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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA VALDEIR GONZAGA DOS SANTOS O USO DE FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO ENSINO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO HISTÓRICA JOÃO PESSOA 2021 1 VALDEIR GONZAGA DOS SANTOS O USO DE FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO ENSINO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO HISTÓRICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso Licenciatura em História. Orientador(a): Prof.(a) Debora Rodrigues Barbosa JOÃO PESSOA 2021 2 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, meu pai celestial que ao longo do curso esteve sempre presente em meus pensamentos e com sua mão divina deu-me a proteção que precisava, a todos os professores que apresentaram com maestria os conteúdos nas aulas virtuais, nos seminários e orientações, à minha amada esposa, Maria Lucinda Marques dos Santos pelo incentivo aos estudos, à minha querida mãe, Maria Vitoria dos Santos, que sempre acreditou no meu sucesso, ao meu filho Cainã Marques dos Santos que sempre foi minha fonte de inspiração para seguir em frente, aos meus irmãos e amigos que com suas palavras de incentivo contribuíram para que eu não desistisse, por fim, guardo em meu peito um sentimento de gratidão a todos que de alguma forma contribuíram para que este trabalho ganhasse forma. 3 1. Introdução O que motivou a realização deste trabalho monográfico foi o de buscar enfatizar o uso de ferramentas audiovisuais na disciplina de história em sala de aula e apresentar argumentos que justificam o seu uso, partindo do pressuposto que grande parte dos alunos chega à escola, com uma bagagem de conhecimento prévio, boa parte vinda de filmes que passam recorrentemente nas redes de televisão aberta e fechada, nos cinemas e via internet. Como este projeto começou a tomar forma em 2021 nas disciplinas de Estágio e Metodologia do Ensino da História, obtendo resultados muito satisfatórios, esta monografia vem investigar, analisar e refletir sobre uma nova perspectiva diferenciada de se trabalhar as ferramentas audiovisuais na disciplina de história em sala de aula, ao obter por meio dos sujeitos da história (jovens e adultos do ensino médio) fontes primárias e material necessário para a execução deste projeto. A ideia principal do projeto monográfico é mostrar a importância de se trabalhar com filmes, musicas, documentários e slides de temáticas históricas, sugeridas pelos alunos e propostas pelos professores, ou seja, películas, canções e outros materiais de audiovisuais de fácil acesso: filmes que passam com frequência na televisão aberta, de grande bilheteria, e utilizá-los como fonte de pesquisa no intuito de transformar o audiovisual numa atividade significativa de aprendizado, independente do gênero e das características da produção cinematográfica. A princípio foram escolhidas as turmas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, de um colégio estadual, localizado na cidade de João Pessoa, no qual já foram aplicados estudos prévios sobre o uso das ferramentas audiovisuais em sala de aula para as disciplinas de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado no Ensino Médio, orientado pelo Professor Jaymisson Lupicínio da Silva. Entretanto, em virtude da pandemia do covid-19 que afetou os professores, alunos e funcionários das escolas públicas da rede estadual e municipal de ensino da Paraíba, ficou decidido que tanto a pesquisa como as entrevistas fossem realizadas remotamente. 4 2. Metodologia Para a realização deste trabalho monográfico foi usada uma pesquisa de levantamento, questionando os alunos sobre o uso das ferramentas audiovisuais no aprendizado da disciplina história, colhendo o posicionamento de cada um sobre a importância desses recursos em sala de aula, todo o processo foi aplicado de forma remota e teve a participação de 100 estudantes da Escola estadual Dom José Maria Pires, todos alunos da disciplina história , que opinaram em um questionário, foi usado como ferramenta para a pesquisa o Google forms, como pode ser visto no endereço; https://docs.google.com/forms/d/1P4Es9aqTRwRbYfkGt31ucF3MvCacNGe6pZ2XidYhsZo/ edit. Um projeto de pesquisa de levantamento apresenta uma descrição de abordagem