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1 PROCESSOS AUXILIARES DO PROJETO 1 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................. 2 PROCESSOS AUXILIARES DO PROJETO .................................................... 4 DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................... 8 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS .............................................................. 15 TIPOS DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................... 20 OUTRAS TECNOLOGIAS APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......... 23 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 25 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Para cumprir com as leis vigentes e aplicáveis aos resíduos sólidos, deve-se analisar e pesquisar o melhor método para tratar seus resíduos. O objetivo maior das tecnologias de tratamento de resíduos é diminuir o impacto negativo no meio ambiente e para a saúde humana, além de, em alguns casos, gerar retorno financeiro para as organizações. As tecnologias podem consistir em: disposição final ou tratamento intermediário, para diminuir a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem. De acordo com a Lei dos resíduos sólidos, as prioridades da gestão e gerenciamento dos resíduos tem a seguinte ordem de prioridade: Não geração; Redução; Reutilização; Tratamento; Disposição final. Na íntegra da Lei 12305/2010, sobre o assunto em questão: § 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. § 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei. Tendo em visto o cumprimento da Lei, o tratamento dos resíduos é uma atividade essencial para que uma empresa esteja de acordo com a legislação, além de estar construindo uma boa imagem perante os clientes e público em geral. 4 Caso a empresa não cumpra com a legislação, sofrerá com implicações que geram prejuízos financeiros e desgaste na imagem de seus serviços e produtos e consumidores. PROCESSOS AUXILIARES DO PROJETO A palavra “projeto” deriva do termo latino “projectus”, o qual remete à ideia de “algo lançado para frente”. Um projeto está associado à ideia de antecipação do futuro, por meio da construção de novos cenários e possui, no mínimo, dois componentes distintos, mas interligados: “o que se quer atingir” e “como se vai atingir”. Dizendo de outra forma, os projetos podem ser entendidos como um procedimento de planejamento e realização de ações, a partir da explicitação de objetivos e dos modos de atingi-los. Projeto básico: Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo de sua execução; 5 d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimento propriamente avaliados. (Lei nº 8.666/1991). Projeto executivo O conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (Lei nº 8.666/1991). Deverão ser abordados os aspectos legais, estrutura administrativa, estrutura operacional, aspectos sociais, educação ambiental e estrutura financeira, características da cidade e hábitos da população. O diagnóstico deve, preferencialmente, ser realizado de forma participativa com os demais agentes sociais que tenham interface com o item diagnosticado. Parâmetros básicos: a) população urbana (residente e flutuante); renda/padrão de consumo; hábitos e costumes; e taxa de crescimento populacional no período; b) variáveis físicas, demográficas e urbanas: clima; topografia; sistema viário; tamanho da cidade; adensamento urbano; zoneamento da ocupação do solo; densidade demográfica média (hab./ha) da área de projeto (ano) e no alcance do projeto (ano); e disponibilidade de áreas para destino final; • as condições topográficas e o sistema viário urbano, registrados em mapas, devendo caracterizar o tipo de pavimentação das vias, declividade, sentido e intensidade de tráfego; • a definição das zonas de uso e ocupação do solo da área urbana do município. 6 As áreas delimitadas em mapas deverão indicar os usos predominantes, concentrações populacionais, comerciais e industriais, áreas de baixa renda e áreas de difícil acesso; c) variáveis econômicas: percurso e distância percorrida em cada setor ao efetuar a coleta; e percurso e distância percorrida para o transporte do lixo dos locais de coleta aos locais de disposição final; d) variáveis ambientais e sociais: consciência ambiental e grau de envolvimento comunitário e da sociedade em geral; e) variáveis técnicas, operacionais da infraestrutura instalada do serviço de limpeza pública: disponibilidade de equipamentos e de pessoal qualificado para operação e manutenção; organizaçãoinstitucional; forma de prestação dos ser- 28 Fundação Nacional de Saúde viços, incluindo a otimização por meio de soluções intermunicipais; e desenvolvimento tecnológico; f) os aspectos operacionais, com a descrição do sistema atual de coleta de lixo, contendo a infraestrutura de apoio, a quantificação e caracterização dos equipamentos, veículos e pessoal utilizado: • coleta domiciliar e