Buscar

BRONQUIOLITE VIRAL

Prévia do material em texto

Mariana M. de Almeida 2022.2 
Bronquiolite Viral 
Bronquiolite viral é umas das principais infecções respiratórias em menores de 02 anos. Tendo uma maior 
gravidade nos lactentes jovens (imaturidade imunológica, menor expansibilidade, menor quantidade de 
alvéolos). Além disso, o primeiro episódio de sibilância em menores de 02 anos é precedido de sintomas 
nasais. 
Normalmente o desconforto respiratório aparece após algum episódio de IVAS anterior que evolui com o 
passar dos dias. 
Atelectasia – quando temos colabamento do alvéolo. 
As duas principais causas de PCR em criança é insuficiência respiratória e o choque (hipovolêmico). 
Ruídos adventícios: crépitos (diz respeito a alvéolos e não modifica na inspiração nem expiração), sibilos (diz 
respeito a broncobstrução e pode ser expiratório ou inspiratório) e roncos (diz respeito ao efeito sonoro de 
secreção em grandes vias aéreas – nariz, grandes brônquios). 
Obstrução de via aérea superior – lavagem nasal com soro fisiológico. 
Broncodilatador é uma boa tentativa para melhor o conforto respiratório do paciente. 
O principal vírus é o VSR (vírus sincicial respiratório), seguido do rinovírus além de outros como adenovírus, 
parainfluenza, influenza, coronavírus e bactérias atípicas (coqueluche – bordetella pertusis). 
Diagnósticos diferenciais 
1. Coqueluche – bordetella pertusis 
2. Pneumonia atípica – mycoplasma pneumoniae 
3. Ingestão de corpo estranho 
4. Cardiopatia congênita com hiperfluxo pulmonar 
Sinais e sintomas 
1. Resfriado (2-4 dias): obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa das mamadas e irritabilidade) 
2. Evolui (6-8 dias): tosse mais intensa, dispneia, taquipneia e sibilância 
3. Podem haver sinais e sintomas mais graves como sonolência, gemência, cianose e pausas 
respiratórias 
4. Rinorreia ou coriza e obstrução nasal 
5. Febre, geralmente baixa (abaixo de 39) 
6. Tosse 
7. Sinais de esforço respiratório (a partir do 3º dia em média) 
8. Taquipneia 
9. Queda de saturação 
10. Ausculta bilateral com crépitos e sibilos 
Avaliação clínica 
A doença pode ser muito leve, com secreção nasal e tosse discreta até grave com insuficiência respiratória 
e necessidade de internação. 
A internação será necessária se ocorrer desconforto respiratório grave ou incapacidade para manter 
hidratação adequada. 
• Saturação de oxigênio 
• Hidratação 
• Sinais de esforço respiratório 
• Cianose 
• Hipoatividade 
• Apneia 
• Bradicardia 
É necessário avaliar esses critérios além dos 
fatores de risco para verificar a necessidade 
de internação. 
Mariana M. de Almeida 2022.2 
Taquipneia – primeiro sinal clínico de pneumonia que compromete a ventilação. Tendo em vista que se tenho 
dificuldade em ventilar, aumento a frequência para tentar compensar. Com esse aumento da ventilação, 
temos diminuição do CO2 mas no momento de fadiga, não conseguimos continuar mantendo o ritmo de 
ventilação e vai haver acúmulo de CO2. 
CO2 – vasodilatação cerebral, edema cerebral, cianose central. 
Fatores de risco 
1. Prematuridade 
2. Baixo peso ao nascer 
3. Portador de imunodeficiências 
4. Doença neurológica 
5. Cardiopatias 
6. Doença pulmonar crônica – broncodisplasia 
7. Alteração anatômica na via aérea 
8. Menores de 01 ano (**** menores de 06 meses ****) 
Critérios para internamento 
1. Aparência toxica/piora do estado geral (prostração, hipoatividade) 
2. Redução de ingesta de líquidos, diminuição da diurese (ausência em 12 horas) 
3. Letargia 
4. Desidratação 
5. FR >70 imp 
6. Sinais de esforço respiratório moderado/grave 
7. Episódios de apneia (mesmo que no momento do atendimento ele não esteja em apneia, mas tenha 
apresentado apneia em algum período) 
8. Saturação < 92% persistente 
9. Dificuldade de cuidado dos pais/assistência do local de procedência da criança 
10. Prematuridade, principalmente abaixo de 32 semanas 
Sinais de gravidade 
 
