, vagem • Mm1m1zar o uso de gorduras • Rapidez no preparo. Para alimentos mais tenros, como algumas hortaliças, usar vapor sem pressão. Para ali- mentas menos tenros, como as carnes, usar vapor com • vapor com pressão: pressão. hortaliças menos tenras, cereais, le- • Reduzir as perdas por dissolução guminosas e carnes • Manter, integralmente, as características sensoriais menos tenras alimento) • Economia de combustível T _ temperatura t - tempo 3. Pocher ou escalfar • Não se pode misturar a.ner- tos com estruturas diierentes 7 ~ seja, com texturas distintasÉ um método de cocção (Tabela 4.5) em pequena quantidade de líquido quente (água, leite, vinho), po- rém abaixo da temperatura de ebulição (<lOOºC), sem utilização de tampa. Pode-se cozinhar à poché, na água ou em um fundo. No caso de cozinhar à poché em um fundo, deve-se tampar a panela e o caldo deve atingir até a metade do alimento. Esta técnica se diferencia quanto ao tempo empregado e a temperatura atingida. o alimento pode permanecer no líquido até este atingir a temperatura de ebulição, então é retirado; pode ser submerso e retirado rapidamente; e, por último, o alimento permanece no meio até ficar macio sem atingir 3 temperatura de ebulição. O ovo poché é um exemplo do uso desse método de cocção. -189- ALQUIMIA DOS AUMENTOS TABELA 4.5 1 Características da cocção à poché ÃO VANTAGENS • Não necessitar de óleo para o preparo Pescados e aves (embru- • Manter a qualidade sensorial, especialmente sabor e T = 65 a 80º C lhados em papel manteiga), textura t = poucos minutos salsicha, carne salgada, ovos, - 0 é • Evitar grandes perdas de nutrientes porque a cocça fios de ovos/papos de anjo, dumplings1 rápida • Não permitir a formação de aminas heterocíclicas 1 Oumplmg - preparação tcheca à base de farinha e água, cozida em água quente. T - temperatura t - tempo 4.2.2 Calor seco DES • Emprego restrito a pou- cos tipos de alimentos oriaJs, os , as substâncias sens Os meios utilizados são o ar e/ou óleo. E um método concentrante em que . ento, inten· . t rior do ahrn nutrientes e os elementos solúveis, em presença do calor seco, se concentram no m e , tura. AttJ ª , . f eia e a tex sificando suas características sensoriais, principalmente em relação ao sabor, a consis en . teríor do . . . . . - , - a - alimento e in direta ou indiretamente no alunento. A transID1ssao de calor e por conduçao (panei alimento) ou por convecção (fomos). . as ternre· t e a ba1X I · d er len a rri· mportante salientar que, preferencialmente a aplicacão de calor seco eve 5 ]tas te , , 1 se a . _ , . , · -odecaor, efTl raturas, pois, como a conduçao e mais lenta do que os demais metodos de transmissa de fritura5 tu f . . . . No caso '\'el pera ras orem aplicadas o aürnento ficará cozido na superficie e cru em seu mtenor. , r,selh3 ~o e aco !mersào o aJime t b , . 5 0 que na ' n ° ª sorvera mais gordura se o óleo estiver em baixas temperatura ' au.and d · o se ese1a manter a crocância externa do mesmo. ------:-. , , o 1150 A ut,hzação de go d , maioria, r uras em alguns dos métodos é imprescíndível, porem, na J){.>de >fr reduzido ou e/. . d . . _____., ---- - muna o, ut,hzando apenas o ar quente. ~ CAPtrulO 4 1 Mrlo6os e lndk:Mo,~ a,flnários 1. Refoga r - sem/com tampa (calor seco direto) r ,1mb/.m u,nh1:rído c0mo afoiar na c · h · • , > ozm a mme1ra . Este método (Tabela -! .6) utíhza a gordi;ra :: -:': ,ntr•rna d<J ali mento cr,m(J m<.,Í(r a tran · - d 1 , agud - ' !,ffiJ SSao e ca or e por condução. O alimento dei-·e ser aqi..:E:Gdü ria grJrdu ró ,:m fog() altQ, mexcndo-c;e rapidamente a mis tura. A panela deve permanecer destampada, pa;-a qur: owrra rcduçlí<> d<> <,uco liberado, por evaporação, e para que a cor do alimento se mantenha. ,\pesar dE: n 81lmc:ntn '>(;r pa rcia lmente COí'.ido por meio de sua umidade, o método considera somente a utilização de ca lor '-/4:W, por ser e55cncialmente concentrante. Podem ser utilizados temperos diYersos, juntamente com o alimento que !->Há refogado. TABELA 4.6 1 Características da cacção refogada 1 ZT = 2(fC a 200''C (depen- dendo do típo de gordura utilízada) t ::: pouco& minutos Hortaliças mais sensoriais firmes, carnes, • Minimizar as perdas aves em pedaços nutricionais e crustáceos • Ser um método mais rápido • Não poder ser aplicado em pedaços e preparações volumosas, pois, como a condução (mecanismo de transmissão de calor no interior do alimento) é lenta, os alimentos podem permanecer crus em seu interior • Por atingir altas temperaturas e, quando o tempo ultrapassar 2 minutos, há formação de aminas2 heterociclicas, em alimentos protéicos 1 1.,1 ,;r, ·, 1, ;rr;. rJ,,·,-,r'." ,,,m ,,,,1,, rrifdorJr1 ut11izand0 apf:nas óleo. Entrf:tanto alimentos que requerem ma or ter:1po de cacção ooaem <:6' ao e onac!cs ce brJ IJ<J ,, ,; rJr, ,,utrr/, l1qu1rJ11•, ;, /•rr,ir,,,·. t ,,t,,rr,r;ir.l1r.:,·, -,;,o u,mpv,t<f.. r,ír, lico:, nos quais urn dos átomos do anel é o rntrog~mo T _ tcmporatur::i t - IP.mpo 2. Poêler - com e sem tampa (calor seco direto) Os ingred ientes da preparação são dispostos em um recipiente bem fechado, iniciando a cocçào sob temperaturas brand as e utili zand o como meio o ar e o seu próprio suco interno (Tabela 4.7). Posteriormente, 0 recipiente deve ser aberto e a temperatura aumentada, até o alimento corar. A parte sólida da prepc1r.1çâo d l. d ed uzi·i,do-ses O molho e depois o servindo com o alimento, bem quente. Quando a r ,mela l".Ve t><: r re 1rJ a, r . pcrmanl'ce fechada o método pode ser denominado abafar. , ,,, .,J1J/ / t diminuir a quantidade de um