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1 
 
UC VIII 
P1 
1. Discorrer sobre o sono e o ciclo sono-vigília 
(fases do sono) 
“Os organismos têm osciladores naturais, conjuntos de células cujas 
funções variam em ciclos, espontaneamente. Nos animais superiores, 
muitos desses osciladores ficam no sistema nervoso, constituídos por 
neurônios especiais que disparam sinais de modo periódico. Esses “relógios 
biológicos” recebem informações do ambiente, e desse modo a sua 
oscilação espontânea fica acoplada aos ciclos ambientais. No hipotálamo 
está o relógio dos ritmos do dia a dia (circadianos); no epitálamo fica o 
relógio dos ritmos sazonais (circanuais). 
O mais conhecido é o ciclo vigília-sono, que nada mais é do que uma 
oscilação do nível geral de atividade do sistema nervoso: maior atividade 
durante a vigília, menor durante o sono. Regulam esse ciclo os sistemas 
moduladores difusos, conjuntos de neurônios – cada um deles com 
neuromediadores diferentes – que emitem extensos axônios que 
estabelecem sinapses em grandes territórios do córtex cerebral e 
regiões subcorticais, do tálamo à medula espinhal.” 
- Há sistemas orgânicos especializados em gerar os ciclos funcionais que 
caracterizam os ritmos biológicos 
• Ritmo circadiano: uma vez por dia 
• Ritmo infradiano: uma vez por mês 
• Ritmo ultradiano: quatro vezes por dia 
- O ritmo circadiano leva cerca de 4 meses para se estabelecer em RNs 
- O ciclo do vigília-sono tem três categorias: comportamentais, 
autonômicos e eletroencefalográficos 
- Durante o sono há redução geral das funções vegetativas 
• Diminui a FC e a FR = queda da PA 
• Diminuição da motilidade gastrointestinal 
• Redução da temperatura corporal em 1 ou 2 ºC 
• Redução da atividade metabólica dos órgãos e tecidos 
Estados do sono 
- Durante a vigília, os neurônios talamocorticais são mantidos ligeiramente 
despolarizados, com o potencial de membrana próximo ao limiar de disparo. 
A transmissão sináptica é altamente eficaz nessas condições, e resulta 
na ativação massiva dos dendritos das células corticais: por isso o EEG da 
vigília é dessincronizado. 
- Durante o sono, entretanto, os neurônios talamocorticais ficam 
hiperpolarizados, com o potencial de membrana longe do limiar. A 
transmissão sináptica torna-se muito menos eficaz, os neurônios 
talâmicos disparam apenas ocasionalmente e o resultado é um EEG 
sincronizado no córtex. 
Estágio 1 
Durante o adormecimento, quando o indivíduo se tornava sonolento, 
observaram que o EEG passava de um traçado dessincronizado típico, 
chamado de ritmo beta, para um traçado de amplitude maior e menor 
frequência, o ritmo alfa. 
O eletro-oculograma (EOG) e o eletromiograma (EMG), muito ativos e 
variáveis porque o indivíduo acordado realiza vários movimentos, 
tornavam-se mais estáveis 
Estágio 2 
O indivíduo se torna mais adormecido, e seu EEG passava a apresentar 
algumas ondas de alta voltagem (fusos do sono e complexo K). O EOG e 
EMG se mantinham estáveis 
Estágios 3 e 4 
Sono mais profundo. O indivíduo permanece imóvel, com ocasionais 
mudanças de posição. O EEG se apresenta ainda mais sincronizado, 
alcançando um ritmo de alta voltagem e baixa frequência, o ritmo delta. 
- O sono de ondas lentas compreende os primeiros quatro estágios, pela 
natureza progressivamente mais sincronizada do EEG 
- O sono paradoxal ou REM tem relação com os sonhos. Nesse caso, o 
EEG dessincroniza, assim como o EOG, com movimentação ativa dos olhos, 
embora o EMG se mantenha liso e estável, visto a imobilidade do indivíduo 
 
