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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA! Prezado aluno, prezada aluna, neste semestre você irá cursar a disciplina Comunicação e Linguagem. Os conteúdos abordados nesta disciplina são fundamentais para sua formação no Curso Superior em Tecnologia em Gestão Comercial EaD. A ementa da nossa disciplina traz os seguintes conteúdos: Linguagem e comunicação. Reflexão sobre a língua e seus usos em diferentes situações do cotidiano. Aprofundamento da competência escritora e leitora. Tipologias textuais. Leitura de diversos gêneros e tipologias textuais. Articuladores inter e intrafrasais, substituição vocabular, pronominalização e elipse. Parágrafo. Coesão e coerência textuais. Aspectos linguísticos e gramaticais aplicados à produção textual. Produção, revisão e reescrita de textos. Redação comercial e oficial: carta comercial, ofício, requerimento, ata, procuração, relatório de declaração. A disciplina está organizada em quatro unidades temáticas e contém duas atividades de percurso, além da avaliação regular, segunda chamada e exame final. Lembre-se que o estudo a distância lhe proporciona uma flexibilidade de horário e de local de estudos, mas requer disciplina e organização, principalmente quanto ao cumprimento dos prazos das atividades. Portanto, fique atento ao calendário acadêmico. Espero que a disciplina cumpra com as suas expectativas! Bons estudos! Professora Dra. Andreia dos Santos Oliveira UNIDADE 1: DA CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM À PRODUÇÃO TEXTUAL Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/contate-nos-contato-o-email-2993000/ Prezado(a) aluno, Nesta primeira unidade temática, você irá estudar: A concepção de linguagem e comunicação. Reflexão sobre a língua e seus usos em diferentes situações. Aprofundamento da competência escritora e leitora. Aspectos linguísticos e gramaticais aplicados à produção textual. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Conhecer as diferentes concepções de linguagens existentes; Compreender a importância da linguagem para a constituição humana; Refletir sobre as variações linguísticas e sua aplicação em distintas situações comunicativas; Desenvolver a competência para produzir textos escritos e orais. Você iniciará os estudos a partir da leitura de um texto que apresenta as várias concepções de linguagem. Mas antes de lê-lo, sugiro que assista ao vídeo O que é linguagem, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=I1Zusz__3e8 https://www.youtube.com/watch?v=I1Zusz__3e8 1.1 O que é linguagem? A comunicação humana ocorre por meio da linguagem, seja ela verbal, não verbal ou mista. Essa atividade tão fundamental para a vida humana, na concepção do filósofo da linguagem russo Volochínov (2013, p. 141), “[...] não é um dom divino nem um presente da natureza. É o produto da atividade humana coletiva e reflete em todos os seus elementos tanto a organização econômica como a sociopolítica da sociedade que a gerou”. Para esse estudioso, foi a vida social humana que deu origem à linguagem e esta tem papel essencial “[...] na organização da vida social” (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 142). Para o filósofo citado, a linguagem surgiu da necessidade humana e ela contribui para a própria constituição do sujeito. Nos primórdios, os humanos, na luta pela vida, possivelmente enfrentavam problemas para, de forma coletiva, encontrar alimento e também se defender dos ferozes animais. Para que essa atividade fosse feita de forma coletiva, era preciso que as ações fossem coordenadas. Para que isso ocorresse, os homens deveriam compreender uns aos outros. De início, esse objetivo foi suprido com a linguagem gestual, nomeada atualmente de linguagem não verbal. Esta foi a primeira forma encontrada pela humanidade para se comunicar, e facilitava a organização tanto do trabalho coletivo quanto da consciência social: “A linguagem se tornou assim a condição necessária para a organização do trabalho humano” (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 143). À medida que as atividades econômicas foram se desenvolvendo, a linguagem sonora (linguagem verbal oral) também se constituiu. Desde a origem da humanidade, “[...] a linguagem coopera involuntariamente para criar os embriões da divisão de classes [sociais] e de patrimônios da sociedade” (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 144). A linguagem é tão importante para a constituição humana que “[...] Nenhuma cultura poderia realizar-se se a humanidade estivesse privada da possibilidade de comunicação social, de que a nossa linguagem é sua forma materializada” (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 144). Toda a linguagem produzida por nós, seja ela verbal, não verbal ou mista, é direcionada para alguém. Ela dependerá tanto de seu produtor, de sua situação social e histórica quanto da orientação social dessa mensagem, isto é: para quem está sendo dirigida e com que intenção. Dessa forma, o que estou defendendo nesse enunciado escrito é que “Com a ajuda da linguagem se criam e se formam os sistemas ideológicos, a ciência, a arte, a moral, o direito, e ao mesmo tempo, a linguagem cria e forma a consciência de cada homem” (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 155). Souza (2020, p. 46) argumenta: De todas as invenções humanas, a linguagem é a mais fascinante. Por meio dela, foi possível ao homem produzir e expandir conhecimentos diversos sobre o mundo visível e o imaginário. De tempos mais remotos até hoje, ela continua a possibilitar que o sujeito apreenda conhecimentos, construa e partilhe outros necessários à vida em sociedade, logo não é forçoso dizer que a linguagem continua sendo o maior empreendimento humano [...]. A linguagem deve ser compreendida “[...] como dinâmica, evolutiva e encontra-se no bojo das relações humanas, por ser de natureza histórica, social e que, a um só tempo, promove e expressa cultura” (SOUZA, 2021, p. 48). A linguagem se modifica e isso decorre de questões como: período histórico em que é produzida, situação social de quem fala e para quem fala, contexto de produção, regionalismos, idade, entre outros. 1.1.1 Qual concepção de linguagem está sendo usada neste texto? Não há uma única concepção de linguagem, por isso defini-la não é tarefa simples. O linguista Ernani Terra (2018) apresenta algumas dessas diferentes concepções. Segundo ele, na obra Lógica ou arte de pensar, escrita no século XVII, a linguagem foi definida como forma de expressar o pensamento humano. Essa capacidade humana também já foi definida como sendo instrumento de comunicação, ou seja, código que permite a comunicação entre emissor e receptor. Essa forma de conceber a linguagem deu origem à teoria da comunicação proposta pelo também linguista russo Roman Jakobson. Segundo essa teoria, a comunicação envolve um esquema que envolve seis elementos: emissor, receptor, mensagem, código, contexto e canal. Esse esquema de comunicação recebeu inúmeras críticas e um dos argumentos usados para isso é de que não basta os sujeitos compartilharem o mesmo código para se comunicarem, e sim que pertençam a meios culturais semelhantes e tenham conhecimentos em comum. Outra crítica recebida por essa teoria é a de que não compartilhamos o mesmo código linguístico, visto que toda língua possui as chamadas variantes linguísticas, que dependem de muitos fatores como abordarei em textos posteriores (TERRA, 2018). Outra concepção de língua adotada é a interacionista. Para essa vertente, a função da língua não é apenas exteriorizar o pensamento humano ou servir como meio de comunicação entre os homens. Essa visão interacionista da linguagem é muito mais ampla. Segundo ela a linguagem “[...] serve para realizar ações, para atuar sobre os outros, ou seja, é pela linguagem que interagimos com os outros e produzimos sentido numa dada esfera social, histórica e ideológica” (TERRA, 2018, p. 9). 