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Gestão-e-Tratamento-de-Resíduos-1-P-1

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1 
 
 
GESTÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS 
1 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação.Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo 
no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
PRINCÍPIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL .............................................................. 4 
O MEIO AMBIENTE E AS EMPRESAS ....................................................................... 5 
Empresas e contaminação ................................................................................................. 5 
Fatores externos que induzem respostas das empresas .................................................... 7 
1. O papel do Estado (a regulação formal) ....................................................................... 7 
A COMUNIDADE LOCAL (REGULAÇÃO INFORMAL) .......................................... 9 
O PAPEL DO MERCADO .............................................................................................. 9 
OS FORNECEDORES ................................................................................................... 10 
PASSIVO AMBIENTAL ............................................................................................... 10 
CLASSIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO ........................................................................ 14 
IMPORTÂNCIA DO PASSIVO AMBIENTAL NAS EMPRESAS ............................. 16 
AUDITORIA .................................................................................................................. 17 
EVOLUÇÃO .................................................................................................................. 18 
CONCEITOS E OBJETIVOS ........................................................................................ 19 
ORGANISMOS REGULADORES E NORMAS DE AUDITORIA ............................ 20 
CLASSES DE AUDITORIA ......................................................................................... 23 
AUDITORIA AMBIENTAL ......................................................................................... 24 
OBJETIVOS ................................................................................................................... 27 
FUNÇÕES E TIPOS DE AUDITORIA AMBIENTAL ................................................ 28 
AUDITORIAS ................................................................................................................ 30 
VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................................... 32 
PROCEDIMENTOS E ETAPAS ................................................................................... 34 
AUDITORIA COMPULSÓRIA .................................................................................... 37 
DIRETRIZES PARA AUDITORIA AMBIENTAL ...................................................... 40 
PERÍCIA ......................................................................................................................... 41 
3 
 
 
NOÇÕES BÁSICAS – PERÍCIA E PERITOS .............................................................. 42 
O PERITO ...................................................................................................................... 44 
RESPONSABILIDADES DO PERITO ......................................................................... 46 
ESCUSA DA PERÍCIA ................................................................................................. 47 
REQUISITO TÉCNICO ................................................................................................. 47 
NECESSIDADE DE 02 PERITOS ................................................................................ 47 
MÉTODOS E TÉCNICAS APLICADAS NAS PERÍCIAS .......................................... 48 
ETAPAS DA PERÍCIA AMBIENTAL ......................................................................... 48 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 50 
 
 
4 
 
 
ANTES DE LER SUA APOSTILA, ASSISTA AO VÍDEO CLICANDO NOS 
LINKS ABAIXO SOBRE GESTÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS 
https://www.youtube.com/watch?v=Zz4pQkv-FUk 
https://www.youtube.com/watch?v=4sW_YV-ljr8 
PRINCÍPIOS DA AUDITORIA AMBIENTAL 
Auditoria Ambiental é uma ferramenta que permite às empresas atingir e manter 
a eficácia da gestão ambiental em qualquer empresa por meio de um plano de ação 
completo e abrangente. Usando de perspicácia, os auditores conseguem apontar tanto as 
deficiências existentes como as futuras, prevenindo gastos mais elevados no futuro. 
Dentre os objetivos da auditoria ambiental podemos citar a detecção de 
vulnerabilidades ambientais em se tratando de conformidade, riscos, imagem e 
sustentabilidade, o que acontece por meio da observação em campo (qualitativa), 
levantamento de documentos, reuniões com equipe e elaboração de diagnóstico 
conclusivo da auditoria ambiental baseado nestas informações. 
As empresas que possuem em seu quadro uma equipe de auditores competentes e 
experientes ou que contratem este serviço de empresas especializadas contam com um 
excelente apoio para produzir um retrato fiel da realidade, que servirá de base para 
proceder a ações corretivas, estratégicas e preventivas em prol da saúde da organização. 
Neste momento, nosso foco será, então, a auditoria ambiental propriamente dita, 
o que passa necessariamente por saber classificar e mensurar o passivo ambiental. Não 
poderíamos nos furtar a pincelar a Perícia Ambiental, outra especialidade de grande 
interesse de organizações empresariais, órgãos públicos e sociedade de maneira geral. 
Perícia é definida como exame realizado por técnico, ou pessoa de comprovada 
aptidão e idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a 
estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles tenha relação 
ou dependência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o elemento que necessita a 
justiça para poder julgar (CUNHA; GUERRA, 2004). Observemos que sem uma perícia, 
dificilmente haverá punição, quer administrativa, criminal ou civilmente. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco 
às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de 
maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro 
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que 
5 
 
 
consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em 
vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que 
foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para 
sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. 
O MEIOAMBIENTE E AS EMPRESAS 
As empresas são as responsáveis principais pelo esgotamento e pelas alterações 
ocorridas nos recursos naturais, de onde obtêm os insumos que serão utilizados para 
obtenção de bens a serem utilizados pelas pessoas. Essa atividade de grande utilidade 
realizada pelas organizações, no entanto, nos últimos anos está quase ficando num 
segundo plano em função dos problemas ambientais causados pelas indústrias; estes 
problemas se tornam o aspecto mais visível, na maioria das vezes, de sua relação com o 
ambiente natural. No entanto, o papel de vilãs do meio ambiente que vêm desempenhando 
as empresas tem sua razão de ser, pois são poucas, proporcionalmente, aquelas que se 
preocupam e tornam mais eficientes ecologicamente os seus processos produtivos, como 
o demonstram os dados estatísticos mundiais e nacionais. E, mesmo quando o fazem, a 
iniciativa é tomada mais como uma resposta a uma exigência dos órgãos governamentais 
do que por assumirem uma postura de responsabilidade social ambiental. No entanto, o 
importante papel desempenhado por essas unidades produtivas é inegável e 
imprescindível, e somente com o avanço da adoção de Sistemas de Gestão por parte das 
empresas teremos uma perspectiva de rumarmos para um desenvolvimento minimamente 
sustentável (DIAS, 2009). 
Empresas e contaminação 
A contaminação do meio ambiente natural pelas indústrias teve início com a 
Revolução Industrial no século XIX, e dessa época em diante o problema teve um 
crescimento exponencial, provocando inúmeras catástrofes ambientais que tiveram 
enorme repercussão local, regional e global. 
Ocorre que nos processos industriais os recursos naturais são empregados como 
insumos que, devido a ineficiências internas dos processos, geram resíduos de todo tipo, 
os quais obviamente contaminam o meio ambiente. O processo, além de gerar problemas 
de contaminação que afetam a saúde humana, pode também provocar a escassez de 
6 
 
 
recursos naturais que são utilizados sem uma previsão da sua possibilidade de 
esgotamento. 
A utilização privada do meio ambiente, que é um recurso comum, foi discutida 
pelo biólogo Garrett Hardin no artigo “A tragédia dos bens comuns”, no qual indica o 
destino ao qual parece estar condenado qualquer recurso que tem sua propriedade 
compartilhada. 
Os problemas de contaminação do meio ambiente são manifestações que se 
encaixam perfeitamente no raciocínio, como apontou o próprio Hardin (1968 apud DIAS, 
2009). 
De maneira inversa, a tragédia dos recursos comuns reaparece nos problemas de 
contaminação. Aqui o assunto não é retirar algo dos recursos comuns, mas colocar algo 
dentro – drenagens ou refugos químicos, radioativos ou térmicos na água; gases nocivos 
ou perigosos no ar; anúncios ou sinais perturbadores e desagradáveis na paisagem. Os 
cálculos dos benefícios são muito semelhantes aos que foram mencionados antes. O 
homem razoável descobre que sua parte dos custos dos desperdícios que descarrega nos 
recursos comuns é muito menor que o custo de purificar seus desperdícios antes de 
desfazer-se deles. Já que isto é válido para todos, estamos aprisionados em um sistema de 
‘sujar nosso próprio ninho’, e assim prosseguiremos, embora atuemos unicamente como 
livres empresários, independentes e racionais. 
Quando se explora o meio ambiente, que é um bem comum, buscando o benefício 
privado, podem ser causados impactos ambientais que afetam negativamente o bem-estar 
de outras pessoas que não têm relação com quem os gera. Esses impactos constituem 
custos externos, ou externalidades, para as empresas. 
A contaminação ambiental, do ponto de vista econômico, se relaciona com a 
internalização dos custos externos (ou externalidades) ambientais por parte das empresas. 
Isto ocorre quando o gerador da externalidade não assume os custos e os transfere a 
terceiros na forma de contaminação ambiental. São custos ambientais que o empresário 
causa, mas que não assume, e que acabam diminuindo seus custos diretos (compra de 
matéria-prima, contratação de mão de obra, pagamento de capital, investimentos de 
melhoria nos processos, etc.), já que não investe no processo produtivo para evitar a 
produção de resíduos contaminantes. Para si obtém uma vantagem a curto prazo que se 
assemelha, no exemplo de Hardin, ao pastor que vai agregando gado no pasto, e para a 
sociedade mais geral, o valor é negativo, pois se expressa na forma de esgotamento e 
7 
 
