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Linfoma: Definição, Epidemiologia e Quadro Clínico

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Rubia Ramos T12 SP10:UC16
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Linfoma
● DEFINIÇÃO: neoplasia originárias do tecido linfóide
● as leucemias linfóides nascem na medula óssea e podem
infiltrar os linfonodos, já o linfoma nasce nos linfonodos e
podem infiltrar a MO
● TECIDO LINFOIDE
+ local aonde está as células imunológicas (LB, LT, NK)
responsáveis pela resposta imune (antígeno-anticorpo)
+ formado pelos linfonodos, amígdalas, timo, baço, MALT
(tecido linfóide associado a mucosa, presente no TGI,
TGU e sistema respiratório)
● LINFONODOS
+ ou gânglios linfáticos são órgãos encapsulados
+ estão espalhados, e seguem o trajeto dos vasos
sanguíneos
+ constituído de uma camada externa ,cortical (formada por
folículos linfáticos- tem muito linfócito B),intermediária,
paracortical e medular
● Apenas o linfoma linfoblástico (mais comum em crianças) e
a forma mediastinal primária do linfoma difuso de grandes
células B (mais comum em mulheres jovens) têm a
preferência pelo mediastino
Linfoma não-Hodgkin (LNH)
EPIDEMIOLOGIA:
● principal representante das neoplasias linfóides
● apresenta diversos padrões histológicos→ devido a vasta
gama de tipos de linfócitos e seus diversos graus de
diferenciação e maturação
● incidência está aumentando (3-4%/ano)
● vem sendo encontrado +na pop idosa→ pico de incidência
50-65 anos
● +homens, brancos, predomínio na Europa, EUA e Austrália
● 85% deriva da célula B, 15% derivam de T ou NK
ETIOPATOGENIA:
● fatores ambientais + genéticos → ativação de
proto-oncogenes ou inativação de antioncogenes
● Fatores de risco:
+ AIDS→ aumenta em 100X o risco de LNH, relacionado a
imunodepressão, geralmente são linfomas tipo B de alto
grau de malignidade
- Linfoma de Burkitt, do SNC, cavidades serosas, tipo B
difuso de grandes células
+ deficiências imuno congênitas
+ transplante de órgãos sólidos → risco aumenta 30-60x,
devido principalmente ao emprego de terapias
imunossupressoras
+ agentes infecciosos: EBV, Helicobacter pylori (ativação
dos linfonodos MALT→ risco de linfoma MALT), HTLV-I
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(vírus da leucemia de células T humanas tipo I), vírus
herpes 8 (do sarcoma de Kaposi), doenças autoimunes (S.
Sjogren Tireoide de Hashimoto)
+ doenças intestinais: D. Celíaca (aumenta 40X o risco de
linfoma intestinal)
+ fatores ambientais: herbicidas, radiação ionizante,
solventes orgânicos
CLASSIFICAÇÃO, baseada em:
● comportamento clínico (indolente X agressivo)
● arquitetura histológica do linfonodo
+ Folicular: proliferação das células neoplásicas fica
basicamente restrita aos folículos linfáticos
+ Difuso: comprometimento de toda a arquitetura do
gânglio, com perda da estrutura folicular
● tipo celular (pequenas células clivadas, pequenas células não
clivadas, grande células
● imunotipagem → pelos tipos de marcador de membrana ou
citoplasma
● citogenética: translocação, deleção, rearranjos
OU
● subdivididos se são de célula B, T ou NK
QUADRO-CLÍNICO
● LINFADENOMEGALIA PERIFÉRICA não dolorosa
+ comumente nas cadeias cervicais, supraclaviculares ou
inguinais
● LNH agressivo: geralmente o pct apresenta massa
linfonodais de crescimento rápido, percebida rapidamente;
pode ocorrer a “tranformação neoplásica” indolente p/
agressivo → 50% dos casos apresenta os sintomas B
● LNH indolente: linfadenopatia normalmente é insidiosa,
períodos alternados de regressão espontânea e
crescimento; pct pode não perceber o aumento e demorar
p/ procurar ajuda médica
ACOMETIMENTO EXTRANODAL
●mais comum/ basicamente exclusivo no LNH
● 50% dos casos
● comum no tipo agressivo
● TGI e MO → locais + acometidos
+ TGI → dor crônica, náusea, vômito, anorexia, plenitude
pós-prandial, diarreia e esteatorreia; em casos complicados
pode ocorrer HDA, obstrução e perfuração → geralmente
apresentam-se como pólipos linfomatosos na colonoscopia
+ MO → anemia, leucopenia e trombocitopenia
● outros locais: pele, fígado→ hepatomegalia, pulmão,
nasofaringe, órbita, SNC, meninges, rins, testículos,
glândulas salivares, tireoide e ossos da mandíbula
O QUE É MAIS FREQUENTE NO LNH ?
● acomete com +frequência o anel de Waldeyer (amígdala
palatinas, faríngeas, linguais e adenoide)
● linfonodos epitrocleares e os abdominais (mesentérico e
retroperitoneais)
● Sintomas B: febre >38°C, sudorese noturna, perda ponderal
superior 10% nos último 6 meses; indicativo de pior
prognóstico → 40% LNH x 35%LH
O QUE É MAIS FREQUENTE NO LH?