1.1.2 Linguagem oral e linguagem escritaEm nosso dia a dia, nos comunicamos tanto por meio da linguagem verbal como da não verbal e da mista. A linguagem verbal pode ser oral ou escrita. Nos primórdios, os humanos se comunicavam por gestos e mímicas (linguagem não verbal) e, apenas tempos depois, o homem, a partir de suas necessidades sociais, desenvolveu a linguagem verbal oral. A linguagem verbal escrita é ainda mais tardia que a oral. Ela foi criada em estágios mais avançados da humanidade, para suprir as novas necessidades surgidas. Há diferenças entre linguagem oral e escrita. Abaixo, apresento um quadro com as principais diferenças entre ambas: Quadro 01: Diferenças entre linguagem oral e escrita Linguagem oral Linguagem escrita Repetição de palavras Vocabulário rico e variado, emprego de sinônimos Emprego de gírias e neologismos Emprego de termos técnicos Maior uso das onomatopeias Vocábulos eruditos, substantivos abstratos Emprego restrito de certos tempos e aspectos verbais Emprego do mais-que-perfeito, subjuntivo, futuro do pretérito Colocação pronominal livre Colocação pronominal de acordo com a gramática Supressão dos relativos (cujo, por exemplo) Emprego de pronomes relativos Frases feitas, chavões Variedade na construção das frases Anacolutos (rupturas de construção) Sintaxe bem elaborada Frases inacabadas Frases bem construídas Formas construídas, omissão de termos no interior de frases Clareza na redação, sem omissões e ambiguidades Predomínio da coordenação Emprego de coordenação e subordinação Fonte: Andrade e Henriques (2010, p. 22). Apesar dessas diferenças apresentadas por Andrade e Henriques (2010), é preciso destacar que nem toda linguagem oral será mais descuidada que a escrita. Isso vai depender do gênero discursivo que está sendo escrito, a situação dessa produção, para quem e para que o texto é produzido. Um palestrante, por exemplo, utiliza uma linguagem mais cuidadosa, próxima à linguagem culta, do que uma pessoa que escreve uma mensagem no aplicativo WhatsApp para a mãe. 1.1.3 O que é diversidade linguística? O linguista brasileiro Marcos Bagno afirmou que a língua é um organismo vivo que está em constante processo de transformação. Isso significa que a língua evolui e não há problema nisso. A língua é social; logo, é natural que ela acompanhe a transformação da sociedade. Certamente você deve ter ouvido ou lido algum termo que na atualidade não se usa mais; são as chamadas palavras arcaicas. Ao mesmo tempo, palavras novas surgem; essas são chamadas de neologismos. As pessoas se comunicam de formas distintas e isso se deve ao fato de que em toda língua há as chamadas variações linguísticas. Essas variações são consequência de muitos fatores, tais como “[...] influências: geográficas (variações regionais), sociológicas (variações devidas às classes sociais ou a características ligadas ao falante) ou contextuais/situacionais (tipo de assunto e de ouvinte, circunstâncias da comunicação)” (ANDRADE; HENRIQUES, 2010, p. 24). Os textos escritos e falados apresentam diferenças entre si e isso depende de muitos fatores, como já foi mencionado anteriormente. Por isso, não há forma certa ou errada de falar ou de escrever, e sim forma adequada e inadequada, dependendo da situação. Sempre que o sujeito for produzir um texto, escrito ou falado, é preciso planejamento e isso depende de fatores como: quem fala ou escreve, para quem fala ou escreve, em que situação fala ou escreve e com qual objetivo. Há gêneros textuais que exigem uma variante culta, a exemplo dos textos acadêmicos, científicos, didáticos, oficiais, entre outros. Outros gêneros podem ser produzidos sem tantas preocupações com as normas gramaticais. É o exemplo de um bilhete endereçado a uma pessoa próxima, um diálogo entre amigos e tantos outros gêneros que usamos em nosso cotidiano sem preocupações formais. Medeiros (2020, p. 44, grifos do autor) argumenta: [...] precisamos ter consciência de que não há uso melhor que outro, não há variedade linguística melhor que outra. As variedades linguísticas têm funções próprias: uma serve para determinada situação, outra para outra. Se não mudarmos nosso ponto de vista com relação ao uso da língua, continuaremos a estigmatizar pessoas, a tratá-las de forma preconceituosa (talvez, o preconceito com relação ao uso linguístico seja um dos mais problemáticos na sociedade, porque ainda não atentamos quão desumano é). Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=JcSck7MoATc para aprofundar os seus conhecimentos sobre diversidade linguística. 1.1.4 A comunicação empresarial e as adequações linguísticas Medeiros (2020) afirma que as organizações tentam possibilitar canais de comunicação que permitam uma comunicação harmoniosa entre todos os sujeitos com os quais necessitam se comunicar, isto é, público interno e externo. Muitos gêneros textuais, orais e escritos, são produzidos em um ambiente empresarial. Apesar de essencial para toda atividade humana, a comunicação em uma empresa nem sempre ocorre de forma eficiente, prossegue Medeiros (2020). Conforme o autor, para que uma organização se torne viável, é preciso ter: “[...] meios apropriados para adquirir informações a respeito de si mesmas e de seu ambiente. E subsistem quando há comunicação interna e externa bem estabelecida. Seus objetivos e metas são cumpridos à medida que os processos eficientes de comunicação as impulsionam na direção do que foi previamente estabelecido” (MEDEIROS, 2020, p. 46). Medeiros (2020, p. 47) enumera alguns fatores que impedem uma comunicação eficaz dentro de uma organização empresarial: Incapacidade verbal, oral ou escrita, para produzir efeitos de sentido. https://www.youtube.com/watch?v=JcSck7MoATc Falta de coesão e coerência entre os enunciados, de modo que o feixe deles não forma um texto. Excesso de opiniões, juízos de valor, quando somente os fatos podem gerar soluções. Uso de termos técnicos desconhecidos do enunciatário. Imprecisão vocabular, bem como uso de estruturas fraseológicas de difícil compreensão e de enfeites retóricos para impressionar o leitor. Ausência de espontaneidade ou manifestação evidente de linguagem afetada. Acúmulo de pormenores irrelevantes. Excesso de adjetivos, advérbios, frases feitas, clichês. Da parte do enunciatário, são empecilhos à comunicação: Nível de conhecimento insuficiente para a compreensão do texto objeto da comunicação. Falta de experiência. Falta de imaginação. Ausência de atenção (distração). Falta de disposição para entender. Um texto oral ou escrito produzido dentro de uma organização precisa ser claro tanto para quem o produz quanto para quem irá recebê-lo. A produção textual envolve escolhas. Medeiros afirma que há muitas possibilidades na instrução de pessoas e é preciso optar por aquela que demonstre afeto, empatia e gratidão. Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a importância da comunicação para o gestor comercial, acesse o link: https://neilpatel.com/br/blog/estrategia-de-comunicacao/ e leia o texto Estratégia de Comunicação: O Que é e Como Fazer a Da Sua Empresa. 1.2 Os tipos de textos Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/escrita-caneta-homem-tinta-papel-1149962/ Como gestor(a) comercial, você precisará produzir vários textos, tanto orais quanto escritos. E-mails, relatórios, atas, memorandos, apresentações serão atividades frequentes em sua vida profissional. Por isso, saber como produzir esses textos de maneira clara e objetiva é essencial para você. Nesta semana, você aprofundará os seus conhecimentos sobre o texto escrito; para isso, lerá sobre os processos envolvidos na escrita. Você já deve ter ouvido alguém dizer que sabe falar muito bem sobre determinado assunto, mas que, na hora de pôr no papel, ouseja, escrever, tudo fica mais difícil. Isso também acontece com você? Mas por que isso ocorre? Primeiro, é preciso abordar os tipos de linguagem que compõem os textos e a sua definição. Os textos podem ser orais ou escritos; ambos têm em comum o fato de serem verbais, ou seja, compostos por palavras faladas ou escritas. Há também os textos não verbais, https://neilpatel.com/br/blog/estrategia-de-comunicacao/ compostos apenas de imagens, símbolos, e os textos mistos, compostos de linguagem verbal e não verbal. Vejamos, abaixo, exemplos de textos verbais, não verbais e mistos: Quadro 02: Exemplo de texto verbal escrito O que é gestão comercial? A gestão comercial é uma área tecnológica do ramo de negócios, em que o profissional irá gerenciar o setor comercial de uma organização. Mas não se engane com o nome, as habilidades desse curso vão muito além do setor comercial em si. É fato que quase todas as organizações comercializam produtos ou serviços, e, dessa forma, possuem o setor comercial bem definido. Mas nem todas elas possuem o profissional com as competências necessárias para gerenciar esse setor. Fonte: https://ead.unifeob.edu.br/blog/gestao-comercial-o-que-faz-e-onde-atua Imagem 01: Exemplo de texto não verbal: charge Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/cartum-cartoon-1136505/ Imagem 02: Exemplo de texto de linguagem mista https://ead.unifeob.edu.br/blog/gestao-comercial-o-que-faz-e-onde-atua https://pixabay.com/pt/illustrations/cartum-cartoon-1136505/ Fonte:https://www.canva.com/design/DAEmQkHNAEA/Rw1CMvpKoXFsPFUl5hQMPg/edit?layoutQuery=pro paganda Quanto à definição de texto, apresento aquela formulada pelo linguista Ernani Terra (2019, p. 3): “Texto é uma criação humana que nos transmite algo, que vamos chamar de sentido”. É preciso esclarecer que os sentidos não estão prontos no texto, mas na relação leitor/ouvinte e texto. Quando lemos ou ouvimos um texto, acionamos várias estratégias de leitura para dialogar com ele e assim construir sentidos. Terra (2019, p. 4) prossegue o seu discurso afirmando: “Por ser um produto cultural, produzido por sujeitos, o texto reproduz as crenças e as ideologias da sociedade em que foi produzido. Isso significa que o texto é marcado pela historicidade”. Apesar de haver textos verbais, não verbais e mistos, o objeto de estudo desta unidade é o texto verbal escrito. 