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BOLETIM_TECNICO_FINAL_04

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abril - 2022
BOLETIM TÉCNICO CIENTÍFICO
EXPEDIENTE:
EDITORIAL
Com a palavra, o presidente:
 É c o m e n o r m e p r a z e r q u e 
entregamos a vocês, mais um BOLETIM 
TÉCNICO da ABFel. Como é do seu 
conhecimento, essa publicação tem por 
objetivo trazer o que há de mais atual na 
medicina felina, adaptado às condições 
brasileiras. 
 Nessa edição, o BOLETIM TÉCNICO, 
abordará o linfoma alimentar felino. Essa 
neoplasia gastrointestinal é bastante 
prevalente e pode ocorrer tanto em gatos 
jovens, com infecção progressiva pelo vírus 
da leucemia felina (FeLV), quanto em 
p a c i e n t e s f e l i n o s m a i s v e l h o s , 
antigenicamente negativos para FeLV. 
Outra nuance importante desse tema é a 
semelhança entre sinais clínicos e achados 
ultrassonográficos entre o l infoma 
alimentar de baixo grau e a doença 
i n fl a m a t ó r i a i n t e s t i n a l , s e n d o a 
d i f e r e n c i a ç ã o e n t r e e s s a s d u a s 
enfermidades um verdadeiro desafio 
clínico.
 Não tenho dúvidas que esse assunto 
será de grande valia para você que adora os 
gatos e a medicina felina. Tenha uma 
excelente leitura e que você consiga 
aprender os segredos da nutrição em 
gatos.
 Como nunca é tarde para lembrar: se 
você gosta de gatos e da medicina felina, 
não deixe de se associar a Academia 
Brasileira de Clínicos de Felinos – ABFel. Só 
a ABFel tem um mundo de vantagens para 
você, amante dos gatos. Visite o nosso site 
www.abfel.org.br e veja o universo de 
opções que preparamos para você.
 
 Um grande abraço e ótima leitura!!!
Cristiano Nicomedes - Presidente
DIRETORIA
Priscila Malta Jácome - Vice-presidente
Paula Cristina Magnani - Primeiro Secretário
Fabiana Lima - Tesoureiro
Marcelo Zanutto - Diretor Científico
Heloísa Justen - Diretor Social
Romeika Herminia - Diretor de Comunicação
Carla Santos - Diretor de Relações Internacionais
Maria Elvira de Almeida - Presidente do Conselho Fiscal
Carlos Gabriel Dias - 1° Conselheiro Fiscal
Rochana Fett - 2° Conselheiro Fiscal
Fernanda Barony - Suplente Fiscal
Myrian Iser - Presidente Conselho Científico
Mariana Jardim - 1° Conselheiro Científico
Reginaldo Pereira - 2° Conselheiro Científico
Monytchely Vieira - Suplente Científico
Patrocinador oficial:
abfelinos
Graduado pela UFMG / Mestre em Medicina Veterinária pela UFMG / Doutorando pela UFMG /Pós-graduado em 
Ortopedia de Pequenos Animais pela Universidade Cruzeiro do Sul / Pós-graduado em Medicina Felina pela 
Universidade de Salta / Pós-graduado em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela PUC–Minas / Professor da 
disciplina de técnica cirúrgica do Instituto Newton Paiva / Professor de pós-graduação na área de Medicina Felina / 
Autor de capítulos de livros e artigos científicos na área de Medicina Felina / Presidente atual da Academia 
Brasileira de Clínicos de Felinos - ABFel 
Olá, prezado gateiro e gateira!!!
Cristiano Nicomedes
Presidente da Academia Brasileira 
de Clínicos de Felinos - ABFel
O linfoma alimentar é uma neoplasia 
gastrointestinal frequentemente diagnosticada na 
clínica de felinos domésticos, e sua incidência tem 
aumentado nos últimos anos. Trata-se de uma 
forma anatômica do linfoma caracterizada pela 
infiltração focal, difusa ou multifocal de células 
linfoides neoplásicas no trato gastrointestinal, com 
ou sem o envo lv imento dos l in fonodos 
mesentéricos (HARDY, 1981; MAHONY et al., 1995; 
VALLI et al., 2000; COUTO, 2001). 
