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Aula 4- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA ELABORAÇÃO DE REVISÃO SISTEMÁTICA NA FISIOTERAPIA

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA ELABORAÇÃO DE REVISÃO SISTEMÁTICA 
NA FISIOTERAPIA 
1 Noções preliminares 
A revisão sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de 
pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema, e 
disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção 
específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação 
crítica e síntese da informação selecionada (SAMPAIO, 2007). 
As revisões sistemáticas são, particularmente, úteis para integrar as informações de um 
conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada terapêutica ou 
intervenção, que podem apresentar resultados conflitantes ou coincidentes, bem como 
identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações 
futuras (SAMPAIO, 2007). Permitem também incorporar um espectro maior de resultados 
relevantes, ao invés de limitar as nossas conclusões à leitura de somente alguns artigos. 
Outras vantagens incluem a possibilidade de avaliação da consistência e generalização dos 
resultados entre populações ou grupos clínicos, bem como especificidades e variações de 
protocolos de tratamento (SAMPAIO, 2007). 
 
1.1 Etapas da revisão sistemática 
Antes de se iniciar uma revisão sistemática, três etapas precisam ser consideradas, conforme 
Sampaio (2007): 
 definir o objetivo da revisão; 
 identificar a literatura; e 
 selecionar os estudos possíveis de serem incluídos. 
Cabe destacar que uma revisão sistemática segue a estrutura de um artigo original, incluindo 
seções de introdução, métodos, resultados e discussão (SAMPAIO, 2007). 
 
A revisão sistemática é um estudo retrospectivo e secundário, ou seja, a revisão é, 
usualmente, desenhada e conduzida após a publicação de muitos estudos 
experimentais sobre um tema. Dessa forma, depende da qualidade da fonte primária. 
1.2 Metanálise 
Metanálise é a análise da análise, ou seja, é um estudo de revisão da literatura em que os 
resultados de várias pesquisas independentes são combinados e sintetizados por meio de 
procedimentos estatísticos, de modo a produzir uma única estimativa ou índice que caracterize 
o efeito de uma determinada intervenção (SAMPAIO, 2007). 
Em estudos de metanálise, ao se combinar amostras de vários estudos, aumenta-se a amostra 
total, melhorando o poder estatístico da análise, assim como a precisão da estimativa do efeito 
do tratamento. 
2 Descrição e elaboração de uma revisão sistemática 
A realização de uma revisão sistemática envolve o trabalho de, pelo menos, dois 
pesquisadores, que avaliarão, de forma independente, a qualidade metodológica de cada 
artigo selecionado. 
 
2.1 Protocolo de pesquisa 
É importante que os pesquisadores elaborem um protocolo de pesquisa que inclua os 
seguintes itens, conforme Sampaio (2007): 
 como os estudos serão encontrados; 
 critérios de inclusão e exclusão dos artigos; 
 definição dos desfechos de interesse; 
 verificação da acurácia dos resultados, determinação da qualidade dos estudos; e 
 análise da estatística utilizada. 
 
