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GERENCIAMENTO-DE-EFLUENTES-E-RESÍDUOS-1-GESTÃO E TECNOLOGIA DE RESÍDUOS

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1 
 
 
GERENCIAMENTO DE EFLUENTES E RESÍDUOS 
1 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
EFLUENTES.................................................................................................... 4 
RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................... 12 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
A questão ambiental tornou-se de suma importância nos dias atuais. O 
conceito de sustentabilidade, que pode ser definido como sendo a capacidade de 
atender as necessidades atuais sem comprometer a capacidade de gerações futuras 
atenderem suas próprias necessidades, vem sendo citado e debatido na comunidade, 
tanto acadêmica quanto pública. Aliado à sustentabilidade, tem-se o conceito de 
educação ambiental. Para Leonardi (1997), a definição de educação ambiental é 
influenciada pelas diversas formas de compreensão do próprio ambiente (questão 
biológica, econômica, política e cultural). 
O despejo de efluentes, principalmente industriais e domésticos, em recursos 
hídricos, está diretamente ligado à definição de sustentabilidade. Dentre os principais 
fatores de degradação da qualidade da água fluvial, pode-se destacar a poluição 
ocasionada pelo lançamento de esgotos oriundos dos mais diversos meios em corpos 
receptores. 
A disposição inadequada de efluente no meio ambiente pode propiciar a 
contaminação do solo e dos recursos hídricos, vinculado a isso, algumas culturas 
agrícolas, animais e a biota podem vir a ser afetados. Para que os efluentes sejam 
lançados no meio ambiente ou reutilizados, os mesmos devem atender a padrões 
estipulados por normas, legislações, resoluções, entre outros. Em nível nacional há a 
Resolução CONAMA nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de 
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes. Esta resolução segue o 
procedimento reportado em Métodos Padrão para Exame de Águas e Rejeitos 
(Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater) e estabelece limites 
máximos para os diferentes poluentes nos corpos d´água. Esta legislação estabelece 
o valor de 0,5 mg/L para o limite máximo de fenóis nos corpos de água. 
Referente aos resíduos sólidos, a geração dos mesmos é a face mais evidente 
das questões ambientais e normalmente é o portal de acesso para abordagens 
sustentáveis mais sistêmicas (SELBACH et al., 2014). O Ministério do Meio Ambiente 
afirma que as implicações da gestão inadequada dos resíduos sólidos no meio 
ambiente são refletidas na degradação do solo, comprometimento de mananciais, 
4 
 
 
poluição do ar e na saúde pública (BRASIL, 2000). A educação ambiental é essencial 
no processo de gerenciamento de resíduos (ROCHA et al., 2012). 
Este estudo possui como objetivo fazer, por meio de uma pesquisa 
bibliográfica, uma revisão sobre a educação ambiental e sua relação com resíduos 
sólidos e efluentes. 
EFLUENTES 
Quanto a sua classificação Hoag, (2008, p.25) indica que as águas residuárias 
podem ser de três tipos: 
* Rejeições de origem doméstica (as águas que provêm das cozinhas, as 
rejeições que resultam das atividades de lavanderia e para higiene dos pacientes e 
funcionários); 
* Rejeições industriais (as águas que provêm das garagens e locais de 
manutenção, que contêm geralmente um volume importante de óleos e de 
detergentes); 
* Efluentes gerados pelas atividades hospitalares, de análise e de investigação, 
que são muito específicas aos hospitais. Estas rejeições podem conter produtos 
químicos e radioativos, líquidos biológicos, excreções contagiosas de resíduos de 
medicamentos eliminados nos excrementos dos pacientes. 
Já pararam para pensar nos motivos que levam uma indústria e/ou empresa a 
realizar o tratamento de efluentes? Certamente há uma hesitação por conta dos 
responsáveis pela decisão, visto que o processo pode ser oneroso, quando 
comparado ao simples descarte. 
No entanto, a realidade mostra que diversos impasses acabam tornando tal 
decisão mais breve: são as legislações e normas, que regulamentam o despejo 
correto do efluente industrial, impondo padrões mínimos de descarte. As legislações 
podem ser federais, estaduais ou municipais, prevalecendo sempre a mais restritiva. 
No Brasil, o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente – é o órgão 
ambiental máximo federal. Cabe aos municípios e cidades seguirem suas resoluções, 
com exceção de decretos municipais ou estaduais mais restritivos, conforme 
mencionado. Para que as empresas estejam regularizadas, é necessário que elas 
5 
 
