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Direito Civil - 3 Fase

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FÓRUM DA COMARCA DE OLINDA/PE
LUCIFER DE TAL, brasileiro, menor impúbere, com 10(dez) meses de idade, representado por sua avó Sra. MARIA JOSÉ DOS SANTOS, CPF 700.000.000-00, residente e domiciliada a Rua do Contorno, nº 213, Quebrada, município de Olinda/PE, CEP 11360-470, por seus advogados que ao final subscrevem, vem a presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE ASSENTO DE SEU NASCIMENTO NO REGISTRO CIVIL, com fulcro no art. 109 e §§ da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, pelos fatos e fundamentos que seguem:
DA JUSTIÇA GRATUITA
Consoante a declaração anexa, a Requerente não possui condições financeiras de arcar com custas ou despesas processuais de qualquer natureza sem prejuízo de seus sustentos.
Assim, com fulcro no artigo 5º incisos XXXIV, XXXV e LXXIV da CF; artigo 99, § 3º do CPC e Lei 7115/83, requer a concessão AMPLA dos benefícios da assistência judiciária gratuita, sob pena de Expressa violação aos dispositivos legais mencionados, especialmente ao princípio do acesso à justiça e do direito de petição incondicionado ao pagamento de valores a qualquer título.
1. DOS FATOS:
 
O requerente é filho dos senhores MANOEL e MARIA, conforme se verifica da análise de documentos próprios acostados aos autos, que efetivaram o Registro de Nascimento do infante com o prenome de LUCIFER, ato esse registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de Olinda/PE.
O pleito de mudança advém da reflexão da avó materna, nomeada como TUTORA do requerente, em face da morte de seus genitores, motivada sobre a história que envolve o prenome, por certo, a sensibilidade, o zelo moral que irá coadunar-se com o requerimento da vindicante.
A maledicência dos vizinhos vem dando aza a comentários jocosos a respeito do prenome do requerente, relacionando seu nome ao nome do DIABO.
Nascido no dia 17 (dezessete) de agosto, os seus genitores de forma inocentes culturais, não perceberam a gravidade que o nome futuramente acarretaria ao requerente, assim como despercebido pelo Oficial Cartorário que poderia ter resolvido tal imbróglio com base no Art. 55 da Lei 6015/73.
À primeira vista, o nome não apresenta qualquer sinal de constrangimento, muito menos se configura como risível, no entanto, no caso sub judice, vem sendo causa de mal estar no seio familiar, devido ao motivo torpe que levou seus genitores assim denominá-los.
Registra-se que o nome já segue com a marca negativa diante dos fatos ocorridos com seus genitores: A Sra. MARIA, genitora do requerente foi assassinada quando o mesmo possuía 01 (um) mês de vida, homicídio cometido pelo seu esposo Sr. MANOEL, genitor do requerente, que após 03 (três) meses do fato, foi encontrado sem vida, conforme demonstrados nos Boletim de Ocorrência anexado aos autos.
A preocupação da representante legal do menor, é que o mesmo não fique como um símbolo dos atos ardis, egoístas e inconsequentes de seus genitores, carregando no sinal mais externo de sua personalidade, que é o seu prenome, o estigma dos fatos ocorridos, visando cortar o mal pela raiz transtornos, bulling relevantes e prejuízos futuros.
2. DO DIREITO:
DO ART. 57 DA LEI 6015/73
A alteração posterior do nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juíza que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.
A legislação vigente permite que exista a alteração do de nome, mesmo sendo regra a inalterabilidade do nome, a exceção é clara nos casos de nomes vexatórios, que venham a causar constrangimento excessivo ao portador, caso em tela.
Antes aos artigos acima descritos fica clara a possibilidade de alteração de nome, ainda mais quando o autor é detentor de um prenome que lhe causará constrangimento. Não restam dúvidas quanto a excepcionalidade do caso, e o certo dever de alterar o nome da requerente.
DA DOUTRINA:
Sabido que, na Lição do Dr. PABLO STOLZE GAGLIANO, “O nome de uma pessoa é o sinal exterior mais visível de sua individualidade, que se identifica em todos os seus documentos e é conhecido em seu âmbito familiar e meio social.”
DA JURISPRUDÊNCIA:
APELAÇÃO CÍVEL - REGISTRO PÚBLICOS - PROCEDIMENTO VOLUNTÁRIO - RETIFICAÇÃO DE NOME - ALTERAÇÃO DE PRENOME - EXPOSIÇÃO A SITUAÇÃO VEXATÓRIA - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE - CERCEAMENTO DE DIREITO - SENTENÇA CASSADA - RECURSO PROVIDO
1. Pedido de Retificação do Registro Civil de menor assitido pelos pais. Alegações de ocorrências constrangedoras para o autor em razão do prenome.
2. Julgamento antecipado da lide, ao julgamento de que o prenome comum não poderia causar, objetivamente, constrangimento ao adolescente.
3. O fato de o prenome não possuir aspecto etimológico, histórico ou cacofânico especial não induz, por si só à conclusão de que ele não seria capaz de expor a parte ao ridículo.
4. Imprescindibilidade da fase instrutória, oportunizando-se ao requerente a comprovação da efetiva existência de situação vexatória e, consequentemente, de justo motivo para a mitigação da regra da imutabilidade do nome.
5. Cerceamento do direito à ampla defesa e ao devido processo legal caracterizado.
6. Recurso a que dá provimento, para cassar a sentença”. (TJMG – APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0086.13.0040.14-9/001 – Relator Des. ÁREA BRASIL – DJ 22.04.2015)
“REGISTRO CIVIL – ALTERAÇÃO DE PRENOME – ART. 57, CAPUT DA LEI Nº 6.015/73 E ART. 3º DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – MOTIVO RELEVANTE DEFERIMENTO.
1. Não configura cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide, quando as provas requeridas iriam tão somente retardar a prestação jurisdicional.
2. É justificada a retirada do prenome que coloca a criança de seis anos em situação vexatória, especialmente considerando-se os princípios norteados do art. 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente e o fato de que não é possível se vislumbrar qualquer prejuízo para terceiros”. (TJMG – APELAÇÃO CÍVEL N. 1.0720.13.003213-2/001 – Rekator Des. RAIMUNDO MESSIAS JÚNIOR – DJ 05/03/2015). 
3. DO PEDIDO
Diante todo o exposto, requer à Vossa Excelência:
a-) Seja deferida a Justiça Gratuita;
b-) a intimação do r. Representante do Ministério Público nos termos do artigo 109, §§ da Lei 6.015/73;
c-) seja julgada totalmente procedente a presente demanda, com a expedição de mandado para o Cartório de Registro Civil desta Comarca, a fim de que seja feita a devida alteração do prenome do requerente, passando a consignar no termo de registrado como RAIMUNDO..........., constante no Livro...., nº....., às fls....., Termo nº......., gerando os jurídicos e legais efeitos.
d-) provar o alegado mediante prova documental, testemunhal e demais meios de prova em Direito admitidas nos termos do artigo 319, VI do Código de Processo Civil;
Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reias) para efeitos meramente fiscais.
Termos em que, pede deferimento.
Olinda, 22 de maio de 2022.
DOLID OLIVEIRA – RA 215271
ROGÉRIO GARCIA DA SILVA – RA 215200
ANA CAROLINA LOPES BACARINI DE CARVALHO – RA 207324
LAVÍNIA SOUSA DE MATOS – RA 209650
JORGE BISPO DE SOUZA JUNIOR – RA 213894
NATIELE SANTOS DE OLIVEIRA SOARES – RA 215489
MARIA EDUARDA JACINTO DOS SANTOS – RA 215364

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