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: A expressão “pressão arterial” (PA), às vezes referida também como “pressão sanguínea” (do inglês, “blood pressure”), refere- se à pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes das artérias. Essa pressão é causada em parte pelo coração, que é o órgão muscular contrátil que impulsiona o sangue para as artérias. Ao se contrair (sístole), ele injeta cerca de 70 ml de sangue no sistema arterial, a cada “batida”, fazendo aumentar aquela pressão. Durante sua dilatação (diástole), a pressão diminui. Assim, tem-se, alternativamente, dois valores da pressão arterial: (1) pressão “máxima” ou sistólica e (2) pressão “mínima” ou diastólica. Da mesma forma, e com as mesmas consequências, as artérias também são órgãos ligeiramente contráteis e quando contraídas ou dilatadas contribuem para determinar uma pressão arterial mais alta ou mais baixa. Ademais, a pressão arterial pode também ser afetada pela perda da elasticidade dessas artérias, o que acontece, por exemplo, na arteriosclerose. Esses mecanismos, por sua vez, dependem do sistema nervoso, sistema cardiovascular e dos rins. Distúrbios nessas estruturas podem alterar a pressão arterial e causar problemas de pressão. A circulação é semelhante a um encanamento altamente sofisticado: o sangue "flui" pelas artérias, impulsionado por uma “bomba”, que é o coração, e é também https://www.abc.med.br/p/hipertensao-arterial/740857/pressao+arterial+o+que+e+como+se+comporta+durante+o+ciclo+cardiaco+como+se+mede+quais+sao+os+valores+normais.htm impulsionado por uma diferença de pressão entre as extremidades desses “canos”. O coração dá origem ao principal componente da pressão sanguínea, forçando o sangue a fluir à frente quando ele se contrai a cada batimento cardíaco. A pressão arterial, no entanto, não é criada apenas pelo coração pulsante, e outros fatores atuam junto dele. Dessa forma, a pressão arterial é mais alta quando entra na aorta e progressivamente mais baixa ao longo de ramos menores das artérias. A contratilidade das artérias também afeta a pressão arterial: a constrição delas aumenta a pressão no ponto de constrição e assim ajuda o sangue a circular. Embora o coração crie a pressão maior que faz o sangue fluir, as propriedades elásticas das artérias são igualmente importantes para mantê-la. Ao contrário, o estreitamento ou enrijecimento das artérias pode elevar a PA e eventualmente bloquear o suprimento por completo de sangue para um determinado setor do organismo, levando a condições perigosas, incluindo derrame cerebral ou inf arto cardíaco. s valores da pressão arterial são expressos em milímetros de mercúrio (mmHg). Isso significa a altura a que ela é capaz de elevar uma coluna vertical de mercúrio. Os valores ideais da pressão arterial são de 120 mmHg para a pressão diastólica e 80 mmHg para a pressão diastólica, dados que abreviadamente são ditos como 120x80 ou, ainda, 12x8. Na verdade, valores tidos como “normais” oscilam entre 90x60 e 120x80 mmHg. Qual das duas é mais importante: a pressão diastólica ou a pressão sistólica? Pesquisas recentes revelam que http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/26290/acidente+vascular+cerebral+ou+derrame+cerebral.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/22385/infarto+do+miocardio.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/22385/infarto+do+miocardio.htm a pressão sistólica é o melhor indicador da saúde ou de problemas cardiovasculares, embora anteriormente se desse maior importância à pressão diastólica. Principalmente nos pacientes acima de 50 anos, os médicos tendem a prestar mais atenção à pressão arterial sistólica porque para a maioria dessas pessoas a arteriosclerose leva ao aumento dela. Até há pouco tempo, a pressão era considerada alta se a pressão sistólica estivesse acima de 140 mmHg. Porém, mais recentemente, o American College of Cardiology e a American Heart Association redefiniram a pressão elevada para um limite mais baixo e passaram a defender que é preciso manter especial atenção já aos 130x80 mmHg. Há também quem considere os níveis entre 120 e 140 como “pré-pressão alta”. A pressão diastólica considerada normal deve ser inferior a 80 mmHg. Ela atinge seu pico por volta dos 50 anos e diminui gradualmente com a idade. Contudo, valores abaixo de 60 mmHg são associados a danos ao tecido cardíaco e a resultados cardiovasculares ruins. A pressão diastólica muito baixa pode, por exemplo, resultar em bombeamento inadequado do sangue através das artérias coronárias que nutrem o músculo cardíaco. Importante destacar também que uma pressão arterial sistólica de 120 ou mais tem um impacto negativo maior sobre a saúde nas pessoas que têm pressão diastólica baixa do que naquelas em que ela é normal. **************************** Hipertensão Hipertensão é a elevação sustentada em repouso da pressão arterial sistólica (≥ 130 mmHg), diastólica (≥ 80 mmHg) ou de ambas. A hipertensão de https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/311550/arterioesclerose+como+ela+e+o+que+acontece+no+nosso+organismo+como+prevenir.htm causa desconhecida, classificada como primária (antiga hipertensão essencial), é a mais comum. Hipertensão com causa identificada (hipertensão secundária) normalmente resulta de apneia do sono, doença renal