comercial (convencional e seletiva, quando houver); e • coleta de resíduos especiais (industriais, serviços de saúde e entulhos); g) aspectos institucionais, recursos humanos e financeiros do órgão prestador do serviço de limpeza urbana com mecanismos de cobrança; cobrança pelos serviços; h) aspectos da destinação final; i) aspectos da reciclagem e compostagem; j) regulamento e normas sanitárias existentes no município; k) participação da comunidade. Caracterização dos resíduos: Fase I – Estudos e análises preliminares do roteiro para elaboração do plano de gestão de resíduos sólidos, nos seguintes aspectos: 7 a) estimativas de quantidade de lixo gerado; b) composição física percentual (média) dos diversos tipos de resíduos sólidos urbanos; c) distribuição dos resíduos sólidos urbanos por classes (% do total). Fase II – Estudos e análises preliminares A partir dos parâmetros básicos obtidos a partir do diagnóstico e que influenciam diretamente na formulação das alternativas técnicas. Serão ainda efetuados alguns estudos e análises preliminares para a obtenção dos parâmetros de concepção, que permitirão estabelecer uma projeção da produção de resíduos no horizonte do projeto. Observações gerais: a) admite-se, excepcionalmente, na elaboração do Plano de Coleta, obter por estimativa com base nas informações contidas no diagnóstico e nos dados populacionais do IBGE, alguns elementos básicos para a concepção dos sistemas de coleta, tais como: produção e caracterização dos resíduos gerados e outros parâmetros específicos para o dimensionamento da frota adequada. No entanto, por ocasião da elaboração do Plano de Gestão os estudos de caracterização e quantificação dos resíduos terão que ser realizados e estes parâmetros estimados e revistos; b) tal procedimento somente poderá ser adotado, caso não seja possível obter a produção de resíduos pela geração média per capita, obtida por valores de pesagem dos caminhões da coleta domiciliar/comercial durante um determinado período estabelecido; e Orientações técnicas para apresentação de projetos de resíduos sólidos urbanos. c) para estes casos pode-se estimar a produção total dos resíduos de acordo com o tamanho da população considerada pelo IBGE e com as taxas médias diárias de contribuição per capita para cidades do porte daquela a ser beneficiada. Conteúdo: 8 a) descrição da concepção do Plano, incluindo a justificativa da alternativa técnica adotada e como será a execução de cada etapa/fase, se houver, mostrando os tipos de lixo que serão coletados. b) apresentar o projeto em planta de arruamento do município, mostrando os roteiros de coleta e/ou a localização de equipamentos para acondicionamento. c) frequência da coleta, especificando horários e tipos de equipamentos empregados e pessoal envolvido. Sugere-se seja utilizada a frequência alternada (três vezes por semana) para a coleta do lixo domiciliar, e diária, para a coleta do lixo comercial e das unidades de saúde: • especificações técnicas dos equipamentos a serem empregados na execução do Plano; e • deverá ser apresentado um quadro geral com o resumo dos serviços de coleta, contendo os itinerários, quilometragem e as regiões atendidas, os veículos, com suas características e as frequências utilizadas; d) apresentar os formulários de controles operacionais, com o objetivo de acompanhar o bom funcionamento da coleta e a necessidade de ajustes no Plano. DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Na realidade, não é fácil definir resíduos sólidos. De acordo com Calderoni (1997, p.49), diz que a definição e a conceituação dos termos “lixo” e “resíduos”, diferem conforme a situação em que forem aplicados. Mas na língua corrente, o termo resíduo é tido praticamente como sinônimo de lixo. A ABNT (1993, p.5), em relação aos resíduos, o define na equivalência do lixo como sendo: “material desprovido de utilidade pelo seu possuidor”. Entretanto para Oliveira (1982, p.81), “lixo constitui-se de resíduos da atividade humana em sociedade, mas também qualquer material que seu proprietário ou produtor não considere mais com valor suficiente para conservá-lo”. A palavra lixo derivada do termo latim lix, significa “cinza”. No Dicionário de Língua Portuguesa Larousse Cultural (1992, p.694), é definido como “restos domésticos ou industriais, despejos, resíduos inaproveitáveis, tudo que não presta e se joga fora, sujeira, imundice, coisas inúteis e sem valor”. 