líquido, engrossá-lo e concentrá-lo a partir de suJ '.Pí\ - ;1 I,,,.r,I<.a ,,ulinM1;i que; r,onsIs e em -191- ALQUIMIA DOS AUMENTOS TABELA 4.7 1 Características da cocção poêler T = 140° a 150° C, quando tam- , Atin gir altas temperaturas, por tempo suficiente para possibilitar a formação de aminas heterocí- clicas em alimentos protéicos pado e de 190° a 200° C quando Todos os tipos de aves e caça e alimento sem tampa t = superior a 2 minutos T - temperatura t - tempo carnes em geral • Opcionalmente, não utilizar gordura 3. Assar ou rôtir - sem tampa (calor seco indireto) 6 1 f mos ou espetos, Cocção de alimentos previamente temperados com vinha d' alhos e/ousa grosso em 0 , ~ tir o êxito da sem tampa e sem adição de líquidos (Tabela 4.8). E indicado o uso de terrnometro para garan 'tido por - 1· , · , · t calor é transmi preparaçao, urna vez que a temperatura externa ao a 1mento sera superior a m ema; o d - . . d a1· - l . d c·rcula dentro do forno. con uçao, no mtenor os 1mentos, e por convecçao, pe o aquecimento o ar que 1 Ih , - . amento do mo o E importante observar o tamanho da assadeira utilizada para que nao haJa ressec . e . a assadeira formado. Outro aspecto relevante é que, quanto maior a superfície de contato do alimento com 7 0 ara selar com o ar, menor será o tempo de cacção. O ideal é iniciar a cacção com temperaturas mais altaS, P . ais , técnica !I1 alimento e, posteriormente, reduzir a temperatura para que a cacção seja mais uniforme. E uma ve ser d limentos de indicada para carnes. No entanto, a temperatura utilizada para assar peças grandes e ª (ofllº b . . . d - seJ·a lentamen te. a1xa, urna vez que, em seu mtenor, a transmissão de calor acontece por con uçao, ou ' ,terriº . ento ex · t t t · d· - - o ver o cozim rJ ãqueomen o ex emamen e ocorre por irra 1açao, temperaturas elevadas vao prom r:, agE:rado, enquanto em seu interior o alimento permanece cru. '. , 1t"-'r c1, '· (' ii\•H ,1. ', . ' ,,, ,•r,, , , n 1·1·1zado p,1r,1, . ' ' ',' ' .;,,,:. c.r,,n r::::.r11:r:,ands cebolt1 alho pimenta enire outros u 1 1 • ' 1 ' , 111- 1 l1p,Jf l ' 1 ,n I e 1 r 't<J'-' ,Jr, Jf J r fl ,1rJ,J r /11 li , J tJltlfl( i.l Ili U ,,, 'fJt, 1: < r1• ,1JrJlél , ci rn o r.alor ,11antet11 íl ~th 19? - TABELA 4.8 1 CAPrrtJLO 4 1 M~t d e , o os e indl d aractertsticas d - ~ ores t ulinárlos • de acordo com o tamanho e a com-T :: vana . - (textura) do alimento submetido ao posiça0 processo •a em função do tamanho da peça t:: van T _ temperatura t-tempo Carnes vermelhas, carnes brancas, aves, peixes e caças. ª cocçao rótir • Usar gordura, opcionalmente • Manter seco 0 Vegetais, principalmente alimento tubérculos, e frutas • Concentrar sabores • AconselMvet a=na, p~ ,r, n í "! ';/)f1P'\ mais macios · • Forma . r ammas heter<Y"Jdir..;i-, P.1'" alimentosprotéicos • Concentrar o valor nutricional e aumentar o valor calónco da preparação No espeto, a temperatura irá depender da distância entre a f peça e a onte de calor, podendo variar entre 17ügC a 190ºC. Alguns autores descrevem a cocção em espeto em c - 1 . ' arvao ou em enha aquecida como sendo relhar no espeto, mas, usualmente, para denominar uma cacção como grelh d d .1. g e a a, eve-se uh 1zar a grelha. A formação de compostos tóxicos dependerá da distância entre O alimento (carne, pescado) e O carvão ou a lenha. Quanto mais próximo, maior será a absorção de hidrocarbonetos poliaromáticoss. 4. Grelhar (calor seco direto) Consiste na cocção através de chapa de metal quente, colocada sobre brasas ou diretamente no fogão elétrico ou a gás, podendo também ser sobre grelhas (Tabela 4.9). Pode utilizar também o broiler9. O objetivo é O de fechar os poros do alimento e reter os sucos. É descrita na literatura como uma das primeiras e mais importantes técnicas culinárias de cozimento. O corte do alimento, assim como a temperatura empregada, irá interferir no sucesso da preparação; as pequenas porções são mais indicadas, por permitirem cozimento ade- d · t rior do alimento formando-se uma camada superficial mais torrada. qua o nom e ' . . . - tos formados durante a combustão incompleta de matérias orgânicas. 8 Pollaromat1cos - sao campos_ d . age diretamente sobre o alimento; a transmissão de calor é por radiação: a fonte de calor e umJ 9 Broiler - neste processo a açao do calor vem e cima e luz infravermelha. -193- AlOUIMIA DOS ALIMENTOS 1 T = 22ü°C a 250ºC (inicialmente com temperaturas de 180º C a 19ü°C, indo até o ponto deseja- do, variando conforme o tama- nho do alimento) TABELA 4.9 1 Características da cocção grelhada INDICAÇÃO VANTAGENS Carnes tenras, aves, peixes, crustáceos e vegetais mais tenros, pães chatos e tortil/as 1 mexicanas, crepes, panquecas • Permitir o preparo sem utiliza- ção de gordura, em excesso • Minimizar as perdas de nutrien- tes pelo fechamento dos poros Formara em alimentos protéicos t = poucos minutos d •iho moída, e de farinha e mi . É feita de masa, uma massa Tortilla - tradicional panqueca mexicana, com formato ar redondado e chato. E grande e seca. h . • Rapidez no preparo • Método inviável para cortes cámeos com grande quantidade de tecido conectivo e para ali- mentos menos tenros sempre assada em chapa {chamada comaD. Pode ser u lilizada aberta ou enrolada com diversos rec eios. T - temperatura t - tempo 5. Saltear ou sauter - sem tampa (calor seco direto) , do de _ , - curto peno Consiste em submeter o alimento, dividido em p equenas porçoes, a cocçao por um fogo ando em tempo (Tabela 4.10). O alimento é revolvido rap idamente, utilizando-se pouca gordura e cor não ºd ou que alto. Diferencia-se do refogar por ser um métod o rápido para preparar alimentos pré-cozi os , ser . d d - 1 , . t . r da panela podern necessitam e tempo e cocçao pro ongado. Os res1 duos que permanecem no m eno aproveitados no preparo de molhos (dêglacer10) . T = acima de 1 ooo e 1 = liOU<'..os minutos T - lt:ml'A:fértura t - tempc TABELA 4.10 1 Características da cocção sauté Vegetais pré-cozidos ou branqueados • Rapidez, evitando perdas nutricionais • Utilizar pouca gordura ·to • Possuir uso re5ln arência • Comprometer a ap rtes - ados co quando sao us 1ongos temP05 irregulares ou de cocção l._t.1 1 ,\ ' r r ifll • ,J' . ;¼ :-.,,,, 0 , "'"" ;,, '·1' , , .a , . , ~., ,e, ' "'" 1 o''" '' :.s.: ' ' ',.,; ~,.., 1 r,,,,.., ,, , •r,, "" , em um líquido. Refere-se à t · • deira ou P 101~ 0 1'7JJ,11, ' ~ ,, ,:,rr;<;ritt "(Pa. a~ suost.