crônica ou aldosteronismo primário. Habitualmente, não há desenvolvimento de sintomas, a menos que a hipertensão seja grave ou de longa duração. Obtém-se o diagnóstico com esfigmomanômetro. Exames podem ser feitos para determinar a causa, avaliar as repercussões e identificar outros fatores de risco cardiovascular. O tratamento inclui modificação do estilo de vida e administração de diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), BRA e bloqueadores dos canais de cálcio. A pressão arterial aumenta com a idade. Cerca de dois terços dos indivíduos com > 65 anos têm hipertensão e aqueles com pressão arterial normal aos 55 anos de idade têm 90% de risco de desenvolver hipertensão durante toda a vida. Como a hipertensão torna-se tão comum com o passar dos anos, o aumento da pressão arterial relacionado com a idade pode parecer inócuo, mas a pressão arterial mais elevada aumenta o risco de morbidade e mortalidade. A hipertensão arterial que está presente antes da gestação ou que se desenvolve durante a gestação tem considerações especiais ( Hipertensão na gestação e Pré-eclâmpsia e eclampsia). A pressão arterial é classificada como normal, pressão arterial elevada ou hipertensão em estágio 1 (leve) ou estágio 2 (ver tabela Classificação da pressão arterial em adultos). A pressão arterial normal em lactentes e adolescentes é muito mais baixa (1). Etiologia A hipertensão pode ser • Primária (85% dos casos) • Secundária Hipertensão primária Os componentes hemodinâmicos e fisiológicos (p. ex., volume plasmático e atividade de renina plasmática) variam, indicando que a hipertensão primária tem baixa probabilidade de ter uma única causa. Mesmo que a princípio um fator seja responsável, múltiplos fatores provavelmente estão envolvidos na https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/hipertens%C3%A3o-na-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/hipertens%C3%A3o-na-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsiahttps://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o#v37700236_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o#v37700236_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel#v1078543_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel#v1078543_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel/acompanhamento-do-crescimento-e-desenvolvimento-da-crian%C3%A7a-saud%C3%A1vel#v1078543_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o#v45106881_pt manutenção da pressão arterial elevada (teoria do mosaico). Nas arteríolas sistêmicas aferentes, a disfunção das bombas iônicas nos sarcolemas das células musculares lisas pode conduzir à elevação crônica do tônus vascular. A hereditariedade é um fator predisponente, mas o mecanismo exato não está esclarecido. Fatores ambientais (p. ex., sódio na dieta, obesidade , estresse) parecem afetar somente pessoas geneticamente suscetíveis em idades mais jovens; no entanto, em pacientes > 65, é mais provável que alta ingestão de sódio precipite hipertensão. Hipertensão secundária Causas comuns incluem • Aldosteronismo primário • Doenças do parênquima renal (p. ex., glomerulonefrite ou pielonefrite crônic a, doença renal policística, doenças do tecido conjuntivo e uropatia obstrutiva ) • Doença renovascular • Apneia obstrutiva do sono Outras causas mais raras incluem feocromocitoma , síndr ome de Cushing , hiperplasia adrenal congênita , hipertireoidismo , hip otireoidismo (mixedema), hiperparatireoidismo primário, acromegalia , coarcta ção da aorta e síndromes de excesso de mineralocorticoides além do aldosteronismo primário. A ingestão excessiva de álcool e o uso de contraceptivos orais são causas comuns de hipertensão curável. O uso de simpaticomiméticos, AINEs, corticoides, cocaína ou alcaçuz geralmente contribui para piorar o controle da pressão arterial. Define-se uma hipertensão arterial como resistente quando a PA permanece acima do objetivo apesar do uso de 3 anti-hipertensivos diferentes. Pacientes com hipertensão arterial resistente têm maior morbidade e mortalidade por causas cardiovasculares (1 ). Sinais e sintomas Habitualmente, a hipertensão é assintomática até o desenvolvimento de complicações nos órgãos-alvo. Tontura, rubor facial, cefaleia, fadiga, epistaxe e nervosismo não são causados por hipertensão não complicada. A hipertensão grave (emergências hipertensivas ) pode desencadear sintomas graves cardiovasculares, neurológicos, renais e retinianos (p. ex., aterosclerose coronariana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-nutricionais/obesidade-e-s%C3%ADndrome-metab%C3%B3lica/obesidade https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/aldosteronismo-prim%C3%A1rio https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/aldosteronismo-prim%C3%A1rio https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio/pielonefrite-cr%C3%B4nica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/uropatia-obstrutiva/uropatia-obstrutiva https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/uropatia-obstrutiva/uropatia-obstrutiva https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o-renovascular https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/apneia-do-sono/apneia-obstrutiva-do-sono https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/apneia-do-sono/apneia-obstrutiva-do-sono