 
deterioração dos recursos naturais, contaminação dos lençóis d'água, do ar e do solo, 
afetando a saúde pública. 
Ocorre que na falta de incentivos capazes de induzir à internalização dos custos 
ambientais por parte das empresas, elas somente interromperiam a geração de 
contaminações quando essas externalidades ambientais negativas deixassem de gerar 
benefícios privados. Segundo Hardin, uma das formas de ação possíveis é a utilização de 
leis coercitivas ou mecanismos fiscais que tornem mais barato para o contaminador tratar 
os resíduos antes de desfazer-se deles sem tratá-los. Ou seja, a regulação, as instituições 
ambientais, a pressão das comunidades e as exigências do mercado são formas de tornar 
mais conveniente ao empresário (e mais barata) a adoção de mecanismos prévios que 
evitem a contaminação. 
Fatores externos que induzem respostas das empresas 
Há diversos fatores externos que provocam uma resposta das empresas no sentido 
de diminuir a contaminação. Entre eles, estão: o Estado, a comunidade local, o mercado 
e os fornecedores. 
1. O papel do Estado (a regulação formal) 
A legislação ambiental, juntamente com as instituições ambientais e as atividades 
de controle de contaminação realizadas por estas em todos os níveis, limitam a liberdade 
da empresa para contaminar. O Estado utiliza esses instrumentos legais com o objetivo 
de proteger a saúde das pessoas e o bem comum, representado pelo ambiente natural e os 
benefícios que causa à sociedade mais geral. 
A regulação formal pode ser classificada em dois grandes grupos: o tipo comando 
e controle, e outro que é a adoção de instrumentos econômicos. Pelo primeiro método, 
mais tradicional, o Governo estabelece regulamentações para o uso dos recursos 
ambientais e passa a fiscalizar o cumprimento da legislação, punindo os eventuais 
infratores (multas e até o fechamento da empresa); baseia-se, portanto, na pressão 
normativa de padrões estabelecidos. Logo, a decisão da empresa de reduzir ou não a 
contaminação dependerá da diferença entre os custos que poderão ser abatidos e o valor 
das multas ou dos custos de um fechamento temporário da empresa (DIAS, 2009). 
Pelo outro método, com a utilização dos instrumentos econômicos, os preços dos 
bens ambientais devem refletir, o mais corretamente possível, os valores que lhes sejam 
imputados pela sociedade, de forma que se possa cobrar adequadamente pelo uso desses 
8 
 
 
bens, seja de forma direta, seja de forma indireta, via taxas, subsídios, etc. A empresa 
decide, por exemplo, entre contaminar e pagar a taxa, ou descontaminar e incorrer nos 
custos de redução da emissão de contaminantes. 
O fato é que nem sempre as medidas de controle da contaminação geram custos. 
As intervenções do governo que estimulam investimentos de controle ou de prevenção da 
contaminação, que geram custos iniciais, contribuem para melhorar as condições de 
competitividade das empresas e das cidades em que se situam. Para que isto ocorra, além 
dos benefícios ambientais, estes investimentos devem gerar também benefícios privados. 
Entre os benefícios privados estão os relacionados com o melhoramento das condições 
de competitividade das empresas. Eles, por sua vez, gerariam benefícios públicos 
adicionais como o aumento do emprego e do bem-estar social. 
Mas o Estado e o seu poder regulador não é o único incentivo que têm as empresas 
para melhorar seu desempenho ambiental. Além das pressões geradas pela regulação 
formal,há uma resposta ambiental das empresas com a diminuição da contaminação 
gerada motivada por diferentes fatores, entre os quais: pressões da comunidade, de 
diferentes grupos organizados, do mercado, dos consumidores, dos fornecedores, 
etc.(DIAS, 2009). 
Alguns exemplos da atuação do Estado no controle da poluição: 
a) em novembro de 1995, a Fiat do Brasil foi multada em R$ 3,9 milhões pelo 
IBAMA por não atender aos padrões legais de emissões veiculares, que eram exigidos 
desde 1987 para os veículos novos que saíam das montadoras, que tinham de atender aos 
padrões do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores 
(Proconve). Segundo o órgão do governo, o modelo Uno Mille Electronic utilizava 
dispositivos que mascaravam os níveis de emissão de poluentes e permitiam um maior 
rendimento do motor, o que provocou um aumento de emissão acima do permitido em lei 
(GRAMACHO, 1995); 
b) em setembro de 1995, a Rhodia Indústrias Químicas e Têxteis foi condenada 
por depositar lixo químico a céu aberto na região continental de São Vicente (SP). 
Segundo a sentença, a Rhodia teria que indenizar o Fundo de Reparação do Meio 
Ambiente do Estado de São Paulo em mais de 8 milhões de reais. Além disso, a empresa 
seria obrigada a remover os resíduos, isolar o solo contaminado e repor terra boa na 
superfície. Deveria também, enquanto houvesse possibilidade de contaminação, manter 
sob guarda as áreas afetadas para evitar ocupação humana. Ficaria ainda responsável pelo 
9 
 
 
abastecimento de água à população, uma vez que os lençóis freáticos da região foram 
afetados (NUNES, 1995); 
c) a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão, no litoral paulista, 
recebeu, em 1995, multas num valor aproximado de um milhão de reais, por atrasos no 
cronograma de controle de suas fontes de poluição e irregularidades devido à má operação 
e manutenção de equipamentos de controle da poluição e do processo produtivo (SERRA, 
1995); 
d) uma emissão de gás sulfídrico, em janeiro de 1996, na unidade de Suzano (SP) 
da fabricante de sais orgânicos Produquímica, provocou a morte de três operários e 
atingiu outros cinco, sendo que a empresa foi multada pela Cetesb em R$ 72 mil. Além 
da multa, foi determinada a paralisação do setor onde ocorreu o acidente. A mesma 
empresa, em 1993, havia sido autuada por importar cerca de 200 toneladas de resíduos da 
Inglaterra. A empresa trouxe o material como micronutrientes para fertilizante; no 
entanto, a Cetesb constatou a presença de metais pesados, como chumbo, cádmio e cromo. 
A presença de metais havia sido identificada, anteriormente, pela entidade ambientalista 
Greenpeace, que fez a denúncia. O material foi devolvido à Inglaterra 
 A COMUNIDADE LOCAL (REGULAÇÃO INFORMAL) 
As comunidades locais onde estão localizadas as unidades empresariais cada vez 
mais se tornam importantes atores em relação aos problemas de contaminação, pois são 
as primeiras que sofrem as consequências da poluição, e em função disso apresentam uma 
capacidade de resposta mais rápida, afetando as decisões das empresas no que tange a um 
maior controle ambiental. 
Por outro lado, há um maior número de pessoas informadas sobre os processos 
produtivos e de contaminação envolvidos: membros da comunidade técnico-científica, 
intelectuais, educadores, jornalistas, membros de entidades ecológicas, entre outros, que 
encontram mecanismos legais para exigir do governo ou das empresas o cumprimento de 
suas responsabilidades ambientais. 
O PAPEL DO MERCADO 
As empresas, de modo geral, operam em vários mercados, que podem ser tanto 
locais, regionais, nacionais ou em nível global. Há um crescente aumento da consciência 
ambiental, que varia em função de cada mercado. Os países mais desenvolvidos, as 
regiões mais desenvolvidas de um mesmo país são os que mais consomem produtos 
10 
 
 
ecológicos; isso envolve a reputação da empresa como benfeitora ou não do meio 
ambiente. 
 OS FORNECEDORES 
Há um número crescente de empresas que são fornecedoras de outras que 
necessitam ter um bom desempenho ambiental em toda a sua cadeia produtiva, o que as 
obriga a fazerem exigências aos seus próprios fornecedores para que sejam portadores de 
certificações ambientais e se tornem unidades produtivas respeitosas com o meio 
ambiente. Deste modo, mesmo que uma empresa não sofra pressões diretas tanto do 
Estado, como da Comunidade, ela se vê obrigada a adotar ações ambientais que evitem a 
contaminação por ter como clientes empresas para as quais seu mercado consumidor 
exige integrarem uma cadeia produtiva ambientalmente correta. 
PASSIVO AMBIENTAL 
Segundo Kraemer (2001), uma empresa tem Passivo Ambiental quando ela agride, 
de algum modo e/ou ação, o meio ambiente, e não dispõe de nenhum projeto para sua 
recuperação, aprovado oficialmente ou de sua própria decisão. 
Passivo Ambiental representa toda e qualquer obrigação de curto e longo prazo, 
destinadas única e exclusivamente a promover investimentos em prol de ações 
relacionadas à extinção ou amenização dos danos causados ao meio ambiente, inclusive 
percentual do lucro do exercício, com destinação compulsória, direcionado a 
investimentos na área ambiental. 
No Brasil, as regras contábeis e a literatura que envolve o Passivo Ambiental ainda 
é recente e some-se a isso, certas empresas têm atividades complexas dificultando o 
tratamento a ser dado no registro e na divulgação dos passivos ambientais. 
Os passivos ambientais normalmente são contingências formadas em longo 
período, sendo despercebido às vezes pela administração da própria empresa, envolvendo 
conhecimento específico. Neste caso, não só a administração da empresa se envolve, nem 
a contabilidade, mas também advogados, juristas, engenheiros, entre outros. 
Normalmente, o surgimento dos passivos ambientais dá-se pelo uso de uma área, 
lago, rio, mar e uma série de espaços que compõem nosso meio ambiente, inclusive o ar 
que respiramos, e de alguma forma estão sendo prejudicados, ou ainda pelo processo de 
geração de resíduos ou lixos industriais, de difícil eliminação. 
11 
 
