Buscar

Resumo - Planejamento de auditoria


Continue navegando


Prévia do material em texto

Resumo - Planejamento de auditoria
O objetivo global de uma auditoria de demonstrações contábeis é a expressão de uma opinião se as demonstrações se encontram apresentadas de acordo com PCGA, em todos os aspectos materiais. Um auditor deve desenvolver um entendimento do negócio e da indústria para que possa compreender a substância econômica das transações de uma entidade e de que forma PCGA são aplicados na indústria em que ela opera, e para que possa desenvolver expectativas a respeito de suas demonstrações contábeis. Para tornar a auditoria "administrável", o auditor a decompõe em auditorias das principais contas e classes de transações, e então em auditoria das afirmações constantes de cada saldo de conta e classe de transação constante da demonstração. 
Desenvolvimento de expectativas sobre demonstrações contábeis envolve a utilização de conhecimento do desempenho do negócio para formar expectativas sobre as quantias relatadas nas demonstrações contábeis. Primeiramente, conhecimento de tendências e fato res competitivos do negócio ajudam o auditor a desenvolver expectativas sobre as demonstrações contábeis e a avaliar o risco de que elas contenham distorções. Conhecimento das tendências do negócio é crítico na avaliação da razoabilidade das atividades operacionais, de financiamento e de investimento da organização. Por exemplo, a Indústria de energia está sendo progressivamente desgelada, os direcionadores económicos de suas receitas estão alterando-se e o auditor não pode pressupor que relações históricas entre ativos imobilizados e receitas ou lucros permanecerão as mesmas. O auditor pode, então, aplicar um nível mais alto de ceticismo profissional a demonstrações não auditadas que apresentem maiores margens de lucro, quando fatores da indústria indicam que a concorrência aumentou e que, consequentemente, as margens de lucro devem estar caindo.
Entendimento do negócio e da indústria ajuda o auditor a compreender importantes questões sobre sistemas de informação para um cliente. Os sistemas de informações exigidos na indústria bancária e de serviços financeiros, na indústria de construção e em um varejista que aceita pedidos por telefone são muito diferentes. Para realizar uma boa auditoria, o auditor deve conhecer as melhores práticas da indústria do cliente. Se os sistemas de informação e de controles internos de um cliente não seguirem a prática da indústria, o auditor deve entender quais as implicações que isso traz para a auditoria. Quando uma entidade utilizar intensivamente intercâmbio eletrônico de dados, por exemplo, o auditor pode decidir ter mais especialistas em computação na equipe de auditoria. Conhecimento do negócio e da indústria ajuda o auditor a avaliar a razoabilidade de estimativas contábeis e as representações da administração. Muitos aspectos críticos de demonstrações contábeis, tais como avaliação das provisões para devedores duvidosos, para estoques obsoletos e para seguranças prestadas, muitas vezes envolvem significativo julgamento profissional.
Há muitos aspectos importantes de PCGA que variam de indústria para indústria. Muitas indústrias têm guias específicos de contabilidade e auditoria, e muitas práticas contábeis importantes são comuns a determinada indústria. O AICPA publica mais de 20 guias de contabilidade e auditoria de indústrias específicas - Cooperativas e Produtores Agrícolas, Cassinos, Organizações de Saúde, Companhias de Investimento e indústrias. Vários membros de uma equipe de auditoria geralmente têm grande experiência em uma indústria e entendem os recursos e processos básicos necessários para que uma companhia nela possa concorrer eficazmente. Esse entendimento ajuda a avaliar a razoabilidade das demonstrações contábeis e posiciona o auditor em situação de poder fornecer ajuda valiosa à administração e ao conselho de administração do cliente.
O objetivo global de uma auditoria de demonstrações contábeis é a expressão de uma opinião se as demonstrações do cliente se encontram apresentadas adequadamente, em todos os aspectos materiais, de acordo com PCGA. Para atingi-lo, é usual que se identifiquem vários objetivos de auditoria específicos para cada conta que aparece nas demonstrações. Esses objetivos específicos derivam-se das afirmações que a ad ministração faz e que se encontram nas demonstrações contábeis.