Os linfomas gastrointestinais podem ser 
classificados de acordo com sua morfologia 
(células pequenas e grandes), distribuição dentro 
da mucosa (epiteliotropismo), imunofenótipo 
(células B, T ou natural killer), localização anatômica, 
aparência histológica e comportamento biológico 
(baixo e alto grau) (MARSILIO, 2021).
Introdução
LINFOMA ALIMENTAR FELINO
DR. ROCHANA RODRIGUES FETT
Linfoma de células T associado à 
enteropatia tipo I (LTAE-I):
Antigamente chamado de linfoma alimentar 
“de grau intermediário/alto”, é formado por células 
T imaturas e pouco diferenciadas, com altas taxas 
de mitoses, com casos de infiltrados transmurais. 
São tumores agressivos, de rápida progressão, que 
podem se espalhar além do trato alimentar e 
resultar em quadros clínicos agudos e, muitas 
vezes , graves (RICHTER, 2003; MOORE; 
RODRIGUEZ-BERTOS; KASS, 2012; KRICK; 
SONREMO, 2016; MARSILIO, 2021). 
O linfoma de células granulares (LCG) é uma 
forma um pouco distinta, pois suas células 
possuem grânulos intraplasmáticos azurófilos e 
seu imunofenótipo é caracterizado pela presença 
de células T e, ocasionalmente, células natural killer 
(NK) (FINOTELLO et al., 2017).
Linfoma de células T associado à 
enteropatia tipo II (LTAE-II):
 Ant igamente chamado de l in foma 
alimentar “de baixo grau” ou “de pequenas 
células”, é constituído por linfócitos T pequenos, 
maduros e bem diferenciados, com baixas taxas de 
mitoses, que se originam na mucosa do intestino 
mas não costumam invadir a submucosa. 
Tipicamente, fica contido no trato alimentar e 
tende a progredir lentamente. Esse tipo de linfoma 
alimentar é o mais diagnosticado em felinos 
(MOORE; RODRIGUEZ-BERTOS; KASS, 2012; 
KRICK; SONREMO, 2016).
Linfoma difuso de grandes 
células B (LDGB):
 Ant igamente chamado de l infoma 
alimentar “de grandes células”, é composto por 
linfócitos B grandes, com altas taxas mitóticas e 
infiltrados transmurais. Tem rápida progressão e 
pode se espalhar além do trato alimentar 
(MOORE; RODRIGUEZ-BERTOS; KASS, 2012).
Fatores de risco para o 
desenvolvimento do 
linfoma alimentar
Vírus da leucemia felina (FeLV):
 O papel do FeLV no linfoma alimentar ainda 
não é totalmente esclarecido, mas acredita-se que, 
como o genoma do FeLV possui o potencial de 
transformar o linfoblasto infectado em uma célula 
neoplásica, gatos que já tenham sido expostos ao 
vírus podem desenvolver linfoma alimentar, ainda 
que não sejam virêmicos (HARDY, 1981; COSTA; 
SOUZA; DAMICO, 2017).
Vírus da imunodeficiência felina (FIV):
 A função do FIV no 
desenvolvimento do linfoma 
a l imentar pode ser tanto 
i n d i r e t a , d e v i d o à 
imunossupressão que o vírus 
causa, como direta, pela maior 
proliferação de linfócitos logo 
a p ó s a i n f e c ç ã o , o q u e 
a u m e n t a r i a o r i s c o d e 
a p a r e c i m e n t o e 
desenvolvimento de uma célula 
neoplásica (CALLANAN et al., 
1996 ; ENDO et a l . , 1997 ; 
MAGDEN; QUACKENBUSH; 
VANDEWOUDE, 2011).
