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ESPELHO_CORRECAO_S6

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Seção 6 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
A peça processual a ser apresentada, no caso, é o Recurso Especial, com base no artigo 
105, inciso III, alínea a), da Constituição Federal, c/c art. 1.029 e seguintes, do Código 
de Processo Civil, pois os dispositivos indicados como violados no acórdão e nos 
Embargos de Declaração interpostos foram os dispositivos relacionados com negativa 
de vigência na decisão pertencem ao Código de Processo Civil, mais precisamente, o 
artigo 85, parágrafos 11 e 14, do Código de Processo Civil, que é lei federal, sendo, 
pois, cabível o Recurso Especial. Foram também indicados os artigos 944 e 945, do 
Código Civil e parágrafo único, do art. 86, do CPC/2015, mas esses não serão objeto do 
recurso especial, em vista do disposto na súmula 7, do Superior Tribunal, como será 
abordado adiante. Como não houve nenhuma ofensa direta à Constituição Federal, 
não era cabível o Recurso Extraordinário. 
 
A peça processual deve ser elaborada no prazo de 15 (quinze) dias úteis, conforme o 
disposto no art. 1.003, parágrafo 5, do Código de Processo Civil de 2.015. Ressalve-se 
que a publicação do acórdão ocorreu em 18 de dezembro de 2.018. Considerando o 
recesso entre os dias 20/12/2018 e 06/01/2019, conclui-se que o prazo processual 
vence em 24/01/2019. 
A peça de recurso especial deve ser elaborada em duas partes, que são apresentadas 
simultaneamente. A primeira parte deve ser direcionada ao juízo a quo, enquanto que 
a segunda parte é voltada para o Superior Tribunal Superior. Não obstante, as peças 
deverão são apresentadas simultaneamente no mesmo recurso. 
 
 
Seção 6 
RECURSO ÀS INSTÂNCIAS 
EXTRAORDINÁRIAS 
Na prática! 
 
 3 
 
A peça processual deve ser direcionada ao Presidente do Tribunal de Justiça de São 
Paulo/SP, por expressa disposição dos artigos 1.029, do Código de Processo Civil c/c 
art. 256, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo. 
 
Deve ser mencionado o número do processo e a Câmara Cível prolatora do Acórdão, 
com o objetivo de facilitar o direcionamento de juntada da petição, especialmente, se 
os autos forem físicos. 
 
Em seguida, deve ser comunicada a interposição do Recurso Especial, com base na 
alínea a), do art. 105, inciso III, da Constituição Federal, comunicando ainda a juntada 
dos comprovantes de pagamento de custas processuais (Relativas ao TJSP e do 
Superior Tribunal de Justiça) relativas ao recurso. Se houver, deve também ser 
informada a juntada do comprovante de pagamento do porte de retorno. 
Deve também ser inserido o nome e assinatura do advogado e a sua OAB, lembrando 
que nos Exames de Ordem não pode haver identificação, sob pena de invalidação da 
prova! 
 
No início da peça recursal, deve ser ressaltada a tempestividade do recurso, indicando 
ter o acórdão sido publicado no Diário Oficial do dia 18/12/2018, terça feira. Deve-se 
também indicar o disposto na lei complementar 5.010/1966, Lei Complementar de 
Organização da Justiça Federal, que prevê recesso entre os dias 20 de dezembro a 06 
de janeiro, bem como o disposto na Resolução nº 8, do conselho Nacional de Justiça 
(disponível em: Resolução 8/2005 CNJ), também utilizado nos Tribunais Regionais 
Estaduais por força de Resoluções, que são editadas anualmente. No TJSP, em 2.017, 
a Resolução que determinou a suspensão foi o Comunicado Conjunto 2340/2016. 
Portanto, deve-se mencionar como prazo final o dia 24/01/2019. 
 
