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8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19 TERMOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 1 Profa. Luciana Mazzuti Leal 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19 CONVERSA INICIAL Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Vamos iniciar esta disciplina, que tem por objetivo apresentar informações e soluções operacionais sobre comércio exterior, importações, exportações e temas relacionados à área. Inicialmente, abordaremos o significado de “comércio exterior”, seu contexto, regulamentações internacionais, visão macroeconômica do livre-comércio e, por fim, os órgãos brasileiros responsáveis por controlar o comércio exterior. Para discorrermos juntos sobre o assunto, iremos estudar a origem do comércio exterior, suas leis e o impacto das trocas de produtos e serviços entre os países, tanto na compra (importação) quanto na venda (exportação). O comércio exterior engloba a logística nacional e internacional no país de origem e no país de destino, a burocracia aduaneira e as formas de pagamento, seguindo praticamente todos os ritos de um negócio local, mas ultrapassando fronteiras. CONTEXTUALIZANDO Praticamente todos os países dependem do comércio exterior. Alguns são especialistas em tecnologia, maquinários, remédios, produtos hospitalares, peixes, vinhos, chocolates ou, como é o caso do Brasil, commodities agrícolas. O comércio internacional começou a ser regulamentado após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a fim de promover a cooperação internacional e o livre-comércio entre países. Em 1947 teve início a Organização Mundial do Comércio (OMC), após a assinatura do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), responsável por criar e gerenciar regras do sistema multilateral de comércio. O acordo ficou em vigência até 1994 e, a partir de 1995, após a oitava rodada do GATT – conhecida como rodada do Uruguai –, o assunto ficou sob a responsabilidade da OMC, que passou a regular e determinar as regras do livre-comércio e solucionar disputas, até os dias de hoje. Atualmente tem 164 países-membros, dentre eles o Brasil, e representa 98% do comércio mundial (OMC, 2019). [1] 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/19 Com a globalização, o comércio internacional tem se tornado uma ferramenta universal para os países se desenvolverem pelo comércio exterior, já que se relaciona diretamente com a balança comercial – a soma total do que é importado ou exportado num país – e com o produto interno bruto (PIB) – soma de tudo que é produzido de bens e serviços. Em 2018 o Banco Mundial avaliou o Brasil como a nona maior economia do mundo, mas participava de apenas 1,1% do comércio internacional (Banco Mundial, 2019). O Brasil participa de forma ínfima no comércio exterior, e existe uma carência de desenvolvimento no país. Esse desenvolvimento se refere aos negócios internacionais e à relação comercial entre os países. Para que as empresas possam atuar no comércio exterior, é necessário cada vez mais profissionais capazes de desenvolver atividades de compra e venda internacional, e de auxiliar na internacionalização do país. O mercado para profissionais capacitados em comércio exterior, em sua maioria, se concentra em empresas exportadoras, importadoras e prestadoras de serviço, como despachantes aduaneiros ou agentes de carga. As atividades vão desde a gestão de processos e terceiros até projetos de viabilidade comercial. TEMA 1 – INTRODUÇÃO À TERMINOLOGIA TÉCNICA DE COMÉRCIO EXTERIOR É possível compreender o comércio exterior como a troca de produtos e serviços entre países. Essa troca se dá pela compra (importação) e pela venda (exportação), como veremos a seguir. 1.1 IMPORTAÇÃO Segundo a Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais, “A importação compreende a entrada temporária ou definitiva em território nacional de bens ou serviços originários ou procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito” (Brasil, 2015). A importação pode ser feita por pessoa física ou jurídica, seguindo as normas da Receita Federal e considerando a devida carga de impostos. Conforme veremos à frente, a carga tributária na importação compreende cinco impostos: 1. Imposto de Importação (II); 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/19 2. Imposto sobre Produto Industrializado (IPI); 3. Programa de Integração Social (PIS); 4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); 5. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A Receita Federal é o principal órgão responsável pelo controle dos impostos e do comércio exterior no Brasil, por meio do Regulamento Aduaneiro, que apresenta as leis e regras no Decreto n. 6.759/2009. Em outras palavras, o Regulamento Aduaneiro é o coração das atividades de comércio exterior, e é de fundamental importância que os profissionais o conheçam. Figura 1 – Rotina de exportação e importação de produtos Fonte: Vectorfusionart/Shutterstock. As importações para pessoa física são restritas a consumo próprio, impossibilitadas de comercialização. Isso significa que importações pelos Correios, DHL, FedEx, TNT ou outros correios internacionais não podem ser feitas com o objetivo de venda no mercado local, além de existir um limite no valor de cinco mil dólares americanos (valor de 2020). Produtos ou serviços importados são exclusivamente comercializados por pessoas jurídicas devidamente registradas na Receita Federal e em dia com seus tributos. “Devidamente registradas” significa ter os cadastros para emitir notas fiscais e recolher tributos, além de um responsável legal da empresa no contrato social e um CNPJ digital que o permita exercer personalidade jurídica. O CNPJ digital é a identidade digital da pessoa jurídica no meio eletrônico, que permite autenticar atividades da empresa em sistemas públicos e privados. [2] 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/19 Pessoa física é o ser humano possuidor de direitos e deveres e com registro no Cadastro de Pessoa Física (CPF), da Receita Federal. Já a pessoa jurídica é a união de uma ou mais pessoas físicas, mais patrimônio ($), com a finalidade de prestar serviços ou produzir bens. Como exemplo, podemos citar empresas, microempresas, ONGs e associações. Os profissionais da área de importação podem atuar nas empresas importadoras ou em prestadoras de serviço. Exemplos dessas atividades vão desde compras internacionais, controle do andamento dos processos, registro das importações, controle da logística aérea, marítima e rodoviária até internação da importação no estoque da empresa, por meio da emissão da nota fiscal de entrada. 1.2 EXPORTAÇÃO Segundo o Ministério da Economia, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), “A exportação é basicamente a saída da mercadoria pelas fronteiras do país, inclusive mar territorial, decorrente de um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas” (Brasil, 2015). “Divisas” se refere à entrada ou saída de dinheiro e, sim, é possível exportar sem receber dinheiro, como devolução de embalagens reutilizáveis ou produtos intermediários manufaturados. Figura 2 – Processo de importação e exportação de produtos Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock. Também conforme o MDIC (Brasil, 2015), 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/19 A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorrentes internos, pois diversifica mercados, aproveita melhor sua capacidade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais. A atividade de exportar pressupõe uma boa postura profissional, conhecimento das normas e versatilidade. Além dos fatores apresentados, as empresas exportadoras utilizam benefícios fiscais para se tornar mais competitivas no mercado externo, como redução do recolhimento de impostos nas matérias-primas,compra no mercado interno destinada à exportação e isenção de impostos na exportação. Vale lembrar que isso é praticado por todos os países, inclusive de forma ilegal em alguns casos, como nos processos de “dumping” na OMC – quando um país vende seu produto mais barato no mercado externo do que em seu próprio mercado. Aprofundaremos esse assunto nos próximos capítulos. Existem várias formas de uma empresa exportar produtos, podendo contratar profissionais capazes de organizar todos os documentos e contratação de terceiros, montagem do preço de venda ou por meio do programa Exporta Fácil, dos Correios. 1.3 LOGÍSTICA No comércio exterior, a logística pode ser dividida em dois tipos: internacional – que trata dos meios de transporte aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário – e nacional – transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e fluvial. Figura 3 – Exportação e importação de mercadorias Fonte: Vectorpouch/Shutterstock. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/19 No comércio exterior, o ponto determinante da contratação logística depende dos international commercial terms (Incoterms), ou, em português, “termos comerciais internacionais”. Essa contratação deve considerar o que está sendo comprado e as responsabilidades do exportador e do importador. Quando falamos “responsabilidades”, nos referimos a “quando e quem irá pagar o quê”. Para cada tipo de logística existem documentos e controles específicos. A documentação principal da logística do comércio exterior é o conhecimento de carga (ou conhecimento de transporte). Conforme a Receita Federal (Brasil,2014), o conhecimento de carga, também conhecido como conhecimento de transporte emitido pelo transportador, define a contratação da operação de transporte internacional, comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino, constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria e é um documento que ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte. O conhecimento de carga recebe denominações específicas em razão da via de transporte: Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário (CRT), Conhecimento de Carga Ferroviária (TIF/CTF), Bill of Lading (BL) ou Air Waybill (AWB) (Brasil,2014). TEMA 2 – ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Organizações internacionais são instituições criadas por países com um fim específico, que podem ser da área financeira, de saúde, política, ambiental, entre outros. Sobre o comércio exterior, podemos citar três organizações: 1. OMC; 2. FMI; 3. Banco Mundial. Veremos agora a estrutura operacional de cada uma, e o que elas fazem. 2.1 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) Assumpção (2007) comenta que 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/19 A OMC é uma organização permanente e com personalidade jurídica própria, com 150 membros. Entrou em funcionamento em 1º de janeiro de 1995, com objetivo de promover e estabelecer negociações tarifárias multilaterais, mediar a solução de conflitos, não só de origem comercial, mas como também relacionados a direitos autorais e tratamento a investimentos estrangeiros diretos. Em resumo, ela determina as regras para que o comércio internacional possa ocorrer de forma saudável, mantendo os interesses dos envolvidos. Em relação às regras, que são a base do sistema comercial multilateral, a OMC (2019) defende: Não discriminação entre seus parceiros comerciais nem entre produtos e serviços próprios e estrangeiros; Redução de barreiras que podem ser tributárias, proibições ou quotas que restrinjam seletivamente as quantidades; Previsibilidade e transparência nos negócios, evitando barreiras comerciais levantadas de forma arbitrária; Competitividade para desencorajar práticas injustas, como subsídios à exportação e produtos de dumping abaixo do custo para ganhar participação de mercado; Privilégios especiais a países menos desenvolvidos, como maior tempo para se ajustar aos acordos; Medidas de proteção ao meio ambiente, saúde pública e animal, e fitossanidade. 2.2 FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI) O FMI é uma agência especializada das Nações Unidas que tem por objetivo “promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo” (Brasil, 2017). Atualmente o FMI tem 189 países-membros, e sua missão é exercida de três maneiras: 1. Monitoramento do sistema monetário internacional: processo pelo qual o FMI controla as políticas econômicas e os sistemas monetários dos países-membros; 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/19 2. Empréstimos aos países-membros: é responsabilidade central do FMI dar empréstimos a países-membros que enfrentem problemas (atuais ou potenciais) de balanço de pagamentos; 3. Capacitação: programa que auxilia os países-membros a implementar políticas econômicas para promover a estabilidade e o crescimento. Conforme veremos, uma diferença entre o Banco Mundial e o FMI é que este tenta resolver crises e problemas financeiros, e aquele ajuda no desenvolvimento dos países, principalmente estrutural. 2.3 BANCO MUNDIAL O Banco Mundial é uma agência independente das Nações Unidas e auxilia os países rumo ao desenvolvimento. São 60 bilhões de dólares anuais em empréstimos para os 187 países-membros. Dentro do Banco Mundial existe o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), que atua como uma cooperativa. Conforme as Nações Unidas, o Bird atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos financeiros, o seu pessoal altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para apoiar os esforços das nações em desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro, sustentável e equitativo. O objetivo principal é a redução da pobreza e das desigualdades. (Brasil, 2011) O Banco Mundial atua no Brasil há mais de 60 anos e já financiou 50 bilhões de dólares na gestão pública, infraestrutura, desenvolvimento urbano, educação, saúde e meio ambiente. Um dos principais exemplos de atuação do Banco Mundial é a parceria com o Governo Federal no Bolsa Família, responsável pela redução na desigualdade social e em projetos de luta contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a aids. TEMA 3 – VISÃO MACROECONÔMICA DO COMÉRCIO EXTERIOR A visão macroeconômica do comércio exterior é a forma como olhamos para países, economias, moedas, câmbio e políticas de comércio exterior, ou como os países avaliam seus parceiros comerciais. Todos esses fatores, em conjunto, determinam o ambiente no qual países e empresas se inserem para comercializar produtos e serviços. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/19 Figura 4 – Comércio exterior na atualidade Fonte: Any Dean Photography/Shutterstock. 3.1 RISCO-PAÍS A economia de um país se relaciona diretamente ao risco de negócios. Frequentemente vemos nos jornais que o risco Brasil aumenta e abaixa dependendo das políticas internas e externas, e isso ocorre com todos os países. Existe um índice denominado Emerging markets bond index plus (EMBI+) – em português, “Índice de títulos de mercados emergentes” – que mede o grau do ambiente financeiro para investimentos estrangeiros em países emergentes. Essa avaliação tem impacto direto nos investimentos e, consequentemente, na entrada ou saída de moeda estrangeira, e na cotação dessa moeda. Já é uma realidade vivenciada no Brasil há muitos anos pois, quanto maior o risco político ou econômico, menores os investimentos e maior a cotação de moedas estrangeiras em relação ao real. 3.2 MOEDAS Moeda é a forma de pagamento nas transações monetárias, e cada país tem sua própria: nos Estados Unidos a moeda é o dólar; na Comunidade Europeia a moeda é o euro; e no Brasil, o real. Antigamente as moedas tinham como lastro o ouro, portanto seu valorestava no seu peso, como 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/19 garantia. Atualmente esse lastro são as riquezas de um país, não mais utilizando metais como forma de garantia. Figura 5 – Moeda como símbolo de riqueza Fonte: Pogonici/Shutterstock. Na maioria dos negócios entre países, o dólar e o euro são as moedas-padrão, utilizadas como referência nos fechamentos de câmbio, e as moedas de cada país costumam ser convertidas a elas, para se referir a seus pagamentos. Uma importação em dólar ou euro será paga em reais, porém convertida na quantidade de reais equivalentes ao valor do dólar ou euro no dia do pagamento. No Brasil o câmbio é denominado flutuante livre, variando para cima ou para baixo, dependendo apenas dos agentes de mercado para estabelecer o valor das moedas; vale lembrar que a oferta e a demanda também interferem no preço das moedas. No futuro veremos detalhadamente como funcionam as operações de câmbio e as regras de pagamentos internacionais. Além do risco-país e o valor das moedas, os objetivos macroeconômicos de um país se relacionam ao seu crescimento econômico, nível de emprego, taxa de inflação e equilíbrio da balança comercial – esta nada mais é do que o valor total das exportações subtraído do valor total das importações; comparando-a a uma pessoa física, seria algo como a “conta-corrente” do país. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/19 Dois termos são utilizados para a balança comercial: superávit e déficit. Temos o primeiro quando a entrada de divisas é maior que a saída, e no déficit temos o oposto: maior saída do que entrada. 3.3 INFLAÇÃO E ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO Conforme mencionamos, inflação é o aumento contínuo do valor dos produtos ao longo do tempo; um termômetro da economia que mede o poder de compra da moeda. Ela é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A seguir, vejamos a tabela do IPCA (abril de 2020) e os grupos de produtos e serviços: Tabela 1 – IPCA, abril de 2020 Fonte: Brasil, 2020 Outros fatores que compõem a visão macroeconômica do comércio exterior são os acordos internacionais e os blocos econômicos, que veremos nos próximos capítulos. TEMA 4 – LIVRE-COMÉRCIO O livre-comércio nada mais é do que a troca de bens e serviços sem incidência de impostos e protecionismo, visto que os países têm várias ferramentas para proteger a indústria local e sua economia, como veremos à frente. Para iniciar o tema sobre livre-comércio, partimos do mercantilismo, do termo “mercantil”, que significa “concluir um negócio”, conforme Tripoli e Prates (2016) no livro Comércio internacional: teoria e prática. Os autores ainda citam que “O mercantilismo consistia em um conjunto de práticas 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/19 e medidas que os Estados deveriam adotar para se beneficiarem do desenvolvimento econômico, territorial e social”. Outro autor, Adam Smith (1723-1790) – considerado o pai da economia moderna com sua obra mais importante, A riqueza das nações, publicada em 1776 –, defendia que as economias deveriam ser autorreguláveis sem interferência do Estado para ser mais eficientes. Conforme Tripoli e Prates (2016), “Smith defendia o livre-comércio, contrapondo-se aos mercantilistas, que defendiam ações protecionistas”. Conforme já vimos, a OMC também defende o livre-comércio e a não discriminação entre produtos e serviços próprios e estrangeiros, além da redução de barreiras, previsibilidade e transparência nas relações comerciais. 4.1 ZONAS DE LIVRE-COMÉRCIO Zonas de livre-comércio são blocos econômicos ou agrupamentos de países que, juntos, definem a redução ou desobrigação de tarifas no comércio entre eles. Podemos dizer que são uma integração aduaneira com uma política tributária comum entre os blocos ou países. Existem três tipos de zonas de livre-comércio: 1. União aduaneira: integração econômica, união aduaneira e livre-comércio intrazona, com política comercial comum entre os países. Exemplo: Mercosul; 2.Mercado comum: eliminação das tarifas entre os países e livre circulação de pessoas entre eles. Exemplo: União Europeia; 3. União econômica monetária: mesmas características do Item 2, porém com a unificação das moedas em circulação nos países. Exemplo: Comunidade Europeia. Atualmente a Comunidade Europeia é o maior exemplo de bloco econômico em funcionamento. 