 A inflamação intestinal 
crônica é frequentemente 
MMédica Veterinária graduada na UFRGS em 2004. Mestre no ano de 
2007 e doutora no ano de 2021 em ciências veterinárias. Especialização 
em medicina de felinos pelo QUALLITAS no ano de 2010. Membro da 
diretoria da ABfel. Membro da AAFP e ISFM. Professora e coordenadora da 
pós-graduação em medicina de felinos do IBM VET. Atendendo 
exclusivamente a felinos desde 2007. Sócia proprietária da Chatterie Centro de 
saúde do gato.édica veterinária graduada na UFRGS em 2004. Mestre no ano de 
proposta como um fator de risco para o 
desenvolvimento de linfoma alimentar, visto que 
alguns estudos descrevem a doença inflamatória 
intestinal (DII) prévia ou concomitante ao linfoma 
(MOORE et al., 2005; BRISCOE et al., 2011).
 Hemograma – pode apresentar anemia, 
linfoblastos, neutrofilia (KISELOW et al., 2008; 
KRICK et al., 2008; SCHMIDT, 2018).
 
 Albumina – pode estar diminuída (KRICK et 
al., 2008; LINGARD et al., 2009).
B ioqu ímicos hepát icos – podem esta r 
aumentados (KRICK et al., 2008; LINGARD et al., 
2009).
 
 Cobalamina – pode estar diminuída 
(BRISCOE et al., 2011).
 
 Folato – pode estar diminuído, normal ou 
aumentado (BARRS; BEATTY, 2012a).
Manifestações clínicas
 Gatos com linfoma alimentar geralmente 
apresentam hiporexia ou anorexia e perda de 
peso crônica. Outros sinais clínicos incluem 
vômitos, diarreia, letargia, poliúria, polidipsia e 
polifagia (MAHONY et al., 1995; KISELOW et al., 
2008).
 E m b o ra o s s i n a i s c l í n i co s s e j a m 
semelhantes entre gatos com LTAE-IIe LTAE-
I/LDGB, a cronicidade e a gravidade costumam 
ser diferentes. Gatos com LTAE-I/LDGB tendem a 
ter um início mais grave e mais rápido dos sinais 
clínicos, enquanto gatos com LTAE-II costumam 
ter sinais clínicos menos graves, com uma história 
indolente (KRICK; SONREMO, 2016).
 
 Gatos com LTAE-I/LDGB tendem a formar 
massa abdominal palpável e envolvimento 
estomacal, já gatos com LTAE-II normalmente 
apresentam espessamento de alças intestinais e 
envolvimento de intestino delgado (BARRS; 
BEATTY, 2012a).
Diagnóstico
 A abordagem diagnóstica primária do 
linfoma alimentar felino visa descartar outras 
afecções que possam acometer o trato 
gastrointestinal. Para isso, devem ser realizados 
alguns exames, como hemograma, bioquímicos 
renais e hepáticos, sorologia para FIV e FeLV, T4 
tota l , l ipase pancreát ica fe l ina , exame 
parasitológico de fezes e PCR para Giárdia spp. 
A lém disso, podem ser fe i tas t r iagens 
t e ra p ê u t i c a s , c o m a n t i p a ra s i t á r i o s e 
antimicrobianos, e alimentares, com dietas de 
eliminação (BARRS; BEATTY, 2012a; BARRIGA, 
2013; JUNIOR; PIMENTA; DANIEL, 2015).
Hematologia e bioquímica
Ultrassonografia abdominal
 Permite a avaliação do 
trato gastrointestinal por meio de 
análise do espessamento de paredes, 
estratificação de camadas, motilidade, 
linfonodos mesentéricos e conteúdo 
luminal (GOGGIN et al., 2000). 
 A s a l t e r a ç õ e s c o m u m e n t e 
encontradas em gatos com LTAE-I/LDGB são 
espessamento da parede intestinal, perda da 
estratificação de camadas, ecogenicidade 
d iminu ída , h ipomot i l idade loca l izada e 
linfoadenomegalia. Também é comum encontrar 
evidência ultrassonográfica de envolvimento 
extraintestinal (PENNICK et al., 1994; MAHONY et 
al., 1995).