Na exposição de fatos e do direito, o aluno deve mencionar todas as principais 
ocorrências do processo, destacando as decisões proferidas no processo, 
especialmente aquelas que possuem impacto para o recurso especial. Devem ser 
http://www.cnj.jus.br/images/stories/docs_cnj/resolucao/rescnj_08.pdf
 
 4 
comunicados os recursos interpostos, com o objetivo de indicar o esgotamento das 
instâncias ordinários e os resultados dos recursos. Sugere-se a descrição das partes 
dispositivas dos recursos, como forma de concatenar a evolução do processo até a fase 
da instância extraordinária. No caso concreto, as decisões dizem respeito à sentença, 
decisão dos embargos de declaração, acórdão da apelação e acórdão dos embargos 
declaratórios, com os recursos interpostos. Importante aqui demonstrar qual a 
matéria de direito que será objeto do recurso. Deve-se, também, destacar a sua 
tempestividade. 
 
Deve ser inserido um tópico denominado:DO CABIMENTO DO RECURSO, indicando o 
preenchimento dos pressupostos específicos do recurso, quais sejam: matéria jurídica 
de direito, o prequestionamento e o esgotamento das instâncias ordinárias. Quanto 
ao primeiro, deve-se enfatizar que o objetivo do recurso é a análise de negativa de 
vigência aos artigos 85, parágrafos 11 e 14, do Código de Processo Civil, sem 
necessidade de análise de provas, mencionando a súmula 7, do Superior Tribunal de 
Justiça. Portanto, é importante identificar a hipótese recursal de negativa de vigência 
de lei federal. Quanto ao prquestionamento, deve-se enfatizar que houve a 
interposição dos Embargos de Declaração, para que a turma se manifestasse à luz dos 
dispositivos tidos como violados. Contudo, houve rejeição dos Embargos de 
Declaração. O prquestionamento deve ser considerado como realizado, em virtude do 
disposto no art. 1.025, do Código de Processo Civil. Por fim, o esgotamento das 
instâncias ordinárias deve ser mencionado, indicando assim que todos os recursos 
ordinários possíveis foram interpostos. 
 
Na parte das razões para o pedido de reforma da decisão, devem ser lançados tópicos 
específicos, a saber: 
 
 DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 85, PARÁGRAFO 14, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL. Na demonstração de negativa de vigência ao art. 85, parágrafo quatorze, você 
deverá indicar o dispositivo legal, a interpretação da impossibilidade de compensação 
dos honorários advocatícios determinada na decisão, tendo em vista que o dispositivo 
legal é expresso no sentido de ser vedada a compensação de honorários de advogado, 
por se tratar de direito autônomo no caso de sucumbência parcial, deveria ter sido 
 
 5 
aplicado, para aumentar a verba sucumbencial, o que não foi respeitado pelo juízo. 
Deve ser demonstrada a correta interpretação do dispositivo em confronto com a 
decisão, concluindo por sua aplicabilidade no caso concreto. 
 
 
 DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 85, PARÁGRAFO 11, do CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL DE 2015. Nesse tópico, deve ser demonstrado o teor do dispositivo, 
confrontando a sua aplicabilidade com a decisão, no sentido de majorar a verba 
honorária em sede recursal. Tal dispositivo não foi aplicado pelo juízo de segundo grau, 
mas pode ser aplicado pelo Superior Tribunal de Justiça, por se tratar de matéria de 
direito. 
 
No caso em exame, como se trata de questão relacionada apenas à sucumbência, não 
há necessidade de requerimento de efeito suspensivo. 
 
Por fim, no requerimento, deve ser pedida a intimação da parte Recorrida para, se 
quiser, apresentar suas contrarrazões ao Recurso Especial, no prazo legal. 
 
Nos pedidos, deve ser requerida a admissão e o provimento do Recurso Especial, de 
modo a reconhecer a negativa de vigência ao art. 85, parágrafos 11 e 14, do Código de 
Processo Civil, para reformar a decisão, no sentido de reconhecer a impossibilidade de 
compensação dos honorários advocatícios e também a necessidade de majoração da 
verba honorária, em virtude do resultado do Recurso de Apelação. 
 