 
Os Passivos Ambientais, conforme Ribeiro e Gratão (2000), ficaram amplamente 
conhecidos pela sua conotação mais negativa, ou seja, as empresas que o possuem 
agrediram significativamente o meio ambiente e, dessa forma, têm que pagar vultosas 
quantias a título de indenização de terceiros, de multas e para a recuperação de áreas 
danificadas. 
As autoras colocam como exemplo: 
 os gastos assumidos pela Exxon, no caso do acidente com o petroleiro Valdez, no 
Alaska; 
 o caso da Petrobrás, na década de 80, no qual a região de Cubatão, no interior do 
Estado de São Paulo, foi seriamente afetada pelo vazamento de óleo, que 
culminou com a explosão de várias moradias; e, 
 em janeiro de 2000, o vazamento nas instalações da mesma empresa que provocou 
o derramamento de milhares de litros do óleo no mar na Baía da Guanabara, 
causando a morte de várias espécies de aves e peixes, além de afetar seriamente a 
vida das populações locais que viviam da atividade pesqueira. 
Tais situações exigiram enormes gastos dessas empresas e, o que é pior, gastos 
imediatos, sem qualquer forma de planejamento, o que afeta drasticamente qualquer 
programação de fluxo de disponibilidades, independentemente do porte da organização. 
Tão alto quanto os custos dos recursos físicos necessários para a reparação dos danos 
provocados pelas referidas situações, ou até mais, são os gastos requeridos para retração 
da imagem da empresa e de seus produtos, essencialmente, quando tais eventos são alvo 
da mídia e da atenção dos ambientalistas e ONGs. 
O IBRACON, segundo NPA 11 – Balanço e Ecologia – conceitua o Passivo 
Ambiental como toda agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste 
no valor dos investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações 
em potencial. 
O passivo ambiental,como qualquer passivo, está dividido em capital de terceiros 
e capital próprio, os quais constituem origens de recursos da entidade. Santos et al. (2001) 
citam os seguintes exemplos de origens: 
 bancos – empréstimos de instituições financeiras para investimento na gestão 
ambiental; 
 fornecedores – compra de equipamentos e insumos para o controle ambiental; 
 governo – multas decorrentes a infração ambiental; 
12 
 
 
 funcionários – remuneração de mão de obra especializada em gestão ambiental; 
 sociedade – indenizações ambientais; 
 acionistas – aumento do capital com destinação exclusiva para investimentos em 
meio ambiente ou para pagamento de um passivo ambiental; 
 entidade – através de destinação de partes dos resultados (lucro) em programas 
ambientais. 
Com a dinâmica dos negócios, os passivos ambientais devem ser tratados com 
muita atenção e devem fazer parte da tomada de decisões das organizações na aquisição 
de outras empresas, na formação de cluster, nas fusões, nas análises de riscos do negócio, 
na venda da empresa e na concepção de novos produtos, dentre outras transações 
pertinentes ao assunto. 
Passivo ambiental é todo gasto decorrente da conservação ou recuperação do meio 
ambiente. Nesse contexto pode-se citar: as multas decorrentes das infrações cometidas 
contra o meio ambiente, os investimentos em mão de obra especializada em gestão 
ambiental, campanhas populacionais através de programas de incentivo a conservação do 
meio ambiente, treinamentos dos funcionários, etc. com o intuito de preservar e recuperar 
o ambiente danificado ou que poderá vir a se danificar. 
Ribeiro (2005, p. 75 e 76) diz que passivo ambiental se refere aos benefícios 
econômicos ou aos resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de 
preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade 
entre este e ao desenvolvimento econômico ou em decorrência de uma conduta 
inadequada em relação a estas questões. 
A origem dos passivos ambientais ocorrem dentro de algumas empresas através 
das suas atividades operacionais que implicam na destruição ou consumo de elementos 
da natureza. Outros passivos ambientais podem surgir antecipadamente a um possível 
acidente ecológico e trazem um retorno positivo no sentido de reconhecimento social para 
a entidade. Outras ainda, não reconhecem as obrigações a partir do seu fato gerador o que 
provoca o não conhecimento dos possíveis efeitos que a degradação do meio ambiente 
poderá ocasionar em seu patrimônio (RIBEIRO, 2005). 
Obrigações de Passivos Ambientais decorre de três tipos, tais como: Legais ou 
Implícitas, Construtivas e Justas. 
 Legais ou Implícitas: as obrigações legais procedem de Legislação ou de uma 
outra forma prevista em Lei. Faz com que a empresa devolva ao meio ambiente o 
13 
 
 
que ela utilizou no seu processo operacional. Por exemplo, uma indústria de papel 
que utiliza madeira como matéria-prima será obrigada a reflorestar o lugar onde 
essas árvores foram cortadas. Já as obrigações implícitas, decorrem de fatos 
ocorridos anteriormente que causaram danos ao meio ambiente e, para evitar 
maiores gastos com multas, perda de credibilidade da empresa, etc., a mesma se 
antecipa ao fato e começa a investir na causa de recuperação dos danos causados. 
 Construtivas: parte da consciência da própria entidade, que pensando no bem estar 
social, vai além das obrigações legais, trazendo para si um ótimo marketing e 
fazendo com que a empresa cresça na aceitação popular pelos seus feitos em prol 
da sociedade. Neste caso, podemos citar uma empresa que desembolsa dinheiro 
para projetos comunitários como, por exemplo: programas de coleta seletiva, 
ajuda para instalação de rede de esgoto e galerias pluviais. 
 Justa: comprovado que a empresa causa degradação do meio ambiente, é justo que 
a entidade faça a recuperação do mesmo. Ela pode até se antecipar aos danos e 
evitar tal destruição, mostrando com isso uma preocupação social e ética com o 
meio em que está inserida. Como exemplo podemos citar o caso de uma usina de 
cana de açúcar, antes do corte é feita a queimada da plantação, através da qual 
exala muita fuligem e faz com que polua o ar, trazendo consigo problemas 
respiratórios para os vizinhos da usina, uma posição justa para esse caso seria a 
empresa arcar com o tratamento para as pessoas afetadas. 
Ribeiro (2005) exemplifica várias formas que uma empresa poderia adquirir em 
seus relatórios um Passivo Ambiental, tais como: 
 fornecedores – contas a pagar – poderão ser contraídas a partir da compra a prazo 
de insumos e equipamentos antipoluentes; 
 salários e encargos trabalhistas – decorrentes de contratação de pessoal 
qualificado para desempenhar atividades relacionadas à prevenção ou recuperação 
ambiental; 
 provisões – deverão ser contabilizadas quando há possibilidade de gastos futuros 
decorrentes de multas ambientais, os valores deverão ser estimados com base nos 
eventos que poderão incorrer. 
Os valores dos Passivos deverão ter todos os gastos possíveis para serem 
efetuados, e devem ser contabilizados a partir do momento que o fato gerador ocorrer. No 
caso de um gasto (custo/despesa) ambiental, o fato gerador fica caracterizado e passível 
14 
 
 
de registro no consumo de recursos econômicos, para o registro como 
exigibilidade/obrigação, o fato gerador caracteriza-se ao assumir a obrigação, seja por 
força legal ou pelo conservadorismo. No caso das estimativas (provisões) ela poderá ser 
feita quando houver dificuldade de avaliar o total do Passivo Ambiental e terá como base 
as experiências anteriores da empresa ou conhecimentos sobre técnicas e legislação 
(RIBEIRO, 2005). 
 CLASSIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO 
De acordo com Paiva (2003), podem existir dois tipos de passivos ambientais, 
classificados por normais e anormais, sendo que os normais são gerados no processo 
produtivo, como por exemplo, fábricas que exalam por suas chaminés gases tóxicos e 
poluentes; uma maneira para amenizar essa exalação seria a utilização de filtros nas 
chaminés ou trocar os insumos por outros menos poluentes. Os passivos anormais são 
aqueles que não são previstos como, por exemplo, a liberação de gases poluentes ou 
líquidos ocasionados por um fenômeno natural (terremotos, maremotos, raios, etc.). 
Muitas vezes, ao nos referirmos ao Passivo Ambiental, temos a ideia de que o 
mesmo deverá ser mensurado dentro do Balanço Patrimonial. Mas segundo a NBC T 15 
– Informações de Natureza Social e Ambiental, aprovada pelo CFC (Conselho Federal de 
Contabilidade) e também aceita por diversos outros órgãos como, por exemplo: o 
IBRACON e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela intercessão da Resolução 
1.003/04 de 19 de agosto de 2004 que entrou em vigor desde 1º de janeiro de 2006, eles 
podem também, ser representado em outros tipos de demonstrações. Ela deverá ser uma 
espécie de apêndice das demonstrações contábeis, não podendo fazer parte das notas 
explicativas e sim como objeto de comparação entre exercícios atuais e anteriores. Esta 
norma estabelece procedimentos para demonstração de informações ambientais e sociais 
e salienta que nenhuma organização está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de 
Natureza Social ou Ambiental, mas as que optarem, deve seguir as regras estabelecidas 
pela Norma citada. 
De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução CFC nº 1.003/04, a Demonstração de 
Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída, quando elaborada, deve 
evidenciar os dados e as informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos 
ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos determinados por esta norma. 
Segundo a NBC T 15 (Informações de Natureza Social e Ambiental) as 
informações que possui caráter ambiental e social são: 
15 
 