 No LTAE-II as paredes podem apresentar 
espessura dentro da normalidade ou aumentadas, 
com preservação da estratificação de camadas e 
os l infonodos mesentéricos podem estar 
aumentados (LINGARD et al., 2009; STEIN et al., 
2010). A espessura normal da parede intestinal e a 
ausênc ia de a l te rações nos l in fonodos 
mesentéricos não excluem a possibilidade de 
LTAE-II (BARRS; BEATTY, 2012a).
 As características ultrassonográficas 
encontradas no LTAE-II são frequentemente 
semelhantes às alterações encontradas em gatos 
com doença inflamatória intestinal e outras 
enteropatias. A realização apenas do exame 
ultrassonográfico abdominal não é suficiente para 
diferenciar essas doenças (EVANS et al., 2006; 
DANIAUX et al., 2014). 
Radiografia
 A radiografia do abdômen pode evidenciar 
a presença de massa abdominal, espessamento da 
parede estomacal, perda do detalhe das serosas e 
obstrução gastrointestinal (MAHONY et al., 1995; 
FONDACARO et al., 1999). Apesar de não serem 
comuns, radiografias torácicas podem ser 
realizadas na procura de envolvimento pulmonar 
(MAHONY et al., 1995). Muitos felinos não 
apresentam alterações radiográficas, por isso, é 
preferível a ultrassonografia abdominal (MOORE 
et al., 1996).
 A capacidade citológica de detectar 
neoplasias intestinais depende da 
extensão da infiltração e da presença de 
ulcerações. A característica esfoliativa do 
linfoma facilita seu diagnóstico citológico 
(FRANKS et al., 1986). 
 A CAAF de massas intestinais ou linfonodos 
mesentéricos aumentados geralmente ajuda a 
diagnosticar linfomas de células grandes (como o 
LTAE-I e LDGB) (Figura 1), mas pode não contribuir 
para o diagnóstico de linfoma de células pequenas 
(como LTAE-II), já que essas podem aparecer 
normais ou reativas. Isso resulta na impossibilidade 
de diferenciação entre hiperplasia linfoide benigna 
e linfócitos neoplásicos (BARRS; BEATTY, 2012b; 
SCHMIDT, 2018). Também é importante ressaltar 
que os grânulos nas células do LCG só podem ser 
o b s e r va d o s n a c i to l o g i a , e n q u a n to n a 
h i s t o p a t o l o g i a i s s o n ã o s e r á p o s s í ve l 
(ANDREASEN et al., 2012).
2000; RICHTER, 2003; MOORE; RODRIGUEZ-
BERTOS; KASS, 2012); extensão desse infiltrado 
linfocítico em camadas profundas da mucosa 
(BRISCOE et al., 2011; KIUPEL et al., 2011); ruptura 
grave da arquitetura das vilosidades e criptas 
(BRISCOE et al., 2011); infiltrados linfocíticos 
intravasculares (KIUPEL et al., 2011); e presença de 
infiltrados celulares neoplásicos em linfonodos 
mesentéricos (VALLI et al., 2000). 
 A avaliação histológica das amostras de 
biópsia intestinal é essencial para diagnosticar 
corretamente a maior parte dos linfomas 
alimentares. Diferente dos LTAE-I/LDGB, o 
diagnóstico de LTAE-II não é tão direto, pois é difícil 
diferenciar morfologicamente os linfócitos 
pequenos neoplásicos dos linfócitos presentes no 
trato gastrointestinal de gatos saudáveis, ou, em 
particular, de gatos com enterite linfoplasmocitária 
(BRISCOE et al., 2011). 
 Os critérios histológicos para diagnóstico 
de linfoma alimentar se baseiam na ausência 
relativa de ambas células linfoides e granulocíticas 
e sua substituição por camadas monomórficas de 
células linfoides neoplásicas, que envolvem a 
lâmina própria da mucosa (Figura 2) (VALLI et al., 
 Tanto as amostras coletadas em biópsia por 
endoscopia quanto as coletadas por laparotomia 
(Figura 3) têm sido utilizadas para diagnosticar 
linfoma alimentar em gatos, e há vantagens e 
desvantagens em ambas as técnicas. As principais 
vantagens da laparotomia são a possibilidade de 
colher amostras de todas as regiões intestinais, 
bem como de outros órgãos, e a retirada de 
fragmentos contendo todas as camadas 
intestinais. Dessa forma, as células neoplásicas 
infiltradas em camadas mais profundas que a 
mucosa podem ser visualizadas pelo patologista 
(RICHTER, 2003; EVANS et al., 2006; WILSON, 
2008; SMITH et al., 2011).