Deve-se inserir a data de elaboração do recurso, nome, assinatura e número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
Por fim, com o intuito de esclarecer, cumpre chamar a atenção para dois aspectos que 
não deveriam ser inseridos no Recurso Especial: 
 
 6 
DA IMPOSSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 86, 
PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC/2015. 
Embora tenha constado nos Embargos de Declaração, é importante ressaltar o 
entendimento do Superior Tribunal de Justiça com relação à matéria. Para aquele 
Tribunal,a análise quanto à distribuição da sucumbência em segundo grau depende 
de reanálise dos fatos e das provas, o que é vedado na instância excepcional. 
 
Segue abaixo um julgado 
“AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. RECUSA. DANO 
MORAL. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. SÚMULA 
Nº 7/STJ. 
1. Rever a conclusão do julgado quanto à ocorrência de dano moral no caso de recusa 
de medicamento demandaria o reexame do contexto fático-probatório, 
procedimento vedado na estreita via do recurso 
especial, a teor da Súmula nº 7/STJ. 
2. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência firme no sentido de não ser 
possível a revisão do quantitativo em que autor e ré decaíram do pedido, para fins 
de aferir a sucumbência recíproca ou mínima, por implicar reexame de matéria 
fático-probatória. Incidência da Súmula n° 7/STJ. 
3. A necessidade do reexame da matéria fática impede a admissão do recurso 
especial tanto pela alínea "a" quanto pela alínea "c" do permissivo constitucional. 
4. Agravo interno não provido. (STJ, AInt no RESP n. 1595415/SP. Rel. Min. Ricardo 
Vilas Boas Cueva, j. 8/8/2017).” 
 
 IMPOSSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE VIGÊNCIA AOS ARTS. 944 E 945, 
DO CÓDIGO CIVIL – NECESSIDADE DE ANÁLISE DA MATÉRIA PROBATÓRIA E FÁTICA – 
SÚMULA 7 DO STJ. 
Quanto à eventual alegação de ofensa aos artigos 944 e 945 do Código Civil, com 
relação à distribuição da culpa, esta não pode ser apreciada em sede de Recurso 
Especial, pois a sua análise implicaria em reapreciação de provas, o que é vedado pela 
instância extraordinária. 
 
 
 7 
 
 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO. 
 
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. 
 
Autos do processo nº........ 
 
VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos do RECURSO DE APELAÇÃO 
interposto nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PERDAS 
E DANOS, inconformada com a decisão proferida no recuso vem, respeitosamente, por 
seu procurador infra-assinado, interpor o presente RECURSO ESPECIAL, com base nos 
artigos 1.029, do CPC/2015 e art. 105, inciso III, alínea a), da Constituição Federal, 
requerendo a sua admissão e remessa à instância superior, após serem observadas as 
formalidades legais. 
 
Requer a juntada dos comprovantes de pagamento das custas recursais, nos moldes 
do art. 1.007, do CPC/2015. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 
São Paulo, 24/01/2019. 
 
 
NOME, ASSINATURA E INSCRIÇÃO NA OAB. 
 
 
Questão de ordem! 
 
 8 
RECORRENTE: VIAÇÃO METEORO LTDA. 
RECORRIDA: CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA-ME 
 
 
Autos do processo nº...... 
 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 
 
 
DA TEMPESTIVIDADE 
 
A r. decisão que rejeitou os Embargos de Declaração interpostos no Tribunal de 
Justiça foi publicada no Diário Oficial no dia 18/12/2016. Considerando o disposto 
na Resolução 8/2005 do Conselho Nacional de Justiça c/c Lei. 
 
 
 
DOS FATOS 
 
A Recorrida ajuizou a presente ação de indenização aduzindo, em síntese que, em 
11/02/2017, o veículo da ora Recorrente teria causado danos no veículo de 
propriedade da Autora em virtude de acidente de trânsito. Ao final, a Recorrida pediu 
o valor de R$ 35.000,00, referente ao conserto do veículo, além de danos emergentes 
representados pelo valor 10.000,00, relativos ao valor do prejuízo sofrido com 
fornecedores e locador do imóvel, além de R$ 30.000,00, referentes aos lucros 
cessantes da empresa pela paralisação da atividade. 
 
