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FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 1 Neoplasias Linfoides O progenitor linfoide comum, origina a partir das células-tronco hematopoeiticas (CTH), é fonte de precursores de células T, células B e células NK. As CTHs apresentam duas propriedades essenciais que são necessárias para a manutenção da hematopoiese: pluripotência e a capacidade para a autorrenovação. Tumores de origem hematopoiética são frequentemente associados às mutações que bloqueiam a manutenção de células progenitoras ou anulam a sua dependência pelo fator de crescimento. Os distúrbios envolvendo leucócitos podem ser classificados em várias categorias, sendo uma delas distúrbios proliferativos, nos quais há uma expansão de leucócitos e leucopenias, que são definidas como uma deficiência de leucócitos. As proliferações de leucócitos podem ser reativas e neoplásicas. Fenótipo de células neoplásica: depende da etapa da diferenciação normal dos linfócitos, aspecto utilizado no diagnostico e na classificação dessas doenças. As neoplasias linfoides são divididas em três grandes grupos: (1) neoplasias de células linfoides B; (2) neoplasias de células linfoides T/NK; (3) linfomas de Hodgkin (LH), também um linfoma de células B, com características especiais. Com isso, os linfomas são agrupados em duas grandes categorias: (1) linfoma de Hodgkin (LH); (2) linfomas não Hodgkin (LNH). Estima-se que as neoplasias linfoides correspondam a 7,5% dos cânceres em homens e 6,4% em mulheres. Fatores Etiológicos e Patogenéticos na Neoplasia de Leucócitos Translocações cromossômicas e outras mutações adjacentes Os proto-oncogenes são frequentemente ativados em células linfoides por erros que ocorrem durante a diversificação e o rearranjo gênico do receptor de antígeno. Entre as células linfoides, as mutações potencialmente oncogênicas ocorrem com maior frequência nas células B do centro germinativo durante o processo de diversificação do anticorpo. Após estimulação antigênica, as células B entram nos centros germinativos e estimulam a expressão da citosina desaminase induzida por ativação (DIA), uma enzima especializada na modificação do DNA e essencial para dois tipos de alterações no gene das Igs: a mudança de classe, um evento de recombinação intragênica em que o segmento gênico codificador da região constante da cadeia pesada da IgM é substituído por um segmento constante diferente, deste modo per- mitindo a mudança de isótipo ou classe do anticorpo; e hipermutações somáticas, que criam hipermutações pontuais dentro dos genes da Ig, podendo, assim, aumentar a afinidade do anticorpo pelo antígeno. Certos proto-oncogenes, tais como o c-MYC, são ativados nos linfomas de células B do centro germinativo por translocações cromossômicas envolvendo as regiões de mudança de classe. Notavelmente, a expressão de DIA é suficiente para induzir as translocações c-MYC/Ig em células B normais do centro germinativo, aparentemente por criar lesões no DNA resultando em quebras cromossômicas. Dessa forma, conclui-se que mesmo a ativação de um forte oncogene como o c-MYC não é suficiente para promover a transformação, enfatizando que (como em outros cânceres) os linfomas surgem devido a uma combinação de múltiplas lesões genéticas. Fatores genéticos Síndrome de Bloom Anemia de Fanconi Neoplasias Mielóides Leucemias – células progenitoras imaturas se acumulam na medula óssea. Produção aumentada de um ou mais elementos mieloides em etapa terminal de diferenciação. Neoplasias de Histiócitos Lesões proliferativas incomuns de macrófagos e células Dendríticas. Células comuns: células Dendríticas imatura, a célula de Langerhans. Resumindo, as principais características de mutações genéticas são proto-oncogenes, ganho de sobrevivência, ganho de capacidade de auto-renovação. Apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de leucemia aguda. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 2 Síndrome de Down (trissomia do 21) – um dos c-MYC está no cromossomo 21, na translocação o gene ganha função. Associado a um aumento na incidência de leucemia infantil. Além da variação geográfica dos subtipos dos tumores, que podem ocorrer devido a fatores étnicos, socioeconômicos e ambientais, há variação dos tipos de linfomas em diferentes faixas etárias. Em crianças e adolescentes, predominam os LNH de Burkitt, de células B e T precursoras (linfoma linfoblástico/leucemia linfoide aguda), de grandes células B e de grandes células anaplásicas T/null. Com o avançar da idade, esses tipos reduzem de frequência e cresce a do linfoma difuso de grandes células B e de linfomas indolentes, principalmente foliculares. Considerando todos os LNH, há aumento na incidência de linfomas com a idade. Os LH começam a surgir por volta dos 10 anos de idade, atingem o pico de frequência em torno de 30 anos e decaem a partir daí. Os dados obtidos em estudos brasileiros não apoiam a existência de um segundo pico de maior incidência de LH por volta da sétima década de vida. Vírus EBV (Vírus Epstein-Barr) – encontrado em um subgrupo do linfoma de Burkitt, em 30-40% do linfoma de Hodgkin, em muitos linfomas de células B observados em indivíduos com imunodeficiência de células T e em linfomas raros de células NK. HTLV-1 (Vírus da leucemia de células T humanas-1) – associado a leucemia/linfoma de células T de adultos. HHV-8 (Herpesvírus humano-8) – associado a um linfoma de células B incomum que se apresenta como uma efusão maligna, frequentemente na cavidade pleural. Inflamação crônica Associação entre infecção por H.pylori e os linfomas gástricos de células B. Tabagismo e substâncias químicas. Definições e Classificações de Neoplasias Linfóides Linfoma é caracterizado pela proliferação que surgem como massas teciduais distantes. Originalmente esses termos foram unidos e considerados entidades distintas. Grandes grupos de linfomas: Linfoma de Hodgkin (LH) é segregado de todas as outras formas – apresenta aspectos patológicos característicos e é tratado de modo único. Linfoma Não-Hodgin (LNHs) faz parte de um grande grupo de doenças diferentes A manifestação clínica das várias neoplasias linfoides é muitas vezes determinada pela distribuição anatômica da doença. Dois terços dos LNHs e virtualmente todos os LH se apresentam como linfonodos aumentados não sensíveis. O terço restante dos LNHs se manifestam por meio de sintomas relacionados ao acometimento de sítios extranodais. Patologia Linfonodal Linfadenopatia: termo genético para alterações patológicas dos linfonodos. Normalmente, se refere à detecção de linfonodos palpáveis (<1 cm) ao exame físico do paciente. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 3 Linfadenomegalia: termo que se refere ao aumento nítido de linfonodos ou cadeias linfonodais, quando visualmente examinado. Lindadenite (aguda ou crônica): aumento de volume de linfonodos resultante de processos inflamatórios. Normalmente, está associado a sinais cardinais da inflamação. Quando ocorre no tecido linfoide associado à mucosa, costuma receber o nome de hiperplasia linfoide reacional (ou inflamatória) – hiperplasia adenoide tonsilar. Etiopatogênese Aumento do risco de linfomas é relatado quanto a estilo de vida (tabagismo, obesidade), ocupação (contato com agrotóxicos, solventes, indústria química) e exposição ambiental (pesticidas, agrotóxicos). Genético Imunológico I. imunodeficiência congênita está presente em cerca de 10 a 25% dos pacientes com linfomas, sobretudo LNH. II. doenças autoimunes. Risco aumentado de linfomas é bem estabelecido em lúpus eritematoso, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren primária (SSP), dermatite herpetiforme, doença celíaca e tireoidite de Hashimoto. Acontece na doença de Crohn, colite ulcerativa, sarcoidose, psoríase ou espondilite anquilosante. Na SSP e na tireoidite de Hashimoto, o LNH de células B primário de glândulas salivares e o da tireoide, respectivamente,surgem na base de um processo inflamatório crônico. III. infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Também apresenta maior risco de linfomas, sobretudo LNH de grandes células B associado ao EBV. Alguns tipos de linfomas muito raros na população podem ocorrer em indivíduos