1ª passo: Definindo a pergunta: assim como qualquer outra investigação científica, uma boa 
revisão sistemática requer uma pergunta ou questão bem formulada e clara. Ela deve conter 
a descrição da doença ou condição de interesse, a população, o contexto, a intervenção e o 
desfecho. 
2º passo: Buscando a evidência: os pesquisadores devem se certificar de que todos os 
artigos importantes ou que possam ter algum impacto na conclusão da revisão sejam 
incluídos. A busca da evidência tem início com a definição de termos ou palavras-chave, 
seguida das estratégias de busca, definição das bases de dados e de outras fontes de 
informação a serem pesquisadas. 
3º passo: Revisando e selecionando os estudos: durante a seleção dos estudos, a 
avaliação dos títulos e dos resumos (abstracts) identificados na busca inicial deve ser feita 
por, pelo menos, dois pesquisadores, de forma independente e cegada, obedecendo aos 
critérios de inclusão e exclusão definidos no protocolo de pesquisa. Quando o título e o resumo 
não são esclarecedores, deve-se buscar o artigo na íntegra, para não correr o risco de deixar 
estudos importantes fora da revisão sistemática. Os critérios de inclusão e exclusão são 
definidos com base na pergunta que norteia a revisão: tempo de busca apropriado, população-
alvo, intervenções, mensuração dos desfechos de interesse, critério metodológico, idioma, 
tipo de estudo, entre outros. 
4º Passo: Analisando a qualidade metodológica dos estudos: a qualidade de uma revisão 
sistemática depende da validade dos estudos incluídos nela. Nesta fase, é importante que os 
pesquisadores considerem todas as possíveis fontes de erro (bias), que podem comprometer 
a relevância do estudo em análise. Um conhecimento aprofundado de métodos de 
investigação e de análise estatística, bem como das medidas ou dos instrumentos de 
mensuração empregados, é requisito indispensável para que os pesquisadores possam 
desempenhar a sua tarefa. Existem diferentes escalas que auxiliam na avaliação dos estudos, 
tais como lista de Delphi, PEDro (mais utilizada na fisioterapia), OTSeeker, critérios de 
Maastricht e escala de Jadad. 
5º passo: Apresentando os resultados: os artigos incluídos na revisão sistemática podem 
ser apresentados em um quadro que destaca suas características principais, como: autores, 
ano de publicação, desenho metodológico, número de sujeitos, grupos de comparação, 
caracterização do protocolo de intervenção (tempo, intensidade, frequência de sessões, etc.), 
variáveis dependentes e principais resultados. 
 
2.2 Métodos 
A seção de métodos é, especialmente, importante e necessita ser bem detalhada e passível 
de reprodução. Informações sobre a confiabilidade entre examinadores na avaliação da 
qualidade da evidência precisam ser apresentadas, assim como os critérios usados para 
resolver as discordâncias entre eles. Muitos autores de revisões sistemáticas tendem a 
comunicar somente os resultados positivos de ensaios clínicos, ou seja, os resultados de 
intervenções que produziram efeito. É importante apresentar também os resultados 
negativos dos estudos, já que os profissionais que estão na clínica necessitam dessa 
informação para mudar a sua prática. 
 
3 Fonte de buscas 
A disponibilidade de fontes de buscas atualizadas são ferramentas de suma importância para 
revisão sistemática na fisioterapia. 
3.1 Bases de dados regionais 
 Lilacs - América Latina e Caribe (Ciências da Saúde); 
 Global Index Medicus - Ásia, África etc. (Ciências da Saúde); 
 IndexPsi - Brasil (psicologia e psiquiatria); 
 SciELO - América Latina, Caribe, (multidisciplinar). 
 
3.2 Ensaios clínicos 
Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL); ClinicalTrials.gov; International 
Clinical Trials Registry Platform (ICTRP). 
 
3.3 Papers de conferências 
Scopus (selecionar Document type = Conference paper); 
Embase (selecionar Document type = Conference paper); 
Sites de congressos ligados ao tema da revisão. 
 
3.4 Teses e dissertações 
PQTD Open; Networked Digital Library of Theses and Dissertations; Catálogo de Teses e 
Dissertações da CAPES. 
3.5 Relatórios governamentais 
Global Health Observatory (GHO) data; Portal IBGE e OECD Library Portal CAPES. 
 
4 Etapas para uma revisão sistemática 
O título precisa ser identificado por um ensaio randomizado no título, segundo Consort (2010). 
Exemplo: redução do tabagismo com indicadores de nicotina oral: ensaio clínico duplo cego e 
randomizado de eficácia e segurança. 
O resumo precisa ser bem estruturado, com o projeto, métodos, resultados e conclusões. 
Precisa ser transparente e, suficientemente, detalhado, porque alguns leitores baseiam sua 
pesquisa através do resumo. 
A introdução pode ser benéfica e incluir os objetivos do estudo; os autores precisam relatar 
qualquer evidência de benéficos e danos das intervenções ativas. 
O método deveapresentar a descrição do projeto de ensaio, incluindo a razão de alocação. 
Exemplo: estudo multicêntrico, estratificado, randomização, estudo duplo-cego, controlado por 
placebo e grupo paralelo. Critérios para a elegibilidade de participantes: deve possuir uma 
descrição abrangente dos critérios para a seleção dos participantes, ou seja, devido a sua 
generalidade do julgamento e a relevância para a prática clínica. 
 