 
 interação com o meio ambiente; 
 interação da empresa com o meio externo; 
 os recursoshumanos; 
 a geração e a distribuição de riquezas. 
Toda a responsabilidade pelas informações apresentadas nas demonstrações 
contábeis obrigatórias ou não, como é o caso de demonstrações acerca do Passivo 
Ambiental é do contador, que deverá estar devidamente registrado no CRC. 
Ainda de acordo com esta norma, as informações que estarão contemplando a 
Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental são as seguintes: 
 investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a 
melhoria do meio ambiente; 
 investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes 
degradados; 
 investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados, 
autônomos e administradores da entidade; 
 investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade; 
 investimentos e gastos com outros projetos ambientais; 
 quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a 
entidade; 
 valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas 
administrativa e/ou judicialmente; 
 passivos e contingências ambientais. 
Pode-se citar como exemplo de classificação a que a empresa PETROBRÁS 
utiliza em suas demonstrações contábeis. No seu Passivo, a empresa apresenta a conta 
Provisão para contingência a qual é detalhada em notas explicativas. Nesse caso, ela relata 
que a Provisão refere-se a envolvimentos em processos legais de diversas naturezas, 
inclusive ambiental, os quais foram provisionados em decorrência a acidentes que 
causaram a degradação/poluição do meio ambiente, os valores ali mencionados são os 
que a companhia poderia pagar de multas pelo ocorrido. 
O IBRACON recomenda que as contas do passivo ambiental tenham um grupo 
específico e sejam bem identificadas. Por exemplo, se a empresa solicita um empréstimo 
para aquisição de materiais de prevenção de acidentes ambientais, esse empréstimo 
deverá ser contabilizado de forma a evidenciar sua utilização como passivo ambiental, 
16 
 
 
sem que se confunda com empréstimos para atividades operacionais. Dessa forma, o 
usuário terá mais facilidade em visualizar e tomar as decisões necessárias. Infelizmente, 
muitas vezes essa recomendação não vem sendo cumprida pelas empresas, tornando 
assim a identificação de seus passivos ambientais muito difíceis e trabalhosas, 
principalmente nos processos de auditoria. 
Uma maneira de serem mensurados os passivos ambientais é proposta por Ribeiro 
(2005, p. 112-113), que determina a evidenciação em subgrupo específico das 
exigibilidades, se forem não relevantes os seus valores e componentes deverão ser 
descritos em notas explicativas e em caso de ser relevante ele deverá fazer parte do 
Balanço Patrimonial e terá uma conta especifica. A autora coloca ainda que em caso de 
obrigações não passíveis de mensurações, estas deverão também constar em notas 
explicativas esclarecendo o porquê da não mensuração e a data de quando essa 
exigibilidade deverá ser quitada. E para os casos de provisões, também deverá ser 
apresentado em notas explicativas devendo conter em sua apresentação “a natureza e a 
estimativa dos gastos ambientais, as incertezas relativas à sua realização e o momento de 
possível realização”. 
IMPORTÂNCIA DO PASSIVO AMBIENTAL NAS EMPRESAS 
Atualmente, muitos bancos e financiadoras nacionais e internacionais tais como 
BID (Banco Internacional Desenvolvimento), BIRD (Banco Internacional para a 
Reconstrução e Desenvolvimento), IFC (Corporação Financeira Internacional), entre 
outros, estão exigindo que as entidades tenham projetos de preservação e recuperação do 
meio ambiente, para só assim liberarem os créditos solicitados pela empresa. É necessário 
saber o quanto a entidade é confiável e respeita o meio ambiente. No caso de uma entidade 
agredir a natureza no seu processo industrial e não recuperar os danos causados, os 
créditos não são liberados, pois provavelmente essa empresa sofrerá algum tipo de 
autuação e multas, afetando assim sua credibilidade. 
Nesse sentido, temos o ISO (International Organization for Standardization) 
14000 que foi criado para orientar gestores de empresas muito poluidoras, inclusive 
auditores e fiscais. Ele visa à melhoria do desempenho nas empresas procurando 
implantar um sistema de gestão ambiental, através de diretrizes, nas quais se inclui o 
planejamento, estruturação, desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão 
ambiental. Todas as empresas que tem um grande grau de poluição devem possuir o ISO 
17 
 
 
14000 para que tenha um maior credenciamento perante o governo e a sociedade. Através 
disso, surgiu à auditoria ambiental. 
A evidenciação das contas do passivo ambiental se tornou uma importante 
ferramenta de gestão, pois elas influenciam na compra, venda, incorporação e outros tipos 
de ações entre empresas, pois danos causados anteriormente podem recair sobre o novo 
proprietário. Ele funciona como um elemento de decisão no sentido de identificar, avaliar 
e quantificar posições, custos e gastos ambientais potenciais que precisam ser atendidos 
a curto, médio e a longo prazo. 
O Passivo Ambiental muitas vezes é visto como algo negativo para com as 
empresas que o possuem, por estarem relacionados com danos ao meio ambiente. Mas 
ele pode estar evidenciando medidas de prevenção ou até mesmo recuperação de algum 
dano inevitável, como é o caso do reflorestamento realizado pelas empresas de papel, 
mostrando assim, a preocupação em cuidar do meio ambiente. Dessa forma, nota-se que 
em sua grande maioria, a presença do passivo ambiental no balanço das empresas pode 
ser algo positivo. 
A Petrobrás é uma dessas empresas que investem na preservação do meio 
ambiente. Seus investimentos já passaram da marca de 36 milhões em projetos ambientais 
(CARDOSO et al., 2010). 
 AUDITORIA 
A evolução do sistema capitalista, com a expansão do mercado e, 
consequentemente, o aumento da concorrência, fez com que as empresas antes fechadas, 
pertencentes a grupos familiares, ampliassem suas instalações fabris e administrativas, 
investindo no desenvolvimento tecnológico e aprimorando os controles e procedimentos 
internos em geral, visando reduzir custos tornando mais competitivos os seus produtos no 
mercado. 
E assim, tem-se o surgimento da auditoria, definida, segundo Sá (1998, p. 25), 
como tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e 
de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar 
opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais de 
riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e 
diagnosticados. 
 
Outras influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria foram: 
18 
 
 
 instalações de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; 
 financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; 
 crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e 
diversificação de suas atividades econômicas; 
 evolução do mercado de capitais; 
 criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil, em 
1972; 
 criação da Comissão de Valores Mobiliários e da lei das Sociedades Anônimas 
em 1976. 
EVOLUÇÃO 
Primeiramente, para compreender o conceito de Auditoria Ambiental, é 
necessário entender a origem da auditoria, proveniente das demonstrações financeiras, 
através das quais ela se originou. As demonstrações financeiras eram informações 
elaboradas por escrito, destinadas a apresentar a terceiros, alheios à empresa, sócios ou 
interessados, a situação patrimonial e sua evolução. 
A auditoria, sobretudo, almejava informar aos usuários que critérios foram 
adotados em sua elaboração e apresentar parecer de terceiros sem relação direta com a 
empresa, atestando com fidedignidade que tais demonstrações refletiam a situaçãodo 
patrimônio e sua evolução durante o período a que se referiam. 
Com base nisso, pode-se dizer que a auditoria sempre teve como função prover 
demonstrações financeiras, como o exame das mesmas, por um profissional 
independente, com a finalidade de emitir um parecer técnico sobre sua real situação. 
Fato é que ao buscarmos uma definição de auditoria nas mais diversas fontes, 
necessariamente somos remetidos à área contábil, inclusive fazendo coro com o que se 
encontra descrito pelo Oxford English Dictionary, que a define como: um exame oficial 
de contas, validado através de testemunhos e comprovantes. 
Ainda, se buscar no Reino Unido, considerado pela maioria dos escritores como 
o berço da auditoria, verificam-se os seguintes registros do que seriam auditoria e auditor 
na Enciclopédia Britânica, que numa tradução livre quer dizer: 
 auditoria é o exame das contas feitas pelos funcionários financeiros de um estado, 
companhias e departamentos públicos ou pessoas físicas, e a certificação de sua 
exatidão. Nas ilhas Britânicas, as contas públicas eram examinadas desde há 
muito tempo, embora, até o reinado da Rainha Elizabeth, de maneira não muito 
19 
 
 
sistemática. Anteriormente, a 1559, esse serviço era executado, às vezes, por 
auditores especialmente designados, e outras por auditores da receita pública, ou 
pelo auditor do tesouro, cargo criado por volta de 1314. Mas, em 1559, um esforço 
foi feito para sistematizar a auditoria das contas públicas, pela indicação de dois 
auditores para examinar os pagamentos a servidores públicos. 
 CONCEITOS E OBJETIVOS 
A grande utilidade da Auditoria é atestada por seus fins tão variadíssimos, tais 
como: 
 certificação e comprovação da exatidão dos fatos contábeis e administrativos 
(patrimoniais), através do seu registro; 
 identificação dos fatos e comprovação de sua propriedade no patrimônio da 
sociedade auditada; 
 identificação e comprovação do tempo decorrido e/ou de existência, bem como 
do valor de efetivos fatores de mensuração dos fatos, tendo em vista o aspecto 
dinâmico do patrimônio; 
 sugestões e orientações para administração do patrimônio das entidades auditadas; 
 identificação de eventuais falhas no controle, com intuito de saná-las, a fim de 
proteger o patrimônio contra fraudes; 
 pesquisas com o objetivo de gestão ao longo do tempo; em bases comparativas de 
valores e efeitos destes; 
 avaliação da eficácia e eficiência decorrentes dos atos e fatos administrativos e/ou 
contábeis e sobre estes; 
 identificação de riscos decorrentes do negócio que venham a afetar ou afetem o 
patrimônio; 
 identificação da capacidade de equilíbrio financeiro e econômico da entidade 
auditada; 
 reorganização de uma empresa; 
 determinação de limites de seguros, análise de custos, fusão, cisão e incorporação 
de empresas. 
Definidos esses fins, pode-se estabelecer um conceito para a matéria Auditoria; 
como sendo um conjunto de técnicas de observações e exames, aplicados de forma 
sistemática, que no contexto do auditado, visa opinar sobre sua situação, sobre sua 
20 
 