https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/feocromocitoma https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/s%C3%ADndrome-de-cushing https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/s%C3%ADndrome-de-cushing https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-em-crian%C3%A7as/vis%C3%A3o-geral-da-hiperplasia-adrenal-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-em-crian%C3%A7as/vis%C3%A3o-geral-da-hiperplasia-adrenal-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-em-crian%C3%A7as/vis%C3%A3o-geral-da-hiperplasia-adrenal-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-hipofis%C3%A1rios/gigantismo-e-acromegalia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/coarcta%C3%A7%C3%A3o-da-aorta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/coarcta%C3%A7%C3%A3o-da-aorta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o#v45106894_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/emerg%C3%AAncias-hipertensivas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/emerg%C3%AAncias-hipertensivas sintomática, insuficiência cardíaca, encefalopatia hipertensiva e insuficiência renal). A ausculta da B4 é um dos sinais mais precoces de cardiopatia hipertensiva. Alterações retinianas podem incluir estreitamentos arteriolares, hemorragias, exsudatos e, em pacientes com encefalopatia, papiledema (retinopatia hipertensiva ). As alterações são classificadas em 4 grupos (de acordo com a classificação de Keith, Wagener e Barker) com prognóstico cada vez mais agravante: • Grau 1: somente constrição das arteríolas • Grau 2: constrição e esclerose das arteríolas • Grau 3: hemorragias e exsudatos, além de alterações vasculares • Grau 4: papiledema Diagnóstico • Múltiplas medidas da pressão arterial para confirmação • Urinálise e proporção albumina:creatinina urinária; se anormal, considerar ultrassonografia renal • Exames de sangue: perfil lipídico em jejum, creatinina, potássio • Ultrassonografia renal, se a creatinina estiver aumentada • Avaliação para aldosteronismo, se o nível de potássio estiver baixo • ECG: se houver hipertrofia ventricular, considerar ecocardiografia • Às vezes, medida do hormônio estimulador da tireoide • Avaliar para feocromocitoma ou doença do sono se ocorre elevação da pressão arterial súbita, lábil ou grave Diagnostica-se e classifica-se a hipertensão com esfigmomanômetro. História, exame físico e outros exames auxiliam na identificação da etiologia e na determinação da existência de lesão em órgãos- alvo. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-da-retina/retinopatia-hipertensivaMedição da pressão arterial A pressão arterial usada para o diagnóstico formal deve ser uma média de 2 ou 3 medições feitas em 2 ou 3 vezes diferentes com o paciente: • Sentado em uma cadeira (não na mesa de exame) por > 5 minutos, pés no chão, apoiado no dorso • Com o membro apoiado no nível do coração sem roupas cobrindo a área de colocação do manguito • Não ter feito exercícios, ingerido cafeína ou ter fumado por pelo menos 30 minutos Na primeira consulta, aferir a pressão arterial em ambos os membros superiores e as aferições subsequentes devem usar o membro superior que resultou na leitura mais alta. Aplica-se um manguito de PA de tamanho adequado ao braço. A braçadeira de tamanho adequado cobre dois terços do bíceps, o comprimento do manguito deve envolver > 80% do membro superior e sua largura deve ser de, pelo menos, 40% da circunferência do membro superior. Dessa maneira, pacientes obesos exigem braçadeiras maiores. O profissional da saúde insufla o manguito acima da pressão sistólica esperada e, gradualmente, libera o ar enquanto ausculta sobre a artéria braquial. A pressão em que se ausculta o primeiro batimento cardíaco, à medida que cai a pressão, é a pressão arterial sistólica. O desaparecimento total do som marca a pressão arterial diastólica. Seguem-se os mesmos princípios para avaliação da pressão arterial no antebraço (artéria radial) e na coxa (artéria poplítea). Os dispositivos mecânicos devem ser calibrados periodicamente e os leitores automáticos são, com frequência, imprecisos (1 ). Mede-se a PA nos dois braços porque a PA > 15 mmHg mais alta em um dos braços do que no outro requer avaliação da vasculatura superior. Mede-se a pressão arterial em uma coxa (com um manguito muito maior) para descartar coarctação da aorta , particularmente em pacientes com pulsos femorais diminuídos ou com atraso; com coartação, a pressão arterial é significativamente menor nas pernas. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o#v37700326_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/coarcta%C3%A7%C3%A3o-da-aorta https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-cardiovasculares-cong%C3%AAnitas/coarcta%C3%A7%C3%A3o-da-aorta Se a pressão arterial estágio 1 estiver no intervalo hipertensivo ou nitidamente lábil, recomendam-se mais avaliações da pressão arterial. Medições da pressão arterial podem ser esporadicamente altas antes que a hipertensão se torne sustentada; esse fenômeno provavelmente é responsável pela “hipertensão do jaleco branco”, na qual a pressão arterial é elevada quando medida no consultório do médico, mas normal quando medida em casa ou por monitoramento ambulatorial de pressão arterial. Entretanto, a elevação extrema da pressão arterial alternada com leituras normais é incomum e, possivelmente, sugere feocromocitoma , doença do sono, apneia ou uso inconfesso de fármaco. História A anamnese informa a duração conhecida da hipertensão, os níveis de pressão arterial registrados previamente; qualquer história ou sinais e sintomas de doença coronariana , insuficiência cardíaca , apneia do sono ou ronco alto; história de doenças coexistentes relevantes (p. ex., acidente vascular encefálico , disfunção renal, doença arterial periférica , dislipidemia , diabete s e gota ) e história familiar de qualquer uma dessas enfermidades. A história social informa os níveis de atividade física e o uso de tabaco, bebidas alcoólicas e estimulantes (prescritos ou ilícitos). A história dietética deve focar a ingestão de sal e estimulantes (p. ex., chá, café e outras bebidas com cafeína, tais como refrigerantes e energéticos). Exame físico O exame físico é feito medindo a altura, o peso e a cintura; exame de fundo de olho em caso de retinopatia ; ausculta de sopros cervicais ou abdominais; e exame cardíaco, pulmonar e neurológico completos. Palpa-se o abdome à procura de aumento dos rins e massas abdominais. Os pulsos arteriais periféricos são avaliados e a diminuição ou atraso dos pulsos femorais sugere coarctação aórtica, particularmente em pacientes com < 30 anos. Um sopro unilateral da artéria renal pode ser ouvido em pacientes magros com hipertensão renovascular . Exames Quanto mais grave for a hipertensão e quanto mais jovem for o paciente, mais abrangente deve ser a avaliação. Em geral, quando a hipertensão é recém- https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/feocromocitoma https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/apneia-do-sono/apneia-obstrutiva-do-sono https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-da-doen%C3%A7a-coronariana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-da-doen%C3%A7a-coronariana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-encef%C3%A1lico https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-arteriais-perif%C3%A9ricas/doen%C3%A7a-arterial-perif%C3%A9rica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7as-arteriais-perif%C3%A9ricas/doen%C3%A7a-arterial-perif%C3%A9rica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-lip%C3%ADdicos/dislipidemia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/diabetes-melito-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/diabetes-melito-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/artrite-induzida-por-cristais/gota https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-da-retina/retinopatia-hipertensiva#v957430_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o-renovascular diagnosticada, realizam-se exames de rotina para • Detectar danos em órgãos alvo • Identificar os fatores de risco cardiovasculares Os testes incluem • Exame de urina e relação entre albumina e creatinina urinária • Exames de sangue (creatinina, potássio, sódio, glicemia em jejum, perfil lipídico e, frequentemente, hormônio estimulante da tireoide) • ECG Não há necessidade de realizar, rotineiramente, monitoramento ambulatorial da pressão arterial, cintilografia renal, radiografia de tórax, exames de triagem para feocromocitoma e perfil renina-sódio. Mas indica-se monitoramento ambulatorial da pressão arterial ou em casa quando há suspeita de "hipertensão do avental branco". Além disso, também pode-se indicar o monitoramento ambulatorial da pressão arterial quando há suspeita de "hipertensão mascarada" (uma condição na qual a pressão arterial medida em casa é superioraos valores obtidos no consultório), geralmente em pacientes que demonstram sequelas da hipertensão sem evidência de hipertensão de acordo com as medições no consultório. A atividade de renina plasmática periférica não é útil para diagnóstico ou escolha da medicação. Pode haver necessidade de outros exames dependendo dos resultados do exame físico e exames subsidiários iniciais. Se a análise de urina detectar albuminúria (proteinúria), cilindrúria ou hematúria microscópica ou a creatinina sérica estiver elevada (≥ 1,4 mg/dL [124 micromol/L] em homens e ≥ 1,2 mg/dL [106 micromol/L] em mulheres), a ultrassonografia renal para avaliação do tamanho dos rins pode produzir informações úteis. Pacientes com hipopotassemia sem relação com o uso de diuréticos devem ser avaliados para a possibilidade de aldosteronismo primário e alta ingestão de sal. No ECG, a onda P entalhada e alargada indica sobrecarga atrial esquerda e, embora inespecífica, pode ser um dos primeiros sinais de cardiopatia hipertensiva. Posteriormente, pode haver hipertrofia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/eletrocardiografia#v931760_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/eletrocardiografia#v931760_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/eletrocardiografia#v931760_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/aldosteronismo-prim%C3%A1rio ventricular esquerda, sugerida por impulso apical sustentado e voltagem do QRS elevada, com ou sem evidência de isquemia. Na presença de qualquer destes achados, geralmente realiza-se ecocardiografia. Em pacientes com perfil lipídico anormal ou sintomas de doença coronariana, os exames para outros fatores de