1.2.1 Texto verbal escrito Quando produzimos um texto, ele é sempre direcionado a alguém que está distante. Essa distância pode ser espacial e até mesmo temporal. Um texto escrito há 200 anos ainda é lido atualmente. Por isso a escrita torna-se mais complexa. Quem irá ler não está presente; por isso, a escrita deve ser planejada e clara, pois o sujeito que irá ler o texto escrito não consegue sanar as dúvidas com perguntas direcionadas ao autor como ocorre na linguagem oral. A palavra “texto” origina-se do latim e significa “tecido, entrelaçamento”. Isso quer dizer que uma das principais características textuais é a capacidade de seu autor entrelaçar unidades, partes para formar um todo (INFANTE, 1998). O autor de um texto deve levar em consideração que ele não é um amontado de frases. É preciso que todas as partes estejam relacionadas entre si formando um todo coerente: “Um texto é, pois, um todo organizado de sentido. Dizer que ele é um todo organizado de sentido implica afirmar que o texto é um conjunto formado por partes solidárias, ou seja, o sentido de uma depende das outras” (SAVIOLI; FIORIN, 2006, p. 16). Tanto a coerência quanto os elementos de coesão contribuem para que as unidades formem um todo coerente. Mas falaremos sobre esses dois elementos na próxima semana. Um texto representa as ideologias de seu produtor, pois quem o produz está situado em determinado tempo e lugar, pertence a determinado grupo social com suas crenças. Por isso, o texto sempre carrega marcas de seu autor e de sua época. Para Savioli e Fiorin (2006, p. 18): “Não há texto que não mostre o seu tempo”. Entretanto, as pessoas inseridas em determinadas épocas e espaços não pensam da mesma forma. Pelo contrário. Elas possuem ideologias diferentes. Savioli e Fiorin (2006, p. 18) explicam que: “A mesma sociedade que gera a ideia de que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica, produz a ideia de que preservar a floresta é mais rentável”. Ao escrever um texto, o autor expressa as suas ideologias; o leitor, ao lê-lo, entra em contato com as crenças de alguém e, nesse diálogo, surgem novos textos. O escritor precisa levar em consideração o conteúdo que será abordado, os possíveis leitores do texto, qual o objetivo da produção, o gênero utilizado (propaganda, carta, bilhete, ofício, memorando, resenha, resumo, TCC, entre tantos outros) e o suporte em que irá veicular (jornal, mural, redes sociais, revista, livro), a variante linguística que será utilizada: culta, popular e o tom utilizado: crítico, irônico, engraçado, entre outros. (MARCUSCHI, s. d., on-line). Isso quer dizer que, ao produzir um texto, é preciso pensar nas seguintes condições: o conteúdo do texto (assunto que irá abordar), o seu objetivo (qual a finalidade do texto: informar, persuadir, denunciar, justificar, elogiar, defender, propor), para quem está sendo escrito (adulto, criança, adolescente, um público mais específico: determinada profissão, por exemplo), se o texto será escrito de forma formal ou informal, o gênero e o suporte (televisão, redes sociais, revista, livros, etc.). Não é possível escrever um texto sem possuir conhecimentos prévios sobre o assunto que será abordado; por isso, a produção textual, geralmente, é resultado de muitas leituras e reflexões. Outro fator importante para garantir a produção de um bom texto é o planejamento. Neste planejamento entram as decisões que precisam ser tomadas: qual será o gênero textual utilizado (se e-mail, relatório, memorando, ofício, ata, etc.). A escolha do seu gênero vai depender do objetivo de sua comunicação. Também é preciso selecionar as informações que deverão constar nele. Geralmente, há muitas ideias sobre um mesmo assunto; é preciso selecionar as mais relevantes, e isso só é possível a partir do momento em que você estabelecer o objetivo daquele texto. Escolher a variante linguística mais adequada também é fundamental. Nos textos escritos utilizados em ambiente de trabalho, devemos usar a linguagem culta, isto é, respeitar as regras gramaticais estabelecidas pela língua portuguesa. Os textos devem possuir introdução, desenvolvimento e conclusão – isto é, começo, meio e fim. Os parágrafos introdutórios, de desenvolvimento e de conclusão vão variar de acordo com o gênero textual escolhido. Um texto escrito antes de ser enviado ao seu remetente precisa passar por uma cuidadosa revisão textual. É isso que o tópico abaixo abordará. 1.2.2 Revisão textual Na concepção de Oliveira (2004, p. 7), “[...] escrever é um processo que envolve inúmeras fases. Sercundes (2000), tratando das atuais práticas que envolvem o processo de escrever em sala de aula, descreve duas dessas fases em suas análises: a escrita com preparação prévia e a reescritura”. Todo texto escrito precisa passar por uma revisão textual, ou seja, por um processo de reescritura. O ato de revisar não pertence a quem tem dificuldades de escrever, mas a todas as pessoas que querem redigir um texto claro e objetivo, que cumpra com a função estabelecida. Revisar vai além de corrigir erros ortográficos. Esse é apenas um dos elementos que deve ser observado. Ao revisar, é preciso analisar se: O texto cumpre com o objetivo pelo qual foi elaborado; Todas as informações relevantes foram escritas; A linguagem utilizada está adequada ao receptor do texto; O texto foi escrito de forma coesa e coerente; As informações estãoclaras para quem irá lê-lo. Lembre-se: você não estará presente no momento da leitura para sanar as dúvidas do leitor; O texto apresenta progressão textual, isto é: começo, meio e fim; O texto não apresenta erros ortográficos ou gramaticais; O texto está bem formatado. ANDRADE, Maria Margarida; HENRIQUES, Antonio. Língua Portuguesa: noções básicas para os cursos superiores. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. DURIGAN, Regina H. de A.; PEREIRA, S. M.; ABREU, M. A. A dissertação no vestibular: um discurso de ninguém. In: DURIGAN, J. A.; ABAURRE, M. B. M.; VIEIRA, Y. F. A magia da mudança – vestibular Unicamp: Língua e literatura. Campinas: Unicamp, 1987. p. 13-4. GESTÃO Comercial: O que faz, onde atua. 2020. Disponível em: https://ead.unifeob.edu.br/blog/gestao-comercial-o-que-faz-e-onde-atua. Acesso em: 02 ago. 2021. MARCUSCHI, Beth. Condições de produção de texto. Glossário Ceale. Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/condicoes-de-producao-do-texto. Acesso em: 30 jul. 2021. MEDEIROS, João Bosco. Redação Empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2020. OLIVEIRA, Jossely Bezerra Martins de. Concepções de escrita, texto e gênero textual em relatos de aula de língua materna. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, v. 2, n. 2, março de 2004. SOUZA, Moisés José Rosa. A criação de artigos de opinião em blog: enunciados argumentativos para a constituição da consciência social. 2020. 279 p. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2020. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/PosGraduacao/Educacao/Dissertacoes/souza_mjr_dr_ma r.pdf. Acesso em: 28 jul. 2021. TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2018. TERRA, Ernani. Práticas de leitura e escrita. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. VOLOCHÍNOV, Valentin. A construção do enunciado e outros ensaios. Trad. João Wanderley Geraldi e Valdemir Miotello. São Carlos: Pedro &João editores, 2013. https://ead.unifeob.edu.br/blog/gestao-comercial-o-que-faz-e-onde-atua http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/condicoes-de-producao-do-texto https://www.marilia.unesp.br/Home/PosGraduacao/Educacao/Dissertacoes/souza_mjr_dr_mar.pdf https://www.marilia.unesp.br/Home/PosGraduacao/Educacao/Dissertacoes/souza_mjr_dr_mar.pdf UNIDADE 2: DOS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO ATO DE ESCREVER 1 Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/escrit%c3%b3rio-comece-o-neg%c3%b3cio-594132/ Prezado aluno, prezada aluna, Nesta semana, você prosseguirá os seus estudos sobre os textos escritos. Nesta unidade, serão abordados os seguintes temas: Coerência e coesão textual. Estruturas textuais. Parágrafo. Coesão e coerência textuais. Articuladores inter e intrafrasais, substituição vocabular, pronominalização e elipse. O objetivo é que, ao final da unidade, você consiga: Produzir textos coesos e coerentes de diferentes gêneros e estruturas textuais nas distintas situações comunicativas. Você já ouviu alguém dizer que determinado texto não possui coerência ou que os elementos coesivos não foram usados de maneira adequada? Por que isso acontece? A seguir, você lerá sobre os fatores indispensáveis a um texto. 