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Formas de Governo As formas puras – São formas boas de governo e todas visam o bem comum: • Monarquia: governo bom de uma só pessoa; • Aristocracia: governo bom de poucas pessoas; • Democracia (Politeia): governo bom de muitos (o povo no poder). As formas impuras – São formas más de governo: • Tirania: Corrupção da monarquia, governo mau de um só, visa o interesse do monarca; • Oligarquia: Corrupção da aristocracia, governo mau de poucos, visa o interesse do grupo dominante; • Demagogia (Democracia): Corrupção da democracia, governo mau de muitos, visa o interesse particular da maioria, sem se importar com os demais. Sistemas de governo Parlamentarismo – É o sistema de governo em que o chefe de estado não é o chefe de governo. O chefe de estado ocupa a posição mais alta de representação, não participando das decisões políticas. O chefe de governo é convidado pelo chefe de estado para compor o governo e aprovado pelo Parlamento recebendo o título de Primeiro-Ministro (Inglaterra), Chanceller (Alemanha) ou Presidente do Conselho (Espanha). Quando há uma crise, pode o Parlamento substituir o Chefe de Governo. Presidencialismo – É o sistema de governo em que o Chefe do Poder Executivo é eleito para cumprir um mandato e acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de governo. Assim, não há dependência com relação ao Poder Legislativo, já que no Parlamentarismo o Chefe de Governo necessita de aprovação parlamentar. No Sistema de Governo do Parlamentarismo é necessário ter o apoio da maioria no Poder Legislativo (parlamento) para governar. Quando o governo perde esta maioria, pode o parlamento exigir a dissolução do governo, substituindo-o. No presidencialismo é possível governar mesmo sem ter a maioria no Poder Legislativo. No Parlamentarismo, os membros podem optar entre permanecer no apoio ao chefe de governo, também podem optar por antecipar a eleição do novo chefe de governo. Assim, enquanto no parlamentarismo o chefe do governo depende da maioria na Câmara para continuar do poder. No presidencialismo o governo é menos dependente e os parlamentares buscam a aproximação, por convicção ideológica ou na esperança de lograr benefício junto ao poder executivo. No Brasil foi realizado um plebiscito, em 1993, em que o povo escolheu continuar com o regime presidencialista. Federativa é a forma de estado, em razão de possuir entes federados (união, estados, Distrito Federal e municípios). República é a forma de governo, que significa coisa do povo, possuindo as seguintes características: Eletividade, Temporalidade, Representatividade popular e Responsabilidade (dever de prestar contas). Peter F. Drucker, guru da administração, disse: “Não existem países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, e sim países que sabem administrar a tecnologia e os recursos disponíveis e potenciais, e países que ainda não o sabem”. Administração pública Administração pública: é o planejamento, organização, direção e controle dos serviços públicos, segundo as normas do direito e da moral, visando ao bem comum. Ex.: Síndico e o condomínio. “Nada pode ser politicamente certo se for moralmente errado”. Daniel O’Connel. Hely Lopes Meirelles define assim administração pública: “Administração pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas”. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CF, Art. 1º, Parágrafo único. Planejamento “Se planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, não existirá então alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos da circunstância. Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o futuro, é aceitá-lo seja ele qual for”. (MATUS, 1993) “Trata-se, pois, de um modelo teórico para a ação futura. Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcança-los. O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência” (CHIAVENATO, 2003, p. 167 - 168). CF, art. 165 – Orçamento Público. Dentre as funções destacadas no Orçamento Público, aparecem: Função alocativa – É a oferta bens e serviços públicos que não seriam oferecidos pelo mercado ou seriam em condições ineficientes. Além de criar condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado (alguns produtores poderiam se sentir desmotivados devido ao alto risco ou custo), por investimentos ou intervenções, corrigir imperfeições no sistema de mercado (oligopólios ou monopólios) e corrigir os efeitos negativos da produção. Função distributiva – Tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza, através da tributação e transferências financeiras, subsídios, incentivos fiscais, alocação de recursos em camadas mais pobres da população. Encontrar o equilíbrio neste ponto é difícil, mesmo porque os produtores podem ter resistência a expansão de suas atividades, por ter uma parte de sua renda redistribuída para terceiros. Função estabilizadora – ajustar o nível geral de preços, nível de emprego, estabilizar a moeda, mediante instrumentos de política monetária, cambial e fiscal, ou outras medidas de intervenção econômica (controles por leis, limites). Para SANTOS (2006), a principal utilização da função estabilizadora dos gastos públicos é refletiva com a política de investimentos do governo. Direção Um ótimo planejamento e uma boa organização não são suficientes para uma boa gestão pública. É necessário que haja uma direção que coloque a organização em marcha e execute os planos para atingir os objetivos do governo (SANTOS, 2006) Segundo