 
estejam de acordo com a resolução n° 430, de 13 de maio de 2011, que complementa 
a resolução n° 357, de 17 de maio de 2005, ambas do CONAMA. 
Desse modo, evita-se a contaminação de solos e águas superficiais, tais como 
rios, lagos e lagoas. Ao descumprir tais medidas, as multas acabam sendo mais caras 
do que o processo de tratamento de efluentes em si. Além disso, esta técnica gera 
diversos benefícios, tornando as atividades da indústria menos onerosas! Ao reutilizar 
o produto gerado – água – em uma outra parte do processo, evita-se não só o 
desperdício mas também novos gastos. Outro ponto positivo, por exemplo, é a 
possibilidade de utilizar o pretexto do tratamento de efluentes para iniciar uma 
estratégia de marketing verde na sua empresa. 
A geração de efluentes deve ser controlada, porém se a mesma não pode ser 
evitada, tem-se que proporcionar um tratamento adequado dos mesmos. Há diversos 
tipos de efluentes, os quais são gerados nos mais diversos tipos de indústrias. 
O conhecimento da natureza do efluente é essencial tanto para o projeto e 
análise de instalações de tratamento como para a tomada de decisão em relação a 
uma fonte considerada poluidora. Os principais parâmetros físico-químicos e/ou 
biológicos normalmente analisados conforme as características da fonte são: sólidos 
totais, fixos, voláteis, em suspensão, dissolvidos e sedimentáveis; temperatura; cor; 
odor; turbidez; demanda bioquímica de oxigênio (DBO); demanda química de 
oxigênio (DQO); carbono orgânico total (COT); pH; oxigênio dissolvido (OD); metais 
pesados – chumbo, cromo, cádmio, zinco, ferro, mercúrio, etc; gás sulfídrico; metano; 
nitrogênio; fósforo; óleos e graxas (O & G); cloretos; sulfatos; compostos tóxicos 
(cianetos e cromatos); fenóis; agentes tensoativos – ABS, LAS; microorganismos – 
coliformes fecais e totais, em geral; vazão do efluente. Normalmente um subconjunto 
destes parâmetros é utilizado para caracterizar o efluentede determinada empresa 
ou setor. As análises necessárias para conhecer cada parâmetro são realizadas em 
laboratórios especializados, normalmente utilizando procedimentos padronizados 
segundo o Standard Methods (AWFAWWA-WEF, 1998). 
Com relação aos tratamentos de efluentes, os mesmos podem ser: tratamento 
primário, secundário e terciário. No tratamento primário separa-se a água dos 
materiais poluentes a partir da sedimentação nos equipamentos, através de ação 
física. Pode, em alguns casos, ser ajudado pela adição de agentes químicos que 
6 
 
 
através de coagulantes e floculantes possibilitam a obtenção de flocos de matéria 
poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente decantáveis. Após o 
tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas 
dimensões, normalmente constituída por coloides, devido à digestão do lodo, não 
sendo por isso passível de ser removida por processo exclusivamente físicos 
químicos (SILVA, 2004). Já o tratamento secundário é geralmente um processo 
biológico, do tipo lodo ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica 
coloidal é consumida por micro-organismos nos chamados reatores biológicos. Estes 
reatores são normalmente constituídos por tanques com grande quantidade de micro-
organismos aeróbios, havendo por isso a necessidade de promover o seu arejamento. 
Terminado o tratamento secundário, as águas residuais tratadas apresentam um 
reduzido nível de poluição por matéria orgânica, podendo na maioria dos casos, 
serem admitidas no meio ambiente receptor (NEVES, 1974). O tratamento terciário 
tem como objetivo a remoção de poluentes específicos, ou ainda, remoção 
complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento 
secundário. 
Mas o que caracteriza um efluente industrial? 
Efluente industrial é todo o despejo líquido gerado nas diversas etapas de um 
processo produtivo, isto é, toda a água que é utilizada em uma indústria e, 
posteriormente, descartada. Mais precisamente, de acordo com a norma brasileira da 
ABNT – NBR 9800/1987, efluentes industriais são “despejos líquidos provenientes 
das áreas de processamento industrial, incluindo os originados nos processos de 
produção, as águas de lavagem de operação de limpeza e outras fontes, que 
comprovadamente apresentem poluição por produtos utilizados ou produzidos no 
estabelecimento industrial”. 
As etapas do tratamento de efluentes: 
De acordo com a sequência apresentada, divide-se as técnicas de tratamento 
de efluentes industriais em 4 etapas. Cada uma delas serve como uma preparação 
ou condicionamento para a etapa posterior. 
 Tratamento Preliminar: 
Evita obstruções e danos nos equipamentos da planta, ao reduzir os sólidos 
grosseiros em suspensão, com o uso de grades, peneiras ou caixas de retenção de 
7 
 