 
2 
 
Geralmente, ao adormecer, em menos de 1 hora de sono, passamos pelos 
4 estágios do sono de ondas lentas, seguido de 30 minutos de sono 
paradoxal. De 90 em 90 minutos há alternância entre o sono de ondas 
lentas e o paradoxal. 
- Durante a noite a duração de cada estágio se torna maior. 
- O sono paradoxal pode atingir 80% do período total de sono em crianças 
Relógio epitalâmico e o ritmo das estações 
- A glândula pineal, localizada no epitálamo, é encarregada de monitorar as 
estações do ano e sincronizar com elas algumas funções que variam 
anualmente. 
- Sob ativação simpática, que aumenta durante a noite, as células da pineal 
aumentam a síntese e secreção de melatonina 
- A pineal é um sensor da duração do fotoperíodo 
 
“O sistema temporizador circanual reconhece as estações do ano por 
meio da monitoração da duração dos dias, feita pelo núcleo 
supraquiasmático com informações da retina, e das noites pelo aumento 
da concentração sanguínea de melatonina. Quanto mais longa a noite (no 
inverno), maior a concentração de melatonina no sangue, e mais intenso o 
seu efeito sobre os órgãos e tecidos periféricos.” 
Sistemas moduladores 
O ciclo vigília-sono é um dos ritmos circadianos, portanto, também é 
sincronizado pelo sistema temporizador regido pelo núcleo 
supraquiasmático.. 
Formação reticular: neurônios que se originam no tronco encefálico, 
reunidos em núcleos bem definidos ou distribuídos em uma rede de fibras 
nervosas dispostas em todas as direções, constituindo um conjunto que 
recebe o nome genérico de formação reticular. 
• Agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e 
tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas 
que ocupa a parte central do tronco encefálico 
• A formação reticular tem uma estrutura que não corresponde 
à substância branca ou cinzenta, é intermediária entre elas 
- Esses neurônios têm axônios muito grandes que se bifurcam dando um 
ramo ascendente e um descendente, os quais se estendem ao longo do 
tronco, medula, diencéfalo e telencéfalo 
a) núcleos de rafe – ao longo da linha mediana em toda a extensão 
do tronco encefálico. Contem neurônios ricos em serotonina. 
b) Locus ceruleus – assoalho do quarto ventrículo. Neurônios ricos 
em noradrenalina. 
c) Área tegumentar ventral – parte ventral do mesencéfalo. 
Neurônios ricos em dopamina 
- Funções 
• Controle da atividade elétrica cortical – ciclo vigília-sono 
• Controle eferente da sensibilidade e da dor 
• Controle da motricidade somática 
• Controle do sistema nervoso autônomo 
• Controle neuroendócrino 
• Integração de reflexos 
- Constatou-se a existência de diferentes sistemas moduladores difusos, 
cada um deles caracterizado por empregar um determinado 
neurotransmissor. 
- Emergiu uma visão original do efeito que eles causam nas extensas 
regiões que inervam: a criação de "microclimas" neuroquímicos. 
- Quando um sistema que utiliza a noradrenalina, por exemplo, aumenta 
sua atividade, ocorre a liberação desse neurotransmissor nas amplas 
áreas que recebem os axônios respectivos - cria-se um "microclima 
noradrenérgico", como se o tecido se tomasse banhado em noradrenalina. 
- Se no momento seguinte um outro sistema predominar, por exemplo o 
que emprega a serotonina como neurotransmissor, o microclima toma-se 
serotoninérgico. 
- O balanço entre os diversos neurotransmissores de liberação difusa no 
tecido neural faria modular a excitabilidade dos neurônios, e com isso seria 
possível controlar dinamicamente o seu nível geral de atividade. 
- Em conjunto, o resultado funcional seria o controle do nível de 
consciência e da atividade comportamental geral do indivíduo. 
 
- Cada sistema foi codificado com uma letra e um número: a letra indica 
o neurotransmissor e o número assinala a localização do grupo de 
neurônios que tem aquele neurotransmissor 
3 
 
 
O grupo de sistemas moduladores que participam do ciclo são em geral 
mais difusos. Os axônios desses sistemas inervam praticamente todo o 
SNC, modulando a sua excitabilidade e assim, controlando o nível de 
consciência do indivíduo. 
• Os neurônios noradrenérgicos descendentes da formação 
reticular pontina são os responsáveis pela diminuição do tônus 
muscular que ocorre quando o indivíduo adormece. 
• Ao mesmo tempo, as células noradrenérgicas ascendentes do 
tronco encefálico (Al e A3) modulam as regiões do hipotálamo 
encarregadas do controle cardiovascular e neuroendócrino, e 
assim produzem asalterações de frequência cardíaca e de 
secreção hormonal que ocorrem durante o sono e a vigília. 
 
