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APELACAO CIVEL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA 5ª TURMA 
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
Apelação Cível n°: 
Pedro Augusto Nunes, já qualificado nos autos da ação civil, por seu advogado 
(procuração anexo), não se conformando com a decisão exarada no Acórdão de fls. ..., vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS que move em face do ORGÃO DE PROTEÇÃO DE 
CRÉDITO (Serasa), interpor RECURSO ESPECIAL, com fundamento nos artigos 1.029 
e seguintes do Código de Processo Civil, combinados com o artigo 105, inciso III, alíneas “a” da 
Constituição Federal e com os artigos 255 a 257-A do Regimento Interno do Superior Tribunal 
de Justiça (RISTJ), conforme as razões de fato e de direito delineados, requerendo que se digne 
de recebe-las, processá-las e remetê-las ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do artigo 
1.030 do Código de Processo Civil. 
RECORRENTE, já qualificado na petição inicial (ou contestação), nos autos da 
APELAÇÃO CÍVEL em que contente com RECORRIDO, também já qualificado (na petição 
inicial ou contestação), não se conformando, data vênia, com o V. acórdão a fls., vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-
assinado, interpor, no prazo legal previsto, o presente RECURSO ESPECIAL, com 
fundamento no artigo 105, inciso III, letra “a” ou “b” ou “c” da Constituição Federal, e de acordo 
com artigo 1029 e seguintes do Código de Processo Civil e artigo 255 do Regimento Interno do 
STJ, pelos fatos e direito a seguir aduzidos, requerendo, desde logo, seu recebimento, 
acolhimento e regular processamento, com posterior remessa ao Superior Tribunal de Justiça. 
Termos em que, 
pede deferimento. 
  
	 São Paulo, xx de setembro de 2021. 
 	 XXXXX XXXXX 
OAB/SP XXX.XXX 
http://XXX.XXX
R A Z Õ E S    D O    R E C U R S O    E S P E C I A L 
  
  
  
PARTE RECORRENTE:        XXXXXXX 
  
PARTE RECORRIDA:            XXXXXX 
  
  
  
  
E G R É G I O     S U P E R I O R     T R I B U N A L     D E     J U S T I Ç A 
  
  
  
COLENDA TURMA 
  
ÍNCLITOS MINISTROS 
I – DA DEMANDA E DO V. ACÓRDÃO RECORRIDO 
Trata o presente de ação de cancelamento de dados cc. indenização por danos morais 
com procedimento ordinário proposta pela parte Recorrida, sob o argumento de que não foi 
comunicada de uma pendência financeira junto à loja Mobile One, no importe de R$ 2.800,00 
(dois mil e oitocentos reais), datada de 04 de agosto de 2017, como determina o artigo 43, § 2º 
do Código de Defesa do Consumidor. 
  
A presente demanda tramitou perante o DD. Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de São 
Paulo – SP, sendo julgada procedente (em XX/XX/XXXX), condenando a SERASA ao 
pagamento de R$ XXXX,00 título de danos morais e honorários advocatícios arbitrados em R$ 
XXXX,00, além de custas processuais. 
  
Irresignadas com a r. decisão de primeiro grau, as partes apelaram, no caso da SERASA 
para reformar a sentença, julgando integralmente improcedente a pretensão inicial e no caso da 
parte autora, para majorar o valor da condenação, terminando por ser provido apenas o recurso 
da parte autora para majorar o valor da condenação indenizatória para R$ XX.000,00 (XXX 
mil reais), acrescidos de juros de mora de XX% ao mês e honorários advocatícios no percentual 
de XX% sobre o valor da condenação. 
  