Os critérios de elegibilidade não afetam a validade interna, mas são centrais para a 
validade externa. 
 
Configurações e locais onde o estudo foi coletado são importantes para julgar a 
aplicabilidade e generalidade de um julgamento. Outros aspectos, como: ambiente social, 
econômico, cultural e clima também podem afetar a validade externa do estudo. 
 
4.1 Detalhamento 
As intervenções devem ser bem detalhadas para permitir replicação; devem descrever 
inclusive o grupo controle. Para uma intervenção medicamentosa, as informações precisam 
considerar o nome do medicamento, dose, método de administração, tempo e duração da 
administração, condições e o regime de titulação. Caso o grupo controle ou intervenção 
receba uma combinação de intervenções, os pesquisadores precisam fornecer uma descrição 
completa de cada intervenção, uma explicação da ordem. 
 
Tipo de 
randomização 
Em ensaios de várias centenas de participantes ou mais simples randomização, 
pode ser confiável para gerar números semelhantes nos dois grupos de ensaio e, 
consequentemente, gerar grupos que são aproximadamente comparáveis, em 
termos de variáveis prognósticas. 
Similaridade 
das 
intervenções 
Assim como é buscado as evidências de ocultação para assegurar que a tarefa foi 
realmente aleatória, os autores precisam confirmar a semelhança das 
características das intervenções, como: aparência, paladar, olfato e método de 
administração. 
Método 
estatístico 
São utilizados para comparar grupos em desfechos primários e secundários. É 
essencial especificar qual procedimento estatístico foi utilizado para cada análise, 
assim como descrever detalhes da análise de intenção de tratar. A maioria dos 
métodos de análise produzem uma estimativa do efeito do tratamento, que é um 
contraste entre os desfechos nos grupos em comparação e os autores precisam 
acompanha-lo por um intervalo de confiança para o efeito estimado, pois indica 
uma faixa central de incerteza para o verdadeiro efeito do tratamento. 
 
É comum apresentar um intervalo de confiança de 95%, o que dá a faixa esperada para incluir 
o valor real em 95 dos 100 estudos semelhantes. A interpretação de dados deve ser 
consistente com os resultados, equilibrando os benefícios e danos, além de considerar outras 
evidências relevantes. 
4.2 Exemplo de resumo de um ensaio controlado randomizado 
Casarotto (2020) apresenta a eficácia do ultrassom terapêutico contínuo e pulsado combinado 
com exercícios para osteoartrite do joelho: um ensaio controlado randomizado. 
Objetivos: comparar os efeitos do ultrassom terapêutico contínuo e pulsado combinado com 
exercícios de fortalecimento. 
Método: teste duplo-cego randomizado controlado. Participaram cem participantes com 
osteoartrite de joelho grau 2-4 e ambos os sexos. Intervenção: Os participantes foram 
randomizados em cinco grupos: Grupo I (n = 20; no primeiro mês, foi aplicada ultrassom 
contínua), Grupo II (n = 20; no primeiro mês, ultrassom pulsado), Grupo III (n = 20; no primeiro 
e segundo meses, ultrassom contínuo foi aplicado), Grupo IV (n = 20; no primeiro e segundo 
meses, ultrassom pulsado foi aplicado) e Grupo V (n = 20; pacientes receberam apenas 
sessões de exercício por oito semanas). Todos os pacientes dos grupos que receberam 
aplicação de ultrassom realizaram exercícios no segundo mês de tratamento. As sessões 
ocorriam três vezes por semana. 
Principais medidas: a dor foi avaliada, utilizando-se a escala analógica visual, a 
funcionalidade foi avaliada por meio do questionário lequesne, a amplitude de movimento foi 
avaliada por meio de goniômetro universal, a força muscular foi avaliada por meio de 
dinamômetro, a mobilidade foi avaliada por meio do teste Timed Up and Go e do teste de 
caminhada de 8 metros e o nível de atividade foi analisado por meio do questionário Western 
Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). 
Resultados: diferenças estatisticamente significativas (P < 0,05) foram apresentadas pelo 
Grupo III nas variáveis dor durante as atividades de vida diária (ADLs) 5,89 (2,18), mobilidade 
avaliada pelo teste de 8 metros 2,68 (2,5) 6), na dor 10.65 (4.40), função 25.50 (10.87) e total 
38.65 (15.29) do WOMAC e funcionalidade 9.10 (5.15). Conclusão: Aplicações prolongadas 
de ultrassom contínuo combinadas com exercícios são eficazes no fornecimento de dor, 
mobilidade, funcionalidade e atividade em indivíduos com osteoartrite do joelho. 
 