Citologia
Figura 1  - Fotomicrografia de CAAF de massa intestinal de 
felino com LTAE-I. Linfócitos grandes (maiores que neutrófilos).
Fonte: Wright et al. 2018
Histopatologia
Figura 2   – A. Fotomicrografia de infiltrado de linfócitos em
lâmina própria da mucosa do intestino do felino com linfoma
gastrointestinal. B. Intestino do mesmo gato, em visão 
aumentada.
Fonte: Wright et al. 2018
Como a clonalidade nem 
sempre é específica para 
malignidade, essa técnica não 
deve ser utilizada como teste 
diagnóstico único para LTAE-II. Uma 
a b o rd a g e m d i a g n ó s t i c a d eve 
combinar a avaliação de características 
histológicas, imunofenótipo e análise de 
clonalidade (KIUPEL et al., 2011).
Figura 3  - Biópsia de todas as camadas intestinais por 
meio da laparotomia.
 Fonte: própria autora (2022)
Imuno-histoquímica
 A imuno-histoquímica é indicada nos casos 
em que o exame histopatológico foi inconclusivo, 
uma vez que irá destacar padrões distintos de 
infiltração de linfócitos, como a colonização 
epitelial. Além disso, determinará o fenótipo da 
neoplasia, ou seja, o tipo celular predominante 
(MOORE; RODRIGUEZ-BERTOS; KASS, 2011; 
BARRIGA, 2013), podendo ser utilizada para fator 
prognóstico e avaliação da terapêutica instituída 
(PATTERSON-KANE; KUGLER; FRANCIS, 2004; 
AMORIM; NETO; KIUPEL, 2016).
 
 O uso de imuno-histoquímica para avaliar a 
uniformidade fenotípica de um infiltrado de 
mucosa ou para testar a c lona l idade é 
complemento útil para a histopatologia (WALY et 
al., 2005). Uma população linfocítica monomórfica 
dá suporte ao diagnóstico de linfoma, enquanto 
uma população de linfócitos e plasmócitos dá 
suporte ao diagnóstico de inflamação (BARRS; 
BEATTY, 2012b).
PARR
Diagnóstico diferencial
 O principal diagnóstico diferencial do 
linfoma alimentar felino é a doença inflamatória 
intestinal (DII), caracterizada por um infiltrado 
difuso de células inflamatórias na lâmina própria 
da mucosa intestinal. Assim como no linfoma, a 
etiologia da DII também não é amplamente 
conhecida, e acredita-se que ela ocorre como 
consequência de um desequilíbrio entre o 
ambiente, o sistema imunológico e o microbioma 
de um hospedeiro geneticamente suscetível 
(MARSILIO, 2021). A DII tambémpode evoluir para 
um linfoma alimentar, já que alguns gatos têm 
evidências de inflamação multifocal simultânea e 
linfoma em todo o intestino (KIUPEL et al., 2011).
 Outros diagnósticos diferenciais incluem 
n e o p l a s i a s q u e p o d e m a f e t a r o t ra t o 
gastrointestinal, principalmente adenocarcinomas 
e mastocitomas (WILSON, 2008; BARRS; BEATTY, 
2012a).
 A PCR para rearranjo de receptor do 
antígeno (PARR) é uma técnica cuja a finalidade é a 
detecção de clones de células T ou B, e pode ser 
utilizada como método adicional para aumentar as 
c h a n c e s d e d i s t i n ç ã o e n t r e e n t e r i t e 
linfoplasmocitária e LTAE-II (AVERY, 2012).