ànc ias <nl·id·fi ecnica de desprender do fundo do r ecipiente (assa poro do 11 , - = 1 cadas re I pre su lantes de assado ou fritura. É a base para 0 - 191 - 111111 U t.Pfn,w 4 1 ~A.r_,s e mdicadrJ'I'~ aJliná:nos 6. Frttar ou fr1re (calor s-euJ Indireto) É írmmsí r n alímentn 1~-m f,lr.,J <l alta u.:-ropen,tur,3 Cfab<da 4.11 1• (J terTw, ~.:- ;;- ,s.F~., 7 ~;":::; --i~f..;"~ . ~ <::S;E:: métod<J é deep-frí.ed. O w rmn stír-fríed l utili ;,..ad,J para alí menuh fri tl.Y-> ~m ~....<.f'Y.:T.a<, v,,.--1~ ~; rz;:~~-:!:?.. ba<; tan tc elevada, numa wor:.1 ' -Seria O fr itar él chínL~, ondf.: 05 ahmmtrY'.> ,~,, (rfft;.;d rJ<> err ~ ró~ frr ó" '== ;r;:rh e":: qu.antidade'> rcduzídas de ókos ammátícos. O panfrí.ed f o fritar ern qwmtídade dE:- ó]&,. e-!E:-:ac-c:: , 7 ..,-:-~:- . '.:"'Z.-_,, sufíciente para cnbrir o alimento. 1'\k,.,re caso, o alímento de-1e st.~ víradrJ dos dr1ís lad<.JS ?âra ob-<-..e: :.:m ~e::,.., cozímento. Qwmdo a quantidade de 61eo ~ sufícíentE: para cobrir 0 a limento parcia l fp2n,Crú:tlJ r.JU totalr.r.e:-.:..: (deep-fríed), a transmissão de ca lo r acontece p0r cnndução, da pane]a para o óloo, e é distribuído para o a:íirr.rr. to por corren1:eb de con vecção. Como o óleo ou a gordura é o meio utiJí.zado para as frituras, de,;·e-se obs,e7:z:- o ponto de fumaça 12, para que f>eja efetivada a troca da gordu ra sempre que necessário. A seleção da gordu ra é fundamental porque sua composição química estabelece o grau d e hidrólisE: d os lipídi os. A lite ratu ra recomenda u<;ar óleos vegetais - e'/4ceto óleo de oliva - e banha, po r não apresentarem mono e di gl icen'dios em s ua composíção e terem pontos de fumaça elevados. Nos processos d e fritu ra, óleos e gordu ras atuam como meio de transferéncia de calor e como lubrifi- cantes. As ca racterí.sticas sensoriais mais relevantes são a cor, a crocáncia e a umidade no interio r d o produto . A coloração escura decone da reação de Maillard 13, em que o grau de escurecimento é dependente da relaç.ão tempo/temperatura de fritu ra e da composição química do lipídio. 11 Wok - e'ipéoe de panela ou frigideira muito ulilízada na culinána as1át1ca . Tem fundo cônca ,o e bordas altas . De, 11do a este, íor..,.,a::; ::;::ss.:: ;a e:::--~.~ , rapidamente ou gradat11amente os alimentos , dependendo da posição que estes ocupem na panela. 12 Ponto de fumaça - tempe:ratura na qual substâncias de decomposição presentes na gordura se tornam •1isíve1s, form:in:lo urna r,_,.., a-;:a az·. asa t. · ,,,. - p<;ratura que ca racteriza o ponto de fumaça varia , de acordo com o tipo de gordura, e,ntre rnocc a 26Cr C. Ver cap::u·o 10 13 Re:ação de Ma,llard - ver capítulo Aspectos da Qu ímica e da Funcionalidade das Substâncias Químicas Presentes nGs /. ' ,,.,a-·:,s . - 195- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS TABELA 4.11 1 Características da cocção frita T/t INDICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS T = 150ºC a 190° C (depend e do alimento) • Poder ser utilizada no pre paro de • Formar aminas hete- Massas cruas: 170ºC-175° C Massas cozidas: 180°C-18 5°C Batatas: 150ºC até 190ºC Vegetais cozidos e crus, carnes, aves, pescados, ovos e frutas vários tipos de alimentos rociclicas em alimentos , Proporcionar sabor, textu ra, crocân- protéicos eia e aroma bastante agrad áveis • Utilizar muita gordura 1 t variável para cada alim ento. • Realçar cor, sabor e textu ra ao se • Formar acro leina 1 fritar à chinesa . . d " d gorduras com separaçã o 1 Acroleína - substáncia formada a partir da desidra tação do glicerol. liberado a pós cocçao excessiva de oleos e degra açao as dos ácidos graxos, que fic am livres no meio de cocç ao. T - temperatura 1- te mpo 4.2.3 Calor misto A • do alimento O calor seco e o úmido age m conjuntamente, buscando concentrar e dissolver sub stancias . . . e concentrem conforme o resultado deseja do. Sua ação faz com que os compostos organoléticos e nutnc1ona1s s ecu· · · · t · d 1· d · · - , · f lhos de sabor P pnmeiramente no m enor o a 1mento para, epo1s, pe la ad1çao de hqu1do, arma rem mo 1. O 1 't · ·d i · · t rior do alimento) 1ar. ca or e ransm1t1 o pa ra o a 1mento por condução (da panela para o aliment o, e no m e · E:por convE:cção (líquidos a dicionados). 1. Ensopar com tampa . . r (Tabela C<m 5i.,te: tm refogar O alimento, acrescentado a qua ntidade de líquido necessár ia para amacia a- 4 12 J - , - · , · 1 desta[l'IP · J. unta-~ 0 liquido fno (agua, '>UC<J, vinh o) para dissolver sabores e l eva-se à ebulição; ao hna ' ebol,1) -,. p~rá u-durjj<J ,. t' pe ,, . t d Jh ( vas alho, e - :-, ' arm n (J O mo o. Podem bCr acrescenta dos hortaliças e temperos e r ' ;,or,;; ,w,rr ;,fi/..ar, prr!porcírma ndrJ ,abqr e odr1r agradjvcís . 