5 Etapas para a fisioterapia baseada em evidências 
A dificuldade em buscar, interpretar e transpor as evidências tem sido considerada o maior 
obstáculo e, está, diretamente, relacionada às competências e às habilidades de cada 
profissional. Conforme MANCINI et al (2014), é necessário: 
 compreender os aspectos sociais e da morbidade do paciente; 
 identificar as lacunas do conhecimento, bem como as questões para preenchê-las; 
 conduzir as buscas nas bases de dados com eficácia; 
 avaliar criticamente a qualidade metodológica dos resultados encontrados e sua aplicação de 
acordo com as condições de cada paciente; e 
 transpor as evidências para as decisões clínica. 
 
5.1 Saúde baseada em evidêncas 
O portal Saúde Baseada em Evidências do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2014) disponibiliza livros online, ferramenta de referência clínica com respostas rápidas, 
cálculo de medicamento e interação medicamentosa, ferramenta para profissionais de 
enfermagem, acesso a periódicos nacionais e internacionais e revisões sistemáticas. 
A área 21 compreende às especialidades das áreas profissionais da educação física, 
fisioterapia e terapia ocupacional. Os periódicos dessas áreas são estratificados de acordo 
com suas bases de indexação, e são divididos em estratos de qualidade: 
 A1 (estrato 7) - 100 pontos; 
 A2 (estrato 6) - 80 pontos; 
 B1 (estrato 5) - 60 pontos; 
 B2 (estrato 4) - 40 pontos; 
 B3 (estrato 3) - 20 pontos; 
 B4 (estrato 2) - 10 pontos; 
 B5 (estrato 1) - 5 pontos; e 
 C (estrato 0) - sem pontuação. 
 
5.2 Exemplo de metodologia de uma revisão sistemática 
Intervenções fisioterapêuticas utilizadas em pacientes amputados de membros inferiores pré 
e pós-protetização: uma revisão sistemática (VIEIRA et al, 2017). 
Realizou-se uma revisão sistemática, seguindo-se as recomendações do método Preferred 
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), a fim de aumentar a 
qualidade do trabalho por meio de uma metodologia criteriosa de elaboração. 
As buscas dos estudos foram realizadas nos meses de agosto a dezembro do ano de 2014, 
coletados nas seguintes bases de dados: LILACS, MEDLINE, PEDro, PubMed, SciELO e 
Cochrane, selecionadas por apresentarem produções. 
Selecionaram-se os artigos publicados entre os anos de 2000 ao primeiro semestre de 
2014. Abaixo estão os descritores (em português, inglês e espanhol) utilizados. 
 Fisioterapia/ Physiotherapy/ Fisioterapia; 
 Amputados/ Amputation / Amputados; 
 Membros Inferiores/ Lower Limb/ Miembros Inferiores; 
 Reabilitação/ Rehabilitation/ Rehabilitación; e 
 os operadores booleanos AND e OR. 
A avaliação qualitativa dos artigos se deu por meio da PEDro. Incluiu-se nesta revisão, artigos 
científicos que realizaram ensaios clínicos randomizados controlados, envolvendo pessoas 
com idade superior a 18 anos, com qualquer nível de amputação de membro inferior; estudos 
que abordassem técnicas de fisioterapia pré e pós-protetização em amputados de membros 
inferiores. 
O método PRISMA consiste em um checklist com 27 itens, cujo objetivo é ajudar os autores a 
melhorarem o relato de revisõessistemáticas e meta-análises. O foco é em ensaios clínicos 
randomizados, mas ele pode ser usado como base para outros tipos de relatos, 
particularmente estudos de avaliações de intervenções. O checklist não é um instrumento de 
avaliação de qualidade para ponderar a qualidade de uma revisão sistemática (GALVÃO, 
2015). 
Conforme Galvão (2015), no título, é preciso identificar o artigo como uma revisão 
sistemática, metanálise ou ambas; o resumo precisa ser bem estruturado, incluindo 
referencial teórico, objetivos, fontes de dados, critérios de elegibilidade, participantes e 
intervenções, avaliação do estudo e síntese dos métodos; nos resultados, é preciso ter as 
limitações, conclusões e implicações dos achados principais, assim como o número de 
registro da revisão sistemática; na introdução é necessário descrever a justificativa da 
revisão no contexto já conhecido; nos objetivos, apresentar uma afirmação explicita sobre as 
questões abordadas com referência as participantes, utilizando o PICO. Na metodologia, 
deve-se identificar se existe um protocolo de revisão, especificar as características do estudo, 
características dos relatos, descrever todas as informações de buscas, data da última busca, 
apresentar a estratégia de busca (incluindo os limites apresentados), o processo de seleção 
dos artigos, descrever o método de extração de dados dos artigos, listar e definir todas as 
variáveis obtidas dos dados, os métodos utilizados para evitar o viés no estudo; descrever os 
métodos de análise dos dados de combinação de resultados dos estudos, especificar qualquer 
avaliação do risco de viés. 
Nos resultados, são apresentados o número de estudos rastreados, avaliados para a 
elegibilidade e incluídos na revisão, preferencialmente, por meio de fluxos ou gráficos. Para 
cada estudo, apresente características para a extração dos dados, indique os desfechos 
considerados de cada pesquisa e mostre os resultados de avaliação de risco de viés entre os 
estudos. 
A discussão deve sumarizar os resultados principais, incluindo a força de evidência para 
cada resultado. Discutir limitações no nível dos estudos e desfechos, ocorre no nível de 
revisão. E, por sua vez, a conclusão deve apresentar a interpretação geral dos resultados no 
contexto de outras evidências e implicações para pesquisas futuras. 
 