 
areia. Também é nesta etapa que o efluente é neutralizado, através do ajuste do pH, 
e equalizado, caso ele apresente características físico-químicas e vazões muito 
variáveis. 
 Tratamento Primário: 
Aqui, de 40 a 70% dos sólidos suspensos e o material flotante são removidos, 
através de técnicas como gradeamento, coagulação/floculação, flotação, decantação 
e equalização. 
 
Gradeamento: Esse tratamento é usado, por exemplo, nas ETAs (Estações 
de Tratamento de água) onde a água captada dos rios, lagos ou poços passa por 
grades colocadas em lugares estratégicos para impedir a passagem de detritos (e 
também de peixes e plantas). 
8 
 
 
 
Coagulação/Floculação: é considerado um tipo de tratamento terciário de 
efluentes, pois emprega técnicas físico-químicas para a remoção de poluentes 
específicos. Infelizmente, essa é uma tecnologia de transferência do poluente da água 
para outro lugar, pois eles são transformados em resíduos sólidos, mas a poluição 
não é destruída. 
 
9 
 
 
Flotação: É uma técnica de separação físico-química que consiste em 
adicionar bolhas de ar em uma suspensão coloidal. As partículas em suspensão 
aderem a essas bolhas e são arrastadas para a superfície do líquido, formando uma 
espuma que pode, então, ser removida da solução. 
 Decantação: Essa é uma técnica física de separação de misturas formadas 
principalmente por sólidos em líquidos. Ela consiste em deixar a mistura em repouso 
para que, em razão da diferença de densidade e da ação da gravidade, os sólidos 
sedimentem-se, ou seja, depositem-se no fundo do recipiente para serem então 
separados da parte líquida, que fica em cima. 
Equalização: A função da bacia de equalização é dar robustez ao sistema ao 
absorver variações bruscas na qualidade do efluente. 
 Tratamento Secundário: 
São os processos biológicos, tanto anaeróbios quanto aeróbios, que utilizam a 
matéria orgânica como substrato para microrganismos, obtendo gases, como o 
biogás, sólidos inorgânicos e material biológico sedimentável. Também são 
removidos os poluentes biodegradáveis aqui. Destacam-se as técnicas de lodo 
ativado, lagoa aerada, lagoa de estabilização, filtros biológicos e digestores 
anaeróbios. A partir dessa etapa é possível o descarte do efluente, visto que ele já 
vai possuir os padrões mínimos requeridos pela legislação, bem como a utilização do 
efluente tratado na agricultura, desde que não seja destinado ao consumo humano. 
Biológico: é realizado por meio de bactérias e outros microrganismos que 
consomem a matéria orgânica poluente através do processo respiratório. O processo 
ocorre nas lagoas de aeração que são equipadas com dezenas de milhares de 
difusores de ar que fornecem o oxigênio necessário. Em seguida, o efluente é 
encaminhado para as lagoas de decantação, onde o material sólido, flocos biológicos, 
se decantam formando o lodo de esgoto. 
Lodo ativado: O processo biológico que ocorre dentro do tanque é todo 
aeróbio. No tanque, a aeração tem por finalidade proporcionar oxigênio aos 
microrganismos (biomassa) e evitar a deposição dos flocos bacterianos, a fim de 
misturá-los homogeneamente com o efluente. O oxigênio pode ser introduzido por 
10 
 
 
meio de um sistema de aeração mecânica, por ar comprimido, ou ainda pela 
introdução de oxigênio puro. 
É um tratamento biológico utilizado nas estações de maior capacidade de 
tratamento. O processo convencional tem como objetivo a remoção da matéria 
orgânica com uma eficiência de aproximadamente 90% e consiste em duas fases: 
líquida e sólida. 
 