SILVA (2004), em seu livro Contabilidade Governamental, ensina: Para atingir a plena satisfação das necessidades da população, a administração pública é dividida, segundo as atividades que exerce, em: Atividades-Meio – Envolvem o próprio papel do Estado e sua estrutura para atender às necessidades da população; Atividades-Fim – Estão voltadas para o efetivo atendimentos das demandas da população. Política O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeia), que indicava todos os procedimentos relativos à polis, ou cidade-Estado. Na filosofia aristotélica a política é a ciência que tem por objeto a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na polis), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da polis). Por isso mesmo, a política situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam o conhecimento como meio para ação. Política é um conjunto de declarações escritas a respeito das intenções das instituições em relação a determinado assunto. As políticas indicam os meios e a forma para se atingir os objetivos principais. São formuladas, em geral, de forma ampla e proporcionam as linhas mestras para orientar as decisões mais importantes e a formulação dos objetivos setoriais e das normas. Ela também pode significar o conjunto de guias e intenções que traçam o rumo de uma instituição e governam suas atividades e decisões para atingir o objetivo geral para o qual a instituição foi criada. (LACOMBE & HEILBORN – 2006) Estrutura Brasileira CF, Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito [...] Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. CF/88 – Art. 25 – Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. CF/88 - Art. 30 - Compete aos Municípios: ConceitosEstado é um povo situado em determinado território e sujeito a um governo. a) Povo é a dimensão pessoal do Estado, o conjunto de indivíduos unidos para formação da vontade geral do Estado; b) Território é a base geográfica do Estado, sua dimensão espacial; c) Governo é a cúpula diretiva do Estado. Governo, em sentido subjetivo, é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição pode ser modificada mediante eleições. Ex.: “governo FHC”. Poder Público em sentido orgânico ou subjetivo, segundo Diogo de Figueiredo Moreira Neto, é “o complexo de órgãos e funções, caracteriza do pela coerção, destinado a assegurar uma ordem jurídica, em certa organização política considerada”. Ou sinônimo de Estado. Poder Executivo é o complexo de órgãos estatais verticalmente estruturados sob direção superior do “chefe do Executivo” (Presidente da República, Governador ou Prefeito, dependendo da esfera federativa analisada). Junto com o Legislativo e o Judiciário, o Executivo compõe a tripartição dos Poderes do Estado.” Administração Pública (com iniciais maiúsculas) - conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente de serem pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo estatal (como Ministério Público e Defensorias Públicas). Administração pública (com iniciais minúsculas) ou poder executivo (com minúscula) são expressões que designam a atividade consistente na defesa concreta do interesse público. Ex.: concessionários e permissionários de serviço público. A locução “Fazenda Pública” é normalmente utilizada pelos operadores do Direito para designar o Estado em juízo, ou seja, as pessoas jurídicas governamentais quando figuram no polo ativo ou passivo de ações judiciais, assim como órgãos despersonalizados dotados de capacidade processual especial. Inclui somente as pessoas jurídicas de direito público interno. Quando prestam serviços públicos, as empresas estatais, embora dotadas de personalidade de direito privado, também gozam de privilégios decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado, como bens impenhoráveis, execução por precatório, imunidade tributária, prazos processuais maiores, entre outros, integrando para todos os efeitos legais o conceito de Fazenda Pública. O conceito de Fazenda Pública engloba: a) entidades federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); b) órgãos públicos com capacidade processual especial (Ministério Público, Defensorias, Tribunais de Contas etc.); c) autarquias, fundações públicas, agências reguladoras, agências executivas e demais espécies do gênero autárquico; d) empresas estatais prestadoras de serviços públicos (exemplo: Correios) (Nesse sentido: 1ª Turma do STF, RE 851.711 Agr/DF, 12-12-2017). Administração burocrática versus administração gerencial Tarefas precípuas da administração 1ª) o exercício do poder de polícia: foi a primeira missão fundamental conferida à Administração, ainda durante o século XIX, período do chamado “Estado-Polícia” ou “Estado-Gendarme”. O poder de polícia consiste na limitação e no condicionamento, pelo Estado, da liberdade e propriedade privadas em favor do interesse público; 2ª) a prestação de serviços públicos: na primeira metade do século XX, especialmente após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as denominadas Constituições Sociais (mexicana, de 1917, e alemã, ou de Weimar, de 1919) passaram a atribuir ao Estado funções positivas (o poder de polícia é função negativa, limitadora) de prestação de serviços públicos, como o oferecimento de transporte coletivo, água canalizada e energia elétrica; 3ª) a realização de atividades de fomento: já na segunda metade do século XX, a Administração Pública passou também a incentivar setores sociais específicos, estimulando o desenvolvimento da ordem social e econômica. 