1% li T== 180º C t == variável para 1 cada tipo de Hortaliças. carnes e aves CAPITULO 4 1 Métodos e lndlcadores culinários TABELA 4.12 Características da cocção en sopada • Não necessitar de óleo para o preparo • Ressaltar as qualidades sensoriais do alimento • Preservar a qualidade nutricional do alimento • Fomv3r 3 m 113-,; he-+<:::rrz..í(Ju::;a3 ".:m alírm,~ntoJ pr01:~h"'- annient~o ___ __L-------'---------- --------------_;:__ __________ _ T _ temperatura t- tempo z. Guisar - sem tampa o princípio utilizado é semelhante ao do refogar o alimento, porém, com a adição de p ouco 1íquído. Deriva um molho maís encorpado, normalmente com teor lipídico elevado (Tabela 4.13). A técnica exige que o alimento seja mexido freqüentemente sem colocar a tampa. A diferença entre guisar e ensopar é a quantidade de liquido empregada, sendo o ensopar adicionado de uma quantidade maior de líquido . Existe referência a este método indicando que os alimentos sejam passados em farinha antes de serem submetidos à cocção. TABELA 4.13 1 Características da cacção guisada T/t . INDICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS T = 180° C t = variável para cada tipo de alimento • Ressaltar as qualidades sensoriais do alimento Carnes moídas, ve- getais picados, crus- • Preservar a qualidade nutricional do alimento táceos, mariscos • Rapidez T - temp~ratu ra t - te mpo 3. Brasear ou braisage - sem e com tampa • Utilizar gordura no preparo • Atingir attas temperaturas , por tempo suficiente para formar aminas heterocídi- cas , em alimentos protéicos Método de cocção lento, que utiliza chama ou forno, visando dar um colorido ao alimento, m antendo 0 suco no seu interior (Tabela 4.14). Na primeira etapa, o alimento é submetido à alta temperatura em uma panela ou assadeira sem tampa, aquecida com gordura, para corar bem; o restante da cocção é reali zad..i em -197- - ALQUIMIA DOS ALIMENTOS fon10 quente a 180ºC, por um período de tempo prolongado, com a adição de um líquido e com tampa. Após o preparo, o líquido restante deve ser peneirado e reduzido para a produção de um molho. l TA.BELA 4.14 1 Características da cocção braseada T/t INDICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS T = "\80° C t = variável para cada tipo de alimento Grandes peças de carne de gado, porco, carneiro, ovelha, aves, peixes inteiros, vegetais T - temperatura t - tempo 4. Estufar com tampa ou étoutfer • Ressaltar as qualidades sensoriais • Preservar os nutrientes • Utilizar gordura no preparo • Formar aminas heterocíclicas em alimentos protéicos - , · teriza-se pela E refogar o alimento, acrescentado pouco ou nenhum líquido (Tabela 4.15). A tecruca carac - l d 1· ' · b d - ·t levadas Par a evitar cocçao enta o a imento em seu propno suco, su meten o-o a temperaturas nao mui o e · d · ' ·1· d · · h · d 1 s casos ser selado per as excessivas e uti 1za o um rec1p1ente ermeticamente fechado, poden o, em a gun ' f · ' b d f inh d · ' · u - deste método era com uma pasta eita a ase e ar a e tngo e agua. Desde a antiga Roma, a uh zaçao amplamente empregada com a denominação de sufocatio. No Brasil os índios já conheciam este método e de- , faZer norninavam-no biaribi ou biarubu; posteriormente, no Brasil Imperial, existiam panelas apropriada s para 0 estu fado . A preparação brasileira mais conhecida, que utiliza este método, é o barreado 14 · t = ,arrb~f:::I J.,óia,...;ru, !JV.:, ÓE: á 11 IT,'i,f ,t,., T Lbrni;n,nrtura TABELA 4.15 1 Características da cocção estufada ✓e-gelais , car- nbf. 1:: 8\/bS • Ressaltar as qualidades sensoriais • Preservar as qualidades nutricionais • Não form~ aminas heteroclclicas 1 [Jtj - dO 0 . quan • · na1s • Perdas nutnc10 cessiva cacção é ex - Abafar - com tampa 5, C.Af"truW 4 1 u.u_ ... 'T""'1.ogos e Indicadores c.ullnáôos . _ 1 . coz. ím L· n l< > em yuc 0 a limen to é aq uecido em pou ca , d . , Té,-11 1'-.:i e. , ~(JT ura, su f1riPnt~ apena ~ para untar a bcrn têl rn pnd a, c m fogo a lto, pa ra cozer apen as co m seu p róprio suco (Tabela 4.1 r, p,1nc ln, ). TABELA 4.16 1 Características da cocção abafada T :::: 180° C • Possibilitar a cocção do alimento sem uti lizar gordura • Emprego límrtar'.;c, - nãG 5": 1:::: poucos alt o teor de água , • Evitar grandes perdas de nutrientes, de sabor e texturas, man- aplica a alimentos ITili;TJOS ca marão. tendo a qualidade sensorial do alimento tenros ,ninuto:s __ J ~ .:..:.=.:..c....-----~----------------------_J_----------~ T - temperatura t - tempo 4.3 Auxiliares de métodos de cocção 4.3.1 Branqueamento Consis te na pré-cacção (Tabela 4.17) do alimento em água fervente por um curto período de tempo, seguida de resfriamento imediato em água gelada para dar firmeza (coagulação das fibras externas), manu- tenção da cor, inativação de enzimas (escurecimento enzimático) e inibição de microrganismos. É utilizado como pré-cacção de alimentos que serão posteriormente submetidos a métodos de cocção (fritura, assar) e/ou de conservação (congelamento, conservas). A proporção entre alimento/água deve ser de 1/3 e para cada ali- mento existe um tempo máximo de exposição ao calor (Tabela 4.18), que pode ser influenciado pela espessura do corte. -199- 1 1 ALQUIMIA DOS ALIME~'TOS T = 100ºC t = poucos minutos Hortaliças, peixes e frutos do mar TABElA 4.17 1 Características do branqueamento , Permitir um pré-preparo, seguido de preparo ráp ido, quando necessário • Manter viva a cor dos vegetais verdes • Impedir o escurecimento de tubérculos em geral • Minimizar as reações de escurecimento de natur eza enzimática • Reduzir o número de microrganismos • Se