9 Dentro desta perspectiva, sabendo que o lixo é formado por resíduos sólidos, resultantes das atividades humanas, Pereira Neto (1999, p.9), define lixo como uma massa heterogênia de resíduos sólidos, resultantes das atividades humanas, os quais podem ser reciclados e parcialmente utilizados, gerando entre outro benefícios, proteção à saúde pública, economia de energia e de recursos naturais. De acordo com Oliveira (1985, p.87), qualquer material torna-se resíduo sólido, quando o produtor ou o proprietário não o considera valioso o suficiente ou que tenha um gasto alto demais para conservá-lo. Continuando a definição, Ferreira (1986, p. 42), ressalta que lixo é aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora, é tudo que não presta e que é jogado fora, sujidade, imundice, coisas inúteis, velhas, sem valor no sentido figurado, ralé. Os resíduos sólidos "lixo" é um dos grandes problemas que ameaçam a vida no planeta terra, porque além de poluir o solo, a água e o ar, também atrai animais que veiculam doenças. Ao contrário das tribos primitivas que só produziam o necessário para a sua sobrevivência, vivemos numa sociedade consumista onde as pessoas têm valor pela quantidade de bens que possuem. Geralmente, quem tem maior poder aquisitivo, acaba por consumir mais, produzindo mais lixo. Atualmente a propaganda vem estimulando o consumo de materiais descartáveis, porém, em nenhum momento, pensou-se nos resíduos gerados durante a fabricação, se estes serão recicláveis ou não, e onde iremos descartá-los. O desperdício também gera resíduos. Só no Brasil, em 1992, foram jogados fora cerca de 14 milhões de toneladas de alimentos, sendo que existem 32 milhões de brasileiros famintos. 10 A coleta seletiva é citada como uma alternativa para o problema dos resíduos sólidos, possibilitando melhor reaproveitamento do papel, vidro, metal, plástico e matéria orgânica. Somente com a criação de novos hábitos poderemos contribuir para a construção de uma sociedade mais consciente, mais civilizada, mais atenta, mais comprometida e "mais limpa". Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) “Documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública.” (Adaptado da Resolução Conama nº 5/1993). Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) A Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos representam grandes avanços para a solução dessa questão. Entretanto, os municípios, responsáveis diretamente pela gestão dos serviços de coleta, transporte e disposição final desses resíduos, têm encontrado grandes dificuldades para desenvolverem os planos necessários para orientarem o desenvolvimento das atividades que permitiriam compatibilizar a gestãoadequada, 11 respeitando o meio ambiente, sendo economicamente viável e promovendo a inclusão sócio produtiva dos catadores de materiais recicláveis. Os governos estaduais também devem desempenhar um papel de liderança no contexto da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, por isso, tão importante tornam-se os Planos Estaduais de Resíduos Sólidos destinados a organizar e dar as diretrizes gerais de gestão para os municípios integrantes de cada Unidade Federativa. Além do plano estadual, a PNRS define que os Estados também são responsáveis, quando couber, pela elaboração dos planos microrregionais de resíduos sólidos, bem como dos planos de regiões metropolitanas ou de aglomerações urbanas. O conteúdo mínimo dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos está previsto no art. 17, incisos I a XII, da Lei nº 12.305/2010. Vale ressaltar, que a PNRS, por meio de seu art. 16, combinado com o art. 55, estabeleceu que a elaboração de Plano Estadual de Resíduos Sólidos, até 02 de agosto de 2012, é condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. Nos últimos anos, o Governo Federal vem apoiando os estados na elaboração dos planos estaduais por meio da disponibilização de recursos financeiros e orientações metodológicas. Plano de Coleta de Resíduos Sólidos (PCRS) “Trata-se de um instrumento que segue a mesma sequência do PGRS, aplicável para projetos voltados, especificamente, a sistemas de acondicionamento, coleta e transporte de resíduos sólidos. Destina-se a redimensionar os sistemas de acondicionamento, coleta, e outros serviços públicos de limpeza pública, na perspectiva de torná-los mais eficientes e econômicos.” Sistema de resíduos sólidos urbanos: Ações que integram o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 12 a) sistema de acondicionamento e coleta de resíduos sólidos “Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo às normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes.” (Resolução Conama nº 5/1993); b) sistema de tratamento de resíduos sólidos “Conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente.” (Resolução Conama nº 5/1993); c) sistema de disposição final de resíduos sólidos “Conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.” (Resolução Conama nº 5/1993). Resíduos sólidos de origem urbana são os materiais produzidos somente pelas residências, não abrange, por exemplo, resíduos industriais, de construção civil e hospitalares. “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia disponível.” ( NBR.1.004-ABNT, 1993). Gestão de resíduos sólidos significa articular ações de planejamento, normativas e financeiras desenvolvidas por uma instituição municipal, apoiada em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, tratar e dispor o lixo de uma cidade (LEITE, 1997, citado por MANFRINATTO, 2007). Dentre outros, a carência de informações sobre a situação do manejo destes resíduos sólidos dificulta a tomada de decisões e o estabelecimento de políticas públicas e planos de manejo que caracterizam a efetiva gestão dos resíduos sólidos adequada para cada município. 