4ª) a atividade de intervenção, subdividida nas categorias: a) intervenção na propriedade privada: compreende todas as ações estatais de limitação da propriedade em favor do interesse público, visando o cumprimento do princípio da “função social da propriedade” (art. 5º, XXIII, da CF); b) intervenção no domínio econômico (regulação): consiste nas atividades estatais de disciplina, normatização e fiscalização dos agentes econômicos; c) intervenção no domínio social: trata-se da atuação do Estado voltada a apoiar os economicamente hipossuficientes com o objetivo, por exemplo, de reduzir as desigualdades sociais. Diferenças entre princípios e regras Fontes do direito administrativo No Direito Administrativo, somente a lei constitui fonte primária na medida em que as demais fontes (secundárias) estão a ela subordinadas. Doutrina, jurisprudência e costumes são fontes secundárias. A lei é o único veículo habilitado para criar diretamente deveres e proibições, obrigações de fazer ou não fazer, no Direito Administrativo. Esse é o sentido da regra estabelecida no art. 5º, II, da Constituição Federal: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Exemplos: Constituição Federal, emendas constitucionais, Constituições Estaduais, Leis Orgânicas, leis ordinárias, leis complementares, leis delegadas, decretos legislativos, regulamentos, resoluções e medidas provisórias. Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal: art. 103-A da CF, após sua publicação na imprensa oficial, é de cumprimento obrigatório pelo Judiciário e pela Administração Pública direta e indireta de todas as esferas federativas, revestindo-se de força cogente para agentes, órgãos e entidades administrativas. Doutrina é a produção intelectual dos juristas a respeito de certo tema jurídico. A doutrina não cria diretamente a norma, mas esclarece o sentido e o alcance das regras jurídicas conduzindo o modo como os operadores do Direito devem compreender as determinações legais. Especialmente quando o conteúdo da lei é obscuro, uma nova interpretação apresentada por estudiosos renomados tem um impacto social similar ao da criação de outra norma. A jurisprudência, entendida como reiteradas decisões dos tribunais sobre determinado tema, não tem a força cogente de uma norma criada pelo legislador, mas influencia decisivamente a maneira como as regras passam a ser entendidas e aplicadas. Os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração. Existem três tipos de costumes: a) contra legem (contrários à lei ou “costumes ilegais”); b) secundum legem (conformes à lei ou “costumes lícitos”); c) praeter legem (além da lei ou “costumes sobre temas não legislados”). Em razão do princípio da legalidade, os costumes ilegais (contra legem) não são fonte do Direito Administrativo, ao passo que os costumes lícitos (secundum legem) e os costumes sobre temas não legislados (praeter legem) constituem fonte das normas administrativas. Outras fontes: precedente, súmula vinculante administrativa Precedente administrativo é a decisão tomada por determinado órgão da Administração com efeito vinculante para casos futuros. Sua função é uniformizar o julgamento, conferindo maior eficiência e impessoalidade na decisão dasdemandas repetitivas. A atividade judicante, por outro lado, é manifestação da função administrativa (art. 30 da LINDB) e consiste na solução de conflitos, mas não tem a definitividade da coisa julgada material, podendo sempre suas decisões ser revisadas pelo Poder Judiciário. São exemplos de função judicante os processos administrativos disciplinares (PADs), os processos sancionatórios do poder de polícia, o julgamento nos Tribunais de Contas (art. 85 do Regimento Interno do TCU), a atuação do Cade (Conselho Administrativode Defesa Econômica), os Conselhos de Contribuintes, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf - art. 75 do Regimento Interno), parecer da AGU (art. 43 da Lei Complementarn. 73/93) etc. O art. 50, VII, da Lei n. 9.784/99, segundo o qual devem ser obrigatoriamente motivadas as decisões administrativas que “deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais”. Dicas 1) Todo procedimento administrativo deve garantir contraditório e ampla defesa: por força do disposto no art. 5º, LV, da Constituição Federal, os princípios do contraditório e da ampla defesa são aplicáveis a todos os tipos de procedimentos administrativos, tais como desapropriação, licitação, concurso público e processo administrativo disciplinar. 2) Predominam no Direito Administrativo prazos de 5 anos: conforme visto anteriormente, há uma tendência na legislação brasileira de padronização dos prazos, no Direito Administrativo e no Tributário. Praticamente todos os prazos existentes nesses dois ramos têm duração de 5 anos. 3) A Administração Pública sempre pode agir de ofício: devido ao caráter dinâmico de suas atuações, a Administração Pública sempre pode atuar de ofício, sem necessidade de provocação da parte interessada. 4) A responsabilidade na prestação de serviços públicos é objetiva: quando houver prestação de serviços públicos, a responsabilidade por danos causados ao usuário e a terceiros é objetiva (independe da prova de culpa ou dolo), não importando quem seja o prestador. 