 
riqueza, quando este for o caso, ou sobre funções ou áreas específicas componentes do 
patrimônio do auditado. 
Há, ainda, sobre o conceito de auditoria uma variada gama de autores que se 
posicionam, sendo relevante frisar a observação feita por D’Ippolito (1967): 
A expressão revisão, conforme leva a entender o termo auditoria, dentro do que é 
estritamente aceitável na prática, foi adotada em um sentido mais amplo, sugerindo um 
significado também mais ampliado em relação ao seu significado etimológico, o qual 
resultaria num pensamento de que, auditoria seria apenas um exame e análise 
retrospectiva dos atos e fatos contábeis e administrativos. Porém, na verdade, não é 
apenas isso, abrangendo também, previsões sobre as futuras mutações patrimoniais, as 
expectativas sobre a ocorrência destas no tempo e no espaço futuros e os seus possíveis 
efeitos no patrimônio do auditado. A revisão, por excelência, é a atividade que se 
apresenta das mais difíceis para os profissionais, bem como para os gestores da empresa 
auditada. Ela requer, sobre quem deva ser feita, em relação ao tempo e ao espaço e em 
relação aos atos e fatos auditados, para atestar sua eficiência, certa profundidade na 
preparação teórica nos campos de administração, da economia em geral e, ainda, um 
conhecimento mais aprofundado do campo jurídico e do direito no contexto das relações 
de negócios e de mercados, envolvendo, também, em muitos casos, extremo 
conhecimento tecnológico e de negócios em geral. 
Para Franco e Marra (2000), auditoria é a técnica que consiste no exame de 
documentos e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações externas e 
internas, obedecendo a normas e procedimentos apropriados, objetivando verificar se as 
demonstrações contábeis representam adequadamente a situação nelas demonstrada de 
acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e normas de contabilidade, de 
maneira uniforme. 
ORGANISMOS REGULADORES E NORMAS DE AUDITORIA 
Segundo Pinho (2007), a atividade de auditoria no Brasil caracteriza-se pela 
regulamentação governamental. Em decorrência da abrangência das atividades 
subordinadas a estes organismos e pelo poder de fiscalização que lhes é conferido, é 
possível classificar como principais reguladores os seguintes: 
 Conselho Federal de Contabilidade – CFC; 
 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON; 
 Comissão de Valores Mobiliários – CVM; 
21 
 
 
 Banco Central do Brasil – BACEN. 
Em caráter restrito, também regulam a atividade as seguintes instituições: 
 Instituto dos Auditores Internos do Brasil – AUDIBRA; 
 Secretaria da Previdência Complementar – SPC; 
 Superintendência de Seguros privados – SUSEP; 
 Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais; 
 Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB. 
Pinho (2007) nos lembra que ao contrário do Brasil, a auditoria em diversos países 
é autorregulamentada, ou seja, por intermédio de entidades criadas pelos próprios 
profissionais, são estabelecidas as regras da atividade. Mas também existem entidades 
governamentais que fiscalizam o trabalho dos profissionais. 
Como exemplo, temos: 
 International Federation of Accoutants – IFAC; 
 American Institute of Certified Public Accoutants – AICPA; 
 Canadian Institute of Certified Accoutants – CICA; 
 Japanese Institute of Certified Public Accoutants – Jicpa. 
As normas tem finalidade de estabelecer os padrões técnicos e de comportamento, 
visando alcançar uma situação coletiva e individualmente desejável. Na auditoria, estas 
normas objetivam qualificação na condução dos trabalhos e garantia de atuação suficiente 
e tecnicamente consistente do auditor e do parecer diante dos usuários da mesma (ATTIE, 
1998). 
Normas são regras práticas que visam a orientar o profissional na consecução dos 
objetivos traçados para determinado trabalho. 
No Brasil, em decorrência da forte regulamentação governamental, as normas 
vigentes foram emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), resultando de 
um processo evolutivo que tem proporcionado, gradativamente, a aproximação com as 
normas internacionais do International Federation of Accountants (IFAC). 
Abaixo temos elencadas as normas brasileiras e internacionais que representam o 
principal conjunto de regras. 
 Resolução CFC nº 678/90 – revisão especial das informações trimestrais (ITR) 
das Companhias Abertas. 
 Resolução CFC nº 750/93 – princípios fundamentais da Contabilidade. 
 Resolução nº 1054/05 – carta de responsabilidade da administração. 
22 
 
 
 Resolução nº 986/03 – da Auditoria Interna. 
 Resolução CFC nº 781/95 – normas Profissionais do Auditor Interno. 
 Resolução CFC nº 820/97 – normas Independentes das Demonstrações Contábeis, 
com alterações e dá outras providências. 
 ResoluçãoCFC nº 821/97 – normas profissionais de Auditor Independente. 
 Resolução CFC nº 1024/05 – papéis de Trabalho e documentação da Auditoria. 
 Resolução CFC nº 830/98 – parecer dos Auditores Independentes sobre as 
Demonstrações Contábeis. 
 Resolução CFC nº 836/99 – fraude e erro. 
 Resolução CFC nº 1040/05 – transações e eventos subsequentes. 
 Resolução CFC nº 851/99 – regulamentação do item 1.9 da NBC P 1 – Normas 
Profissionais de Auditor Independente. 
 Resolução CFC nº 1091/07 – revisão Externa de Qualidade pelos pares. 
 Resolução CFC nº 1036/05 – supervisão e Controle de Qualidade. 
 Resolução CFC nº 961/03 – regulamentação dos itens 1.2 – Independência e 1.6 
– Sigilo. 
 Resolução CFC nº 1035/05 – planejamento de Auditoria. 
 Resolução CFC nº 976/03 – honorários de Auditoria. 
 Resolução CFC nº 981/03 – relevância na Auditoria. 
 Resolução CFC nº 1074/06 – normas de Educação Continuada para Auditores. 
 Resolução CFC nº 1012/05 – amostragem. 
 Resolução CFC nº 1077/06 – exame de Qualificação Técnica para Registro no 
Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). 
 Resolução CFC nº 1019/05 – dispõe sobre o Cadastro Nacional de Auditores 
Independentes (CNAI). 
 Resolução CFC nº 1022/05 – contingências. 
 Resolução CFC nº 1023/05 – utilização de Trabalhos de Especialistas. 
 Resolução CFC nº 1034/05 – independência. 
 Resolução CFC nº 1037/05 – continuidade Normal das atividades. 
 Resolução CFC nº 1038/05 – estimativas Contábeis. 
 Resolução CFC nº 1039/05 – transações com partes Relacionadas. 
 Instrução CVM nº 308/99 – Atividade de Auditoria Independente no Âmbito do 
Mercado de Valores Mobiliários. 
Normas internacionais: 
23 
 
 
 NIA 100 – define Auditoria das Demonstrações Contábeis. 
 NIA 200 – estabelece os princípios básicos da auditoria. Define responsabilidade 
de auditor/administração da entidade. 
 NIA 300 – prevê o plano global de auditoria e o planejamento de cada trabalho, 
de forma que seja realizado eficazmente. Trata ainda da necessidade de conhecer 
o negócio e observar a relevância dos eventos. 
 NIA 400 – trata do ambiente de controle, riscos inerentes, riscos de controle e 
riscos de detecção. 
 NIA 500 – define o que são as evidências de auditoria e os atributos básicos das 
mesmas, quais sejam: suficiente e apropriada. Considera como procedimentos 
básicos para obtenção de evidências a inspeção, a observação, a indagação e 
confirmação, o cálculo e os procedimentos analíticos. 
 NIA 600 – dá orientação quanto ao uso do trabalho de outro auditor. Trata da 
possibilidade de cooperação entre auditores, das considerações sobre o parecer 
nesta situação e da divisão de responsabilidades. 
 NIA700 – aborda os elementos básicos do Parecer e orienta acerca de informações 
de dados comparativos. 
 NIA 800 – trata de trabalhos relacionados às Demonstrações Contábeis. 
 NIA 900 – estabelece procedimentos para serviços correlatos: revisão, compilação 
e procedimentos pré-acordados. 
 NIA 1000 – procedimentos de confirmação interbancárias (PINHO, 2007). 
 
CLASSES DE AUDITORIA 
As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao objeto da 
mesma, decorrendo, portanto, das diferentes necessidades, podendo mudar de processos, 
que não se deve admitir como autonomia, mas, sim, como derivação de um mesmo 
método. 
 
