Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Compreensão das certificações em segurança e saúde do trabalho, bem como sua importância, necessidade e obrigatoriedade. PROPÓSITO Conhecer o processo de certificação para sua aplicação nas empresas, com envolvimento de todos os segmentos necessários para sua prática. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel, caneta e as versões válidas das Normas OHSAS 18001 e ISO 45001. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a importância da certificação, bem como suas vantagens e seus desafios no contexto empresarial MÓDULO 2 Identificar os valores abordados pela OHSAS 18001 para a empresa e os processos MÓDULO 3 Distinguir as normas, com as novas tendências mundiais normativas APRESENTANDO AS CERTIFICAÇÕES EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO. TER UMA CERTIFICAÇÃO LIGADA À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO ME TRAZ VANTAGENS? MÓDULO 1 Reconhecer a importância da certificação, bem como suas vantagens e seus desafios no contexto empresarial O QUE É UMA CERTIFICAÇÃO? A certificação é o processo no qual uma lei, norma, resolução, portaria ou qualquer outra fonte reconhecida é executada por uma empresa ou pessoa – identificada como primeira parte. Nesse caso, o produto fabricado ou o serviço prestado à primeira parte foi, será ou é comprado ou exigido por outra empresa ou pessoa interessada – a segunda parte. Por sua vez, a segunda parte é certificada por um organismo de certificação identificado como terceira parte, portanto, isenta do processo. COMENTÁRIO A terceira parte – que não é fabricante, executante, vendedor nem comprador – irá certificar se o item, o produto, o serviço, a pessoa ou o processo está de acordo com o contratado, com as normas e os demais documentos técnicos. Todo esse processo só é verificado após a emissão de um certificado. A certificação, portanto, é sinalizador para os consumidores e para o mercado de que o produto, processo ou serviço de uma empresa, atende aos padrões mínimos de qualidade. Após verificar todos os itens normativos e constatar que tudo está sendo plenamente atendido, o organismo de certificação emite um certificado. Trata-se da validação do que é reconhecido, na prática, como uma certificação. A certificação, além de ser o “produto final”, produz um ciclo virtuoso, que é a busca contínua da melhoria da qualidade. Desse modo, as empresas ganham, além da visibilidade e da seriedade que seu produto ou serviço passa a ter com a certificação, a melhoria da produtividade e o aumento da competitividade. Dependendo do nível de exigência do cliente, do mercado ou do ambiente, a certificação será desejada, valorizada e até mesmo obrigatória. Temos como exemplo alguns segmentos, tais como petróleo e gás, mineração, setor aéreo, indústrias pesadas, nuclear, entre outros. Quando pensamos na internacionalização de produtos e serviços, precisamos estar atentos da mesma forma, uma vez que alguns países irão exigir alguns tipos de certificação para a comercialização desses produtos ou serviços. É cada vez mais comum e usual a solicitação compulsória (obrigatória) da certificação para a comercialização de produtos que se relacionam com a saúde, a segurança e o meio ambiente. Nos casos de internacionalização de produtos e serviços, a certificação deverá ter reconhecimento internacional, em especial, com os países envolvidos. Isso obriga que os sistemas de certificação sejam compatíveis e mutuamente reconhecidos entre os diferentes países. SBC – SISTEMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO O SBC (Sistema Brasileiro de Certificação) foi instituído pelo Conmetro (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) por meio da Resolução 08/92 – já revisada pela Resolução 02/97 –, que estabelece a estrutura de certificação de conformidade adequada às necessidades do Brasil. O Brasil instituiu regras e procedimentos ao criar o SBC, que é um sistema reconhecido. Em função disso, o SBC é um poderoso instrumento para: O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. O INCREMENTO DAS EXPORTAÇÕES. A DEFESA DO CONSUMIDOR. Também foi nomeado o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia como o único Organismo de Acreditação do Brasil), responsável pelo reconhecimento Internacional do SBC. Por meio do CGCRE (Coordenação Geral de Acreditação), o Inmetro acredita os organismos de certificação. No mundo globalizado e moderno, esse sistema de acreditação e de certificação adotado pelo Brasil é o indicado e praticado pelos países chamados de primeira economia. Em tais países, existe um organismo acreditador e várias empresas executando a certificação, de modo que existe uma clara separação entre as atividades: CERTIFICAÇÃO ACREDITAÇÃO O Inmetro tem como meta prioritária o reconhecimento internacional dos programas de acreditação e certificação do SBC, uma vez que essa exigência é cada vez mais necessária ao incremento do comércio internacional. Para que seja possível, são realizados os acordos bilaterais e multilaterais com organismos de outros países ou blocos regionais. Na prática e atendendo a essa finalidade, o Inmetro representa o país em nome do SBC e é signatário nos seguintes foros internacionais de acreditação e certificação: IAF International Accreditation Forum. IAAC Inter American Accreditation Cooperation. IATCA International Auditor and Training Certification Association. COMO É TRATADA UMA CERTIFICAÇÃO NO BRASIL? O Inmetro é único no Brasil como organismo de acreditação. Trata-se do organismo de acreditação do SBC, atuando de forma transparente, não discriminatória e independente das demais atividades referentes à sua área de competência. Desse modo, busca uma harmonia com as práticas internacionais vigentes e atua em conformidade com os princípios e as políticas adotados no âmbito do sistema, conforme definido pelo governo. Em nome do SBC, o Inmetro atua nos foros nacionais, regionais e internacionais, visando ao reconhecimento internacional do sistema. Para tal, deve: implementar as políticas e os princípios; estabelecer critérios; e preparar os documentos necessários à acreditação dos organismos de certificação, que podem ser de produtos, sistemas, serviços, pessoas ou treinamento. COMENTÁRIO O Inmetro tem o poder