quantitativa ou numérica de tendências, atitude ou opinião de uma população, estudando-se uma amostra dessa população. A partir dos resultados da amostra, o pesquisador generaliza ou faz afirmação sobre a população. (CRESWELL,2010) Os alunos foram questionados se concordavam ou não que o uso de ferramentas audiovisuais ajudava no aprendizado da disciplina História, todos os alunos envolvidos participaram da pesquisa dando sua opinião e o resultado fica aqui apresentado como consta abaixo. O questionário foi elaborado no dia 21 de abril de 2021 e aplicado e disponibilizado para os alunos de forma virtual pela direção da escola no dia 22 de abril do mesmo ano, e no dia 29 já havia alcançado os 100/% requerido para a efetivação da pesquisa. DÊ SUA OPNIÃO SOBRE O USO DE FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO APRENDIZADO DE HISTÓRIA. https://docs.google.com/forms/d/1P4Es9aqTRwRbYfkGt31ucF3MvCacNGe6pZ2XidYhsZo/edit https://docs.google.com/forms/d/1P4Es9aqTRwRbYfkGt31ucF3MvCacNGe6pZ2XidYhsZo/edit 5 O QUE VOCÊ ACHA DO USO DAS FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO APRENDIZADO DE HISTÓRIA 96% AJUDA NO APRENDIZADO. 4% NÃO AJUDA. 0% NÃO SABEM Alunos A - Dizem que sim 96% Alunos B- Dizem que não 4% Alunos C- Não sabem 0% Como mostra o gráfico abaixo. Figura 1 6 Gráfico demonstrativo do percentual de alunos que responderam o questionário. 3. Revisão bibliográfica Entre muitas ferramentas didáticas, os recursos audiovisuais estão presentes no ensino não só da disciplina de história, mas pode ser usado como ferramenta nas demais disciplinas, e a inclusão digital proporcionou que várias camadas sociais possam ter acesso a meios de comunicação em massa, apesar das condições não serem as mesmas. Mesmo com as dificuldades na infraestrutura das escolas, segundo uma pesquisa feita em 400 escolas públicas de capitais brasileiras, 98% das escolas possuem TV e DVD ou Datashow, e também mostra que tais ferramentas não tem seu devido uso. (NOVA ESCOLA Edição 29, 2016). Portanto, vendo que é possível fazer exibição em TV ou Datashow, o professor de história tem a seu dispor o recurso audiovisual como ferramenta. Além de que, uso de slides, filmes e documentários em sala de aula possibilita que o professor utilize de tais ferramentas para atrair a atenção dos alunos enquanto trabalha conteúdos curriculares: 7 O cinema seria um bom recurso, pois atrairia a atenção dos jovens mais que as aulas e exposições orais realizadas pelo professor em sua sala de aula. Não se trata ainda de encarar a linguagem imagética como um recurso com características próprias, nem de propor métodos de trabalho pedagógico com a exploração das imagens. Como elas têm suas próprias regras de funcionamento e atualizam um conjunto de configurações significantes especificamente icônicas, ao serem analisadas permitem que se compreenda melhor os aspectos que os currículos escolares propõem. (ABUD, 2003, p.188) Percebemos que o recurso audiovisual, portanto, expõe características, aspectos culturais, vestimentas, entre outros pontos que não conseguiriam ser melhor expostos por meio escrito, e assim também possibilitando que por meio da exposição de imagens que aluno perceba as características físicas do período retratado. Processam, ainda, outros símbolos amplamente culturais e sociais, mediante os quais apresentam uma certa imagemdo mundo, que devem possibilitar ao aluno que desenvolva a análise crítica do mundo no qual vive. Além disso, acarreta outras instâncias de referências, como comportamentos, moda, vocabulário. As imagens merecem estar em sala de aula porque sua leitura nunca é passiva. Elas provocam uma atividade psíquica intensa feita de seleções, de relações entre elementos da mesma obra, mas também com outras imagens e com representações criadas e expressas por outras formas de linguagem. A imagem fílmica situa-se em relação à outra, ausente, que se relaciona com a realidade que se supõe representada. (ABUD, 2003, p.188) Logo, o uso do recurso audiovisual transmitido na aula, faz com que os alunos fixem melhor o conteúdo, guardem a imagem, ela situa na maioria das vezes o aluno historicamente e geograficamente. Questões que permeiam a utilização do documentado na aula é se o vídeo é usado pelo professor como um substituto de aula, 8 se