2.1 Fatores de textualidade 1 Material produzido pela professora Andreia dos Santos Oliveira. Chama-se textualidade o conjunto de características que faz com que um texto possa ser considerado texto. Essas características são divididas em: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. A coerência tem a ver com o sentido do texto. Isso quer dizer, conforme Saviolli e Fiorin (2006), que a coerência garante que o texto não seja um amontoado de frases, mas constituído de ideias relacionadas entre si, ou seja, ideias que fazem sentido. A coerência é essencial para o texto: ela garante a harmonia de sentidos e que nenhuma das informações ali presentes seja ilógica, contraditória ou desconexa (SAVIOLLI; FIORIN, 2006). Já a coesão textual tem a ver com os mecanismos linguísticos usados para ligar, relacionar, conectar as palavras e frases dentro de um texto. Alguns elementos de coesão usados para garantir isso são: conjunções, pronomes, advérbios, entre outras expressões usadas para ligar palavras e ideias. Chama-se coesão textual “A ligação, a relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto” (SAVIOLLI; FIORIN, 2006, p. 370). Há vários tipos de coesão e nos tópicos a seguir, apresentarei algumas delas. Coesão referencial por retomada ou por antecipação Coesão referencial é aquela que retoma ou antecipa um termo (palavra ou ideia) já expresso no texto ou que ainda está por vir. Quando o termo retoma palavras já expressas, a denominamos de coesão anafórica; já quando as antecipa, temos a coesão catafórica. Leia o exemplo abaixo: Mônica e Patrícia são minhas irmãs. Enquanto aquela nasceu dois anos depois de mim, esta é a caçula da família. Os pronomes “aquela” e “esta” são exemplos de coesão que servem para retomar um termo já expresso anteriormente no texto. Todos esses termos que retomam palavras classificam-se como anafóricos. Já o termo que antecipa uma palavra que será dita chama-se catafórico. Exemplo: Minha professora disse isto: estudem para a prova! Neste caso, o pronome “isto” é catafórico, pois está antecipando uma ideia que ainda virá (estudem para a prova). Tanto os elementos de coesão por retomada (anafórico) quando os de antecipação (catafórico) contribuem para evitar a repetição desnecessária de palavras e ideias em textos de qualquer gênero ou tipologia. São classificados como anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele e suas variações: esta, essa, aquela, aquilo, isso, isto), os pronomes relativos (que, o qual, a qual, cujo, onde) e alguns advérbios (nesse momento, então, lá, etc.) e o pronome pessoal de 3ª pessoa (ela/ela; o/a; lhe). Vejamos mais alguns exemplos de elementos de coesão por retomada (anafórica) ou por antecipação (catafórica): Paulo e Pedro são irmãos gêmeos. Entretanto, eles são muito diferentes. Enquanto este é carinhoso e atencioso, aquele é encrenqueiro e maldoso. No exemplo apresentado acima, temos três elementos de coesão por retomada (anafóricos). O pronome “Eles” retoma os substantivos Paulo e Pedro; o pronome demonstrativo “este” retoma o nome próprio Pedro; e o pronome demonstrativo “aquele” retoma Paulo. Elemento de coesão: retomada por palavra lexical Tem-se esse elemento de coesão quando um termo é retomado pela substituição de uma palavra por seu sinônimo, hiperônimo, hipônimo e antonomásia. Vejamos abaixo exemplos: O sofá estava rasgado, por isso o assento foi substituído por outro. (Assento está retomando a palavra sofá). Maria ganhou rosas de presente. As flores foram compradas por seu namorado. (Flores retoma a palavra rosas) Xuxa voltará aos palcos. A rainha dos baixinhos fará uma turnê no próximo ano. (Rainha dos baixinhos retoma o substantivo Xuxa). Coesão sequencial: o papel das conjunções A coesão sequencial é fundamental na produção de muitos textos, pois ela garante a progressão (evolução) textual. A classe de palavras denominada “conjunção” serve como importante elemento de coesão sequencial. Ela é usada para criar relações entre partes de um texto. Além disso, cada um desses conectores mantém relação de sentido, indicando: explicação, ideia contrária, finalidade, condição, conclusão e adição. Vejamos abaixo alguns exemplos: Explicação: as conjunções explicativas usadas como elementos de coesão são as palavras: porque, pois (antes do verbo), que. Exemplos: Conseguiu boa nota,porque estudou muito. As aulas estão sendo não presenciais, pois estamos vivendo uma pandemia mundial. Ideias contrárias: para indicar ideias contrárias (adversas), podemos recorrer às seguintes conjunções: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo. Exemplos: Diante de toda essa pandemia, tentei não ficar preocupada, entretanto não consegui. Estou cansada, mas farei todas as atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Finalidade: indica a finalidade de alguma ação. As conjunções usadas para esse fim são: a fim de que e para que. Exemplos: A fim de que tirasse boa nota no ENEM, estudou muito. Para que não perdesse as aulas do AVA, contratou uma internet de qualidade. Condição: Iidica a condição para que algo aconteça. As conjunções usadas são: caso, desde que, a menos que, se. Exemplos: Caso os brasileiros fiquem em casa, conseguirão achatar a curva das contaminações pelo novo coronavírus. Desde que você estude, conseguirá boa nota. Conclusão: são as conjunções que ligam ideias, sendo que uma indica conclusão em relação a um fato já expresso. As conjunções utilizadas são: portanto, pois (após o verbo), logo. Exemplos: Maria estava bem preparada para o concurso, portanto não ficou nervosa. Dedicou todo o seu tempo ao doutorado; deverá, pois, concluí-lo com êxito. Adição: tem o objetivo de ligar orações ou palavras, expressando ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem, não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Exemplos: O texto dissertativo-argumento produzido é claro e objetivo. Ana não só lê bem como também escreve. A intencionalidade tem a ver com os objetivos usados na produção do texto. Todo texto tem um objetivo, seja ele informar, divertir, relatar, cobrar, ensinar, vender, divulgar. Ter consciência do objetivo do texto que está sendo produzindo é essencial, pois assim é possível organizá-lo de modo a cumprir esses objetivos. Outra importância desse conhecimento advém do fato de que, sabendo para que e para quem se está produzindo o texto, o escritor pode melhor adequar a linguagem ao seu receptor (aquele que irá ler). A aceitabilidade tem relação direta com o leitor. Ele precisa aceitar o texto que está lendo, já que os sentidos são atribuídos ao texto pelo leitor. Para isso, ele precisa ter conhecimentos prévios sobre o assunto discutido no texto. A situacionalidade tem a ver com o contexto de produção do texto, é o que move a necessidade de se produzir determinado texto. Ela envolve os objetivos da produção e os seus receptores. Sabendo qual é a situação, ou seja, contexto de produção, o escritor pode adequar a linguagem e as informações ao objetivo do processo comunicativo. A informatividade depende das informações que serão veiculadas no texto. Espera-se que, ao ler um texto, informações relevantes estejam presentes nele. Por isso, um texto mal escrito, com poucas informações, terá um baixo nível de informatividade; já um que apresenta novas ideias e informações é considerado de alto nível informativo. Por isso, sempre que for escrever, o escritor deve conhecer os objetivos de escrita e o seu receptor, apenas assim poderá escolher os tipos de informações que irá usar dentro do texto. Por fim, a intertextualidade tem a ver com a relação entre os textos. Um texto não surge do nada, ele sempre tem relação com outros enunciados. A intertextualidade ocorre quando fazemos referências a outros textos. Uma das formas possíveis para isso é por meio das citações. Quando citamos outros autores dentro de nossos escritos, estamos recorrendo à intertextualidade. 2.2 Estrutura textual Os textos podem ter distintas estruturas. São elas: narrativas, descritas, expositivas, argumentativas e injuntivas. A estrutura narrativa é aquela que tem o objetivo de narrar fatos reais ou ficcionais. Neste tipo de texto, utilizam-se verbos que indicam ação, já que sua intenção é narrar fatos. Pensando nos textos produzidos em nosso ambiente de trabalho, essa estrutura textual é comumente utilizada em relatórios e atas, como podemos constatar no exemplo abaixo: Quadro 03: Trecho do relato em uma ata Aos dois dias do mês de agosto de dois mil e vinte reuniram-se pelo Google Meet os professores do Instituto Federal de Rondônia, campus Porto Velho Zona Norte para planejarem o segundo semestre de dois mil e vinte. A reunião iniciou-se às quinze horas, sob comando da direção de ensino. A pauta apresentada [...] Fonte: Oliveira (2020). O trecho acima tem o objetivo claro de narrar os acontecimentos de uma reunião; para isso, relata os principais acontecimentos do dia e faz uso de verbos que indicam ação, a exemplo de “reunir”, “planejar” e “iniciar”. Os textos podem ser narrados em primeira ou terceira pessoa. Temos a primeira pessoa quando o narrador narra fatos dos quais ele também participa; para isso, faz uso do “eu” ou do “nós”. A terceira pessoa ocorre quando o narrador narra fatos acontecidos com outros; nesses casos, prevalece o uso de “ele” ou “eles”. A estrutura narrativa pode ser encontrada em muitos gêneros textuais, tais como: ata, relatório, contos, romances, novelas, crônicas. Já a estrutura descritiva é aquela que descreve ambientes, pessoas, ocasiões, objetos. Neste caso, é muito frequente o uso de adjetivos e verbos de ligação, já que o objetivo é caracterizar. As descrições podem ser subjetivas ou objetivas. As subjetivas têm a ver com as nossas impressões pessoais e é muito utilizada em nossas conversas do dia a dia e em textos literários. Já nos textos técnicos e científicos, objeto desta disciplina, é