Buscar

Fisiologia e Transtornos do sono

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
1 
INTRODUÇÃO 
• O sono foi considerado por muito tempo uma 
parte passiva das vidas diárias humanas, no 
entanto, ele desempenha um aspecto 
fundamental para a vida do ser humano, pois 
possui função reparadora, de conservação de 
energia, de proteção e imunológica. 
• A privação do sono interfere no bem estar 
mental e físico do paciente, o que leva a grave 
prejuízo funcional no desempenho dos papéis 
sociais e nas relações interpessoais. 
• Vale ressaltar que os transtornos do sono (TS) 
são frequentes na população geral e se 
manifestam por má qualidade do sono, insônia, 
sonolência excessiva diurna (SED), dificuldade 
em dormir ou acordar na hora desejada e por 
movimentos/comportamentos anormais 
relacionados ao sono. 
ASPECTOS ANATOMOFISIOLÓGICOS DO 
SONO 
• O ciclo sono-vigília segue uma 
periodicidade circadiana, sendo variável 
com a idade, o sexo e características 
individuais. 
• A regulamentação deste ciclo (uma 
concepção) é consequente a uma interação 
complexa de dois processos: homeostático 
e circadiano. 
Processo Homeostático 
Refere-se à liberação de substâncias que promovem o 
sono, em especial a adenosina, que se concentra 
acumulada após longos períodos de vigília. Sendo 
assim, ela representa a carga do sono que aumenta 
durante a vigília e diminui à medida que o sono ocorre. 
OBS: o café é antagonista dos receptores de adenosina. 
Processo Circadiano 
Refere-se à variação cíclica do estado de vigília e do 
sono que acontece durante o dia e que é regulada pelo 
núcleo supraquiasmático, considerado como o 
marcapasso circadiano. 
Nesse processo, é gerado um acoplamento entre as 
funções endógenas e a variações ambientais que 
ocorrem durante o dia, em especial a luminosidade, 
promovendo a vigília durante o dia e consolidando o 
sono no período noturno. 
Despertar 
1. EEG: ritmo beta 
2. EOG: movimentos oculares rápidos 
3. EMG: Presença de tônus muscular 
Existe pouca ou nenhuma influência do fator 
homeostático, enquanto a regulação circadiana 
proporciona influências excitatórias no córtex 
cerebral. Com o passar das horas ocorre incremento no 
impulso homeostático, o que aumenta a atividade 
excitatória promovida pelo núcleo supraquiasmático. 
Através das aferências provenientes da retina, os 
estímulos luminosos atingem o núcleo 
supraquiasmático e o controle da secreção da 
melatonina. Os níveis plasmáticos deste hormônio 
começam a aumentar entre 1 e 3 horas antes do 
horário normal de sono e tem seu pico próximo ao 
nadir (ponto mais baixo) da temperatura central 
corporal. O estímulo luminoso desempenha papel 
importante na sincronização entre o ritmo circadiano 
endógeno e o ambiente externo. 
Sonhos 
Os mais vívidos e memoráveis costumam ocorrer na 
última etapa do sono, no REM. É importante notar que 
o sono pode ser bifásico (ou sono bimodal ou bifurcado) 
– prática de dormir durante dois períodos ao longo de 
24 horas, polifásico – dormir várias vezes, em contraste 
com o sono monofásico, que é um período apenas de 
sono em 24 horas. 
Sono 
Em relação ao próprio sono, ele não é homogêneo, pois 
é constituído por quatro a cinco ciclos, compreendendo 
cada um, quatro estágios sendo que cada ciclo dura 
cerca de 90-120min. 
Existe variação no padrão de frequência e 
sincronização da atividade elétrica cortical entre os 
diferentes estágios, bem como existe uma variabilidade 
nos elementos fisiológicos e no grau de relaxamento 
muscular com o aprofundamento do sono. 
Além disso, há elevado limiar para resposta a 
estímulos ambientais, podendo o sono ser reversível à 
estimulação. Por outro lado, a alta responsividade e 
grande atividade motora caracterizam a vigília, que é 
permeada por um ambiente neuroquímico favorável ao 
processamento e registro de informações o que permite 
uma maior interação ambiental. 