entra no lugar de algum texto, se apenas complementa a aula do professor, se o professor usou porque não estava disposto a dar aula naquele momento. O documentário e os filmes de época ou históricos têm, para a maior parte dos professores que utilizam a filmografia em sala de aula, o mesmo valor didático de um texto de um livro de História. O filme é mais utilizado como um substituto do texto didático ou da aula expositiva, ou é ainda considerado uma ilustração que dá credibilidade ao tema que se está estudando. (ABUD, 2003, p. 189) Notamos que infelizmente ainda existe o mito que o recurso audiovisual muitas vezes é usado por professores apenas para passar o tempo de aula, enquanto dá a ele a oportunidade de descansar, ou em outras vezes o filme é passado sem nenhuma contextualização com o conteúdo ali presente. Mas, usar do audiovisual para trabalhar algum conteúdo em sala de aula não é tão simples, devemos lembrar que as produções de cinema estão voltadas para o mercado e um público de consumidores, assim não precisam necessariamente serem fiéis à história, nesse ponto a intervenção do professor se torna importante, já que é ele quem mediará o conteúdo, problematizando e dialogando com outras fontes, orientando os alunos para que eles entendam o que é fictício e o que é o real conteúdo a ser entendido. (SANTOS,2009) Se considerarmos que "materiais didáticos são instrumentos de trabalho do professor e do aluno, suportes fundamentais na mediação entre ensino e aprendizado." (BITTENCOUT, 2008, p.295) vemos que materiais didáticos não são só aquelas ferramentas que foram feitas para serem usadas em sala de aula, mas qualquer ferramenta que permita o professor fazer mediação para que o conteúdo seja entendido e a partir disso desenvolver o senso crítico dos alunos. A revolução digital democratizou o acesso à informação de uma maneira extraordinária e, ainda mais importante, conectou pessoas de partes distantes do mundo. Muitos são os casos de produção audiovisual que é feita por pessoas que nunca se encontraram pessoalmente, fazendo uso tão somente da Internet. Os nativos digitais quando se deparam com uma escola ainda reproduzindo modelos educacionais do século 19, não conseguem se interessar pelas atividades propostas e não veem sentido numa instituição de ensino que não os prepara para o mundo real. Aí está a chave da 9 grande estratégia que é utilizar a produção audiovisual na sala de aula. O aluno pode colocar em prática o conhecimento que ele já possui, e ainda compartilhar com outros colegas; as aulas se tornarão mais atrativas; os alunos poderão produzir material audiovisual sobre a escola e a comunidade onde vivem; Todo o material produzido poderá ser divulgado e compartilhado nas redes sociais aumentando assim a autoestima dos alunos. A melhor maneira de se trabalhar com a produção audiovisual na escola é através da utilização da ferramenta pedagógica da sala invertida e da apresentação de seminários. Digamos, por exemplo, que um professor de História queira trabalhar com um tema transversal durante o bimestre - por exemplo, a Ética na escola. O professor pode criar um grupo no WhatsApp, ou pedir que algum dos alunos crie, e a partir deste grupo transmitir orientações para todos os alunos, que divididos em grupos ficarão responsáveis, em elaborar materiais audiovisuais que deem conta dos objetivos que o professor quiser trabalhar dentro do tema da Ética durante o bimestre. Os encontros presenciais na escola podem servir para tirar dúvidas, trocar materiais de apoio ou ainda realizar filmagens e gravações. No dia da apresentação, cada grupo apresenta o trabalho final, que pode ser um vídeo, uma entrevista, uma série de slides com música de fundo ou até mesmo um filme cinematográfico produzido e dirigido pelos alunos. Trabalhando desta forma com a produzir um material de áudio e vídeo na sala de aula, os alunos ficarão motivados e se sentirão valorizados, pois verão que estão trazendo para desenvolver na escola, um conhecimento que já trazem consigo e, através do mesmo, poderão adquirir outros conhecimentos ainda mais complexos e profundos. (BR, 2019,online) Assim, estas ferramentas vêm sendo utilizados em sala de aula como material didático, porém vale ressaltar que o filme é um documento, precisando de outros suportes