 9 
 
Encerrada a instrução, o r. juízo julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais, 
para condenar a ré ao pagamento do percentual de 60% do valor dos reparos do 
veículo e dos lucros cessantes, e também parcialmente procedente a Reconvenção, 
para condenar a ora Recorrida ao pagamento da quantia correspondente a 40% do 
valor dos reparos requeridos em sede de reconvenção. 
 
A ora Recorrente interpôs Embargos de Declaração, ante a ocorrência de omissão e 
contradição. O juízo acolheu parcialmente os Embargos de Declaração, para julgar 
procedente a denunciação da lide, bem como para redistribuir a condenação, de modo 
a harmonizar com a parte de fundamentação e a dispositiva, condenando assim a ora 
Recorrente ao pagamento da quantia correspondente a 40% do valor da indenização 
pelo conserto do veículo da autora e lucros cessantes, condenando ainda a ora 
Recorrida ao pagamento do montante correspondente a 60% do valor do conserto do 
veículo da Recorrente. Não obstante, não reconheceu contradição relacionada`a 
distribuição dos ônus sucumbenciais, bem como da distribuição da culpa divergente 
das provas existentes nos autos. 
 
Irresignada com a decisão, a Recorrente interpôs Recurso de Apelação junto ao Egrégio 
Tribunal de Justiça de São Paulo buscando, preliminarmente, a decisão quanto à 
impugnação ao valor da causa e, no mérito recursal, a reforma da decisão com relação 
à impugnação ao valor da à distribuição da condenação, bem como em relação à 
distribuição das custas processuais e de honorários sucumbenciais. 
 
O Tribunal de Justiça deu provimento parcial ao Apelo, aos fundamentos resumidos 
na ementa: 
 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DANOS EMERGENTES. PRELIMINAR. 
ACOLHIMENTO PARA JULGAMENTO IMEDIATO. INTELIGÊNCIA DO ART. 1.009, 
PARÁGRAFO 3, DO CPC/2.015. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CULPA CONCORRENTE, COM 
PREPONDERÂNCIA DA EMPRESA AUTORA/RECONVINDA. REDISTRIBUIÇÃO DAS 
 
 10 
CONDENAÇÕES E DA SUCUMBÊNCIA. COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS. APLICAÇÃO 
DA SÚMULA 306 DO STJ. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
1- Considerando o disposto no art. 1.013, PARÁGRAFO 3, INCISO III, o Tribunal pode 
julgar questões não decididas em primeira instância. Estando o valor da causa em 
desacordo com o art. 292, inciso V, do CPC. 
2- As provas nos autos indicam que a culpa preponderante no acidente de trânsito 
foi do veículo da Autora, motivo pelo qual deve haver a redistribuição da 
responsabilidade civil pelo acidente para 80% para a Autora/Reconvinda e 20% para 
a Ré/Reconvinte. Inteligência dos arts. 944 e 945 do Código Civil Brasileiro. 
3- Considerando que o Superior Tribunal de Justiça não revogou o disposto na Súmula 
306, os Tribunais de Justiça devem respeitá-la, motivo pelo qual devem os honorários 
de advogado ser compensados. 
Recurso Parcialmente provido. 
 
APELAÇÃO DA AUTORA: 
 
4- Partindo do pressuposto de que o recurso da Ré/Reconvinte foi provido 
parcialmente, para alterar a distribuição da responsabilidade civil sobre o evento, 
resta prejudicado o apelo, negando-se provimento ao recurso. 
5- Deve ser mantida a improcedência do pedido com relação ao pagamento dos 
danos sofridos com fornecedores e locador, pois constituir-se-ia em um bis in idem 
com os lucros cessantes. 
 