● linfonodos mediastinais (60%) x 20%LNH
OUTROS SINTOMAS
● fadiga, mal estar, prurido
● acometimento do mediastino → tosse seca persistente,
desconforto torácico, e algumas vezes a síndrome de
compressão de veia cava superior
● derrame pleural
● esplenomegalia de grande monta
DIAGNÓSTICO:
● INDICAR BIÓPSIA P/ QUALQUER LINFONODO:
1. tamanho >2 cm
2. localização supraclavicular ou escalênica
3. crescimento progressivo
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4. consistência endurecida, aderido aos planos
profundos
> a biópsia deve ser de todo o linfonodo
> pesquisar infecções: TB, micose profunda, HIV, CMV,
toxoplasmose e outras responsáveis por linfadenomegalia
● Imunotipagem
TRATAMENTO:
● LNH indolentes → sobrevida relativamente longa,
geralmente não são curáveis
+ tto indicada normalmente com o aparecimento dos
sintomas
+ paliativo
+ principais representantes: linfoma folicular, o
linfoma da zona marginal e o linfoma linfocítico
pequeno
● LNH agressivos → sobrevida curta na ausência de tto
+ tto deve ser precoce e intenso
+ objetivo erradicar
+ 1° escolha p/ agressivos R-CHOP 21: rituximab +
ciclofosfamida + doxorrubicina + vincristina +
prednisona
Linfoma Hodgkin (LH)
EPIDEMIOLOGIA:
● picos de incidência: 20-30 anos e 50-60 anos
● leve predomínio nos homens
● tipo histológico principal (esclerose nodular) é mais comum
em mulheres
● alta chance de cura se realizado adequadamente o tto
PATOLOGIA E
PATOGÊNESE:
● CÉLULA
REED-STERNBERG
+ célula grande, citoplasma abundante nucléolos eosinofílicos;
ao seu redor acumúla + células “pano de fundo”,
especialmente LT, mas tbm eosinófilos, plasmócitos,
histiócitos, neutrófilos, essas células não são neoplásicas
+ não é patognomônico!
+ ORIGEM: acredita-se ser o LB neoplásico (é isso??)
OBS: a célula tumoral representa 5% da população
celular=minoria
CLASSIFICAÇÃO:
● LH clássico (LHC): com marcadores CD15 e CD30 positivos,
subdividido em 4 subtipos→ esclerose nodular, celularidade
mista, rico em linfócitos e depleção linfocitária
⇒ Esclerose nodular: + comum (65%), manifestando
principalmente com adenopatia cervical e/ou mediastinal
assintomática em mulheres ou homens jovens; 2° melhor
prognóstico; as células RS podem não apresentar seu aspecto
clássico, mas como células lacunares de reed-d-sternberg
(citoplasma retraído, aparentemente separado das outras
células por espaços vazios)
⇒ Celularidade Mista:2 tipo + comum (25% dos casos); típico
de adultos homens; sintomas B (febre, perda de peso e
sudorese) + comum em estágios avançados; comum o
acometimento abdominal; na histopatologia= células RS com
pontos de necrose; associado ao vírus Epstein-Barr (70% dos
casos); subtipo + comum no LH em pcts com HIV ou AIDS
⇒ Rico em linfócitos: 5% dos casos, melhor prognóstico
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⇒ Depleção linfocitária: <5%, de pior prognóstico (+
agressivo)
● LH com predomínio linfocitário (LHPL): com marcadores de
linfócitos B (CD20) → apresenta + linfócitos no pano de
fundo
QUADRO CLÍNICO
● ADENOMEGALIA→ os linfonodos acometidos geralmente
são móveis, consistência elástica, maiores que 1,5-2 cm e
persistentes; eventualmente estão endurecidos
+ cadeias + acometidas= cervical e supraclavicular
+ comprometimento mediastinal → visto com
frequência; os linfonodos podem ser tão grande que
podem provocar colapso de lobos do pulmão
(atelectasia compressiva)
+ acometimento linfonodal de maneira CENTRÍPETA,
raramente há acometimentos dos linfonodos
epitrocleares
+ ACOMETIMENTO POR CONTINUIDADE (90%) →
cervicais ->supraclaviculares -> mediastinais/hilares
-> abdominais superiores/ baço -> abdominais
inferiores -> inguinais -> hematogênica (fígado e MO)
● esplenomegalia (10-15%)
● raramente há comprometimento extranodal →
DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA → fígado, MO e
pulmão
● SINTOMAS B (febre + sudorese noturna + perda ponderal
>10%) → Febre de Pel-Ebstein: dias de febre alta alternada
com dias sem febre, bastante sugestivo de linfoma! O
aparecimento dos sintomas B provavelmente está associado
a liberação de mediadores inflamatórios
●OUTROS SINTOMAS: prurido, dor nos linfonodos após
ingestão de álcool
DIAGNÓSTICO
● LAB: discreta anemia (normo-normo=> anemia de doença
crônica!!), leve leucocitose, linfopenia, monocitose,
eosinofilia e trombocitose, **eosinofilia= prurido; VHS e
LDH sérico estão elevados
● Análise patológica → biópsia → células reed- sternberg
● Inmunohistoquímica → busca de marcadores celulares→
CD15 (Leu-M1) e CD30 (Ki-l)
+ CD15→ marcador de granulócitos
+ CD30 → LB e LTativados
TRATAMENTO
● 1° escolha ABVD (adriamicina/ doxorrubicina + bleomicina +
vimblastina + dacarbazina)
Trilha do Diagnóstico
● Anatomo Patológico
● Análise citogenética por FISH
● Biologia molecular
● Imunohistoquímica
● Imunotipagem-> citometria de fluxo
● AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO:
+ TC
+ análise da MO**
+ PET-CT
+ US

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