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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM HISTÓRIA NELSON LOPES DE SOUZA JUNIOR TRABALHO DE AVALIAÇÃO DE DISCIPLINA – AVA 2 Rio de Janeiro 2022 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM HISTÓRIA NELSON LOPES DE SOUZA JUNIOR ORIGEM DO SINDICALISMO E REPRESENTAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em História da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para aprovação na disciplina História dos Imperialismos e Expansão do Capitalismo (Il70159). ORIENTADORA: PROF.ª. VERONICA MOREIRA DOS SANTOS PIRES Rio de Janeiro 2022 RESUMO Este trabalho apresenta uma visão resumida do nascimento do sindicalismo, ainda no período das revoluções industriais, sua importância na luta do proletariado contra o capitalismo e o regime de trabalho imposto à época. Palavras-chave: Trabalho acadêmico. Revolução Industrial. Proletariado. Sindicatos. Capitalismo. ABSTRACT This work presents a summarized view of the birth of trade unionism, even in the period of industrial revolutions, its importance in the struggle of the proletariat against the capitalism and the work regime imposed at the time. Keywords: Academic work. Industrial Revolution. Proletariat. Trade Unions. Capitalism. Sumário Introdução ................................................................................................................... 5 Sindicalismo e sua origem .......................................................................................... 5 Conclusão ................................................................................................................... 6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 7 Introdução Muito se fala hoje em dia sobre sindicatos e seus papéis na indústria e no dia a dia dos trabalhadores. Por vezes com dúvidas, ou mesmo lesados em seus direitos, trabalhadores necessitam de orientação e apoio na busca de seus direitos. Também se ouve declarações contra os sindicatos, ocasionalmente palavras vindas dos patrões, que acusam os mesmos de existirem apenas para cobrar taxas sindicais. Mas de onde se originaram os sindicatos, como e onde eles atuam? Além disso, qual seu real propósito frente ao desenvolvimento industrial desde a primeira Revolução Industrial no século XVIII? Sindicalismo e sua origem No período da primeira Revolução Industrial, em meados do século XVIII, o capitalismo alcançou plenas condições para sua expansão. Com a substituição da manufatura artesanal pela maquinofatura, o desenvolvimento tecnológico das indústrias causou grandes mudanças nos padrões de consumo e, principalmente, nas relações de trabalho com a desigualdade entre patrão e empregado. Agora, o trabalhador não necessitava mais ser um especialista na transformação da matéria prima em produto final. As máquinas substituíam as ferramentas e a mão de obra humana, mesmo ainda subsistindo oficinas de trabalhos artesanais e manufatureiras. Essa mecanização da produção tornou o trabalho humano desvinculado dos meios de produção. A burguesia capitalista, isto é, os detentores dos meios de produção e matérias primas, ditava as regras das condições de trabalho e salário e a classe operária vendia sua força de trabalho pelo salário ofertado por estes. Ali começa a separação entre capital e trabalho, a exploração do trabalhador, com baixos salários e longas jornadas de trabalho, além da mão de obra infantil e feminina por salários ainda menores que os dos homens. Com a crescente concorrência industrial entre os fabricantes capitalistas, sua busca incessante por lucros e acumulação de capital, as máquinas ganharam cada vez mais lugar, causando excedente da força de trabalho operária, aumentando a miséria e o desemprego. Uma das reações dos operários quanto as péssimas condições de trabalho propiciadas pelos capitalistas foi o Ludismo, onde os ludistas quebravam as máquinas como protesto. Ainda assim, essa revolta começou a ser contida em 1812, quando 64 ludistas foram julgados e 13 condenados à morte, com a perseguição aos ludistas sendo implacável. O movimento encontrou seu declínio quando se iniciou a criação dos primeiros sindicatos, porém não foi seu fim. A origem dos sindicatos remonta ao ano de 1824, na Inglaterra, quando o parlamento inglês aprovou o direito à livre associação. Os operários de diversos ramos já se reuniam em associações antes disso, mas eram violentamente reprimidos e forçados a atuar clandestinamente. Após a aprovação parlamentar, houve um estouro no surgimento de sindicatos por todo o país, lutando pela regulamentação de salários e aumentos, além de apoiar os trabalhadores grevistas, afastados por problemas de saúde ou mesmo suas famílias em casos de óbito. Inicialmente, os sindicatos reuniam os trabalhadores mais qualificados, lutando para preservar suas condições de trabalho e conhecimento. O capitalismo vai contra essas condições, pois expropriava esses trabalhadores de suas ferramentas e conhecimentos, submetendo-os ao ritmo das máquinas, dentro das novas formas de produção. Conforme essas novas tecnologias industriais evoluem, novos trabalhadores com menos qualificações que os antigos artesãos vão ganhando espaço nas indústrias, dentro dos setores onde sua força de trabalho podia ser aplicada, em tarefas mais simples, porém num esquema de trabalho mais rígido. Os sindicatos, que antes eram sindicatos de ofício e lutavam pelos artesãos que perderam seu espaço para as máquinas, vão se modificando e desenvolvendo para os sindicatos de indústria, promovendo maior amparo aos trabalhadores com qualificações diferentes, e posteriormente em sindicatos gerais, não se limitando mais a um único ramo de atividade. Desde o início do sindicalismo até o início do século XX, os sindicatos eram vistos como ameaças ao poderio das empresas. Eles ganham força e somam ao mundo do trabalho suas ferramentas de negociação, como as negociações sindicais e as greves. O ápice do sindicalismo vem após o fim da Segunda Guerra Mundial, reconhecido legalmente como parte das instituições democráticas, agora podendo participar de negociações coletivas, estabelecendo condições de trabalho para empresas e setores, além de negociar com o Estado em alguns países, se aproximando da política. Os sindicatos começaram a atuar de maneira mais política, gerindo o piso mínimo salarial e reajustes, aposentadorias, seguro-desemprego, seguro-saúde etc. Até os dias de hoje, essa luta econômica continua sendo a característica principal do sindicalismo, cruzando com a política na luta de ideias como socialismo, comunismo, anarquismo e demais pontos de vista, buscando novas perspectivas e abordagens frente a essa sociedade que explora o trabalho e enriquece os proprietários dos meios de produção. Conclusão Atualmente os sindicatos não são totalmente como no passado e repensam novas posturas na resolução de problemas e modos de enfrentamento e negociação. Se não pela força de seus protestos, através de diálogo e planejamento, é possível sim continuar a luta pela classe trabalhadora, buscando o bem comum, melhorias na qualidade de vida, condições dignas de trabalho e empregabilidade. Os desafios no presente são muitos. No Brasil, por exemplo, eles vêm na forma de notícias falsas, ataques aos movimentos sindicais e os problemas financeiros enfrentados nesse período. Ainda assim, é possível conscientizar as classes e manter a solidariedade que uniu, e ainda vai unir, os trabalhadores em prol de dias melhores. REFERÊNCIAS COGGIOLA, Osvaldo. Os iníciosdas organizações dos trabalhadores. AURORA, ano IV número 6, agosto de 2010. ISSN: 1982-8004. CONNIFF, Richard. What the Luddites Really Fought Against. Março de 2011. Smithsonian Magazine. Disponível em: <https://www.smithsonianmag.com/history/what-the-luddites-really-fought-against- 264412/> HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções, 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. RODRIGUES, LM. Trabalhadores, sindicatos e industrialização [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, 169 p. ISBN: 978-85-99662- 99-1. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>
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