Segue a parte dispositiva do acórdão: 
 
Face ao exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso de Apelação, para reformar 
a decisão de 1 grau, no sentido de, preliminarmente, acolher a impugnação ao valor 
da causa, para adequar o montante do valor da causa para 75.000,00 (setenta e cinco 
mil reais) devendo a Autora ser condenada ao pagamento das custas processuais 
complementares. No mérito Recursal, DOU PROVIMENTO PARCIAL redistribuir a 
 
 11 
responsabilidade pelo acidente de trânsito noticiado nos autos, condenando a 
Autora/Reconvinda ao pagamento do montante de R$ 17.600,00 (dezessete mil e 
seiscentos reais) correspondente a 80% do valor pleiteado na reconvenção, e a 
Ré/Reconvinte condenada no pagamento do montante de R$ 13.000,00, sendo R$ 
7.000,00 relativos aos danos materiais com o conserto do veículo e R$ 6.000,00 (seis 
mil reais), referentes aos lucros cessantes, correspondentes a 20% do valor pleiteado 
na reconvenção. As custas e honorários, fixadas em 1º grau, devem ser distribuídas na 
mesma proporção da vitória e derrota das partes, devendo os honorários de 
sucumbência serem compensados, nos moldes da súmula 306, do STJ, posto que não 
foi revogada por aquele Colendo Tribunal.A decisão foi publicada em 26 de novembro de 2.018. 
 
A Recorrente interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, para 
manifestação sobre a negativa de vigência aos artigos 85, parágrafos 11 e 14, bem 
como ao art. 86, parágrafo único, do CPC/2015. 
 
Contudo, os Embargos Declaratórios foram rejeitados, aos fundamentos resumidos 
na ementa transcrita abaixo: 
 
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÕES – MERO INCONFORMISMO 
DA PARTE. O Tribunal não é obrigado a responder a todos os fundamentos alegados 
pelas partes, especialmente, quando as questões foram todas decididas no julgado. 
Embargos de Declaração Improvidos.” 
 
Portanto, são essas as decisões a que se pretende recorrer. 
 
 
 
 
 12 
 
 DA DEMONSTRAÇÃO DE CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL 
 
 
 
 O Recurso Especial consiste em instância extraordinária, destinada a analisar a 
ofensa de dispositivos de lei federal ofendidos pelas instâncias inferiores, bem como 
para analisar dissídios jurisprudenciais dos tribunais da federação em matérias de 
direito. 
 
 O presente Recurso Especial não se presta a analisar questões fáticas de prova 
ou de interpretação contratual, vedadas pelas súmulas 5 e 7 do STJ, mas sim provocar 
uma reflexão acerca da negativa de vigência aos artigos 85, parágrafos 11 e 14, do 
Código de Processo Civil de 2.015. 
 
 Ressalte-se, por oportuno, que todas as matérias expostas no Recurso Especial 
foram ventiladas nas instâncias ordinárias, com expressa abordagem sobre todos os 
temas mencionados. Ressalve-se que houve pedido de manifestação em relação aos 
referidos dispositivos quando da interposição dos Embargos de Declaração. Embora 
rejeitados pelo juízo a quo, a teor do art. 1.015, do CPC/2015, restou preenchido o 
requisito do prquestionamento. 
 
 O requisito de esgotamento das instâncias ordinárias também foi devidamente 
cumprido, pois todos os recursos cabíveis na instância ordinária foram interpostos de 
forma tempestiva. 
 
 Portanto, ante o preenchimento das condições constitucionais e processuais, 
conclui-se que o Recurso Especial deve ser admitido e provido nos moldes abaixo. 
 
 
 
 
 
 13 
DAS RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO 
 
DA OFENSA AO ART. 85, PARÁGRAFO 14, DO CPC/2015. 
 
 
Observa-se que a Recorrente arguiu no seu recurso de apelação, ofensa ao art. 
85, parágrafo 14, do Código de Processo Civil, tendo em vista que não poderia a turma 
julgadora entender pela necessidade de compensação dos honorários advocatícios, 
amparado no disposto na súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça. O Egrégio 
Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento com relação a esse tópico, ao 
fundamento de ausência de cancelamento da referida súmula. 
 