infectados pelo HIV, como o linfoma primário de efusões e o linfoma de grandes células B associado ao HHV8 (herpes-vírus humano tipo 8) que surge na doença de Castleman sistêmica. O HIV não induz diretamente a transformação neoplásica das células B, já que seu alvo são os linfócitos T auxiliares e outras células que expressam CD4, nas quais o vírus tem ação citotóxica. A redução de células T auxiliares induzida pelo HIV reduz a imunovigilância, o que pode levar a prevalecer os mecanismos oncogenéticos de outros vírus linfotrópicos, como o EBV e o HHV8; IV. imunossupressão iatrogênica, como acontece em indivíduos submetidos a transplante de órgão ou quimioterapia para neoplasias, também mostra incidência aumentada de linfomas. Tais casos correspondem às lesões linfoproliferativas associadas a imunossupressão e geralmente estão associadas ao EBV. As lesões podem regredir com a melhora da resposta imunitária ou evoluir para linfoma Viral Químico Inflamatório A infecção primária em geral passa despercebida ou causa quadro febril inespecífico. Alguns indivíduos apresentam proliferação exuberante das células linfoides, aumento do tamanho dos linfonodos e baço, febre e queda do estado geral. As células linfoides B e T infectadas ficam contidas em indivíduos imunocompententes, mas podem proliferar e originar linfomas sob certas condições. Radioativo Translocações cromossômicas o T(14:18) – BCL2/IgH – Linfoma folicular o T(11:14) – ciclina D1/IgH – Linfoma das células do manto FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 4 o T(8:14) – MYC/loci de uma Ig – Burkitt, subgrupo associado ao EBV o T(2:5) – rearranjo de ALK1 -Linfoma de grandes células anaplasicas Tratamento quioterápico prévio (neoplasias sólidas) Generalidades Ocorre primariamente nos linfonodos, mas podem ter início em outros sítios extra-nodais. 85% derivam de células B (instabilidade genômica – hipermutação somática). Manifestações Clínicas Fadiga Febre Emagrecimento Sudorese Hepatomegalia Esplenomegalia Hemorragias Infecções Aspectos Clínico Os linfomas manifestam-se de forma heterogênea. Os LNH podem ter início nos linfonodos ou em órgãos extranodais, principalmente no estômago e na pele. Cerca de 30 a 40% dos LNH são primários de órgãos extranodais, dependendo a sintomatologia do local de comprometimento: manifestações gástricas, cutâneas ou neurológicas etc. Os LH originam-se praticamente apenas em linfonodos. Em geral, os linfonodos mais comprometidos são os cervicais, embora os linfomas possam iniciar-se em qualquer cadeia linfonodal. Os linfonodos comprometidos apresentam aumento da consistência à palpação, redução da mobilidade, diminuição ou ausência de dor e sensibilidade à manipulação; em geral, o volume do órgão aumenta progressivamente, embora às vezes lentamente. Quando há manifestações gerais, além do aumento do tamanho dos linfonodos ou do comprometimento de órgãos extranodais, fala-se que o paciente apresenta sintomas B. As manifestações B são importantes, pois sua presença pode indicar prognóstico menos favorável que nos pacientes sem elas (denominados A). As manifestações B incluem: (a) febre, geralmente vespertina, sem outra causa aparente, superior a 38o C; (b) sudorese noturna abundante; (c) perda de mais de 10% do peso em menos de seis meses, sem causa evidente. Alguns autores incluem prurido como manifestação B, principalmente nos LH e nas neoplasias de células linfoides T/NK. Timo – Aspecto da Normalidade Linfonodo – Aspecto de Normalidade Centro Germinativo – rico em células B. Seu centro será o local onde ocorre a maturação de linfócitos. Há também macrófagos para auxiliar na apresentação de antígenos. Região cortical – rico em células T; mais periférico. Formas de Apresentação Massas sólidas tumorais (linfoma) Forma leucêmica (comprometimento da medula óssea ou sangue periférico) FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 5 Estadiamento ■ Estádio I: apenas um linfonodo ou grupo de linfonodos está comprometido ■ Estádio II: mais de um linfonodo ou grupo de linfonodos está comprometido, do mesmo lado do diafragma ■ Estádio III: linfonodos