Lagoa Aerada: O processo necessita de oxigênio e a profundidade das lagoas 
varia de 2,5 a 4,0 metros. Os aeradores servem para garantir oxigênio no meio e 
manter os sólidos bem separados do líquido (em suspensão). A qualidade do esgoto 
que vem da lagoa aerada não é adequada para lançamento direto, pelo fato de conter 
uma grande quantidade de sólidos. Por isso, são geralmente seguidas por lagoas de 
decantação para remoção dos sólidos. 
Lagoa de Estabilização: Em geral, as lagoas apresentam excelentes 
eficiências de tratamentos. Em termos de eficiência de remoção de DBO, a faixa típica 
situa-se entre 75 e 85%. Com relação a remoção de coliformes, pode-se alcançar até 
99,9% de eficiência. 
As eficiências das lagoas são influenciadas, em grande parte, pelo clima. 
Locais com clima predominante quente (exemplo o Brasil) apresentam eficiências de 
remoções maiores do que locais frios, pois, a temperatura apresenta um 
relacionamento com outros fatores que interferem no processo biológico, como a 
radiação solar, a velocidade da fotossíntese e a velocidade do metabolismo dos 
organismos. 
11 
 
 
 
 Tratamento Terciário de efluentes industriais: 
É o tratamento avançado, requerido para se obter a chamada água de reúso, 
que pode ser utilizada na irrigação, na indústria – na alimentação de caldeiras, 
refrigeração e água de processo – e para fins urbanos potáveis ou não, dependendo 
das técnicas utilizadas. Para tornar a água praticamente potável novamente, técnicas 
bastante onerosas são necessárias, como ouso de membranas em processos de 
ultra ou nanofiltração e osmose reversa. Há ainda as técnicas de adsorção com 
carvão ativado, para tratar os micropoluentes orgânicos, lagoa de maturação, para 
microrganismos patogênicos, troca iônica, para metais pesados, e oxidação química, 
para a DQO residual. 
Ao escolher quais equipamentos de cada etapa do tratamento utilizar e o 
dimensionamento dos mesmos, leva-se em conta as características do efluente, 
descritas acima, alguns fatores econômicos, o espaço para tratamento, a vazão do 
efluente, entre outros. 
12 
 
 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas décadas nas 
esferas nacional e internacional, devido à expansão da consciência coletiva com 
relação ao meio ambiente. Assim, a complexidade das atuais demandas ambientais, 
sociais e econômicas induz a um novo posicionamento dos três níveis de governo, da 
sociedade civil e da iniciativa privada. 
A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, após vinte e 
um anos de discussões no Congresso Nacional, marcou o início de uma forte 
articulação institucional envolvendo os três entes federados – União, Estados e 
Municípios, o setor produtivo e a sociedade em geral - na busca de soluções para os 
problemas na gestão resíduos sólidos que comprometem a qualidade de vida dos 
brasileiros. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos qualificou e deu 
novos rumos à discussão sobre o tema. 
A partir de agosto de 2010, baseado no conceito de responsabilidade 
compartilhada, a sociedade como um todo – cidadãos, governos, setor privado e 
sociedade civil organizada – passou a ser responsável pela gestão ambientalmente 
adequada dos resíduos sólidos. Agora o cidadão é responsável não só pela 
disposição correta dos resíduos que gera, mas também é importante que repense e 
reveja o seu papel como consumidor; o setor privado, por sua vez, fica responsável 
pelo gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua 
13 
 
 
reincorporação na cadeia produtiva e pelas inovações nos produtos que tragam 
benefícios socioambientais, sempre que possível; os governos federal, estaduais e 
municipais são responsáveis pela elaboração e implementação dos planos de gestão 
de resíduos sólidos, assim como dos demais instrumentos previstos na PNRS. 
 