Anatomia e Ciclo Sono-Vigília 
Áreas diferentes do sistema nervoso central estão 
envolvidas com os diversos estágios do sono e com a 
vigília. A ativação cortical necessária para a 
manutenção da vigília é garantida por uma rede extensa 
de estruturas e vias subcorticais, onde o hipotálamo 
desempenha papel fundamental. 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
2 
No hipotálamo anterior encontram-se neurônios 
gabaérgicos, que estimulam e controlam o sono NREM 
(Não REM) por inibição do sistema reticular ativador 
ascendente e o prosencéfalo basal. 
Em conjunto com o hipotálamo posterior/lateral, 
estas regiões são responsáveis pela manutenção do 
sono, enquanto os núcleos pontinos promovem o sono 
REM. 
OBS: Muitas substâncias que induzem sonolência agem sobre os 
receptores do GABA, como o álcool, hipnóticos sedativos, 
agonistas benzodiazepínicos e os barbitúricos. 
Outros neurotransmissores estão envolvidos com o 
sistema de alerta, entre eles a acetilcolina, dopamina, 
serotonina e hipocretina/orexina. 
Estagiamento 
O estagiamento neurofisiológico segue as normas 
internacionais do Manual de Estagiamento do Sono e de 
Eventos Associados, da Associação Americana de 
Medicina do Sono e é baseado no padrão das ondas 
cerebrais (eletroencefalografia), na atividade muscular 
(eletromiografia) e nos movimentos oculares 
(eletroculograma), que são analisados a cada período 
de 30 segundos (denominados de “épocas”). 
Dois grandes estágios compõem o sono do adulto: o 
estágio NREM (~75%) e o REM (~25%). 
Estágio NREM – é subdividido em 3 fases: N1, N2 e 
N3. A sequência normal dos estágios normalmente é: 
vigília → N1 → N2 → N3 → REM. Em relação ao 
tempo total de sono, essas fases costumam apresentar 
proporção pouco variável: 
- Vigília: 5-10% 
- N2: 50% 
- N3: 12,5-20% 
- REM: 20-25% 
- N1: o restante. 
OBS: Indivíduos idosos podem apresentar sono mais 
superficial, com diminuição dos estágios N3 e REM e 
aumento dos estágios N1 e N2, enquanto em crianças o 
contrário é observado. 
Resumo dos ritmos demonstrados no EEG: 
1. Gama: aparece na área que você está executando uma 
tarefa; 
2. Beta: vigília ativa (acordado e com atenção); 
3. Alfa: vigília relaxada (olhos fechados) 
4. Teta: sono leve, pode aparecer na vigília 
5. Delta: sono profundo 
Fisiologia 
FASE N1 
Se caracteriza por atividade cortical de baixa 
frequência e amplitude (ondas teta), redução da 
atividade muscular em relação à vigília (ainda há 
tônus) e movimentos oculares lentos. 
1. EEG: Ritmo teta 
2. EOG: Movimentos oculares lentos 
3. EMG: Presença de tônus 
OBS: ritmo alfa desaparece quando a fase N1 se inicia. 
FASE N2 
Ocorrência de complexos K (mais evidentes nas regiões 
frontais) e fusos do sono (melhor visualizados nas 
regiões centrais) marcam a fase N2. 
1. EEG: Ritmo teta 
2. EOG: Ausência de movimento ocular 
3. EMG: Presença de tônus 
OBS: adultos passam boa parte do sono em N2. 
FASE N3 
Na presença de ondas deltas (ondas de grande 
amplitude e baixa frequência) em pelo menos 20% de 
uma época se define a fase N3 (sono de ondas lentas). 
Ausência de movimentos do globo ocular. Presença 
de tônus. 
OBS: Crianças e adolescentes passam boa parte do sono em N3. 
REM 
É caracterizado por uma atividade cortical de 
frequência mista e baixa amplitude, redução/ausência 
do tônus muscular (inibição do neurônio motor inferior) 
e movimentos rápidos dos olhos (dessincronização). 
Os grafoelementos característicos deste estágio são as 
ondas em serra (ondas teta e beta), que podem estar 
ausentes. No sono REM, são evidenciados eventos 
fásicos (atividade oculomotora, abalos musculares e 
ereção peniana) e tônicos (dessincronização elétrica 
cortical, atonia muscular e ritmo teta hipocampal). 
1. EEG: teta e beta – ondas em dente de serra 
2. EOG: Movimentos oculares rápidos3. EMG: Ausência de tônus muscular 
Neste estágio ocorrem os sonhos e a consolidação das 
informações aprendidas durante o dia, além de 
flutuações da função cardiorrespiratória, perda do 
controle da temperatura e da sensibilidade ao CO2. 