 Após o d iagnóst ico de 
linfoma alimentar, o estadiamento 
d o p a c i e n t e d e v e s e r f e i t o 
determinando a extensão da doença no 
seu local primário, além da presença ou 
ausência de metástases regionais ou 
distantes (BILLER et al., 2016).
Estadiamento
 O tratamento de escolha para o linfoma 
alimentar felino é a quimioterapia, que acontece 
primeiro com a indução da remissão neoplásica e, 
posteriormente, com a manutenção do paciente 
livre da neoplasia. O protocolo quimioterápico irá 
variar de acordo com o tipo de l infoma 
diagnosticado (WILSON, 2008). 
 Em geral, os gatos são bastante resistentes 
aos e fe i tos co latera i s ma is graves dos 
quimioterápicos e os tutores aceitam bem o 
tratamento, pois notam uma melhora significativa 
na qualidade de vida dos seus animais após o início 
da quimioterapia (TZANNES, 2008).
 O tratamento prévio com corticosteroides, 
antes do início do protocolo quimioterápico, deve 
ser realizado com cautela. Existem especulações 
de que o uso p rév io e p ro longado de 
corticosteroides pode induzir resistência a 
múltiplas drogas quimioterápicas, afetando 
negativamente a resposta ao tratamento 
(BERGMAN, 2003; HLAVATY et al., 2021).
 É incomum que o linfoma alimentar se 
restrinja ao trato intestinal sem o envolvimento de 
linfonodos ou outros órgãos e, por essa razão, 
apenas a ressecção cirúrgica não define o 
tratamento de escolha (RICHTER, 2003). A 
ressecção de massa intestinal será indicada nos 
casos de obstrução ou risco de perfuração, e a 
combinação com a terapêutica quimioterápica 
pode resultar em melhor prognóstico (KRICK et al., 
2008; SMITH et al., 2011).
 Os principais fármacos quimioterápicos 
usados no t ra tamento de l i n foma são : 
ciclofosfamida, clorambucil, prednisolona, 
vincristina, doxorrubicina, L-asparaginase, 
lomustina e metotrexato (BILLER, et al., 2016). 
1 Localizado somente em uma área antômica
Estágio Extensão da doença
3 Tumor gastrointestinal primário difuso não passível de ressecção cirúrgica.
2
Tumor gastrointestinal primário, passível de
ressecção cirúrgica, com ou sem envolvimento
de linfonodos mesentéricos associados.
4
Estágios 1, 2 ou 3 com envolvimento
de baço e/ou fígado.
5
Estágios 1, 2,3 ou 4 com envolvimento inicial 
do sistema nervoso central e/ou medula óssea.
Adaptado de Vail et al.,2007
Tratamento
Indução da Remissão
 A maior parte dos gatos com LTAE-II 
respondem muito bem à quimioterapia oral com 
agentes alquilantes lentos e prednisolona 
(FONDECARO et al., 1999; KISELOW et al., 2008; 
LINGARD et al., 2009; STEIN et al., 2010; MOORE, 
RODRIGUEZ-BERTOS, KASS, 2012). A associação 
do clorambucil com prednisolona é recomendada 
como terapia de primeira linha e possui taxas de 
resposta entre 69% e 96% e durações médias de 
resposta de 567 a 1078 dias (FONDECARO et al., 
1999; KISELOW et al., 2008; LINGARD et al., 2009; 
STEIN et al., 2010). 
 Efeitos colaterais ao clorambucil são raros, 
mas podem ocorrer sinais de toxicidade 
g a s t r o i n t e s t i n a l , m i e l o s s u p r e s s ã o e 
hepatotoxicidade. É recomendado realizar 
leucograma antes do início do tratamento, 
semanalmente no primeiro mês de tratamento e, 
depois disso, a cada 3 meses para avaliar a 
contagem de células brancas (LINGARD et al., 
2009). 
Clorambucil + Prednisolona
Clorambucil Prednisolona
Adaptado de Barrs, Beatty, 2012b.