5) Na prestação indireta de serviços públicos, a responsabilidade principal é do prestador, e o Estado responde subsidiariamente: nos casos em que o Estado delega a terceiros a prestação de serviços públicos, como ocorre nas hipóteses de concessão e permissão, a responsabilidade pelo ressarcimento de prejuízos decorrentes da atividade cabe diretamente ao prestador. Já o Estado funciona como um garantidor da indenização, um responsável subsidiário, podendo ser acionado no caso de o devedor principal não ter patrimônio suficiente para pagara integralidade da dívida. 6) Toda atividade da Administração Pública está sujeita a controle judicial, exceto quanto ao mérito dos atos discricionários: em razão do princípio da sindicabilidade, a atuação da Administração Pública sempre pode sofrer controle no âmbito do Poder Judiciário. Entretanto, não cabe ao juiz ingressar na análise da conveniência e oportunidade (mérito) das decisões administrativas discricionárias, sob pena de ruptura do princípio da Tripartição de Poderes. 7) A Administração não precisa de autorização judicial para agir: as atividades da Administração Pública, em especial no que diz respeito à anulação e revogação de seus próprios atos, podem ser exercidas independentemente de ordem judicial. Supraprincípios ou superprincípios São princípios relativos, e não absolutos. 1) Princípio da supremacia do interesse público A supremacia do interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. São exemplos de prerrogativas especiais conferidas à Administração: 1) possibilidade de transformar compulsoriamente propriedade privada em pública (desapropriação); 2) autorização para usar propriedade privada em situações de iminente perigo público (requisição de bens). Exemplo: requisição de veículo particular, pela polícia, para perseguir criminoso; 3) poder de convocar particulares para a execução compulsória de atividades públicas (requisição de serviço). Exemplo: convocação demesários para eleição; 4) prazos processuais em dobro para contestar, recorrer e responder recurso, ou seja, para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. Não se aplica o prazo em dobro quando a lei estabelecer prazo próprio (art. 183 do CPC); no âmbito dos juizados Especiais Federais, não se aplicam os prazos processuais diferenciados em favor da Fazenda Pública, nem existe reexame necessário (arts. 9º e 13 da Lei n. 10.259/2001). 5) possibilidade de rescindir unilateralmente contratos administrativos; 6) dever de o particular dar passagem no trânsito para viaturas sinalizando situação de emergência; 7) presunção de legitimidade dos atos administrativos; 8) impenhorabilidade dos bens públicos; 9) impossibilidade de perda de bens por usucapião (imprescritibilidade dos bens públicos); 10) presença de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos; 11) possibilidade do exercício, pelo Estado, do poder de polícia sobre particulares; 12) poder para criar unilateralmente obrigações aos particulares (imperatividade). 1) Princípio da indisponibilidade do interesse público A os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido. Assim, no exercício da função administrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do modo determinado pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade, não se admite tampouco que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo. A indisponibilidade do interesse público tem sofrido certa relativização: 1) no rito dos Juizados Especiais Federais, os representantes da Fazenda Pública são autorizados a conciliar e transigir sobre os interesses discutidos na demanda (art. 10, parágrafo único, da Lei n. 10.259/2001); 2) passou a ser permitida a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas, inclusive a arbitragem, exclusivamente nos contratos de concessão de serviço público e nas parcerias público-privadas (arts. 23-A da Lei n. 8.987/95 e 11, III, da Lei n. 11.079/2004) Princípios constitucionais do direito administrativo 1) Legalidade – CF, art. 37, art. 5º, II e Art. 84, IV. Exceções à legalidade: a) a medida provisória (art. 62 da CF); b) o estado de defesa (art. 136 da CF); c) o estado de sítio (arts. 137 a 139 da CF); 2) Impessoalidade – CF, art. 37 e art. 37, § 1º. Ao agir visando a finalidade pública prevista na lei, a Administração Pública necessariamente imprime impessoalidade e objetividade na atuação, evitando tomar decisões baseadas em preferência pessoal ou sentimento de perseguição. A atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado; 3) Moralidade – CF, art. 37, art. 85, V e art. 5º, LXXIII. art. 2º, parágrafo único, IV, art. 4º, II, da Lei n. 9.784/99, art. 116 da Lei n. 8.112/90. Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429/92. Exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração. Súmula Vinculante 13 do STF – Nepotismo. a proibição não é extensiva a agentes políticos do Poder Executivo como ministros de estado e secretários estaduais, distritais e municipais (entendimento exarado pelo STF em 3-8-2009 no julgamento da Reclamação 6.650/PR). A proibição de nomear parentes não se estende aos cartórios e serventias extrajudiciais na medida em que os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado (art. 236 da Constituição Federal). Normas que impedem o nepotismo não vedam a nomeação para cargos de provimento efetivo, após aprovação em concurso, ainda que o servidor tenha relação de parentesco com autoridade encarregada de promover a nomeação (STF: ADIn 524). Inexiste nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação (2ª Turma STF: Rcl 18.564). 