2. Elencar as consequências da privação de sono 
- Os transtornos do humor são caracterizados por distúrbios do sono. A 
mania tende a ser caracterizada por redução na necessidade de sono, 
mas a depressão pode estar associada com hipersonia ou insônia. 
- A privação do sono pode precipitar mania em indivíduos com transtorno 
bipolar I e aliviar temporariamente a depressão naqueles om depressão 
unipolar. Cerca de 60% dos pacientes com transtornos depressivos 
exibem benefícios significativos, mas transitórios, com a privação total do 
sono. 
FUNÇÕES DO SONO 
As funções do sono foram examinadas de diversas maneiras. A maioria 
dos pesquisadores conclui que o sono exerce uma função homeostática 
restaurativa e parece ser essencial ao funcionamento normal da 
termorregulação e da conservação de energia. 
Como o sono não REM aumenta após exercício e fome, esse estágio pode 
estar associado com a satisfação de necessidades metabólicas. 
As principais funções do sono são relacionadas ao descanso e a 
regeneração orgânica que são essenciais para o funcionamento do corpo 
e mente, conservação da energia diária, consolidação do aprendizado e 
memória, além da função imunológica, auxiliando processos de defesa do 
organismo frente a estímulos externos ou do próprio corpo. 
 
Privação de sono 
Em consonância, noites mal dormidas tem efeitos adversos bem 
conhecidos como fadiga, cansaço, indisposição, alteração de sintomas 
cognitivos como atenção e memória, baixo rendimento escolar e em 
atividades de trabalho sendo um fator de risco importante para acidentes 
como os automobilísticos. 
Ainda tem relação independente com complicações cardiovasculares 
sendo fator de risco para obesidade, diabetes, hipertensão arterial e 
doenças psiquiátricas. 
Uma pessoa cansada e sonolenta é propensa a acidentes, julgamento 
prejudicado e mais propenso a cometer erros e más decisões. Ficar 
acordado por 24 horas leva a uma coordenação olho-no-olho reduzida que 
é semelhante a ter um teor de álcool no sangue de 0,1. É por isso que a 
privação de sono contribui para acidentes rodoviários e lesões de trabalho. 
A falta de sono também pode afetar o desempenho escolar de uma 
criança e pode estar associada a um maior risco de problemas emocionais, 
como depressão 
Períodos prolongados de privação do sono podem levar a desorganização 
do ego, alucinações e delírios. Privar as pessoas de sono REM acordando-
as no início desses ciclos aumenta o número de períodos REM e a 
quantidade de sono REM (aumento de rebote) quando podem dormir sem 
interrupções. 
Pacientes privados de REM podem exibir irritabilidade e letargia. Em 
estudos com ratos, a privação de sono produz uma síndrome que inclui 
aparência debilitada, lesões de pele, aumento de ingesta alimentar, perda 
de peso, aumento de gasto de energia, redução na temperatura corporal 
e morte. 
As alterações neuroendócrinas incluem aumento de norepinefrina e 
redução dos níveis de tiroxina no sangue. 
Necessidade de sono 
Algumas pessoas têm sono naturalmente curto, necessitando de menos 
de 6 horas de sono por noite para funcionar de maneira adequada. 
Pessoas com sono longo precisam dormir mais de 9 horas por noite para 
funcionamento adequado. Estas têm mais períodos REM e mais 
movimentos rápidos dos olhos em cada período (conhecidos como 
densidade REM) do que aquelas que têm sono curto. 
Às vezes, esses movimentos são considerados uma medida da intensidade 
do sono REM e estão relacionados com a vivacidade do sonho. 
A necessidade de sono aumenta com o trabalho físico, exercício, doença, 
gravidez, estresse mental geral e atividade mental aumentada. Os 
períodos REM aumentam após estímulos psicológicos fortes, como 
situações difíceis de aprendizado e estresse, e após o uso de fármacos 
ou drogas que reduzem as catecolaminas do cérebro. 
 