preciso usar descrições objetivas. A descrição objetiva é aquela que apresenta uma caracterização concreta do objeto, buscando maior proximidade com a realidade e distanciando-se de impressões pessoais. A descrição pode ser utilizada dentro de vários textos técnicos e científicos, tais como: declarações, atas, relatórios, ofícios, entre outros. Veja abaixo um exemplo de descrição objetiva: Quadro 04: Descrição objetiva do estado de Rondônia Rondônia é um estado localizado no Norte do Brasil, Amazônia brasileira. O estado faz divisa com Mato Grosso, Acre, Amazonas, Bolívia, possui 52 municípios e ocupa uma área de 237.590,547 km². Segundo informações do IBGE (2016), Rondônia é o terceiro estado mais populoso da região Norte e também o terceiro mais rico da região, responsável por 11% do PIB (Produto Interno Bruto) regional. O clima predominante é o tropical úmido. Fonte: Oliveira (2020). Quadro 05: Descrição subjetiva do estado de Rondônia https://pt.wikipedia.org/wiki/Quil%C3%B4metros_quadrados Rondônia é terra amada, estado promissor. O céu é mais azulado e bonito de todo país. Pôr do sol como o de Rondônia não há. Terra de gente afetuosa, trabalhadora e acolhedora. Fonte: Oliveira (2020). A descrição objetiva é o retrato real do objeto. Para isso, o objeto é avaliado em seu estado real e de forma imparcial. O descritor demonstra o que está diante de si, sem interferências emocionais ou pessoais. Os detalhes são transmitidos com exatidão. Nesse tipo de descrição, como a preocupação é com o referente, ou seja, com o assunto, predomina a função referencial. Essa descrição é muito comum em textos técnicos e científicos, nos quais a exatidão é fundamental. A estrutura injuntiva tem o objetivo de explicar, orientar sobre como proceder. Essa tipologia é comum em gêneros textuais a exemplo dos “modos de fazer”, presentes em receitas culinárias, bulas de remédio e manuais. Também pode ser utilizada em textos técnicos produzidos em nosso ambiente de trabalho – como, por exemplo, dentro de um e- mail cujo objetivo é orientar os funcionários sobre formas de utilizar um novo equipamento adquirido ouaté mesmo como proceder nas diversas situações. Como o seu objetivo é orientar, prevalece a presença de verbos no modo imperativo: faça, leia, estude, consulte, etc. Essa estrutura também pode estar presente em relatórios, pois ao relatar situações, é possível traçar orientações para o bom andamento da instituição. Leia os exemplos abaixo. Tratam-se de orientações feitas pelo Departamento de Apoio ao Ensino do Instituto Federal de Rondônia, campus Porto Velho Zona Norte, cujo objetivo é orientar os professores na organização do Ambiente Virtual de Aprendizagem, e de um cartaz com orientações para a formação de leitores. Imagem 03: Texto em que predomina a tipologia injuntiva – orientações Fonte: DAPE – IFRO PVHZN (2020). Imagem 04: Texto em que predomina a tipologia injuntiva – cartaz Fonte: Oliveira (2020). A estrutura expositiva é aquela que tem o objetivo de expor uma ideia. Seu objetivo é transmitir uma informação de forma clara e objetiva. Essa estrutura é usada em vários gêneros acadêmicos, científicos e também técnicos, a exemplo de artigos científicos e relatórios. Seu objetivo não é argumentar, mas apenas expor informações. Vejamos abaixo um exemplo retirado de um artigo científico, gênero muito utilizado no mundo acadêmico e científico. Imagem 05: Texto em que predomina a tipologia expositiva Fonte: Oliveira, Freitas e Lima (2020). Disponível em: http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731. Acesso em: 10 ago. 2020. A estrutura argumentativa é aquela que tem como objetivo provar uma tese formulada por seu autor. Para isso, é preciso usar argumentos consistentes. O texto dissertativo-argumentativo divide-se em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Para se informar mais sobre o assunto, leia algumas dissertações e suas análises no endereço: http://portal.mec.gov.br/images/stories/noticias/2019/outubro/24.10.2019redacaolink1.pdf https://canal.cecierj.edu.br/012016/82a183301dc3d9283934b54f1b238d45.pdf Leia o texto argumentativo abaixo: O homem e a natureza A ideia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://portal.mec.gov.br/images/stories/noticias/2019/outubro/24.10.2019redacaolink1.pdf https://canal.cecierj.edu.br/012016/82a183301dc3d9283934b54f1b238d45.pdf Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas bem dotado para determinados fins. Isso não lhe confere autoridade para entender que todo o resto do universo deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. Fonte: LISBOA, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro: Difel, 1977. A introdução é o momento inicial. Nela, apresenta-se o tema, a delimitação do tema (o recorte do tema) e a tese. SIM! Não há texto dissertativo-argumentativo sem tese. Tese é a ideia defendida dentro do texto, por isso é fundamental. A formulação de uma tese pode ocorrer em forma de afirmação ou negação. A introdução do texto só termina quando o escritor evidencia a sua tese, aquilo que quer defender. Desenvolvimento: trata-se do segundo momento do texto dissertativo-argumentativo. É o momento de provar a tese. Para isso, é preciso usar argumentos – que podem ser de tempo, autoridade, exemplificação, causa-consequência, dados concretos, enumeração etc. Conclusão: é o momento final do texto. Pode ocorrer em forma de resumo das ideias expostas ou da apresentação de solução para a problemática discutida. Caso a conclusão apresente solução para o problema, é preciso citar os agentes que contribuirão para isso (governo, educação, meios de comunicação etc.) e como eles farão. 2.3 Progressão textual e temática Você percebeu que o texto apresentado acima, O homem e a natureza, apesar de discutir o mesmo tema do princípio ao fim, possui progressão textual e temática? Isso quer dizer que as informações progrediram dentro do texto, ou seja, o autor não ficou repetindo as mesmas informações usando apenas outras palavras, e as ideias foram articuladas umas às outras por meio de conectores. Isso é essencial na elaboração de textos. Apesar de ambas as progressões serem importantes, há diferença entre as duas. A progressão textual diz respeito aos recursos tais como conjunções, advérbios e substituições usadas para o encadeamento das palavras ou orações. Releia o texto verificando os recursos usados pelo autor para a progressão textual. Todos esses recursos destacados de amarelo serviram para ligar palavras e ideias, como também para evitar a repetição de palavras ou ideias inteiras, como é o caso de “Essa” e “Isso”: O homem e a natureza A ideia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permutas e equilíbrio entre seres e coisas. A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de calcular não fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas bem dotado para determinados fins. Isso não lhe confere autoridade para entender que todo o resto do universo deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. Fonte: LISBOA, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro: Difel, 1977. A progressão temática deve ser entendida como “[...] um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar apresentando informações novas sobre aquilo de que se fala, que é o tema” (REINALDO, s.d., on-line). Esse tipo de progressão tem a ver com o assunto, a sequência de ideias organizadas de modo a produzir sentidos. Um texto deve abordar o mesmo assunto do princípio ao fim; entretanto, para isso, não se deve repetir informações, mas apresentar novas sobre o tema discutido. Ainda segundo Reinaldo (s.d.), para a progressão temática, é preciso usar o tema e o rema. Tema é o assunto discutido e rema são as novas informações apresentadas sobre o tema. Em um texto, podemos ter um único tema (assunto) e vários remas (informações sobre o assunto). Também é possível que um tema se desdobre em vários outros temas, contribuindo para o avanço do texto. O texto apresentado acima, O homem e a natureza, além de sequência textual, também possui progressão temática, pois apesar de ter um único tema – “A relação entre o homem e a natureza” –, o autor apresenta vários remas, informações novas sobre o assunto. Assim devem ser produzidos os textos, acrescentando sempre novas informações sobre o tema, e não repetindo informações já usadas anteriormente. 