A Lei sancionada incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos 
e se dispõe a trazer novas ferramentas à legislação ambiental brasileira. Ressaltam-
se alguns desses aspectos quais sejam: 
Acordo Setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e 
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a 
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto; 
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: 
conjunto de atribuições dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, 
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo 
dos resíduos sólidos pela minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos 
gerados, bem como pela redução dos impactos causados à saúde humana e à 
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei; 
14 
 
 
Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social, 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada; 
Coleta seletiva: - coleta de resíduos sólidos previamente segregados 
conforme sua constituição ou composição; 
Ciclo de Vida do Produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento 
do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o 
consumo e a disposição final; 
Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR: 
tem como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as funções 
ou processos de uma organização. Essencialmente é composto de um sub-sistema 
formado por pessoas, processos, informações e documentos, e um outro composto 
por equipamentos e seu meios de comunicação; 
Catadores de materiais recicláveis: diversos artigos abordam o tema, com o 
incentivo a mecanismos que fortaleçam a atuação de associações ou cooperativas, o 
que é fundamental na gestão dos resíduos sólidos; 
Planos de Resíduos Sólidos: O Plano Nacional de Resíduos Sólidos a ser 
elaborado com ampla participação social, contendo metas e estratégias nacionais 
sobre o tema. Também estão previstos planos estaduais, microrregionais, de regiões 
metropolitanas, planos intermunicipais, municipais de gestão integrada de resíduos 
sólidos e os planos de gerenciamento de resíduos sólidos. 
A busca por soluções na área de resíduos reflete a demanda da sociedade que 
pressiona por mudanças motivadas pelos elevados custos socioeconômicos e 
ambientais. Se manejados adequadamente, os resíduos sólidos adquirem valor 
comercial e podem ser utilizados em forma de novas matérias-primas ou novos 
insumos. A implantação de um Plano de Gestão trará reflexos positivos no âmbito 
social, ambiental e econômico, pois não só tende a diminuir o consumo dos recursos 
naturais, como proporciona a abertura de novos mercados, gera trabalho, emprego e 
15 
 
 
renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados pela 
disposição inadequada dos resíduos. 
O solo, por si só tem a propriedade de decompor materiais e realizar a 
reciclagem dos mesmos. Nesta etapa vale ressaltar o conceito de reciclagem, o qual 
“é o resultado de uma série de atividades, pelas quais materiais que se tornariam lixo, 
ou estão no lixo, são desviados, coletados separados e processados para serem 
usados como matéria prima na manufatura de novos produtos” (IPT/CEMPRE - 2000). 
Porém, para que seja possível a realização da reciclagem, o solo deve ser estudado 
(por meio da identificação de características como cor, granulometria, acidez, 
composição e capacidade de troca de íons) a fim de evitarem-se erosões, por 
exemplo. Sabe-se que a erosão é um processo de deslocamento de terra ou de 
rochas de uma superfície. A erosão pode ocorrer por ação de fenômenos da natureza 
(vento, chuva, mudanças de temperatura) ou ação do ser humano. Portanto, por se 
tratar de algo maléfico à natureza, este fenômeno deve ser evitado ao máximo. Logo, 
sabe-se que até determinada intensidade a erosão pode ser dita como um fenômeno 
natural, que ocorre seguidamente na natureza, porém os desmatamentos, 
queimadas, pisoteamentos de animais, a urbanização e a deposição errônea de 
resíduos sólidos tem aumentado de forma considerável o acontecimento da erosão. 
Um dos meios de minimizar a ocorrência da mesma é evitar a disposição de resíduos 
sólidos, como plástico, vidro, metal, etc no solo, visto que esses materiais demoram 
muitos anos para se degradar e podem ocasionar obstruções de locais favorecendo 
a intensificação das ações das chuvas, matar a vegetação característica, contaminar 
o solo; o que contribui para a perda de nutrientes, entre outros aspectos. 
16 
 
 
 