3. Discorrer sobre a regulação da consciência e seus 
níveis (transição e integração) 
Manutenção da vigília 
O córtex cerebral tem uma variedade elétrica espontânea, que determina 
os vários níveis de consciência. Essa atividade pode ser detectada por 
eletroencefalograma e ela varia em relação ao sono e a vigília. 
4 
 
• Em vigília, o traçado elétrico é uniforme e dessincronizado, 
apresenta ondas de baixa amplitude e alta frequência. 
• Durante o sono de ondas lentas, o traçado é sincronizado, com 
ondas lentas e de grande amplitude 
• No sono REM, o eletroencefalograma mostra um traçado 
semelhante ao de vigília, apesar de a pessoa estar dormindo e 
com profundo relaxamento muscular, por isso, é chamado de 
paradoxal (rapid eye movement) 
- Na reformação reticular há um sistema de fibras ascendentes, que 
exercem uma ação ativadora sobre o córtex cerebral. Criou-se, assim, foi 
criado o conceito de sistema ativador reticular ascendente. 
• O SARA é constituído de fibras noradrenérgicas do locus 
ceruleus, serotoninérgicas dos núcleos do refe e colinérgicas 
da formação reticular da ponte e dos neurônios dopaminérgicos 
mesencéfalos 
• Essas vias constituem os sistemas modulatórios de projeção 
difusa 
• O conjunto das fibras ativadoras noradrenérgicas, 
serotoninérgicas, dopaminérgicas e colinérgicas constituem o 
SARA. 
- A lesão das vias modulatórias do SARA diminui o tempo de vigília, mas 
não é capaz de induzir o coma. 
- O ciclo vigília-sono é regulado por neurônios hipotalâmicos do SAA. A 
atividade de seus neurônios pode ser medida pela taxa de disparos dos 
potenciais de ação. Durante o dia essa taxa é muito alta, indicando que o 
córtex está sendo ativado. O córtex recebe normalmente as aferências 
dos núcleos talâmicos sensitivos. 
- No final da vigília, em antecipação ao período de dormir, um grupo de 
neurônios do hipotálamo anterior (núcleo pré-óptico ventrolateral) inibe a 
atividade dos neurônios do SAA, desativando o córtex. 
- Ao mesmo tempo, o núcleo reticular do tálamo inibe a atividade dos 
núcleos talâmicos sensitivos, barrando a passagem para o córtex dos 
impulsos originados nas vias sensoriais 
- Inicia-se assim o estado de sono de ondas lentas ou sono não REM, no 
qual a atividade elétrica do córtex deriva de circuitos intrínsecos sem 
influencia de informações sensoriais externas e o eletroencefalograma é 
sincronizado. 
- Pouco antes do despertar, a atividade do núcleo pré-óptico ventrolateral 
é reduzida e os neurônios do SAA voltam a disparar, e se inicia um novo 
período de vigília. 
- O sono REM é gerado por uma rede de neurônios do tronco encefálico, 
principalmente na ponte 
Transição 
A região subcerulea recebe estímulos inibitórios gabaérgicos. Os 
hormônios gabaérgicos são mais ativos durante a vigília e o sono não REM 
e inibem os neurônios subceruleos e núcleo tegmentar pedúnculo pontinho, 
evitando a entrada em sono REM. 
A interação entre essas vias permite a alternância entre sono REM e não 
REM 