de conceder, manter, reduzir, suspender e cancelar a acreditação de organismos de certificação no âmbito do SBC. Além disso, no âmbito do governo, ele coordena as chamadas certificações compulsórias e articula, com os demais órgãos públicos, as ações que garantam o efetivo cumprimento das chamadas certificações compulsórias. Também cabe ao Inmetro adotar como referência os princípios e as políticas definidos no âmbito do SBC. Seguindo as normas estabelecidas pelos órgãos: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), ISO (International Organization of Standardization) e IEC (International Electrotechnical Commission), além de outros documentos elaborados pelos foros regionais e internacionais, em particular o IAF (International Accreditation Forum), o IAAC (Inter American Accreditation Cooperation) e o IATCA (International Auditor and Training Certification Association), para equiparar o processo de acreditação brasileira com a de outros países. O QUE É UMA ACREDITAÇÃO? Uma acreditação é ter o reconhecimento formal, concedido pelo organismo autorizado para este fim, de cada país. No Brasil, é realizado pelo Inmetro, que afirma que determinada empresa tem competência técnica para realizar serviços específicos, passando a ser chamada de Organismo de Certificação. Para conseguir esse título e possuir uma acreditação, uma empresa deverá atender todos os procedimentos e possuir conhecimento técnico, com profissionais habilitados e com um sistema de gestão implementado, de tal forma que passe em todas as exigências legais e técnicas, bem como nas auditorias realizadas pelo Organismo de Acreditação Inmetro. Após as empresas receberem a acreditação, caberá a elas – agora chamadas de Organismos de Certificação –,a condução das atividades de certificação de conformidade de produtos, processos e treinamento de pessoas. O QUE É UMA CERTIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE? O “produto final” de uma certificação de conformidade é um documento emitido e assinado pelo Organismo de Certificação, acreditado pelo CGCRE (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro), de acordo com as regras de um sistema de certificação. Tal documento atesta a qualidade de um sistema, processo, produto ou serviço, e é emitido com base em normas, regulamentos, portaria ou Lei. A certificação de conformidade é um documento que confirma, de forma rígida, qualquer material, componente, equipamento, interface, protocolo, procedimento, função, método e atividade de organismos ou pessoas, desde que atendam a todos os critérios mínimos exigidos. As entidades, empresas ou pessoas que desejam ou necessitam da certificação de conformidade de seus processos, produtos ou serviços, no âmbito do SBC, devem procurar a orientação de um organismo de certificação acreditado para a condução do processo de certificação. Basicamente, podemos dizer que existem dois tipos de certificação: CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA É obrigatória, seja por portaria, Lei, regulamento ou outra exigência legal. CERTIFICAÇÃO VOLUNTÁRIA Como o próprio nome indica, é voluntária, ou seja, não implica uma obrigação. No entanto, ela pode ser solicitada para mostrar uma maior qualidade do produto ou serviço. A seguir, vamos conhecer melhor esses dois tipos de certificação. CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA A certificação compulsória é um serviço prestado pelo SBC aos órgãos regulamentadores oficiais por meio dos organismos de certificação, que deverão executar e proceder com base no regulamento técnico indicado no documento que a criou e complementada por regra específica de certificação. As questões de segurança, de interesse do país e do cidadão, serão determinadas a seguir a certificação compulsória, em razão da prioridade que abrange as questões relativas aos animais, vegetais, à proteção da saúde, do meio ambiente, da segurança e temas correlatos. Vejamos um exemplo para entender melhor: EXEMPLO Um fabricante de eletrodoméstico tem seu produto enquadrado em vários dos cenários descritos anteriormente – proteção da saúde, segurança e eletricidade –, de modo que ele será enquadrado em umas das certificações compulsórias. Com isso, o fabricante terá de, obrigatoriamente, submeter seu produto para que um organismo de certificação realize, no mínimo, o exigido legalmente, verificando seu processo de fabricação e os componentes do javascript:void(0) javascript:void(0) seu produto. Serão realizados, ainda, os testes em laboratórios exigidos nas normas técnicas, a fim de comprovar que o produto fabricado está em conformidade. Se tudo estiver em conformidade, será emitido o certificado de conformidade e autorizado o uso do selo de conformidade, que é conhecido e reconhecido pela famosa imagem do logotipo do Inmetro. CERTIFICAÇÃO VOLUNTÁRIA Como vimos, uma certificação será classificada como voluntária quando não for exigida por lei, norma, regulamento ou portaria, mas por decisão exclusiva do solicitante. Tem como objetivo garantir a conformidade de processos, produtos e serviços às normas elaboradas por entidades reconhecidas no âmbito do SBC. Em situações específicas, normas estrangeiras e de consórcios podem também ser utilizadas. Vejamos um exemplo para entender melhor: EXEMPLO Uma empresa de projetos, cujo produto (serviço) não se enquadra em proteção de saúde, segurança e eletricidade, não será enquadrada em umas das certificações compulsórias. No entanto, a empresa pode submeter seu produto para que um organismo de certificação verifique se seu processo de gestão, suas atividades e seus conhecimentos técnicos estão conforme algum documento de referência, para que seja comprovado que o produto (serviço) está em conformidade. Será emitido o certificado de conformidade citando as normas brasileiras, regionais ou até internacionais, segundo o conceito de níveis de normalização, utilizadas para essa verificação. ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO CREDENCIADO (OCC) Os chamados Organismos de Certificação Credenciados (OCC), também identificados como Organismos de Avaliação de Conformidade (OAC), são as entidades que emitem a certificação de conformidade. OS OCC são divididos por grupos ou categorias, conforme é identificado no site do Inmetro. Vejamos, a seguir, a tela do Inmetro com a apresentação dos diversos organismos. Quando navegamos no site do Inmetro e clicamos em um tipo de organismo, abre-se uma nova página com os nomes e as demais informações sobre a entidade. Por ser de interesse público, poderemos perceber, em alguns casos, o resultado das auditorias anuais realizadas pelo Inmetro. A condição negativa das entidades aparece em vermelho do lado direito; em preto, aparecem as entidades que seguem classificadas como ativo, ou seja, passaram nas auditorias realizadas e continuam acreditadas para realizar a atividade de certificação. Seguindo uma prática mundial de reconhecimento mútuo, os organismos de certificação credenciados pelo Inmetro podem fazer acordos de reconhecimento de suas atividades com organismos de outros sistemas estrangeiros, dessa forma, as certificações realizadas serão aceitas mutuamente. Com isso, evita-se que um produto de escala mundial necessite ser certificado em cada país, o que iria gerar mais custo e tempo desnecessário. Isso é possível desde que sejam atendidos os requisitos mínimos de cada país. VANTAGENS E DESAFIOS DE UMA CERTIFICAÇÃO Ter o selo do Inmetro – símbolo da certificação do seu produto, processo ou serviço – estampado representa uma marca de qualidade, garantindo um diferencial para quem produz, para quem vende e, principalmente, para quem compra. Afinal de contas, é isso o que todos buscam. No entanto, a empresa que busca a certificação deve procurar um aprimoramento do seu sistema de gestão e dos seus processos de produção, de forma a ter um produto melhor como resultado. Com isso, todos saem ganhando: o governo, por obter empresas e produtos com uma melhor qualidade, o que representa um sucesso em sua política implementada; os consumidores finais, que terão um melhor produto e melhor atendimento, além da garantia de adquirir um produto certificado que atende às normas. Veja que a sociedade como um todo se beneficia com a certificação. O desafio, por outro lado, é manter tudo isso atualizado, funcionando, sendo executado com o mais alto padrão. Isso vale tanto para as empresas e pessoas como para as entidades de certificação, que precisam atualizar constantemente seus conhecimentos normativos e técnicos. ATENÇÃO Muita gente imagina que os custos irão aumentar com a certificação, já que ela não é gratuita. No entanto, esse pensamento é comprovadamente errado, uma vez que as empresas ganham muito mais com os seus processos auditados e praticando o melhor em nível internacional. Os acertos trarão uma economia de retrabalhos, evitando perdas, gerando maior efetividade, resultando em uma melhor margem de lucro e, evidentemente, um ganho de qualidade, que é fundamental em uma economia de mercado. VERIFICANDO O APRENDIZADO O QUE É UMA NORMA OHSAS 18001? MÓDULO 2 Identificar os valores abordados pela OHSAS 18001 para a empresa e os processos BREVE HISTÓRICO Um grupo de organismos de certificação e de entidades nacionais de normalização se reuniram na Inglaterra, em 1988, e criaram a primeira norma para certificação ligada diretamente ao Sistema de Gestão de Saúde e Segurança. Trata-se da Norma OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series. A última atualização e publicação dessa norma ocorreu em 2007. Na ocasião, com a publicação pela British Standard Institution (BSI), a atualização ficou conhecida no mercado como a OHSAS 18001:2007, que é a atualmente praticada. No entanto, com a criação da ISO 45001:2018, publicada pela ISO– International Organization for Standardization, a OHSAS 18001:2007 deixará de ser utilizada. COMENTÁRIO As empresas que utilizam ou são certificadas pela OHSAS 18001:2007 deverão migrar o seu sistema para que sejam adotadas, atendidas ou certificadas pela atual ISO 45001:2018. Vale lembrar que, em função da pandemia de covid-19, alguns prazos foram prorrogados e ainda poderão ser postergados. O QUE É UMA OHSAS – 18001? OHSAS 18001 é uma norma britânica que regulamenta a gestão de segurança e saúde ocupacional. O objetivo ou escopo da OHSAS 18001:2007 (item 1 da norma) é, especificamente, ter requisitos diretamente ligados à Gestão da SSO (Segurança e Saúde Ocupacional) em uma empresa. Sua aplicação cabe a qualquer organização que deseje: Estabelecer um Sistema de Gestão da SSO para eliminar ou minimizar riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos aos riscos de SSO associados a suas atividades; Implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da SSO; Assegurar-se de sua conformidade com sua política de SSO definida; Demonstrar conformidade com esta norma OHSAS através de: Realizar uma autoavaliação e emitir autodeclaração de conformidade com esta especificação; Buscar confirmação da conformidade através de partes que tenham interesse na organização, como, por exemplo, clientes; Buscar uma confirmação da autodeclaração por partes externas à organização; Buscar a certificação ou registro do sistema de gestão de SSO por uma organização externa. (OHSAS 18001:2007, p. 9) A OHSAS 18001:2007 é diretamente ligada à SSO e não irá atingir os demais programas de gestão da empresa, caso existam, como danos à propriedade, segurança do produto ou impactos ao meio ambiente. DEFINIÇÕES DA OHSAS – 18001 Conforme veremos a seguir, a Norma OHSAS 18001:2007 traz vários termos e definições, e tem como novidade a inclusão de doença, doença ocupacional, saúde e segurança ocupacional e gestão de SSO. A OHSAS 18001:2007 foi a primeira norma que focava tais temas, o que a tornou popular. Veja os conceitos a seguir (OHSAS 18001:2007, p. 14): RISCO ACEITÁVEL (ACCEPTABLE RISK) Risco reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização, considerando suas obrigações legais e a sua política de SSO. AUDITORIA (AUDIT) Processo sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente, a fim de determinar a extensão do atendimento dos critérios de auditoria. MELHORIA CONTÍNUA (CONTINUAL IMPROVEMENT) Processo recorrente de se avançar com o sistema de gestão em SSO com o propósito de atingir o aprimoramento do desempenho em SSO geral, coerente com a política de SSO da organização. AÇÃO CORRETIVA (CORRECTIVE ACTION) Ação para eliminar a causa de uma não conformidade identificada ou outra situação indesejável. DOCUMENTO (DOCUMENT) Informação e o meio no