o tempo de cocção não for bem con- trolado, pode ocorrer efeito contrário, com coagulação excessiva das fibras externas, além da perda das características do ali- mento, como cor e sabor • Restrito a alimentos tenros T - temperatura t - tempo TABELA 4.18 1 Relação de tempo e quantidade de ho rtaliças no branqueamento 450 3 Cenoura 675 2-5 Couve-flor 450 3 Batata 450 1 e ½ Abobrinha 675 3 Ervilha 900 1 e ½ 4.3.2 Gratinar Não se trata de um método de e ~ . , iciar urn co· . ocçao propriament e dito uma vez que sua finalidade e prop lond o na su perfi cie do alimento . á coz' d . u erfície do I' J i O (Tabela 4.19). Consiste em cobrir, pincelar, espalha r na 5 p ,, a imento um produto gue ao a uec . larnandrJ r . ' 9 er rapidamente, adquira um colorido dourado. U tiliza-se ª sa . omo equipamento; no entanto, podem-seu . . , . 'ncia supeno'· hlizar fomos eletricos com aquecimento de resi5te , , , ~ orr'Of;; i: , • ,d ' ' ,o' ••, ,; d ' l1,:r1'.', J'.1 l.<1,jc., óra 1.i•' ,.,r 'li 1 , r. • ' , , , , , jJ(1 ,, d ', •/;/·r1,r ~ e graLnar EYJ<;[em dois lJ o l lJtl t' c1qutl• ~1 ,,111- l ' E: ô ~ r gratmada E: a ernt, l :l P s a rnanual, que cons ta de um disco do ferro com cabo I urpu11111 1.1 u ir a que fi ltJ u1 11.1 ~ ica na parte supe11or de um forno o <,on:.t,i ' - 200 - 11111 CAPITULO 4 Métodos e lndlc.adore.s culinários TABEIA 4 .19 Características de gratinar T = 250ºCl300° C t = rapidamente Peixes. carnes , aves, massas, hortaliças, pães , produtos de confeitaria e coberturas . T - tem peratu ra t - tempo 4.3.3 Banho-maria • Melhorar o aspecto do alimento • Formar aminas heterocichcas , no caso d~ ah- mentosprotéicos que permanecem por ma•s de 2 minutos gratinando Utilizado corno auxiliar de método de cacção para alimentos delicados, que não podem ser submetidos diretamente ao calor forte. Consiste em colocar o alimento em um recipiente que, por sua vez, será co locado em outro recipiente com água quente aquecida por chama ou ar quente. O calor, por condução, aquece o reci- piente que transfere o calor à água. A água, por meio de correntes, também se aquece e, por condução, aquece 0 utensílio no qual o alimento se encontra. O banho-maria também é utilizado para manter os aEmentos quentes em balcões d e distribuição o u em réchauds, a uma temperatura constante. Para balcões, a temperatura indicada é de 85QC para que o alimento atinja no seu interior, pelo menos, 65QC. Temperaturas muito elevadas da água do banho-maria poderão resse- car O alimento em longo prazo de exposição. Temperahiras mais baixas desacelerarão o método de cocçfto. É um auxiliar de método muito utilizado para o preparo de pudins, ovos mexidos, rr1olhos como o ho- landês e o bernaise, que exigem transmissão lenta de calor. 4.4 Métodos contemporâneos de cocção 4.4.1 Microondas O forno microondas, como equipamento que utiliza a transmissão de calor por radiaç5o, funciun.1 pela incidência de ondas eletromagnéticas a até 4cm de profundidade no interior do alimento em tOLfas a:-- dirl'- ções. As microondas são criadas por um magnétron, tubo de elétron a vácuo que converte energiJ elL' tr iC<1 crn energia eletromagnética. A energia radiante desse processo é formada por ondzis curtJs de c1lta freqüência e não ionizantes que se deslocam rapidamente no espaço e promovem mudança térm ica n os objetos que as -201- ALQUIMIA DOS AUMENTOS absorvem. As vibrações das microonda s afetam, preferencialmente, moléculas polares, como as m oléculas de água dos alimentos. Essas partículas v ibram em movimentos rotacionais, ger ando atrito e liberando calor às d emais molécuJas do alimento. Alimentos ricos em açúcar e/ou gordur a também absorvem energia e produzem calor. Bolos recheados exemplificam a capacidade de absorçã o de energia dessas substâncias, pois o recheio, normalmente doce e gorduroso, atinge temperatura superio r à massa. Também, quanto mais porosa for a massa, mais fácil à pe- n etração das ondas. Outro exemplo é o ovo - gema que é mais rica em gordur a se aquece mais rapidamente que a clara. A gordura requer metade do calor para elevar 1 ºC de sua temper atura, se comparada à mesma q u antidade de água, porque a gordura possui calor específico mais baixo (0,5) que a água (1,0). As ondas eletromagnéticas não causam mudanças químicas perigosas, pois são ondas não ionizantes. Também é relevante o uso de recipiente s com tampas ou a utilização de toalha d e papel para impedir a evapo- ração excessiva de água da superfície d os alimentos, resultando em preparaçõe s ressecadas e sensorialmente inadequadas. Substâncias não polares, como ar, vidro e p lástico não são afetadas pelas microondas. Dessa forma, u tensílios de v idro e plástico são os mais recomendados para acondicionar alim entos que serão submetidos à cacção por esse mét odo. Materiais como metal e madeira não d evem ser u tilizados, pois o primeiro reflete as ond as eletromagnéticas e o segundo as absorve . As hortaliças são facilmente cozidas no s fornos microondas, mantendo fiavor, c or e textura. Outra van- tagem é a preservação dos nutrientes, po is o alimento não precisa ser submerso e m água; basta uma pequena quantidade para gerar o vapor necessári o para a cocção. As desvantagens atribuídas ao forno mi croondas são referentes ao aquecimento não uniforme dos ali- mentos; isto ocorre porque ingredientes e utensílios, superfícies de contato e o tamanho do alimento interfe- rem na penetração das ondas. A limitação se es tende ao uso de carnes v ermelhas, principalmente as ricas em tec ido co- nectivo. O tempo e a temperatura empregad os não são suficientes para a transformaç ão do colágeno em gelatina e não há reação de Mai llard, o que resulta em uma carne sensoria lmente inadequada. - 202 - e CAPTTlJLO 4 1 Métodos e lndic.adores culinários O uso rio snl promove a desidratação excessivn do alimen to, alt erando sua cor e tPx l ura . /\ 11/i/i zaçlío des te ingredien te deve ser, portanto, moderada. 