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ESMALTE DENTÁRIO Cristiane B. B. Torres ESMALTE Constituição Material inorgânico (96%): Hidroxiapatita de cálcio (substituída por carbonatoapatita) Outros íons: carbonato, estrôncio, magnésio, chumbo, fluoreto. Material orgânico (2%); Água (2%). Katchburian, Arana (2017) MATERIAL ORGÂNICO DO ESMALTE Proteínas de baixo peso molecular tipo amelogeninas (90%) Grupo de isoformas da mesma proteína; Inibem o crescimento lateral (expansão volumétrica) e a fusão dos cristais; Têm vida curta (mais longa que a das não-amelogeninas) para permitir o crescimento dos cristais. de amelogeninas PAPEL DAS AMELOGENINAS: inibir a expansão dos cristais Katchburian, Arana (2017) MATERIAL ORGÂNICO DO ESMALTE Proteínas não amelogeninas (10%): vida curta Ameloblastina (frações: amelina e bainhalina) e amelotina: auxiliam os ameloblastos na adesão à superfície do esmalte durante a sua secreção; Enamelina: promove nova formação mineral, alongamento do cristal e conecta o esmalte à dentina do manto; Tufelina: nucleador de mineral (mineralização da matriz orgânica); Enamelisina: enzima que cliva rapidamente outras proteínas; Kalicreína – 4: enzima que degrada lentamente outras proteínas. PROPRIEDADES FÍSICAS Duro (comparável ao açomaleável) Friável (quebradiço) Dependeda resiliência da dentina subjacente Translúcido Cor: amarelho claro – branco acinzentado) Espessura: máx. 2,5mm (face oclusal) COR DA COROA DENTÁRIA www.dentalaegis.com650 Fatores determinantes: • Espessura e mineralização do esmalte; • Cor da dentina; • Obs.: dentes recém-erupcionados são mais brancos porque o esmalte é menos translúcido. http://www.dentalaegis.com/ https://www.google.com.br/search?tbm=isch&tbs=simg:CAQSCQlZ_1Vh0VZNYiA&q=tooth%20enamel%20acid%20erosion&hl=pt-BR ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO ESMALTE Bastões do Esmalte (“Prismas”) e = esmalte; d = dentina; j = junção amelodentinária Cate, 2013 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO ESMALTE Bastões ou “prismas” do esmalte São as unidades estruturais do esmalte junto com o esmalte interbastão; Não estão presentes na camada mais profunda de esmalte (5mm) nem na mais superficial (30mm) – camadas “aprismáticas”; Saem perpendicularmente à superfície da dentina em direção à superfície do esmalte. Camada “Aprismática” Katchburian, Arana (2017) FORMA DOS BASTÕES “Cilindros Tortuosos” Cate, 2013 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO ESMALTE Bastões de esmalte Cada bastão tem perfil ondulado; Ocorrem mudanças de direção de 2 graus entre sucessivas camadas de bastões; Grupos adjacentes de bastões se entrelaçam nos dois terços mais profundos do esmalte. Na cobertura das cúspides, os bastões se entrelaçam de maneira complexa (esmalte nodoso). ORIENTAÇÃO DOS CRISTAIS DE APATITA Perfil “Buraco de Fechadura” do Bastão Não é Mais Aceito Orientação dos cristais de hidroxiapatita: papel na distribuição das forças mastigatórias sobre o esmalte. Hoje, diz-se que o bastão tem formato cilíndrico e não de buraco de fechadura (Cate, 2013). A = camada aprismática P = camada prismática Interrod FORMATO E ORIENTAÇÃO DOS CRISTAIS DE APATITA “Fita comprida de diâmetro hexagonal” https://pocketdentistry.com/4-enamel/ Bastão Interbastão Cristal hexagonal (corte transversal) FOTOMICROGRAFIA DO ESMALTE www.forp.usp.br1026 Bainha orgânica entre o bastão e o interbastão (seta branca) (https://pocketdentistry.com/4-enamel/) Rod Interrod OS http://www.forp.usp.br/bdj/Bdj9(1)/t0191/t0191.html https://www.google.com.br/search?tbm=isch&tbs=simg:CAQSCQlmy7X43KAJsg&q=enamel%20acid%20conditioning%20micrograph&hl=pt-BR ESTRIAS DE RETZIUS “Linhas Incrementais” Cate, 2013 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO ESMALTE Estrias de Retzius Linhas incrementais (ritmo semanal): mais evidentes namaioria dos dentes permanentes; menos evidentes no esmalte decíduo pós-natal; raras no esmalte decíduo pré-natal; Linha neonatal: alargamento da estria de Retzius (caninos e 1ºs molares decíduos); Linhas incrementais acentuadas: distúrbios sistêmicos (febre, desnutrição, intoxicação por flúor ou metais pesados) e ingestão