24 
 
 
Numa classificação geral teríamos: 
Quanto a: 
Processo indagativo 1.Geral ou de balanços; 
2.Analítica ou detalhada. 
Forma de intervenção 1.Interna; 
2.Externa ou independente. 
Tempo 1.Contínua; 
2.Periódica. 
Natureza 1.Normal; 
2.Especial. 
Limite 1.Total; 
2.Parcial. 
Fonte: Sá (1998, p.44) 
 
AUDITORIA AMBIENTAL 
A auditoria ambiental surgiu da necessidade de averiguar se as empresas estavam 
cumprindo todos os preceitos exigidos pela legislação ambiental. Em seguida, teve sua 
evolução voltada para se tornar uma ferramenta para o desenvolvimento empresarial e a 
preservação ambiental (KINLAW, 1997). 
Cavalcanti (2008 apud HATJE, 2009) define auditoria como sendo o processo de 
confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério, ou seja, a 
comparação entre o fato ocorrido com o que deveria ocorrer. 
A Auditoria Ambiental especificamente pode ser definida como um instrumento 
de gestão que permite fazer uma avaliação sistemática, documentada e periódica das 
atividades de uma organização, para controlar e minimizar seus impactos sobre o meio 
ambiente, visando uma melhoria contínua do seu desempenho (VALLE 2004; MARTINI; 
GUSMÃO, 2003). 
De acordo com a NBR ISO 14010, auditoria ambiental é o processo sistemático e 
documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências 
de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições 
ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade 
com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente. 
Segundo Sales (2001), a auditoria ambiental é o procedimento sistemático através 
do qual uma organização avalia suas práticas e operações que oferecem riscos potenciais 
ao meio ambiente e à saúde pública, para averiguar sua adequação a critérios 
preestabelecidos (usualmente requisitos legais, normas técnicas e/ou políticas, práticas e 
25 
 
 
procedimentos desenvolvidos ou adotados pela própria empresa ou pela indústria na qual 
é aplicada). 
Voltando a Kinlaw (1997), este diz que a Auditoria Ambiental funciona como 
uma coleta sistemática de dados que podem ser usados para determinar o impacto total 
de um sistema na forma do input proveniente do meio ambiente ou do output lançado 
para o meio ambiente. 
Amaral (s.d apud Viegas, 1997) coloca o conceito da Auditoria Ambiental, 
definida pela Confederação de Indústrias Britânicas, como um exame sistemático das 
interações que surgem entre determinadas operações de negócios e seu ambiente interno 
e externo, incluindo-se todos os danos ambientais causados, principalmente na atmosfera, 
terra e água. 
Já na concepção de Valle (1995) e Wilson (1992), a auditoria ambiental é definida 
como uma ferramenta de gestão que permite fazer uma ponderação sistemática, periódica, 
documentada e objetiva dos sistemas de gestão e do desempenho dos equipamentos 
instalados em uma organização, para fiscalizar e limitar o impacto de suas atividades 
sobre o meio ambiente. 
A auditoria ambiental é a avaliação sistemática, periódica, documentada e objetiva 
das operações e práticas realizadas em uma organização em relação às exigências 
ambientais, resultando em uma opinião ou julgamento (BRAGA et al., 1996). 
Segundo Ribeiro (1998), a auditoria ambiental é um instrumento de gestão 
direcionado ao atendimento dos métodos e procedimentos utilizados na 
operacionalização do controle e conservação do meio ambiente, levando-se em 
consideração os parâmetros estabelecidos no sistema de gestão ambiental da organização, 
visando à continuidade da empresa sem agressão ao meio ambiente. 
Para Woolston (1993 apud OLIVEIRA FILHO, 2002), auditoria ambiental é uma 
ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, 
periódica e objetiva, visando a gestão empresarial e a proteção ambiental, com o intuito 
de: 
 facilitar o controle gerencial no que diz respeito às decisões que envolvam as 
práticas ambientais; 
 considerando as políticas adotadas pelas empresas, efetuar constantes reuniões 
para discutir as necessidades da organização. 
A auditoria ambiental pode ser definida como o processo de avaliação das 
empresas de acordo com as leis e regulamentos ambientais, bem como com os 
26 
 
 
procedimentos e políticas das organizações (PRICE WATERHOUSE, 1994 apud 
OLIVEIRA FILHO, 2002). 
Considerando-se a diversificação das opiniões na literatura, de forma resumida, 
pode-se concluir que a auditoria ambiental é uma ferramentade controle destinada a fazer 
uma análise preliminar em toda a organização, a fim de destacar as áreas que necessitarão 
de uma revisão mais detalhada, através de um programa estruturado e sistemático, 
objetivando averiguar se o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) está condizente com a 
política ambiental da empresa e com a legislação em vigor. Face ao exposto, pode-se 
afirmar que a auditoria ambiental é um instrumento de previsão e prevenção de possíveis 
danos ambientais. 
A auditoria, para atender à necessidade de informação sobre as empresas, 
começou a desenvolver estudos, principalmente com base em fato ocorrido na Índia com 
a empresa Union Carbide, cuja tragédia resultou em centenas de mortes devido ao 
vazamento de gases. As ações da empresa despencaram nas Bolsas de Valores, inclusive 
porque as famílias afetadas pela tragédia deveriam ser indenizadas, o que levou à venda 
da empresa por um valor substancialmente menor do que ela valia antes do acidente. 
Mais recentemente, tragédia parecida aconteceu no Alaska (EUA), com o 
vazamento de óleo no mar, provocado pela empresa Exxon. Também neste caso, o 
impacto foi sentido no preço das ações. Nos dois casos, percebeu-se que ambas as 
empresas não tinham em suas demonstrações contábeis, nem sequer sob a forma de notas 
explicativas, nenhuma menção aos prováveis riscos em que elas estavam incorrendo com 
a poluição do meio ambiente e quanto à consequente necessidade de indenizar pessoas ou 
governos, ou ainda quanto a gastos de recuperação ambiental pelos danos causados por 
atividades de sua responsabilidade (FERREIRA, 2007). 
Desses fatos resultaram preocupações, principalmente nas empresas de auditoria, 
que deveriam atestar se as demonstrações contábeis estavam de acordo com os princípios 
de contabilidade e com a legislação, mas que, até aquele momento, não consideravam em 
suas análises as contingências relativas ao meio ambiente. A auditoria, entretanto, é uma 
análise a posteriori e, inclusive, passiva. 
O fato ocorre, polui-se e depois atesta-se que o passivo ambiental foi considerado 
nas demonstrações contábeis através de provisões ou reservas para contingências, 
conforme o caso. 
Essas informações, entretanto, são muito pobres em se tratando de gestão 
ambiental voltada para o desenvolvimento sustentável. Além disso, a contabilidade não 
27 
 
 
pode esquecer-se de seus dois postulados, o da Entidade e o da Continuidade, que 
justificam outra abordagem contábil para o problema do meio ambiente. 
Nota-se, contudo, um esforço para que a auditoria possa ser mais um instrumento 
de gestão ambiental. Para isso, foram desenvolvidos padrões de ações e de processos 
relativos às operações de empresas que causam impacto no meio ambiente. Esses padrões, 
decorrentes inicialmente das normas britânicas (BS 5750), resultaram na edição das 
normas ISO 14000, referentes a certificações sobre os padrões de qualidade para o meio 
ambiente. 
Os principais elementos da auditoria ambiental podem ser assim sintetizados: 
 identificar a mais importante das interações do meio ambiente da organização; 
 avaliar o grau dos impactos ambientais; 
 aprender sobre como negociar, reduzir ou melhorar os impactos da organização; 
 identificar uma lista de prioridades das interações para serem tratadas (isso se 
desenvolverá, em parte, dos dois primeiros elementos, e em parte, como resposta 
para mudanças reais e potenciais nas leis e nas atitudes da sociedade); 
 estabelecer políticas e padrões; 
 identificar responsabilidades; 
 montar equipes de treinamento; 
 mudar práticas e colocar as políticas em ação; 
 desenvolver um sistema de informações do meio ambiente; 
 monitorar e estimar o desempenho; 
 avaliar desempenho e os padrões; 
 reavaliar esta lista, começando pelo início, numa base sistemática e contínua 
(GRAY s.d apud FERREIRA, 2007). 
 
OBJETIVOS 
O principal objetivo da auditoria ambiental é auxiliar no processo de melhoria dos 
programas de controle ambiental, sendo importante o suporte e o comprometimento 
gerencial. Na grande maioria das vezes, constitui-se num dos mais importantes 
instrumentos de gerenciamento ambiental para prevenção do dano. 
Pode-se elencar, dentre tantos outros, alguns dos principais objetivos de uma 
auditoria ambiental, que auxilie em uma melhor compreensão de sua real aplicabilidade 
como instrumento de controle e prevenção ambiental. Quais sejam: 
28 
 
 
a) permitir a investigação sistemática dos programas de controle ambiental de uma 
empresa; 
b) auxiliar na identificação de problemas ambientais futuros; 
c) verificar se a operação industrial está em conformidade com as normas e 
padrões mais rigorosos definidos pela empresa (DALL’AGNOL, 2008). 
 Enfim, a auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar a situação da 
empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito a poluição do ar, águas e 
resíduos sólidos, favorecendo a definição das ações de controle e de gerenciamento que 
deverão ser tomadas para proporcionar a sua melhoria ambiental. Ela fornece 
recomendações de ações emergenciais, de curto, médio e longo prazo que deverão ser 
tomadas para proporcionar a melhoria ambiental da empresa. De forma sucinta, pode-se 
dizer que a auditoria ambiental compara resultados com expectativas ambientais. 
 