Essas projeções também evitam que o organismo passe diretamente da 
vigília para o sono REM. O sono REM é encerrado pelos neurônios do locus 
ceruleus, que aumentam a sua atividade na transição entre o sono 
paradoxal e a vigília, podendo ser considerados os neurônios do despertar. 
Durante a vigília, a atividade metabólica e a utilização de adenosino-
trifosfato (ATP) são intensas. O ATP é metabolizado e gera a molécula 
adenosina, que se liga a receptores em várias partes do encéfalo, inibindo 
a sua atividade e gerando sonolência. É por isso que inibidores dos 
receptores de adenosina, como a cafeína, inibem o sono 
momentaneamente. 
- A geração do ritmo de vigília e sono depende também do núcleo 
supraquiasmático do hipotálamo que, junto com a glândula pineal, sincroniza 
esse ritmo com a alternância de claro e escuro. 
Consciência 
Para a psicopatologia, a consciência constitui uma síntese ou uma 
integração de todos os processos mentais em um dado momento. São 
características da consciência: apresentar vivência interna; ter relaçãocom a distinção do Eu/não Eu; ter intencionalidade (dá significado às coisas); 
e ser reflexiva (possibilita refletir sobre seus próprios conteúdos 
psíquicos). 
- Alterações quantitativas da consciência 
A consciência é o reconhecimento do mundo interno e externo, e o nível 
de consciência é descrito em termos do estado aparente de vigília do 
paciente e de sua resposta a estímulos. 
Um paciente com um nível de consciência normal está acordado (ou pode 
ser acordado) 
Alerta (responde apropriadamente a estímulos visuais ou verbais) 
Orientado (sabe quem ele é, que local está e a data ou a hora aproximada). 
Uma consciência anormal (rebaixada) representa uma variação desde 
sonolência leve até ausência completa de responsividade e incapacidade 
de acordar (coma). 
O coma é um estado semelhante ao sono, durante o qual os pacientes não 
respondem adequadamente ao meio ambiente e do qual não conseguem 
despertar. Os olhos estão fechados e não abrem espontaneamente. Os 
pacientes não falam, e não existe propósito nos movimentos da face ou 
dos membros. A estimulação verbal não produz resposta. A estimulação 
dolorosa pode não produzir resposta ou pode gerar movimentos reflexos 
sem propósito, mediados por vias medulares ou do tronco cerebral. 
O coma resulta de um distúrbio da função do sistema reticular ativador 
do tronco cerebral acima 
da metade da ponte ou de ambos os hemisférios cerebrais, uma vez que 
são estas regiões cerebrais que mantêm a consciência. 
4. Descrever a escala de Glasgow 
A escala de coma de Glasgow, introduzida em 1974, permanece ainda 
como uma das ferramentas de monitorização mais utilizadas em UTI. É 
baseada em três itens cuja soma é utilizada como parâmetro de avaliação, 
variando entre 3 e 15 pontos, é de fácil aplicação e reprodutibilidade, 
devendo ser registrada sempre a melhor resposta obtida. Sua principal 
limitação é a análise da resposta verbal em pacientes sedados, com 
distúrbios de linguagem e em ventilação mecânica. 
5 
 