de antibióticos (tetraciclina). ESTRIAS DE RETZIUS Cate, 2013 SUPERFÍCIE DO ESMALTE Periquimácias (P): sulcos superficiais correspondentes às estrias de Retzius P P P P Cate, 2013 PERIQUIMÁCIAS Katchburian, Arana (2017) SUPERFÍCIE DO ESMALTE OUTRAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO ESMALTE Estriações transversais dos bastões Ritmodiário de deposição do esmalte (4mm/dia). Bandas de Hunter-Schreger Fenômeno óptico produzido por mudanças na direção de grupos de bastões para aumentar resistência do esmalte. Tufos e lamelas do esmalte Áreas de falhas na deposição do esmalte, contendo maior quantidade dematerial orgânico ESTRIAÇÕES TRANSVERSAIS DOS BASTÕES Cate, 2013 BANDAS DE HUNTER-SCHREGER Cate, 2013 BANDAS DE HUNTER-SCHREGER Nos mamíferos primitivos os bastões eram paralelos entre si e seguiam retos da junção amelodentinária até a superfície do esmalte. Na maioria dos mamíferos modernos os grupos de bastões seguem direções distintas formando as bandas de Hunter-Schreger (surgiram a 60 milhões de anos). As bandas de Hunter-Schreger propiciam a melhora das propriedades físicas do esmalte: as fraturas que normalmente ocorrem no esmalte dental são detidas quando chegam a regiões onde os grupos de bastões se cruzam. TUFOS E LAMELAS DO ESMALTE Tufos Lamelas Tufos Cate, 2013 FUSOS DO ESMALTE São prolongamentos de odontoblastos que ultrapassam a junção amelodentinária e se situam entre os bastões do esmalte. Fusos Katchburian, Arana (2017) ESTÁGIOS FUNCIONAIS DA AMELOGÊNESE Pré-Secretor Alongamento das células; Alteração da polaridade celular; Preparo das organelas para sintetizar proteínas; Secretor Produção de toda a espessura do esmalte (30% de mineralização imediata); De Maturação Remoção de matéria orgânica e água e adição de minerais. Cate, 2013 FASES DO CICLO VITAL DOS AMELOBLASTOS 1. Estágio morfogenético 2. Estágio de diferenciação 3. Estágio de secreção inicial 4. Estágio de secreção final 5. Estágio de maturação (borda rugosa) 6. Estágio de maturação (borda lisa) 7. Estágio de proteção Pré-Secretor Cate, 2013 ESTÁGIO SECRETOR: PROCESSOS DE TOMES Após a secreção de uma camada de esmalte “aprismático”, os ameloblastos desenvolvem os processos de Tomes e mudam a direção de sua movimentação e da direção dos cristais (setas); Os processos de Tomes secretam os cristais do bastão na face plana e os cristais do interbastão na face côncava. Katchburian, Arana (2017)YouTube: Tooth enamel formation PROCESSOS DE TOMES Katchburian, Arana (2017) • À medida que os bastões vão crescendo, os processos de Tomes vão se alongando e ficando estreitos. ESTÁGIO DE MATURAÇÃO: MODULAÇÃO Ameloblastos com terminação rugosa (ruffled) mostram ativo bombeamento de íons cálcio (mineralização) e bicarbonato (tamponamento) para o esmalte (setas escuras – transporte ativo de cálcio; setas brancas – transporte passivo de cálcio); Ameloblastos com terminação lisa (smooth) permitem a passagem de pequenas proteínas e outras moléculas e de fluidos intersticiais (neutralizando o pH) e remoção de matéria orgânica. ResearchGate https://www.researchgate.net/figure/5308956_fig1_Fig-1-Calcium-transport-across-the-ameloblast-layer-enamel-epithelium-during-the ALTERAÇÕES COM A IDADE Esmalte não se regenera: vai se desgastando com o tempo; Diminuição da permeabilidade; Aumento da translucidez; Redução na incidência de cáries; A composição da camada superficial muda com a composição iônica da cavidade bucal. DEFEITOS DO ESMALTE Condições que afetam frequentemente o esmalte: Doenças febris: formam bandas de esmalte mal formado Tetraciclina: forma bandas de pigmentação marrom, total pigmentação dos dentes, hipoplasia ou ausência de esmalte. Flúor: formam placas brancas de esmalte hipomineralizado no graumais leve de fluorose (a partir de 5ppm). Condicionamento ácido: remove o biofilme e cria porosidades no esmalte (as extremidades dos cristais sãomais suscetíveis). Fluorose Manchas de Tetraciclina Condicionamento Ácido Dental Learning Padrão tipo I Padrão tipo II Cate (2013) http://www.dentallearning.net/articles/basic-properties-self-and-total-etch-adhesives
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