risco cardiovasculares (p. ex., proteína C reativa) podem ser úteis. Na suspeita de coarctação da aorta, radiografia de tórax, ecocardiografia, TC ou RM auxiliam na confirmação diagnóstica. Os portadores de pressão arterial significativamente elevada e lábil e de sintomas, como cefaleia, palpitação, taquicardia, sudorese excessiva, tremor e palidez são rastreados para feocromocitoma (p. ex., pela medida de metanefrinas plasmáticas). Estudo do sono também deve ser fortemente considerado nesse paciente e naqueles cujo história sugere apneia do sono. Pacientes com sintomas sugestivos de síndrome de Cushing , uma doença do tecido conjuntivo, eclâmpsia , porfiria aguda , hipertireoidismo , mixed ema , acromegalia ou doenças do sistema nervoso central devem ser submetidos à avaliação. Prognóstico Quanto mais elevada a pressão arterial e mais graves as alterações retinianas e outras evidências de comprometimento de órgãos- alvo, pior será o prognóstico. A pressão arterial sistólica é um fator preditivo de eventos cardiovasculares fatais ou não fatais melhor que a pressão arterial diastólica. Sem tratamento, a sobrevida em 1 ano é < 10% para pacientes com esclerose retiniana, exsudatos algodonosos, estreitamento arteriolar e hemorragia (retinopatia grau 3), e < 5% para pacientes com as mesmas alterações e papiledema (retinopatia grau 4). DC é a causa de morte mais comum nos tratados. O acidente vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico é uma consequência comum de hipertensão tratada de forma inadequada. Entretanto, o controle efetivo da hipertensão previne a maioria das complicações e prolonga a vida. Tratamento https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/feocromocitoma#v983028_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/s%C3%ADndrome-de-cushing https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/s%C3%ADndrome-de-cushing https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/porfirias/porfirias-agudas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/porfirias/porfirias-agudas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-hipofis%C3%A1rios/gigantismo-e-acromegalia • Perda ponderal e exercício • Cessação do tabagismo • Dieta: aumento da ingesta de frutas e vegetais, diminuição do sal, restrição de álcool • Fármacos: dependendo da pressão arterial e presença de doença cardiovascular ou fatores de risco A hipertensão primária não tem cura, mas algumas causas de hipertensão secundária podem ser corrigidas. Em todos os casos, o controle da pressão arterial pode limitar significativamente as consequências adversas. Apesar da eficácia teórica do tratamento, reduz-se a pressão arterial a um nível desejável em apenas um terço dos hipertensos nos EUA. Alvos do tratamento para a população em geral, incluindo todos aqueles com insuficiência renal ou diabetes: • Pressão arterial < 130/80 mmHg independentemente da idade até aos 80 anos Reduzir a pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg parece continuar a reduzir o risco das complicações vasculares. Mas também aumenta o risco de efeitos farmacológicos adversos. Assim, os benefícios da redução da pressão arterial para níveis próximos daqueles sistólicos de 120 mmHg devem ser ponderados contra o risco maior de tonturas mais intensas e possível agravamento da função renal. Essa é uma preocupação particular entre os pacientes com diabetes, nos quais a pressão arterial < 120 mmHg sistólica ou diastólica aproximando-se de 60 mmHg aumenta o risco desses eventos adversos. Mesmo pacientes idosos, incluindo os frágeis, podem tolerar bem uma PA diastólica tão baixa quanto 60 a 65 mmHg, sem aumento dos eventos cardiovasculares. Idealmente, pacientes ou membros da família devem aferir a pressão arterial em casa, desde que tenham sido treinados para isso, sejam monitorados atentamente e o esfigmomanômetro seja calibrado regularmente. O tratamento da hipertensão durante a gestação requer considerações especiais porque alguns anti-hipotensores podem prejudicar o feto. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/hipertens%C3%A3o-na-gesta%C3%A7%C3%A3o#v1072448_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/hipertens%C3%A3o-na-gesta%C3%A7%C3%A3o#v1072448_pt Modificações do estilo de vida Recomendam-se mudanças no estilo de vida para todos os pacientes com pressão arterial elevada ou hipertensão em qualquer estágio (ver também a Tabela 15, Intervenções não farmacológicas, em 2017 Hypertension Guidelines ). As melhores intervenções não farmacológicas comprovadas para prevenção e tratamento da hipertensão incluem: • Aumento da atividade física com um programa de exercícios estruturado • Perda ponderalse estiver com sobrepeso ou obeso • Dieta saudável rica em frutas, vegetais, grãos integrais e produtos lácteos com baixo teor de gordura, com teor reduzido de gordura saturada e total • Sódio dietético otimamente reduzido para < 1500 mg/dia (< 3,75 g de cloreto de sódio), mas pelo menos uma redução de 1000 mg/dia • Maior ingestão de potássio na dieta, a menos que contraindicado devido à doença renal crônica ou uso de fármacos que reduzem a excreção de potássio • Moderação no consumo de álcool em pessoas que ingerem bebidas alcoólicas até ≤ 2 drinks por dia para homens e ≤ 1 drink por dia para mulheres (um drink é cerca de 350 mL