 As demonstrações contábeis contêm afirmações explícitas e implícitas da administração. Essas informações são importantes porque orientam a coleta de evidências pelo auditor. Afirmações em demonstrações contábeis permitem ao auditor dividir e conquistar desafios de auditoria, mediante a focalização de afirmações individuais que constam das demonstrações contábeis. O auditor necessita coletar evidências para avaliar as afirmações da administração que constam de cada sal do relevante de conta e classe relevante de transações. Diferentes afirmações exigem diferentes evidências.
O parecer-padrão de auditoria explica que a auditoria é desenhada para obter segurança razoável - não segurança absoluta – de que as demonstrações contábeis não contêm classificações enganosas materiais. Existe, portanto, algum risco de que as demonstrações contenham algum erro que o auditor não conseguiu detectar durante a auditoria. O estudante de auditoria deve observar que é importante determinar relevância antes de tomar decisões sobre risco de auditoria e seus componentes. Se o auditor interpretar que segurança razoável representa 99% de certeza de que as demonstrações contábeis não contêm classificação indevida relevante, o risco de auditoria será de 1%; se interpretar que é 95%, o risco será de 5%. O desafio último da auditoria é que auditores não podem examinar todas as possíveis evidências referentes a todas as afirmações referentes a todos os saldos de contas e classes de transações. O modelo de risco de auditoria orienta auditores na coleta de evidências, para que eles possam atingir o desejado grau de segurança razoável. Na prática, o auditor deve considerar risco de auditoria não somente para cada saldo de conta e classe de transações, mas também para cada afirmação relevante para saldos materiais de contas ou classes de transações. Os fatores de risco relevantes para uma afirmação sobre um saldo de conta ou classe de transação geralmente são diferentes dos que são relevantes para outra afirmação sobre o mesmo saldo de conta ou classe de transação.
O auditor utiliza a lógica do modelo de risco de auditoria para tomar decisões sobre a natureza, época de realização e extensão dos pro cedimentos de auditoria para verificação de uma afirmação, como também para distribuir os componentes de sua equipe entre as várias partes do trabalho. Primeiramente, o auditor avalia o risco de que um erro ou classificação indevida relevante ocorra em uma afirmação. Depois, ele procura entender os controles internos da entidade relevantes para a afirmação, cuja eficácia ele pode decidir testar. Após considerar os riscos inerentes e de controle, ele faz um julgamento sobre o risco de que a informação financeira sobre a afirmação que será auditada contenha erro ou classificação indevida materiais, e com base nele estabelece a extensão dos procedimentos de auditoria. Se o risco inerente e o risco de controle forem reduzidos, o auditor pode desenhar um plano de auditoria que permita um nível mais alto de risco de detecção. Por exemplo, o auditor pode estar preocupado com um objetivo de auditoria específico relacionado com a afirmação de avaliação - que a avaliação de ativos imobilizados por seu custo de aquisição é adequada. Alternativamente, se determinar que o risco de controle é alto para essa afirmação, o auditor pode estabelecer um baixo nível de risco de detecção, para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não contêm erro ou classificação indevida materiais.
Evidência de auditoria é um conceito tão presente em trabalhos de auditoria que está embutido no terceiro padrão de trabalho de campo das normas de auditoria geralmente aceitas. O padrão especificaque materiais de evidência suficientes (isto é, em volume adequado) e competentes (isto é, confiáveis) devem ser obtidos para que o auditor tenha base razoável (isto é, racional) para emitir opinião sobre as demonstrações contábeis. A coleta e avaliação de evidência de auditoria representam o ponto central da auditoria. A discussão que se segue focaliza primeiramente as características de suficiência e competência de evidência. Após isso, examina pro cedimentos de auditoria geralmente utilizados para coletar evidencias suficientes e competentes. Finalmente, apresenta uma classificação usual desses procedimentos de auditoria que considera o contexto de como evidência é utilizada para fundamentar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.
Esse elemento do terceiro padrão de trabalho de campo refere-se à qualidade do material de evidência. Entre os fatores que podem afetar o julgamento do auditor quanto à suficiência do material, encontram-se: Relevância e risco. Fatores econômicos. Tamanho e características da população.