Devido ao aumento da atividade parassimpática, há 
diminuição dos níveis pressóricos, da frequência 
cardíaca e da resistência vascular periférica. A 
ventilação alveolar se encontra reduzida, assim como 
o tônus muscular das vias aeres superiores, com 
consequente aumento da resistência das vias aéreas. 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
3 
OBS: Essas alterações respiratórias e hemodinâmicas ocorridas 
durante o sono REM não apenas aumentam a ocorrência de 
apneias/hipopneias e de dessaturações arteriais de oxigênio, mas 
também estão associadas ao maior risco de mortalidade nas 
primeiras horas da manhã em pacientes com doenças 
cardiopulmonares. 
OU SEJA: 
Funções do Sono REM 
1. Reestabelecer equilíbrio cognitivo 
2. Armazenar memórias explícitas (hipocampo) 
3. Função sentinela – fase superficial, sono leve – 
característica evolutiva: para ouvir “ameaças”. 
EXAME NEUROLÓGICO – SONO 
Baseia-se na observação clínica, com enfoque na história e 
no exame físico. No entanto, uma história detalhada é o 
componente central dessa avaliação e deve sempre ser 
complementada, quando possível, pelo depoimento de 
outros indivíduos (familiares, companheiro, etc.). 
Deve-se dar atenção especial a sintomas noturnos 
associados – roncos, respiração bucal, apneias, dispneia, 
refluxo gastroesofágico, nictúria, disfunção erétil, 
sonambulismo, bruxismo, movimento de pernas, paralisia do 
sono – aos sintomas diurnos – sonolência, alterações de 
humor, queda da produtividade, dificuldade de concentração 
e memória, diminuição da atenção na condução de veículos, 
cataplexia (perda repentina do tônus muscular provocada por 
emoção forte, às vezes associada a uma irresistível vontade 
de dormir) e alucinações hipnagógicas (ao adormecer). 
Principais Fatores predisponentes 
1. Transtornos da personalidade 
2. Hiperatividade cognitiva 
3. Preferência para dormir em horários não 
compatíveis com a norma social 
O principal fator perpetuante é a associação entre o 
AMBIENTE onde o paciente dorme e o MEDO de não 
conseguir dormir. 
AVALIAÇÃO SUBJETIVA 
• Feita por meio de questionários e diários de sono; 
• Vantagens: baixo custo e fácil aplicação, além de 
promover uniformidade na abordagem do paciente. 
• Desvantagem: uso limitado em pacientes com baixa 
capacidade intelectual. 
• O questionário mais usado é a Escala de 
Sonolência Excessiva de Epworth (ESS), no qual 
o paciente pontua a partir de uma escala de 0 a 3 a 
probabilidade de dormir em diversas situações, 
sendo 3 a maior probabilidade. Um resultado > 10 
(máximo de 24) é classificado como sonolência 
excessiva diurna (SED). 
• O Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh 
(PSQI) é composto por 19 itens (e 5 perguntas para 
alguma pessoa que divida a mesma cama/quarto). 
Cada componente é pontuado de 0 a 3. A soma de 7 
componentes produz a pontuação total do PSQI, 
variando de 0 a 21 pontos – quanto MAIOR a 
pontuação, PIOR a qualidade do sono. 
• Questionário Escandinavo Básico do Sono, que é 
uma escala de 5 pontos (1 a 5), com destaque para 
quantas noites/dias por semana algo acontece. A 
escala básica é 1, “nunca ou menos de uma vês por 
mês”; 2, “menos de uma vez por semana”; 3, “em 1-
2 noites por semana”; 4, “em 3-5 noites por semana” 
e 5, “todas as noites ou quase todas as noites”. Para 
perguntas de eventos raros, específicos da primeira 
categoria, podem ser divididos em “nunca” e 
“menos de uma vez por mês”. Eventos tais como 
“ronco habitual” é definido como ronco todas as 
noites ou quase todas as noites. 
• O nível de percepção do paciente sobre sua insônia 
pode ser medido pelo Índice de Gravidade de 
Insônia – um questionário de 7 perguntas que 
divide, de acordo com a pontuação do paciente, a 
insônia em: 
1. Sem evidências clínicas de insônia 
2. Insônia subliminar 
3. Insônia clínica Leve a Moderada 
4. Insônia Grave 
• Diário de Sono – é um registro realizado pelo 
paciente no período de pelo menos duas semanas, 
com informações sobre horários do despertar e de 
dormir, quantas vezes acorda durante a noite, se o 
sono foi reparador, sendo particularmente útil nos 
transtornos circadianos do sono, insuficiência e 
inadequada higiene do sono. 