4.4.2 Forno Combinado Equipamento com alto nível tecnológico qu e p repara alimentos em curto espaço de tempo. Utiliza do-i s tipos de calor: seco e úmid o, que p odem ser acionados separadamente ou em conjunto. Indicado para qual- quer tipo de alimento, d oces ou salgados. Possui câmaras de calor separadas que proporcionam cocção de vá- rios alimentos diferentes ao mesmo tempo, sem interferência de odores e sabores. O controle de temperatura de cada câmara pode ser individual. Suas vantagens são a economia de espaço e de tempo no preparo de alimentos, além do menor número de funcionários para a execução das tarefas. Com o desvantagem, o custo elevado - apesar de necessitar d e me- nor número de funcionários, esses d evem ser qu alificad os para manusear o equipamento. É possível encont rar equipamentos com até seis tipos de program as d e cocção (Tabela 4.20) . TABELA 4.20 1 Programas de forno combinado CALOR CARACTERÍSTICAS--~:. · -, Vaporização Vaporização rápida Bivaporização Combinado Regeneração Convecção Usado para branquear por meio de cacção à poché. A água é substituída por vapor e a temperatura é automaticamente controlada Usado para tubérculos e leguminosas secas. Temperaturas de 106ºC a 120°C Usado para alimentos como peixes, frutos do mar, pudins e também no crescimento de massas de pães. Temperaturas de 30ºC a 98ºC Combinação de vapor inicial seguido de ar quente a 1 00ºC - 250ºC; usado para alimentos cozidos com crosta mais corada e crocante; assados em geral e pães Regenera pratos já montados sem ressecarnento e perda de nutrientes . Mais util izado em eventos de grande porte e UPRs Usado em produtos com maior valor de atividade de água como carnes - 203- ALQUIMIA DOS AUMENTOS 4.4.3 Indução É um processo de geração e troca de c alor, mas no equipamento não exist e uma fonte de calor propria- mente dita. É um fogão que apresenta uma superfície de cerâmica super polida. No lugar das chamas con- vencionais, existe um indutor de ca mpo magnético que quando ligado gera um campo magnético oscilante. O fogão não aquece, apenas a pane la fica aquecida. 16 Dentre algumas vantagens destacam -se o aquecimento eficiente, a rapidez da cacção e a eco nomia de energia, além de não aque cer a área de trabalho e a cozinha. A quantidade de calor dependerá da condutividade elétrica do material, da permeabilidade e da forma do reàpiente, assim como de sua co locação no campo magnético. O indu tor só aquece metais e por isso apre- senta menor risco de acidentes. 4.4.4 Cocção a vácuo (sous-vide) Método em que alimentos selados a vácuo, em embalagens plásticas, são cozidos no vapor do próprio alimento, em tanques com água aqu ecida e, rapidamente, resfriados. Os alimentos podem ser estocados entre ' 'to 3~ e SºC quando resfriados, mas tam bém podem ser mantidos a temperat uras de congelamento. E um me · ào mais eficiente na preservação da qualidade sensorial e nutricional do alimento. 4.5 Indicadores culinários . . , . antindo um O controle do processo de produção visa diminuir as falhas ou pontos de ficitanos, gar Pro· duto àe qualidade, com a máxima pr odutividade e mínimos riscos e perd as. 4.5.1 Fator de correção C d , · · · ' Fator de . ) (Offt'~,ll m os md1ces utilizados para acomp anhamento do desperdício de alime ntos e O . i1,d . 't'~( tfll <FCJ ta b ' nh · · • , . ' dice 1111P 1 • ' m ém co ecido como mdicador de parte comestível ou fator de perd a. E um 111 1.1 F1 1~ para definir a quantid d d 1· ' rdido "º ª e e a 1mentosa ser comprada, consideran do o que sera pe 1ongl1 , Jh. \ ll.,IWdf \\li ---- -- • 1_ /.. 1, J:,ort,.., J :J..él".:a o E,', "\~J í.;l •yf f . (f<!fll' 1, , ! r do• r - tad 1 · forro~li~ • ' dC. ' " Ol> para melhor con tato com a superl ic1e Devem ser fei tas do niu JI~ - 204 - ◄ 11111 CAPITULO 4 1 Métodos e Indicadores culinários • ;,1 limpczJ, d.i subd ivis.ío. Permite comparn r preços de ai· t d . . . ~,.1 n1,,111, L · < imen os a qu1r1d oc; tn natura e al imentos . . · i 1..; nré-prcpar.idos os prontos para consumo. Permite ainda a 1· d ,1dquttll l · r · vaia r as per as com cascac;, sementes, • _ 11-idadcs, gordura, tecido conectivo, entre outros. t ,1 ]0!", :,l All.t almente ª cultura do desperdício é notória. Recursos naturais, financeiros, oportun idades e até al i- mentos são jogados na lata do lixo. Na culinária, o desperdício pode ser influenciado por uma série de fatores: planejamento inadequado, preferências alimentares, manipulação imprópria dos alimentos, mau uso de equi- pall1entos e utensílios. Cada alimento possui seu FC, variável de acordo com suas características: tipo de aquisição, pré-pre- paro, qualidade, grau de amadurecimento, condições de armazenamento. Como os valores dos FCs não são constantes, pois dependem de equipamentos, utensílios, mão-de-obra, qualidade da matéria-prima, limpeza, cada serviço deve elaborar sua própria tabela. O treinamento dos funcionários na produção é uma das etapas mais importantes para o con- trole do FC, que depende da manipulação dos alimentos. O FC é determinado pela relação entre Peso Bruto (PB = alimento conforme se adquire) e Peso Líquido (PL = alimento depois de limpo) de cada alimento. O FC é calculado pela