 
Escala FOUR 
A escala tem sido validada em UTI, departamentos de emergência e entre 
profissionais de enfermagem com reprodutibilidade comparável à da 
escala de Glasgow e com a vantagem de avaliar respostas em pacientes 
sob ventilação mecânica e respostas de tronco encefálico. Apresenta 
quatro itens com respostas de 0 a 4 
 
• Os parâmetros são avaliados individualmente 
 
5. Compreender os impactos dos hábitos alimentares 
no sono 
 
6. Explicar os principais transtornos do sono 
(polissonografia) 
Insônia 
- A característica essencial do transtorno de insônia é a insatisfação com 
a quantidade ou a qualidade do sono e queixas de dificuldade para iniciar ou 
manter o sono. 
- Essas queixas são acompanhadas de sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional... 
- Pode ocorrer durante o curso de outro transtorno ou de forma 
independente 
- As manifestações podem ocorrer em horários distintos do período de 
sono 
• Insônia na fase inicial do sono (insônia inicial): dificuldade em 
conciliar o sono na hora de dormir 
• Insônia de manutenção do sono (intermediária): despertares 
frequentes ou prolongados durante a noite 
• Insônia terminal: despertar antes do horário habitual e a 
incapacidade de retornar ao sono 
Com frequência, a insônia está associada a um estado de alerta fisiológico 
e cognitivo e a fatores condicionantes que interferem no sono. 
- A preocupação com o sono e com o desconforto causado pela 
incapacidade de dormir pode levar a um círculo vicioso: o esforço que um 
indivíduo faz para dormir aumenta a frustração, além de prejudicar o 
sono. 
- Consequentemente, atenção e esforços excessivos para dormir, que 
acabam predominando sobre os mecanismos normais da fase inicial do 
sono, podem contribuir para o desenvolvimento de insônia. 
- A insônia pode ser acompanhada de uma grande variedade de queixas e 
de sintomas diurnos, incluindo fadiga, energia diminuída e perturbações do 
humor. 
- Sintomas de ansiedade ou de depressão que não atendem aos critérios 
para um transtorno mental específico são comuns, assim como um foco 
excessivo nos efeitos percebidos da perda de sono no funcionamento 
durante o dia. 
- Consequências funcionais 
• Problemas interpessoais, sociais e profissionais poderão 
ocorrer como resultado de insônia 
• Aumento na irritabilidade diurna e má concentração. 
• Redução da atenção e da concentração é comum e pode estar 
relacionada a taxas mais elevadas de acidentes observadas em 
casos de insônia. 
• A insônia persistente também está associada a consequências 
de longo prazo, incluindo aumento no risco de transtornos 
depressivos graves, hipertensão e infarto do miocárdio; 
- Comorbidade 
• Comorbidade comum de muitas condições médicas, incluindo 
diabetes, doença cardíaca coronariana, doença pulmonar 
obstrutiva crônica, artrite, fibromialgia e outras condições de 
dor crônica. 
• Aparentemente, a relação de risco é bidirecional: a insônia 
aumenta o risco dessas condições médicas, e os problemas 
médicos aumentam o risco de insônia. 
Sonolência excessiva diurna 
- Sintomas de quantidade excessiva de sono, qualidade deteriorada de vigília 
e inércia do sono (período de alteração no desempenho e de vigilância 
diminuída após acordar de um episódio de sono regular) 
- Com frequência, o sono não é reparador e é seguido pela dificuldade de 
acordar no horário normal. 
- A sonolência excessiva se caracteriza por vários cochilos diurnos 
involuntários que tendem a ser relativamente longos (em geral duram 1 
hora ou mais), não são considerados reparadores (i.e., não são 
revigorantes) e não melhoram o estado de alerta. 
- Indivíduos com hipersonolência têm cochilos diurnos quase todos os dias, 
seja qual for o tempo de duração do sono noturno. A qualidade subjetiva 
do sono pode ou não ser relatada como boa. 
- Em geral, eles sentem a sonolência se desenvolver ao longo de um 
período de tempo em vez de vivenciarem “ataques” repentinos de sono. 
6 
 