FUNÇÕES E TIPOS DE AUDITORIA AMBIENTAL 
A ação ambiental impactante de uma entidade não se limita ao processo produtivo. 
Portanto, mesmo que a política ambiental aborde somente o processo produtivo em si, a 
auditoria ambiental, sempre que possível, deve incluir as suas entradas (matéria, energia 
e fornecedores), o processo produtivo em si e as saídas (produtos e embalagens, efluentes 
líquidos, emissões gasosas, rejeitos e resíduos, ruídos e vibrações, odores, radiações, 
transporte de produtos, entre outros) (SILVA; ASSIS, 2003). 
Existem diferentes formas de auditorias ambientais, que são definidas em função 
dos diversos objetivos a que elas se propõem. Uma divisão simples classifica as auditorias 
em quatro classes: 
1. auditoria dos impactos ambientais – onde é feita uma avaliação dos impactos 
ambientais no ar, água, solo e comunidade de uma determinada unidade industrial 
ou de um determinado processo com objetivo de fornecer subsídios para ações de 
controle da poluição, visando a minimização desses impactos; 
2. auditoria dos riscos ambientais – onde é feita uma avaliação dos riscos ambientais 
reais ou potenciais de uma fábrica ou de um processo industrial especifico; 
3. auditoria da legislação ambiental – onde é feita uma avaliação da situação 
ambiental de uma determinada fábrica ou organização em relação ao cumprimento 
da legislação vigente; 
29 
 
 
4. auditoria de sistemas de gestão ambiental – é uma avaliação sistemática para 
determinar se o sistema da gestão ambiental e o desempenho ambiental de uma 
empresa está de acordo com sua política ambiental, e se o sistema esta 
efetivamente implantado e adequado para atender aos objetivos ambientais da 
organização. A auditoria de sistema de gestão é uma ferramenta de gestão, 
compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva 
sobre como os equipamentos, gestão e organização ambiental estão 
desempenhando o objetivo de ajudar a proteger o meio ambiente. A maioria das 
auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra forma de auditoria. 
Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria ambiental é a realização de 
um diagnóstico da situação atual para verificar o que está faltando e promover 
ações futuras que tragam a melhora do desempenho ambiental da empresa (ECP 
CONSULTORIA 2009). 
De acordo com Woolston (1993 apud OLIVEIRA FILHO, 2002), a auditoria 
ambiental pode ser dividida em dois grandes grupos – auditoria de produto e auditoria 
corporativa –, sendo que a primeira visa basicamente: 
 avaliar ou reavaliar os programas de garantia da qualidade na criaçãode um novo 
produto, ou seja, quais os cuidados iniciais que devem ser tomados na fabricação 
de um produto novo no mercado; 
 averiguar a procedência dos insumos empregados na produção; 
 verificar de que maneira as informações de caráter ambiental são avaliadas antes 
de sua transmissão aos consumidores; 
 avaliar a segurança das embalagens utilizadas pelos produtos; 
 estimar os efeitos causados ao meio ambiente pelos produtos durante seu ciclo de 
vida até sua disposição final. 
A auditoria ambiental corporativa, por sua vez, poderá focalizar: 
 um local individualmente; 
 uma única empresa de um determinado grupo; 
 uma divisão operacional (principalmente quando se tratar de companhias de 
grande porte); 
 um Sistema de Gestão Ambiental (WOOLSTON, 1993 apud OLIVEIRA FILHO, 
2002). 
30 
 
 
No que diz respeito à divisão operacional, Woolston (1993 apud OLIVEIRA 
FILHO, 2002) descreve que a auditoria ambiental corporativa será empregada com o 
propósito de: 
 analisar o setor de compras, com a finalidade de averiguar quais matérias-primas 
devem ser adquiridas de forma a causarem o menor impacto possível ao meio 
ambiente; 
 examinar o sistema de transporte, a fim de mensurar os efeitos causados ao meio 
ambiente. 
Estas auditorias corporativas podem ser divididas em auditorias técnicas ou de 
conformidade, de responsabilidade e auditorias de minimização de desperdício, 
sintetizadas no organograma e, logo após, em um quadro. (WOOLSTON, 1993 apud 
OLIVEIRA FILHO, 2002). 
AUDITORIAS 
As auditorias de conformidades ou técnicas têm a finalidade de checar se a 
companhia está em conformidade com as leis, regulamentações e política da empresa 
enquanto a auditoria de responsabilidade tem como objetivo verificar os padrões 
ambientais das companhias, em função das exigências das instituições financeiras, das 
companhias de seguros e do mercado consumidor. Também é utilizada como requisito 
para o processo de fusão, incorporação e aquisição de companhias. 
Em Silva e Assis (2003), encontramos também as seguintes finalidades para as 
auditorias: 
 auditoria de conformidade – consiste na verificação do cumprimento da 
legislação aplicável existente. É uma auditoria de ambição muito limitada, pois se 
restringe à legislação existente e de caráter “defensivo”; 
 auditoria pós-acidente – centrada nos problemas de responsabilidade penal ou 
civil, tem por objetivo determinar as causas de um acidente. Em geral, realizada 
paralelamente a um procedimento jurídico, pode dar elementos à procuradoria, 
mas também pode fornecer à empresa; 
 auditoria de riscos – pode ser aplicada no caso de um contrato de seguro ou, em 
um âmbito mais geral, no caso de uma análise de risco. Neste último caso, ela é 
útil para a empresa conhecer com precisão a extensão do risco de um acidente 
para o meio ambiente e, consequentemente, os riscos jurídicos, econômico e 
31 
 
 
financeiro. Com este tipo de auditoria, a empresa visa simplesmente limitar seus 
riscos; 
 auditoria de operação de fusão, absorção ou de aquisição – uma empresa que 
deseja, por exemplo, adquirir uma outra empresa pode solicitar uma auditoria 
ambiental para saber a natureza dos riscos ao qual ela estaria sujeita. Outro caso, 
por exemplo, é o da venda de terrenos nos quais serão colocados materiais 
descartados; a empresa vendedora pode realizar uma auditoria ambiental para se 
desembaraçar de responsabilidades futuras no caso de contaminação. Da mesma 
forma, uma empresa que vai comprar um terreno pode solicitar uma auditoria para 
saber em que situação, com relação à qualidade do solo e das águas, ele se 
encontra; 
 auditoria de gerenciamento geral – essa auditoria tem um objetivo maior. Trata-
se de verificar todos os possíveis impactos da empresa sobre o meio ambiente. 
Essa auditoria permite a definição de uma orientação e de uma política da empresa 
por meio da totalidade dos dados ambientais e considera as evoluções futuras do 
contexto jurídico (SILVA; ASSIS. 2003). 
Algumas empresas especializadas em auditoria e assuntos afins podem estar aptas 
a realizar, por exemplo: 
 auditoria de conformidade legal (DZ 56 – FEEMA-RJ e CONAMA 306/02); 
 auditoria de avaliação do atendimento a requisitos legais aplicáveis visando 
atender o requisito 4.5.2 da ISO 14001 e o requisito 4.5.1 da OHSAS 18001, e 
outros; 
 auditoria de Sistemas de Gestão (ISO 14001, OHSAS 18001 e ISO 9001), 
Terceirização das auditorias internas exigidas nas Normas de Gestão, permitidas 
pelos Organismos de Certificação e conforme os requisitos da NBR ISO 19011, 
proporcionando economia de recursos humanos e econômicos para o cliente; 
 auditoria de fornecedores e prestadores de serviço ambientais, avaliando os 
principais aspectos e impactos ambientais, reais ou potenciais e os padrões 
adequados a serem atendidos pelos prestadores de serviços ambientais de forma a 
garantir a proteção ao meio ambiente através da melhoria do desempenho 
ambiental destes contratados e, ao mesmo tempo, minimizando o risco potencial 
de responsabilidade da empresa cliente por danos ambientais; 
 auditoria Due Diligence de compra e venda / Auditoria de Passivo Ambiental – 
avalia os riscos ambientais e os passivos ambientais associados à compra, venda 
32 
 
 
ou encerramento, para que sejam identificados e levados em consideração durante 
a transação imobiliária. (De Martini Junior 
http://www.demartiniambiental.com.br/). 
Outro exemplo seria a auditoria para um empreendimento habitacional que pode 
contar com uma auditoria ambiental interna ou externa. A auditoria interna, executada 
pelos moradores, por meio de uma associação representativa e, se necessário por auditores 
independentes contratados, tem seus resultados (conclusão da auditoria) de uso interno 
ou condominial. A auditoria externa é realizada, necessariamente, por auditores 
independentes externos à organização, sendo seus resultados avaliados por terceiros, 
como organização de certificação, e seu uso deve ser atinente ao Poder Público, por meio 
de órgãos responsáveis por políticas habitacionais e/ou ambientais, e mesmo 
disponibilizados para consulta pública, principalmente no caso de determinadas leis 
(RODRIGUES, 2007). 
O quadro abaixo sintetiza o tipo e o que avalia uma auditoria: 
TIPO O QUE AVALIA 
Auditoria de Conformidade 
Legal 
Adequação à legislação. 
 