fórmula: Peso Bruto (PB) Fator de Correção (FC) = Peso Líquido (PL) o controle inicia-se no carregamento e descarregamento dos produtos. As embalagens devem ser cui- dadosamente descarregadas; carga e descarga devem ser rápidas para evitar que os produtos fiquem expostos ao sol. -205- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS Independentemente da escala de produção, se doméstica, comercia l ou industrial, as hortaliças devem ser guard adas inteiras, nunca cortadas ou descascadas, em sacos plá sticos, com microfuros, na parte baixa do refri gerador doméstico ou em refrigeradores ou câmaras frigoríficas com temperaturas apropriadas; as frutas maduras devem ser conservadas nas mesmas condições das hortaliç as. Só devem ser mantidas em temperatu- rn ambiente até atingirem a maturação desejada 1 7. No recebimento das carnes, a temperatura deve ser compatível com os padrões legais para produtos in nntura refrige rados ou produtos congelados. Imediatamente devem ser resfriadas ou congeladas para evitar a perd a de líquidos, o que prejudica o aproveitamento do produto e as características sensoriais. O cálculo do FC não inclui as perdas do descongelamento (líquido), ou seja, o pe so bruto considerado deve ser o da carne descongelada antes da manipulação. No entanto, o serviço deve e stimar as perdas considerando o peso do alimento identifi cando as duas etapas - perda de líquidos no descon gelamento e no pré-preparo. O desconge- lamento d as carnes em temperatura de refrigeração minimiza as pe rdas de líquido. O pedido de compra deve ser detalhado, observando-se a classific ação (inclusive grau de maturação) dos produtos de acordo com a preparação em que serão util izados . No recebimento, deve-se verificar se as caracte rísti cas solicitadas foram atendidas. É importante averiguar se as em balagens estão intactas e se os lotes l'Mi'ío devidamente identifi cados e no prazo de validade. Tod os os produtos devem ser manuseados e armazenados cuidados amente em embalagens adequadas. O ITíl nsporle e o manu seio devem ser feitos cautelosamente para evitar danos que podem se constituir em perdai:i. Alguns produ tos devem ser lavados ou escovados para re mover sujidades ou materiais estranhos. Qunndo furem lavados, devem ser secos para evitar o crescimento de microrganismos, que podem ocasionar <1pod recirncnlo e perdas. '.fambém é importante o controle da temperatura do s equipamentos de refrigeração t· rongvlamcnto t ' do nmbicnte do armazém. No pr<.'.•-prl·paro em desca~cadores elétri cos, a retirada de toda a cas . •t 1 da ca, mm as vezes, eva a urna per wm,idt·dvt l dJ polpl1, quo é dcsca rl.ada automati camente Isso ocorre e f - d f 1 - t - . · ' m unçao a a ta de padrao no ama nho do1-, ul iinen tw, in l-ie ri dos no eq ui pa mento e do tempo de proces sa mento. 1 / ✓, 1 1 IIJllltJh1 1, ,11 1t, J1 , ,r11111/11 i ,,,,,. 111i 111f111l() ll l11J1!11llr,1111, Uifli ll íl(1l(J11, 11lon u (1 fn 1t n u . - 206 - J D CAPtrtJtO 4 1 Métodos e indicadores culinários (.)u im tl ti M' ÍII I 11 IHm d(• ul\ •n íl ílirn, u,mo "" fo ca" parn dec.cnYcdí podE· ocorrn um problema semelhante dl·, 1d• , ,w lio do., IJ minos L' i'I h ab ilidad e d o man ipu lndor. No entanto, rea lizada adE:quadamente pode condu- 711 ., 11wnnre~ rr· rcl;i s quond0 compa radas ao d escascador e lé tri co. Entre tanto, qu ando c;ã o necessárias grandes q11, 11it id.,d<.•i-; de a limentos, 0 cnnsaço do manipulad or e o tempo podem leva r ao a u mento de perdas. U111 a unidade que não controla seu desperdício está sujeita a aumen tar o custo da produ ção e, conseqüen lemen/e, o valor das refeições, o que conduz à perda de lucro. Por exemplo, quando se compram 10 quil.os de alcatra para O preparo de bifes e, após a limpeza e o corte, se obtêm 8 quilos, o FC será J,25. 10kg (PB) Fator de Correção (FC) = ----- = 1,25 8kg (PL) A perda será de 20%. Esse desperdício poderá ser minimizado se o serviço utilizar as partes retiradas na limpeza - como as aparas - para produzir outras receitas. Perda(%)= 2kg X 100 = 20 10kg Quando há perdas expressivas, é importante verificar a diferença entre o preço real e o preço aparente do alimento. O preço aparente é o que se despende com um produto na compra em seu estado de venda. O preço real é o valor pago, de fato, pelo alimento após a retirada das partes não utilizadas. Seguindo o mesmo exemplo da a1catra, se o preço de venda ao consumidor fosse de R$ 7,00/kg, o preço aparente dos 10 quilos (PB) seria de R$ 70,00. Considerando o desperdício de 20%, o preço real do quilo seria de R$ 8,75. Para comprar 10 quilos desse corte, limpo, o gasto seria de R$ 87,5. Se uma preparação requer 25kg de carne limpa e cortada cujo fator de correção é de 1, 15, é necessário adquirir 28,75kg dessa carne, como peso bruto. Se o fator de correção fosse de 1,05, seriam necessários apenas 26,25kg de peso bruto. -207- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS A tabela 4.21 apresenta alguns fatores de correção de frutas pré -preparadas a partir de 5kg de cada fruta para verificar as diferenças de FC e propor a média. Observa-s e que as maiores perdas são para as frutas cuja casca e sementes devem ser retiradas. TABELA 4.21 1 Fatores de correção médios de frutas e percentua l de desperdício FRUTAS PARTES RETIRADAS FC DESPERDÍCIO Abacaxi pérola casca e coroa 1 ,32 23,0% Ameixa vermelha caroço 1,04 2,99% Banana maçã casca 1, 45 30,9% Banana nanica casca 1 ,58 36,0% Banana ouro casca 1,42 29,7% Banana prata casca 1,7 6 43,0% Caju castanha 1,09 8,34% Carambola - 1,00 0% Figo - 