qual ela está contida. PERIGO (HAZARD) Fonte, situação ou ato com um potencial para dano em termos de prejuízo humano ou doença, ou uma combinação destes. IDENTIFICAÇÃO DO PERIGO (HAZARD IDENTIFICATION) Processo de reconhecimento de que um perigo existe e definição de suas características. DOENÇA OU DOENÇA OCUPACIONAL (ILL HEALTH) Identificável, condição física ou mental adversa originada ou agravada pelo trabalho ou por situação relacionada ao trabalho. INCIDENTE (INCIDENT) Evento relacionado ao trabalho no qual ocorreu ou poderia ter ocorrido lesão ou doença (não importando a severidade) ou morte. PARTE INTERESSADA (INTERESTED PARTY) Pessoa ou grupo, dentro ou fora do local de trabalho, interessado ou afetado pelo desempenho de SSO de uma organização. NÃO CONFORMIDADE (NONCONFORMITY) Não atendimento a um requisito. SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL (OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY – OH&S) Condições e fatores que afetam ou podem afetar a saúde e a segurança dos funcionários e outros trabalhadores (incluindo pessoal temporário e contratado), visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho. SISTEMA DE GESTÃO DE SSO (OH&S MANAGEMENT SYSTEM) Parte do sistema de gestão da organização utilizado para desenvolver e implementar sua política de SSO e gerenciar os riscos à SSO. OBJETIVO DE SSO (OH&S OBJECTIVE) Metas, em termos de desempenho da SSO, que uma organização estabelece para ela própria alcançar. DESEMPENHO EM SSO (OH&S PERFORMANCE) Resultados mensuráveis do gerenciamento dos riscos de uma organização. POLÍTICA DE SSO (OH&S POLICY) Intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho em SSO, conforme formalmente expresso pela alta administração. ORGANIZAÇÃO (ORGANIZATION) Empresa, corporação, firma, empreendimento, autoridade, instituição, ou parte ou combinação desses, incorporada ou não, pública ou privada, que tenha funções e administração próprias. AÇÃO PREVENTIVA (PREVENTIVE ACTION) Ação para eliminar a causa de uma potencial não conformidade. PROCEDIMENTO (PROCEDURE) Forma especificada de executar uma atividade ou um processo. REGISTRO (RECORD) Documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas. RISCO (RISK) Combinação entre a probabilidade de ocorrência de um evento ou uma exposição perigosa e a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada por esse evento ou essa exposição. ANÁLISE DE RISCO (RISK ASSESSMENT) Processo para avaliar os riscos originados dos perigos, levando em consideração a adequação dos controles existentes, e decidir se o risco é aceitável ou não. LOCAL DE TRABALHO (WORKPLACE) Qualquer local físico no qual atividades relacionadas ao trabalho são realizadas sob o controle da organização. SISTEMAS DE GESTÃO DA SSO Trata-se de um dos grandes diferenciais da Norma OHSAS 18001:2007, por meio da qual ela determina requisitos de gestão em SSO que a empresa deverá documentar, implementar, manter e melhorar continuamente. As empresas devem implementar os seguintes tópicos: POLÍTICA DE SSO. PLANEJAMENTO. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO. VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA. ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO. A seguir, vejamos cada um deles detalhadamente. POLÍTICA DE SSO Seguindo um padrão estabelecido nas Normas de Gestão, a alta direção da empresa deve definir e autorizar a política de SSO que será adotada. Além disso, a alta direção deve assegurar que, no escopo definido de seu sistema de gestão, esteja contido o seguinte: Seja apropriada a natureza, escala dos riscos à SSO da organização; Inclua um comprometimento com a prevenção de lesões e doenças ocupacionais e com a melhoria contínua do sistema de gestão de SSO e do desempenho em SSO; Inclua o comprometimento em, pelo menos, atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização, relacionados aos seus perigos à SSO; Forneça uma estrutura para o estabelecimento e a análise dos objetivos de SSO; Seja documentada, implementada e mantida; Seja comunicada a todas as pessoas que trabalhem sob o controle da organização com o objetivo de conscientizá-las de suas obrigações relativas a SSO; Esteja disponível às partes interessadas; Seja revisada periodicamente para garantir que se mantenha apropriada e relevante para a organização. (ISO 45001:2018, p. 20) PLANEJAMENTO A empresa deverá adotar medidas que produzam, na esfera do planejamento, no mínimo, os seguintes assuntos: Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles; Requisitos legais e outros requisitos; Objetivos e programa(s). IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO DE RISCOS E DETERMINAÇÃO DE CONTROLES A OHSAS 18001:2007 estabelece que a empresa, continuamente, deve identificar os perigos, avaliar os seus riscos e determinar os controles necessários. De acordo com a OHSAS 18001 (2007, p.18), tudo isso deverá estar estabelecido, implementado e mantido por meio de procedimentos que deverão, minimamente, considerar os seguintes itens: ATIVIDADES ROTINEIRAS E NÃO ROTINEIRAS. ATIVIDADES DE TODAS AS PESSOASQUE TENHAM ACESSO AO LOCAL DE TRABALHO, INCLUINDO CONTRATADOS E VISITANTES. COMPORTAMENTO HUMANO, CAPACIDADES E OUTROS FATORES HUMANOS. PERIGOS IDENTIFICADOS ORIGINADOS EXTERNAMENTE AO AMBIENTE DE TRABALHO CAPAZES DE AFETAR ADVERSAMENTE A SAÚDE E A SEGURANÇA DAS PESSOAS QUE ESTEJAM SOB O CONTROLE DA ORGANIZAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO. PERIGOS ORIGINADOS NA VIZINHANÇA DO LOCAL DE TRABALHO POR ATIVIDADES RELACIONADAS AO TRABALHO SOB O CONTROLE DA ORGANIZAÇÃO. NOTA 1: PODE SER MAIS APROPRIADO AVALIAR ESSES PERIGOS COMO UM ASPECTO AMBIENTAL. INFRAESTRUTURA, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO, SEJAM FORNECIDOS PELA ORGANIZAÇÃO OU POR TERCEIROS. MUDANÇAS OU PROPOSTAS DE MUDANÇAS NA ORGANIZAÇÃO, SUAS ATIVIDADES OU SEUS MATERIAIS. MODIFICAÇÕES NO SISTEMA DE GESTÃO EM SSO, INCLUINDO MUDANÇAS TEMPORÁRIAS E SEUS IMPACTOS NAS OPERAÇÕES, NOS PROCESSOS E NAS ATIVIDADES. QUALQUER REQUISITO LEGAL APLICÁVEL RELACIONADO À AVALIAÇÃO DE RISCO E IMPLEMENTAÇÃO DOS CONTROLES NECESSÁRIOS. PROJETO DE ÁREAS DE TRABALHO, PROCESSOS, INSTALAÇÕES, MAQUINÁRIO, EQUIPAMENTOS, PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO, INCLUINDO ADAPTAÇÃO ÀS CAPACIDADES HUMANAS. A