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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE BELÉM/PA Processo N°: 0001111-20.2022.5.03.0001 Reclamante: Helena Nunes Reclamado: Eduardo Macedo Eduardo Macedo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG de n° XX.XXX.XXX, e CPF n° 111.222.333-00, atualmente residente e domiciliado na Avenida das Docas, n° 3000, Curuzu, CEP 500520-020, Belém-PA, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído, que esta subscreve, fulcro no art. 847, CLT, propor a: CONTESTAÇÃO RECLAMATORIA TRABALHISTA Em face de Helena Nunes, brasileira, divorciada, desempregada, portadora do RG de n° XX.XXX.XXX, e CPF n° 111.222.333-00, atualmente residente e domiciliada na rua Nazaré, n° 350, Centro, CEP 500550-050, Belém-PA, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer a Contestação sem resolução de mérito. DO MÉRITO A petição inicial não apresenta a documentação mínima necessária para a apreciação dos pedidos, inclusive a INEXISTÊNCIA DA PRÓPRIA CAUSA DE PEDIR prejudicando o exercício do pleno direito de defesa, maculando o devido processo legal. Desta forma, impõe-se a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos impugnados nesta proemia e forte nos artigos 330, I e 485, I, do NOVO Código de Processo Civil - Lei nº 13.105/2015 c/c art. 769, da CLT Por mero juízo de precaução, caso vossa excelência entenda por dar continuidade ao andamento processual, mesmo com todas as falhas contidas em exordial, inclusive prejudicando a própria defesa do reclamado, passaremos agora a analisar o mérito. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Cumpre salientar que a reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86. I – DOS FATOS A reclamante Helena Nunes, pugna pelo vinculo de emprego, sendo reconhecida como trabalhadora doméstica, fundamentado nos requisitos do art. 1 da Lei Complementar 150/15. Também requereu a declaração de reconhecimento de emprego e, consequentemente o pagamento de verbas rescisórias e condenação do reclamado Eduardo Macedo, ao pagamento da multa do art. 477, 8 da CLT. Não obstante, pede pelo pagamento do adicional de viagem (25%), e indenização face a supressão parcial do intervalo intrajornada. O reclamado foi notificado judicialmente pela 1 vara do trabalho de Belém-PA, para comparecimento a audiência UMA no dia 11/04/2022, e afirma que a reclamante apenas trabalhava duas vezes por semana, e os dias em que prestou serviço às sextas-feiras, ocorreram, pois, a mesma se ausentou em um dos outros dias. Eduardo Macedo, apresentou todos os recibos referentes aos dias em que Helena prestou serviços, e assenta que a reclamada tinha mais de uma hora nos intervalos, já que o reclamado ia almoçar com seu filho em sua residência, permanecendo de meio-dia às uma hora e quinze minutos da tarde. Já no tocante a viagem, alega que Helena é uma pessoa da família e que foi convidada para aproveitar a viagem e não para trabalhar. II – DO DIREITO 1 – DO VINCULO EMPREGATICIO Tratando-se das relações contratuais acordadas entre a reclamada e o reclamante, bem como, a demonstração nos termos elencados por documentos, resta inverídicas suas alegações quanto ao vínculo empregatício de acordo com o art. 2º e 3 º da CLT, porém, a reclamante não produziu qualquer prova a sustentar suas alegações acerca da prestação de serviços, ônus que lhe incumbia, fulcro nos artigos 818 da CLT e 373, inciso I, do NCPC. No entanto, pode-se verificar algumas inconsistências, já que segundo o art. 1°, da Lei Complementar 150/15 que estabelece requisitos quanto ao empregado doméstico, ainda que a reclamante tenha prestado serviço de forma continua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, laborava apenas 2 dias por semana e não mais que isso. 2 - DAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS INTRAJORNADAS A Reclamante alega que trabalhava 03 dias da semana, nove horas por dia trabalhado, e requer indenização de horas extras trabalhadas. Cabe expor que a Jornada de Trabalho pode ser de até 44 horas semanais, consoante ao art. 58 da CLT, era realizado pela Reclamante apenas 27 horas semanais, e eis que a mesma gozava de seu horário de intervalo de mais de 1 hora, para refeições e descanso, momento em que o senhor Eduardo Macedo ia almoçar na residência e ficava com seu filho, como pode ser verificado no espelho do ponto juntado neste ato. Assim, não são devidas horas extras para a Reclamante, eis que a jornada de trabalho foi devidamente cumprida, conforme desprende-se dos documentos juntados a esta contestação, os controles de jornada (artigo 74, parágrafo 2º, da CLT), atendendo ao seu dever de documentar a relação de emprego, demonstrando que as alegações feitas pela Reclamante são inverídicas. Para o período relatado pela Reclamante na fl. ..., não há nos autos qualquer adminículo de prova pré-constituída que favoreça a Reclamante em suas pretensões referentes à jornada de trabalho. Tampouco há indicação de diferenças de horas extras e intervalo intrajornada a partir dos horários consignados nos controles de jornada, deste modo, nenhum valor é devido de horas extras. 3 - DAS FÉRIAS VENCIDAS + 1/3 CONSTITUCIONAL A Reclamante recebeu o valor devido correspondente a férias proporcionais dos meses em que trabalhou, para a sua contratação. Segundo o disposto na Lei Complementar 150/15 que regulamenta os direitos dos trabalhadores domésticos, o período de férias ao qual a trabalhadora tem direito é de 30 dias, a cada período de 12 meses após a sua admissão, sendo a pretensão da Reclamante descabida quanto ao recebimento de férias, já que não trabalhou este período, portanto, não a que se falar em período aquisitivo neste caso. 4 - DO FGTS + MULTA DE 40% O FGTS devido é somente o da contratualidade (30 dias) não cabendo multa de 40%, (artigo 480 da CLT), pois não se trata de uma rescisão antecipada e sim de termino de contrato de experiência. 5 - DA MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT: Em atenção ao Assim, o Reclamado nada deve a Reclamante, eis que é, indevida a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT na rescisão contratual, conforme documentação ora juntadas. 6 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da Instrução Normativa n.º 27/2005 do TST, nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são disciplinados na Lei n.º 5.584/70. Não preenchidos os requisitos do art. 14 da referida lei, uma vez que não consta dos autos credencial sindical, não faz jus ao Reclamante o pagamento de honorários advocatícios. Aplicação ao caso do entendimento consubstanciado nas Súmulas n. º 219 e 329 do TST. Assim, requer seja indeferida a condenação de honorários advocatícios. 7- DOS PEDIDOS Diante do exposto, o reclamado requer através da Contestação, a extinção do feito sem resolução do mérito pela inépcia da inicial e, no mérito seja a ação julgada totalmente improcedente, responsabilizando o autor pelas custas processuais e demais ônus de sucumbência. Nestes termos, Pede deferimento, Belém/PA, XX de XXXX de XXXX. Advogado – OAB/XX. XXX.XXX
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