para ser empregado em sala de aula, não podendo assim o filme ser usado como única ferramenta didática, já que o mesmo não foi produzido para tal finalidade. Os documentos, diferentemente de suportes informativos, foram produzidos inicialmente sem intenção didática, almejando atingir um público mais amplo e diferenciado. Contos, lendas, filmes de ficção ou documentários televisivos, poemas, musicas, artigos de jornal ou 10 revistas, leis, cartas, romances são documentos produzidos para o público bastante amplo, que por intermédio do professor e seu método se transforma em material didático. (BITTENCOUT, 2008, p.297) Vale ressaltar também que no caso de produções cinematográficas, se há a preocupação de garantir a verossimilhança, fazendo com que o filme ou série também retrate a realidade. Desse modo, a narrativa histórica é uma espécie de ficção controlada pelo método e pelos vestígios do passado narrado. É a partir dessa noção que denominamos a narrativa de teledramaturgia de reconstituição histórica como uma ficção controlada, posto que para garantir verossimilhança, credibilidade e atribuir efeito de verdade à representação do passado apoia-se no discurso historiográfico. (FEITOSA, ROSSINI, 2011online) Podemos fazer da exibição de um filme uma aula de história, bem, para que isso aconteça e tendo o entendimento que um filme, como falei anteriormente é um documento, é necessário fazer uma análise histórica deste documento, fazendo os devidos comentários e não esquecendo de problematizar o conteúdo que o filme traz, até por que muitas vezes os alunos podem se entreter com o filme e esquecer de fazer uma análise histórica, e assim, caso o professor não atente para isso, o filme não terá o propósito que se busca. Também, como todo material didático, é interessante dialogar este com outras fontes. Por conta da inclusão digital, aprender por meio de recursos audiovisuais se tornou também uma forma de estudo extracurricular dando a oportunidade para o professor em sala de aula poder fazer recomendações de filmes, documentários e vídeos que podem ser acessados facilmente por seus alunos. A discussão sobre as relações entre audiovisuais e história, no ambiente escolar, e fora dele, vem mobilizando inúmeras reflexões e pesquisas. Desde o estudo pioneiro de Marc Ferro, a questão do Cinema e suas relações com a História impactaram também, de forma decisiva, as aulas de História. As pesquisas sobre Cinema (Audiovisuais) e História tornaram-se, e vem se consolidando, comoum campo de estudos que integra pesquisadores de ambas as áreas, com abordagens variadas, que partem de preocupações 11 historiográficas e/ou estéticas, propondo relações variadas entre os termos. Há também aquelas pesquisas que, pensando nos “potenciais pedagógicos” do cinema, e, mais recentemente, dos audiovisuais, desenvolvem reflexões a respeito, tanto no âmbito do “Ensino de História”, em departamentos de História quanto em departamentos de Educação. Os filmes/cinemas/audiovisuais encantam professores pelas possibilidades educacionais e/ou interesses pessoais, que são, muitas vezes, convertidos em pesquisas acadêmicas. Por outro lado, as problemáticas trazidas pelo uso de filmes em espaços escolares remetem a um outro “campo” de reflexões, intitulado “Cinema e Educação”, com suas temáticas, questões e embates próprios. Desta forma, refletir sobre audiovisuais (em sentido amplo) e ensino de História, leva a diversas possibilidades de abordagens que podem agregar reflexões sobre “Cinema e História”, “Cinema e Educação” e, também, sobre usos de “recursos didáticos” em espaços escolares. Outras perspectivas de relações entre cinema (audiovisual) e educação se fazem presentes considerando transformações possibilitadas pelas tecnologias mais acessíveis e difundidas. Assim, o audiovisual também ganha outras facetas na escola, entre práticas de exibição a práticas de produção, considerando a imersão de crianças e jovens em uma cultura de produção midiática. (VITORIA, AZEVEDO DA FONSECA, 2020, online) . As plataformas de vídeos estão presentes na vida dos brasileiros, Youtube, Netflix, globo play, estando assim ao alcance de muitos. O YouTube, por exemplo, com seus 1.9 bilhões de usuários mensais (segundo a própria plataforma), virou também um local de estudos. Segundo pesquisa da Vídeo Viewrs, produzida pela google, nove em cada dez Brasileiros usuários do YouTube buscam conteúdo educacional, e que a procura é mais acentuada em idade pré-vestibular.