metodologia da organização para a identificação de perigos e avaliação de riscos deve: Ser definida com respeito ao seu escopo, sua natureza e momento oportuno para assegurar que ela seja proativa em vez de reativa; Assegurar a identificação, priorização e documentação dos riscos, bem como a aplicação dos controles, como apropriado. Para o gerenciamento da mudança, a organização deve identificar os perigos e riscos à SSO associados às mudanças na organização, no sistema de gestão de SSO ou suas atividades, antes de introduzi-las. A organização deve garantir que os resultados dessas avaliações sejam considerados na determinação dos controles Na determinação dos controles ou das mudanças nos controles existentes, considerações devem ser feitas para reduzir os riscos de acordo com a seguinte hierarquia: ELIMINAÇÃO SUBSTITUIÇÃO CONTROLES DE ENGENHARIA SINALIZAÇÃO/AVISOS OU CONTROLES ADMINISTRATIVOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL A organização deve documentar e manter os resultados da identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles atualizada. A organização deve garantir que os riscos à SSO e os controles determinados são considerados no estabelecimento, na implementação e na manutenção do sistema de gestão de SSO. REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS A OHSAS 18001:2007 estabelece que a empresa deve sempre se atualizar em relação à existência e ao atendimento de outros requisitos que possam se relacionar com a SSO implementada. Nesse sentido, a empresa deverá ter um procedimento que estabeleça, implemente, mantenha e identifique esses requisitos legais ou outros requisitos aplicáveis à SSO. COMENTÁRIO Sempre que existirem informações relevantes sobre requisitos legais ou outros requisitos, a empresa deverá comunicar às pessoas que trabalham sob seu controle e às outras partes relevantes interessadas. OBJETIVOS E PROGRAMA(S) A OHSAS 18001:2007 indica que a empresa deve estabelecer, implementar e manter documentados os objetivos de SSO nas funções e nos níveis relevantes da empresa. Tais objetivos devem: Ser mensuráveis, onde aplicável; Ser consistentes com a política de SSO; Possuir compromissos com prevenção de lesões, prevenção de doenças, atendimento a requisitos legais, atendimento a outros requisitos em que a empresa subscreva, melhoria contínua; Considerar opções tecnológicas; Considerar os requisitos financeiros; Possuir um programa que estabeleça a atribuição de responsabilidade e autoridade para atingir os objetivos, bem como os meios para atingir os objetivos e o prazo no qual os objetivos devem ser atingidos. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO A OHSAS 18001:2007 deixa bem claro que a responsabilidade final e pelo sistema de gestão da SSO é da alta direção da empresa. Também determina que a alta direção tem a responsabilidade de: DEFINIR AS FUNÇÕES DE CADA UM NA SSO ALOCAR AS RESPONSABILIDADES DE CADA FUNÇÃO DELEGAR A AUTORIDADE PARA FACILITAR O GERENCIAMENTO DA SSO FORNECER RECURSOS FINANCEIROS FORNECER INFRAESTRUTURA ORGANIZACIONAL NOMEAR UM REPRESENTANTE COM RESPONSABILIDADE ESPECÍFICA NA SSO Também é uma exigência que todas as pessoas que possuam responsabilidade gerencial na empresa demonstrem o seu comprometimento em relação à melhoria contínua do desempenho da SSO. A empresa deverá, ainda, atender ao que foi determinado pela OHSAS 18001:2007 no que se refere aos itens: Competência, treinamento e conscientização; Comunicação, participação e consulta; Documentação; Controle de documentos; Controle operacional; Preparação e atendimento a emergências. VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA A OHSAS 18001:2007 especifica que as empresas devem estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para monitorar e medir regularmente o seu desempenho em SSO. Para tal, as empresas devem possuir, no mínimo: MEDIÇÕES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS, APROPRIADAS ÀS NECESSIDADES DA ORGANIZAÇÃO. MONITORAMENTO DA EXTENSÃO NA QUAL OS OBJETIVOS DE SSO SÃO ALCANÇADOS. MONITORAMENTO DA EFICÁCIA DOS CONTROLES (PARA SAÚDE E SEGURANÇA). MEDIDAS PROATIVAS DE DESEMPENHO QUE MONITOREM A CONFORMIDADE COM OS PROGRAMAS DE SSO, CONTROLES E CRITÉRIOS OPERACIONAIS. MEDIDAS REATIVAS DE DESEMPENHO QUE MONITOREM DOENÇAS OCUPACIONAIS, INCIDENTES (INCLUINDO ACIDENTES, QUASE ACIDENTES ETC.) E OUTRAS EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS DE DEFICIÊNCIAS DE DESEMPENHO DE SSO. REGISTRO DE DADOS E RESULTADOS DE MONITORAMENTO E MEDIÇÃO SUFICIENTES PARA FACILITAR A TOMADA DE AÇÕES CORRETIVAS E PREVENTIVAS SUBSEQUENTES. (OHSAS 18001:2007, p. 12) ALTA DIREÇÃO DA EMPRESA Como vimos, a OHSAS 18001:2007 impõe uma série de responsabilidades à alta direção da empresa. Dessa forma, espera-se que tais responsabilidades sejam envolvidas e distribuídas internamente. É de responsabilidade da alta direção analisar criticamente o sistema de Gestão de SSO, em intervalos que devem ser planejados, pensando na melhoria contínua desse sistema. Para isso, a alta direção deve ficar atenta a sinais de necessidade de mudança no sistema implementado. Essas análises críticas devem ser registradas, e os registros devem ser mantidos. Quando necessário e relevante, os registros devem ser disponibilizados e sua disponibilidade para consulta deve ser divulgada. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 O QUE É UMA NORMA ISO 45001? O QUE É UMA ISO 45001? Distinguir as normas, com as novas tendências mundiais normativas Com a evolução natural de novos conceitos e novas ideias, a ISO 45001:2018 foi publicada, em maio de 2018, pela ISO – International Organization for Standardization. Na prática, essa norma veio substituir a OHSAS 18001:2007, que deixará de ser utilizada. SAIBA MAIS A norma foi desenvolvida por um comitê formado por 50 países e organizações internacionais, incluindo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Por isso, oferece uma estrutura mais completa, com as melhores práticas utilizadas atualmente e do mais alto nível gestão, além de aplicar uma linguagem comum a todas as demais normas. A Norma ISO 45001:2018 traz uma nova variante da definição do risco, reforça o envolvimento da alta direção da empresa e aborda explicitamente na gestão de SSO a utilização de uma