AVALIAÇÃO OBJETIVA 
• Os principais exames solicitados são: 
1. Polissonografia noturna (PSG) 
2. Teste de latência múltipla do sono (TLMS) 
3. Teste de manutenção da vigília 
4. Actigrafia 
Polissonografia noturna – PSG 
Registro poligráfico (do EEG, EOG, EMG do mento, 
membros, das medidas do fluxo oro nasal, do movimento 
toraco-abdominal, ECG e da oximetria de pulso) de noite 
inteira realizado em um laboratório de sono, sendo o método 
padrão-ouro para diagnóstico dos TS. Outros canais podem 
estar disponíveis para registro de parâmetros adicionais, tais 
como posição corpórea, medidas de pressão esofágica, ronco, 
além de outros suplementares ao EEG. 
Indicações 
1. Suspeita de transtornos respiratórios relacionados ao 
sono – pode estar associada à titulação do uso do 
CPAP e avaliação dos resultados da terapêutica; 
2. Avaliação de suspeita de narcolepsia – em 
associação ao TLMS; 
3. Parassonias atípicas ou incomuns 
4. Pacientes com doenças neuromusculares e sintomas 
relacionados ao sono 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
4 
5. Auxiliar no diagnóstico de despertares paroxísticos 
ou outras perturbações do sono que possam estar 
relacionadas a crises epilépticas ou que não 
respondam a terapia convencional. 
NÃO é rotineiramente solicitada para: 
1. Insônia não complicada 
2. Diagnóstico de DPOC 
3. Pacientes com diagnóstico clínico definido 
4. Pacientes com crises epilépticas e sem queixas 
relacionadas ao sono 
5. Casos de transtornos do ciclo circadiano 
6. Síndrome das pernas inquietas 
7. Diagnóstico de depressão 
Teste de Latência Múltipla do Sono – TLMS 
Foi desenvolvido para demonstrar sonolência e é utilizado 
para diagnóstico de hipersonias de origem central como a 
narcolepsia e a hipersonia idiopática. 
São feitos 5 registros de 20 minutos nos quais o paciente é 
instruído a dormir. Entre cada etapa, há um intervalo de 2 
horas. O resultado é dado apresentando-se a média das 
latências de sono das 5 etapas, além da presença de episódios 
de sono REM precoce (SOREMP); 
Esse exame, geralmente, é realizado na manhã seguinte a 
uma PSG noturna. 
OBS: Na ICDS-3 o diagnóstico de narcolepsia foi modificado 
em relação a ICDS 2. Na versão atual, a média das latências 
é menor que 8 minutos ou a presença de 2 ou mais 
SOREMPS, onde um dos episódios de sono REM precoce 
pode ser contabilizado se ocorrido na PSG noturna da 
noite anterior. 
Teste de manutenção da vigília 
Determina a capacidade de um indivíduo de se manter 
acordado. O teste avalia os efeitos de tratamentos 
medicamentosos ou não em pacientes com hipersonolência e 
determina a capacidade de um indivíduo de desenvolver 
adequadamente tarefas caseiras e/ou no trabalho. 
São realizados 4 registros de 40 minutos, a cada 2 horas. O 
início do sono é definido como 3 épocas contínuas de N1 ou 
uma época de qualquer outra fase do sono. Esse teste pode 
ser usado para auxiliar a história clínica na avaliação da 
capacidade de ficar acordado. 
Actigrafia 
É uma técnica de avaliação do ciclo sono-vigília. 
O actígrafo é um dispositivo colocado no punho (como um 
relógio de pulso) que realiza a detecção dos movimentos dos 
membros durante 24 horas. 
Esse exame, que mede a atividade motora grosseira, possui 
grande utilidadepara determinar padrões de sono e ritmos 
circadianos, podendo ser usado por várias semanas. 
Ao contrário da PSG, pode ser realizado fora do ambiente 
laboratorial, já que seus registros são gravados e 
posteriormente analisados. Isso permite que o paciente possa 
ficar em seu ambiente natural de sono. 
OBS: A avaliação laboratorial para síndrome das pernas 
inquietas inclui: 
1. Dosagem de ferro e ferritina séricos 
2. Ácido fólico, Mg, T3, T4 e TSH 
A neuroimagem está indicada para pacientes com 
antecedentes de trauma e TS associados a exame 
neurológico anormal. 