1,00 0% Goiaba casca 1,30 23,1 % Goiaba-sem casca e aparas 1,35 2 5,6% Kiwi-sem casca 1,14 13,0% Laranja lima casca 1,21 17,4% Laranja pêra casca 1,19 15,8% Maçã gala casca 1,13 11,5% Maçã gala casca e centro 1,23 18,6% Maçã fuji casca 1,17 14,5% Maçã fuji casca e centro 1,32 24,2% Mamão formosa casca 1,21 17,4% Mamão formosa casca e semente 1,42 29,6% Mamão papaya semente 1,16 13,0% Manga Haden casca e caroço 1,52 32,1% Melancia casca 1,09 7,8% Melão casca 1,10 9,1% Melão casca e semente 1,14 12,3% Morango sépala 1,02 1,7% Nectarina caroço 1,22 17,8% Pêra centro 1,09 7,9% Pêssegocaroço 1,10 8,7% Tangerina poncã casca 1,34 25,3% Uva itália talo Uva rubi 1,01 1,5% talo 1,01 1,4% - 208 - CAPITULO 4 1 Métodos e indicadores culinários Parn J d.1boração de uma lista de compras de 1· t d d d t a 1men os eve-se consid era r o FC de ca a pro u o, bem como estabelecer uma margem d e segurança, que pode variar de 0% a 10%. Esta é calculada para eventuais perdas por falhas no armazena t , , d men o e no pre-preparo; pelo aumento inesperad o do numero e clientes dentre outras. À medida que · 1 , . · ' l ' 0 serviço contro a o desperd1c10 e conta com uma demanda prev1s1ve, a margem de segurança diminui. A tabela 4.22 demonstra um exemp.lo de planilha de uma lista de compra para 4kg de salada de frutas e se observa que os valores a serem adquiridos variam de fruta para fruta e totalizam 5,77kg. TABELA 4.22 1 Exemplo de lista de compras para uma salada de frutas FRUTAS PESO LÍQUIDO FC PESO BRUTO MARGEM DE QUANTIDADE SEGURANÇA PARA COMPRA Mamão 1 kg 1,42 1,42 kg 5% 1,49 kg Maçã gala 1 kg 1,23 1,23 kg 5% 1,29 kg Banana prata 1 kg 1,76 1,76 kg 5% 1,85 kg Pêra 1 kg 1,09 1,09 kg 5% 1,14 kg 4.5.2 Fator de cocção Fator de Cacção (Fcy) ou indicador de conversão é definido como a relação entre a quantidade de ali- mento cozido (pronto para o consumo) e a quantidade de alimento cm e limpo usado na preparação. O Fcy define o rendimento do alimento nas preparações assim como a capacidade dos utensílios e/ou equipamentos que serão utilizados. O Fcy é calculado pela seguinte fórmula: Peso alimento cozido Fator de Cocção (FCY) = Peso líquido -209- ALQUIMIA DOS ALIMENTOS o Fcy é também importante na elaboração de uma lista de compras: · - d , d 1kg de carne p ronta para o Quando se dese;a obter uma preparaçao e came assa a com consumo, deve-se observar tanto o Fcy como o FC. Com um F cy de 0,8 e um FC de 1,1, ne- cessita-se adquirir 1,37kg (sem margem de segurança). Ou seja , peso cozido (1 kg)!Fcy (0, 8) = 1,25kg, que é o peso líquido. O total a ser adquirido é peso l íquido (1,25kg) X FC (l ,1) = 1,37kg. 4.5.3 Índice de absorção O índice de absorção (IA) avalia a absorção de líquid os na cocçâo de alimentos como cereais e legumi- nosas secas. Diferencia-se do Fcy, apesar de se utilizar fórmula semelhante para seu cálculo, pois represent a a absorção de água durante a cacção dos alimentos des ses dois grupos. A quantidade de água utilizada na cacção não é consid erada no peso líquido do alimento em questão quando se faz o cálculo do índice de absorção. A águ a em parte é evaporada durante a cocção e em parte é absorvida pelos grãos. Assim o peso e o volume fina is representam a soma do grão mais a água absorvi da. Para as leguminosas, parte da água é evaporada na ca cção, parte é absorvida pelos grãos e parte pode form ar o caldo. O uso do caldo que resulta da cocção e a sua espessura podem alterar o valor nutricional da prep a- ração. Desprezar o caldo ou tomá-lo mais ralo dilui nutrientes. Aproveitar O caldo e tomá-lo mais espes so concentra nutrientes, principalmente aqueles que são solúveis em água. Para facilitar a cacção e aumentar 0 IA, o remolho deve ser utilizado e tem por finalidade a maciar a celulose dos grãos, podendo diminuir o temp o de cocçào. No caso do feijão, considera-se: • Índice de reidrataçào (IR) = peso do feijão escorrido apó s remolho / peso líquido • Índice de absorção (IA) = peso do feijão cozido (sem o ca ldo) / peso líquido • fator de cocçào (Fcy) = pe-0 d f .. _ • ~ 0 e11ao cozido ( com o caldo) / peso líquido - 210 - CAPITULO 4 1 Métodos e Indicadores culinários No processam ento té rmico dos alimentos ocorre perda ou ganho d e umidade. Quando não controlados _ temperaturas incorretas, tempo excessivo de exposição ao calor, métodos de cacção inadequados, uso de equipamentos inadequados - levam ao desperdício não só de ordem nutricional, mas também de caracteds-ticas sensoriais, prejudicando a aparência, o sabor e O aroma da preparação. O uso d e m étodos de cacção e de equipamentos adequados influencia favoravelmente a qualidade sensorial dos pratos preparados. Não há dados compilados de fatores de cacção ou de índices de absorção disponíveis na literatura a tual. A tabela 4.23 apresenta alguns indicadores encontrados, experimentalmente, a partir da cacção de 5 amostras de cada um desses alimentos, utilizando calor úmido ou até mesmo seco, no caso da pipoca. TABELA 4.23 1 Índices de absorção e fatores de cocção de alguns alimentos ALIMENTO IA Arroz Integral 3,40 Arroz Parboilizado 2,34 Arroz Agulhinha 2,44 Arroz Cateto 1,90 Canjica branca - só o grão 2 ,21 1 As diferenças de IA ocorrem, pois existem características diferentes entre os tipos de arroz. O arroz m· tegral absorve mais água pela quantidade de fibras superior ao arroz polido. O arroz cateto, como é menor ' arredondado, absorve m e nos águ a . 4.5.4 Densidade Outro índice importante é a densidade, calculada pela fórmula: D = m/v .) .3 -211 -
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