4.2 ACORDOS COMERCIAIS Figura 6 – Acordos comerciais em andamento 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/19 Fonte: Myvector/Shutterstock. Acordos comerciais podem ser feitos entre blocos econômicos ou entre países com finalidades diversas. Conforme o governo brasileiro, o Brasil tem acordos no âmbito multilateral e regional no Mercosul e na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), além de ter acordos de bens, serviços, investimentos, compras governamentais, sistema geral e global de preferências e de meio ambiente. Saiba mais Todos os acordos comerciais do Brasil podem ser encontrados em: <http://www.investexp ortbrasil.gov.br/acordos-comerciais.> Acesso em: 17 ago. 2020. Adiante veremos os principais acordos comerciais do Brasil e como eles funcionam. TEMA 5 – ÓRGÃOS ANUENTES Para entendermos os órgãos anuentes, é necessário saber o que são intervenientes do comércio exterior. Conforme a Instrução Normativa da Receita Federal n. 1.288/2012, http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/19 Considera-se interveniente do comércio exterior, o importador, o exportador, o beneficiário de regime aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante aduaneiro e seus ajudantes, o transportador, o agente de carga, o operador de transporte multimodal (OTM), o operador portuário, o depositário, o administrador de recinto alfandegado, o perito, o assistente técnico, ou qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou indireta, com a operação de comércio exterior. Em resumo, são todos os envolvidos nos processos do comércio exterior, e os órgãos anuentes também são intervenientes, porém com a função de autorizar e gerenciar a entrada e saída de bens e serviços. 5.1 ÓRGÃOS ANUENTES NO BRASIL Tais órgãos (15 no total) atuam na anuência de importações de produtos/operações a eles pertinentes, conforme a lista a seguir: Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa Agência Nacional do Cinema – Ancine Comando do Exército – Comexe Departamento de Operações de Comércio Exterior – Decex Departamento de Polícia Federal – DPF Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBC Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa. Mas, afinal, o que determina qual é o órgão anuente para importar ou exportar determinado produto? A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Trata-se de um conjnto de oito números que classificam as mercadorias e determinam os impostos. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/19 Os órgãos mais comuns na importação são: 1. Anvisa: é o órgão responsável pelo controle sanitário de mercadorias importadas e nacionais, garantindo as normas impostas pelo Ministério da Saúde. No caso do comércio exterior, a Anvisa controla a entrada e saída dos produtos de origem natural, medicamentos, produtos hospitalares, alimentos, entre outros; 2. Mapa: órgão responsávelpelo controle das operações comerciais que envolvem produtos de origem animal ou vegetal e agropecuária, como animais e derivados, vegetais e derivados, agrotóxicos, fertilizantes, vinhos e outros, além de fiscalizar o controle de pragas oriundas de outros países nas importações pelo controle de embalagens de madeira e paletes, conforme a Instrução Normativa Mapa n. 32/2015 – podemos identificar essa fiscalização no carimbo de tratamento da madeira na figura a seguir: Figura 7 – Carimbo de tratamento Fonte: Dima Moroz/Shutterstock. Determinado o órgão anuente, também será possível identificar a necessidade (ou não) de uma licença de importação ou exportação. TROCANDO IDEIAS No Tema 1.3 abordamos a logística no comércio exterior e apresentamos algumas opções internacionais e nacionais. Na sua opinião, é possível utilizar uma ou mais opções num único 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/19 processo de importação ou exportação? Compartilhe a resposta com os colegas! NA PRÁTICA Orientações para a atividade: 1. Leia a Rota 1; 2. Leia o trecho da matéria jornalística e a atividade proposta (a seguir); 3. Faça a tarefa solicitada; 4. Bons estudos e bom trabalho! Atividade prática 1 – Leia o trecho a seguir: A guerra comercial entre Estados Unidos e China Desde o início do ano de 2018, o sistema multilateral de negociação do comércio foi desafiado com decisões unilaterais dos Estados Unidos da América (EUA) relativas ao aumento de tarifas de importação para determinados parceiros comerciais, especialmente a China. O pano de fundo dessas medidas dos EUA é o aumento do déficit comercial do país nos últimos anos. Em 2017, os EUA apuraram um déficit na balança comercial de bens de US$ 861 bilhões, contra US$ 797 bilhões, em 2016. Em 2017, houve um aumento do déficit bilateral com a China em 7%, chegando a US$ 363 bilhões, o equivalente a 42% do déficit total. (Carvalho; Azevedo; Massuquetti, 2019) Após a leitura do texto, responda: 1. Com base no texto apresentado, comente a relação do livre-comércio defendida pela OMC e as ações tomadas pelos Estados Unidos; 2. Você acredita que a guerra comercial entre Estados Unidos e China irá afetar o comércio exterior no Brasil? Por quê? FINALIZANDO Chegamos ao final desta aula! Iniciamos com o contexto teórico sobre importação, exportação, logística, órgãos internacionais, risco-país, moedas, livre-comércio e órgãos anuentes. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/19 O objetivo desta aula foi compreender os termos iniciais do desenvolvimento do comércio exterior brasileiro e o entendimento das necessidades para os profissionais do setor. Assim será possível desenvolver os tópicos necessários para a gestão dos processos de forma mais técnica e avançada nas próximas aulas. REFERÊNCIAS ACORDOS comerciais. Invest Export Brasil, [S.l.], 3 set. 2015. Disponível em: http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais. Acesso em: 17 ago. 2020. ASSUMPÇÃO, R. M. Exportação e Importação, conceitos e procedimentos básicos. Curitiba: Ibpex, 2007. BANCO MUNDIAL. Gross domestic product. 2019. Disponível em: https://databank.worldbank.org/data/download/gdp.pdf. Acesso em: 17 ago. 2020. BRASIL. Banco Mundial. Nações Unidas Brasil, Brasília, DF, 2011. Disponível em: https://nacoesunidas.org/agencia/bancomundial/. Acesso em: 17 ago. 2020. _____. Instrução Normativa RFB n. 1.288, de 31 de agosto de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1º set. 2012. _____. Importação. Receita Federal: Ministério da Economia, Brasília, DF, 9 out. 2014. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e- exportacao/despacho-aduaneiro-de-importacao. Acesso em: 17 ago. 2020. _____. Exportação. Migração: Ministério da Economia, Brasília, DF, 2015. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/index.php/legislacao/9-assuntos/categ-comercio-exterior/831- exportacao%20acesso%20em%202020. Acesso em: 17 ago. 2020. _____. FMI: Fundo Monetário Internacional. Nações Unidas Brasil, 2017. Disponível em: https://nacoesunidas.org/agencia/fmi/. Acesso em: 17 ago. 2020. _____. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. Sidra, [S.l.], 2020. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/abril-2020. Acesso em: 17 ago. 2020. 8/15/22, 2:43 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/19 CARVALHO, M. F. P.; AZEVEDO, A. F. Z.; MASSUQUETTI; A. O Brasil no contexto da guerra comercial entre EUA e China. Anpec, 2019. Disponível em: https://www.anpec.org.br/sul/2019/submissao/files_I/i5- 0835cda12a9792564cef6a42fd641bda.pdf. Acesso em: 17 ago. 2020. OMC – Organização Mundial do Comércio. Who we are. 2019. Disponível em: https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/who_we_are_e.htm. Acesso em: 17 ago. 2020. TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio internacional: teoria e prática. Curitiba: InterSaberes, 2016. Commodities são matérias-primas essenciais com baixo índice de industrialização, como petróleo, soja, milho etc. DHL, FedEx e TNT são empresas globais de correio, conhecidas como couriers. [1] [2] 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/20 TERMOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 2 Profa. Luciana Mazzuti Leal 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/20 CONVERSA INICIAL Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a esta aula! Hoje estudaremos operações com moedas estrangeiras; terminologia técnica no câmbio e nos contratos de câmbio; carta de crédito; legislação aduaneira e tipos de importação. Esses tópicos fornecerão as regras de maneira técnica e prática para as operações cambiais e as ações a serem executadas pelos profissionais de comércio exterior. As operações cambiais na exportação ou importação de produtos e serviços passam obrigatoriamente por agentes financeiros, como veremos. Após os tópicos de câmbio, estudaremos a legislação aduaneira pelo Regulamento Aduaneiro. Também veremos os tipos de importação autorizados pela Receita Federal. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Já abordamos anteriormente o significado dos termos “exportação” e “importação”, a organização do comércio internacional e os principais órgãos reguladores. Também vimos o que são divisas, moedas e sua conversão para pagamentos internacionais. A título de curiosidade, o Banco Central do Brasil (BCB/Bacen) fez uma pesquisa publicada em 12 de fevereiro de 2020, e constatou que, naquele momento, circulavam R$ 320.238.730.536,00 (trezentos e vinte bilhões, duzentos e trinta e oito milhões, setecentos e trinta mil e quinhentos e trinta e seis reais) em cédulas no país. Figura 1 – A cédula brasileira 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/20 Fonte: Andre Nery/Shutterstock. A Tabela 1 mostra essa informação em mais detalhes: Tabela 1 – Cédulas em circulação no Brasil em 2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020 A mesma pesquisa revela que as moedas físicas de 1 centavo, 5, 10, 25, 50 centavos e de 1 real em circulação somavam R$ 7.135.923.800,88 (sete bilhões, cento e trinta e cinco milhões, novecentos e vinte e três mil, oitocentos reais e oitenta reais e oito centavos). Figura 2 – Moeda brasileira de um real Fonte: RafastockBR/Shutterstock 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/20 A Tabela 2 mostra essa distribuição em mais detalhes: Tabela 2 – Moedas em circulação no Brasil em 2020 Fonte: Banco Central do Brasil, 2020. As moedas estão diretamente relacionadas aos pagamentos e, consequentemente, aos câmbios, pois cada país ou bloco econômico tem a própria moeda. Existem regras para executar os pagamentos e estratégias para melhorar o desempenho nas conversões ou gestão dos pagamentos, seja por órgãos públicos ou privados. Vejamos a seguir as principais opções e a terminologia dos pagamentos internacionais: Pagamento adiantando ou antecipado; Pagamento à vista;Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista (exemplo: 30% adiantado + 70% à vista); Pagamento contra documentos (em inglês, cash against documents); Pagamento a prazo. Essas opções podem ser selecionadas tanto na exportação quanto na importação de um produto ou serviço. No caso das exportações, a opção de pagamento interfere diretamente na montagem do preço de venda; pode-se perceber que um pagamento adiantado tem maior vantagem sobre um pagamento a prazo, por exemplo. Todos os câmbios são regulados pelo Bacen e podem ser feitos por instituições bancárias tradicionais, como Itaú, Banco do Brasil, Bradesco etc., ou casas de câmbio e corretoras de valores. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/20 No caso de países com elevado grau de risco econômico ou político, é possível utilizar um instrumento chamado carta de crédito, que garante a operação de exportação ou importação por instituições financeiras garantidoras ou fiadoras. A carta de crédito tem um custo que deve ser considerado na montagem do projeto de importação ou exportação, como veremos no Tema 3. Várias são as situações que envolvem o câmbio e seus riscos. Por exemplo, uma das partes pode não receber o pagamento ou receber menos que o combinado. Para identificar e reduzir tais situações, veremos as regras e legislações definidas pelo Bacen. TEMA 1 – OPERAÇÕES COM MOEDA ESTRANGEIRA Operações com moeda estrangeira são reguladas pelo Bacen, por meio do Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). É possível encontrá-lo no site do Bacen, ainda que prevaleçam sobre ele as últimas atualizações no Diário Oficial da União. Figura 3 – Logotipo do Bacen Fonte: Jô Galvão/Shutterstock. Tal regulamento se divide em três títulos: 1.Mercado de câmbio: abrange as operações de compra e venda de moeda estrangeira, as transferências internacionais em reais e as operações que envolvem ouro-instrumento cambial, bem como as matérias necessárias ao seu funcionamento regular; 2. Capitais brasileiros no exterior: contemplam os valores de qualquer natureza, os ativos em moeda, os bens e os direitos fora do território nacional por pessoas físicas e [1] 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/20 jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil; 3. Capitais estrangeiros no país: tratam dos investimentos externos ingressados no Brasil e de outros recursos captados no exterior na forma da legislação e regulamentação em vigor. O RMCCI regula as atividades financeiras, e o Bacen é o órgão responsável por autorizar os agentes financeiros na prática das operações com moeda estrangeira. 1.1 AGENTES Conforme o Bacen, 181 instituições operam no mercado cambial em 2020, e suas atividades compreendem: Bancos; Caixas econômicas; Corretoras de câmbio; Corretoras de valores; Distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Pergunta: Quem é o agente financeiro e o que ele faz? Resposta: É o profissional ou instituição atuante no mercado financeiro capaz de conceder empréstimos, financiamentos e demais operações de crédito. 1.2 OPERAÇÕES CAMBIAIS Agentes autorizados podem exercer as seguintes operações, de acordo com o RMCCI: Compra e venda de moeda estrangeira; Pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira; Transferências para o exterior; Recebimentos do exterior; Aplicações no mercado financeiro; Venda de produtos financeiros. Essas operações se estruturam de duas formas: 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/20 1. Mercado primário: nele ocorrem a entrada e saída de moeda em território nacional, como turistas, operações de exportação ou importação; 2. Mercado secundário: correspondem às movimentações para dentro ou para fora do país, por meio dos agentes citados no Tema 1.1. TEMA 2 – TERMINOLOGIA TÉCNICA NO CÂMBIO E NOS CONTRATOS DE CÂMBIO Vimos que os agentes responsáveis pelos pagamentos são autorizados pelo Bacen. Partindo dessa premissa, deve existir primeiramente uma relação comercial entre o exportador ou importador com o agente financeiro, o que pode ser feito com uma conta física ou jurídica numa instituição financeira, ou simplesmente se cadastrar numa corretora de câmbio. Figura 4 – A relação comercial é imprescindível à exportação e importação Fonte: Florin Burlan/Shutterstock. No caso dos exportadores, feita a negociação e iniciada a exportação, o exportador envia para o importador os dados bancários (ou da corretora de câmbio) para que o pagamento seja feito; nas importações, é o inverso. Os dados bancários são: 1. Nome do banco ou corretora de câmbio; 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/20 2. Endereço do banco ou corretora de câmbio; 3. Número da agência e conta; 4. Códigos Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Swift) (em português, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais) ou International Bank Account Number (Iban) (em português, Número Internacional de Conta Bancária). Os códigos Swift e Iban são compostos por números e letras, conforme as Figuras 5 e 6: Figura 5 – Modelo do código Swift Fonte: O que é Swift?, 2020. Figura 6 – Modelo do código Iban Fonte: O que é Swift?, 2020. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/20 Em todos os pagamentos internacionais é obrigatório enviar os dados bancários descritos nas figuras, para uma correta identificação do pagador e recebedor. Na prática, a informação dos dados bancários é dada na fatura comercial (invoice) ou na fatura proforma (proforma invoice), como veremos no Tema 4.2. Veja a seguir um modelo real de pagamento de um importador brasileiro para um exportador tailandês no valor de quarenta e cinco mil dólares americanos: Figura 7 – Pagamentos internacionais de 20 de junho de 2020 MT S103SINGLE CUSTOMER CREDIT TRANSFERPAGE 000001 Basic HeaderF 01 BBDEBRSPASPO 6028 696087 Application Header I 103 CITIUS33XXXX N User HeaderService Code 103: Bank. Priority 113: Msg User Ref. 108: INTERNO 496572 Validation119: Service Type 111: End to End Ref. 121: 9470166a-12e6-4486-bb24-119161a32bab Sender's Reference *20: 01532078223 * * Repeatable Sequence 001 * * * * * * Occurrence 00001 Time Indication13: Code // TimeSign Offset Bank Operation Code *23 B: CRED * * Repeatable Sequence 002 * * * * * * Occurrence 00001 Instruction Code23:/ Trans. Type Code26: Settlement Amount *32 A: Date 200604 Currency USD Amount 45.000,00 Instructed Amount 33: CurrencyAmount Exchange Rate36: Ordering Customer *50 K: /23700291000085089 XYZ – CNPJ (Importador) Sending Institution 51: Ordering Inst.52: Sender's Corr. A BBDEBRSPMTZ Receiver's Corr.4 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/20 Third Reimburs.Inst. 55: Intermediary56: Account with Inst. 57 A: ICBKTHBK Beneficiary Customer*59: / 0010095077 XYZ (Exportador) Remittance Info.70: /INV/E20124 Details of Charges *71 A: SHA * * Repeatable Sequence 003 * * * * * * Occurrence 00001 Sender's Charges71: CurrencyAmount Receiver's Charges 71: CurrencyAmount Send. to Rec. Info. 72: Regulatory Report 77: Message not designed for direct human entry or processing. Only 20 lines truncated to 75 Fonte: Leal, 2020. É importante preencher corretamente os dados bancários, a fim de evitar cobranças indevidas ou cancelamento da remessa, que pode ocasionar multas e gerar atrasos. 2.1 MESA DE CÂMBIO Mesa de Câmbio é o departamento responsável pelos pagamentos internacionais dentro dos agentes financeiros autorizados pelo Bacen e já citados no Tema 1.1. Os exportadores ou importadores, quando efetuam um pagamento, devem entrar em contato com a Mesa de Câmbio do agente financeiro contratado a fim de finalizar o processo. Quando isso ocorre, a Mesa de Câmbio informa a taxa do pagamento. Ou seja, o agente oferece um valor correspondente para a moeda negociada no valor da fatura comercial daquelemomento. Figura 8 – Trabalho da Mesa de Câmbio 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/20 lFonte: Raulalmu/Shutterstock. É importante que o exportador (ou importador) acompanhe o mercado financeiro para escolher o melhor momento de efetuar seu recebimento ou pagamento, observando uma taxa favorável. A taxa é o valor de uma moeda em relação a outra. Por exemplo, um profissional fez uma exportação do Brasil para a Itália no valor de dez mil euros, na opção de pagamento adiantado. Ele envia um documento para o importador chamado fatura comercial (ou invoice), com seus dados bancários e códigos Swift/Iban, e assim o importador pode efetuar o pagamento. Quando ele executar o pagamento, enviará o comprovante, e assim o exportador aguardará o aviso de que as divisas chegaram em seu agente financeiro contratado para então negociar a taxa e finalizá-lo. Nesse exemplo o profissional optou pelo pagamento adiantado, porém, como vimos, são cinco as principais opções: 1. Pagamento adiantando ou antecipado: o importador paga e o exportador envia a mercadoria após receber o pagamento. Nesse caso o risco é muito baixo para o exportador, mas é alto para o importador, caso o exportador não atenda às necessidades do importador ou não entregue a mercadoria; 2. Pagamento à vista: o importador paga ao exportador assim que a mercadoria for embarcada, mas antes da chegada da carga no destino. Nesse caso o exportador só envia os documentos para liberar a importação após o pagamento. É uma prática muito comum; 3. Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista: o importador paga um percentual do valor total da importação antes do embarque, e mais um percentual antes da 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/20 chegada da carga no recinto alfandegado de destino. Exemplo: 30% adiantado + 70% à vista; 4. Pagamento cash against documents (CAD): o importador paga o exportador via banco, e este funciona como fiador, que assume o risco, junto do exportador, de inadimplência do importador; 5. Pagamento depois do embarque, ou a prazo: o importador paga o exportador num prazo determinado após a chegada da importação na aduana de destino. Esse prazo pode ser negociado. Por exemplo: 120 dias após a data de chegada. As opções de pagamento sempre devem ser consideradas numa negociação, já que estão diretamente relacionadas com a viabilidade de um negócio. TEMA 3 – TERMINOLOGIA NA CARTA DE CRÉDITO A carta de crédito (ou letter of credit – LC) é uma modalidade de pagamento executável por agentes autorizados, que emitem um documento garantindo o pagamento. Ou seja, as instituições financeiras ou corretoras de câmbio operam como fiadoras do pagamento internacional. Esse tipo de serviço garante segurança a ambas as partes. Para iniciar uma carta de crédito junto à instituição financeira contratada, o exportador (ou importador) deverá preencher um formulário impresso ou digital fornecido por ela, com as seguintes informações: Local e data; Endereço; Data e local do vencimento do crédito ou débito; Beneficiário; Dados do banco ou agente autorizado; Valor e moeda; Comissão do agente; Código Swift; Data de embarque (previsão); Possibilidade (ou não) de embarque parcial; Transbordos; 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/20 Local de descarga; Mercadoria; Documentos exigidos pelo exportador (ou importador); Condições; Frete; Fatura comercial; Seguro; Testemunhas; Assinatura dos tomadores. As instituições financeiras cobram por esse serviço, cuja taxa varia conforme as garantias propostas em contrato, chegando a 10% do valor total da operação, o que exige uma avaliação prévia da carta de crédito para viabilizar o negócio. Existem casos em que os exportadores só operam por meio de cartas de crédito, dificultando a vida dos importadores. TEMA 4 – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA A legislação aduaneira é regulada pelo Decreto n. 6.759/2009, também conhecido como Regulamento Aduaneiro. Nele podemos encontrar todas as leis, regras e decisões a respeito do comércio exterior brasileiro, iniciando-se pela definição do território aduaneiro, dividido em duas zonas: 1. Zona primária: Área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; Área terrestre nos aeroportos alfandegados; Área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados. 2. Zona secundária: Parte restante do território aduaneiro, incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. É importante entender as zonas aduaneiras para delimitar a jurisdição do controle do comércio exterior e avançar em relação aos recintos alfandegados, que veremos agora. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/20 4.1 RECINTOS ALFANDEGADOS Os recintos alfandegados, também conhecidos como recintos aduaneiros, são locais autorizados e declarados pela Receita Federal para controle aduaneiro, movimentação de cargas de exportação e importação, armazenagem, bagagens e correios internacionais. No Brasil podemos citar o Porto de Santos, Aeroporto Internacional de Guarulhos, Aduana de Fronteira em Foz do Iguaçu e Porto de Paranaguá. Figura 9 – Exemplo de recinto alfandegado Fonte: Grigvovan/Shutterstock. Via de regra, os recintos aduaneiros se localizam nos aeroportos, portos e fronteiras, mas também existem os recintos de interior, chamados de estação aduaneira interior (Eadi), ou porto seco – um recinto aduaneiro público e normalmente utilizado por estar mais próximo aos portos convencionais, facilitando o acompanhamento do processo aduaneiro. Todas as operações de comércio exterior devem obrigatoriamente passar pelo controle aduaneiro em recintos alfandegados; nenhuma exportação nem importação está isenta dessa obrigação. Esses recintos cobram taxas de armazenagem e taxas operacionais, desde a entrada até a saída de um processo de comércio exterior. Em alguns casos os custos são elevados, conforme a tabela a seguir, de armazenagem do aeroporto de São José dos Pinhais: Tabela 3 – Preço relativo à tarifa aeroportuária de armazenagem de carga importada 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/20 Fonte: Paclog, [S.d.]. Com base na Tabela 3, é possível simular o custo de armazenagem de uma importação no valor de vinte mil dólares americanos por período: Período 1 (2 dias) = US$ 20.000,00 × 0,75% = US$ 150,00 ou R$ 750,00 (taxa R$ 5,00); Período 2 (3 dias) = US$ 20.000,00 × 1,5% = US$ 300,00 ou R$ 1.500,00 (taxa R$ 5,00); Período 3 (5 dias) = US$ 20.000,00 × 2,25% = US$ 450,00 ou R$ 2.250,00 (taxa R$ 5,00); e assim sucessivamente para os períodos seguintes. É importante observar que a armazenagem é cobrada pelo período final. Ou seja, se a carga ficar seis dias, será cobrada a alíquota de 2,25%. Todos os recintos aduaneiros têm tabelas de armazenagem, e na prática alguns processos de importação, quando em análise fiscal, podem ficar até trinta dias armazenados, gerando despesas altíssimas e demandando profissionais capazes de prever e organizar os processos antes de iniciá- los. 4.2 DOCUMENTOS O Regulamento Aduaneiro também define os documentos necessários para os processos de exportação e importação, conforme o art. 557. Dentre eles, os principais documentos são: Fatura comercial, ou invoice: descreve todos os detalhes do importador, exportador, produto, quantidade, país de origem, moeda, Nomenclatura Comum do Mercosul, Incoterm, peso líquido, peso bruto, condição de pagamento e dados bancários; Romaneio de carga, ou packing list: descreve as mercadorias, suas embalagens, disposição dos produtos e ordem das caixas num processo. É por esse documento que os fiscais se guiam para analisar a mercadoria em caso de fiscalização; 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/20 Conhecimento de carga ou conhecimento de transporte: é o documento que define a operação do transporte, propriedadeda carga e definições de origem, destino e detalhes do transporte; Outros documentos: certificado de livre comércio, de origem, de análise, fitossanitário, entre outros, que veremos nos próximos conteúdos. Futuramente vamos detalhar cada uma das peculiaridades dos documentos. 4.3 IMPOSTOS Os impostos são uma imposição ou encargo financeiro aplicado pelo Estado com base num fato gerador, nesse caso a exportação ou importação. O Regulamento Aduaneiro define as regras para o recolhimento correto dos impostos e suas bases de cálculo (os valores que, somados, serão multiplicados pela alíquota devida). Figura 10 – Representação de imposto Fonte: Enciktepstudio/Shutterstock. Via de regra, não temos incidência de impostos nas exportação, salvo algumas operações distintas. Já na importação, os principais impostos são: Imposto de Importação (II); Imposto sobre Produto Industrializado (IPI); Programa Integração Social (PIS); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/20 Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual (ICMS). O valor das alíquotas dos impostos é definido pela Nomenclatura Comum do Mercosul, composta por um código de oito dígitos que classificam as mercadorias e definem o percentual de impostos a ser cobrado. Um processo de exportação ou importação com incidência de impostos só é liberado após o pagamento dos tributos, o que normalmente é feito pelo despachante aduaneiro, como veremos a seguir. 4.4 DESPACHANTES ADUANEIROS São profissionais especializados e capacitados no Regulamento Aduaneiro, contratados para auxiliar exportadores e importadores em seus processos. Essa contratação ocorre em razão da alta burocracia, regulamentos, regras e procedimentos no Brasil. Eles também podem trabalhar em empresas chamadas comissárias de despacho aduaneiro. Essas empresas (ou profissionais) auxiliam todas as etapas dos processos determinadas no Regulamento Aduaneiro e perante os órgãos reguladores analisados anteriormente. Podemos citar algumas atividades do despachante aduaneiro nos processos de comércio exterior: Acompanhar os embarques; Registrar o processo na Receita Federal; Analisar os documentos; Verificar a Nomenclatura Comum do Mercosul e as necessidades de fiscalização; Informar os impostos devidos; Fazer follow-up (acompanhar o processo); Apresentar melhorias. Além das atividades citadas, os despachantes aduaneiros também auxiliam na redução de custos e em alternativas para um melhor desempenho nos processos. TEMA 5 – TIPOS DE IMPORTAÇÃO 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/20 O Regulamento Aduaneiro define três tipos de importação: direta, por conta e ordem de terceiros, e por encomenda. 1. Direta: a pessoa física (ou jurídica) efetua a importação por conta própria, sendo responsável por todas as etapas no Regulamento Aduaneiro, podendo ou não contratar um despachante; 2. Por conta e ordem de terceiros: é o tipo de importação por empresas chamadas tradings. A trading atual intermedeia e realiza todo o processo de importação para a empresa contratante, também chamada de adquirente; 3. Por encomenda: como o nome já diz, a empresa importadora faz a importação com a promessa de revender os produtos para a empresa que encomendou. TROCANDO IDEIAS No Tema 2.1 abordamos as opções de pagamento das empresas. Seria possível utilizar opções de pagamento para negociar o preço de um produto a ser importado? Compartilhe sua opinião com os colegas. NA PRÁTICA Orientações para a atividade: 1. Leia a Aula 2; 2. Leia a matéria a seguir e a atividade proposta; 3. Realize a tarefa solicitada; 4. Bons estudos e bom trabalho! Atividade prática – Leia a matéria a seguir: Balança comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,653 bilhão e corrente de comércio de US$ 6,966 bilhões, na terceira semana de junho de 2020 – com cinco dias úteis –, como 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/20 resultado de exportações no valor de US$ 4,31 bilhões e importações de US$ 2,656 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22/6), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Ano – No ano, as exportações totalizam US$ 96,742 bilhões, e as importações, US$ 76,377 bilhões, com saldo positivo de US$ 20,366 bilhões e corrente de comércio de US$ 173,119 bilhões. Análise do mês – Nas exportações, comparada à média diária até a terceira semana de junho de 2020 (US$ 873,22 milhões) com a de junho de 2019 (US$ 968,74 milhões), houve queda de 9,9%, em razão da diminuição nas vendas na Indústria Extrativa (−24,3%) e de produtos da Indústria de Transformação (−18,3%). Por outro lado, houve aumento nas vendas em agropecuária (+30,2%). (Balança…,2020) Tarefa: 1. Com base no texto, comente a relação dos pagamentos internacionais e a relação com o superávit; 2. O texto menciona que as exportações superaram as importações. Qual o seu entendimento em relação aos fatores que auxiliam nessa situação econômica favorável? FINALIZANDO Chegamos ao final desta aula! Nosso objetivo principal foi compreender os intervenientes e como funcionam os pagamentos internacionais no comércio exterior. Primeiro analisamos os documentos necessários e as informações que os documentos devem conter. Depois verificamos quais são os agentes financeiros e os meios de executar os pagamentos pelas mesas de câmbio. Finalizada a etapa do câmbio, vimos que, para todas as ações no comércio exterior, é necessário seguir o Regulamento Aduaneiro (Decreto n.6.759/2009). Esse documento contempla todas as leis, regras e decisões legais sobre as operações de comércio exterior no Brasil, além dos seus tipos de importação. REFERÊNCIAS 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/20 BALANÇA comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho. Gov.br, Brasília, DF, 22 jun. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt- br/assuntos/noticias/2020/ju nho/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-1-653-bilhao-na- terceira-semana-de-junho. Acesso em: 18 ago. 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cédulas e moedas. 2020. Disponível em: https://www3.bcb.gov.br/mecpublico/?wicket:interface. Acesso em: 18 ago. 2020. BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 fev. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/decreto/d6759.htm. Acesso em: 18 ago. 2020. O QUE É SWIFT? Confidence Câmbio, [S.l.], 2017. Disponível em: https://www.confidencecambio.com.br/blog/o-que-e-swift/. Acesso em: 18 ago. 2020. PACLOG. Tabela de armazenagem. [S.d.]. Disponível em: http://www.paclog.com.br/pt/tarifas/cwb. Acesso em: 18 ago. 2020. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/>. Acesso em: 18 ago. 2020.[1] 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19 TERMOS TÉCNICOS NO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 3 Prof. Luciana Mazzuti Leal 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19 CONVERSA INICIAL Estamos avançando em nossos estudos e, nesta aula, abordaremos negociação internacional, acordos comerciais, parcerias comerciais, Incoterms e sistemática de importação. A negociação internacional é a etapa precursora de um projeto de comércio exterior, sendo necessário que as partes cheguem a uma concordância sobre determinado tema para que possam avançar em um acordo benéfico para. As partes normalmente envolvem dois ou mais países e devem sempre respeitar as regras da OMC ou os acordos bilaterais, ambos estabelecidos pelos governos e atuantes nas mais diversas áreas, como desenvolvimento técnico-científico, infraestrutura, tributário, dentre outros. Para auxiliarnas negociações, contamos também com os Incoterms, que constituem um manual que normatiza e padroniza as regras de transferências de responsabilidades financeiras e de seguro envolvidas na movimentação internacional da carga. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Os países que buscam se desenvolver por meio do comércio exterior certamente têm como estratégia oferecer qualidade e preços atrativos com o objetivo de se tornarem competitivos no mercado externo. Para que essa estratégia possa ser eficiente, é necessário que as empresas e os profissionais de comércio exterior sejam capazes de analisar os mercados e competidores a fim de se colocarem no mercado. Existem formas para isso acontecer e uma delas é a utilização das técnicas de negociação internacional. A negociação internacional é um tema bastante complexo, pois envolve psicologia, conhecimento do mercado, sazonalidade e técnicas para negociar com outros países. Cada país 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/19 possui culturas e idioma próprios e, principalmente, costumes em relação aos negócios, com os quais o negociador deve estar muito atento. TEMA 1 – NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL O conceito de negociação pode ser definido como duas ou mais partes interagindo para chegar a um consenso sobre o que lhes interessa, podendo ser um negócio, um acordo, um desconto, uma meta ou um objetivo comum. Na vida profissional ou pessoal somos obrigados a negociar praticamente todos os dias, mesmo que involuntariamente, sobre os mais diversos assuntos: decisões familiares, atividades do dia a dia, trabalho, melhor caminho para casa e até mesmo com amigos. Partindo dessa premissa, a negociação internacional leva em conta os fatores acima na relação entre países, a fim de maximizar os objetivos desejados de forma satisfatória para as partes. É importante considerar o ambiente político e legal, já que esses dois fatores podem aproximar investidores com facilidades burocráticas, estabilidade política e boa gestão econômica ou expeli-los, nos casos opostos. 1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO A linguagem e a comunicação são fatores muito importantes em uma negociação internacional. É necessário que as partes compreendam o que está sendo proposto de forma clara e objetiva. Isso pode parecer óbvio, mas é nessa parte que negociadores despreparados comentem. As boas práticas utilizam o inglês como língua oficial nos negócios, porém o espanhol é muito utilizado nos países da América Latina. A língua é a base de uma comunicação eficiente, entretanto são necessários meios para uma boa comunicação. Atualmente, temos uma infinidade de meios para nos comunicar, como telefone, e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook, Skype, dentre outros. No mundo dos negócios, quanto mais rápida e clara a comunicação acontecer mais facilmente as negociações se desenrolam. É importante que todo negociador sempre formalize propostas e intenções em um negócio e a forma mais eficiente de se fazer isso é por meio de um contrato ou por e-mail. Muito cuidado, pois 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/19 essa informação parece óbvia, mas em muitas negociações as partes negociam verbalmente e depois se enfrentam legalmente em disputas comerciais. 1.2 ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO Nas negociações internacionais existe uma grande variedade de fatores a serem levados em consideração, como a logística internacional, a forma de pagamento, os prazos de entrega, a certificação de qualidade, dentre outros fatores que podem tornar uma negociação extremamente difícil. Para alcançar os objetivos em uma negociação internacional, devemos imaginar que ambas as partes têm objetivos a serem alcançados da melhor forma possível, porém nem sempre se consegue tudo o que é esperado. Os negociadores podem utilizar técnicas e estratégias para melhorar o desempenho e os resultados em uma negociação. Conforme o livro O Manual de Negociação, do autor Chester L. Karras, temos mais de 200 táticas e estratégias para aplicar em uma negociação, por exemplo: Barganha: forma de jogar com os preços de um fornecedor para outro. Acordos aos poucos: iniciar uma negociação com a metade da quantidade necessária e aumentar a quantidade em troca de melhor preço. Cansaço: forma de negociar com calma e devagar para cansar e motivar o vendedor a ceder aos seus objetivos. Sazonalidade: avaliar o início da negociação com antecedência das altas estações. Mudar de negociador: no andar da negociação o negociador inicial sai de cena e combina com um novo negociador os objetivos a serem atingidos. Concessões: apresentar concessões pré-definidas no andamento da negociação. Armadilhas: atuar com mentiras e táticas de jogador. Esta última tática foi colocada propositalmente, pois, em regra, os negociadores devem estar atentos a estratégias de negociadores mal-intencionados. Além das técnicas práticas de negociação, é possível aprofundarmos o assunto com técnicas de persuasão, estratégias psicológicas e uma infinidade de ferramentas disponíveis no mercado. A persuasão e as técnicas psicológicas normalmente são aplicadas por negociadores altamente preparados e capazes de atingir seus objetivos sem que uma das partes perceba. Se você tiver 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/19 interesse em se aprofundar no assunto, indicamos o livro O Poder da Persuasão, de Robert B. Cialdine. Esse livro trata dos gatilhos mentais pré-programados nas pessoas, que são as formas como o ser humano responde a estímulos e a relação do comportamento nas negociações. Como percebemos, a negociação internacional é uma tarefa complexa e quanto maiores os objetivos, mais capacitados devem ser os negociadores. 1.3 ERROS MAIS COMUNS NAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Visto que os negociadores utilizam as mais diversas estratégias para negociar, é possível que muitos cometam deslizes. Podemos elencar alguns erros conforme o livro Negociando Racionalmente, de Max H. Bazerman: Negociador se compromete com algo que não pode cumprir e não tem como voltar atrás. O desejo de sempre vencer pode destruir a estratégia racional de negociação. Desconhecer o outro negociador e sua área de atuação ou estar despreparado para negociar. Blefar sem ter alternativa. Não se comportar como cliente em uma compra. Abrir muitas informações que não foram solicitadas. Em uma negociação de alto nível, é possível perceber falhas e aproveitá-las a seu favor, já que o mercado global é extremamente competitivo e a capacidade de negociação é um diferencial ao profissional de comércio exterior. TEMA 2 – ACORDOS COMERCIAIS Os acordos comerciais têm relação direta com o que tratamos no tema 1, já que são negociações internacionais entre países que buscam melhorar o ambiente de negócios entre as partes e podem se dar das seguintes formas: Acordos bilaterais: são acordos que visam a estabelecer o desenvolvimento saudável nos negócios entre dois países a partir de regras pré-estabelecidas, que podem ser econômicas, políticas, de infraestrutura, entre outras. Blocos econômicos: são acordos feitos entre vários países que se reúnem com o mesmo fim de desenvolvimento comercial. Existem acordos comerciais que se dão entre blocos e um 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/19 país, é o exemplo do acordo Mercosul com o México (ACE-53); entre blocos, como o caso do Mercosul/Sacu (uma união aduaneira de países africanos) ou o mais recentemente assinado, Mercosul/União Europeia. Em quaisquer desses arranjos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) define regras para que os acordos possam ser firmados. 