 
 
 
 
 
 
Complicações 
1. Desidratação 
2. Apneia nos lactentes jovens e insuficiência respiratória 
3. Complicação bacteriana 
4. Pneumonia aspirativa 
FR > 70 – alimentação feita no internamento tendo em vista o risco de aspiração se dieta oral. 
Quanto mais superior for a tiragem intercostal, mais grave o paciente. 
Geralmente utilizamos oxigênio em pacientes com saturação abaixo de 90. 
Pacientes abaixo de 03 meses com saturação 90-92% nós utilizamos oxigênio e consideramos o 
internamento. 
Mariana M. de Almeida 2022.2 
 
Tratamento 
Na grande maioria dos pacientes, a evolução é benig na e o processo evolui para a cura sem a necessidade 
de nenhuma intervenção. Por conta disso, o tratamento é sintomático: 
● Avaliação da curva térmica e uso de antitérmicos 
● Controle do status hídrico e nutricional 
● Avaliação da evolução do comportamento respiratório 
 
Oxigenioterapia 
1. Cateter nasal (até 25% de FiO2 – hipoxemia leve, usar 1 a 2 L/min) 
2. Máscara de venturi (até 50%) a depender da quantidade de FiO2 pretendida 
3. Cânula nasal de alto fluxo ou CPAP ou VNI – casos moderados ou graves 
A oxigenação adequada evita vasoconstricção das arteríolas pulmonares, evitando redução de perfusão de 
áreas pulmonares. 
Broncodilatadores 
1. Beta-2 agonista de curta duração (salbutamol, fenoterol) 
2. Vamos fazer o teste terapêutico, se o paciente responder ao broncodilatador mantemos, se não, 
suspendemos até porque o broncodilatador traz efeitos colaterais. 
Nebulização SSH – o uso de solução salina hipertônica a 3% por nebulização NÃO é recomendado em 
emergências e domiciliar. 
Corticoide – não é indicado nem sistêmico nem inalatória na bronquiolite viral aguda, mesmo em 
apresentação grave. 
Hidratação endovenosa 
• Indicada apenas para pacientes que não toleram dieta via oral ou estão com sinais de 
gravidade/desidratação 
• Quando prescrita, deve ser preferida solução isotônica 
• Pode-se avaliar dieta por sonda nasoenteral quando dieta oral for contraindicada (FR>70) 
Fisioterapia respiratória 
• Não é uma medida efetiva no tratamento da bronquiolite 
• Pode ser considerada em pacientes com comorbidades, com muita secreção e doenças que 
dificultem a eliminação de secreções (doenças neurológicas) 
• Quando realizada, acontece durante o internamento 
Exames complementares 
• Diagnóstico clínico – exames na maioria das vezes não são necessários 
• Gasometria arterial em quadros graves 
• Rx de tórax nas suspeitas de complicações 
• Pesquisa do agente viral (importante se o paciente for precisar definir isolamento no caso de 
internação) 
No geral visualizamos no RX hiperinsuflação e aumento dos espaços intercostais. 
Tratamento domiciliar 
• Lavagem nasal 
• Usar antitérmicos se necessário 
• Reavaliação médica se sinais de alerta 
• Manter alimentação normal para idade da criança 
Objetivos do tratamento 
• Paciente capaz de receber dieta oral habitual 
• Tolerância ao sibilo – se baixa resposta a broncodilatador 
Mariana M. de Almeida 2022.2 
• Higiene nasal 
• Saturação superior a 94% acordado 
• Orientação de sinais de alerta para retorno 
Sinais de alerta 
• Recusa da dieta e líquidos 
• Piora da dispneia e ruídos adventícios 
• Ruídos audíveis enquanto respira 
• Febre persistente por mais de 2-3 dias 
• Ausência de urina 
 
Profilaxia de bronquiloite: imunização passiva com palivizumabe é feita em 
1. Prematuros até 28 semanas e 6 dias de idade gestacional, menores de 01 ano de idade 
2. Crianças portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada até o 
segundo ano de vida 
3. Crianças portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade, independente da idade 
gestacional, até o 2º ano de vida 
 
 
 
 
 
 
 
 
O segredo é a prevenção, portanto, evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e 
higienizá-las com álcool a 70%, principalmente se for tocar nos bebês. Também se sugere fugir de 
aglomerações, promoveramamentação e evitar tabagismo passivo.

Continue navegando