estão comprometidos em ambos os lados do diafragma ■ Estádio IV: a doença é disseminada, infiltrando outros órgãos, como medula óssea, fígado, pulmões etc. Este sistemaprevê algumas notações especiais: ■ Inclusão da letra E em casos de comprometimento extranodal. Paciente com linfoma primário da parede gástrica ou do pulmão, com lesão única, está no estádio IE. Se o paciente apresenta lesão na parede gástrica e comprometimento dos linfonodos perigástricos (portanto, do mesmo lado do diafragma), considera-se que o estádio é IIE. Habitualmente, não se utilizam as notações IIIE e IVE, pois já se considera doença avançada apenas com as notações III e IV ■ Inclusão da letra S (do inglês, spleen), quando há comprometimento do baço. Assim, mesmo que os linfonodos afetados estejam abaixo do diafragma, se existe envolvimento esplênico utiliza-se a notação IIIS ■ Inclusão da letra X, quando o tumor tem mais de 10 cm no seu maior diâmetro, ou, no caso do mediastino, se o tumor for maior que um terço do maior eixo do tórax à radiografia; neste caso, fala-se também em bulky disease (termo consagrado em inglês, para indicar que há grande massa neoplásica), indício de prognóstico menos favorável. Dianósticos e Subtipos de Neoplasias Linfóides Linfoma Hodking Linfoma Não-Hodkin Diagnostico Clínica Perfil laboratorial Biópsia Imunofenotipagem FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 6 Linfomas Hodgkin Neoplasia linfoide de linfócitos B atípica (com proliferação exacerbada). Células de Reed-Sternberg – células grandes e pleomórficas, geralmente binucleadas (célula em “olho de coruja). Classificação Linfomas de Hogkin Clássicos (95%) • Esclerose Nodular – baixo grau • Celularidade Mista • Clássico Rico em Linfócitos • Depleção de Linfócitos - alto grau Linfoma de Hodgkin de Predomínio Linfocitário Nodular (5%) Classificação Histológica No LH clássico, os marcadores linfoides podem ser negativos, e, caracteristicamente, as células são CD45– e CD30/CD15+. O LH com predomínio linfocitário nodular é doença indolente, com células RS do tipo linfocítico-histiocítico que, imunofenotipicamente, expressam marcadores de células B e do antígeno leucocitário comum (CD45), diferentemente do tipo clássico. As principais características histológicas, fenotípicas e clínicas dos LH. Linfoma de Hodgkin. Células de Reed- Sternberg. A. Padrão clássico. B. Forma lacunar. C. Forma linfocítica- histiocítica. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 7 Epidemiologia Pico de incidência bimodal – muito baixa na infância a um pico no início da vida adulta (25- 30 anos) e um pico mais tarde na idade adulta tardia (>50 anos) Entre a 2ª e 3ª década de vida Entre a 5ª e 6ª década de vida Homem: mulher – 2:1 em crianças Homem: mulher – 1:1 em adultos Variante celular mista mais comum em jovens Doença fatal em 90% dos casos quando não tratada (sobrevida média de 2-3 anos) Taxa de cura de mais de 80% com tratamento quimioterápico Patogênese pouco compreendida Padrão de disseminação linfonodal axial (cadeias contíguas) Aspectos Clínicos Linfadenomegalia indolor (localizado), normalmente na área cervical, axilar ou mediastinal, 10% das vezes surge como doença nodal inferior ao diafragma Região cervical e supraclavicular Linfadenopatia mediastenal Outros (abdominal, doenças extranodal) Linfonodos localizados perifericamente pequeno volume Grandes massas mediastinais, retroperitoneais – sintomas apenas modestos Sintomas Sistêmicos (sintomasB Clássica) Febre persistente Sudorese noturna Perda de peso involuntária (10% em 6 meses) Outros sintomas Fadiga, fraqueza e prurido Tosse, dor torácica, respiração encurtada e síndrome da veia cava superior Dor abdominal, distúrbios intestinais, ascite Dor óssea Sinais e Sintomas % de pacientes Linfadenopatia 90 Massas mediastinais 60 Sintomas “B” 30 Hepatoesplenomegalia 25 Linfonodos cervicais e supraclaviculares são os mais acometidos – 75% Envolvimento medular está presente em apenas 5% dos pacientes Sinalizam doença disseminada ou localizada extensa FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 8 Patogênese Ativação do gene