4) Publicidade – CF, art. 37, art. 5º, XXXIII, XXXIV, LXXII. Art. 2º, parágrafo único, V, art. 3º, II, da Lei n. 9.784/99. Lei n. 11.111/2005. Lei de Acesso à Informação (Lei n. 12.527/2011). art. 12 da Lei n. 8.429/92. Condição de eficáciado ato. No julgamento do ARE 652.777, o STF considerou legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico da Administração Pública, dos nomes de seus servidores e dos valores dos respectivos vencimentos. Exceções à publicidade: a) a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII, da CF). Exemplo: informações militares; b) a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII, da CF). Exemplo: sigilo das informações sobre o interior de usina nuclear para evitar atentados terroristas; c) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF). Exemplo: processos administrativos disciplinares. 5) Eficiência - –CF art. 37. Acrescentado no art. 37, caput, da Constituição Federal pela Emenda n. 19/98, o princípio da eficiência foi um dos pilares da Reforma Administrativa que procurou implementar o modelo de administração pública gerencial voltada para um controle de resultados na atuação estatal. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência. Estágio probatório (art. 41 da CF). Contrato de gestão das agências executivas (art. 37, § 8º, da CF). Duração razoável dos processos administrativos (art. 5º, LXXVIII, da CF). Parcerias da Administração Pública: parcerias público-privadas (Lei n. 11.079/2004), concessões e permissões de serviço público (Lei n. 9.897/99), termos de parceria firmados com organizações da sociedade civil de interesse público (Lei n. 9.790/99), contratosde franquia etc. 6) Participação (art. 37, § 3º, da CF e Administração aberta ao diálogo – dialógica, art. 43 da Lei n. 10.257/2001); 7) Celeridade processual/razoabilidade/proporcionalidade - âmbitos judicial e administrativo (art. 5º, LXXVIII, da CF e Lei Federal n. 9.784/99); Nos processos administrativos, busca-se a verdade real dos fatos (formalismo moderado), e não simplesmente a verdade formal baseada apenas na prova produzida nos autos. Art. 45 da Lei n. 9.784/99 permite que a Administração Pública motivadamente, em caso de risco iminente, adote providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. 8) Devido processo legal formal (Lei) e material (justa, adequada e proporcional) (art. 5º, LIV, da CF); O princípio da intranscendência subjetiva da pena, ou intranscendência subjetiva da sanção, proíbe que uma punição personalíssima (intuitu personae) atinja pessoa que não praticou o ato ilícito. Art. 5º, XLV, da Constituição Federal, segundo o qual “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. Assim, por exemplo, se uma sentença condenatória em ação de improbidade aplica a pena de perda da função pública (art. 12 da Lei n. 8.429/92), vindo a falecero condenado, tal punição não se estende aos herdeiros. (...) não se aplicando a sanções patrimoniais, pois estas recaem sobre o conjunto de bens e não diretamente sobre o condenado. É por isso que punições patrimoniais são extensivas aos sucessores ou herdeiros. 9) Contraditório (art. 5º, LV, da CF) - é necessário dar oportunidade para que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes do resultado final do processo; 10) Ampla defesa (art. 5º, LV, da CF) - O princípio da ampla defesa assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, a utilização dos meios de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para defesa de seus interesses perante o Judiciário e a Administração. A legislação brasileira limita os recursos administrativos ao máximo de três instâncias, salvo disposição legal diversa (art. 57 da Lei n. 9.784/99). Cabe ao interessado, sentindo-se prejudicado por alguma decisão da Administração, escolher entre o recurso administrativo ou a impugnação diretamente no Judiciário (art. 5º, XXXV, da CF). Vantagens do processo administrativo (e de recurso administrativo também) em comparação com a via judicial: a) Gratuidade - art. 2º, parágrafo único, XI, da Lei n. 9.784/99; b) Não precisa de advogado - Súmula Vinculante 5 do STF; c) Ausência de precatório - art. 100 da CF/88; d) Limitação a três instâncias - art. 57 da Lei n. 9.784/99; e) O deferimento do recurso em qualquer instância torna imutável a decisão - “coisa julgada administrativa”; f) A derrota nas três instâncias administrativas não torna imutável a decisão - admite questionamento judicial; g) Na pendência de recurso administrativo não corre o prazo prescricional para acionar o Judiciário. O julgamento de recurso administrativo pode agravar a situação do recorrente. Não existe vedação da reformatio in pejus no processo administrativo (art. 64 da Lei n. 9.784/99: “O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão”. Não pode haver concomitância entre os processos administrativo e judicial em relação à mesma demanda. A propositura de ação judicial implica renúncia ou desistência do processo administrativo. Veja, por exemplo, o que diz o art. 38 da Lei n. 6.830/80 (Lei das Execuções Fiscais): Parágrafo único. “A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto”. Organização administrativa Órgão público é um núcleo de competências estatais sem personalidade jurídica própria. Os órgãos públicos pertencem a pessoas jurídicas, mas não são pessoas jurídicas. São divisões internas, partes de uma pessoa governamental, daí receberem também o nome de repartições públicas. Não tendo personalidade própria, os órgãos não podem ser acionados judicialmente para responder por prejuízos causados por seus agentes. Ação judicial equivocadamente dirigida contra