O vídeo EEG deve ser conduzido para afastar crises 
epilépticas noturnas e a EMG, neuropatia periférica em 
associação com síndrome das pernas inquietas. 
CLASSIFICAÇÃO E CLÍNICA DOS 
TRANSTORNOS DO SONO 
A ICSD-3 identifica 7 principais categorias: 
1. Insônia 
2. TS relacionados à respiração 
3. Hipersonolência de origem central 
4. Parassonias 
5. Transtornos do ritmo circadiano 
6. TS relacionado ao movimento 
7. Outros transtornos 
A-TRANSTORNO DE INSÔNIA 
É o TS mais comum na população geral (6-10%) 
Definição: insatisfação com a qualidade ou quantidade 
do sono associada a um sintoma noturno (dificuldade 
em iniciar o sono, dificuldade em manter o sono ou 
despertar matinal precoce), situação esta que traz 
prejuízo no funcionamento diurno deste indivíduo na 
esfera física, mental ou social. 
Critérios: os sintomas devem ter duração de pelo 
menos 3 meses, ocorrer pelo menos 3 vezes por 
semana e não ser melhor explicado por outro TS. 
Classificação: 
1. Transtorno de insônia crônica 
2. Transtorno de insônia de curto prazo 
3. Outro transtorno de insônia 
4. Sintomas isolados e variantes da normalidade 
5. Tempo excessivo na cama 
6. Dormidor curto 
Epidemiologia: 
• Mais comum no sexo feminino; 
• Idade avançada 
• Baixa renda, desempregados, aposentados. 
• Maior número de consultas e custos com 
saúde. 
Clínica 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
5 
• Dificuldade em iniciar o sono, múltiplos 
despertares noturnos (dificuldade na 
manutenção) com dificuldade para voltar a 
dormir, maior tempo acordado após adormecer, 
despertar precoce e resistência em ir para a 
cama (em crianças), além de disfunção diurna. 
• Maior dificuldade no desempenho das 
atividades diárias, o que leva a prejuízo da 
qualidade de vida, e sofrem com maior 
frequência de doenças psiquiátricas – 
especialmente depressão e ansiedade. 
• Maior risco de HAS, doenças cardiovasculares 
e distúrbios endócrinos – DM2. → esses 
desfechos negativos ocorrem especialmente em 
insones que desenvolvem estado de 
hiperalerta, definido em alguns estudos como 
sono com menos de 6 horas de duração. 
• Por todas essas razões é recomendação padrão 
da American Academy of sleep medicine que 
todo profissional de saúde investigue insônia 
nas avaliações dos pacientes. Principalmente 
se grupos de maior risco, o que inclui os idosos. 
Diagnóstico 
• Eminentemente clínico; 
• Auxilia: Diário de Sono e o Índice de 
Gravidade da Insônia. 
• O PSG não é rotineiramente recomendado, 
a não ser se existirem evidências razoáveis 
da presença de outro TS. 
• Entretanto, tanto a PSG quanto a Actigrafia 
poderiam ajudar a identificar os pacientes 
com estado hiperalerta, aqueles com 
maior risco de desenvolverem desfechos 
desfavoráveis, através da mensuração do 
tempo total de sono. 
• Pode variar de forma aguda e autolimitada 
até crônica e persistente, sendo que última 
situação pode constituir a insônia 
psicofisiológica, paradoxal ou idiopática. 
• INSÔNIA AGUDA (menos de 3 meses): 
deflagrada por um evento/situação de 
estresse, como mudança de emprego, perda 
de parente, etc. Esses eventos deflagradores 
são facilmente identificados o que facilita 
o diagnóstico clínico. Toda insônia aguda 
pode cronificar se houver um fator 
perpetuante. 
• INSÔNIA CRÔNICA (3 meses ou mais): 
possui grande importância clínica, pois 
afeta o funcionamento social e ocupacional 
e diminui a qualidade de vida. 
Tratamento 
• Objetivos: melhoria da qualidade/ 
quantidade do sono e da disfunção 
diurna. 
• 1ª conduta nas formas crônicas: 
Terapia cognitiva-comportamental 
(TCC), considerada padrão-ouro no 
manejo da insônia. – Objetiva aumentar 
o tempo de remissão da doença e 
aumentar a resposta à terapia 
farmacológica. 