Normalmente, os episódios involuntários de sono ocorrem em situações de 
baixa estimulação e de baixa atividade (p. ex., assistindo a palestras, lendo, 
vendo televisão ou dirigindo em longas distâncias), embora em casos mais 
graves se manifestem em situações de alta concentração, como no 
trabalho, em reuniões ou em encontros sociais. 
- O transtorno de hipersonolência tem curso persistente, com evolução 
progressiva na gravidade dos sintomas. Nos casos mais extremos, os 
episódios de sono podem durar até 20 horas. 
- Ela tem inicio progressivo, com sintomas se iniciando entre os 15 e 25 
anos. 
Apnéia do sono 
- Apneia e hipopneia obstrutivas do sono são os transtornos do sono mais 
comuns relacionados à respiração. Caracterizam-se pela repetição de 
episódios de obstrução (apneia e hipopneia) da via aérea superior 
(faríngea) durante o sono. 
- Diagnóstico 
• Pelo menos cinco apneias ou hipopneias obstrutivas por hora 
de sono + perturbações na respiração noturna, como ronco e 
respiração ofegante ou sintomas como sonolência ao longo do 
dia, fadiga e sono não reparador 
• 15 ou mais apneias e/ou hipopneias obstrutivas por hora de 
sono, independentemente da presença de sintomas 
- Apneia refere-se à ausência total de fluxo de ar, e hipopneia refere-
se a uma redução no fluxo de ar. Cada apneia ou hipopneia representa 
uma redução na respiração com duração de pelo menos 10 segundos em 
adultos ou duas falhas respiratórias em crianças e geralmente está 
associada a quedas no nível de saturação de oxigênio iguais ou superiores 
a 3% 
- O ganho de peso poderá precipitar aumento nos sintomas. 
- Embora possam ocorrer em qualquer idade, apneia e hipopneia 
obstrutivas do sono geralmente se manifestam entre indivíduos na faixa 
etária de 40 a 60 anos, principalmente os do sexo masculino 
- é influenciada pela genética 
- A gravidade da doença é medida pela contagem do número de apneias 
e de hipopneias por hora de sono (índice de apneia e hipopneia)com auxílio 
da polissonografia ou de qualquer outro sistema de monitoramento 
noturno 
A apneia central do sono idiopática e a respiração de Cheyne-Stokes 
caracterizam-se por aumentos no ganho do sistema de controle 
ventilatório, também conhecido como retroalimentação de alto ganho (high 
loop gain), causando instabilidade na ventilação e nos níveis de PaCO2. Essa 
instabilidade é chamada de respiração periódica e pode ser identificada 
pela alternância entre hiperventilação e hipoventilação. 
Síndrome das pernas inquietas 
- A síndrome das pernas inquietas (SPI) é um transtorno neurológico 
sensório-motor do sono que se caracteriza por uma necessidade de 
movimentar as pernas ou os braços; em geral está associada a sensações 
desconfortáveis, tipicamente descritas como de rastejar, engatinhar, 
formigamento. 
- Os sintomas pioram quando o indivíduo está em estado de repouso, e o 
movimento frequente das pernas ocorre em um esforço para aliviar 
sensações desconfortáveis. Os sintomas se agravam no fim da tarde e à 
noite e, em alguns indivíduos, ocorrem somente nesse período. 
- Os fatores predisponentes incluem sexo feminino, envelhecimento, 
variantes do risco genético e história familiar de SPI. 
Necessidade de movimentar as pernas, em geral acompanhada por, ou 
em resposta a, sensações desconfortáveis e desagradáveis nas pernas, 
que se caracterizada por todas as circunstâncias 
• A necessidade de movimentar as pernas inicia-se e agrava-se 
durante períodos de repouso ou de inatividade. 
• A necessidade de movimentar as pernas é aliviada, completa 
ou parcialmente, pelo movimento. 
• 
Parassonias 
- Episódios recorrentes de despertares incompletos, acompanhados de 
uma entre as seguintes alternativas 
• Sonambulismo: Episódios repetidos de levantar-se da cama 
durante o sono e deambular. Durante o sonambulismo, o 
indivíduo se apresenta com o olhar fixo e o rosto vazio, 
praticamente não responde aos esforços de comunicação por 
parte de outras pessoas e pode ser acordado apenas com 
muita dificuldade. 
• Terrores no sono: Em geral, episódios recorrentes de 
despertares súbitos provocados por terror que iniciam com um 
grito de pânico. O medo é intenso, com sinais de estimulação 
autonômica como midríase, taquicardia, respiração rápida e 
sudorese durante cada episódio. Há relativa ausência de 
resposta aos esforços de outras pessoas para confortar o 
indivíduo durante os episódios. 
Os transtornos de despertar do sono não REM ocorrem com mais 
frequência na infância e diminuem com o avanço da idade. 
 