órgão público deve ser extinta sem julgamento de mérito por ilegitimidade de parte. Exemplo, se prejuízo for causado pelo Ministério da Cultura, sendo órgão despersonalizado, a ação judicial deve ser intentada contra a União Federal, que é a pessoa jurídica a que o Ministério da Cultura pertence. Casos raros de alguns órgãos públicos dotados de capacidade processual especial, também chamada de capacidade judiciária ou “personalidade judiciária”. É o caso da Presidência da República e da Mesa do Senado. Essa capacidade processual especial restringe-se basicamente à possibilidade de tais órgãos realizarem a defesa de suas prerrogativas em juízos, especialmente em sede de mandado de segurança e habeas data. Certos órgãos públicos brasileiros possuem capacidade processual geral e irrestrita, podendo atuar livremente em grande variedade de ações judiciais, como é o caso do Ministério Público e da Defensoria Pública. Súmula 525 do STJ: “A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais”. Súmula 615 do STJ: “Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos”. 1) Concentração é a técnica de cumprimento de competências administrativas por meio de órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas. Trata-se de situação raríssima, pois pressupõe a ausência completa de distribuição de tarefas entre repartições públicas internas. 2) Desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica. Exemplos: Ministérios da União, as Secretarias estaduais e municipais, as delegacias de polícia, os postos de atendimento da Receita Federal, as Subprefeituras,osTribunais e as Casas Legislativas. Concentração e desconcentração leva em conta a quantidade de órgãos públicos encarregados do exercício das competências administrativas. a) desconcentração territorial ou geográfica: é aquela em que as competências são divididas delimitando as regiões onde cada órgão pode atuar. A característica fundamental dessa espécie de desconcentração é que cada órgão público detém as mesmas atribuições materiais dos demais, variando somente o âmbito geográfico de sua atuação. Exemplos: Subprefeituras e Delegacias de Polícia; b) desconcentração material ou temática: é a distribuição de competências mediante a especialização de cada órgão em determinado assunto. Exemplo: Ministérios da União; c) desconcentração hierárquica ou funcional: utiliza como critério para repartição de competências a relação de subordinação entre os diversos órgãos. Exemplo: tribunais administrativos em relação aos órgãosde primeira instância. Centralização e descentralização Centralização é a técnica de cumprimento de competências administrativas por uma única pessoa jurídica governamental. É o que ocorre, por exemplo, com as atribuições exercidas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Descentralização (Administração Pública Indireta ou Descentralizada) as competências administrativas são distribuídas a pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. Exemplos: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Centralização e descentralização baseia-se no número de pessoas jurídicas autônomas competentes para desempenhar tarefas públicas. Pertencem à Administração Direta (Centralizada), além das próprias entidades federativas, ou seja, União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, também os Ministérios, Secretarias, Delegacias, Tribunais, Casas Legislativas, Prefeituras, Ministério Público, Defensorias, Tribunais de Contas etc. Quatro formasdistintasde organizaçãoda estrutura administrativa: a)centralização concentrada (unipessoalidade mono-orgânica): quando a competência é exercida por uma única pessoa jurídica sem divisões internas. Seria o caso, improvável na prática, de uma entidade federativa que desempenhasse diretamente todasas suascompetências sem divisãoem órgãos públicos; b) centralização desconcentrada (unipessoalidade pluriorgânica): a atribuição administrativa é cometida a uma única pessoa jurídica dividida internamente em diversos órgãos públicos. É o que ocorre, por exemplo, com as competências da União Federal exercidaspelosMinistérios; c) descentralização concentrada (multipessoalidade mono-orgânica): ocorre quando são atribuídas competências administrativas a pessoa jurídica autônoma sem divisões internas. Exemplo: autarquia sem órgãos internos; d) descentralização desconcentrada (multipessoalidade pluriorgânica): é a situação surgida quando as competências administrativas são atribuídas a pessoa jurídica autônoma dividida em órgãos in ter nos. Exemplo: autarquia estruturada internamente emdiversos órgãose repartições. Natureza especial dos Tribunais de Contas, do Ministério Público e das Defensorias Públicas Devem ser destacadas as seguintes características comuns a tais órgãos: a) são órgãos primários ou independentes: a própria Constituição Federal disciplina a estrutura e atribuições das referidas instituições, não sujeitando a qualquer subordinação hierárquica ou funcional; b) não integram a Tripartição de Poderes: os Tribunais de Contas, o Ministério Público e as Defensorias Públicas não pertencem à estrutura do Legislativo, do Executivo ou do Judiciário; c) são destituídos de personalidade jurídica: como todo órgão público, tais instituições não são pessoas jurídicas, mas integram a estrutura da Administração Direta da respectiva entidade federativa; d) gozam de capacidade processual: embora desprovidos de personalidade jurídica autônoma, os referidos órgãos públicos possuem capacidade