nova estrutura do PDCA como conceito principal dessa gestão. PDCA javascript:void(0) Em inglês, PDCA significa plan–do–check–act ou plan-do-check-adjust. Em português, a sigla significa planejar-fazer-verificar-agir ou planejar-fazer-verificar-ajustar. ESCOPO A Norma ISO 45001:2018 tem como princípio orientar as organizações para que proporcionem locais de trabalho seguros e saudáveis, prevenindo lesões e problemas de saúde relacionados ao trabalho, bem como melhorando proativamente o seu desempenho de SSO. A norma poderá ser aplicada em qualquer organização que deseje estabelecer, implementare manter um sistema de gestão de SSO para melhorar a segurança e saúde ocupacional, eliminar perigos e minimizar os riscos de SSO, independentemente do tamanho, do tipo e da atividade realizada. COMENTÁRIO Para fins de certificação, caso seja um dos objetivos da empresa, todos os itens da norma deverão ser plenamente atendidos. Caso o objetivo seja apenas a melhoria do processo de gestão em SSO, sem pensar na certificação, a empresa poderá implementar a norma em parte. Da mesma forma, a norma não é rígida e permite que cada empresa a utilize em seu sistema de gestão e a integre com outros programas, visando melhorar e complementar o bem-estar dos trabalhadores, com foco na saúde e segurança. TERMOS E CONDIÇÕES Conforme veremos a seguir, a Norma ISO 45001:2018 traz vários termos e definições. Como novidade, a norma apresenta uma nova visão do local de trabalho, saúde e segurança ocupacional e gestão de SSO. Vejamos: “Organização – Pessoa ou grupo de pessoas que têm suas próprias funções, com responsabilidades, autoridades e relacionamento para alcançar seus objetivos; Parte interessada (termo preferido) ou stakeholder (termo admitido) – Pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade; Trabalhador – Pessoa que realiza o trabalho ou as atividades relacionadas ao trabalho que estão sob o controle da organização; Participação – Envolvimento na tomada de decisões; Consulta – Busca de opiniões antes de tomar uma decisão; Local de trabalho – Local sob o controle da organização no qual uma pessoa precisa estar ou ir para fins de trabalho; Contratado – Organização externa que presta serviços à organização, de acordo com as especificações, os termos e as condições acordados; Requisito – Necessidade ou expectativa que é declarada, geralmente implícita ou obrigatória; Requisitos legais e outros requisitos – Requisitos legais que uma organização deve cumprir e outros requisitos que uma organização tem ou opta por cumprir; Sistema de gestão – Conjunto de elementos inter-relacionados ou integrantes de uma organização para estabelecer políticas e objetivos, e processos para atingir esses objetivos; Sistema de gestão da segurança e saúde ocupacional ou sistema de gestão de SSO – Sistema de gestão ou parte de um sistema de gestão utilizado para alcançar a política de SSO; Alta direção – Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização no mais alto nível; Eficácia – Extensão em que as atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados são alcançados; Política – Intenções e direção de uma organização, como expresso formalmente pela sua alta direção; Política de segurança e saúde ocupacional ou política de SSO – Política para prevenir lesões e problemas de saúde dos trabalhadores e para fornecer locais de trabalho seguros e saudáveis; Objetivo – Resultado a ser alcançado; Objetivo de saúde e segurança ocupacional ou objetivo de SSO – Objetivo estabelecido pela organização para alcançar resultados específicos, consistentes com a política de SSO; Lesões e problemas de saúde – Efeito adverso sobre a condição física, mental ou cognitiva de uma pessoa; Perigo – Fonte com potencial para causar lesões e problemas de saúde; Risco – Efeito da incerteza; Risco de saúde e segurança ocupacional ou risco de SSO – Combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas relacionadas aos trabalhos com a gravidade das lesões e problemas de saúde que podem ser causados pelo(s) evento(s) ou pela(s) exposição(ões); Oportunidade de saúde e segurança ocupacional ou oportunidade de SSO – Circunstância ou conjunto de circunstâncias que pode levar à melhoria do desempenho de SSO; Competência – Capacidade para aplicar o conhecimento e as habilidades para alcançar os resultados pretendidos; Informação documentada – Informação requerida a ser controlada e mantida por uma organização e o meio em que está contida; Processo – Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam entradas em saídas; Procedimento – Forma especificada de executar uma atividade ou um processo; Desempenho – Resultado mensurável; Desempenho de saúde e segurança ocupacional ou desempenho de SSO – Desempenho relacionado à eficácia de prevenção de lesões e problemas de saúde dos trabalhadores e ao fornecimento de locais de trabalho seguros e saudáveis; Terceirizar – Fazer um arranjo em que uma organização externa desempenha parte da função ou processo de uma organização; Monitoramento – Determinação do status de um sistema, um processo ou uma atividade; Medição – Processo para determinar um valor; Auditoria – Processo sistemático, independente e documentado para obter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente, a fim de determinar até que ponto os critérios de auditoria são atendidos; Conformidade – Atendimento de um requisito; Não conformidade – Não atendimento de um requisito; Incidente – Ocorrência decorrente, ou no decorrer de um trabalho, que pode resultar em lesões e problemas de saúde; Ação corretiva – Ação para eliminar as causas de uma não conformidade ou um incidente e para prevenir a recorrência; Melhoria contínua – Atividade recorrente para melhorar o desempenho.” (ISO 45001:2018, p. 20) CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO A Norma ISO 45001:2018 indica que, em sua gestão de SSO, a empresa deve levar em consideração as questões externas e internas relevantes para o seu propósito, bem como aquelas que afetem sua capacidade de atingir os resultados pretendidos. A norma também estabelece que a empresa deve determinar quais outras partes interessadas são relevantes para o sistema de SSO, além dos trabalhadores, bem como determinar as necessidades e as expectativas relevantes, e quais são ou podem se tornar requisitos legais e outros requisitos. Nesse contexto, a empresa deve ainda determinar os limites e as aplicabilidades de SSO ao estabelecer seu escopo. Para tal, deve: 01 Considerar as questões internas e externas referidas. 