NFkB (fator de transcrição que divide a células + ativação de células pró- inflamatórias). Liberação de citocinas, quimiocinas e outros Acúmulo de células reativas Fatores de Prognóstico Tipos histológicos Maior quantidade de massa tumoral no Estadiamento Idade >60 anos Sexo: masculino Anemia ao diagnostico Leucocitose (>15x109/L) Aumento de mascadores de tumores o Desidrogenase Láctica o 𝛽2-microglobulina FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 9 LH com predominância linfocitária nodular. Pode surgir em qualquer idade, mas o pico de incidência é na quarta década; é mais frequente em homens. Há intensa proliferação de linfócitos pequenos com distribuição vagamente nodular, em meio aos quais se encontram células linfocítico-histiocíticas (L&H). Estas, ao contrário da célula RS, expressam CD20 e CD45, mas são negativas para CD15 e CD30. Os pequenos linfócitos agregados em torno das células L&H têm imunofenótipo T; os demais linfócitos pequenos apresentam imunofenótipo B. Este tipo de linfoma não tem associação com o EBV. Linfomas Não-Hodgkin Corresponde a 70% dos linfomas Sítios primários 60% nodal 40% extra-nodal • TGI, brônquios, pele, mucosa nasal, septo nasal e palato. Disseminação sistêmica ao diagnóstico é comum Apresentação Clínica Linfadenopatia – cervical, axilar, inguinal © linfonodos são consistentes, indolores Mediastino ou o retroperitônio - sintomas locais de compressão - paciente procura o médico. Dor torácica, tosse, síndrome da veia cava superior, dor abdominal ou lombar, compressão de medula óssea e sintomas de insuficiência renal Sintomas sistêmicos que podem levar ao diagnóstico - SINTOMAS B são febres, sudorese, fadiga e prurido. Classificação FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 10 Revised European-American Lymphoma Classification [REAL] © morfológicas, imunológicas, genéticas e clínicas Classificação da OMS para os linfomas não Hodgkin (2017) © NEOPLASIAS LINFOIDES PRECURSORAS • Linfoma B – linfloblásticos o Precursoras (imaturas) o Periféricas (maduras) • Linfoma T/NK – linfoblásticos o Precursoras (imaturas) o Perifericas (maduras) © NEOPLASIAS DE CÉLULAS B MADURAS © NEOPLASIAS DE CÉLULAS T e NK MADURAS Comportamento Biológico Células B Corresponde a 85% dos LNH Classificação clínico-morfológica Baixo Grau Células pequenas, maduras, originadas dos folículos Alto Grau Células grandes, blástos (centroblastos ou imunoblastos) Linfoma Difuso de Grandes Células B Linfoma Folicular Mais prevalente em torno de 60 anos de idade. Ao diagnóstico, a apresentação mais comum é aumento progressivo de linfonodos periféricos e centrais (abdominais e torácicos), podendo associar-se a esplenomegalia; ao diagnóstico, em até 70% dos casos a medula óssea está infiltrada (o padrão de infiltração é tipicamente paratrabecular), e o estádio é avançado (III ou IV de Ann Arbor). O linfoma está relacionado com redução da apoptose de células do centro germinativo por causa da translocação t(14;18), que resulta em hiperexpressão da proteína BCL-2 (antiapoptótica). Aspectos clínicos ■ Apresentação nodal e extranosal (baço, TGI, fígado) ■ Evolução: lenta e 40% podem evoluir para linfoma difuso de grande células B ■ É um dos linfomas não Hodgkin mais comuns (20 a 30% dos casos) ■ Homens e mulheres adultos são igualmente acometidos ■ Compromete linfonodos, baço e trato digestivo; raramente, pode ser primário da pele. Evolução clínica ■ Lenta, geralmente incurável ■ Cerca de 25 a 50% dos casos evoluem para linfoma difuso de grandes células B. Aspectos morfológicos ■ Arranjo e proliferação nodular ■ Imita o padrão dos folículos linfoides normais ■ Linfócitos B do centro germinativo ■ Citoplasma amplo, núcleos clivados e com identações ■ Cromatina grosseira e condensada FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 11 ■ Centroblastos: citoplasma mais amplo, cromatina mais vesicular e nucléolos evidentes ■ Expressão de BCL-2 nos centros germinativos ■ Pode haver áreas difusas ■ Composição mista de centroblastos e centrócitos, em proporções variáveis, o que permite subclassificá-lo em três graus com possível valor