processual especial para atuar em mandado de segurança e habeas data. No caso do Ministério Público e das Defensorias, a capacidade processual é geral e irrestrita; e) mantêm relação jurídica direta com a entidade federativa: os Tribunais de Contas, o Ministério Público e as Defensorias Públicas vinculam-se diretamente com a respectiva entidade federativa, sem passar pelo “filtro” da Tripartição dos Poderes. Entidades federativas versus entidades públicas da Administração Indireta Entidades da administração pública indireta As pessoas jurídicas de direito público são criadas por lei (art. 37, XIX, da CF), o que significa dizer que o surgimento da personalidade jurídica ocorre com a entrada em vigor da lei instituidora, sem necessidade de registro em cartório (devido processo legal público de criação). Já as pessoas jurídicas de direito privado são autorizadas por lei (arts. 37, XIX, da CF, 3º e 4º da Lei n. 13.306/2016), ou seja, é publicada uma lei permitindo a criação, depois o Executivo expede um decreto regulamentando a criação e, por fim, a personalidade nasce com o registro dos atos constitutivos em cartório (devido processo legal privado de criação, atendendo ao disposto no art. 45 do Código Civil). São pessoas de direito público: autarquias, fundações públicas e agências reguladoras. Possuem personalidade de direito privado: empresas públicas, sociedades de economia mista, subsidiárias e fundações governamentais de direito privado. Autarquias São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, criadas (extintas) por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração Pública. Ex.: INSS, BACEN, IBAMA, USP, UFRJ etc. Art. 5º, I, do Decreto-lei n. 200/67: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. As autarquias não estão subordinadas hierarquicamente à Administração Pública Direta, mas sofrem um controle finalístico chamado de supervisão ou tutela ministerial. - Nunca exercem atividade econômica; - São imunes a impostos: por força do art. 150, § 2º, da Constituição Federal. - seus bens são públicos (art. 98 do Código Civil): os bens pertencentes às autarquias são revestidos dos atributos da impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade; - praticam atos administrativos; - celebram contratos administrativos; - regime normal de vinculação é estatutário. A contratação celetista é excepcional; - possuem as prerrogativas especiais da Fazenda Pública: prazos em dobro para recorrer, contestar e responder recurso), desnecessidade de adiantar custas processuais e de anexar procuração do representante legal, dever de intimação pessoal, execução de suas dívidas pelo sistema de precatórios etc.; - responsabilidade objetiva e direta: as autarquias respondem objetivamente, isto é, sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo, pelos prejuízos causados por seus agentes a particulares. Além de objetiva, a responsabilidade também é direta, porque é a própria entidade que deve ser acionada judicialmente para reparar os danos patrimoniais que causar. - as autarquias sofrem controle dos tribunais de contas, têm o dever de observar as regras de contabilidade pública, estão sujeitas à vedação de acumulação de cargos e funções públicas, devem realizar licitação, e seus dirigentes ocupam cargos em comissão de livre provimento e exoneração. Fundações públicas São pessoas jurídicas de direito público interno, instituídas por lei específica mediante a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. Exemplos: Funai, Funasa, IBGE, Funarte e Fundação Biblioteca Nacional. São espécies de autarquias, prestam serviços públicos e exercer poder de polícia. Agências reguladoras As agências foram introduzidas no direito brasileiro para fiscalizar e controlara atuação de investidores privados que passaram a exercer as tarefas desempenhadas, antes da privatização, pelo próprio Estado. Lei Geral das Agências Reguladoras, Lei n. 13.848/2019, listou as agências federais existentes, incluindo somente as onze entidades acima referidas: “Art. 2º Consideram-se agências reguladoras(...) I – a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); II – a Agência Nacional do Petróleo,GásNatural e Biocombustíveis(ANP); III – a AgênciaNacionalde Telecomunicações (Anatel); IV – a AgênciaNacionalde Vigilância Sanitária(Anvisa); V – a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); VI – a AgênciaNacionalde Águas(ANA); VII – a AgênciaNacional de TransportesAquaviários (Antaq); VIII – a Agência Nacional de TransportesTerrestres(ANTT); IX – a Agência Nacional doCinema (Ancine); X – a Agência Nacional deAviaçãoCivil (Anac); XI – a Agência Nacional deMineração(ANM)”. Para ser agência reguladora é indispensável que a entidade tenha natureza de autarquia especial, isto é, com dirigentes estáveis e mandatos fixos. Lei n. 13.848/2019, o prazo do mandato dos dirigentes das agências foi padronizado em 5 anos. O que importa é a presença de um regime jurídico específico das agências reguladoras, e não necessariamente o nome atribuído pela legislação. É por isso que: 1) existem verdadeiras agências reguladoras que não têm o nomen juris de “agências” (ex.: CVM); 2) existem entidades com o nome de “agências” mas que, nem por isso, são genuínas agências reguladoras (exs.: Abin, AEB, Apex-Brasil, ABDI). Não coincidência dos mandatos de dirigentes das agências com o do Presidente da República que os indicou. Isso faz com que o novo Presidente da República seja obrigado a aceitar a permanência de diretores