(MARINHO, 2018) Sendo assim, se os alunos estão buscando estes conteúdos por conta própria, é interessante aos professores se apropriarem de tais ferramentas buscando dar recomendações e auxiliar os seus alunos nessa procura por conteúdos na internet, fazendo com que o uso dessas plataformas por parte dos alunos também auxilie em seus estudos. 12 De acordo com Carvalho e Gonçalves (2000), a utilização dos vídeos em sala de aula traz a emoção e a sensibilidade do aluno à tona, pois, as imagens tornam-se mais vividas e falam por si só, exaltando assim, a reflexão crítica do que está sendo observado. Em consideração a Martín-Barbero (2001), ele alega que a mídia já faz parte da realidade educacional, e através disso, surge novas problemáticas que envolvem complexidades no que se refere a comunicação na sociedade atual e principalmente quando se visa o processo educativo. A utilização dos recursos audiovisuais na escola e na sala de aula estimula a abertura de espaços ao mundo e ao contexto social em que convivemos, permite dizer as ocasiões global e local, sem, entretanto, abdicar o universo de conhecimentos acumulados ao longo do desenvolvimento da humanidade. Os recursos audiovisuais e os conhecimentos agregam para que o sujeito possa causar novos conhecimentos, que consistam compreender as problemáticas atuais e ampliar projetos em busca de alternativas para a alteração do cotidiano e a construção da cidadania e do aprendizado. Os processos interativos, procuram estabelecer a probabilidade da expressão e da criação por meios audiovisuais. Os meios audiovisuais deixam de ser apenas uma ferramenta didática, demandando uma interação continuada que permite mais do que olhar imagens, mas interpretá-las visando à criação de novas mensagens e informações. É especialmente por meio das imagens e sons passíveis de serem anotados por ferramentas audiovisuais que se fundamenta a sociedade global. A linguagem audiovisual torna possível a veiculação de uma enorme variável de informações, sob os mais diversos contornos e gêneros. A televisão na escola significa, não apenas mais um expediente pedagógico, mas também uma nova opção educativa de colocar essa escola no mundo, abrindo novos espaços e novas perspectivas ainda não integralmente explorados. A televisão, no mundo contemporâneo, com suas opções a cabo, suas antenas parabólicas, traz o mundo para dentro da escola por meio dos múltiplos programas, mas também introduz a escola em um novo espaço e nova perspectiva com enfoque global. Uma das principais características do mundo contemporâneo consiste no acontecimento de que diferentes espaços se integram e se interatuam. A escola, no contexto da sociedade contemporânea não pode mais ser avaliada como um ambiente independente, mas sim 13 um lugar dentro de outros espaços, interagindo-se mutuamente. O grande desafio que se depara é o de integrar consciente e criticamente toda a comunidade escolar, no mundo da sociedade globalizada. Torna-se indispensável a constituição de novas metodologias que permitam a introdução de professores e educandos no mundo do cultivo de mensagens por meio da linguagem audiovisual, método que alguns autores chamam de alfabetização audiovisual. A comunicação terá que ser de mão dupla, não somente para garantir a possibilidade da livre expressão, mas também proporcionar o próprio processo de construção do diálogo humano. A atração da linguagem audiovisual é constante, proporcionando ao público uma enxurrada de informações, que mesmo sem procedimento pedagógico, transforma-se em formação através da comunicação. Quando introduzimos os recursos audiovisuais em sala de aula, devemos nos atentar para ao resgatarmos o componente de estudo podermos oferecer recursos para interpretá-lo e analisá-lo de forma criticamente, permitindo a compreensão do procedimento da inclusão da cultura audiovisual. Atraído pela linguagem audiovisual, o homem perde o seu referencial, adquirindo o referencial da imagem transmitida, “coisificando- se”. Por isso, temos que tomar cuidado, zelando para que os educandos adquiram consciência crítica em relação aos