Narcolepsia 
- Cochilos diurnos recorrentes ou ataques de sono. Em geral a sonolência 
ocorre diariamente, pelo menos três vezes por semana, no mínimo por 
três meses 
• Narcolepsia sem cataplexia, porém com deficiência de 
hipocretina – baixos níveis de hipocretina sem presença de 
cataplexia 
• Narcolepsia com cataplexia, porém sem deficiência de 
hipocretina – mais raro, os níveis de hipocretina são normais 
• Ataxia cerebelar dominante autossômica, surdez e narcolepsia: 
Este subtipo é causado por mutações e caracteriza-se pelo 
início tardio (idade de 30 a 40 anos) da narcolepsia (com níveis 
baixos ou intermediários de hipocretina-1), surdez, ataxia 
cerebelar e, por fim, demência. 
• Narcolepsia autossômica dominante, obesidade e diabetes tipo 
2: Condições como narcolepsia, obesidade, diabetes tipo 2 e 
níveis baixos de hipocretina-1 foram descritas em casos raros 
e estão associadas a uma mutação no gene para a glicoproteína 
da mielina de oligodendrócitos. 
• Narcolepsia secundária a outra condição médica: se desenvolve 
depois de condições médicas que produzem infecção (p. ex., 
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doença de Whipple, sarcoidose), trauma ou destruição tumoral 
de neurônios produtores de hipocretina. 
- Gravidade 
• Leve: A cataplexia é infrequente (menos de uma vez por 
semana), necessidade de cochilos apenas uma ou duas vezes 
por dia, e sono noturno menos fragmentado. 
• Moderada: Cataplexia uma vez por dia ou em intervalos de 
alguns dias, sono noturno fragmentado e necessidade de vários 
cochilos por dia 
• Grave: Cataplexia resistente a medicamentos, com múltiplos 
ataques diários, sonolência quase constante e sono noturno 
fragmentado 
- A cataplexia costuma se apresentar em episódios breves (de segundos 
a minutos) de atonia bilateral muscular precipitada por emoções. 
- Os músculos afetados incluem o pescoço, a mandíbula, os braços, as 
pernas ou o corpo inteiro, resultando em oscilação da cabeça, queda da 
mandíbula ou quedas completas 
- Durante os episódios, os indivíduos permanecem despertos e 
conscientes 
- Quase sempre é resultante da perda de células hipotalâmicas que 
produzem hipocretina, provocando deficiência dessa substância, podendo 
essa perda ser causada por doença autoimune 
- A hipocretina (ou orexina) é um tipo de hormônio neuropeptídico 
estimulante; especificamente, é um hormônio polipeptídico 
encontrado no hipotálamo posterior. Suas funções incluem induzir a 
sensação de fome, estimular o estado de vigília ou alerta e promover 
um estado de humor positivo, entre outros. Por outro lado, seus níveis 
elevados têm sido relacionados a distúrbios do sono, como insônia ou 
narcolepsia. 
Sonambulismo 
- A característica essencial do sonambulismo diz respeito a episódios 
repetidos de comportamento motor complexo que se inicia durante o sono, 
incluindo levantar-se da cama e deambular 
- Os episódios de sonambulismo começam em qualquer estágio do sono 
não REM, em geral durante o sono de ondas lentas e, portanto, ocorrem 
com mais frequência durante a primeira terça parte da noite. 
- Durante os episódios, o indivíduo apresenta redução do estado de alerta 
e das respostas, olhar vazio e relativa ausência de resposta à 
comunicação com outras pessoas ou aos esforços dessas pessoas para 
despertá-lo. 
- Se for despertado durante o episódio (ou ao despertar na manhã 
seguinte), o indivíduo tem uma vaga lembrança do ocorrido. Em seguida, 
pode haver, inicialmente, um breve período de confusão ou dificuldade 
para orientar-se, seguido de plena recuperação do funcionamento 
cognitivo e de comportamento adequado 
Polissonografia 
A polissonografia avalia as fases de sono e a fisiologia associada. 
- A fase de sono é determinada por EEG, eletro-oculograma e atividade 
no eletromiograma submentoniano. As medições para avaliar a fisiologia 
incluem a função respiratória (fluxo, esforço e trocas gasosas), atividade 
dos músculos das extremidades, eletrocardiograma e, algumas vezes, o 
pH esofágico ou a temperatura corporal interior. 
- Exame feito ao longo da noite 
A polissonografia é mais útil para distúrbios do sono tais como a apneia do 
sono, movimentos excessivos, parassonias ou para a sonolência excessiva 
não explicável. Registros mais limitados durante a noite podem-se 
concentrar estritamente em medições respiratórias. Dois testes 
quantificam a capacidade de adormecer e de ficar acordado: o teste de 
latência múltipla do sono e o teste de manutenção da vigília. O teste de 
latência múltipla do sono quantifica a sonolência objetiva com base no 
tempo para iniciar o sono através de cinco cochilos diurnos. O teste de 
latência múltipla do sono é útil para a narcolepsia, mas existe uma 
sobreposição entre indivíduos normais e pacientes com distúrbios do sono. 
O teste de manutenção da vigília quantifica a propensão para ficar 
acordado por períodos de 40 minutos e pode fornecer evidência objetiva 
da eficácia diurna de terapia estimulante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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P1 
1. Discorrer sobre o sono e o ciclo sono-vigília 
(fases do sono)

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