de cerveja, 150 mL de vinho ou 50 mL de bebida destilada) • Cessação do tabagismo Modificações dietéticas também podem ajudar a controlar diabetes, obesidade e dislipidemias. Pacientes com hipertensão não complicada não precisam restringir suas atividades enquanto a pressão arterial estiver controlada. Hipotensão A hipotensão ortostática (postural) é a queda excessiva da pressão arterial (PA) quando se assume a posição ortostática. A definição consensual envolve queda da pressão sistólica > 20 mmHg, queda da pressão http://hyper.ahajournals.org/content/hypertensionaha/early/2017/11/10/HYP.0000000000000065.full.pdf http://hyper.ahajournals.org/content/hypertensionaha/early/2017/11/10/HYP.0000000000000065.full.pdf https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/tabagismo/cessa%C3%A7%C3%A3o-do-tabagismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/tabagismo/cessa%C3%A7%C3%A3o-do-tabagismo diastólica acima de 10 mmHg ou ambas. Os sintomas de turvamento, sensação de desfalecimento, tontura, confusão ou escurecimento da visão surgem dentro de segundos a poucos minutos após levantar e regridem rapidamente após se deitar. Alguns pacientes sofrem quedas, síncope e mesmo convulsões generalizada s. O esforço e a alimentação copiosa podem exacerbar os sintomas. Os outros sinais e sintomas associados estão relacionados com a causa. Hipotensão ortostática é a manifestação da regulação anormal da pressão arterial decorrente de várias condições e não constitui doença específica. Evidências cada vez mais sugerem que distúrbios do controle hemodinâmico postural aumentam o risco de doença cardiovascular e mortalidade por todas as causas. Síndrome da taquicardia ortostática postural (STOP) STOP (também denominada taquicardia autonômica postural ou intolerância ortostática idiopática ou crônica) é a síndrome de intolerância ortostática em pacientes mais jovens. Define-se STOP por uma frequência cardíaca de ≥ 120 batimentos/min ou um aumento de ≥ 30 batimentos/min quando um paciente passa da posição supina para uma posição em pé. Vários sintomas (p. ex., fadiga, sensação de desfalecimento, intolerância aos esforços e comprometimento cognitivo) e taquicardia se desenvolvem quando se levanta; mas há pouca ou nenhuma queda da pressão arterial. A razão para o desenvolvimento dos sintomas não está esclarecida. Etiologia Os mecanismos homeostáticos podem ser inadequados para restaurar a pressão arterial baixa se as porções aferentes, centrais ou eferentes do arco reflexo autônomo estiverem comprometidas por doenças ou fármacos, se a contratilidade miocárdica ou a capacidade de resposta vascular estiver deprimida, se houver hipovolemia ou as respostas hormonais forem deficientes (ver tabela Causas da hipotensão ortostática ). As causas são diferentes, se os sintomas forem agudos ou crônicos. As causas mais comuns de hipotensão ortostática aguda envolvem • Hipovolemia • Fármacos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/s%C3%ADncope https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-convulsivos/transtornos-convulsivos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipotens%C3%A3o-ortost%C3%A1tica#v1144523_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipotens%C3%A3o-ortost%C3%A1tica#v1144523_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/metabolismo-de-l%C3%ADquidos/deple%C3%A7%C3%A3o-de-volume • Repouso prolongado no leito • Insuficiência adrenal As causas mais comuns de hipotensão ortostática crônica compreendem • Alterações da regulação da pressão arterial relacionadas com a idade • Fármacos • Disfunção autonômica A hipotensão ortostática pós- prandial também é comum e pode ser causada por resposta insulínica às refeições ricas em carboidratos e acúmulo sanguíneo no trato gastrintestinal. Ela pode ser causada pela resposta de insulina a refeições com muito carboidratos e concentração de sangue no trato gastrintestinal; essa condição é exacerbada pela ingestão de álcool. Avaliação Diagnostica-se a hipotensão ortostática quando a pressão arterial sistólica cai ≥ 20 mmHg ou a pressão arterial diastólica cai ≥ 10 mmHg após 3 minutos em pé. Depois de a hipotensão ortostática ser diagnosticada, deve-se buscar uma causa. História A história da doença atual deve identificar a duração e a gravidade dos sintomas (p. ex., se associada a síncope ou quedas). Questiona-se o paciente sobre deflagradores estabelecidos (p. ex., fármacos, repouso no leito e perda de líquido) e a relação dos sintomas com as refeições. A revisão de sintomas deve averiguar a existência de sintomas de doenças causadoras, especialmente os sintomas de insuficiência autonômica, como perturbações da visão (decorrente de midríase e perda da acomodação), incontinência ou retenção urinária, constipação intestinal, intolerância ao calor (por comprometimento da sudorese) e disfunção erétil. Outros sintomas importantes envolvem tremor, rigidez e dificuldade para deambular (doença de Parkinson e atrofia de múltiplos sistemas ); fraqueza e fadiga (insuficiência adrenal e anemia) e fezes enegrecidas (hemorragia gastrintestinal). Observa-se a existência de outros sintomas de doenças neurológicas, cardiovasculares e câncer. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/doen%C3%A7a-de-addison https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/atrofia-multissist%C3%AAmica-ams https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/atrofia-multissist%C3%AAmica-ams https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/doen%C3%A7a-de-addison A história clínica deve identificar possíveis causas estabelecidas, incluindo diabetes, doença de Parkinson e câncer (que desencadeiam síndrome paraneoplásica). Deve-se revisar o perfil dos fármacos prescritos para identificar aquelas com efeitos adversos (ver tabela Causas da hipotensão ortostática ), especialmente os hipotensores e nitratos. A história familiar de sintomas ortostáticos sugere possível disautonomia familiar. Exame físico Pressão arterial e frequência cardíaca são medidas após 5 minutos em supinação, e em 1 a 3 minutos após posição em pé; pacientes incapazes de permanecer em pé podem seravaliados enquanto estão sentados. Hipotensão sem um aumento compensatório na frequência cardíaca (< 10 bpm) sugere comprometimento autônomo. Aumento acentuado (para > 100 bpm ou por > 30 bpm) sugere hipovolemia ou, se os sintomas se desenvolverem sem hipotensão, STOP. Inspecionam-se a pele e as mucosas para evidenciar sinais de desidratação e alterações pigmentares sugestivas de doença de Addison (p. ex., áreas hiperpigmentadas e vitiligo). Efetua-se o toque retal para detectar sangramento gastrintestinal. Durante o exame neurológico, verificam-se os reflexos geniturinários e retais para avaliar a função autonômica ; a avaliação inclui o reflexo cremastérico (normalmente, estímulo na face medial da coxa resulta em retração dos testículos) e estímulo da prega anal (normalmente, impulso perianal resulta em contração do esfíncter anal). Verificam-se os sinais de neuropatia periférica (p. ex., alterações de força, sensibilidade e dos reflexos tendinosos profundos). Sinais de alerta Certos achados sugerem uma etiologia mais grave: • Fezes sanguinolentas ou hemepositivas • Exame neurológico anormal Exames Rotineiramente, verificam-se ECG, eletrólitos séricos, creatinina, hormônio estimulante da tireoide (TSH) e glicemia. No entanto, esses e outros exames são geralmente pouco úteis, a menos que sejam sugeridos por sintomas específicos. Pode-se diminuir a dose de um fármaco suspeito ou interromper https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipotens%C3%A3o-ortost%C3%A1tica#v1144523_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipotens%C3%A3o-ortost%C3%A1tica#v1144523_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/doen%C3%A7a-de-addison https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/vis%C3%A3o-geral-do-sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo o uso desse fármaco para a confirmação de ser a responsável. O teste de inclinação ortostática pode ser utilizado quando houver a presunção de disfunção autonômica, uma vez que fornece resultados mais consistentes que a avaliação da pressão arterial nas posições supina e ortostática, eliminando o aumento do retorno venoso pela contração muscular do membro inferior. O paciente pode permanecer na posição ortostática por 30 a 45 minutos de avaliação da pressão arterial. Pacientes com sinais ou sintomas de problemas autonômicos requerem avaliação adicional de diabetes , doença de Parkinson e, possivelmente, atrofia multissistêmica e insuficiência autonômica pura . Avaliação para insuficiência autonômica pura pode exigir dosagens de noradrenalina ou vasopressin a (ADH) plasmática com o paciente em decúbito dorsal e na posição vertical. Pode-se avaliar a função autonômica com o monitoramento cardíaco à beira do leito, embora esse teste não costume ser feito. Quando o sistema autonômico está intacto, a frequência cardíaca aumenta em resposta à inspiração. Monitora-se o coração enquanto o paciente respira vagarosa e profundamente (cerca de 5 segundos de inspiração e expiração de 7 segundos) durante 1 minuto. O intervalo maior entre batimentos (R-R) durante a expiração é normalmente pelo menos 1,15 vezes o intervalo RR mínimo durante a inspiração; um intervalo menor sugere disfunção autonômica, mas essa resposta à inspiração pode diminuir com o envelhecimento. Deve existir uma variação similar no intervalo R-R entre o repouso e de 10 a 15 segundos de manobra de Valsalva. Tratamento Tratamento não farmacológico Os pacientes que necessitam de repouso prolongado no leito devem sentar-se todos os dias e, se possível, fazer exercícios no leito. Os pacientes devem levantar-se lentamente da posição supina ou sentada, consumir volume adequado de líquido, limitar ou evitar consumo de álcool e, quando factível, realizar exercícios regularmente. Exercícios regulares e de intensidade moderada favorecem o tônus vascular de ponta a ponta e reduzem a congestão venosa. Os pacientes idosos devem evitar o ortostatismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/exames-de-inclina%C3%A7%C3%A3o-ortost%C3%A1tica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/exames-de-inclina%C3%A7%C3%A3o-ortost%C3%A1tica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/diabetes-melito-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm#v988339_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson#v1043628_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-de-movimento-e-cerebelares/doen%C3%A7a-de-parkinson#v1043628_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/atrofia-multissist%C3%AAmica-ams#v1032561_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/atrofia-multissist%C3%AAmica-ams#v1032561_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/insufici%C3%AAncia-auton%C3%B4mica-pura#v1032617_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/sistema-nervoso-aut%C3%B4nomo/insufici%C3%AAncia-auton%C3%B4mica-pura#v1032617_pt