2.1 ACORDOS BILATERAIS Na área econômica, esses acordos são conhecidos como Acordos de Complementação Econômica (ACE) e visam a estabelecer benefícios tributários e burocráticos nas relações comerciais entre os países, por exemplo, zerando a alíquota do imposto de importação ou reduzindo a burocracia; o impostode importação é cobrado na entrada de produtos estrangeiros no país. Conforme o Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil possui sete ACE: Brasil – Uruguai (ACE-02) Brasil – Argentina (ACE-14) Brasil – México (ACE-53) Mercosul – Peru (ACE-58) Brasil – Suriname (ACE-41) Brasil – Venezuela (ACE-69) Brasil – Paraguai (ACE-74) Os bilaterais podem ser utilizados por exportadores e importadores a fim de verificar se suas operações estão contempladas nos acordos por meio da NCM dos produtos. O código de cada ACE, por exemplo Brasil/ Argentina (ACE-14), é utilizado no registro da importação junto à Receita Federal. Imagine que uma empresa importadora brasileira deseja importar peças automotivas do México e precisa saber se existe um ACE entre Brasil e México para que possa fazer a importação com isenção ou redução do imposto de importação. Antes de iniciar a importação, o importador pergunta ao exportador a NCM do produto e envia ao despachante aduaneiro. O despachante analisa a NCM na Receita Federal para confirmar se o importador pode utilizar do ACE –53 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/19 Brasil/México e reduzir a alíquota de importação. Veremos adiante que serão necessários documentos comprobatórios para utilização dos ACE. 2.2 ACORDOS ENTRE BLOCOS ECONÔMICOS E PAÍSES Diferente dos acordos bilaterais entre apenas dois países, os acordos de blocos econômicos são formados por um grupo de países que se unem para reduzir barreiras e impostos entre os participantes. Podemos citar como exemplo de blocos econômicos o Mercosul e a União Europeia. Na mesma pesquisa feita no item 2.1, é possível encontrar os acordos entre blocos econômicos conforme abaixo: Mercosul (ACE-18) Mercosul – Chile (ACE-35) Mercosul – Bolívia (ACE-36) Mercosul – México (ACE-54) Automotivo Mercosul – México (ACE-55) Mercosul – Peru (ACE-58) Mercosul – Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59) Mercosul – Colômbia (ACE-72) Mercosul – Cuba (ACE-62) Mercosul/Índia Mercosul/Israel Mercosul/Egito Similar aos acordos bilaterais, os acordos entre blocos econômicos e países visam a beneficiar os signatários. Agora, reflita: existe algum documento necessário para que uma importação usufrua um acordo bilateral ou entre blocos econômicos? A resposta é sim; o principal e obrigatório documento é o Certificado de Origem. 2.3 CERTIFICADO DE ORIGEM O Certificado de Origem (CO) é um documento emitido por órgãos autorizados pelo governo de um país que garantem procedência e confirmam a chamada Regra de Origem, na qual se 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/19 estipula percentual de produção nacional, não apenas a origem do produto a ser exportado, evitando, assim, beneficiar países que não fazem parte do acordo. Para conhecer entidades autorizadas a emitir o certificado, basta fazer uma consulta simples no portal do Ministério da Economia (MDIC). Os requisitos analisados para emissão do Certificado estão contidos nas regras gerais e podem ser resumidos da seguinte maneira: Insumos originários: totalmente obtidos, integralmente elaborados ou totalmente produzidos. Exemplo: molho de pimenta produzido com matéria-prima brasileira. Insumos não-originários: há critérios de qualificação de origem, que são o salto tarifário, o valor de conteúdo regional e os requisitos produtivos. Como exemplo prático dessa explicação, temos, de acordo com o MDIC: uma determinada empresa A do Brasil exporta o produto lata de alumínio com tampa, classificado na NCM 7612.90.19 para a empresa B do Uruguai. Para esse produto ser considerado originário do Brasil, no âmbito do regime de origem do Mercosul, deve estar classificado em uma posição tarifária distinta dos insumos não-originários. Considerando que o produto contém os seguintes insumos de terceiros países: bobinas de alumínio (NCM: 7606.92.00); verniz externo (NCM: 3209.10.20); e tampa de alumínio (NCM: 8309.90.00), em relação ao produto final, é possível verificar que houve mudança de classificação tarifária dos insumos não originários (salto de posição). Portanto, o produto é considerado originário do Brasil. Observe um modelo de certificado de origem do ACE 18, Mercosul: Figura 1 – Modelo de certificado de origem 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/19 Fonte: MDIC. Para concluir, ressaltamos que o Certificado de Origem garante a procedência de um produto e faz jus ao direito de utilização dos benefícios em acordos bilaterais ou por meio de blocos econômicos. TEMA 3 – PARCERIAS COMERCIAIS As parcerias comerciais no comércio internacional se dão principalmente por meio dos acordos celebrados pelos governos, sejam eles, como vimos anteriormente, entre blocos ou bilaterais. Os países todos se beneficiam desses acordos e parcerias nas suas trocas comerciais; não apenas enviando e recebendo mercadorias que passam fisicamente pelas aduanas, mas também tecnologias e serviços considerados bens intangíveis, os quais são tratados por acordos específicos. Um exemplo é o acordo de coprodução cinematográfica entre Brasil e Israel, aprovado pelo Decreto n. 143/2016, em vigor desde 2017. Os acordos que tratam de bens intangíveis, assim como os que tratam das mercadorias, também estabelecem regras mínimas que devem ser obedecidas para que a transferência de 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/19 recursos dos governos envolvidos aconteça em sua plenitude. É importante entender que os acordos comerciais e as parcerias se formam com a intenção de benefício e desenvolvimento mútuo. Sendo assim, eles seguem protocolos e prazos bem estabelecidos para seu cumprimento e por isso é importante que sejam constantemente consultados pelas partes negociantes. Cabe a cada um saber de suas obrigações para poder usufruir plenamente do estabelecido. TEMA 4 – INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS (INCOTERMS) Os Termos Internacionais de Comércio, conhecidos como Incoterms, organizam e determinam as responsabilidades do exportador e do importador nas questões que se referem à transferência física da mercadoria e do seguro de transporte, ou seja, regram o que tange a logística internacional. Essas responsabilidades também incluem riscos logísticos, incertezas, complexidades dos processos e empresas terceirizadas envolvidas (Segalis et al., 2012). É de responsabilidade da International Chamber of Commerce (ICC) manter atualizadas essas regras, bem como adequá-las aos novos movimentos da logística internacional. Até a última atualização, nesse ano de 2020, os termos eram revistos a cada dez anos, porém, a velocidade com que os negócios e principalmente a logística internacional têm mudado faz a ICC pensar em atualizações mais dinâmicas. Mais importante que decorar os termos é entender do que eles fundamentalmente tratam. Esses termos foram criados originalmente com o propósito de facilitar a comunicação e o entendimento entre importadores e exportadores naquilo que diz respeito à logística de entrega da mercadoria e do seguro do transporte envolvido. Vale saber que os Incoterms não são imposições, mas, sim, uma forma de facilitar a negociação. Assim, comprador e vendedor podem definir fora do que reza o termo, quem ficará responsável pelo desembaraço da carga na origem; caso não haja outro acordo, valerá a regra. Também não é necessário que se use o Incoterm vigente, porém, é preciso lembrar de indicar qual versão das regras está sendo usada, por exemplo, FOB Santos, Incoterm 2010. Para facilitar o entendimento dos termos, podemos dividi-los em: 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/19 Família E: o único termo é EXW (Ex-works), no qual há menor responsabilidade para o exportador, que deixa a mercadoria em sua fábrica/armazém livre para o importador coletar. Indicado para quem tem pouco conhecimento da logística internacional. Família F (FOB,FAS e FCA): aqui a responsabilidade do exportador é de contratar transporte na origem. Deve entregar a mercadoria em um terminal conforme o modal acordado; é também responsável pelo desembaraço da carga. Sua responsabilidade cessará após o carregamento em equipamento de transporte internacional. Família C (CPT, CIP, CFR e CIF): esses são os termos que dão ao exportador a responsabilidade do transporte principal (o de longo curso). Nessa família encontramos dois Incoterms que colocam a responsabilidade de contratação de seguro de transporte internacional nas mãos do exportador, são eles o CIF e o CIP. Família D (DAP, DPU e DDP): temos aqui o maior grau de responsabilidade do exportador, vez que esses termos designam a entrega (delivery) da mercadoria no destino, ou seja, o exportador será responsável por contratar transporte e entregar a mercadoria no destino, conforme acordado, podendo ser com impostos inclusos ou não. Agora, observe as responsabilidades das Incoterms. Figura 2 – Responsabilidades por Incoterm Crédito: Smile ilustras. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/19 São os Incoterms que determinam as responsabilidades do exportador e do importador nos diversos serviços envolvidos na cadeia de transporte, porém, eles não dispensam um contrato de compra e venda ou um documento claro com essas informações. Os Incoterms, por exemplo, não tratam de transferência de propriedade da mercadoria. Para ampliar seu conhecimento, veja o glossário dos termos: EXW (Ex-works): sem transporte, na fábrica, local de origem, do exportador. FOB (Free on Board): livre do transporte principal, entregue embarcado no navio, mercadoria desembaraçada. FCA (Free Carrier): livre do transporte principal, porém, entregue ao transportador em local designado pelo importador. FAS (Free Alongside Ship): entregue no costado do navio, é utilizado para embarque de automóveis geralmente. CFR (Cost and Freight): transporte principal por conta do exportador; vendedor entrega carga ao transportador no navio designado pelo importador. CIF (Cost, Insurance and Freight): transporte principal e seguro de transporte é por conta do exportador, mercadoria entregue no porto de destino. CPT (Carriage Paid To): transporte principal pago pelo exportador (usado para transportes rodoviários ou aéreos). CIP (Carriage and Insurance Paid): transporte principal e seguro pagos pelo exportador, mercadoria entregue no destino, aeroporto ou armazém, para outros modais que não marítimo. DAP (Delivery at Place): entregue no local de destino, pronta para desembaraço, no meio de transporte designado. DDP (Delivery Duty Paid): exportador entrega no destino com obrigações (impostos) pagos em local designado. DPU (Delivery at Place Unloaded): exportador entrega a mercadoria no destino, local designado, descarregada do meio de transporte local. Falamos bastante até aqui dos termos, mas vale dizer que os Incoterms só podem ser usados para comércio de mercadorias, não sendo aplicados às transações internacionais de serviços. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/19 TEMA 5 – SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO A sistemática de importação são etapas que pessoas físicas ou jurídicas (empresas) devem executar seguindo normas e regulações da Receita Federal e recolhendo os impostos devidos. Uma empresa pode importar por conta própria após habilitação (importação direta) ou com auxílio de outra empresa já habilitada (importação indireta), também conhecida como comercial importadora ou trading (o que não dispensa sua habilitação). A habilitação é conhecida como Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) e deve ser feita pelas empresas que desejam operar no comércio exterior brasileiro de forma on-line no site <https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao>; sem essa habilitação não é possível importar. Existem três tipos de Radar: Expresso: empresa pode importar até 50 mil dólares americanos a cada seis meses, não cumulativo. Limitado: empresa pode importar até 150 mil dólares americanos a cada seis meses, não cumulativo. Ilimitado: empresa pode importar acima de 150 mil dólares americanos, sem restrição. Os tipos de Radar se aplicam à pessoa física, porém o Radar para pessoa física não pode ser utilizado para importações com finalidade de comercialização, neste caso para empresas. O Radar tem vencimento de seis meses caso não utilizado. Se vencer, o importador deverá solicitá-lo novamente, como se fosse a primeira vez. Assim que aprovado pela Receita Federal, a pessoa física ou empresa é habilitada a utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e pode fazer sua primeira importação respeitando o tipo do seu Radar conforme acabamos de ver. Se a empresa não possuir o Radar, não pode operar no Siscomex e, consequentemente, não pode importar. 5.1 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX) O Siscomex, instituído pelo Decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992, é um sistema informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, por meio de um fluxo único e automatizado de informações. https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/19 O Siscomex permite acompanhar a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que os órgãos reguladores do governo podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor gestão de processos. Por intermédio do próprio sistema, o importador troca informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização (Brasil, 1992). 5.2 DESPACHANTE ADUANEIRO Despachante aduaneiro é o profissional que atua como representante legal da pessoa física ou empresa perante a Receita Federal no âmbito das atividades de comércio exterior pelo Siscomex. Existem empresas especializadas no despacho aduaneiro que são conhecidas como comissárias de desembaraço aduaneiro. As pessoas físicas ou empresas importadoras contratam as comissárias de desembaraço aduaneiro e ou despachantes aduaneiros para representá-las junto às aduanas e aos órgãos de fiscalização. 5.3 PEDIDO INTERNACIONAL O pedido internacional é o documento que confirma a intenção de aquisição de um produto ou serviço de um fornecedor internacional. Nesse documento serão determinadas as condições comerciais negociadas entre o exportador e o importador sobre os detalhes do negócio ou relação comercial, manifestando assim as intenções de vontade de duas ou mais partes para criar relações comerciais ou de serviços. 5.4 DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO Os documentos exigidos pela Receita Federal são: conhecimento de carga, fatura proforma, fatura comercial e romaneio de carga. Para cada transporte existe um documento chamado Conhecimento de Transporte, um tipo de conhecimento de embarque. Esse documento é emitido pelo transportador e possui quatro funções: Define a contratação da operação de transporte internacional da origem até o destino. Comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/19 Constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria. Ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte. A Fatura Comercial é o documento que contém todos os dados do negócio tomando como base o Regulamento Aduaneiro, Decreto n. 6.759, de 05 de fevereiro de 2009. Esse documento deverá ser apresentado para a Receita Federal em sua forma original, carimbada e assinada a punho, com caneta esferográfica azul ou preta. O romaneio de carga é o documento que apresenta como a importação está montada em suas embalagens ou disposta dentro de um caminhão, contêiner ou pallet, número e tamanho das caixas, e disposição da organização dos produtos, visandoa facilitar a vistoria da Receita Federal, caso necessário. 5.5 REGISTRO DA IMPORTAÇÃO A nacionalização da carga está diretamente relacionada ao registro da Declaração de Importação. A Declaração de Importação (DI) é o documento registrado pelo importador ou representante legal que lhe atribui numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano e que consiste na prestação das informações correspondentes à operação de importação, contendo dados de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias. O registro da DI caracteriza o início do despacho de importação. Atualmente, a Receita Federal trabalha na simplificação do processo de importação aos moldes do que já aconteceu (e continua se atualizando) na exportação com a DU-E, digitalizando também a DI, a chamada Duimp. O pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de mercadorias, assim como os demais valores exigidos em decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de salvaguarda, será efetuado no ato do registro da respectiva DI. 5.6 PARAMETRIZAÇÃO E CANAIS DE CONFERÊNCIA A parametrização é a análise fiscal da importação pela Receita Federal e está amparada no artigo 21 da Instrução Normativa n. 680, de 02 de outubro de 2006. Ela ocorre após o registro da 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/19 Declaração de Importação no Siscomex e será submetida a um dos canais de conferência aduaneira, que podem ser: Canal Verde: importação parametrizada em canal verde significa desembraço automático da mercadoria, dispensada de análise dos documentos ou análise física da mercadoria pela Receita Federal. Na importação, desembraço é o processo pelo qual a importação passa até ser liberada ou nacionalizada. A importação é chamada de desembraçada quando a carga se encontra liberada pela Receita Federal. Dizer que a carga está desembraçada é a mesma coisa dizer que ela foi liberada. Canal Amarelo: importação parametrizada em canal amarelo significa desembaraço não automático da mercadoria, sendo necessário apenas exame documental da importação pela Receita Federal. Os documentos (item 6.3) são enviados de forma eletrônica no Siscomex e, não havendo nenhuma irregularidade, a carga é desembraçada pela fiscal em que o processo foi direcionado. Canal Vermelho: importação parametrizada em canal vermelho significa desembaraço não automático da mercadoria, sendo necessário exame documental da importação e física da mercadoria pela Receita Federal. Nesse caso, a importação passa pelo rito do canal amarelo descrito acima e quando o fiscal direcionado do canal amarelo liberar a análise documental, o processo de importação será direcionado para exame físico da mercadoria por um novo fiscal. Não havendo nenhuma irregularidade, a carga é desembraçada pela fiscal em que o processo foi direcionado. Canal Cinza: importação parametrizada em canal cinza significa desembaraço não automático da mercadoria, sendo necessário exame documental da importação e física da mercadoria pela Receita Federal, além de verificação de indícios de fraude, principalmente referente ao preço declarado na Declaração de Importação. Após a parametrização e, em casos de conferência, o importador apresentar os documentos exigidos, a importação será liberada e a última atividade do importador será emitir a nota fiscal de entrada. TROCANDO IDEIAS 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/19 Considerando os acordos comerciais celebrados pelo Brasil, seja no âmbito do Mercosul, seja bilateralmente, comente os benefícios que eles trazem à economia local. Compartilhe conosco sua opinião. NA PRÁTICA Atividade prática Para realizar a atividade proposta, leia o conteúdo desta aula e a matéria jornalística. Bons estudos e bom trabalho! Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio após 20 anos Este é o maior acordo já firmado pelo Mercosul e abrange bens, serviços, investimentos e compras governamentais O Mercosul e a União Europeia finalizaram nesta sexta-feira, 28, as negociações para o acordo entre os dois blocos. O tratado, que abrange bens, serviços, investimentos e compras governamentais, vinha sendo discutido há duas décadas por europeus e sul-americanos. A rodada final de negociações foi iniciada por técnicos na semana passada. Diante do avanço nas tratativas, os ministros do Mercosul e da União Europeia foram convocados e, desde a quinta-feira, 27, estão fechados em reuniões na Bruxelas. O acordo entre Mercosul e União Europeia representa um marco. É segundo maior tratado assinado pelos europeus – perde apenas para o firmado com o Japão, segundo integrantes do bloco – e o mais ambicioso já acertado pelo Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Com a vigência do acordo, produtos agrícolas de grande interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, segundo o governo, como suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões, entre outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais. Fonte: Revista Exame, Caderno Economia – 28 jun. 2019. Agora, faça o que se pede: 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/19 1. Com base no texto, elabore e fundamente sua opinião sobre os benefícios e as oportunidades que os acordos comerciais trazem aos signatários, considerando o ponto de vista do empresário brasileiro. 2. Comente como nosso país pode ser mais competitivo considerando o conteúdo exposto nesta aula. FINALIZANDO Chegamos ao final desta aula. Seu objetivo principal foi entender o que são os acordos comerciais e como eles interferem na dinâmica de comércio internacional. Também compreendemos que existem importantes conceitos de negociação que devem ser levados em consideração desde o início de uma tratativa de compra e venda internacional, a despeito dos contratos e dos Incoterms. REFERÊNCIAS BRASIL. Institui o Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. Decreto n. 660 de 25 de setembro de 1992. Brasília, 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0660.htm>. Acesso em: 09 set. 2020. BRASIL. Ancine. Decreto n. 143/2016. Disponível em: <https://www.ancine.gov.br/pt- br/legislacao/acordos-internacionais/acordos-bilaterais/israel>. Acesso em: 09 set. 2020. ICC. International Chamber of Commerce. Rules for any mode or modes of transport. 2010. Disponível em: <https://iccwbo.org/resources-for-business/incoterms-rules/incoterms-rules- 2010/>. Acesso em: 09 set. 2020. MDIC. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Certificado de Origem Digital. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/deint/coreo/se minario/Seminrio-COREO-2017_COD.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. SEGALIS, G. et al. Fundamentos de exportação e importação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. 8/15/22, 2:44 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/19 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/23 TERMOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 4 Prof.ª Luciana Mazzutti Leal 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/23 CONVERSA INICIAL Nesta aula, aprenderemos sobre o universo que envolve a logística de carga internacional. Conhecer os modais e como funcionam; a relação que têm com cada tipo de carga e como escolher o que melhor atende à demanda de um negócio é base primordial de conhecimento para desenhar uma boa cadeia logística internacional. Aqui, veremos quais são os documentos pertinentes aos principais tipos de modal, sua nomenclatura e modelos, além de entender um pouco mais os termos mais comuns utilizados no transporte de cargas. Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a)! Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Mais do que uma boa negociação, toda empresa precisa ser eficiente em seu papel na cadeia de suprimento. Não basta ter bons produtos; a empresa deve ser competitiva em seusvalores e, principalmente, entregar o que se comprometeu a entregar, no prazo acordado. Vamos além: pensando em se diferenciar da concorrência, a empresa precisa também cuidar do seu pós-venda. Um produto com defeito que precisa ser trocado, na chamada logística reversa, precisa de tanta atenção quanto a sua entrega. No mundo competitivo em que vivemos, onde os negócios precisam se diferenciar para sobreviver, entendemos que montar uma cadeia logística com excelência é forma de agregar valor a um produto, destacar-se da concorrência e ganhar a fidelidade do cliente, e tudo isso passa pelo entendimento e por uma correta escolha do transporte a ser utilizado, seja na entrega do produto, seja no recebimento dos suprimentos. Em conteúdos anteriores, vimos os Termos Internacionais de Comércio (Incoterms) e aqui entenderemos a relação que têm diretamente com os modais de transporte (CCI, 2010). TEMA 1 – MODAIS DE TRANSPORTE 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/23 Em termos bem simples, modal de transporte é o nome que se dá para designar o meio usado para levar mercadorias de um ponto a outro. Segundo o que consta no livro Comércio internacional: teoria e prática, de Tripoli e Prates (2016, p. 170), “a compreensão e análise do tipo de transporte variam de acordo com cada país, devido a suas características geográficas e de infraestrutura, que podemos chamar de matriz de transporte”. Veremos que os modais se dividem basicamente em quatro grandes grupos: terrestre, aquaviário, aeroviário e dutoviário. 1.1 MODAL TERRESTRE Dividimos o modal terrestre basicamente em dois, rodoviário e ferroviário, e como grande vantagem dessa modalidade destacamos a capacidade que tem de carregar qualquer tipo de carga com certa facilidade de movimentação, além de abranger o território de forma bem ampla. Entendendo a importância que esse modal tem nas transações internacionais com os países vizinhos e que existem peculiaridades e regras a serem cumpridas no transporte, o Brasil possui acordos, formando parcerias, na América do Sul, para o transporte internacional de cargas, com destaque para o transporte rodoviário, por ter maior abrangência e ser mais utilizado no continente. Desde 2002, o órgão que regula o modal terrestre no Brasil e também participa das negociações internacionais sobre o tema é a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apenas a título comparativo, apresentamos a Tabela 1, que mostra a movimentação brasileira de cargas pelo modal terrestre nos anos de 2017, 2018 e 2019. Tabela 1 – Movimentação de cargas pelo modal terrestre (Brasil, 2017-2019) Exportações Via 2019 - Valor FOB (US$) 2018 - Valor FOB (US$) 2017 - Valor FOB (US$) FERROVIARIA 132.995.748,00 162.374.968,00 148.698.015,00 RODOVIARIA 12.104.038.808,00 14.372.919.212,00 14.652.229.466,00 Importações Via 2019 - Valor FOB (US$) 2018 - Valor FOB (US$) 2017 - Valor FOB (US$) 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/23 FERROVIARIA 9.381.736,00 3.735.161,00 1.154.937,00 RODOVIARIA 7.931.474.578,00 7.906.754.053,00 7.941.413.179,00 Fonte: Brasil, 2020a. É possível notar a predominância do modal rodoviário nas transações internacionais e isso se deve não apenas à facilidade de acesso e à infraestrutura disponível, mas também ao tipo de carga que que se carrega. Efetivamente, o modal rodoviário carrega bens com maior valor agregado que aqueles transportados por via férrea. O Brasil possui hoje uma frota de aproximadamente 76,6 mil veículos (caminhões) habilitados para transitar com carga de importação e/ou exportação (Brasil, 2020b). Existem diversos tipos de caminhões e de carretas, que variam conforme o peso da carga a ser transportada. A diferença entre caminhão e carreta é que aquele é formado por um monobloco, com eixo fixo; ao passo que esta possui duas partes, uma formada pelo bloco frontal, onde se localiza o motor, responsável pela tração (também chamada de cavalo); e outra parte, independente, onde se acomoda a carga, o reboque. Vejamos, a seguir, alguns exemplos mais comuns desses veículos: Caminhão toco ou semipesado: é aquele que possui eixos simples, um frontal e um na traseira, e tem capacidade máxima de carga de até 6 t. Caminhão truck ou pesado: é aquele que possui eixo duplo na carroceria e que, por consequência, suporta mais peso, podendo variar sua capacidade carga de 10 t a 13 t. Cavalo mecânico: pode conter dois ou três eixos e seu peso bruto varia entre 33 t a 41 t, dependendo do número de eixos. Cavalo mecânico trucado: é aquele que possui um eixo a mais no seu cavalo, podendo, assim, carregar mais peso, pois ajuda na distribuição do peso sobre o reboque e é capaz de carregar peso bruto de até 45 t. Bitrem ou treminhão: é formado por três partes, um cavalo mecânico e dois semirreboques com capacidade de até 57 t. Vimos que o peso da carga interfere na composição do veículo, mas também precisamos definir o tipo de semirreboque que será utilizado, de acordo com as características da carga 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/23 transportada. Veremos mais detalhadamente os semirreboques e também os equipamentos utilizados nas ferrovias logo mais, quando tratarmos dos equipamentos de carga. 1.2 MODAL AQUAVIÁRIO O modal aquaviário abrange três principais tipos de vias: lagos, rios e oceanos, com especial destaque para essa última, e pode-se dizer que sua principal vantagem sobre os outros modais é o volume de carga que ele movimenta. No Brasil, a responsável pela organização, regulação e fiscalização das estruturas portuárias e dos entes operadores e envolvidos no transporte aquaviário, entre outras funções, chama-se Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). 1.2.1 Transporte lacustre O transporte de cargas por lagos, chamado lacustre, é pouco utilizado no mundo devido à pouca oferta de vias e à restrição a sua navegabilidade. Isso porque são poucos os lagos que oferecem condições de navegação, para transporte de carga, de forma economicamente viável. No Brasil, o lago navegável de importância econômica destacável, ainda que ínfima, é a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Considerada a maior lagoa navegável do país e a segunda maior da América do Sul, liga a cidade de Rio Grande à capital sul-rio-grandense, Porto Alegre. Para dar alguns exemplos de lagos utilizados pelo mundo, os mais importantes destaques vão para os Grandes Lagos na América do Norte, entre EUA e Canadá, e o Lago Titicaca (também chamado de lago-mar devido ao seu tamanho), que fica entre Bolívia e Peru e que tem como curiosidade ser o lago mais alto do mundo. Esse tipo de transporte, portanto, não tem significativa importância no comércio transfronteiriço de cargas. 1.2.2 Transporte fluvial O transporte fluvial é aquele que acontece pela malha hidroviária (pelos rios) dos países. Embora, no Brasil, ainda seja pouco utilizado para o transporte internacional de cargas, ele vem ganhando volume e relativa importância no escoamento de produtos na exportação, principalmente de grãos. A título de ilustração desse crescimento, temos que, em 2010, a movimentação por cabotagem (navegação costeira e de interior) de contêineres representava 16% das 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/23 movimentações desse modal e, em 2019, esse percentual representou 30%, ou seja, mais que dobrou, alavancado também pelo crescimento das exportações pelo chamado Arco Norte, que compreende portos do Norte e Nordeste e também do Centro-Oeste responsáveis pelo escoamento de grãos da região. 1.2.3 Transporte marítimo A agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) chamada Organização Marítima Internacional (OMI) é a responsável por criar as diretrizes, fiscalizar, regular, entre outras atividades, o transporte internacional por águas. Entendemos por transporte marítimo aquele que se dá pelos oceanos, seja cobrindo grandesdistâncias, com longo curso, seja no trajeto costeiro de um país, chamado cabotagem. A navegação de cabotagem acontece geralmente para ligar portos menores a portos maiores, mais estruturados, ou aos chamados hubs. O transporte marítimo tem grande importância no comércio mundial de cargas, posto que é por ele que acontece a maior movimentação internacional de cargas, seja em valores monetários, seja em toneladas. Segundo estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, 2019), em 2018 o transporte marítimo de cargas cresceu 2,7%, em relação ao ano anterior, perfazendo um total aproximado de 11 bilhões de toneladas movimentadas. Ao longo dos anos, os navios cargueiros foram se especializando conforme a demanda e as especificações das cargas transportadas. Isso garantiu mais eficiência a esse tipo de transporte. Alguns dos tipos mais comuns de navios cargueiros em operação são: Navio de carga geral ou break bulk: aquele que, como o nome diz, carrega todo tipo de carga, muito utilizado para o carregamento de cargas de projeto, pois transporta equipamentos de tamanhos diferentes, embalados de forma diferente e com necessidades de movimentação diferentes. Por exemplo, o transporte de uma linha de fabricação de uma indústria automotiva. Navio-tanque: serve para o carregamento de gases (também conhecido como gaseiro) ou para o transporte de granéis líquidos. Tem seus porões adaptados para esse tipo de carga. Um exemplo são os navios que carregam suco de laranja. Navio graneleiro: é aquele especializado no carregamento de granéis sólidos, muito utilizado nas nossas exportações de soja para o mundo. Assim como os navios-tanques, seus porões são adaptados para receber esse tipo de carga. 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/23 Navio roll-on/roll-off (Ro-Ro): comporta cargas rolantes, isto é, que possuem rodas e entram por seus próprios meios no porão do navio. É majoritariamente utilizado no transporte de automóveis e caminhões, mas também pode acomodar cargas sobre plataformas rolantes (Mafis, veremos adiante o que são). Navio porta-contêineres: o mais conhecido, possui estrutura própria para efetuar carregamento e descarga de unidades (contêineres). Atualmente o maior navio porta- contêineres do mundo é capaz de carregar aproximadamente 15 mil unidades de 20 pés – TEUs (do inglês twenty feet unit, medida muito empregada no comércio exterior). Existem, ainda, navios conhecidos como multipropósitos, que carregam diversos tipos de cargas e, diferentemente dos navios break bulk, podem carregar cargas frigorificadas, veículos, cargas paletizadas e contêineres. Podem, ainda, possuir, a bordo, guindastes para facilitar o carregamento e a descarga das mercadorias. Certamente, existem outros tantos tipos de navios; mas, comercialmente em operação, esses são os mais comuns e que atendem grande parte das transações internacionais. 1.3 MODAL AÉREO O modal aéreo tem sua política de regulação e diretrizes coordenadas pela Organização Internacional da Aviação Civil (Icao), agência especializada da ONU para atuação na aviação civil de cargas e passageiros. A peculiaridade do modal aéreo está na sua agilidade, pois é capaz de transportar cargas de um lado para o outro do globo em tempos mínimos – um transporte aéreo do Brasil para a China pode acontecer com tempo médio de 7 dias, por exemplo – e de carregar com certa facilidade cargas consideradas mais sensíveis, como vacinas. Tem-se por hábito preterir o transporte aéreo e considerá-lo mais caro e inviável, porém essa premissa nem sempre é válida. Mesmo se comparado o volume em contraposição ao valor do frete cobrado, muitas vezes veremos que, para volumes pequenos, o transporte aéreo se mostra mais barato e mais eficaz que seu concorrente direto na logística internacional, a carga consolidada (aquela em que vários embarcadores dividem o mesmo equipamento de transporte/contêiner). Temos, basicamente, dois tipos de aeronaves disponíveis para o transporte internacional de carga: 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/23 �. Aeronaves cargueiras, designadas como cargo aircraft only (CAO): carregam apenas cargas e, por isso, não possuem assentos, tendo capacidade de carregar volumes maiores e até outra aeronave, em seu interior. �. Aeronaves de passageiros (também chamadas de combi), designadas como passanger aircraft (PAX): a aeronave que todos conhecemos carrega passageiros e, em seu porão, cargas. Uma curiosidade: as companhias aéreas obtêm seu lucro com o transporte de cargas e não o de passageiros, como a grande maioria imagina, e é por isso que os passageiros têm tamanho e peso limitados para embarque. A importância de se entender a diferença entre esses tipos de aeronave está na hora de se contratar o frete internacional, pois as aeronaves possuem características e oferecem serviços distintos, além de também operarem em aeroportos distintos. Algumas cargas só podem ser embarcadas em aeronaves CAO, por questões de controle e segurança de voo. TEMA 2 – CONHECIMENTO DE EMBARQUE Entendendo-se que o transporte internacional de cargas se dá como um contrato de afretamento entre as partes, por certo que existem documentos comprobatórios dessa contratação. Esses documentos respeitam regras internacionalmente aceitas, que têm por base as regulações de cada agência especializada. Veremos, a seguir, importantes pontos de atenção e peculiaridades dos principais modais: rodoviário, marítimo e aéreo. 