Ocorre que o entendimento manifestado pelo Egrégio TJSP encontra-se 
equivocado, notadamente em razão de que, no momento em que foi sentenciado, já 
estava em vigor o Código de Processo Civil de 2.015, que dispõe no art. 85, parágrafo 
11: 
 
 
“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao 
advogado do vencedor. 
 (...) 
 
“§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm 
natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos 
oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial.” 
 
 
 
 14 
 
Sobre o referido dispositivo, pondera DANIEL ASSUMPÇÃO NEVES: “a 
compensação é uma das formas de extinção da obrigação, regulada pelos nos arts. 
368 a 380 do Código Civil, consubstanciada num desconto de um débito a outro ou 
numa operação de mútua quitação entre credores recíprocos. (...) Sempre lamentei 
profundamente o entendimento consagrado por desrespeitar de forma direta e 
inadmissível a própria essência da compensação. Segundo o art. 368 do Código Civil 
só haverá compensação se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor 
uma da outra, sendo tal exigência pacificada na doutrina e jurisprudência (....) Os 
advogados que participaram do processo são os credores na hipótese de 
sucumbência recíproca, sendo devedores a parte contrária. Há, portanto, diferença 
entre os credores e devedores, o que deveria ser o suficiente para inviabilizar a 
satisfação de obrigações de pagar quantia certa na hipótese ora analisada.” (NEVES, 
Daniel Amorim Assumpção. Novo CPC Comentado. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2.017, 
pg. 160). 
 
Pelas lições doutrinárias, demonstrou-se que o dispositivo do CPC de 2015 veio 
para superar o entendimento da Súmula 306, do STJ, que não deve mais ser aplicada, 
pois contraria texto de lei. 
 
Nesse ponto, foi incorreta a interpretação dada pelo Tribunal de Justiça de São 
Paulo, pois não deveria ser desprezada a norma vigente no momento da prolação da 
decisão, em razão de uma súmula. 
 
O dispositivo legal, resultado da votação nas duas casas do Congresso 
Nacional, deve prevalecer em detrimento de um entendimento do Tribunal Superior, 
exarado antes da alteração da lei. 
 
 
Isto posto, conclui-se que a deve prevalecer a redação do art. 85, parágrafo 14, 
do Código de Processo. 
 
 15 
 
Assim, deve ser provido o recurso, para, reconhecendo a negativa de vigência 
ao referido dispositivo, ser reformada a decisão, determinando assim a vedação da 
compensação de honorários. 
 
 
 
 NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO PARÁGRAFO 11, DO ART. 85 DO CPC/2015. 
 
 Observa-se que, após o julgamento do Recurso de Apelação, a turma decidiu 
pela condenação dos honorários em 10% sobre o proveito econômico obtido na ação, 
deixando, contudo, de se manifestar sobre eventual majoração de honorários. 
 
 A Recorrente alegou omissão na decisão, com relação ao pedido de majoração dos 
honorários de sucumbência. 
 
Contudo, a turma julgadora rejeitou os Embargos de Declaração, suscitando ser 
a peça recursal mero inconformismo, omitindo-se com relação à aplicabilidade do 
dispositivo expresso no CPC, que ressalta a necessidade de majoração dos honorários 
de sucumbência quando há recurso de apelação. 
 
 Nesse diapasão, dispõe o art. 85, parágrafo onze, do CPC/2015: 
 
“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao 
advogado do vencedor. 
 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários 
fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional 
 
 16 
realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o 
disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo 
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do 
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 
2o e 3o para a fase de conhecimento.” 
 
Sobre o referido dispositivo, disserta Celso Amorim Assumpção Neves: 
 
“Não resta dúvida de que a nova regra é justa porque remunera um trabalho do 
advogado que ainda está por vir e que, por tal razão, não poderia ser considerado 
pelo juiz que proferiu a decisão recorrida. Não se duvida que um processo no qual a 
sentença transitada em julgado por ausência de interposição de apelação dá muito 
menos trabalho do que aquele que chega até os tribunais superiores, em razão da 
sucessiva interposição de recursos. (...) 
 