Existem vários tipos de intervenções na 
TCC, entre elas a terapia de controle 
de estímulos, treinamento com 
relaxamento, restrição do sono, 
intenção paradoxal, biofeedback e 
higiene do sono. 
• Os benefícios da TCC se mantêm por 
2 anos, portanto são mais duradouros 
que o tratamento farmacológico 
isolado. Na fase aguda (até 8 semanas), 
o tratamento farmacológico e não 
farmacológico são eficazes e se 
equivalem. Mas, a longo prazo, os 
benefícios se mantêm apenas com o 
TCC. 
• Caso haja persistência da insônia após 
a TCC e controle dos fatores 
contribuintes, a terapia farmacológica 
empírica está indicada. 
Agir nas possíveis 3 vias: 
1. Gabaérgica 
2. Melatoninérgica 
3. Antagonizar efeitos da orexina 
Classes utilizadas: 
Agonista do receptor GABA 
Benzodiazepínico (ABRG) 
Alprazolam 
Estazolam 
Oxazepam 
Triazolam 
Cloridiazepóxido 
Clonazepam 
Diazepam 
Flurazepam 
Agonista do receptor GABA não 
benzodiazepínico (ANBRG) 
Zolpidem 
Zopiclone 
Eszopiclone* 
Zaleplon 
Indiplon 
Agonista do receptor da 
melatonina 
Ramelteon* 
Antagonista da orexina Suvorexant* 
Antidepressivos com efeitos 
sedativos 
Amitriptilina 
Imipramina 
Mirtazapina 
Trazodona 
Anticonvulsivantes Gabapentina 
Pregabalina 
Anti-histamínico Doxilamina 
*Não comercializados no Brasil 
Higiene do sono: 
1. Só ir para cama quando sonolento 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
6 
2. Se demorar para dormir, levantar e ir para outro 
ambiente 
3. Cama apenas para sono e atividade sexual 
4. Horários regulares para dormir e acordar 
5. Exposição a luz durante o dia 
6. Sem sonecas diurnas 
7. Não usar cafeína e nicotina 4-6h antes de 
dormir 
8. Exercícios físicos regulares, mas apenas até 3 
horas antes de dormir 
9. Evitar uso de bebidas alcoolicas e refeições 
pesadas antes de dormir 
10. Cuidados com ambiente: temperatura, barulho, 
conforto 
11. Não lidar com os problemas antes de dormir. 
 
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO 
É dividido em 4 seções: 
1. Síndrome da apneia obstrutiva do sono; 
2. Síndromes de apneia Central (CSA); 
3. Distúrbios de Hipoventilação relacionados ao 
sono; 
4. Distúrbio de Hipóxia relacionado ao sono 
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO 
SONO 
Síndrome caracterizada por eventos recorrentes de 
obstrução da via aérea superior durante o sono. 
Epidemiologia: É prevalente – 32,8% (estudo 
populacional de 1024 indivíduos em SP); São grupos de 
maior risco: sexo masculino e obesidade. 
Mecanismo: 
É um ciclo que pode se repetir várias vezes. Ocorre 
relaxamento dos músculos da faringe, colabamento 
(parcial ou total) da via aérea e nesse momento → 
microdespertamento (~15s) com elevação do tônus, 
depois retorna a dormir, reduzindo o tônus. O sono do 
paciente fica fragmentado e perde a qualidade. 
Critérios: Presença dos critérios A e B ou critério C 
A. Presença de 1 ou mais dos seguintes: 
1. Paciente queixa de sonolência, sono não-
restaurador, fadiga ou sintomas de insônia; 
2. Paciente acorda com dificuldade para 
respirar ou sensação de sufocamento; 
3. Parceiro observa ronco habitual e/ou pausas 
respiratórias durante o sono 
4. Paciente tem diagnóstico de HAS, 
transtorno do humor, disfunção cognitiva, 
coronariopatia, AVE, ICC, FA ou DM2. 
B. A polissonografia demonstra: 
1. 5 ou mais eventos obstrutivos por hora 
C. A polissonografia demonstra: 
1. 15ou mais eventos obstrutivos por hora 
 
OBS: Apneia obstrutiva do sono é caracterizada por 
episódios de obstrução faríngea parcial (hipopneia) 
ou total (apneia) durante o sono – achado no PSG. 
Quando as apneias ou hipopneias ocorrem com certa 
frequência e associam-se a sintomas → Síndrome da 
apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS). 