2.4 A construção do parágrafo A maioria dos textos que você irá produzir em âmbito acadêmico e profissional serácomposto por parágrafos, ou seja, serão textos em prosa. O parágrafo é uma unidade textual constituído por um ou mais períodos. Mas como se estrutura um bom parágrafo? Os parágrafos compõem um texto, por isso eles são considerados partes de uma ideia maior. Entretanto, mesmo sendo parte de um todo, ele deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, apresenta-se a ideia que será defendida no parágrafo. Essa também é conhecida como tópico frasal, ou seja, a ideia central do parágrafo. A introdução pode ser constituída de uma afirmação, ideia defendida pelo autor ou dado estatístico. O bom parágrafo é constituído de uma única ideia e um único tópico frasal. No desenvolvimento do parágrafo, acrescentam-se novas ideias e informações a respeito do tópico frasal. Nem todos os parágrafos possuem conclusão, mas ela pode aparecer em alguns casos para encerrar a ideia ali expressa. Como tem o objetivo de fechar o parágrafo, recomenda-se iniciá-la com palavras que indicam a conclusão, como, por exemplo, as conjunções: logo, assim, desse modo, entre outras. Para mais informações sobre o parágrafo, sugiro ler o texto disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cinco-dicas-sobre-paragrafo.htm e assistir ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zNOEvbdOvXE Leia abaixo um exemplo de parágrafo. A introdução, demarcada em amarelo, constitui o tópico frasal, isto é, a ideia principal. Os destaques em rosa constituem o desenvolvimento. Neste caso, a autora acrescenta informações que comprovam o seu tópico frasal. Por fim, em cinza, é apresentada a conclusão do parágrafo. Neste caso, a conclusão é composta por uma ideia que será mais bem desenvolvida no parágrafo seguinte. O trecho destacado em cinza é a tese que será provada na segunda parte do texto, isto é, no desenvolvimento. Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cinco-dicas-sobre-paragrafo.htm https://www.youtube.com/watch?v=zNOEvbdOvXE autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem. Fonte: https://veja.abril.com.br/educacao/redacao-do-enem-parte-5-textos-nota-1-000-comentados/ DURIGAN, Regina H. de A.; PEREIRA, S. M.; ABREU, M. A. A dissertação no vestibular: um discurso de ninguém. In: DURIGAN, J. A.; ABAURRE, M. B. M.; VIEIRA, Y. F. A magia da mudança – vestibular Unicamp: Língua e literatura. Campinas: Unicamp, 1987. p. 13-4. LISBOA, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro: Difel, 1977. OLIVEIRA, Andreia dos Santos; FREITAS, Sirley Leite; LIMA, Elieuza Aparecida. A leitura e a contação de histórias como direitos fundamentais da infância: experiências com crianças em situação de vulnerabilidade. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 121- 32, jan./abr. 2020. Disponível em: http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731. Acesso em: 14 set. 2020. REINALDO, Maria Augusta. Progressão temática. Glossário Ceale. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/progressao- tematica#:~:text=A%20progress%C3%A3o%20tem%C3%A1tica%20%C3%A9%20um,fala %2C%20que%20%C3%A9%20o%20tema.&text=O%20texto%20. Acesso em: 17 ago. 2020. SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2006. https://veja.abril.com.br/educacao/redacao-do-enem-parte-5-textos-nota-1-000-comentados/ http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/viewFile/785/731 http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/progressao-tematica#:~:text=A%20progress%C3%A3o%20tem%C3%A1tica%20%C3%A9%20um,fala%2C%20que%20%C3%A9%20o%20tema.&text=O%20texto%20 http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/progressao-tematica#:~:text=A%20progress%C3%A3o%20tem%C3%A1tica%20%C3%A9%20um,fala%2C%20que%20%C3%A9%20o%20tema.&text=O%20texto%20 http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/progressao-tematica#:~:text=A%20progress%C3%A3o%20tem%C3%A1tica%20%C3%A9%20um,fala%2C%20que%20%C3%A9%20o%20tema.&text=O%20texto%20 UNIDADE 03: TEXTOS COMERCIAIS E OFICIAIS Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/computador-port%c3%a1til-computador-3317007/ Prezado(a) aluno(a), ao exercer a profissão de Gestor Comercial, você produzirá muitos textos técnicos, oficiais e comerciais. Por isso, nesta semana você estudará sobre alguns desses textos, a exemplo do memorando, do ofício e da carta comercial. O objetivo é que, ao final da unidade, você consiga: Produzir textos técnicos, oficiais e comerciais considerando a situação sociocomunicativa. 3.1 Textos oficiais Segundo o Manual da Presidência da República, “[...] redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e atos normativos” (BRASIL, 2018, p. 16). Isto é: os textos oficiais são produzidos em instituições públicas no âmbito municipal, estadual e federal. https://pixabay.com/pt/photos/computador-port%c3%a1til-computador-3317007/ As redações oficiais exigem as características descritas abaixo: Clareza e precisão: para ser caracterizado como claro, o texto deve ser compreendido por seu leitor. Para isso, deve-se evitar linguagem obscura. Para que a clareza esteja presente no texto, deve-se primar pela utilização de palavras e termos simples, exceto quando o texto fizer referência a termos técnicos. O uso de frases curtas, bem estruturadas e pontuadas, também contribui para a clareza textual. Recomenda-se evitar o uso de neologismos (palavras novas) e regionalismos (palavras típicas de determinadas regiões). Para melhor compreensão, na primeira vez que uma sigla for citada no texto, é preciso explicar o seu sentido e evitar a ambiguidade (duplo sentido); por isso, na escrita, deve-se utilizar a linguagem denotativa (sentido real, encontrado nos dicionários) (BRASIL, 2018). Objetividade: consiste em ir direto ao assunto e evitar a redundância (repetição de palavras e ideias). Para isso, é preciso que o redator saiba distinguir as informações principais das secundárias (BRASIL, 2018). Concisão: para isso, é preciso dizer o maior número de informações com poucas palavras. Não consiste na redução de ideias, mas na eliminação de fatos desnecessários ao texto (BRASIL, 2018). Coesão e coerência: os textos oficiais devem ser harmônicos; para isso, precisam de elementos de ligação. As frases e parágrafos devem ser organizados de modo a contribuir com a sequência lógica do texto. Impessoalidade: essa característica é garantida na Constituição Federal do Brasil de 1988. Não se pode esquecer que quem redigeum documento oficial faz isso em nome do cargo público que ocupa; por isso, deve-se evitar impressões pessoais (BRASIL, 2018) Formalidade e padronização: todas as comunicações oficias devem obedecer a regras de escrita e formatação. Geralmente, os estados e municípios formulam suas próprias normas. Os documentos públicos federais são normatizados pelo Manual da Presidência da República. Uso da norma culta da língua portuguesa: os textos oficiais devem primar pela língua culta. Nos textos oficiais, deve-se usar os pronomes de tratamento adequados, conforme quadro abaixo: Quadro 06: Pronomes de tratamentos Pronome Abreviação Destinado a Senhor(a) Sr. Sr.ª Pessoas com quem há distanciamento mais respeitoso Você V. Pessoas com quem há intimidade Vossa Alteza V.A. Príncipes/princesas, duques Vossa Eminência V.Em.ª Cardeais Vossa Excelência V.Ex.ª Presidente da República, ministros, altas patentes militares, bispos, arcebispos Vossa Magnificência V.Mag.ª Reitores de universidades Vossa Majestade V.M. Reis/rainhas, imperadores Vossa Mercê V.M. cê Pessoas de tratamento cerimonioso Vossa Onipotência *não se abrevia Deus Vossa Reverendíssima V.Rev. ma Sacerdotes Vossa Santidade V.S. Papas Vossa Senhoria V.S.ª Oficiais até coronel, funcionários graduados, pessoas de cerimônia Fonte: Viana (s.d., on-line). Observação: em 11 de abril de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.758, assinado pelo presidente da República. Este decreto dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da administração pública federal. Para acessar o decreto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9758.htm. 3.1.1 Memorando Memorando é o tipo de documento utilizado por órgãos públicos para se comunicarem internamente. A principal característica desse documento é a agilidade; dessa forma, seu uso deve pautar-se “[...] pela rapidez e pela agilidade, minimizando os procedimentos burocráticos” (ANDRADE; HENRIQUES, 2010, p. 140). Até o ano de 2017, o memorando era a forma de comunicação interna utilizada em órgãos públicos da esfera municipal, estadual e federal. Entretanto em 2018, o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2018), documento que normatiza todas as formas de comunicações públicas da esfera federal, passou por uma reformulação e nele houve a seguinte mudança: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9758.htm Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que chamamos de padrão ofício. (BRASIL, 2018, p. 27). Isso significa que, desde 2018, esse documento (memorando) não deve mais ser expedido em instituições públicas federais. Entretanto, como o Manual da Presidência da República determina as normas apenas para as comunicações federais, os estados e municípios continuam utilizando o memorando para as suas comunicações internas. É importante lembrar que cada estado e município pode elaborar documentos normatizando as suas formas de comunicação, por isso é importante consultar esses documentos. Abaixo, apresento a estrutura do memorando, lembrando que cada município e estado pode produzir documento normatizando esse memorando: 1. Cabeçalho: utilizado apenas na página inicial do memorando. Contém: Brasão do estado ou município no alto da página, centralizado; Nome do órgão que está emitindo o documento; Nome do setor que está emitindo o documento. O espaçamento entre linhas é simples (1,0). Exemplo: Secretaria Estadual de Educação Gerência de Ensino https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bras%C3%A3o_de_Rond%C3%B4nia.svg 2. Identificação do documento: os documentos oficiais devem ser identificados conforme descrição apresentada abaixo: Nome do documento, tipo de documento por extenso. Ele deve ser escrito em CAIXA ALTA; Indicação de número: todos os documentos expedidos em órgãos públicos devem ser numerados seguindo uma sequência. O primeiro documento a ser expedido no ano por determinado setor é o número 01 e assim sucessivamente, até o último dia do ano. Deve-se abreviar a palavra número da seguinte forma: Nº; Informações do documento: apresenta-se o ano em que o documento foi escrito (quatro dígitos) seguido por siglas usuais do setor emissor do documento. A sigla obedece à hierarquia da menor para a maior. Essas informações da identificação devem vir alinhadas à esquerda da página. As siglas devem ser separadas por barra (/). Exemplo: MEMORANDO Nº 58/2020/GE/SEE 3. Local e data documento: alinhada à margem direita da página, insere-se a cidade de onde o documento está sendo emitido, seguida de vírgula, dia, mês e ano. Nesses casos, não se usa o zero à esquerda dos documentos que indicam a data, o mês deve ser escrito em letras minúsculas. Ao final, insere-se ponto final. Exemplo: Porto Velho, 11 de maio de 2020. 