“Há, entretanto, outra razão de ser do dispositivo legal. A norma servirá como 
desestímulo à interposição de recursos, que no Novo Código de Processo Civil 
passarão a ficar mais caros para a parte sucumbente.” 
 
Quanto ao cabimento do recurso especial para tal fim, o mesmo autor ressalta que 
“Quando os honorários forem fixados em julgamentos de segundo grau de jurisdição, 
ainda será cabível o recurso especial para impugnar essa matéria....” ((NEVES, Daniel 
Amorim Assumpção. Novo CPC Comentado. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2.017, pg. 
156/157) 
 
Assim, considerando que o Tribunal deixou de considerar tal situação, conclui-se que 
foi violado o referido dispositivo, motivo pelo qual deve o Superior Tribunal de Justiça 
aplicar a lei, para reformar a decisão, determinando assim a majoração dos honorários 
de sucumbência, até o percentual máximo permitido. 
 
 
 17 
 
 DO REQUERIMENTO 
 
Isto posto,requer a V. Exª que se digne determinar a intimação do Recorrido para, se 
quiser, apresentar as suas contrarrazões, nos termos do art. 1.030, do CPC/2015. 
 
 DOS PEDIDOS 
 
 
Isto posto, requer seja o presente Recurso Especial admitido e provido, para 
reconhecer a negativa de vigência ao artigo 85, parágrafos 11 e 14, para reformar a 
decisão, determinando assim a ausência de compensação dos honorários de 
sucumbência, bem como da majoração da verba honorária concedida no tribunal a 
quo. 
 
Termos em que pede e espera deferimento. 
 
São Paulo, 24 de janeiro de 2.019. 
 
P/p. Nome do Advogado 
 OAB 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
1 Quais são as principais novidades com relação ao Recurso Especial e o 
Extraordinário no Novo Código de Processo Civil? 
 
O Novo CPC trouxe várias modificações em relação aos recursos em geral que, como 
não poderia deixar de ser, também impactou os Recursos aos Tribunais Superiores. 
 
Entre as novidades, foram flexibilizados os pressupostos formais do recurso, tais 
como o pagamento de custas, ausência de assinatura, entre outros. Por outro lado, foi 
criada uma fungibilidade entre recursos dos tribunais superiores, bem como uma 
flexibilização com relação aos procedimentos. Todas essas mudanças foram criadas 
com o objetivo de priorizar a decisão de mérito. Foi também simplificado o 
pressuposto de prequestionamento, pois considerou-se como um prequestionamento 
implícito as matérias alegadas em Embargos de Declaração, ainda que não apreciadas 
pelo tribunal a quo. 
 
2 Quais os pressupostos específicos você deve observar no momento de decidir 
pela interposição de um Recurso aos tribunais superiores? 
No caso do recurso especial, você deve analisar o preenchimento dos pressupostos 
específicos. No caso do Recurso Especial, deve-se verificar a questão da matéria de 
direito, do prequestionamento e esgotamento das instâncias ordinárias. Quanto à 
matéria de direito, é importantíssimo analisar se o seu questionamento diz respeito à 
matéria fática ou à análise de cláusula contratual. Pelo teor das súmulas 5 e 7, não há 
como se reapreciar provas ou cláusulas contratuais na instância extraordinária. 
Portanto, caso você tenha assumido a demanda desde o início, é importante que você, 
desde as instâncias inferiores, já apresente os dispositivos que entender aplicáveis 
para forçar a apreciação das instâncias inferiores sobre matérias de direito, que, 
naturalmente, poderão ser utilizadas posteriormente em um Recurso Especial ou 
extraordinário. No caso do recurso extraordinário, há ainda o aspecto da repercussão 
geral, que deve trazer alguma situação relevante para a sociedade. 
 