6 Estratégias para fisioterapia baseada em evidências 
 Em um estudo entre fisioterapeutas, foram identificados que 85% dos entrevistados utilizam 
a prática baseada em evidências para a prática clínica (SCHREIBER, 2005). Todavia, ainda é 
perceptível que alguns fisioterapeutas utilizam poucas leituras científicas, e acreditam na sua 
experiência prática. 
Estratégia 1 - Desenvolvimento, implementação e disseminação de tecnologias baseadas em 
evidências através de formulação de pesquisas clínicas, estímulo para revisões sistemáticas; 
existem poucas evidências de tecnologias para o ensino de prática baseada em evidências. 
 
Estrategia 2 - Inovação nos cursos de fisioterapia através de estímulos de discussões de 
casos, elaboração de hipóteses e busca ativa através de bases de dados. Os cursos da 
fisioterapia precisam estimular o contato com estudos clínicos, através de estágios de 
pesquisa. 
 
6.1 Exemplo 
Leia a seguir um exemplo de uma metodologia de revisão sistemática da fisioterapia. 
Efetividade do tratamento fisioterapêutico na disfunção temporomandibular 
Metodologia: para essa revisão sistemática, realizou-se consulta a base de dados PubMed, 
entre janeiro de 2005 a dezembro de 2017, no idioma inglês. As palavras-chaves incorporadas 
à busca foram: “patellofemoral pain syndrome”, “physiotherapy”, “treatment” e “exercise”. Os 
critérios de inclusão adotados para o estudo foram: 
 apenas estudos clínicos randomizados (ECR); 
 caracterizar tratamento fisioterapêutico; 
 intervenção baseada em exercícios; e 
 classificação maior ou igual a 7/10 na escala PEDro. 
Dois autores foram responsáveis pela seleção dos estudos, de acordo com os critérios de 
inclusão. Primeiramente, selecionou-se no filtro de busca das bases de dados ECR’s no 
período selecionado para esta revisão. Assim, foram considerados todos os artigos que se 
relacionavam ao tratamento fisioterapêutico na DFP. Logo, os títulos e resumos dos artigos 
foram lidos para confirmar se associavam com o tema em questão e intervenções baseadas 
em exercícios. Os textos completos foram adquiridos para que houvesse a análise e 
reprodução dos dados. Para a classificação na escala PEDro, foi realizada a busca da 
pontuação na base de dados, e caso não estivessem pontuados, dois autores realizaram a 
pontuação e, caso não houvesse concordância, um terceiro autor pontuou o artigo. Os artigos 
foram categorizados e selecionados para esse estudo. O procedimento de busca e avaliação 
seguiu o método recomendado pelo PRISMA (preferred reporting items for systematic review 
and meta-analysis protocols), entretanto não possui registro no PROSPERO, o registro 
internacional prospectivo de revisões sistemáticas, uma vez que a revisão se encontra 
completa. Nenhum financiamento foi recebido para esse estudo. 
 