4. Assunto: trata-se da ideia geral do documento. É uma espécie de síntese do assunto tratado. A frase que compõe o assunto deve ser clara e objetiva. O Manual da Presidência da República sugere que essa frase não contenha verbos. Por isso, a habilidade de síntese de quem está redigindo o documento é fundamental. A frase do assunto deve ser escrita com inicial maiúscula; Todo o texto do assunto deve ser negritado e alinhado à esquerda da página. Exemplo: Assunto: Prorrogação do ano letivo de 2020. 5. Vocativo: o vocativo é a palavra usada para evocar, chamar a pessoa que irá receber o documento. Não se usa o nome da pessoa, e sim o vocativo adequado, dependendo do pronome de tratamento. Os vocativos, em comunicações oficiais, devem ser seguidos de vírgula. Se o memorando for enviado a um dos chefes do poder Executivo (presidente da República), Legislativo (presidente do Senado) ou Judiciário (presidente do Superior Tribunal Federal), o vocativo adequado é: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal, Para as demais autoridades, usa-se Senhor ou Senhora seguido do respectivo cargo. Exemplo: Senhor Secretário Estadual de Educação, Senhor Governador, Senhora Senadora, Senhora deputada, Senhor diretor, Senhora Gerente de Educação, Há ainda os vocativos adequados para reitores de Institutos Federais e Universidades: Magnífico Reitor, O Manual da Presidência da República sugere que não seja usado os termos Digníssimo e Ilustríssimo. O mesmo documento sugere ainda que se evite o uso da palavra Doutor de forma indiscriminada. 6. Texto do documento: o texto deve ser claro, objetivo e conciso. Inicie indo direto ao assunto. Por isso, evite os termos arcaicos: “Venho por meio deste”. Prefira iniciar de forma direta: Comunico, Informo, Aviso que, Convido, etc. Na escrita do texto, caso haja mais de uma ideia, prefira dividi-las em parágrafos. Caso tenha que utilizar os pronomes de tratamento dentro do texto para referir-se ao interlocutor, é preciso atentar-se aos pronomes adequados, conforme apresentado no quadro 06, anteriormente. O texto do memorando deve ser escrito em letra tamanho 12 e o texto deve ser justificado. 7. Fecho: trata-se do encerramento do documento. Segundo o Manual da Presidência da República, admitem-se apenas dois fechos em documentos oficiais: Atenciosamente - usa-se esse fecho quando o emissor (aquele que escreve) do documento possuir cargo superior ou equivalente ao ocupado pelo destinatário; Respeitosamente- usa-se esse fecho quando o emissor do documento possuir cargo inferior ao ocupado pelo destinatário. Ambos os fechos devem vir seguidos de vírgula. Atenção: muitas pessoas ainda encerram os memorandos com frases arcaicas, tais como “Sem mais para o momento, elevamos votos de estima e consideração”. Entretanto, o documento técnico e oficial deve ser claro e objetivo; por isso, essas frases não devem ser utilizadas. Para encerrar o memorando, use apenas os fechos exemplificados acima. 8. Nome do emissor e cargo ocupado: após o fecho, centralizado na página, inserem-se o nome do emissor do documento e o cargo ocupado por ele. Todos os documentos precisam ser assinados. Exemplo: ANDREIA DOS SANTOS OLIVEIRA Gerente de Ensino Veja abaixo um modelo de memorando: Secretária de Estadual de Educação Gerência de Ensino MEMORANDO Nº 156/2020/GE/SEE https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bras%C3%A3o_de_Rond%C3%B4nia.svg Porto Velho, 11 de maio de 2020. Assunto: Convite para reunião de encaminhamentos para o ano letivo de 2020. Senhora Coordenadora do Ensino Médio, Considerando, as interrupções das aulas em virtude da pandemia mundial Coronavírus-COVID-19, convido Vossa Senhoria para participar de uma reunião on-line que acontecerá no dia 2 de junho de 2020 às 15 horas na plataforma digital Google Meet. Na ocasião discutiremos adequações no calendário do ano letivo de 2020. Informo ainda que o endereço eletrônico será disponibilizado via e-mail uma hora antes da reunião. Atenciosamente, JOANA SILVA Gerente de Ensino Fonte: Oliveira (2020). Ressalto que, como desde 2018 o memorando não deve mais ser utilizado nas instituições públicas federais, é preciso consultar os manuais de redação de cada município ou estado para verificar as normas de elaboração desse documento interno. Abaixo, apresento um modelo retirado do Manual de redação do Departamento Estadual de Estradas e Rodagem (DER) de Rondônia. Fonte: Governo do estado de Rondônia (2017, p. 16). 3.1.2 Ofício O ofício é a forma de comunicação externa das instituições públicas. Vale ressaltar que, desde a reformulação do Manual de Redação da Presidência da República, ocorrida em 2018, o ofício serve tanto para as comunicações internas quanto externas nas instituições públicas federais. Abaixo, apresento a estrutura do ofício segundo o Manual da Presidência da República de 2018. É importante lembrar que os estados e municípios podem produzir documentos normatizando o ofício: 1. Cabeçalho: utilizado apenas na página inicial do ofício. Contém: Brasão do país, estado ou município no alto da página, centralizado; Nome do órgão que está emitindo o documento; Nome do setor que está emitindo o documento. O espaçamento entre linhas é simples (1,0). Exemplo: Secretária Estadual de Educação Gerência de Ensino Atenção: segundo o novo Manual de Redação da Presidência da República, o endereço do órgão emissor pode ser inserido na nota de rodapé. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bras%C3%A3o_de_Rond%C3%B4nia.svg 2. Identificação do documento: os documentos oficiais devem ser identificados conforme descrição apresentada abaixo: Nome do documento, tipo de documento por extenso. Ele deve ser escrito em CAIXA ALTA; Indicação de número: todos os documentos expedidos em órgãos públicos devem ser numerados seguindo uma sequência. O primeiro documento a ser expedido no ano por determinado setor é o número 01 e assim sucessivamente, até o último dia do ano. Deve-se abreviar a palavra número da seguinte forma: Nº; Informações do documento: apresenta-se o ano em que o documento foi escrito (quatro dígitos) seguido por siglas usuais do setor emissor do documento. A sigla obedece à hierarquia da menor para a maior; Essas informações da identificação devem vir alinhadas à esquerda da página. As siglas devem ser separadas por barra (/). Exemplo: OFÍCIO Nº 58/2020/GE/SEE 3. Local e data documento: alinhado à margem direita da página, insere-se a cidade de onde o documento está sendo emitido, seguido de vírgula, dia, mês e ano. Nesses casos, não se usa o zero à esquerda dos documentos que indicam a data; o mês deve ser escrito em letras minúsculas. Ao final insere-se, ponto final. Exemplo: Porto Velho, 11 de maio de 2020. 4. Endereçamento: alinhado à esquerda, oferece informações do endereço do receptor do documento. São elementos necessários: Vocativo: forma de tratamento adequada ao receptor. É preciso consultar as formas adequadas (veja o quadro 06); Nome do destinatário; Cargo ocupado pelo destinatário; Endereçamento do destinatário: dividido em duas linhas. Na primeira, devem ser informados rua e número e, na segunda linha, o CEP e o estado. Nas instituições federais em que o ofício é usado até mesmo para a comunicação interna, o CEP não precisa ser descrito. Vejamos abaixo alguns modelos de endereçamento: Fonte: Brasil (2018, p. 29). Atenção: segundo o Decreto Presidencial nº 9.758, de 11 de abril de 2019: Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome do agente público. Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do destinatário nas hipóteses de: I - a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou II - a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico (BRASIL, 2019). http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%209.758-2019?OpenDocument Entretanto, essas alterações feitas pelo referido decreto não estão presentes no novo Manual da Presidência da República porque ele é posterior à reformulação do manual. Vale ressaltar também que este decreto se aplica apenas às comunicações do executivo federal. Abaixo, apresento um modelo de endereçamento nas comunicações oficiais de membros do poder executivo federal, após o decreto supracitado: Ao Reitor do Instituto Federal de Rondônia Avenida Tiradentes, 3009, setor Industrial 76821-001 Porto Velho-RO Fonte: Oliveira (2020). 5. Assunto: trata-se da ideia geral do documento. É uma espécie de síntese do assunto tratado. A frase que compõe o assunto deve ser clara e objetiva. O Manual da Presidência da República sugere que essa frase não contenha verbos. Por, isso a habilidade de síntese de quem está redigindo o documento é fundamental. A frase do assunto deve ser escrita com inicial maiúscula; Todo o texto do assunto deve ser negritado e alinhado à esquerda da página. Exemplo: Assunto: Prorrogação do ano letivo de 2020. 6. Vocativo: o vocativo é a palavra usada para evocar, chamar a pessoa que irá receber o documento. Não se usa o nome da pessoa, e sim o vocativo adequado, dependendo do pronome de tratamento. Os vocativos, em comunicações oficial, devem ser seguidos de vírgula. Se o ofício for enviado a um dos chefes do poder Executivo (presidente da República), Legislativo (presidente do Senado) ou Judiciário (presidente do Superior Tribunal Federal), o vocativo adequado é: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal, Para as demais autoridades, usa-se Senhor ou Senhora seguido do respectivo cargo Exemplo: Senhor Secretário Estadual de Educação, Senhor Governador, Senhora Senadora, Senhora deputada, Senhor diretor, Senhora Gerente de Educação, Há ainda os vocativos adequados para reitores de Institutos Federais e Universidades: Magnífico Reitor, O Manualda Presidência da República sugere que não sejam usados os termos Digníssimo e Ilustríssimo. O mesmo documento sugere ainda que se evite o uso da palavra Doutor de forma indiscriminada. 7. Texto do documento: o texto deve ser claro, objetivo e conciso. Inicie indo direto ao assunto. Por isso, evite os termos arcaicos: “Venho por meio deste”. Prefira iniciar de forma direta: Comunico, Informo, Aviso que, Convido, etc.; 7.1 O texto do ofício deve ser escrito em letra fonte Calibri ou Carlito. O tamanho da letra é 12, exceto em citações (11) e notas de rodapé (10); 7.2 Os espaços antes de cada parágrafo devem ser de 2,5 cm de distância da margem esquerda; 7.3 Se o texto for composto de três ou mais parágrafos, é preciso numerar os parágrafos a partir do primeiro. Nesses casos, o vocativo e os fechos não devem ser numerados; 7.4 O espaçamento entre os parágrafos deve ser de seis pontos; 7.5 O texto deve ser justificado e o espaço entre as linhas é simples (1,0); 7.6 Caso o ofício tenha mais de duas páginas, deve ser enumerado a partir da segunda; 7.7 Caso tenha que utilizar os pronomes de tratamento dentro do texto para referir-se ao interlocutor, é preciso atentar-se aos pronomes adequados, conforme apresentado no quadro da unidade 3.1. 8. Fecho: trata-se do encerramento do documento. Segundo o Manual da Presidência da República, admitem-se apenas dois fechos em documentos oficiais: Atenciosamente - usa-se esse fecho quando o emissor do documento possuir cargo superior ou equivalente ao ocupado pelo destinatário; Respeitosamente - usa-se esse fecho quando o emissor do documento possuir cargo inferior ao ocupado pelo destinatário. Ambos os fechos devem vir seguidos de vírgula. O fecho deve ser alinhado à esquerda, recuado a 2,5 cm de distância da margem esquerda. 9. Nome do emissor e cargo ocupado: após o fecho, centralizado na página, inserem-se o nome do emissor do documento e o cargo ocupado por ele. Todos os documentos precisam ser assinados. Exemplo: ANDREIA DOS SANTOS OLIVEIRA Gerente de Ensino Vejamos abaixo um modelo de ofício: Fonte: Brasil (2018, p. 35) 3.1.3 Tipos de documentos oficiais Segundo o Manual da Presidência da República de 2018, os documentos oficiais podem ser classificados levando em consideração suas variações, como apresento abaixo, tomando como base o gênero ofício: OFÍCIO CIRCULAR: “Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente” (BRASIL, 2018, p. 37). OFÍCIO CONJUNTO: “Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe” (BRASIL, 2018, p. 37). OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR: “Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe” (BRASIL, 2018, p. 37). OFÍCIO CIRCULAR Nº 234/2020/MEC OFÍCIO CONJUNTO Nº 134/2020/MEC/MS OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 134/2020/MEC/MS Fonte: Oliveira (2020). Por terem mais de um receptor, é possível inserir no rodapé do documento circular as siglas ou nomes dos órgãos que irão receber o documento (BRASIL, 2018). Para mais informações sobre redação oficial produzida do âmbito federal, acesse: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de- http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf e leia o novo Manual de Redação da Presidência da República. Para mais informações sobre o decreto que dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da administração pública federal, acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9758.htm. 3.2 Carta comercial A carta comercial é uma forma de comunicação usada na área comercial e empresarial. Por não ser um documento oficial, ou seja, utilizado no setor público, não há regras rígidas na sua elaboração. O que se exige é que a linguagem do texto seja clara, objetiva e obedeça à norma padrão da língua portuguesa. Segundo Andrade e Henriques (2010, p. 132, grifos dos autores), a linguagem usada na composição desse tipo de comunicação deve ser: 1. Simples, evitando-se preocupação com enfeites literários. 2. Atual, isto é, inteligível à época presente. 3. Precisa, a saber, própria, específica, objetiva. 4. Correta, com exata observância das normas gramaticais. 5. Concisa, informando com economia de palavras. 6. Impessoal, com o máximo de objetividade, pois a carta comercial não é lugar adequado para manifestações subjetivas e sentimentais. Na redação de uma carta comercial, os seus componentes básicos devem ser observados. Dentre eles, destacam-se: Timbre: constituído da logomarca da empresa, nome da empresa. Nesse local, também podem ser escritos o endereço, endereço eletrônico (e-mail) e telefone; Tipo de documento e número (localizados à esquerda da página). O número deve ser observado por quem está redigindo a carta, por isso a necessidade de um controle. Se a carta comercial enviada tinha número 10, a próxima terá o número 11 e assim http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf sucessivamente, até chegar ao dia 31 de dezembro. No dia 01 de janeiro do ano seguinte, a primeira carta comercial a ser redigida deve ter o número 1; Local e data (localizados à direita da página, abaixo do tipo de documento e número); Nome do destinatário e endereço; Assunto; Vocativo seguido de vírgula (pronome de tratamento utilizado para referir-se à pessoa que irá receber a carta). Alguns vocativos usados nas cartas comerciais são: Prezado(a) senhor(a); Caro(a) senhor(a), Senhor(a), Senhor(a) diretor(a), Senhor(a) coordenador(a) de vendas, entre outros. Texto da carta ou exposição do assunto: local onde a informação pretendida por quem escreve deve ser inserida. O texto muda dependendo do objetivo comunicativo. Porém, independente disso, recomenda-se que o texto inicie de forma objetiva, ou seja, indo direto ao assunto. Andrade e Souza (2010, p. 133) descrevem algumas das formas que podem ser usadas para iniciar o texto de uma carta comercial. São elas: “Solicitamos a Vossa Senhoria, Informamos a Vossa Senhoria, Desejamos cientificá-los de que, Atendendo a solicitação de sua carta [...]”. Há também outras formas, o que se recomenda é que se evite iniciar com o termo clichê Venho por meio desta. Ainda no texto da carta, é preciso utilizar os pronomes de tratamentos adequados à pessoa que irá recebê-la, e NÃO o nome. O texto da carta inicia sem recuo ou parágrafo e segundo Andrade e Henriques (2010) não é mais obrigatório o alinhamento à direita; Fecho (encerramento da carta). Recomenda-se que os fechos sejam alinhados à esquerda da página. Atualmente, recomenda-se não utilizar termos arcaicos, tais como “Sem mais para o momento” ou “Elevo votos de estima e consideração”. Isso quer dizer que, ao encerrar o assunto da carta comercial, basta inserir um dos fechos apresentados abaixo: Atenciosamente, Cordialmente, Respeitosamente, Cordiais saudações, Saudações, Andrade e Henriques (2010, p. 134) afirmam que a Instrução Normativa (IN) nº 133/82 simplificou os fechos e, atualmente, recomenda-se a utilização de apenas dois. São eles: “Respeitosamente, para altas autoridades, incluindo o presidente da República. Atenciosamente, para autoridades da mesma hierarquia ou hierarquia inferior.” Caso haja algum anexo que será encaminhado juntamente com a carta comercial, é preciso inserir no
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