meios de comunicação, para não ficarem despersonalizados. Quando o professor constrói competência e habilidade para trabalhar com recursos tecnológicos, ao contextualizar suas atividades didáticas, esses procedimentos serão usados como mais uma ferramenta pedagógica enriquecedora do texto e do contexto que estão sendo trabalhados. Pois, o conhecimento do consumo midiático é um instrumento importante para a educação de uma maneira geral, não só para o entendimento dos conteúdos escolares, mas para a avaliação, interpretação e o refinamento do gosto do público escolar. Estamos sugerindo descobrir, através de atividades metódicas a postura dos educandos diante do mundo, dos seus princípios e das suas identidades, para interagirmos com eles nossas e novas ideias. A era da informação é também a era da educação, plena e unificada. Os alunos têm que viver a experiência de descobrir por si mesmos o que está 14 acontecendo, o que está sendo mostrado e como está sendo mostrado, e também o que está sendo omitido. Parece-me que a comunicação atualmente está muito sustentada em todos os meios pela tecnologia de informação. E isso coloca, à educação, múltiplos temários. Um é a alfabetização múltipla, pois a linguagem escrita já não basta com a proliferação de tecnologias, de linguagens e de expressões. Isso implica alfabetizar os estudantes para que sejam capazes de elaborar suas próprias comunicações, com suas distintas linguagens, com distintas lógicas de articulação. (Hamze, 2021online) Silva (2017) diz que o uso dos diversos recursos audiovisuais, filmes, slides, documentários, entre outros, utilizados nas aulas de históriatem gerado uma série de debates ao longo dos últimos anos e que a relação entre os recursos audiovisuais e o ensino-aprendizagem de história deixou de ser apenas uma novidade e passou ser um objeto de importante reflexão para os professores de história. Apesar de os alunos e professores conviverem no dia a dia com os meios de comunicação e todo aparato audiovisual, existem em muitas comunidades escolares a ausência desses recursos. Segundo Silva; Para enfrentar esses novos desafios, contudo, não se deve investir em uma dicotomização que coloca, de um lado, os entusiastas das chamadas tecnologias da informação e comunicação, defensores dos recursos tecnológicos como formulas magicas, como se vê nas praticas de grandes editoras, algumas escolas privadas e fundações ligadas a educação( por exemplo, a fundação telefônica); e, de outro lado os opositores ferrenhos das novidades, portadores de uma recusa total a qualquer transformação na estrutura tradicional da escola moderna, o que se evidencia em uma opção deliberada por praticas de precarização da educação( algo presente em algumas redes estaduais, municipais e nas práticas de alguns gestores da educação básica), marcadas pela renuncia aos desafios do mundo contemporâneo, transformando a escola em uma instituição meramente disciplinar, sem recursos mínimos e sem condições básicas de trabalho. (Silva, 2017,p.19-20) Como bem diz Santana (2020) A frequência com que assistimos filmes em nossa vida, nos remete ao passado e traz lembranças e experiencias da infância ou até mesmo nos 15 dias de hoje. Por meio dos filmes já assistidos, conseguimos recuperar lembranças, cheiros, fatos importantes, lugares, e amores que podemos conhecer através das imagens, sons e roteiros de um filme. Ele diz que não importa se você vai ao cinema sozinho ou acompanhado, sempre teremos alguma sensação que nos fará aprender algo novo. Com esse pensamento Santana (2020) afirma que os filmes são tão importantes no processo de aprendizado em sala de aula. Agrego ao estudo a importância da experiência dos estudantes com a linguagem do cinema para inserção e entendimento deste como recurso didático. Construindo assim, um questionário para sondar como acontece a experiência estudantil com a linguagem cinematográfica, em forma de perguntas que dialoguem com o cotidiano dos entrevistados e que abarquem traços sobre frequência, preferências e também percepções dos estudantes sobre a sétima arte. (Santana, 2020,p.4) Gabriel(2013) Diz não existir nada no passado que se compare com a revolução digital dos dias de hoje, aponta que o surgimento de novas tecnologias nos mostra novos caminhos e quebra velhos