Uma alternativa para o reaproveitamento e utilização desses materiais que são 
nocivos ao solo é a reciclagem, proporcionada por meio da coleta seletiva. A prática 
de coleta seletiva consiste na segregação e recolhimento de materiais descartados 
por empresas e domicílios, potencialmente recicláveis como: papéis, plásticos, vidros, 
metais e biodegradáveis, reduzindo desta forma, o encaminhamento para locais 
impróprios e sem a mínima estrutura para a sua disposição final, como lixões a céu 
aberto ou terrenos baldios (PENATTI e SILVA 2008). Gonçalves (2003) afirma: para 
um programa de coleta seletiva obter sucesso, visando à reciclagem, deve-se ter o 
envolvimento da população,através de um bom programa de comunicação e 
educação ambiental. 
Coleta seletiva é a coleta diferenciada de resíduos que foram previamente 
separados segundo a sua constituição ou composição. Ou seja, resíduos com 
características similares são selecionados pelo gerador (que pode ser o cidadão, uma 
empresa ou outra instituição) e disponibilizados para a coleta separadamente. 
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a implantação da 
coleta seletiva é obrigação dos municípios e metas referentes à coleta seletiva fazem 
parte do conteúdo mínimo que deve constar nos planos de gestão integrada de 
resíduos sólidos dos municípios. 
Cada tipo de resíduo tem um processo próprio de reciclagem. Na medida em 
que vários tipos de resíduos sólidos são misturados, sua reciclagem se torna mais 
cara ou mesmo inviável, pela dificuldade de separá-los de acordo com sua 
17 
 
 
constituição ou composição. O processo industrial de reciclagem de uma lata de 
alumínio, por exemplo, é diferente da reciclagem de uma caixa de papelão. 
Por este motivo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que a 
coleta seletiva nos municípios brasileiros deve permitir, no mínimo, a segregação 
entre resíduos recicláveis secos e rejeitos. Os resíduos recicláveis secos são 
compostos, principalmente, por metais (como aço e alumínio), papel, papelão, 
tetrapak, diferentes tipos de plásticos e vidro. Já os rejeitos, que são os resíduos não 
recicláveis, são compostos principalmente por resíduos de banheiros (fraldas, 
absorventes, cotonetes...) e outros resíduos de limpeza. 
Há, no entanto, uma outra parte importante dos resíduos que são os resíduos 
orgânicos, que consistem em restos de alimentos e resíduos de jardim (folhas secas, 
podas...). É importante que os resíduos orgânicos não sejam misturados com outros 
tipos de resíduos, para que não prejudiquem a reciclagem dos resíduos secos e para 
que os resíduos orgânicos possam ser reciclados e transformados em adubo de forma 
segura em processos simples como a compostagem. Por este motivo, alguns 
estabelecimentos e municípios tem adotado a separação dos resíduos em três 
frações: recicláveis secos, resíduos orgânicos e rejeitos. 
 
18 
 
 
Quando esta coleta mínima existe, os resíduos recicláveis secos coletados são 
geralmente transportados para centrais ou galpões de triagem de resíduos, onde os 
resíduos são separados de acordo com sua composição e posteriormente vendidos 
para a indústria de reciclagem. Os resíduos orgânicos são tratados para geração de 
adubo orgânico e os rejeitos são enviados para aterros sanitários. 
 
As formas mais comuns de coleta seletiva hoje existentes no Brasil são a coleta 
porta-a-porta e a coleta por Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). A coleta porta-a-
porta pode ser realizada tanto pelo prestador do serviço público de limpeza e manejo 
dos resíduos sólidos (público ou privado) quanto por associações ou cooperativas 
de catadores de materiais recicláveis. É o tipo de coleta em que um caminhão ou 
outro veículo passa em frente às residências e comércios recolhendo os resíduos que 
foram separados pela população. 
Já os pontos de entrega voluntária consistem em locais situados 
estrategicamente próximos de um conjunto de residências ou instituições para 
entrega dos resíduos segregados e posterior coleta pelo poder público. 
Vale ressaltar que, muitas vezes faz-se necessário um gerenciamento dos 
resíduos sólidos, o que segundo Cussiol (2008), “gerenciamento de resíduos é o 
conjunto de atividades técnicas e administrativas aplicáveis ao manuseio, à 
minimização da geração, à segregação na origem, à coleta, ao acondicionamento, ao 
transporte, ao armazenamento, ao tratamento, ao controle, ao registro e à disposição 
final dos resíduos”. 
19 
 
 
A elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), nos termos 
previstos no Art.16 da Lei nº 12.305/2010, é condição para os estados terem acesso 
a recursos da União, a partir de 02 de agosto de 2012, destinados a empreendimentos 
e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos. E também para serem 
beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou 
fomento para tal finalidade. A Lei estabelece ainda que serão priorizados no acesso 
aos recursos da União os estados que instituírem microrregiões, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução das ações a cargo de municípios limítrofes 
na gestão de resíduos sólidos. 
 