13 Porém, quando está em vigor um plano de manejo com coleta seletiva, os resíduos sólidos passam a ter a potencialidade de gerar empregos para inúmeras famílias, através do trabalho de segregação de materiais recicláveis que posteriormente podem ser comercializados e, além de gerar a economia de matérias- primas e energia através da reutilização destes materiais, ainda favorecem a otimização da utilização dos recursos hídricos e energéticos que são utilizados na transformação das matérias primas como petróleo e minérios. Além disso, as cidades ficam livres dos vetores de doenças e passam a contar com um ambiente urbano mais limpo e saudável, o que se reverte em qualidade de vida para todos. Para tanto, torna-se fundamental um programa de educação ambiental visando a separação dos materiais recicláveis ainda na fonte, para que eles possam se coletados seletivamente e destinados à reciclagem. A separação dos materiais recicláveis dos não recicláveis significa uma grande diminuição do volume de resíduos despejados nos aterros sanitários, viabilizando economicamente estes locais e aumentando sua vida útil. O uso de metodologias adequadas para gestão dor resíduos sólidos urbanos, incluindo análise gravimétrica, caracterização dos resíduos, adoção de políticas públicas para segregação e destinação destes materiais, são as ferramentas para minimizar os impactos ao meio ambiente e saúde pública provocados pela inexistência de políticas públicas para o saneamento urbano. Resíduos Sólidos Orgânicos Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais descartados de atividades humanas. Podem ter diversas origens, como doméstica ou urbana (restos de alimentos e podas), agrícola ou industrial (resíduos de agroindústria alimentícia, indústria madeireira, frigoríficos...), de saneamento básico (lodos de estações de tratamento de esgotos), entre outras. São materiais que, em ambientes naturais equilibrados, se degradam espontaneamente e reciclam os nutrientes nos processos da natureza. Mas quando derivados de atividades humanas, especialmente em ambientes urbanos, podem se constituir em um sério problema ambiental, pelo grande volume gerado e pelos locais inadequados em que são armazenados ou dispostos. A disposição inadequada de resíduos orgânicos gera chorume, emissão de metano na atmosfera e favorece a 14 proliferação de vetores de doenças. Assim, faz-se necessária a adoção de métodos adequados de gestão e tratamento destes grandes volumes de resíduos, para que a matéria orgânica presente seja estabilizada e possa cumprir seu papel natural de fertilizar os solos. Segundo a caracterização nacional de resíduos publicada na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos orgânicos correspondem a mais de 50% do total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil. Somados aos resíduos orgânicos provenientes de atividades agrossilvopastoris e industriais, os dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos indicam que há uma geração anual de 800 milhões de toneladas de resíduos orgânicos. Quando separados na fonte (ou seja, quando os resíduos orgânicos não são misturados com outros tipos de resíduos) a reciclagem dos resíduos orgânicos e sua transformação em adubo ou fertilizante orgânico pode ser feita em várias escalas e modelos tecnológicos. Pequenas quantidades de resíduos orgânicos podem ser tratadas de forma doméstica (aprenda aqui como fazer) ou comunitária, enquanto grandes quantidades podem ser tratadas em plantas industriais. Os processos mais comuns de reciclagem de resíduos orgânicos são a compostagem (degradação dos resíduos com presença de oxigênio) e a biodigestão (degradação dos resíduos comausência de oxigênio). Tanto a compostagem quanto a biodigestão buscam criar as condições ideias para que os diversos organismos decompositores presentes na natureza possam degradar e estabilizar os resíduos orgânicos em condições controladas e seguras para a saúde humana. A adoção destes tipos de tratamento resulta na produção de fertilizantes orgânicos e condicionadores de solo, promovendo a reciclagem de nutrientes, a proteção do solo contra erosão e perda de nutrientes e diminuindo a necessidade de fertilizantes minerais (dependentes do processo de mineração, com todos os impactos ambientais e sociais inerentes a esta atividade, e cuja maior parte da matéria-prima é importada). Apesar disso, atualmente, menos de 2% dos resíduos sólidos urbanos são destinados para compostagem. Aproveitar este enorme potencial de nutrientes para devolver fertilidade para os solos brasileiros está entre os maiores desafios para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/gest%C3%A3o-de-res%C3%ADduos-org%C3%A2nicos.html#compostagem-domestica 15 Quanto à biodigestão, o Ministério do Meio Ambiente fez parte do Comitê Gestor do Projeto Brasil-Alemanha de Fomento ao Aproveitamento Energético de Biogás no Brasil (PROBIOGÁS), coordenado pelo Ministério das Cidades em parceria com a Agência de Cooperação Internacional Alemã. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS São várias as formas possíveis de se classificar o lixo por sua natureza física: seco e molhado; por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; pelos riscos potenciais ou meio ambiente: perigosos, não-inertes (NBR-100004). Normalmente, os resíduos são definidos segundo sua origem e classificados de acordo com o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente em resíduos urbanos e resíduos especiais. Segundo o critério de origem e produção, o lixo pode ser classificado da seguinte maneira: • Doméstico: gerado basicamente em residências; • Comercial: gerado pelo setor comercial e de serviços; • Industrial: gerado por indústrias (classe I, II e III); • Hospitalares: gerado por hospitais, farmácias, clínicas, etc.; • Especial: podas de jardins, entulhos de construções e animais mortos. 16 De acordo com a composição química, o lixo pode ser classificado em duas categorias: orgânico ou inorgânico. Assim, são várias as formas possíveis de se classificar o lixo por sua natureza física: seco e molhado; por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; pelos riscos potenciais ou meio ambiente: perigosos, não-inertes (NBR- 100004). Normalmente, os resíduos são definidos segundo sua origem e classificados de acordo com o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente em resíduos urbanos e resíduos especiais. Os resíduos compreendidos nas Classes II e III podem ser incinerados ou dispostos em aterros sanitários, desde que preparados para tal fim e que estejam submetidos aos controles e monitoramento ambientais. Os resíduos Classe I - Perigosos, somente podem ser dispostos em aterros construídos especialmente para tais resíduos, ou devem ser queimados em incineradores especiais. Nesta classe, inserem-se os resíduos da área rural, basicamente, as embalagens de pesticidas ou de herbicidas e os resíduos gerados em indústrias químicas e farmacêuticas. 17 Uma outra classificação dos resíduos pela origem, pode ser também apresentada: o lixo domiciliar, comercial, de varrição e feiras livres, serviços de saúde e hospitalares; portos, aeroportos e terminais ferro e rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos: Domiciliar Aquele originado da vida diária das residências, constituído por setores de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos. Disposição em aterro sanitário (coleta pelo poder público). Os resíduos sólidos urbanos (RSU) representam a matéria dos restos do consumo da sociedade. A sua geração descontrolada constitui-se em um problema complexo que deve ser solucionado pelo poder público em conjunto com a sociedade, a fim de reduzir os impactos negativos produzidos no meio ambiente e na saúde. Quando não se adota uma política pública para dar ordenamento à área, para uma gestão sustentável dos sistemas de resíduos sólidos, em muitas cidades brasileiras, em especial as de pequeno porte, as mudanças são demoradas, o que possibilita a criação de situação de total inadequação do tratamento e destinação dos resíduos. Comercial Aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos, 18 embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como, papel toalha, papel higiênico etc. Público São aqueles originados dos serviços: • de limpeza pública urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc.; • de limpeza de áreas de feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc. Serviços de saúde e hospitalar Constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc. São agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X, etc. Resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pós, cinzas etc.), e outros materiais que não entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são considerados como domiciliares. Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países. Também neste caso, os resíduos assépticos destes locais são considerados como domiciliares. Industrial 19 Aquele originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como, metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico. Agrícola Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Em várias regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também as embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos. Entulho Resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavaçõesetc. O entulho é, geralmente, um material inerte, passível de reaproveitamento. 20 TIPOS DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Geralmente todos os bens de consumo são resíduos sólidos em potencial. Tudo que é produzido pela atividade humana e consumido em residências, comércios e indústrias, após não ter mais utilidade, pode ser separado, selecionado e processado, resultando em resíduo sólido. 