 
Resolução comentada 
 
 19 
3 Você entende que houve flexibilização em relação aos pressupostos de 
interposição dos Recursos? Quais? 
Entendemos que sim. Os principais aspectos para os Recursos Especial ou 
extraordinário são os seguintes: 
- Requisitos formais que sejam passíveis de reparação poderão ser superados, 
mediante intimação das partes para saná-los. Como exemplos, podemos citar a 
ausência de pagamento de custas, ausência de assinatura do advogado, equívocos no 
preenchimento de guias de custas entre outros. Em outros tempos, tais situações 
faziam parte da jurisprudência defensiva dos Tribunais Superiores para negar 
seguimento a recursos. 
- O prequestionamento implícito, descrito no art. 1.025 do CPC/2015, contorna 
também uma questão que era utilizada constantemente como motivo para a 
inadmissão do recurso. 
- Outra questão que também foi objeto de profunda modificação, diz respeito à 
possibilidade de se conhecer do Recurso Extraordinário se houver questão 
constitucional alegada no Recurso Especial como fundamento autônomo ou questão 
de lei federal alegada em Recurso Extraordinário. Conforme os novos dispositivos, um 
tribunal poderá dar à parte contrária a oportunidade de contrarrazões e remeter ao 
outro, para apreciação. 
 
4 Diante da sistematização do Código de Processo Civil de 2.015, você entende 
que algumas súmulas que dizem respeito aos pressupostos de admissibilidade 
dos Recursos Superiores deverão ser revogadas ou alteradas? Quais? 
Acreditamos que algumas súmulas sofrerão revisão ou revogação, pois, com as novas 
disposições legais, não há mais razão de ser. 
 
Como exemplos, podemos citar as súmulas 211 do STJ e 356, do STF, que dizem 
respeito ao prequestionamento, serão modificadas ou canceladas, ante a inserção do 
prequestionamento implícito, descrito no art. 1.025 do CPC/2015. 
A súmula 418 do STJ também deve ser revogada conforme enunciado 23, do Fórum 
Permanente de Especialistas, em razão do disposto no art. 1024, parágrafo 5 do CPC, 
com relação à interposição de recurso especial antes da publicação do acórdão dos 
Embargos de Declaração sem posterior ratificação. 
 
 
 20 
A Súmula 216 do STJ também deverá ser revogada, em vista do disposto no enunciado 
nº 96 do Fórum Permanentes de Processualistas, em virtude do disposto no art. 1003, 
parágrafo 4, que prioriza como como data de protocolo de recurso especial a de 
postagem no correio, e não a data de registro no protocolo da secretaria. 
As súmulas 126 do STJ e 283 do STF podem também sofrer alterações quanto à questão 
de possuir um fundamento constitucional e outro infraconstitucional, se não houver 
interposição do recurso relacionado à questão, pode sofrer alterações pela 
fungibilidade dos recursos previstos nos arts. 1032 e 1033, do CPC/2015. 
 
Outra súmula que deve sofrer modificação é a 320 do Superior Tribunal de Justiça, 
pois, nos moldes do art. 941, parágrafos 13 e 15, do CPC/2015, a questão federal 
ventilada em voto vencido passa a atender o requisito de prequestionamento. Essa 
questão consta no enunciado de nº 200 do fórum nacional de processualistas civis. 
 
A Súmula 215 do STJ, que diz respeito à deserção do recurso especial por ausência de 
recolhimento na instância de origem, por força do art. 1.007, parágrafos 2 e 4, que 
admitem o recolhimento em dobro ou complementação de custas. 
 
5- No caso concreto, quais seriam os argumentos que você entende que devem ser 
utilizados no Recurso Especial? 
 
No caso concreto, verificamos que as únicas duas questões que são eminentemente 
de direito dizem respeito à situação de compensação de honorários e também à 
questão envolvendo a majoração de honorários de sucumbência. As demais questões, 
tais como a de distribuição de honorários e da indenização arbitrada dependem da 
reanálise de prova, sendo, pois, vedadas pela súmula 7 do STJ.

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