FONDECARO 
et al., 1999
15 mg/m�, VO, SID, por 4 dias, 
a cada 3 semanas
10 mg/gato, VO, SID
KISELOW 
et al., 2008
2 mg/gato, VO, EDA 5 mg/gato, VO, 
SID ou BID
LINGARD 
et al., 2009
15 mg/m�, VO, SID, por 4 dias, 
a cada 3 semanas
3 mg/kg, VO, SID
STEIN 
et al., 2010
20 mg/m�, VO, 
a cada 2 semanas
2 mg/kg, VO, SID
Lomustina + Prednisolona
 Outro protocolo é a lomustina associada à 
prednisolona (SCHMIDT, 2018). A lomustina em 
dose de 30-60 mg/m� a cada quatro semanas foi 
utilizada em gatos com linfoma, incluindo o 
a l i m e n t a r , e n ã o c a u s o u t o x i c i d a d e 
gastrointestinal, renal ou hepática (RASSNICK et 
al., 2001). 
 Em um estudo, a lomustina em doses de 30-
60 mg/m�, VO, a cada 4-6 semanas, em 8 ciclos, 
demonstrou remissão completa ou parcial em 
cerca de 50% dos animais com LTAE-I/LDGB, que 
é semelhante à resposta obtida em protocolos de 
múltiplos fármacos. Assim, ela se torna uma 
alternativa viável, especialmente em pacientes que 
não toleram a administração de quimioterapia 
semanal (RAU, BURGESS, 2017). 
 O protocolo COP pode ser empregado em 
felinos com LTAE-I/LDGB. Porém, alguns trabalhos 
apontaram baixo índice de remissão e baixa 
expectativa de vida (MAHONY et al., 1995; KRICK et 
al., 2008). 
 Esse protocolo tem como efeito colateral 
comum sinais de intoxicação gastrointestinal 
(como vômitos, diarreia e anorexia), mas 
normalmente é possível controlar com terapia de 
suporte. Uma avaliação periódica do leucograma 
também é necessária, já que tanto a vincristina 
quanto a c ic lo fos famida podem causar 
mielossupressão. Além disso, em raros casos, a 
ciclofosfamida pode levar a um quadro de cistite 
hemorrágica estéril (GROVER, 2005; MOORE, 
FRIMBERGER, CHAN, 2018; CHAN et al., 2020).
 O protocolo CHOP é um tratamento mais 
agressivo, indicado nos casos de LCG e alguns 
LTAE-I/LDGB. A doxorrubicina pode prolongar os 
tempos de remissão em gatos com linfoma de 
grandes células quando usado em combinação ao 
tradicional COP, mas não é eficaz quando usado 
como agente ún ico (VAIL e t a l . , 1998 ; 
OBERTHALER et al., 2009). O tratamento consiste 
no protocolo COP (descrito anteriormente), e ao 
ocorrer a remissão completa, a doxorrubicina é 
introduzida (25 mg/m�, IV, a cada 3 semanas) 
durante 6 meses (JUNIOR, PIMENTA, DANIEL, 
2015). 
Ciclofosfamida + Vincristina + Prednisolona (COP)
Vincristina
0,75 mg/m�, IV, a cada 7 dias, durante 1 mês. 
Após, a cada 3 semanas, durante 1 ano.
Ciclofosfamida 300 mg/m�, VO, a cada 3 semanas
Prednisolona 10 mg/gato, VO, SID
Adaptado de Mauldin 
et al., 1995.
Ciclofosfamida + Vincristina + 
Doxorrubicina + Prednisolona (CHOP)
L-asparaginase + Vincristina + 
Ciclofosfamida + Doxorrubicina + 
Metotrexato + Prednisolona 
 Esse protocolo também pode ser utilizado 
no tratamento do linfoma alimentar felino. 
Entretanto, em estudo de Milner et al. em 2005, não 
foram observados índices de remissão completa 
maiores quando comparados a estudo anterior que 
utilizou COP (TESKE et al., 2002).