6.2 Resolução de problemas 
A resolução de problemas possui cinco etapas de funcionamento, que começam e terminam 
na realidade, gerando um arco. Inicia-se com a observação da realidade e definição de um 
problema; pontos-chave; teorização, hipóteses de resolução e aplicação à realidade. 
A observação da realidade começa com uma reflexão, analisar o contexto e compreender 
todos os elementos da situação: localização geográfica, aspectos culturais, economia, 
demografia, instituição. Partindo do entendimento prévio do aluno e profissional de saúde. 
Definição de pontos-chave é o momento de síntese que precisam ser melhor estudados, 
onde procurar, que limites deverão ser respeitados. 
Teorização é o ponto principal para análise, pois contribui com princípios teóricos, científico, 
técnico e o caminho metodológico do processo de busca. 
Hipóteses de solução consiste na elaboração de alternativas viáveis para a solução de 
problemas identificados nos questionamentos e práticas, através do confronto entre teoria e 
prática e consequentemente refletem sobre a aplicabilidade na prática clínica. 
 
7 Tutorial para escrever resenhas sistemáticas para o Brazilian 
Journal of Physical Therapy 
De acordo com o manual da Cochrane, uma revisão sistemática é um estudo secundário que 
visa reunir estudos semelhantes publicados ou inéditos, e busca avaliar sua validade interna, 
através de uma análise estatística sempre que possível (MANCINI et al, 2014) 
A agregação de dados em uma metanálise não significa que os estudos individuais 
tenham sido cuidadosamente analisados. Revisões sistemáticas podem ser realizadas 
com ou sem metanálise. A síntese resultante de uma revisão sistemática fornece 
melhores evidências sobre o sujeito em questão, como os efeitos de uma intervenção 
sobre um desfecho específico, a incidência de uma doença ou a precisão de um teste 
diagnóstico, entre outros temas. 
 