prognóstico: grau I = 0 a 5centroblastos por campo de grande aumento; grau II = 6 a 15 centroblastos por campo de grande aumento; grau III = mais de 15 centroblastos por campo de grande aumento. Linfoma Difuso de Grandes Células Trata-se de neoplasia com enorme variação morfológica, imunofenotípica e, sobretudo, prognóstica. Clinicamente, a lesão apresenta-se como massa localizada, nodal ou extranodal, de crescimento rápido, com ampla distribuição anatômica e etária. Genralidades © Mais comum linfoma dos adultos © 50% dos LNH © 60 anos © Vários subtipos e algumas altamente agressivos © 40% extranodal © Evolução do folicular © Sem tratamento pode evoluir em curto prazo Variantes © LDGCB EBV-associado: SIDA, pacientes transplantados e idosos © Linfoma de efusão pleural: HHV-8 associado (pleura, peritônio ou pericárdio) © LDGCB mediastinal: mulheres jovens, disseminação em vísceras abdominais e SNC. Aspectos morfológicos ■ Proliferação de grandes células blásticas (três a quatro vezes o tamanho de um linfócito maduro), com cromatina frouxa, nucléolos evidentes e citoplasma basofílico. ■ Geralmente as células são semelhantes a centroblastos e imunoblastos. Linfoma de Burkitt Neoplasia de linfócitos B maduros do centro germinativo, é mais frequente em crianças e adultos jovens. Aspectos morfológicos ■ Proliferação de células linfoides de tamanho médio, monomórficas, com núcleos redondos e pequenos nucléolos, com citoplasma basofílico; o citoplasma apresenta numerosos microvacúolos ■ Alto índice mitótico e numerosos macrófagos com corpos tingíveis (aspecto em “céu estrelado”). © Generalidades Formas • Endêmica (África): mandíbula e face • Esporádica e associada à SIDA: TGI Crianças e adolescentes, sexo masculino Infecção pelo EBV (100% endêmicos e 30% esporádico) Translocação c-myc/IgH ou cadeia pesada de Igs © Morfologia Linfócitos médios, monomórficos, com citoplasma basofílicos, nucléolos redondos Macróifagos de corpos tangíveis de permeio em um lençol de linfócitos (aspectos de céu estrelado) © Morfologia Grandes células blásticas (3-4x maior) Cromatina frouxa, nucléolos evidentes Citoplasma pálido variável Linfoma de Burkitt. A. Aspecto monomórfico das células neoplásicas, entre as quais existem macrófagos fagocitando restos celulares (aspecto em “céu estrelado”). B. Imuno-histoquímica para o vírus de Epstein-Barr (EBV) fortemente positiva no núcleo das células neoplásicas. FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 12 Linfoma das Células da Zona Marginal © Generalidades Apresentação extra-nodal MALT (estômago), tireoide, pulmões, parótidas. Associados a lesões crônicas (gastrite crônica por H.Pylori, Sd. De Sjogren, tireoidite de Hashimoto) © Morfologia Proliferação de células da zona marginal (centrócitos) Plasmócitos e pequenos linfócitos Lesão linfoepitelial Pode evoluir para linfoma de alto grau LNH de Células T Maduras Correspondem a 15% dos LNH Evolução clínica mais graves: alto grau Origem: células TCD4+ (CD8+ raro) Formas de aprentação:nosais, extranosais e leucemizados. Linfoma de Células T/NK e Extra Nodal Tipo Nasal Generalidades © Sinoníma: granuloma letal da linha média ou linfoma anfiogêntrico © Ásia e América do Sul, relacionado ao EBV © Homens adultos © Altamente agressivos © Massas ulcerativas, necróticas, de cavidade nasal/palato. Morfologia © Linfócitos pleomórficos, angiocêntricos e angioinvasivos © Inflamação associada (neutr’ófilos, plasmócitos, eosinófilos e histiócitos) FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 13 Micose Fungoide (Linfoma de Células T cutâneo) Generalidades © Linfoma cutâneo mais comum – eritrodermia em placas © Adultos © Comprometimento posterior de linfonodos e sangue © Síndrome de Sézary: rash eritematoso difuso (eritroderma) e prurido – células neoplásicas circulando na corrente sanguínea Morfologia © Epiderme infiltrada por linfócito T (CD4) neoplásicos © Microabscessos de Pautrier © Linfadenopatia dermatopática © Linfócitos atípicos com núcleo cerebriforme Estadiamento da LH e LNH– ANN ARBOR FISIOPATO 16.04.2020 Aula 26 14
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