Esse aspecto do terceiro padrão de trabalho de campo abrange a competência (ou confiabilidade) tanto dos dados contábeis como das informações que os confirmam. A confiabilidade dos registros contábeis relaciona-se diretamente com a eficácia dos controles internos do cliente. Controles internos fortes aumentam a exatidão e confiabilidade dos registros financeiros; controles internos fracos muitas vezes não evitam ou detectam erros e irregularidades no processo contábil. A competência de informações confirmadoras depende de vários fatores. As considerações que têm aplicabilidade mais ampla em auditoria são: Relevância. Fonte. Tempestividade. Objetividade.
O auditor realiza procedimentos de audito ria para obter evidências que fundamentem seu parecer sobre as demonstrações contábeis. Pro cedimentos de auditoria geralmente são classificados de acordo com seus objetivos, nas seguintes categorias: (1) procedimentos para obtenção de entendimento do negócio e dos controles internos do cliente, (2) testes de controles e (3) testes substantivos.
 Procedimentos para obtenção de entendimento
Ao realizar a auditoria, o auditor geralmente adota procedimentos para obter entendimento do cliente, seu negócio e indústria, e de fatores que possam afetar o risco inerente de que uma afirmação da administração contenha distorções. Alguns desses procedimentos podem focalizar o entendimento dos fatores competitivos da indústria do cliente ou das características das companhias de melhor desempenho que nela operam.
Testes de controles
 Testes de controles são realizados para fornecer evidências sobre a eficácia do desenho e operação das políticas e procedimentos da estrutura de controles internos. Suponha, por exemplo, que um procedimento de controle computadorizado utilize o total de cada lote de transações para assegurar que todo o lote tenha sido contabilizado. Se o total não “bater”, o lote não é processado e um relatório de exceção é emiti do. O auditor pode testar a eficácia do controle, verificando o que acontece quando o programa é rodado com dados de testes cujo total é incorreto. Testes de controles também podem envolver perguntas aos empregados sobre a eficácia dos controles internos e inspeção de relatórios de exceção que possam ter sido gerados por tais controles. A realização de testes de controles não é exigida em auditorias de demonstrações contábeis. Contudo, são realizados em muitas auditorias de populações maiores, porque são menos dispendiosas.
Testes substantivos
 Testes substantivos consistem em (1) pro cedimentos de revisão analítica, (2) testes de detalhes de transações e (3) testes de detalhes de saldos. Testes substantivos fornecem evidência da adequação das afirmações da administração em demonstrações contábeis. Procedimentos de revisão analítica envolvem a utilização de comparações para avaliar adequação – comparando, por exemplo, o saldo de uma conta com dados não financeiros com ela relacionados, tal como vendas por pé quadrado de es paço de varejo. Testes de detalhes de transações envolvem o exame de documentos que suportam o lançamento de transações específicas em deter minadas contas vouchers de cobrança correspondentes a débitos em contas a receber e faturas correspondentes a créditos.
Testes de detalhes de saldos envolvem o exame da fundamentação do saldo final diretamente - confirmando o saldo final de contas a receber diretamente com o cliente, por exemplo. Os três tipos de testes substantivos são complementares.
Relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis
 A principal comunicação das descobertas da auditoria está contida no parecer do auditor sobre as demonstrações contábeis. O quarto padrão de relatório das normas de auditoria geralmente aceitas estabelece que o auditor emitirá um relatório que contenha uma expressão de opinião sobre as demonstrações contábeis, consideradas em sua totalidade, ou afirmará que não pode expressar opinião sobre elas. A AU 508 fornece orientação profissional sobre os fatos e circunstâncias em que se aplicam várias redações que transmitem mensagens específicas aos usuários de demonstrações contábeis.
Comunicação de outras descobertas
CPAs que realizam serviços de auditoria também prestam vários outros serviços a clientes, tais como os serviços que agregam valor de que tratamos na seção anterior, CPAs utilizam cartas de contratação para descrever a extensão dos serviços que prestarão e como eles serão remunerados. Quando o contrato é concluído, um relatório escrito geralmente é preparado para o cliente. Tais relatórios podem variar significativamente, dependendo da natureza do contrato, mas geralmente contém uma descrição (1) da extensão dos trabalhos realizados, (2) das descobertas e (3) conclusões.