Data venia, a razão não acompanhou o v. Acórdão que ora se ataca, especificamente 
no que toca ao valor da indenização, cujo valor atualizado importa em R$ 
XXXXX,50, por estar em dissonância a jurisprudência dessa Colenda Corte, donde deflui-se o 
cabimento do presente recurso, conforme passa-se a demonstrar. 
II – DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL PELA ALÍNEA "A", DO ARTIGO 
105, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
  
O acórdão diz......., mas a lei diz por outro lado, a disciplina o artigo 105, inc. III, “a”, 
da Constituição Federal, que é da competência, exclusiva, do Superior Tribunal de Justiça, 
apreciar Recurso Especial, fundado em decisão proferida em última ou única instância, quando 
a mesma contrariar lei federal ou negar-lhe vigência.       
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
Logo, o acórdão violou a lei federal acima mencionada 
O Desembargador, Sr. Ministro, disse que não é obrigação da Serasa comunicar o 
consumidor, mas o CDC diz que a obrigação é da Serasa comunicar sim o consumidor e não da 
empresa. 
Diante disso, cave em face da alínea “a”, pois diz o seguinte: 
Na  alínea  “a” do inciso  III  do  art.  105  da  Constituição  prevê-se 
o  cabimento  de  recurso especial  quando  a  decisão recorrida contrariar tratado ou 
lei federal ou negar-lhe vigência. ... Independentemente disso, é certo que “contrariar” tratado 
ou lei federal significa aplicar a norma de maneira incorreta. 
Portanto, o acórdão violou a lei federal acima mencionada. 
  
III – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA OU INVALIDAÇÃO DA DECISÃO 
RECORRIDA. 
Tem-se que o pleito dos recorrentes encontra substancial amparo em nossa  Carta 
Magna, conforme dispõe o artigo 105, inciso III, da Constituição Federal Brasileira: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
(...) 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
Consubstanciando ainda mais nesse sentido, o artigo 1.029 e seguintes, do Código de 
Processo Civil, estabelece as disposições gerais para seu procedimento: 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na  Constituição 
Federal  , serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições 
distintas que conterão: 
I - a exposição do fato e do direito; 
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. 
Isto posto, à luz do artigo 105, III, alínea a, da CF e, também, artigo 1029, II, do novo CPC, é 
cabível o presente  Recurso Especial para alcançar o fim desejado, qual seja: a 
reforma do acórdão. 
A dec i s ão aqu i a tacada ,  além de ter v io lado/negado v igência ao 
artigo 944 do Código Civil, violou claramente os princípios constitucionais implícitos da 
proporcionalidade e da razoabilidade, cujas maiores considerações serão analisadas mais à 
frente. 
Dessa forma, somente se pode concluir que a disciplina atinente à negativa de vigência 
à Lei supra apontada foi claramente analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, tendo 
sido, portanto, INEGAVELMENTE PREQUESTIONADA A MATÉRIA de conformidade 
plena e direta com as determinações normativas atinentes à espécie, devendo o presente 
Recurso Especial ser devidamente recebido e processado regularmente, com o consequente 
envio de suas razões ao Superior Tribunal de Justiça para a competente análise de mérito. 
Precisamos por meio deste Recurso Especial restabelecer o equilíbrio processual 
afirmado pelo Juízo de Primeira Instância, ao menos aproximadamente, pois, se o próprio 
Superior Tribunal de Justiça entende que valor superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) é 
sim justo em relação à finalidade de compensar o cidadão pela inclusão 
indevida do seu nome no rol de maus pagadores, NÃO PODERIA O TRIBUNAL 
ESTADUAL julgar com parâmetro extrema e claramente AQUÉM daquele 
traçado pela Terceira Instância... 
O raciocínio aqui é até mesmo lógico, diga-se de passagem... 
Trata-se, portanto, de uma questão de JUSTIÇA! 
Nem precisamos ir longe para deixar claro que A NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DO 
NOME DE UMA PESSOA QUE JAMAIS FOI INCLUSA NO ROL DE MAUS 
PAGADORES, fere a Dignidade da PessoaHumana, que é o ápice Normativo deste País, 
conforme previsão do artigo 1º, inciso III da CRFB/88. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10685354/artigo-105-da-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10684673/inciso-iii-do-artigo-105-da-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10684644/alinea-a-do-inciso-iii-do-artigo-105-da-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-federal-constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28887084/artigo-1029-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28887068/inciso-ii-do-artigo-1029-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
Vejamos o que nos ensina a já citada constitucionalista: 
A definição do princípio da dignidade da pessoa humana é um dos mais fáceis de ser 
compreendido, mas, sem dúvida, um dos mais difíceis de ser conceituado. Talvez por ser o 
mais carregado de sentimentos. Como unidade mais fundamental de valor do sistema jurídico, 
esse princípio universal funciona como paradigma, fundamento, limite e desiderato de um 
ordenamento jurídico, de um Estado e de uma sociedade aos quais confere legitimidade. 
Apesar de difícil conceituação, podemos compreender que o conteúdo do princípio diz 
respeito ao atributo imanente a todo ser humano e que justifica o exercício da sua liberdade e 
a perfeita realização de seu direito à existência plena e saudável. 
Acreditamos que o importante princípio signifique  A ELEVAÇÃO DO SER 
HUMANO AO PATAMAR MAIS ALTO DAS CONSIDERAÇÕES, com a finalidade de 
i m p e d i r a s u a d e g r a d a ç ã o e a s u a r e d u ç ã o a u m m e r o o b j e t o d e 
manipulação. COMPREENDE A PROTEÇÃO E A PROMOÇÃO DAS CONDIÇÕES 
FUNDAMENTAIS PARA UMA VIDA ADEQUADA, O RESPEITO À IGUALDADE 
ENTRE OS INDIVÍDUOS, A GARANTIA DA INDEPENDÊNCIA E DE SUA 
AUTONOMIA E A COIBIÇÃO DE QUALQUER OBSTÁCULO QUE IMPEÇA O 
DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL DE SUA PERSONALIDADE.  (MARTINS, 
2009. P. 72) (grifos nossos) 
De tal princípio, hoje conhecido como um verdadeiro “coringa” em nosso 
ordenamento jurídico, denotam outros tantos que deveriam ter sido considerados pela Turma 
Julgadora do TJSP, tais como a ISONOMIA, a INVIOLABILIDADE DE DIREITOS DA 
PERSONALIDADE – HONRA, EMOCIONAL, etc., todos insculpidos na  Carta 
Magna Pátria. 
Dessa maneira, extraindo-se do conceito acima a elevação do ser humano ao patamar 
mais  ALTO DAS CONSIDERAÇÕES, jamais poderia ter o Juízo  ad quem  ter proferido 
decisão decretando a minoração do quantum indenizatório em favor da Recorrida, que, à luz do 
princípio da RAZOABILIDADE, tratou-se de verdadeira decisão TERATOLÓGICA, como 
dito alhures. 
Nesse sentido, após o cometimento do frio ato ilícito por parte da 
Requerente, fica clarividente que a quantia a título de punição no valor de 
R$10.000,00 (dez mil reais) nada mais é do que JUSTA, à favor do Recorrido, 
considerando as particularidades do caso, as condições socioeconômicas das 
partes e O FERIMENTO MORAL EXPERIMENTADO PELO RECORRENTE. 
VI – DO PEDIDO 
  
  
Diante de todo o exposto, a Recorrente requer que esse EGRÉGIO TRIBUNAL e 
COLENDA TURMA, por intermédio de seus ínclitos Ministros, conheça e dê provimento 
ao presente RECURSO ESPECIAL, para o fim de reformar o V. Acórdão, em decorrência 
da necessidade do recorrido ser condenado ao pagamento de 20% sobre o valor da causa (V.C.: 
10 mil reais) a título de honorários advocatícios, acrescido das respectivas custas processuais  
  
Desse modo, com o provimento do presente recurso, pretende-se que seja revogado, por 
ser medida de direito. 
  
  
Termos em que, 
pede deferimento. 
  
São Paulo, XX de setembro de 2021.  
XXXXX XXXXX 
OAB/SP XXX.XXX 
http://XXX.XXX

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