02 Considerar os requisitos referidos. 03 Considerar as atividades planejadas ou relacionadas ao trabalho. 04 Incluir, no sistema de gestão de SSO, as atividades, os produtos e os serviços sobre os quais a organização tem controle ou influência, que podem impactar o desempenho de SSO da organização. 05 Disponibilizar o escopo como informação documentada. LIDERANÇA E PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES Segundo a Norma ISO 45001:2018, é de responsabilidade da alta direção da empresa demonstrar liderança e comprometimento em relação ao sistema de gestão de SSO. São listadas treze ações que devem ser claramente implementadas e que são ligadas à liderança e ao comprometimento da alta direção. O envolvimento da alta direção ainda é foco de sete ações ligadas diretamente à política de SSO, em que se impõe, de forma objetiva, a consolidação de sua responsabilidade. Destaca- se que as funções, responsabilidades e autoridades organizacionais também são definidas e de responsabilidade da alta direção, conforme é assim escrito na norma: [...] A ALTA DIREÇÃO DEVE ASSEGURAR QUE AS RESPONSABILIDADES E AS AUTORIDADES PARA AS FUNÇÕES RELEVANTES NO SISTEMA DE GESTÃO DE SSO SEJAM ATRIBUÍDAS E COMUNICADAS EM TODOS OS NÍVEIS DENTRO DA ORGANIZAÇÃO E MANTIDAS COMO INFORMAÇÃO DOCUMENTADA. OS TRABALHADORES EM CADA NÍVEL DA ORGANIZAÇÃO DEVEM ASSUMIR A RESPONSABILIDADE PELOS ASPECTOS DO SISTEMA DE GESTÃO DE SSO SOBRE OS QUAIS ELES TÊM CONTROLE. (ISO 45001:2018, p. 21) Cabe ressaltar que, embora a responsabilidade e a autoridade possam ser atribuídas, toda a responsabilidade do sistema de gestão de SSO ainda é da alta direção. Segundo a norma, a empresa deve estabelecer, implementar e manter um processo para consulta e participação dos trabalhadores, em todos os níveis e as funções existentes, no desenvolvimento, no planejamento, na implementação, na avaliação de desempenho e ações de melhoria dosistema de gestão de SSO. PLANEJAMENTO Na fase de planejamento, a norma destaca a importância relativa aos riscos e às oportunidades relacionados ao resultado pretendido e diretamente ligados à gestão de SSO. Nessa fase, é necessária a inclusão dos seguintes tópicos: IDENTIFICAÇÃO DE PERIGO E AVALIAÇÃO DE RISCOS E OPORTUNIDADES IDENTIFICAÇÃO DE PERIGO AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE SSO E OUTROS RISCOS PARA O SISTEMA DE GESTÃO DE SSO AVALIAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE SSO E OUTRAS OPORTUNIDADES DO SISTEMA DE GESTÃO DE SSO DETERMINAÇÃO DOS REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS PLANO DE AÇÃO OBJETIVOS DE SSO E PLANEJAMENTO PARA ALCANÇÁ-LOS OBJETIVOS DE SSO PLANEJAMENTO PARA ATINGIR OS OBJETIVOS DE SSO SUPORTE É responsabilidade da empresa providenciar todos os recursos necessários – pessoas, equipamentos, recursos financeiros – para implementar, manter e executar a melhoria contínua da gestão de SSO. A empresa deve, ainda, determinar e agir nos seguintes tópicos: COMPETÊNCIA CONSCIENTIZAÇÃO COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA INFORMAÇÃO DOCUMENTADA COMPETÊNCIA Do pessoal, do seu sistema, das tomadas de decisão, entre outras. CONSCIENTIZAÇÃO Das informações sobre política e objetivos, dos benefícios, das consequências de não estarem em conformidade, dos resultados das investigações relevantes, dos perigos e riscos. COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA O que será comunicado, como será comunicado, quando será comunicado. INFORMAÇÃO DOCUMENTADA Qual documentação será documentada, como será identificada, como será revista, como será avaliada, como será controlada. OPERAÇÃO De acordo a Norma ISO 45001:2018, é necessário implementar, controlar e manter um ou mais processos para atender à operação da Gestão de SSO. Nesse sentido, é preciso estabelecer critérios e fazer a implementação dos controles. A empresa deverá, para pleno atendimento dessa necessidade, ampliar toda a sua gestão de SSO, incluindo cuidados em relação à: Eliminação de perigos e redução de riscos de SSO; Implementação de uma gestão na mudança; Implementação de uma gestão nas aquisições de contratados; Implementação de uma gestão na terceirização. A empresa também deverá possuir um processo para preparação e resposta de emergência, documentado e arquivado. De acordo com a norma, tal processo deverá possuir o seguinte: Estabelecer uma resposta planejada para situações emergenciais, incluindo a previsão de primeiros socorros; Providenciar treinamento para a resposta planejada; Testar e exercitar, periodicamente, a capacidade da resposta planejada; Avaliar o desempenho e, se necessário, revisar a resposta planejada, inclusive após o teste e, em particular, após a ocorrência de situações emergenciais; Comunicar e fornecer informações relevantes a todos os trabalhadores sobre os seus deveres e responsabilidades; Comunicar informações relevantes para os contratados, visitantes, serviço de resposta de emergência, autoridades governamentais e, como apropriado, a comunidade local; Levar em consideração as necessidades e capacidades de todas as partes interessadas relevantes e assegurar envolvimento apropriado no desenvolvimento de resposta planejada. (ISO 45001:2018, p. 15) AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO A Norma ISO 45001:2018 estabelece, segundo o padrão das normas ISO, que seja implementado e mantido um ou mais processos para monitoramento, medição, análise e avaliação de desempenho. Nesse requisito da norma, deve ser incluído: O que precisa ser monitorado e medido: EXTENSÃO EM QUE OS REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS SÃO CUMPRIDOS SUAS ATIVIDADES E OPERAÇÕES RELACIONADAS A PERIGOS, RISCOS E OPORTUNIDADES IDENTIFICADOS PROGRESSO NO ATINGIMENTO DOS OBJETIVOS DE SSO DA ORGANIZAÇÃO EFICÁCIA DOS CONTROLES OPERACIONAIS E OUTROS CONTROLES Métodos para monitoramento, medição, análise e avalição do desempenho, como aplicável, para assegurar resultados válidos; Critérios em relação aos quais a organização avaliará seu desempenho de SSO; Quando o monitoramento