O PERS deverá abranger todo o território do estado, para um horizonte de vinte 
anos com revisões a cada quatro anos, observando o conteúdo mínimo definido pelo 
Art. 17 da Lei nº 12.305/2010, do qual podem ser ressaltados os seguintes pontos 
(BRASIL, 2010b): 
I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no 
Estado; 
II - proposição de cenários; 
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III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a 
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos; 
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades 
de disposição final; 
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão 
social e à emancipação econômica de catadores; 
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas; 
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado, 
para a obtenção de seu aval; 
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou 
compartilhada dos resíduos sólidos; 
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos 
sólidos de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; 
X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de 
resíduos; 
XI – previsão de zonas favoráveis para a localização de unidades de 
tratamento ou de disposição final e de áreas degradadas a recuperar; 
XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, assegurado o 
controle social. 
Além disso, o PERS deve estar em consonância, principalmente, com os 
objetivos e as diretrizes dos planos plurianuais (PPA) e de saneamento básico, e com 
a legislação ambiental, de saúde e de educação ambiental, dentre outras. 
Dessa forma, o PERS deve ser compatível e integrado às demais políticas, 
planos e disciplinamentos do Estado relacionados à gestão do território. 
O PERS deverá apontar caminhos e orientar investimentos, além de subsidiar 
e definir diretrizes para os planos das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas 
e microrregionais, bem como para os planos municipais de gestão integrada e para 
os planos de gerenciamento dos grandes geradores de resíduos. 
A síntese das informações sobre resíduos sólidos deverá permitir: 
21 
 
 
 A elaboração de modelos de gestão de resíduos sólidos que contemple: 
as características locais e regionais, a inclusão dos catadores e a 
sustentabilidade técnica, social, econômica e ambiental; 
 A discussão e definição das tecnologias a serem utilizadas; 
 A proposição de zonas favoráveis para a localização de unidades de 
manejo de resíduos ou de disposição de rejeitos; 
 A localização das áreas degradadas em razão da disposição inadequada 
de resíduos sólidos ou rejeitos que serão objeto de recuperação ambiental; 
 A localização de áreas órfãs (aquelas onde a responsabilidade ambiental 
ainda não está definida) a serem objeto de descontaminação; 
 O planejamento da erradicação dos lixões e, 
 O estabelecimento de cenários, estratégias e metas. 
As diretrizes e estratégias representam os principais caminhos e orientações 
sobre questões fundamentais que, sem esse direcionamento, podem comprometer a 
implementação do Plano. Estas diretivas referem-se a: 
» recuperação de resíduos e minimização dos rejeitos encaminhados à 
disposição final ambientalmente adequada; 
» programas e ações de Educação Ambiental voltadospara a não geração, 
redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos; 
» ferramenta básica para auxiliar nas mudanças de hábito de consumo e 
comportamento com relação à forma de tratar os resíduos; 
» manejo diferenciado e integrado em instalações normatizadas; 
» planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; 
» proposição de normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos; 
» as metas para o aproveitamento energético dos gases gerados na 
biodigestão e disposição final dos resíduos sólidos; 
» proposição de medidas a serem aplicadas em áreas degradadas objeto de 
recuperação em razão da disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos; 
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» medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada dos resíduos 
sólidos; 
» diretrizes e meios para a criação de fundo estadual e municipal de resíduos 
sólidos; 
» capacitação das equipes gestoras locais e regionais; 
» a obrigatoriedade de estruturação e implementação de sistemas para os 
resíduos sujeitos a logística reversa; 
» apoio as cooperativas de catadores de materiais recicláveis, contribuindo 
para a formalização de suas atividades. 
 