entraves que impedem o processo de aprendizagem, ele traz a luz o entendimento de que é necessário transformar a tecnologia em conhecimento e libertar estudantes e professores da alienação. A educação brasileira se mantém entre as mais defasadas em vários estudos comparativos, justamente por persistir em um modelo que remonta ao tradicionalismo de tempos superados, onde professores são os únicos detentores do conhecimento e responsáveis por moldar mentes. Os estudos que se voltam às potencialidades dos mecanismos de comunicação e tecnologia são essenciais à reforma de nosso sistema educacional, e é nesse sentido que caminham as discussões sobre a inclusão das ferramentas do audiovisual na (Assunção, 2016)produção e reflexão acerca do conhecimento dentro da escola. (Assunção,2016 online) Na atualidade a utilização dos recursos audiovisuais vem em ritmo acelerado, tomando os lugares dos livros em sala de aula, além de serem bastante usadas pelos professores para tornar os conteúdos didáticos mais interessantes, descontraídos e menos 16 exaustivos. Algumas instituições ainda não disponibilizam estes meios aos alunos por não possuírem quadro de pessoal capacitado (a)s para manuseá-los e também pela falta de capacitação por parte dos professores. Como podemos ver de acordo com Rossini (2007, p.3). Os desafios atuais exigem ações baseadas em redes de aprendizagem e inovação, somadas à sinergia entre instituições, a fim de produzir vantagens mútuas. A partir desse cenário, a gestão estratégica do conhecimento é ferramenta importante para subsídio ao processo decisório relativo à determinação de normas e diretrizes, com o intuito de conquistar vantagens competitivas no mercado globalizado. 4. Considerações finais 17 Com o resultado deste trabalho, ficou evidente que o uso de ferramentas audiovisuais, como filmes, documentários, slides e outras ferramentas tecnológicas, podem e muito ajudar os alunos com a matéria história, e após a conclusão deste trabalho, chegou-se a afirmativa que 96% (noventa e seis por cento) de um total de 100(cem) alunos do ensino médio aprovam o uso das ferramentas audiovisuais em sala de aula para a disciplina em questão, consideraram que as aulas ficam mais dinâmicas, melhora o aprendizado e predem mais a atenção, além de apontar pontos da história que parecem difícil de compreender se forem apenas lidos. Este trabalho vem propor uma ênfase maior no uso das ferramentas audiovisuais, ficando aqui uma sugestão para os órgão e entidades responsáveis pela implementação do ensino de história nas escolas públicas ou privadas. Salientamos aqui que as ferramentas audiovisuais não substituem os livros e nem a presença do professor em sala de aula ou de forma remota, mas servirá de suporte e para mostrar aos alunos, de uma forma mais dinâmica os acontecimentos históricos e suas consequências, facilitando assim o aprendizado da disciplina história. Alguns critérios devem ser levantados para a utilização das ferramentas audiovisuais e é através das propostas pedagógicas fomentadas ao longo deste artigo que o professor deve atentar-se antes de utilizar qualquer material em suas aulas. Além disso, o elemento curricular e o plano de aula devem possibilitar a integração entre o conteúdo e a produção audiovisual, sendo esta, uma nova linguagem que constrói percepções, sentimentos, competências e media as necessidades do crescimento cognitivo, social e emocional. Os professores que estavam envolvidos como colaboradores do projeto, também deixaram suas impressões sobre o uso das ferramentas de audiovisuais na disciplina de história em sala de aula, em geral concordam com o seu uso e lamentam serem tão pouco os recursos disponíveis. 5. Referências bibliográficas 18 ABEH, XI Encontro nacional, perspectiva do ensino de história, disponível em https://www.perspectivas2020.abeh.org.br/simposio/view?ID_SIMPOSIO=244>. Acesso em 20 mai. 2021 ABUD, Katia Maria. A Construção de uma Didática da História: Algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. História, São Paulo: UNESP, n° 22(1), pp. 183-193, 2003. ASSUNÇÃO, Mario Luiz da Costa REV.TRIANG.V.9, N.2:15-24,JUL./DEZ.2016 [Online] // http://www.uftm.edu.br/revista eletronica. - jul./dez. de 2016. - 25 de maio de 2021. 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