de agências indicados pelo governo anterior, violando o princípio republicano e desencadeando diversas crises institucionais. - vedada a recondução de dirigentes nas agências. Agências executivas Previstas no art. 37, § 8º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/98, agência executiva é um título atribuído pelo governo federal a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de desempenho para ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho. Assim, as agências executivas não são uma nova espécie de pessoa jurídica da Administração Pública, mas uma qualificação obtida por entidades e órgãos públicos. Importante instrumento da administração gerencial. Um raro exemplo de agência executiva é o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, uma autarquia federal que obteve a referida qualificação. Associações públicas O art. 241 da Constituição Federal prescreve que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. A Lei n. 11.107/2005 disciplinou o instituto do consórcio público. Consórcio público é o negócio jurídico plurilateral de direito público que tem por objeto medidas de mútua cooperação entre entidades federativas, resultando na criação de uma pessoa jurídica autônoma com natureza de direito privado ou de direito público. a) consórcio com natureza de direito privado sem fins econômicos: basicamente submete-se às regras da legislação civil, mas tem que seguir a legislação administrativa quanto à licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal sob regime celetista. Os consórcios de direito privado não integram aAdministração; b) associação pública: se as entidades consorciadas optarem por conferir natureza jurídica de direito público, a nova pessoa jurídica recebe a denominação de associação pública. De acordo com a regra prevista no art. 6º da Lei n. 11.107/2005, a associação pública integra a Administração Pública Indireta de todos os entes consorciados. Essa estranha característica inaugura no Brasil a figura da entidade transfederativa porque a associação pública poderá ser ao mesmo tempo federal, estadual e municipal, integrando todas as esferas federativas das pessoas consorciadas. As associações públicas possuem alguns privilégios, também extensivos aos consórcios com natureza de direito privado, tais como: a) poder de promover desapropriações e de instituir servidões – art. 2º, § 1º, II. Note que a competência é para “promover desapropriações”, ou seja, praticar atos materiais de apoio ao procedimento expropriatório, diz a lei “nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público”. Assim, os consórcios públicos não têm competência para desapropriar (iniciar o procedimento expedindo o decreto expropriatório); b) possibilidade de serem contratadas pela Administração Direta ou Indireta, com dispensa de licitação – art. 2º, § 1º, III; c) o dobro do limite para contratação direta por dispensa de licitação em razão do valor – art. 24, I e II, Lei n. 8.666/93. Empresas públicas São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre. Exerce atividades econômicas ou prestar serviços públicos. Patrimônio próprio. Exemplos: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, Caixa Econômica Federal – CEF, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero. Será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Instituição por meio de lei específica envolve três fases: a) promulgação de lei autorizadora; b) expedição de decreto regulamentando a lei; c) registro dos atos constitutivos em cartório e na Junta Comercial. A extinção de empresa pública exige idêntico procedimento. Forma organizacional livre: o art. 5º, II, do Decreto-lei n. 200/67: sociedade anônima, limitada e comandita. Suas demandas são de competência da Justiça Federal. No caso das empresas públicas distritais, estaduais ou municipais, em regra, as demandas são julgadas em varas especializadas da Fazenda Pública na justiça comum estadual. Sociedades de economia mista São pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa, com maioria de capital público (cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta) e organizadas obrigatoriamente como sociedades anônimas. Exemplos: Petrobras, Banco do Brasil, Telebras, Eletrobras e Furnas. Podem explorar atividades econômicas, podem também prestar serviços públicos. Submete-se a Lei das S/A (Lei n. 6.404/76). Demandas são julgadas na justiça comum estadual: ainda que federais, as sociedades de economia mista demandam e são demandadas perante a justiça estadual (art. 109 da CF). Controle O controle é a função administrativa que visa a assegurar se o que foi planejado, organizado e dirigido realmente cumpriu os objetivos pretendidos. O controle é constituído por quatro fases: estabelecimento de critérios ou padrões, observação do desempenho, comparação do desempenho com o padrão estabelecido e ação corretiva para eliminar os desvios ou variações. Quanto à sua abrangência, o controle pode ocorrer em três níveis: estratégico, tático e operacional. (Adaptado de CHIAVENATO – 2003, p. 176 178). A Constituição Federal nos trouxe inovações na Administração Pública, especialmente na área de controle (Art. 70 e seguintes). A Lei de Responsabilidade Fiscal – LC nº 101/2000 apresenta mecanismos para planejamento e controlemais rigorosos. O controle pode ser internoouexterno. Técnicas Brainstorming Mapeamento de processos Diagrama de Ishikawa Método Bow-tie ou Gravata borboleta
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