A Política Nacional sobre Mudança do Clima estabelece como um de seus 
objetivos a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) oriundas das 
atividades humanas, nas suas diferentes fontes, inclusive a referente aos resíduos 
(Art. 4º, II) (BRASIL, 2009b). 
Estabelece ainda em seu Art. 11 que os princípios, objetivos, diretrizes e 
instrumentos das políticas públicas e programas governamentais em geral, deverão 
23 
 
 
compatibilizar-se com os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política 
Nacional sobre Mudança do Clima. 
Coerentemente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos definiu entre os seus 
objetivos a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como 
forma de minimizar impactos ambientais (Art. 7º, IV), e o incentivo ao desenvolvimento 
de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos 
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, inclusive a 
recuperação e o aproveitamento energético (Art. 7º, XIV). 
Os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos deverão incorporar a atenção a 
estas questões para minimizar os impactos ambientais do transporte de resíduos em 
geral (reduzindo a emissão de CO2 neste quesito) e da destinação dos resíduos com 
forte porcentagem de orgânicos, como os resíduos urbanos úmidos e os 
agrosilvopastoris. 
A Lei nº 12.187, de 29/12/2009 estabeleceu em seu Art. 12 o compromisso 
nacional voluntário com ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, 
para reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões nacionais projetadas até o ano de 
2020. 
Este esforço terá que ser compartilhado com os Estados e Municípios. O 
Decreto 7.390/2010, que regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima, 
estabeleceu as ações a serem implementadas para o cumprimento do compromisso 
nacional voluntário. Dentre estas ações está a de expansão da oferta de energia de 
fontes renováveis como a bioeletricidade. A bioeletricidade pode ser gerada com a 
recuperação e destruição do gás metano em instalações adequadas, de forma a 
incrementar-se a eficiência energética. Outra ação prevista é a ampliação do uso de 
tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de m3 de dejetos de animais – resíduos 
pastoris que têm que ser tratados nos Planos Estaduais de Gestão de Resíduos 
Sólidos. 
O biogás, produzido pela degradação destes e outros resíduos sólidos 
orgânicos, pode ser convertido em uma forma de aproveitamento energético como 
eletricidade, vapor, combustível para caldeiras ou fogões, combustível veicular ou 
para abastecimento de gasodutos. Existem tecnologias em pequena e média escalas 
sendo aplicadas no país, principalmente na região sul. O aproveitamento energético 
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dos resíduos sólidos em grande escala, pela biodigestão que elimina o metano e gera 
composto orgânico, é empregada de forma cada vez mais expressiva em países com 
gestão ambiental avançada. 
O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima definiu metas para a recuperação 
do metano em instalações de tratamento de resíduos urbanos e meta para ampliação 
da reciclagem de resíduos sólidos para 20% até o ano de 2015. 
 
Qual a diferença entre Coleta Seletiva e Logística Reversa? 
A logística reversa é a obrigação dos fabricantes, importadores, distribuidores 
e comerciantes de determinados tipos de produtos (como pneus, pilhas e baterias, 
lâmpadas fluorescentes...) de estruturar sistemas que retornem estes produtos ao 
setor empresarial, para que sejam reinseridos no ciclo produtivo ou para outra 
destinação ambientalmente adequada. 
Enquanto a coleta seletiva é uma obrigação dos titulares dos serviços de 
manejo de resíduos sólidos (poder público), a logística reversa é uma obrigação 
principalmente do setor empresarial, pois, em geral, trata-se de resíduos perigosos. 
Em novembro de 2015, o Governo Federal assinou com representantes do 
setor empresarial e dos catadores de materiais recicláveis o acordo setorial para a 
logística reversa de embalagens em geral. Este é um acordo no qual o setor 
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empresarial responsável pela produção, distribuição e comercialização de 
embalagens de papel e papelão, plástico, alumínio, aço, vidro, ou ainda pela 
combinação destes materiais assumiu o compromisso nacional de cumprir metas 
anuais progressivas de reciclagem destas embalagens. 
Em sua fase inicial de implantação (24 meses) esse sistema priorizará o apoio 
às cooperativas de catadores de materiais recicláveis e a instalação de pontos de 
entrega voluntaria de embalagens em grandes lojas do comércio. O sistema também 
traz a possibilidade de integração com a coleta seletiva municipal, nesses casos 
devem ser feitos acordos específicos entre o setor empresarial e os serviços públicos 
de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos dentro da área de abrangência do 
acordo setorial e os operadores do sistema de logística reversa. 
26 
 
 
REFERÊNCIAS 
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004 - 
Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 
BRASIL. Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, nº 147, p. 3, 03 de ago. 2010. 
BRASIL. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Ministério 
do Meio Ambiente. Resolução do CONAMA Nº 357, Dispõe sobre a classificação 
dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, 17 DE 
MARÇO DE 2005. 
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