prolongado. Dormir com a cabeceira do leito elevada pode aliviar os sintomas, promovendo retenção de sódio e reduzindo a diurese noturna. Em geral, pode-se prevenir hipotensão pós-prandial reduzindo a quantidade e o teor de carboidratos das refeições, minimizando o consumo de álcool e evitando levantar repentinamente após as refeições. As meias elásticas ajustadas até a cintura podem aumentar retorno venoso, débito cardíaco e pressão arterial após ortostatismo. Em casos graves, os trajes infláveis antigravidade semelhantes aos dos pilotos, embora pouco tolerados, podem ser necessários para produzir contrapressão adequada em pernas e abdome. O aumento da ingestão de sódio e água pode expandir o volume intravascular e diminuir os sintomas. Na ausência de insuficiência cardíaca ou hipertensão, pode-se incrementar a ingestão de sódio diário em 6 a 10 g, liberando alimentos salgados ou ingestão de comprimidos de cloreto de sódio. Essa abordagem tem risco de insuficiência cardíaca, particularmente em pacientes idosos e em pacientes com função miocárdica prejudicada; o desenvolvimento de edema dependente sem insuficiência cardíaca não contraindica a continuidade dessa abordagem. a frequência cardíaca ideal varia de acordo com uma série de características, entre elas a idade. Com o passar do tempo, a tendência é que a frequência cardíaca diminua. Em oposição, nos recém-nascidos o índice é mais alto. De 0 a 2 anos – entre 120 e 140 bpm; Entre 8 e 17 anos – entre 80 e 100 bpm; Adulto sedentário – entre 70 e 80 bpm; Adultos praticantes de atividades físicas e idosos – entre 50 a 60 bpm. Vale lembrar que esses valores funcionam como uma faixa de segurança, ou seja, permitem algumas variações para mais ou para menos. Há uma fórmula para se calcular a Frequência Cardíaca Máxima (FCM). A equação é simples: FCM = 220 – sua idade Por exemplo, uma pessoa com 35 anos de idade não deve praticar atividades físicas ou se colocar em situações que elevem a sua frequência cardíaca acima de 185 bpm.Outra fórmula possível de ser utilizada é conhecida como Fórmula de Tanaka. Sua equação é a seguinte: FCM = 208 – 0,7 x idade Nesse caso, uma pessoa com 35 anos de idade teria como frequência cardíaca máxima o valor de 183,5 bpm, um valor muito próximo ao obtido no primeiro cálculo. Exames específicos recomendados pelo seu médico podem indicar qual é a FCM máxima para o seu organismo. Variações na frequência cardíaca Quando a frequência cardíaca está acima dos 100 bpm isso significa que o coração está batendo de forma acelerada. Em muitas circunstâncias, essa é uma reação natural e não chega a ser preocupante. Por exemplo, diante de fortes emoções, de situações que provoquem ansiedade, durante a realização de exercícios ou atividade sexual, entre outras. Essa característica é conhecida como taquicardia. Ela indica que há pressão está alta (acima de 140 x 90 mmHg) e se continuar subindo a pessoa está sujeita a sofrer um infarto. Dores no peito, no braço, sensação de má digestão, tontura e suor frio são alguns dos sintomas que, se percebidos, indicam a necessidade de procurar auxílio médico imediatamente. Em oposição, há ainda os casos em que a frequência cardíaca é reduzida para menos do que 60 bpm. Isso pode ocorrer em função da idade ou do uso de certos medicamentos para o coração. Todavia, bloqueios cardíacos ou disfunções do nódulo sinusal são condições que resultam na redução da FCM. O nome dessa condição é bradicardia. Novamente, a recomendação é buscar auxílio médico se exames mostrarem essa condição. Seguindo as orientações de frequência cardíaca mínima e máxima, chegamos a um tabela aproximada da frequência cardíaca normal em repouso, para homens e mulheres, de acordo com a faixa etária. Mulheres em repouso A taxa de respiração é o número de respirações que uma pessoa toma por minuto. A taxa é geralmente medida quando uma pessoa está em repouso e simplesmente envolve a contagem do número de respirações por um minuto, contando quantas vezes o peito sobe. As taxas de respiração podem aumentar com febre, doença e outras condições médicas. Ao verificar a respiração, é importante observar também se a pessoa tem dificuldade em respirar. As taxas de respiração normal para uma pessoa adulta em repouso variam de 12 a 16 respirações por minuto. RESPIRAÇÃO – TERMINOLOGIA Eupneia: respiração normal Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa. Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda. Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade Apneia: ausência da respiração Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de como diabético. Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia. Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios. VALORES DE REFERÊNCIA PARA RESPIRAÇÃO Adultos – 12 a 20 inspirações/ min; Crianças – 20 a 25 inspirações/ min; Bebês – 30 a 60 respirações/ min.
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