Revisões sistemáticas são consideradas estudos secundários porque resumem as 
informações de múltiplas publicações, como estudos de tratamento e prevenção (ensaios 
randomizados controlados - RCTs), estudos prognósticos (coorte), estudos de precisão 
diagnóstica, estudos etiológicos, entre muitos outros. As mais comuns são as revisões 
sistemáticas dos efeitos de uma intervenção. 
Podem ser muito úteis para resumir outras questões de revisão como: prevalência, incidência, 
fatores prognósticos, precisão diagnóstica, custo-efetividade, fatores de risco, definição de 
termos de pesquisa, adaptações transculturais de questionários, propriedades de medição de 
instrumentos e revisões sistemáticas de estudos qualitativos. 
Uma revisão sistemática de precisão diagnóstica permite a inclusão de estudos de controle 
de caso, estudos transversais e, em alguns casos, até mesmo ensaios clínicos. No entanto, a 
combinação de designs diferentes é mais uma exceçãodo que uma regra. 
7.1 Revisão 
Uma revisão precisa ter uma definição clara da questão a ser trabalhada. Uma boa revisão 
não é aquela que responde a muitas perguntas, mas aquela que responde a perguntas 
específicas de forma clara e com o menor viés possível. 
O processo PICO (Paciente, Intervenção, Comparação e Desfechos) é uma boa abordagem 
para enquadrar uma questão para revisões sistemáticas de intervenção. Por exemplo: "são 
técnicas de terapia manual associadas a um programa de exercícios (Intervenção) melhor do 
que o exercício sozinho (Comparação) para reduzir a dor e a incapacidade (Desfechos) em 
pacientes adultos com dor lombar (Pacientes)?" 
É fundamental que a pesquisa defina claramente a intervenção (ou foco do estudo), os 
desfechos e a população de interesse. Esses três itens são de fundamental importância na 
formulação de uma questão de revisão. 
Recomenda-se que, ao formular a questão em um estudo de intervenção, o autor identifique, 
especificamente, a intervenção, ou seja, exercício de resistência, instruções aos cuidadores, 
em vez de nomear a intervenção testada no estudo como profissão ou área (por exemplo, 
fisioterapia, reabilitação). 
Outros tipos de revisão sistemática, que não sejam estudos de intervenção, devem seguir os 
mesmos passos para enquadrar uma questão de revisão: questões claras, diretas e bem 
formuladas. 
Uma pergunta bem formulada também guiará vários aspectos da redação de uma revisão 
sistemática, incluindo estratégias de pesquisa, elegibilidade do estudo, extração de dados e 
conclusões. 
A ferramenta de risco cochrane de viés considera a geração de sequências aleatórias; 
ocultação de alocação; cegueira de participantes e pessoal; dados de desfecho incompletos; 
relatórios seletivos; similaridade do grupo na linha de base; co-intervenções; similaridade das 
intervenções; análise de intenção de tratar; tempo de avaliação de desfechos, e outras fontes 
de viés. 
O objetivo da metanálise é obter o efeito combinado de um tratamento. Ao realizar uma 
metanálise, é importante observar a homogeneidade dos procedimentos adotados pelos 
autores, ou seja, as características dos estudos, tais como: características das intervenções a 
serem avaliadas, por exemplo: semelhanças entre intensidade, frequência e duração e como 
as variáveis ou desfechos clínicos foram medidos ou classificados. Se a revisão for conduzida 
corretamente, com uma estratégia de pesquisa coerente com a questão da revisão e que gere 
um grupo razoavelmente completo de estudos válidos sobre o tema e sem viés, a metanálise 
também tratará da questão pretendida. Em contrapartida, se a estratégia de pesquisa for 
conduzida incorretamente, ou se os estudos apresentarem resultados tendenciosos, os 
problemas da revisão não serão corrigidos com uma metanálise. 
Enredo da floresta é a representação gráfica das medidas do efeito de cada estudo 
individual, bem como os efeitos combinados, é chamada de trama florestal. O termo 
"floresta" foi criado porque o gráfico parece uma floresta de linhas. A linha vertical 
central da trama florestal indica quando não há diferença estatisticamente significante 
entre os grupos. Os pontos representam as diferenças médias de cada estudo e as 
linhas horizontais, os intervalos de confiança em torno das diferenças médias. 
O diamante representa o efeito combinado (agrupado) de todos os efeitos do estudo de uma 
comparação específica analisada pela metanálise. A interpretação de um enredo florestal é 
muito simples: se o diamante ou os intervalos de confiança tocarem a linha central, não há 
diferença significativa entre grupos. No entanto, se o diamante não tocar na linha central, há 
uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos analisados. Cada parcela florestal 
também contém as estimativas, o que permite aos leitores determinar se as diferenças 
observadas são clinicamente significativas. 
 
