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Legítima defesa e sua repercussão no cotidiano

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FACULDADE DE DIREITO 
DIREITO PENAL II 
PROF. DR. ÂNGELO ROBERTO ILHA DA SILVA 
AVALIAÇÃO 
Nome: Micaela Campos Severo Matrícula: 00324575 
 
 Legítima defesa e sua repercussão no cotidiano 
 
Um dos tópicos fundamentais estudado na cadeira de Direito Penal II é o 
conceito de ilicitude e suas cláusulas de exclusão. À luz deste tema, farei uma 
reflexão acerca da aplicação prática desse conceito na vida das pessoas e sua 
importância no Direito. O conhecimento jurídico é melhor internalizado quando é 
facilmente compreendido por meio de exemplos, à vista disso, analisarei as 
implicações no dia a dia de uma das cláusulas de exclusão de ilicitude – a legítima 
defesa. Ademais, esse breve recorte é importante para entender um pouco mais 
sobre esse dispositivo estudado no Direito Penal, mas que tem repercussão em 
todo o sistema jurídico. 
A Ilicitude pode ser classificada em formal e material. A Ilicitude formal 
consiste na relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico, 
parâmetro normativo. A Ilicitude material, por sua vez, procura verificar a questão 
do conteúdo do crime. Dessa forma, essa consiste na ofensa, lesão ou exposição 
a perigo de bens jurídicos. Outrossim, o ordenamento jurídico brasileiro prevê 
situações em que se aplica a ausência de Ilicitude; ou seja, justificantes, cláusulas 
excludentes de Ilicitude. Há requisitos para aplicação dessas cláusulas previsto no 
Código Penal, artigo 23: "Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado 
de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal 
ou no exercício regular de direito.". Além disso, há também uma cláusula supralegal 
que é o consentimento do titular do bem jurídico. 
A legítima defesa é a utilização moderada dos meios necessários para repelir 
injusta agressão atual ou iminente a direito próprio ou de outra pessoa. Este 
instituto fundamenta-se na tutela do bem jurídico e também do próprio 
ordenamento. A sua aplicação não ocorre de maneira indiscriminada, há crimes 
que não são compatíveis, a exemplo os crimes sexuais. A agressão injusta é 
concebida como aquela fora do âmbito do direito. Logo, a pessoa injustamente 
agredida poderá reagir. Possibilita a defesa a uma agressão atual, que ocorre no 
presente, assim como aquela que poderá ocorrer. Contudo, não se trata de 
qualquer tipo de reação empregada sem nenhum parâmetro, pressupõe a utilização 
de meios necessários, sem que aja excessos. 
Um exemplo de legítima defesa é quando a pessoa está em local público, 
percebe que ao redor começou uma briga – da qual não faz parte – e verifica que 
as pessoas da briga estão vindo em sua direção para agredir e, portanto, deve agir 
em sua legítima defesa diante de uma agressão injusta que está prestes a ocorrer. 
 
Em suma, a legítima defesa estabelecida em lei é um instituto que legalizou 
a defesa pessoal contra uma agressão atual ou iminente que seja extremamente 
injusta e que cuja conduta do agressor esteja tipificada em norma penal; bem como 
a conduta contrária do agredido, ou seja, da vítima que comete ato típico para 
repelir a injusta agressão suprindo a omissão do Estado em uma hora de enorme 
necessidade, sendo indiscutível a defesa do agredido que não poderia esperar até 
que a segurança pública pudesse socorrê-lo. A legítima defesa é um importante 
instrumento jurídico na vida das pessoas e no ordenamento jurídico. Pois ela é uma 
forma das pessoas se defenderem de maneira lícita. É imprescindível salientar que 
o Estado não tem condições de proteger os cidadãos em todos momentos e 
lugares, dessa forma, possibilita que se defendam quando não houver outro meio.

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