Classificação da apneia: baseada no resultado do 
Índice de apneia e hipopneia por hora de sono (IAH) de 
seu exame diagnóstico – a polissonografia. 
1. Leve: IAH ≥ 5 e ≤ 15 
2. Moderada: IAH > 15 e ≤ 30 
3. Grave: IAH > 30 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
7 
Clínica: 
 
Consequências: 
• Acidentes de trânsito, 
• acidentes de trabalho, 
• doenças cardio/cerebrovasculares, 
• Intolerância a glicose. 
Tratamento: 
• CPAP 
• Outros: medidas clínicas, dispositivo intraoral 
(anterioriza a mandíbula, feito pelo profissional 
odontólogo com atuação na área do sono), 
cirurgia – avanço maxilo-mandibular, 
faringoplastia lateral. 
HIPERSSONIAS DE ORIGEM CENTRAL 
Esses distúrbios são caracterizados por excesso de 
sonolência diurna (hipersonolência) que não é 
atribuível a outro distúrbio do sono, especificamente 
àqueles que resultam no sono perturbado (por exemplo, 
distúrbios respiratórios relacionados ao sono) ou 
anormalidades do ritmo circadiano. 
NARCOLEPSIA 
Ocorre deficiência da hipocretina (orexina), no tipo 1 
(com cataplexia). Esse neurotransmissor é responsável 
por regular a excitação, vigília e apetite. 
• Sonolência excessiva diurna 
• Alucinações hipnagógicas (do adormecer) 
• Paralisia do sono 
• Fragmentação do sono noturno 
• Cataplexia (associada a emoção forte) 
Diagnóstico (com especialista responsável): 
• Demonstração de deficiência de hipocretina-1 
no líquido cefalorraquidiano (<110pg / mL ou 
menos de um terço dos valores normativos com 
o mesmo ensaio padronizado) 
OU 
• Uma latência média de < 8 minutos no MSLT, 
com evidência de períodos rápidos de 
movimentos oculares no início do sono 
(SOREMPs) e cataplexia clara (definida como 
“mais de um episódio de geralmente breve [< 2 
min], comumente simétrica bilateralmente, 
perda súbita de tônus muscular com consciência 
retida”). 
PARASSONIAS 
Nesse grupo estão: 
1. Parassonias do sono NREM 
a. Transtornos do despertar (a partir do 
NREM); 
b. Despertar confusional 
c. Sonambulismo 
d. Terror noturno 
e. Transtornos alimentares relacionados ao 
sono 
2. Parassonias do Sono REM 
a. Transtorno comportamental do sono REM 
b. Paralisia do sono isolada recorrente 
c. Pesadelos 
3. Outras Parassonias 
4. Sintomas isolados e variantes da normalidade 
a. Sonilóquio 
PARASSONIAS DO SONO NREM 
Ocorrem principalmente em crianças e geralmente 
desaparecem na puberdade, porém podem persistir na 
vida adulta. 
OBS (não dado): Os transtornos do despertar consistem em despertar 
incompleto do sono com resposta ausente ou inapropriada apesar da 
intervenção de pessoas durante o episódio. São limitados (uma única cena, 
sem imagens de sonho), geralmente ocorrem no início do estágio do sono de 
ondas lentas (N3), sendo que a maioria dos episódios é de curta duração, 
podendo durar de 30 a 40 minutos, mas podem ser acompanhadas de fala e 
de gritos. Os olhos geralmente estão abertos e sem expressão, sendo difícil 
acordá-los, porém se despertos mostram-se confusos. 
Parassonias Principais 
Sintomas 
Diagnósti
co 
Tratamento 
Despertar 
Confusional 
- Mais 
comum < 5 
anos; 
- Despertar 
confuso 
antes da 
primeira 
parte do 
sono; 
- Duração < 
5min; 
- 
Comportame
nto benigno, 
ocasionalmen
te podem 
estar 
História 
Clínica 
- 
Geralmente 
não precisa 
farmacotera
pia. 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
8 
agressivos e 
violentos; 
- Resolução 
espontânea – 
no adulto, 
pode persistir 
longo tempo 
e com 
comportamen
tos 
automáticos / 
inapropriados 
Sonambulis
mo 
- Início assim 
que a criança 
começa a 
andar, na 
adolescência 
ou em 
qualquer fase 
da vida 
(incluída a 7ª 
década); 
- Deixam a 
cama (olhos 
abertos), 
andam, 
correm, 
podendo 
apresentar 
comportamen
tos 
inapropriados 
e violentos 
com 
prejuízo da 
memória 
anterógrada 
e 
retrógrada. 