7.2. É válido combinar os estudos? 
Não é sempre possível combinar os resultados relatados pelos estudos, conforme Galvão 
(2015). A revisão deve apenas combinar estudos homogêneos do ponto de vista clínico (ou 
seja, intervenções semelhantes com doses semelhantes), que utilizaram medidas de desfecho 
semelhantes, que utilizaram grupos de controle semelhantes e tiveram dados homogêneos. 
Se alguma dessas premissas for violada, uma metanálise não deve ser realizada. 
Revisão de escopo investiga conceitos-chave subjacentes a uma área de pesquisa, fornece 
um mapa das evidências disponíveis e identifica lacunas na base de conhecimento quando 
outras questões mais específicas sobre o tópico não estão claras. 
A seleção de uma revisão de escopo assenta no seu principal objetivo: mapear as evidências 
existentes a um determinado foco de investigação, identificando lacunas, constituindo um 
esforço preliminar que justifique a realização de uma revisão sistemática da literatura (CRUZ 
et al, 2019). 
Além disto, poderá constituir uma ferramenta informativa de suporte na tomada de decisão e 
prática clínica dos profissionais de saúde. Uma das particularidades desta metodologia é que 
a mesma não visa analisar a qualidade metodológica dos estudos incluídos, dado que o seu 
objetivo, no seguimento do mencionado, não é encontrar a melhor evidência científica, mas 
sim, mapear a evidência científica existente. 
Fisioterapia aquática em indivíduos com distrofia muscular: uma revisão sistemática do tipo 
escopo (LIMA; CORDEIRO, 2020) 
Metodologia: Inicialmente foi realizada uma busca nas bases de dados JBI Database of 
Systematic Reviews and Implementation Reports, Cochrane Database of Systematic Reviews, 
CINAHL, PubMed e PROSPERO de algum tipo de revisão sobre fisioterapia aquática com 
indivíduos portadores de DM. Nenhum estudo foi identificado. 
Esta revisão de escopo foi baseada no Joanna Briggs Institute Reviewer’s Manual, que 
preconiza a formulação da pergunta de pesquisa, definida por “Como a fisioterapia aquática 
vem sendo utilizada em indivíduos com distrofia muscular?”. Os critérios de inclusão foram 
estabelecidos de acordo com o acrônimo PCC para revisão de escopo: os participantes 
(indivíduos com DM, de todas as idades e ambos os gêneros, submetidos a fisioterapia 
aquática), os conceitos (distrofia muscular; fisioterapia aquática) e o contexto (todas as 
terapias realizadas em meio aquático). Foram incluídos estudos experimentais, 
observacionais e descritivos, sem limitação de data, nos idiomas inglês, espanhol e português, 
por serem idiomas de domínio das pesquisadoras. Foram excluídos estudos com populações 
mistas e outros diagnósticos, uma vez que as DM apresentam características específicas de 
progressão, impactando na prática clínica. 
Em sequência buscou-se nas bases de dados Medline (PubMed) e CINAHL com os 
descritores (MeSH terms) e palavras-chaves definidos, interpostos pelos boleadores “AND” e 
“OR”. Prosseguindo para a revisão das palavras contidas no título, no resumo e nos 
descritores nos registros encontrados na etapa anterior, verificou-se a necessidade de 
adequação dos termos. Então, realizou-se a busca nas demais bases de dados e sites de 
busca selecionados. A seleção dos registros foi feita entre novembro e dezembro de 2017 e 
a revisão em setembro de 2019. 
 
REFERÊNCIAS 
CRUZ, G. E. C. P. et al. Diagnóstico tardio do Vírus da Imunodeficiência Humana e da 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida em Idosos. Enfermería Actual En Costa Rica, [s.l.], 
v. 38, n. 1, p. 330-336, 23 set. 2019. 
GALVÃO, T. F. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: a 
recomendação prisma: A recomendação PRISMA. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 
24, n. 2, p. 335-342, jun. 2015. 
LIMA, A. A. R.; CORDEIRO, L. Fisioterapia aquática em indivíduos com distrofia muscular: 
uma revisão sistemática do tipo escopo: uma revisão sistemática do tipo escopo. Fisioterapia 
e Pesquisa, [s.l.], v. 27, n. 1, p. 100-111, jan. 2020. 
MANCINI, M. C. et al. Tutorial for writing systematic reviews for the Brazilian Journalof 
Physical Therapy (BJPT). Brazilian Journal Of Physical Therapy, v. 18, n. 6, p. 471-480, 
dez. 2014. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. CDU 614: Diretrizes metodológicas - elaboração de revisão 
sistemática e metanálise de estudos de acurácia diagnóstica. Brasilia: Biblioteca Virtual em 
Saúde do Ministério da Saúde, 2014. 
SAMPAIO, R. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência 
cientifica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan. 2007. 
SCHREIBER, J.; STERN, P. A review of the literature on Evidence-Based Practice in Physical 
Therapy. The Internet Journal of Allied Health Sciences and Practice. v. 3, n. 4, out. 2005. 
VIEIRA, R. I. et al. Physiotherapy intervention during pre and post-prosthetic fitting of lower 
limb amputees: a systematic review: a systematic review. Acta Fisiátrica, v. 24, n. 2, p. 98-
104, maio 2017. Universidade de São Paulo, Agencia USP de Gestão da Informação 
Academica (AGUIA).

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