21 E esses resíduos devem ter seu tratamento ambiental correto, vejamos os tipos de tratamento: Reciclagem: Consiste na reintrodução dos resíduos no processo de produtos. Gera economia de energia nos processos de produção, e diminui a utilização de matéria- prima. Biodigestores: 22 Consiste na decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos Biodigestores. Esse processo tem várias tecnologias Compostagem: Realizado através de processo biológico de decomposição da matéria orgânica, o resultado final é um composto orgânico, podendo ser utilizado no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente. Muito utilizado na zona rural. Mas no meio urbano, deve ser realizado uma triagem e livrar o componente orgânico de componentes tóxicos ou perigosos. Aterro sanitário: Forma de disposição final dos resíduos sólidos no solo, em local estratégico e com técnicas de engenharia, seguindo normas operacionais para evitar danos à saúde público e impactos ambientais. Incineração: Processo que consiste redução de peso e volume do lixo pela combustão controlada. Esse método ainda é mais utilizado para o tratamento dos resíduos hospitalares e industriais, no caso do Brasil. 23 OUTRAS TECNOLOGIAS APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS Há tecnologias capazes de realizar com ecoeficiência as etapas desde: coleta, seleção, tratamento, reintrodução nas cadeias produtivas e destinação final dos rejeitos. Vejamos: Combustíveis derivados de resíduos: O tratamento térmico dos resíduos gera energia térmica em duas fases: logo no início da separação dos materiais recicláveis, matéria orgânica e resíduos não recicláveis, serão encaminhados para a incineração. Esses materiais são triturados e depois incinerados a temperatura de aproximadamente 1000°C. Os gases emitidos são neutralizados pelo processo de filtragem, sendo lavados com água alcalina. Esses gases limpos são lançados na atmosfera e os 24 resíduos inertes são levados para um decantador e podem ser aproveitados na produção de material de construção civil. Tecnologias de separação e classificação de resíduos: Utilizam tecnologias de sensores óticos para diferenciar os tipos de materiais e acelerar a separação dos materiais recicláveis. Esta tecnologia pode ser utilizada para resíduos domésticos, industriais, comerciais, limpeza urbana e construção civil. Esta tecnologia pode ser utilizada na aplicação da eliminação dos resíduos clorados e metais e na homogeneização do valor calorífico do combustível. Plasma térmico: É uma tecnologia que pode ser utilizada para o processamento de resíduos perigosos como: lama, cinzas de incineração, lixo hospitalar, sucatas metálicas, resíduos de produção de alumínio e outros metais. Uma chama é lançada diretamente sobre os resíduos, produzindo a dissociação das ligações moleculares dos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, orgânicos ou inorgânicos, perigosos ou não, alterando a composição química original para compostos mais simples. No processo das duas câmaras, os resíduos são inseridos em uma primeira câmara onde a parte orgânica é gaseificada e parte inorgânica é fundida. Os gases e líquidos são lançados em uma segunda câmara através do reator de plasma. Os gases são lavados e os metais voláteis e gases ácidos são incinerados. Produção de adubos orgânicos: Os adubos são muito eficientes na recomposição dos solos e pastagens e na melhoria da fertilidade da agricultura. Esta é uma tecnologia muito versátil que pode ser aplicada para a produção independente. 25 REFERÊNCIAS Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 – Classificação de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: ABNT; 1987. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13896 – Aterros de resíduos não perigosos – critérios para projetos, implantação e operação – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT; 1997. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 5, de 5 de agosto de 1993. Dispõe sobre definição de normas mínimas para tratamento de resíduos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários [online] Disponível em http://mma.gov.br/port/conama/index.cfm. CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. 8. ed. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 2004. MANFRINATO, Jair V. de Souza; MARTINS, Benedito L.; ESGUÍCERO, Fábio J. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos: um estudo da experiência no município de Lençóis Paulista. Revista Gerenciais, São Paulo, v.6, n.2, p. 137-146, 2007. MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. PMI (Project Management Institute). Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®) – Quinta Edição. Newtown Square: Project Management Institute, 2013;
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