Auditoria de Desempenho 
Ambiental 
Conformidade com a legislação, regulamentos e 
indicadores setoriais. 
Auditoria de Sistema de Gestão 
Ambiental 
Cumprimento dos princípios Sistema Gestão 
Ambiental, adequação e eficácia do Sistema de 
Gestão Ambiental. 
Auditoria de Certificação Conformidade com os princípios da norma 
certificadora. 
Auditoria de 
Descomissionamento 
Danos ao entorno pela desativação da unidade 
produtiva. 
Auditoria de Sítios Estágio de contaminação de um local. 
Auditoria Pontual Otimização dos recursos no processo produtivo. 
Auditoria de Responsabilidade O passivo ambiental da empresa. 
 Fonte: Silva; Assis (2003) 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS 
Assim como a auditoria contábil é ferramenta básica para a indicação da saúde 
financeira de uma empresa, a auditoria ambiental tem se tornado ferramenta básica na 
avaliação da saúde ambiental da empresa, diagnosticando eventuais riscos que possam 
vir a transformar-se em sérios danos ambientais (DALL’AGNOL, 2008). 
A primeira grande vantagem da auditoria acontece quando há comprometimento 
da direção da empresa e disponibilidade de recursos para aplicar em auditoria visando 
33 
 
 
corrigir as não conformidades detectadas. Alguns benefícios que decorrem dessa ação 
seriam: 
a) identificação e registro das conformidades e das não-conformidades com a 
legislação, com regulamentações e normas e com a política ambiental da empresa (caso 
exista); 
b) prevenção de acidentes ambientais; 
c) melhor imagem da empresajunto ao público, à comunidade e ao setor público; 
d) provisão de informação à alta administração da empresa, evitando-lhe 
surpresas; 
e) assessoramento aos gestores na implementação da qualidade ambiental na 
empresa; 
f) assessoramento à alocação de recursos (financeiro, tecnológico, humano) 
destinados ao meio ambiente na empresa, segundo as necessidades de proteção do meio 
ambiente e as disponibilidades da empresa, descartando pressões externas; 
g) avaliação, controle e redução do impacto ambiental da atividade; 
h) minimização dos resíduos gerados e dos recursos usados pela empresa; 
i) promoção do processo de conscientização ambiental dos empregados. 
Como vantagens da auditoria ambiental temos: 
a) ajuda a proteger o meio ambiente interno e externo da empresa; 
b) identifica e documenta o cumprimento de políticas, diretrizes e padrões 
ambientais; 
c) identifica e documenta o cumprimento da legislação ambiental; 
d) ajuda a evitar ou minimizar o uso de recursos naturais; 
e) conduz a melhorias no desempenho ambiental da unidade auditada; 
f) aumenta a conscientização e a responsabilidade ambiental de dirigentes e 
empregados; 
g) fornece garantias à administração superior quanto ao gerenciamento correto das 
responsabilidades ambientais; 
h) melhora a imagem institucional da empresa; 
i) protege a empresa contra eventuais ações de responsabilidade civil; 
j) melhora a higiene e a segurança dos empregados; 
k) permite obter taxas de seguro mais vantajosas; 
l) facilita a obtenção de cobertura de seguro por danos ambientais; 
34 
 
 
m) atribui crédito positivo à direção da unidade auditada quando há um bom 
desempenho ambiental; 
n) facilita o intercâmbio de dados e informações ambientais entre unidades 
auditadas; 
o) permite avaliar a evolução do tratamento das questões ambientais por unidade 
auditada (OLIVEIRA FILHO, 2002). 
Evidentemente que existem desvantagens, a saber: 
a) não pode ser implantada e mantida sem um gasto considerável; 
b) exige a alocação de empregados especializados ou a contratação de serviços de 
terceiros; 
c) pode levar a uma falsa imagem da empresa se não houver cautela na interpretação 
e divulgação dos resultados; 
d) poderá ocasionar uma falsa sensação de segurança ambiental, em especial se a 
auditoria foi realizada de maneira incompleta ou por auditores inexperientes 
(OLIVEIRA FILHO, 2002). 
PROCEDIMENTOS E ETAPAS 
Segundo Braga et al. (1996), a auditoria ambiental está caracterizada de acordo 
com três elementos fundamentais, que são: 
1. a coleta de dados e informações existentes nas organizações; 
2. a avaliação dos dados coletados, tendo como ponto de apoio a experiência, as 
normas e os padrões técnicos inerentes à profissão; 
3. o relatório, com base na análise dos dados colhidos, apontando as conclusões e 
recomendações. 
De uma forma geral, a utilização da ferramenta “auditoria ambiental” presta-se, 
em um primeiro plano, ao acompanhamento da evolução e qualidade de um Sistema de 
Gestão Ambiental; por outro lado, quando uma empresa não possui um SGA, a auditoria 
ambiental poderá ser efetuada baseando-se na documentação que originou o 
licenciamento ambiental. 
De acordo com Juchem (1995), torna-se difícil a atuação da auditoria ambiental 
dentro de uma organização que não disponha de um SGA. Mesmo assim, as auditorias 
ambientais isoladas e desvinculadas de uma gestão ambiental podem ser feitas para casos 
específicos como, por exemplo, para fins de incorporação ou compra e venda de 
35 
 
 
empresas; por exigências de companhias seguradoras ou bancos financiadores; para 
atender dispositivos legais específicos. 
Juchem (1995) enfatiza que o processo de auditoria ambiental em maior escala, 
envolvido com a gestão ambiental da empresa, em muitos casos vai muito além dos itens 
acima citados e, em geral, deverá ser efetuado com uma certa periodicidade. 
Jones (s.d apud Ferreira, 1999) diz que a auditoria ambiental visa identificar os 
problemas relacionados com a produção, com a operação de processos ou até mesmo com 
a prestação de serviços, para que os possíveis problemas ambientais sejam sanados antes 
que se tornem exigências dos organismos de fiscalização da área ambiental, dos 
investidores, das instituições financeiras ou das companhias de seguro. A auditoria 
ambiental tem um caráter nitidamente preventivo e constitui um instrumento fundamental 
para o aperfeiçoamento do SGA das organizações. 
De acordo com Viterbo Júnior (1998), as empresas devem sempre manter 
programas e procedimentos definidos para que, considerando-se a política ambiental da 
organização, periodicamente, possam efetuar-se as auditorias preventivas no sistema de 
gestão ambiental, de forma a: 
 verificar a adequação da implantação do sistema de gestão ambiental e se há 
manutenção constante do mesmo; 
 determinar se o sistema de gestão ambiental está de acordo com as disposições 
planejadas, inclusive com os requisitos das normas de proteção ambiental; 
 subsidiar a administração, para fins deliberativos, através dos resultados das 
auditorias efetuadas. 
O programa para efetivação dos trabalhos da auditoria ambiental, inclusive o 
cronograma das atividades, deverá ter por base a relevância ambiental das atividades da 
organização, envolvendo, também, os resultados anteriores respaldados nos relatórios de 
auditoria (VITERBO JÚNIOR 1998). 
Na concepção de Gilbert (1995), para que um programa de auditoria possa testar 
a eficácia de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), ele deve abordar pelo menos os 
seguintes fatores: 
a) as atividades e áreas específicas a serem avaliadas, inclusive: 
 a estrutura organizacional, funções e responsabilidades; 
 os procedimentos de operação e administração das atividades; 
 as atividades e processos na área de trabalho; 
 os procedimentos operacionais e registros; e, 
36 
 
 
 o desempenho ambiental. 
b) o cronograma da atividade de auditoria ambiental. As auditorias são 
estabelecidas com base na importância da atividade e no resultado de auditorias 
ambientais anteriores; 
c) definições de quem é responsável pela atividade de auditoria em cada área; 
d) definições dos critérios para a equipe que realiza as auditorias ambientais. Os 
auditores devem ser independentes das áreas que estão sendo avaliadas; possuir alguma 
perícia na disciplina relevante e ser apoiados por especialistas sempre que necessário; 
e) o protocolo para realização da auditoria ambiental, ou seja, a ordem dos 
eventos, coleta de indícios e registro de conclusões; 
f) o procedimento para relatórios das conclusões da auditoria ambiental aos 
responsáveis pela área ou atividade avaliada e a identificação dos responsáveis pelas 
ações corretivas relacionadas às deficiências relatadas. O relatório deve incluir: 
conformidade ou não conformidade do SGA com as exigências; eficácia do SGA no 
cumprimento de objetivos e alvos; acompanhamento das conclusões de auditorias 
anteriores e conclusões e recomendações. 
Segundo vários autores que descrevem o processo completo das auditorias 
ambientais, essa se compõe basicamente de três etapas que se assemelham às auditorias 
financeiras: preparação ou pré-auditoria; instalação ou atividade de campo (auditoria 
propriamente dita); e, a atividade de pós-auditoria ou registro das constatações/ relatório 
(SILVA; ASSIS, 2003). 
Começa-se por estabelecer os objetivos determinados pelos auditados, delimitam-
se o campo de atuação e de realização, o objeto a ser auditado e o período de sua 
realização (escopo). A partir dos objetivos e escopo, estabelecem-se os critérios 
correspondentes às políticas, práticas, procedimentos ou regulamentos (legais ou 
organizacionais) para a coleta de evidências da auditoria. Na pré-auditoria, serão 
determinados os recursos humanos, físicos e financeiros a serem utilizados. Para 
realização do planejamento, os auditores deverão considerar as informações

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