e a medição devem ser realizados; Quando os resultados de monitoramento e medição devem ser analisados, validados e comunicados. (ISO 45001:2018, p. 28) Deve ser incluído, ainda, um processo de Avaliação da Conformidade que estabeleça parâmetros claros tais como, a frequência, o método utilizado e as ações possíveis que venham a ter necessidade de serem executadas. Da mesma forma, deve ser implementado um programa de auditoria interna no sistema de gestão de SSO, que deverá verificar se há conformidade com: OS REQUISITOS DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO PARA SEU SISTEMA DE GESTÃO DE SSO, INCLUINDO A POLÍTICA DE SSO E OS OBJETIVOS DE SSO. OS REQUISITOS DA NORMA ISO 45001:2018. Para que essa auditoria interna seja realizada de forma assertiva, o programa deve: Planejar, estabelecer, implementar e manter um programa(s) de auditoria, incluindo frequência, métodos, responsabilidade, consulta, requisitos planejados e relatório, que deve levar em consideração a importância de um processo(s) em questão e os resultados das auditorias anteriores; Estabelecer os critérios de auditoria e o escopo de cada auditoria; Selecionar os auditores e realizar auditorias que assegurem a objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria; Assegurar que os resultados das auditorias sejam relatados aos gestores relevantes; assegurar que os resultados relevantes de auditoria sejam relatados aos trabalhadores e, se existirem, aos representantes dos trabalhadores e outras partes interessadas relevantes; Tomar medidas para resolver as não conformidades e melhorar continuamente o desempenho de SSO; Reter informação documentada como evidência da implementação do programa de auditoria e dos resultados da auditoria. (ISO 45001:2018, p. 29) A Norma ISO 45001:2018 determina ainda que a alta direção da empresa analise criticamente todo o sistema de gestão da SSO, com intervalos planejados e, dessa maneira, não somente assegure a sua eficácia, mas também garanta uma contínua adequação. Para tal, devem ser considerados os seguintes tópicos: A análise crítica realizada pela direção deve considerar: Status das ações de análise crítica anteriores. Mudanças nas questões externas e internas que sejam relevantes para o sistema de gestão de SSO, incluindo: Necessidades e expectativas das partes interessadas. Requisitos legais e outros requisitos. Riscos e oportunidades. Extensão em que a política de SSO e os objetivos de SSO foram cumpridos. Informação sobre o desempenho de SSO, incluindo as tendências em: Incidentes, não conformidades, ações corretivas e melhoria contínua. Resultados de monitoramento e medição. Resultados da avaliação da conformidade com os requisitos legais e outros requisitos. Resultado das auditorias. Consulta e participação dos trabalhadores. Riscos e oportunidades. Adequação dos recursos para manutenção do sistema de gestão de SSO eficaz. Comunicações relevantes com as partes interessadas. Oportunidades de melhoria contínua. (ISO 45001:2018, p. 30) MELHORIA CONTÍNUA A empresa deve estabelecer, implementar e manter um ou mais processos que visem a uma constante melhoria. Esse processo deve incluir o modo como serão tratados os casos de incidente, não conformidade e ação corretiva, que devem estar de acordo com a hierarquia dos controles e a gestão de mudança. Caso existam, as ações corretivas devem ser apropriadas para os efeitos ou efeitos potenciais para os incidentes ou não conformidades encontradas. Por sua vez, os registros e resultados devem ser divulgados para as partes relevantes interessadas. Deve ser objeto constante da empresa a busca por melhorar, continuamente, seu sistema e sua gestão de SSO. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentamos, de forma clara e objetiva, o que é a certificação de produto ou processo, serviço ou pessoa, realizada por entidades chamadas de organismos de certificação, acreditadas pelo Inmetro. Vimos que o Inmetro é o único organismode acreditação do Brasil e que ele é o responsável pelo reconhecimento Internacional do SBC (Sistema Brasileiro de Certificação). Percebemos, ainda, que os consumidores finais e toda a sociedade ganham com a certificação, uma vez que, além da garantia de estar adquirindo um produto certificado que atende às normas, estarão com um produto ou serviço de melhor qualidade. Estudamos a norma OHSAS 18001:2007, que incluiu vários termos e definições, tornando-se popular por apresentar a definição de doença, doença ocupacional, saúde e segurança ocupacional e gestão de SSO. Foi a primeira norma que focou tais temas, mas será descontinuada. Por fim, vimos que a Norma ISO 45001:2018 trouxe a nova variante da definição de risco, reforçou o envolvimento da alta direção da empresa e abordou explicitamente a gestão de SSO a partir de uma nova estrutura do PDCA. Tudo isso visando a um melhor ambiente, mais seguro e mais saudável para os trabalhadores e a empresa. CONCLUSÃO PODCAST Agora, o especialista Elmar Conte Lofredo Mourão finaliza falando sobre os principais tópicos abordados. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 19011: Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 20400: Compras sustentáveis – Diretrizes. Rio de Janeiro, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 26000: Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 31000: Gestão de riscos – Princípios e diretrizes. Rio de Janeiro, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 39001: Sistemas de gestão da segurança viária (SV) – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 45001: Saúde e Segurança Ocupacional. Rio de Janeiro, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO/IEC 31010: Gestão de riscos — Técnicas para o processo de avaliação de riscos. Rio de Janeiro, 2012. OCCUPATIONAL HEALTH AND SAFETY ASSESSMENT SERIES. OHSAS 18001: Sistemas de gestão da saúde e segurança ocupacional – Requisitos. 2007. EXPLORE+ Para saber mais sobre o conteúdo estudado, acesse e explore os seguintes sites: ISO Online browsing platform. EC Electropedia. Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que é o Organismo de Acreditação responsável por fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade e da segurança de produtos e serviços. CONTEUDISTA Elmar Conte Lofredo Mourão
Compartilhar