Semanas
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez) + L-Asparaginase 
(400 U/kg, SC, uma vez) + Prednisolona (2 mg/kg, VO, SID)
00 mg/m�, VO, a cada 3 semanas
Fármacos e Doses
1
2 Ciclofosfamida (200 mg/m�, IV, uma vez) + Prednisolona 
(2 mg/kg, VO, SID)
3
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez) + Prednisolona 
(1 mg/kg, VO, SID)
4
Doxorrubicina (25 mg/m� ou 1 mg/kg, IV, uma vez, como 
infusão durante 20 minutos) + Prednisolona 
(1 mg/kg, VO, EDA)
6
7
8
9
13
15
17
21
23
25
11
19
Adaptado de Milner et al., 2005
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Ciclofosfamida (200 mg/m�, IV, uma vez)
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Doxorrubicina (25 mg/m� ou 1 mg/kg, IV, uma vez, ~
como infusão durante 20 minutos)
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Clorambucil (1,4 mg/kg, VO, uma vez)
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Metotrexato(0,5 a 0,8 mg/kg, IV, uma vez)
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Clorambucil (1,4 mg/kg, VO, uma vez)
Vincristina (0,5 a 0,7 mg/m�, IV, uma vez)
Doxorrubicina (25 mg/m� ou 1 mg/kg, IV, uma vez, ~
como infusão durante 20 minutos)
Resgate
 Nos casos em que não ocorre resposta ao 
tratamento, ou surge recidiva da neoplasia, 
protocolos quimioterápicos de resgate são 
implantados com o intuito de atingir uma segunda 
remissão. Normalmente, são utilizados diferentes 
fármacos ou diferentes conjugações de fármacos 
que ainda não foram utilizados (ANTELO, 2021).
Clorambucil + Prednisolona 
 Um estudo mostrou que a reintrodução do 
clorambucil e prednisolona em gatos com LAET-II 
que necessitam de terapia de resgate é eficaz e 
pode ser considerada como primeira escolha para 
pacientes que saem da remissão (POPE et al., 
2015). 
Ciclofosfamida + Prednisolona 
 A ciclofosfamida, em combinação com a 
prednisolona, tem sido utilizada como protocolo 
de resgate para gatos com LAET-II que saem da 
remissão clínica (FONDECARO et al., 1999; 
BARRS, BEATTY, 2010; STEIN et al., 2010; KIM et al., 
2021). As doses de tratamento com ciclofosfamida 
ainda não são bem estabelecidas, porém o 
principal efeito colateral relatado 
em gatos é a mielossupressão, 
a f e t a n d o p r i n c i p a l m e n t e o s 
neutrófilos (MOORE, FRIMBERGER, 
CHAN, 2018; MOORE et al., 2018; CHAN et 
al., 2020). 
Ciclofosfamida Prednisolona
2 mg/kg, VO, SID ou 
10 mg/kg, VO, SID
Adaptado de Chan et al., 2020.
225 mg/m�, VO, a cada 3 semanas
200 – 250 mg/m , VO, nos 
dias 1 e 3, a cada 2 semanas
Lomustina 
 A lomustina em protocolo de resgate 
demonstrou um aumento significativo no tempo de 
remissão em gatos com LAET-II, comparado a 
gatos com LAET-I. No entanto, deve-se considerar 
os aumentos nos efeitos colaterais (DUTELLE et al., 
2012; POPE et al., 2015).
10 mg/kg, VO, a cada 3-4 semanas
Prognóstico
 O principal fator prognóstico no linfoma 
alimentar felino é a resposta inicial à quimioterapia 
e se ocorre ou não remissão. Gatos que alcançam 
remissão completa ou que apresentam tempo de 
remissão maior após tratamento quimioterápico 
tem expectativa de vida maior em relação àqueles 
que obtêm remissão parcial ou não atingem 
(LINGARD et al., 2009).
 
 De modo geral, felinos com LTAE-II tem 
uma expectativa de vida maior, melhor resposta à 
quimioterapia e maior tempo de remissão em 
relação à LTAE-I/LDGB (FONDACARO et al., 1999; 
VALLI et al., 2000; RICHTER, 2003; LINGARD et 
al., 2009).
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