História 
Clínica 
Farmacotera
pia não 
necessária 
Terror 
Noturno 
- 1 a 6,5% 
das crianças 
(4 a 12 anos) 
e 2,2% nos 
adultos 
- Sintomas 
desaparece
m na 
adolescência; 
- Acompanha 
choros, 
gritos, 
sonhos e 
sintomas 
motores e 
autonômicos 
intensos; 
- 
Desorientaçã
o e amnésia 
após cada 
episódio, 
término 
súbito e 
resistência ao 
consolo 
História 
Clínica 
Farmaco 
terapia 
geralmente 
não 
necessária 
 
PARASSONIAS DO SONO REM 
• O Transtorno comportamental do Sono REM é 
o TS mais característico deste grupo; 
Parassonia Sintomas Diagnósti
co 
Tratamen
to 
Transtorno 
Comportamen
tal do Sono 
REM 
- Homens > 
50anos; 
Mas pode se 
manifestar em 
mulheres e 
indivíduos 
mais jovens; 
- 
Vocalizações 
ou 
comportamen
tos motores 
complexos e 
relatos de 
sonhos 
violentos com 
agressões ao 
próprio 
paciente ou ao 
companheiro. 
(olhos 
fechados) 
História 
Clínica 
Clonazepa
m 
Caracterizado por: 
1. Maneiras de agir anormais durante este sono 
que podem causar lesões e interrupção do sono; 
anormalidades na eletromiografia do mento e 
na polissonografia-PSG (falta de atonia do 
mento). 
2. Em crianças, há associação deste TS com 
narcolepsia-cataplexia, tumores do tronco 
cerebral ou uso de medicamento antidepressivo. 
3. Especialmente nos adultos, existe associação 
com neurodegenerações da sinucleína 
(atrofia sistêmica múltipla, Doença de 
Parkinson, demência com corpos de Lewy, 
falha autonômica pura) e neurodegenerações 
não relacionadas à sinonucleína (paralisia 
supranuclear progressiva, taupatias, demência 
frontotemporal, esclerose lateral amiotrófica, 
Doença de Alzheimer, amiloidopatias, ataxia 
espinhal do tipo 3, Coréia de Huntington e 
narcolepsia) 
DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO 
RELACIONADOS AO SONO 
Síndrome das Pernas Inquietas 
Epidemiologia: Vários estudos têm demonstrado que a 
SPI é uma condição de alta prevalência nos países 
ocidentais. 
Eva Carneiro 
 NEUROLOGIA 
 
3ª edição da Classificação Internacional de TS (ICSD-3) // LENT, 100bi de neurônios – 2ªed, cap 16. 
9 
• No maior estudo sobre o tema, a prevalência de 
SPI no último ano foi 7,2%. 
• Um estudo populacional brasileiro, realizado 
com entrevistas porta a porta em uma cidade do 
interior de São Paulo, mostrou prevalência de 
cerca de 6,4%. 
• É subdiagnosticada (6,2% recebem o 
diagnóstico) 
Critérios: Vontade imperiosa de mover as pernas, 
geralmente acompanhada de sensações locais 
desagradáveis. 
Os quatro aspectos fundamentais para o diagnóstico 
incluem: 
1. urgência em movimentar os membros 
associados com parestesias e disestesias; 
2. sintomas que se iniciam ou pioram com o 
repouso; 
3. melhora parcial dos sintomas com o 
movimento; 
4. piora dos sintomas no final da tarde 
Ainda, é preciso se certificar de que: 
• As manifestações não são decorrentes de outra 
condição: câimbras, desconforto posicional, 
mialgia, etc. 
• As manifestações causam repercussões 
significativas. 
OBS: Podem estar associados com deficiência de ferro, doença de 
Parkinson, insuficiência renal (principalmente quando submetidos à 
diálise), diabetes mellitus, artrite reumatóide, neuropatia periférica, 
gestação (acima de 20 semanas), uso de anti-histamínicos e 
antidepressivos. 80 % tem movimento periódico de pernas. 
Diagnóstico: História clínica, exames laboratoriais e de 
imagem. 
Tratamento: 
• Agonistas dopaminérgicos 
• Alfa delta ligantes: gabapentina e pregabalina• Opioides 
• Reposição de ferro 
• Levodopa 
• Outros

Outros materiais