2.1 CONHECIMENTO RODOVIÁRIO No Brasil, é a ANTT, como já vimos, que regula e habilita as empresas, brasileiras e estrangeiras, a operarem com cargas rodoviárias internacionais e, por consequência, é ela que dita as normas dos conhecimentos que acompanham essas cargas. O Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário (CRT) permite o tráfego da mercadoria nacional em trânsito interno (Figura 1). Figura 1 – Modelo de CRT 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/23 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/23 Pode acontecer de uma carga não nacional necessitar trafegar dentro do território – por ter sido exportada em recinto alfandegado de interior e estar em trânsito de exportação para fronteira ou por ser carga de importação em trânsito, não nacionalizada por qualquer razão que seja. Nesses casos, junto com o CRT, deve acompanhar a carga o chamado Manifesto Internacional de Carga/Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC/DTA). Tal documento é emitido por empresa transportadora habilitada a operar com cargas internacionais em território nacional e é de preenchimento obrigatório por parte da transportadora, com base nos dados do dono da carga. Figura 2 – Modelo de MIC/DTA 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/23 2.2 CONHECIMENTO MARÍTIMO 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/23 Mais importante documento do transporte marítimo internacional, o Bill of Lading (BL) é a prova de recebimento e embarque da carga na embarcação e também dá à companhia marítima a posse ou a propriedade da carga. O BL faz parte do jogo de documentos necessários para a importação de uma mercadoria, também por ser prova de embarque; e é documento exigido para a liberação de Carta de Crédito (de forma resumida, o documento que gera obrigação de pagamento, ao exportador, ao mesmo tempo que certifica o importador do embarque da mercadoria, como vimos anteriormente). O BL é emitido e assinado pela companhia marítima ou por representante do armador (empresa proprietária do navio) – nesse último caso, ele é designado como Documento Único ou simplesmente BL. Em alguns casos, existe a figura de um agente intermediador, podendo ser este o agente de carga (freight forwarder) ou o agente consolidador (non vessel operator common carrier - Nvocc), e, sendo assim, teremos dois níveis de documento.Além do BL do armador (nesse caso, designado Master BL), teremos o House BL, documento emitido por essa empresa intermediária e que assume as mesmas responsabilidades no transporte da mercadoria. Figura 3 – Modelo de BL 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/23 2.3 CONHECIMENTO AÉREO 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/23 O documento Conhecimento de Embarque Aéreo é conhecido como Air Waybill (AWB). Conquanto que, assim como no modal marítimo, no transporte aéreo também seja comum aparecer a figura de empresas de agenciamento de carga – que, por sua vez, facilitam a operação de importação e exportação –, teremos, nesse caso também, dois níveis de documentação de transporte: o Master Airwaybill (Mawb), emitido pela companhia aérea; e o House Airwaybill (Hawb), emitido pelo agente de carga ou consolidador. Os documentos de transporte internacional são obrigatórios e seu preenchimento e prazos de apresentação estão sujeitos a regras estipuladas pelas agências reguladoras e também pelas aduanas envolvidas. É importante atentar a que a base de todo documento de transporte é a Commercial Invoice, aquele documento que vimos anteriormente, que resume a negociação entre exportador e importador. Figura 4 – Modelo de AWB 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/23 TEMA 3 – EQUIPAMENTOS DE CARGA 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/23 Entende-se por equipamento de carga todo aquele utilizado, de alguma forma, na movimentação de cargas. No entanto, nos concentraremos, aqui, naquele principalmente utilizado no transporte internacional de cargas, também podendo ser chamado de equipamento de unitização ou embalagem de transporte. Para que a carga que sai de uma fábrica chegue, em perfeita ordem, ao seu importador e, por sua vez ao seu consumidor final, precisamos protegê-la pelo longo caminho que ela percorrerá. Para isso, precisamos, primeiro, entender as necessidades específicas de cada mercadoria e o trajeto que ela percorrerá, desde a porta do exportador até o armazém do importador. Os principais equipamentos de unitização de carga são: Palete: estrado ou plataforma que serve como base para facilitar a movimentação de uma mercadoria, podendo ela estar embalada em caixas ou não, como pode ser o caso de equipamentos ou partes fitadas ao palete. Os paletes mais comuns são os de madeira e, para transporte internacional, devem receber tratamento químico antipragas (fumigação). Bag ou big bag: utilizado para transporte de granéis sólidos com certo valor agregado – por exemplo, cafés. Tambor ou bombona: utilizado para transporte de granéis líquidos, por exemplo alguns tipos de óleos vegetais e azeites, pois permite maior controle das propriedades da mercadoria. Contêiner: o mais conhecido equipamento de unitização de carga utilizado no comércio exterior, principalmente no modal marítimo, embora existam contêineres para transporte aéreo, também. Os contêineres podem carregar cargas previamente unitizadas em paletes, bombonas etc. ou também cargas soltas (como é o caso de transporte de rolos de tecido). Temos diversos tipos de contêineres e a escolha do tipo certo vai depender da especificidade da carga. Encontramos esses equipamentos mais comumente em dois tamanhos (em pés, padrão internacionalmente utilizado de medidas para esses equipamentos): 20ʼ e 40.̓ O contêiner de 20ʼ é utilizado como a base da medida de referência no transporte marítimo (TEU). Nas Figuras 5-8 há imagens dos principais modelos de contêineres marítimos disponíveis no mercado. Figura 5 – Tipos de contêineres: 40ft 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/23 Crédito: Topae/Shutterstock. Figura 6 – Tipos de contêineres: refrigerado Crédito: Topae/Shutterstock. Figura 7 – Tipos de contêineres: rack plano Crédito: Kamonrat/Shutterstock. Figura 8 – Tipos de contêineres: open top 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/23 Crédito: Topae/Shutterstock. TEMA 4 – TIPOS DE CARGA Separar as cargas por tipos faz sentido quando precisamos contratar um frete internacional, por qualquer modal. São as características da carga que direcionarão a escolha da unidade de transporte e mesmo do equipamento ou do modal. Como no caso de cargas perigosas: algumas não são admitidas no modal marítimo e outras precisarão ser adequadas para o transporte aéreo, por exemplo. Entender as especificações da carga e ajustá-las ao transporte de forma correta economizará tempo e evitará custos desnecessários, provenientes de serviços extras – a adequação de embalagem para transporte aéreo é um deles, bem comum e que gera alto custo, numa exportação, podendo até mesmo inviabilizar um negócio. Alguns dos tipos mais comuns de carga que vemos no comércio exterior são: Carga seca: qualquer tipo de carga que não exija nenhum cuidado extra com controle de temperatura ou que não tenha classificação de algum risco de manuseio, não se constituindo assim em uma carga perigosa; é também aquela carga unitizada, no equipamento que for, como brinquedos, partes e peças, máquinas etc. Carga perigosa: é aquela que apresenta algum tipo de risco à saúde, ao meio ambiente e/ou de dano ao equipamento. Existe legislação específica, para cada modal, para o transporte desse tipo de carga e ela deve obrigatoriamente apresentar documentos especificando sua composição e prescrição de possíveis ações de emergência e formas de acondicionamento. Carga viva: animais. Obedece à legislação específica para transitar, seja para exposição, seja para abate ou mesmo para fins de pesquisa e reprodução e exige cuidados especiais ao 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/23 longo do trajeto. Um exemplo bem recente que temos é o transporte de um elefante vindo por modal aéreo do Chile para um santuário no Brasil. Carga frigorífica: é toda carga que exige algum tipo de controle de temperatura, seja ela congelada, seja apenas resfriada. Embora, nessa categoria, tenhamos grande parte das cargas alimentícias perecíveis – no qual o Brasil tem papel de destaque em volume de exportações mundiais –, um outro grande exemplo de carga de temperatura controlada são as flores. Temos também vacinas e medicamentos e algumas matérias-primas que são produtos químicos utilizados nas mais diversas indústrias do país. TEMA 5 – TERMINOLOGIA DA LOGÍSTICA Como toda área de trabalho, na logística usamos, muitas vezes, termos que servem para designar algo específico da função. Conhecer e saber a aplicação desses termos economizam tempo e evitam erros que podem custar o sucesso de uma operação. Se você chegou até aqui, percebeu que, ao longo dos conteúdos, empregamos muitos termos, alguns específicos da logística e, claro, existe uma infinidade deles. Mas, aqui, vamos ressaltar os principais, aqueles usados mais comumente nos transportes, nas cotações, na linguagem diária na área de logística. São eles: Ad valorem: é a tarifa cobrada sobre o valor da mercadoria (constante em nota fiscal ou commercial invoice), referente ao seguro da carga. No caso do transporte rodoviário, a cobrança é obrigatória, a menos que a empresa contratante apresente documentos comprovando que já possui seguro com cobertura para transporte. Bunker adjustment fee (BAF) ou, simplesmente, bunker: consiste na tarifa cobrada sobre o frete marítimo internacional para cobrir custo com combustível. Estimated time arrival (ETA): designa data estimada de chegada de uma carga. Estimated time departure (ETD): designa data estimada de partida de uma carga. Container yard to container yard (CY-CY): significa que o acordo de frete, com seus custos e obrigações, contempla desde a retirada do equipamento do pátio do armador (ou representante), na origem, até a sua entrega, no destino, no pátio do armador ou de seu representante. Cubic meters (CBM):trata-se da metragem cúbica da carga, obrigatória em todos os documentos de transporte. 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/23 Verified gross mass (VGM): é a comprovação de que o peso bruto da carga foi verificado, o que precisa ser atestado por um cupom. Serve para evitar problemas na hora do balanceamento das cargas dos navios. Gate in: consiste na data de abertura do terminal para recebimento da carga. International Ship and Port Security Code (ISPS Code): é o código que apresenta medidas que visam assegurar a vida e a integridade dos operadores portuários e correlatos e também, principalmente, evitar qualquer dano causado por atos de terrorismo. No show: trata-se de termo que identifica que a carga não cumpriu a data prevista para exportação; ou seja, não entrou no terminal ou não cumpriu a data de sua liberação para exportação. Pre-stacking: é a área onde as cargas liberadas e programadas para exportação são depositadas, para aguardarem seu embarque. Payload: é a capacidade que um equipamento de transporte, qualquer que seja – navio, aeronave, carreta ou mesmo big bag –, suporta de carga. Geralmente esse valor é líquido, descontada a tara do equipamento. Seal: compreende o lacre utilizado em contêineres fechados (dry). General rate increase (GRI): é uma taxa flutuante, adicionada ao valor de frete para corrigir eventual desbalanceamento entre oferta e demanda, geralmente aplicada aos fretes marítimos e aéreos internacionais. Terminal handling charge (THC): é a tarifa cobrada pela movimentação, manual ou mecânica, de toda carga depositada em um terminal e acontece tanto na sua entrada quanto na sua saída. Full container load (FCL): designa que o equipamento será completamente estufado, porém mais do que inteiramente preenchido; o equipamento será contratado para frete de um único embarcador. Less than container load (LCL): designa que o equipamento será estufado de forma parcial, mas não significa que ele ficará vazio; o equipamento carregará carga de mais de um embarcador. Transit time: tempo estimado de trânsito. Demurrage compreende a taxa de aluguel cobrada pelo uso do contêiner e que ocorre quando o equipamento não é devolvido no prazo permitido pelo armador. 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/23 Free time consiste em um termo geralmente usado para designar o prazo que o armador concede ao dono da carga para permanecer com o contêiner após a chegada ao seu destino. Certamente, existem muitos outros termos utilizados na logística internacional. Devido ao dinamismo dos negócios, esses termos estão constantemente se atualizando, ficando aqui apenas uma ideia da terminologia empregada nesse campo. TROCANDO IDEIAS Tendo como base o Tema 1; e atentando para o exemplo apresentado sobre o modal terrestre, em que se percebe uma diferença grande entre os volumes transportados por rodovias e por ferrovias, podemos perceber que o Brasil ainda tem muito a se desenvolver em infraestrutura. As melhorias acarretariam maior desenvolvimento e competitividade à indústria nacional, de forma geral. O que você pensa sobre o exposto? Crie um debate produtivo sobre o assunto, com seus colegas. NA PRÁTICA Orientações para realizar a atividade: a. Releia esta aula. b. Leia parte da matéria jornalística a seguir e a atividade proposta. c. Realize a tarefa solicitada. Bons estudos e bom trabalho! Um panorama do transporte hidroviário no país. E por que não deslanchou Embora o Brasil esbanje rios com potencial de navegação, infraestrutura hidroviária ainda é pequena e está abaixo de países como China e EUA (Roncolato, 2018) A manchete do texto refere-se aos acontecimentos que paralisaram o país naquela época, em decorrência de uma grave generalizada dos caminhoneiros. Na matéria, ainda se destacam pontos importantes para análise, como a informação da pesquisa realizada pela instituição Dom Cabral sobre custos logísticos, na qual se apresenta que, em 2017, 76% das empresas escolheram o transporte rodoviário para escoamento e distribuição de seus produtos (Roncolato, 2018). 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/23 Segundo dados da Antaq (citada por Roncolato, 2018), o Brasil possui uma extensa malha de rios navegáveis que representam cerca de 60% de seu potencial hidroviário. Utilizar-se dessas vias para o transporte, além de movimentar a economia adjacente ao modal e alimentar uma grande cadeia composta por prestadores de serviços e trabalhadores implicados com a criação de terminais, entre outras possibilidades, também geraria redução de custo de cadeia de produção e distribuição, além de diversificar a malha de transporte, não se dependendo apenas de um modal. Sendo assim, a. Sabendo que a matriz de transporte brasileira é um dos pontos nevrálgicos para as empresas que querem participar do comércio internacional, seja importando, seja exportando produtos e serviços, elabore um texto opinativo, fundamentado, sobre a utilização da logística como forma de competitividade internacional. b. Você foi incumbido de importar, da Alemanha, uma turbina que pesa 10 toneladas e que precisa chegar a tempo para não atrasar o projeto de uma fábrica e incorrer em multas pesadas, por descumprimento de contrato. Cite o melhor modal para esse projeto e os documentos necessários, pertinentes ao tipo de transporte. Aqui, não se fazem relevantes os valores envolvidos – a ideia é saber o que você aprendeu sobre os modais e qual a melhor forma de escolhê-los. FINALIZANDO Chegamos ao final desta aula sobre termos técnicos de comércio exterior, cujo objetivo principal foi apresentar os modais de transporte, bem como cada um dos elementos que os compõem; e, também, como se relacionam e o modo com que interferem na dinâmica de comércio internacional. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Exportação e importação geral. Brasília, 2020a. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral>. Acesso em: 14 set. 2020. 8/15/22, 2:45 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/23 BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Tric em números. Brasília, 14 set. 2020. Disponível em: <http://appweb2.antt.gov.br/tricemnumeros.asp>. Acesso em: 14 set. 2020. CCI – Câmara de Comércio Internacional. Incoterms 2010. Paris, 2010. TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio internacional: teoria e prática. Curitiba: InterSaberes, 2016. RONCOLATO, M. Um panorama do transporte hidroviário no país: e por que não deslanchou. Nexo, 30 maio 2018. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/30/Um- panorama-do-transporte-hidrovi%C3%A1rio-no-pa%C3%ADs.-E-por-que-n%C3%A3o- deslanchou>. Acesso em: 14 set. 2020. UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. Review of maritime transports 2019. Genebra, 2019. Disponível em: <https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2019_en.pdf>. Acesso em: 14 set. 2020. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/14 TERMOS TÉCNICOS AO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 5 Profª Luciana Mazzutti Leal 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/14 CONVERSA INICIAL Nesta aula, aprenderemos o que é o seguro de carga internacional e sua relevância para importadores e exportadores. Vimos, anteriormente, quando estudamos os Termos Internacionais de Comércio (Incoterms), que o seguro de carga é de contratação obrigatória apenas em dois tipos de frete – intitulados cost, insurance and freight (CIF) e carriage and insurance paid to (CIP) –, isso para o exportador; porém, em todos os outros casos, contratar seguro é de responsabilidade do importador, em última instância o real interessado pela carga (CCI, 2010). Transportar mercadorias de um lado para o outro do globo não é tarefa simples. Há riscos envolvidos ao longo de toda a operação logística,desde o carregamento da carga no caminhão, na fábrica do exportador, até a sua entrega ao importador. É condição primeira do transporte internacional sua imprevisibilidade. Ainda que a tecnologia, hoje, permita controle muito mais acurado do que nos primórdios da navegação, há intempéries no trajeto que fogem do controle humano, pois são casos de força maior. Mesmo tarefas rotineiras de armazém, como movimentar paletes, envolve riscos – um erro de movimento com a empilhadeira e todo um lote de produtos pode ser danificado. É um caminhão carregado de uma carga de exportação que sofre um acidente a caminho do porto, uma aeronave que se incendeia na pista... Esses são alguns dos inúmeros exemplos que temos todos os dias, que nos mostram a necessidade e a importância de se contratar um seguro para a carga que negociamos. Veremos, nesta aula, também alguns outros tipos de seguro, todos relacionados ao comércio exterior. Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a)! Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Não é raro vermos, nos noticiários, algum caso de acidente no transporte rodoviário, como caminhões tombados com a carga que carregavam espalhada na estrada, não é mesmo? Quem está no dia a dia do comércio exterior, cuidando do transporte internacional, está a par dos 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/14 acidentes e incidentes ocorridos com grandes embarcações e aeronaves. Em 2017, por exemplo, na barra do porto de Santos, uma embarcação que aguardava para entrar no canal e atracar foi atingida por uma forte tempestade que fez centenas de contêineres irem ao mar. Seja por necessidade (quando a condição meteorológica o obriga), seja por incidente, casos como esse não são tão raros de acontecer. Mas, então, como fica o dono da carga? E a companhia de transporte? Quais as responsabilidades? Entre outros, esses são exemplos de casos em que o seguro faz toda a diferença, como veremos nesta aula. TEMA 1 – TERMOS BÁSICOS DO SEGURO DE CARGA Seguro de transporte de carga ou, simplesmente, seguro de carga é o seguro que garante uma indenização pelas perdas e danos causados aos bens ou mercadorias transportadas em viagens marítimas, terrestres e aéreas, em percursos nacionais ou internacionais. Existem dois tipos de seguro envolvidos no transporte de cargas: �. Seguro de transporte de carga: não obrigatório, é aquele contratado pelo dono da carga, seja o importador, seja o exportador. Ele cobre danos e avarias sofridas pela carga ao longo do seu trajeto de transporte. Pode cobrir, inclusive, custos com impostos e perdas econômicas, dependendo da cobertura contratada. �. Seguro de responsabilidade civil: é obrigatório, contratado pelo transportador, seja o modal marítimo, aéreo ou rodoviário. Cobre danos causados à carga pelo transportador. É importante entender que o seguro de transporte cobre danos ocorridos especificamente ao longo do transporte e tendo como causa atividade a este relacionada. Ou seja, ele não cobre problemas da carga que sejam decorrentes de processos anteriores ao seu transporte. Vejamos alguns dos problemas mais comuns que ocorrem com as cargas ao longo do processo logístico, não causados pelo transportador: Falta, excesso ou divergência de mercadoria numa caixa ou mesmo no palete: esse tipo de problema costuma ocorrer quando não há controle apropriado, dentro da fábrica do exportador. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/14 Danos causados por uma embalagem não apropriada ou por falha no acondicionamento: acontece, por exemplo, quando o exportador não dá devida atenção ao transporte e utiliza uma caixa de papelão simples para acomodar cargas delicadas – bebidas costumam sofrer avarias por esse motivo. Falta de informação sobre a carga e suas necessidades específicas: uma pífia identificação da carga pode causar sérios danos às estruturas do armazém ou do transporte – é o caso de se transportar químicos perigosos sem devida declaração e de cargas que precisam de controle de temperatura sem que o transportador seja comunicado. Figura 1 – Caixa de papelão não apropriada para transporte, amassada Crédito: Akintevs/Shutterstock. Figura 2 – Contêiner com excesso de peso Crédito: Hieronymus Ukkel/Shutterstock. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/14 Há casos em que o embarcador, por qualquer que seja o motivo, estufa a carga de forma errada no contêiner, danificando sua estrutura; ou que há excesso de peso na carga, não observância dos espaços internos de peação (fixação da carga dentro do equipamento), entre outros. Qualquer que seja o caso, o conserto ou a substituição do equipamento ocorrerá por conta do responsável pela carga. Apesar de não ser obrigatório, como já falamos, todos esses são exemplos do quão importante é contratar um seguro no transporte internacional. Para entender como funciona o seguro, nesse caso, vamos conhecer os termos desse processo: Contratante ou segurado: é o dono da carga, seja importador, seja exportador (a depender do Incoterm) (CCI, 2010). Seguradora: é a parte, empresa, que assume o risco perante o segurado. Corretora: é a empresa que intermedia a contratação do serviço de seguridade. Apólice: é o documento que formaliza a aceitação do risco assumido pelo contrato de seguro. Franquia: é a parte que se deduz da indenização contratada. Limite máximo da garantia: valor a ser fixado na apólice, corresponde ao limite máximo pelo qual a seguradora se responsabilizará em caso de sinistro, em um único embarque. Prêmio: é o valor pago pelo contratante decorrente da contratação do seguro. Gerenciamento de risco: é a consulta que se faz sobre o segurado, sobre o tipo de carga e sobre o transporte. É utilizado para definir de forma mais acurada o valor do prêmio e as regras do contrato. Sinistro: é o dano causado à carga. Cobertura: é a extensão do que será pago pela seguradora ao contratante, em caso de sinistro. Resseguro: é feito, pela empresa contratada, com empresa seguradora com maior capacidade financeira, que atua como participante na indenização do prêmio ao segurado quando o valor do bem excede a capacidade da seguradora. Cosseguro: é quando há participação de outras seguradoras, solidariamente, na cobertura do prêmio que excede a capacidade da seguradora primária. TEMA 2 – TIPOS DE AVARIAS 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/14 Como dito anteriormente, o transporte internacional presume alguns riscos que não podem ser controlados; porém, muitas avarias poderiam ser evitadas pela simples ação, pela empresa exportadora, de adoção de sistema eficiente de controle na sua expedição, um primeiro passo que resulta em ganhos significativos, nesse processo. Podemos entender melhor o que significa o termo avaria, em matéria de transportes internacionais de carga, pelo exposto a seguir: É o sacrifício intencional e/ou despesas extraordinárias, efetuados para a segurança comum e no sentido de preservar de um perigo os bens envolvidos na mesma aventura marítima. Nela os prejuízos são divididos proporcionalmente entre o navio, o frete e a carga, e são regulados segundo as regras de York e Antuérpia. (CNseg, [S.d.]) Quando se busca um seguro para carga, há que se conhecer mais as coberturas oferecidas pelas seguradoras. Existe uma cobertura básica, que é de contratação automática, isto é, alguns itens são cobertos sem que se negocie com eles. As principais coberturas básicas oferecidas pelas seguradoras, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep, [S.d.]), são: Cobertura básica restrita (C): garante ao segurado a cobertura dos prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de perdas e danos materiais causados ao objeto segurado, exclusivamente, por: a. incêndio, raio ou explosão; b. encalhe, naufrágio ou soçobramento do navio ou embarcação; c. capotagem, colisão, tombamento ou descarrilamento de veículo terrestre; d. abalroamento,colisão ou contato do navio ou embarcação com qualquer objeto externo que não seja água; e. colisão, queda e/ou aterrissagem forçada da aeronave, devidamente comprovada; f. descarga da carga em porto de arribada; g. carga lançada ao mar; h. perda total de qualquer volume, durante as operações de carga e descarga do navio; i. perda total decorrente de fortuna do mar e/ou de arrebatamento pelo mar. Cobertura básica restrita (B): garante ao segurado a cobertura dos prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de perdas e danos materiais causados ao objeto segurado pelos riscos citados na cobertura anterior e também por: 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/14 a. inundação, transbordamento de cursos dʼágua, represas, lagos ou lagoas, durante a viagem terrestre; b. desmoronamento ou queda de pedras, terras, obras de arte de qualquer natureza ou outros objetos, durante a viagem terrestre; c. terremoto ou erupção vulcânica; d. entrada de água do mar, lago ou rio, na embarcação ou no navio, veículo, contêiner, furgão (liftvan) ou local de armazenagem. Cobertura básica ampla (A): garante ao segurado a cobertura dos prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de todos os riscos de perdas ou danos materiais sofridos pelo objeto segurado, em consequência de quaisquer causas externas, exceto as previstas na cláusula de prejuízos não indenizáveis. A seguir, temos alguns exemplos de avarias ocorridas no transporte internacional (Figuras 3- 4). Figura 3 – Navio abalroado Crédito: Ccby-Sa 2.0/New Zealand Defence Force. Figura 4 – Aeronave Boeing 777 da Ethipian Airlines pega fogo no pátio do aeroporto de Xangai 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/14 Crédito: Aly Song/Reuters/Fotoarena. Temos, ainda, como definição de avaria grossa, segundo consta nas Regras de York e Antuérpia (citadas por Fregona, 2020), que dispõem sobre a navegação marítima: “há um ato de avaria grossa, quando e somente quando, qualquer sacrifício ou despesa extraordinária é intencional é razoavelmente efetuado ou incorrido para a segurança comum, com o propósito de preservar do perigo a propriedade envolvida em uma aventura marítima comum”. Além daquelas coberturas, é possível contratar seguro específico para cargas conforme suas necessidades, porém, isso deve ser acordado previamente com a companhia de seguros. A título de exemplo, seguem algumas outras coberturas possíveis: Cobertura adicional de despesas: mediante discriminação de verba própria na apólice ou na averbação, a cobertura contratada se estenderá às despesas diretas e exclusivamente vinculadas às operações de despacho, desembaraço e translado do objeto segurado. Cobertura adicional de tributos de mercadorias: garante ao beneficiário o reembolso dos impostos incidentes sobre o objeto segurado em virtude da ocorrência de danos materiais aos bens segurados. Cobertura adicional de lucros esperados: estende-se ao risco da perda do lucro esperado com a comercialização ou industrialização dos objetos segurados em virtude da ocorrência de danos materiais aos bens segurados. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/14 Cobertura adicional de riscos de greves: garantia de reparos das perdas e danos causados por grevistas, pessoas participantes de distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis e qualquer ato de terrorismo ou causado por pessoas agindo por motivo político. Cobertura adicional de risco de guerra: garantia de reparos das perdas e danos causados por guerra, revolução, rebelião, insurreição, comoção civil ou qualquer ato de hostilidade de ou contra uma potência beligerante, captura, apreensão, arresto, restrição ou detenção e suas consequências ou qualquer tentativa, existência de minas, torpedos e bombas ou outras armas de guerra abandonadas. Cobertura adicional de transbordo e desvio de rota: cobertura nos casos voluntários de transbordo, desvio de rota, alteração nas escalas, interrupção e prolongamento de viagem. Algumas cargas, como joias, metais e pedras preciosas, componentes eletrônicos, entre outros, são exemplos de mercadorias com alto valor agregado e alto risco de roubo. Nesses casos, as companhias transportadoras também devem ser informadas para, se necessário, contratarem adicional de seguro. TEMA 3 – CLÁUSULAS DOS SEGUROS Além das cláusulas tratadas pelas coberturas básicas, existem outras que podemos entender como aquelas aplicadas especificamente pelo tipo de modal, pelo tipo de carga, pelo beneficiário etc. Algumas delas: específica para embarque no convés do navio: estipula que cargas embarcadas no convés do navio ficam limitadas à cobertura restrita C; específica para embarques aéreos sem valor declarado: cláusula automática quando o modal é o aéreo, por ela a cobertura contratada se estenderá aos embarques aéreos de mercadorias sem valor declarado no conhecimento de embarque; específica para falta de mercadoria a granel: automática para mercadorias transportadas a granel líquido ou a granel sólido e para mercadorias como combustíveis, óleos, lubrificantes e derivados transportados a granel; específica de beneficiário: para indicar beneficiário outro que não o contratante; específica de exclusão de navio não classificado: não cobre sinistros ocorridos em navios não certificados, isto é, que não obedeçam ao Código Internacional de Gestão de Segurança 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/14 (ISM). TEMA 4 – ÓRGÃOS REGULADORES E NORMATIZADORES O principal órgão regulador de seguros no Brasil é a Susep, responsável pela organização das regras, controles e pela fiscalização do mercado de seguros. Além da Susep, no Brasil, participam da regulação das condições do seguro de cargas terrestres a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aerenáuticos (Cenipa), esse último vinculado ao Comando da Aeronáutica. Também são responsáveis por essa atividade de controle os organismos internacionais reguladores dos transportes de cada modal, bem como as agências internacionais associadas, sendo os principais atores: a Organização Marítima Internacional (IMO), para os transportes marítimos; a Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), no transporte aéreo. A Iata lança, anualmente, manual que rege as diretrizes do transporte de cargas aéreas perigosas, visando criar mais confiança e segurança no modal. Os transportadores que trabalham com carga aérea devem estar permanentemente atualizados e certificados para operar esse tipo de transporte, com o risco de a empresa perder seu credenciamento no órgão competente caso não cumpra com os devidos registros. TEMA 5 – SEGUROS DIVERSOS Ainda entre os seguros de transporte de responsabilidade civil do transportador, destacamos: Seguro de responsabilidade civil de explorador ou transportador aéreo (Reta): é o seguro que garante proteção à aeronave, às pessoas e bens em solo, aos tripulantes, aos passageiros e às suas bagagens. Seguro de responsabilidade civil de transportador rodoviário – seguro de carga (RCTR-C): trata da responsabilidade civil por danos causados a terceiros, no âmbito do transporte de cargas rodoviário. Seguro de responsabilidade civil de transportador ferroviário – seguro de carga (RCTF-C): trata da responsabilidade civil por danos causados a terceiros, no âmbito do transporte de 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/14 cargas ferroviário. Seguro de responsabilidade civil de transportador aéreo – seguro de carga (RCTA-C): trata da responsabilidade civil por danos causados a terceiros, no âmbito do transporte de cargas aéreo. Seguro de responsabilidade civil de transportador rodoviário – viagens internacionais(RCTR- V): trata da responsabilidade civil por danos causados a terceiros, no âmbito do transporte de cargas rodoviário, em viagens internacionais. Seguro de responsabilidade civil facultativo – desaparecimento de carga (RCF-FC): trata da responsabilidade civil por danos causados a terceiros, por desaparecimento de carga. No entanto, não podemos esquecer o seguro internacional de crédito, um importante mecanismo de proteção e de incentivo aos exportadores e que oferece maior segurança aos exportadores iniciantes ou mesmo àqueles que negociam com parceiros novos ou em países considerados de risco político e econômico. A fim de incrementar suas exportações, as empresas brasileiras contam com instituições particulares para garantir o recebimento por suas vendas; é de competência das seguradoras fazer buscas cadastrais dos potenciais importadores e então oferecer seguro ao exportador brasileiro, de forma a minimizar seus riscos e aumentar suas chances numa negociação internacional, uma vez que, com o crédito assegurado, o exportador pode efetuar venda a prazo, dando melhores condições ao importador. Segundo a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF, 2020), “o Seguro de Crédito à Exportação (SCE) tem por finalidade garantir as operações de crédito à exportação contra os riscos comerciais, políticos e extraordinários que possam afetar as exportações brasileiras de bens e serviços”. A agência atua em conjunto com organismos internacionais com os quais mantém trocas constantes a respeito das políticas e condutas no âmbito da comunidade internacional de agência de crédito à exportação. TROCANDO IDEIAS À luz de recentes acontecimentos trágicos envolvendo falha no processo de manuseio e acondicionamento de cargas internacionais, muito vem se discutindo sobre a rigidez da fiscalização. Fala-se na criação de mecanismos mais eficientes e de políticas mais severas para quem descumprir as regras existentes. As discussões sobre o assunto são sempre válidas, pois 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/14 suscitam melhorias nos processos de controle e fiscalização, muito embora isso signifique aumentar procedimentos – em outras palavras, criar burocracia. Para exemplificar os problemas estruturais e financeiros que podem acontecer em decorrência de falha nos procedimentos de segurança ou por imprudência de seus operadores, temos o exemplo de um acidente com causas ainda desconhecidas, ocorrido no mês de julho de 2020 com aeronave que carregava carga médica da China para o Brasil. A aeronave cargueira, que pegou fogo enquanto ainda estava em operação no solo, teve danos estruturais sérios e a companhia aérea previu perda total do equipamento. O seguro de casco, somado ao seguro das turbinas, já é considerado o maior da história da aviação, podendo chegar à cifra aproximada de 400 milhões de dólares americanos, ao que ainda se somam os danos causados à estrutura aeroportuária, aos lucros cessantes pela perda do equipamento, entre outros. Quem arcará com esse prejuízo? NA PRÁTICA Orientações para realizar a atividade: a. Releia esta aula. b. Leia parte da matéria a seguir e a atividade proposta. c. Realize a tarefa solicitada. Bons estudos e bom trabalho! OS ACIDENTES MARÍTIMOS E A RESPONSABILIDADE DOS EMBARCADORES Ao longo do ano passado e nos primeiros meses de 2019, foram noticiados diversos acidentes marítimos resultantes de fogo a bordo o que juntamente com o recente desfecho de uma disputa judicial acerca de um caso bastante emblemático do passado – a explosão seguida de incêndio no navio MSC Flaminia em 2012 – tem voltado os holofotes para esse tema e elucidado bastante a responsabilidade dos embarcadores quanto ao embarque de cargas perigosas. O navio em questão fazia a rota de Nova Orleans para Antuérpia quando foi percebido fumaça em um dos porões. Logo após houve uma explosão seguida de incêndio que destruiu boa parte da carga e do navio, com a perda de 3 vidas. As investigações constataram que a explosão se deu em três ISO Tanks estivados no porão, contendo uma carga de Divinilbenzeno (DVB) que, por aquecimento, polimerizou e explodiu. Importante dizer que uma das 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/14 recomendações dos manuais de manipulação dessa carga indica que ela não deve ser armazenada ao sol e a temperatura ambiente não deve ultrapassar 30°C. Sempre se diz que um acidente, em geral, não tem uma causa única, senão uma sucessão de erros. Nesse caso o problema todo começou com a entrega dos tanques no terminal de New Orleans em junho, para embarque apenas dia 1º de julho, tendo permanecido no pátio por dez dias sob o sol inclemente da Luisiana em pleno verão. Posteriormente foram estivados no porão N°4 adjacentes a contêineres aquecidos contendo Difenilamina (DPA) e próximos aos tanques aquecidos de combustível. (Grantham, 2019) Para realização das tarefas: a. Desenvolva sua opinião sobre a necessidade de haver controles mais rigorosos das cargas. b. Em 2016, a IMO instituiu o chamado verified gross mass (VGM), a forma encontrada para que o embarcador certificasse o peso dos seus contêineres, a fim de evitar problemas no balanceamento dos navios, criando também uma taxa de VGM, mostrando mais uma vez que burocracia e custo andam juntos. Comente sobre o assunto. FINALIZANDO Chegamos ao final desta aula e você já deve ser capaz de compreender de forma ampla os principais aspectos do comércio internacional. Nosso objetivo foi fazer com que você compreenda os riscos envolvidos no transporte internacional de mercadorias, saiba a importância de informar com exatidão todos os detalhes da carga, os problemas que podem causar os erros ou a falta de transparência nos documentos e, principalmente, como fazer para minimizar os riscos financeiros inerentes ao comércio internacional. REFERÊNCIAS ABGF – Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. Seguro de Crédito à Exportação (SCE). Brasília, 2020. Disponível em: <https://www.abgf.gov.br/negocios/seguro-de-credito-a-exportacao/>. Acesso em: 15 set. 2020. CCI – Câmara de Comércio Internacional. Incoterms 2010. Paris, 2010. CNSEG – Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização. Glossário. Rio de Janeiro, [S.d.]. Disponível em: 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/14 <https://cnseg.org.br/glossario.html>. Acesso em: 15 set. 2020. FREGONA, C. A. C. G. O tribunal marítimo e a avaria grossa. Ibdmar, 16 jul. 2020. Disponível em: <http://www.ibdmar.org/2020/07/o-tribunal-maritimo-e-avaria-grossa/>. Acesso em: 15 set. 2020. GRANTHAM, R. Os acidentes marítimos e a responsabilidade dos embarcadores. Guia Marítimo, 11 mar. 2019. Disponível em: <https://www.guiamaritimo.com.br/noticias/maritimo/os- acidentes-maritimos-e-a-responsabilidade-dos-embarcadores>. Acesso em: 15 set. 2020. SUSEP – Superintendência de Seguros Privados. Seguro de transportes. Rio de Janeiro, [S.d.]. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e- produtos/seguros/seguro-de-transportes>. Acesso em: 15 set. 2020. TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio internacional: teoria e prática. Curitiba: InterSaberes, 2016. VALDUGA, F. Imagens: Boeing 777F da Ethiopian pega fogo no pátio do aeroporto de Xangai. Cavok: Asas da Informação, 22 jul. 2020. Disponível em: <https://www.cavok.com.br/boeing-777f- da-ethiopian-pega-fogo-no-patio-do-aeroporto-de-xangai>. Acesso em: 15 set. 2020. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/16 TERMOS TÉCNICOS NO COMÉRCIO EXTERIOR AULA 6 Profª Luciana Mazzutti Leal 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/16 CONVERSA INICIAL Nesta aula, aprenderemos sobre os termos técnicos envolvidos no despacho aduaneiro e todo o universo que envolve a documentaçãoe a operação mais burocrática do comércio exterior no Brasil. Os principais temas abordados serão os seguintes: termos básicos do desembaraço aduaneiro; impostos, taxas e contribuições; termos utilizados no SISCOMEX e regimes aduaneiros especiais. É nessa etapa que aprenderemos como funcionam os processos de nacionalização de carga e de despacho para exportação, naquilo que compete à nossa Receita Federal e anuentes; o passo a passo do processo de importação e os pontos de atenção da exportação. Nesse contexto é que se encontra esta aula, no intuito de facilitar o entendimento dessas dinâmicas do nosso comércio exterior e tentar criar no aluno pensamento crítico e postura proativa com relação aos assuntos que interferem em nossas atividades diárias. CONTEXTUALIZANDO É de conhecimento dos profissionais que atuam no comércio exterior brasileiro a complexidade dos processos de importação e exportação e, embora muito já tenha sido feito para atualizá-los e otimizá-los, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Em 2018, começou a vigorar um novo sistema eletrônico que, a princípio, foi aberto apenas para a exportação, mas que agora já começa a tratar também das importações (em teste, DU-IMP, Declaração Única de Importação). Mais do que torná-los eletrônicos, a remodelação burocrática visa tornar esses processos mais ágeis; além de facilitar o acesso às informações, diminui o retrabalho e permite mais transparência para todos os envolvidos. O excesso de burocracia e a morosidade não são os únicos obstáculos enfrentados pela nossa indústria no comércio exterior, como já estudamos em outra oportunidade. A logística apresenta também grande responsabilidade na pouca competitividade do país nesse setor. Nesse sentido, 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/16 precisamos entender e disseminar o conhecimento sobre os mecanismos disponíveis para importadores e exportadores melhorarem seus negócios. É aqui que entramos no assunto dos Regimes Aduaneiros Especiais, que estão disponíveis à maioria das empresas. TEMA 1 – TERMINOLOGIA BÁSICA DE DESEMBARAÇO ADUANEIRO Primeiro, vamos esclarecer o que se entende por desembaraço, que também pode ser chamado de despacho aduaneiro (daí o nome da função despachante). Embora alguns separem com desembaraço o processo de importação e despacho o de exportação, na prática não existe distinção dos termos. Você já deve ter ouvido a expressão “exportar é fácil, importar é que dá dor de cabeça”, mas esta é uma afirmação que passa longe da realidade na prática. Qualquer um dos processos tem trâmites que devem ser cumpridos e para os quais se exige conhecimento legal, contábil, entre outros, e, apesar de a legislação brasileira não exigir a figura do despachante aduaneiro em um processo, é sabido que esses profissionais são os mais qualificados no momento em que a empresa pensa em importar ou exportar, pois estão constantemente em contato com as atualizações que a área exige. Veremos a seguir alguns entes desses processos e os termos mais utilizados: 1. Despachante aduaneiro: é representante legal, autorizado por sócio da empresa, para atuar em todas as questões relacionadas à importação ou exportação. Ele é a voz da empresa junto à Receita Federal e órgãos reguladores falando em nome do importador, podendo assinar documentos pertinentes ao processo. Não é o responsável último pelo processo, mas responde solidariamente em caso de qualquer descumprimento legal. É ele quem geralmente acompanha vistoria de carga, quem apresenta documentação à Receita Federal, quem confere e lança os dados da importação ou exportação nos sistemas; 2. Importador: podendo ser o real destinatário da carga ou mesmo uma empresa intermediária (comercial importadora ou exportadora), nos documentos aparecerá também como consignatário de carga (consignee). É a empresa que conduz a negociação internacional e é o adquirente da mercadoria, ainda que seja intermediário. O processo de importação é feito em nome dessa empresa (por conta e ordem). A empresa precisa ter 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/16 registro no sistema chamado Radar, que a habilite a importar, ainda que utilize uma comercial importadora; 3. Exportador: empresa que atua na negociação internacional de venda de mercadoria, podendo fazer por conta própria ou por meio de empresa terceira (comercial exportadora), não necessita ser habilitada no sistema Radar para poder exportar por meio de terceiros; 4. Embarcador (ou shipper): empresa que, em nome do exportador, é responsável por entregar a carga para embarque, isto é, proceder com os trâmites logísticos da exportação, podendo ser o real exportador 5. Commercial invoice: documento que atesta a venda/compra da mercadoria. É o documento base para confecção de todos os outros. Nela constam informações da mercadoria, da negociação, dos valores, dos prazos de entrega e condições de venda, além de origem e destino, entre outros; 6. Packing list: também conhecido como romaneio de carga, é o documento que descreve fisicamente as embalagens e serve principalmente para fiscalização aduaneira. É nele que constam números de caixas, paletes, tamanhos, dimensões, pesos etc. O romaneio faz parte do conjunto de documentos que deve ser apresentado para a Receita Federal, porém, não necessariamente seus dados são lançados no sistema de desembaraço. Estando a commercial invoice completa, o romaneio serve mais para conferência física, seja pela fiscalização da aduana, seja na fábrica, ou mesmo ao longo do transporte internacional; 7. DU-E: a Declaração Única de Exportação entrou em vigor em 2018 como forma de agilizar o processo de exportação, que agora é feito de forma eletrônica. Entre outras facilidades, a DU-E substitui o conjunto RE/DE (Registro de Exportação e Declaração de Exportação) e extrai os dados diretamente da Nota Fiscal eletrônica; 8. DU-Imp: a Declaração Única de Importação tem por objetivo simplificar os processos de importação, com meta de redução significativa dos prazos. Substituirá a DI, Declaração de Importação. Atualmente a DU-Imp está disponível para empresas registradas como OEA (Operador Econômico Autônomo) e para alguns produtos que não exijam licença de importação prévia ao embarque; 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/16 9. Classificação fiscal de mercadoria: pode ser chamado NCM, Nomenclatura do Mercosul ou SH, Sistema Harmonizado. Como já vimos anteriormente, é um código de números que serve basicamente para descrever em detalhes a composição e a utilidade de determinada mercadoria; 10. LI: Licença de Importação, toda mercadoria importada necessita de LI, podendo ela ser automática, já previamente deferida pelo órgão responsável ou, não automática, aquela em que é necessário entrar com pedido prévio ao anuente. Para licenças não automáticas, o deferimento deve acontecer antes do embarque, caso contrário a empresa pode ser multada e ter a carga impossibilitada de entrar no país. Veremos a seguir, de forma simples, como funciona um processo de importação e um de exportação. 1.1 DESEMBARAÇO NA IMPORTAÇÃO Segundo consta no Regulamento Aduaneiro, art. 542, Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. (Brasil, 2009) Antes de proceder a qualquer importação, a empresa deve estar habilitada junto à Receita Federal e isso se dá pelo seu cadastramento no sistema Radar, como já vimos anteriormente. Um ponto importante: toda carga vinda do exterior deve passar por procedimento de conferência aduaneira, mesmo as bagagens. Considerado um processo de simples importação, as etapas do desembaraço se dão em três passos: 1. Dar entrada dos dados pertinentes à importação no sistema DU-Imp, dentro doSiscomex. Além dos dados do importador, são obrigatórias as informações sobre a carga (cada um dos itens), sobre os valores da mercadoria e a forma de pagamento, os valores de frete e Incoterm, a moeda da negociação, o câmbio do dia, o país de procedência e de origem da carga etc. O próprio sistema fará o cálculo do chamado valor aduaneiro da mercadoria para posterior indicação dos tributos a serem recolhidos. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/16 2. Após o recolhimento dos tributos e pagamento de todos os impostos, a DU-Imp entrará em processo de análise, o que não ocorre imediatamente. A carga então entrará em etapa de conferência pelo sistema, isto é, será parametrizada. Depois de parametrizada, seja pelo canal que for, a carga é definitivamente liberada e poderá seguir até seu destino final. 3. Para retirar a carga do terminal alfandegado (porto, aeroporto, ponto de fronteira), deve-se quitar as cobranças geradas pela movimentação no terminal e só então agendar transporte. Certamente a descrição acima está simplificada e bastante resumida, mas a intenção é mostrar os principais passos de uma importação após a chegada da carga em território nacional. O processo novo de importação eletrônica (DU-Imp) e o Portal Único facilitam muito o trabalho, porém a atenção que se deve dedicar à importação vai além de preenchimento de dados em sistemas. Ela começa muito antes, ainda no momento de escolha do fornecedor, pois, dependendo do país de onde se pretende importar, o fornecedor deve ser conhecido e registrado, para evitar que este tenha qualquer tipo de impedimento de comercializar com o Brasil, caso muito comum de importações da China. Por isso é tão importante contar com profissionais de comércio exterior. São eles que ajudarão a empresa importadora com essas questões legais. Entre outras, a classificação correta da mercadoria, o conhecimento de exigências prévias ao embarque, a orientação na escolha do modal e assim por diante. 1.2 DESEMBARAÇO NA EXPORTAÇÃO É condição primeira para proceder com exportação estar habilitado no Radar, assim como exigido para o processo de importação. O sistema de registro da DU-E, Declaração Única de Exportação, acontece pelo Portal único também. Explicando de forma simplificada também em três passos o processo de desembaraço de uma exportação simples, temos: 1. O início do processo prático da exportação acontece com o preenchimento da Nota Fiscal eletrônica, ela é a base da DU-E (Declaração Única de Exportação). Indicando o CFOP (Código Fiscal de Operação e Prestação) com uma das naturezas preexistentes no sistema 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/16 que indicam venda ao exterior (a exemplo, CFOP 7.102, “venda ao exterior de mercadoria adquirida de terceiros”), a Receita Federal recebe um alerta de que ocorrerá uma exportação e dentro do prazo previsto a mercadoria deve sair do país. A DU-E, assim como a DU-Imp, exige preenchimento completo dos dados da venda. Alguns desses dados já estarão preenchidos automaticamente, pois são resgatados da NF, outros deverão ser informados de acordo com a commercial invoice; 2. Após o correto preenchimento, a Declaração entra em análise (exportação também passa por parametrização) e, uma vez estando correta, a carga está desembaraçada, isto é, liberada para embarcar; 3. A efetivação da exportação ocorre com a informação que é feita pelo transportador (armador, transportadora rodoviária ou companhia aérea) de que a carga está embarcada e poderá seguir viagem; é a averbação do processo. Apenas poucos produtos têm incidência de imposto de exportação, como veremos logo a seguir, não se fazendo necessário, na maior parte das vezes, o recolhimento de tributos. TEMA 2 – IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES De extrema relevância, esse tema nos mostra a importância de se conhecer bem os tratamentos tributários aplicados às operações de compra e venda internacional. Conhecer os tributos e as alíquotas aplicáveis, o cálculo e sua base e, principalmente, o fato gerador é fator primordial para que a empresa não tenha prejuízo ou sofra penalizações na sua operação. Via de regra, não há incidência de tributos sobre produtos vendidos ao exterior e é possível dizer que esse tratamento é aplicado pela grande parte dos países por entenderem que não é coerente exportar tributos, ou seja, desonera-se o produto da tributação interna do país a fim de torná-lo mais competitivo no mercado externo. Dito isto, precisamos esclarecer que, em alguns casos, o governo brasileiro aplica alíquota de imposto de exportação, porém atualmente, para uma lista bem reduzida de produtos: aqueles que se entendem como não essenciais ou mesmo para desincentivo do consumo, a exemplo do cigarro e papel de cigarro. Na contramão da exportação, as empresas brasileiras que importam sofrem com os altos tributos, as diversas regras e a falta de um tratamento tributário mais homogêneo. Cada um dos 26 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/16 estados mais o Distrito Federal possui uma regra para o cálculo do imposto que lhes compete, o ICMS, dificultando entendimento dos importadores. A falta de clareza pode gerar discrepâncias e mesmo um passivo tributário caso a empresa tenha uma contabilidade eficaz. Apresentadas essas considerações, veremos a seguir os principais tributos incidentes na importação: Imposto de Importação – II: tem como base a TEC, Tarifa Externa Comum, aplicada a todos os países membros do Mercosul e sua alíquota varia de acordo como produto; Imposto sobre Produto Industrializado – IPI: tem como base de cálculo o valor aduaneiro da mercadoria acrescido do montante do II; Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS: a base de cálculo é o valor aduaneiro, acrescido do ICMS e das próprias contribuições; Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – ARFMM: incide apenas nas importações por modal marítimo, sua base de cálculo é o frete internacional e a alíquota é de 25%; Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS: de competência estadual, não cumulativo, isto é, no momento da compra o importador se credita do valor recolhido e será debitado do valor devido na venda da mercadoria no mercado interno, isso acontece por um dispositivo chamado conta gráfica. Cada estado, e o Distrito Federal, possui legislação específica para o cálculo desse tributo; Taxa de Utilização do Siscomex: como o nome sugere, é uma taxa que todos os importadores pagam pela utilização do sistema. Além dos tributos acima, alguns estados possuem taxas diversas de contribuição como é o caso do estado de Goiás com recolhimento destinado ao combate da pobreza. Por isso a importância de se conhecer a fundo o sistema tributário antes de se iniciar qualquer processo de importação. Embora se destaque atenção à importação e à exportação de produtos, não podemos nos esquecer dos serviços. A legislação que dá entendimento e trata do tributo na importação de serviço é matéria complexa e exige atenção caso a caso. Visto ser o ISS, Imposto Sobre Serviços, imposto de competência municipal, é dado a cada uma destas unidades a liberdade de legislar sobre o tributo. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/16 Os principais direcionamentos aos importadores de serviços estão contidos nos manuais do Siscoserv. TEMA 3 – TERMINOLOGIA UTILIZADA NO SISCOMEX No intuito de melhorar os processos do comércio exterior brasileiro, diminuir os tempos e os custos, o governo criou o Portal Único do Comércio Exterior, ou simplesmente Siscomex. Nele estão reunidas todas as interfaces de sistemas que participam dos processos de importação e exportação. Dentro do Siscomex, é possível: Habilitar uma empresa no RADAR, para torná-la apta a importar ou exportar; Registrar as operações para o desembaraço aduaneiro; Solicitar licenças, certificados e permissões. Assim, édado acesso aos intervenientes do processo de forma muito mais simples e direta, acabando com o retrabalho de inserir diversas vezes a mesma informação, além de garantir maior acuidade ao processo. Resumindo, todas as informações relacionadas às operações do comércio exterior estão contidas no Portal Único do Siscomex. A seguir, nas figuras a seguir, temos as telas do Siscomex, nas quais se faz o registro das informações de importação ou exportação. Figura 1 – Tela inicial do Portal Único do Siscomex (1) Fonte: Portal Único do Siscomex, [S.d.]. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/16 Figura 2 – Tela inicial do Portal Único do Siscomex (2) Fonte: Portal Único do Siscomex, [S.d.]. Figura 3 – Tela dos módulos disponíveis para registros Fonte: Portal Único do Siscomex, [S.d.]. TEMA 4 – REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS Os Regimes Aduaneiros Especiais existem de forma generalista, para melhorar a competitividade do produto nacional frente ao mercado internacional. Conforme informação do próprio Ministério da Economia em seu site, Os regimes aduaneiros especiais, em suas mais variadas espécies, apresentam como característica comum a exceção à regra geral de aplicação de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na exportação de bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além da possibilidade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros. (Siscomex, 2019) 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/16 São diversos os regimes concedidos para importadores e exportadores. Alguns são mais comuns e podem ser acessados por empresas com qualquer enquadramento fiscal, enquanto outros exigem faturamentos mínimos elevados. Alguns regimes especiais não podem ser acessados por empresas enquadradas no Simples Nacional ou do MEI (Microempresário Individual). Veremos aqui os mais comuns: Admissão temporária: permite a importação de bens que devem permanecer por tempo determinado no país com a suspensão total dos tributos ou, para o caso de uso comercial; com suspensão parcial, com pagamento proporcional dos tributos devidos na medida de sua utilização. A exemplo, a importação de um bem de valor elevado que sofre grande depreciação no mercado, mas que será utilizado para a produção ou para o serviço de atividade econômica. Esse Regime é também muito comum para os casos de bens que entrem no país para participar de exposição. Exportação temporária: permite a saída da mercadoria do país com a suspensão do imposto de exportação (caso incida), porém, condiciona o retorno em prazo determinado ao país e na mesma forma O mesmo estado de sua saída. Há a hipótese de sair para que sofra beneficiamento/aperfeiçoamento e, nesse caso, os tributos devidos no seu retorno são calculados apenas sobre o valor agregado. Trânsito aduaneiro: regime que permite o transporte em território nacional, de mercadoria sob controle aduaneiro com suspensão do pagamento de tributos. É comum que aconteça de uma zona primária (aeroporto, por exemplo) para uma zona secundária (terminal alfandegado, REDEX). Entreposto aduaneiro: regime que permite que a mercadoria a ser exportada tenha a suspensão dos impostos federais ou ainda, permite a utilização dos benefícios fiscais da exportação mesmo antes da saída efetiva da mercadoria. Nesse último caso, chama-se extraordinário e é concedido apenas às comerciais exportadoras. Depósito alfandegado certificado: permite considerar exportada, para todos os efeitos fiscais, creditícios e cambiais, mercadoria nacional depositada em recinto alfandegado e que seja vendida a pessoa sediada no exterior, mediante contrato de entrega em território nacional à ordem do adquirente. A responsabilidade do exportador se encerra com a emissão, feita pelo depositário (recinto alfandegado), do Certificado de Depósito Alfandegado (CDA), que ocorre 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/16 no momento em que aquele entrega a mercadoria no recinto alfandegado. Para efeitos fiscais e demais efeitos, entende-se a data do CDA como a data de embarque ou de transposição de fronteira. Diferente do Entreposto Aduaneiro, esse regime pode ser pleiteado por qualquer empresa exportadora e não apenas Comerciais Exportadoras, que respondem por classificação específica. Drawback: permite a suspensão ou eliminação dos tributos incidentes sobre produtos importados ou mesmo adquiridos no mercado interno e que serão utilizados para composição, beneficiamento, embalagem, entre outros, de mercadoria a ser exportada. O Drawback é um dos principais regimes de incentivo à exportação e seus benefícios, resumidamente podem ser destacados como: Importação ou compra no mercado interno de insumos com suspensão dos tributos: II, IPI, PIS/Pasep, Cofins e AFRMM (Marinha Mercante); Importação de insumos com suspensão do ICMS; Isenção do pagamento dos tributos suspensos na exportação. TEMA 5 – OUTROS TERMOS O despacho aduaneiro, como bem vimos, é uma parte relevante do processo de comércio exterior, porém, ela é apenas uma etapa e para que ocorra de forma correta, sem percalços ou custos extras, é de extrema importância que a documentação pertinente ao processo esteja correta e completa. A compra ou a venda de uma mercadoria no mercado internacional começa antes mesmo da negociação. Ela começa na análise do produto e do mercado com o qual se pretende negociar, entre tantos outros. E o que é preciso saber antes de sentar para negociar? Apresentamos a seguir uma lista simplificada dos pontos importantes de atenção: Na importação: A classificação fiscal do produto (NCM/ SH). É o ponto de início de análise, uma vez que a classificação é que norteará o importador quanto à tributação aplicável, a necessidade de 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/16 licenças prévias etc. O importador deve sempre conferir com o agente aduaneiro local a classificação informada pelo exportador, que, em última instância, é o responsável pela correta informação. A origem do produto. Alguns países são parceiros comerciais do Brasil e a entrada de mercadoria proveniente desses países pode ter benefícios de redução no Imposto de Importação. Ao contrário, países que têm algum tipo de subsídio de governo para a produção sofrem na importação o que é conhecido como barreira fiscal, ou antidumping. Dados do fabricante e do fornecedor, caso não sejam a mesma empresa. Saber quem é a empresa, lista de referências de clientes, saber se possui alguma política de compliance – conjunto de normas estabelecidas pelas empresas, que seguem preceitos legais internacionais de conduta ética e moral, por exemplo, a não utilização de mão de obra escrava e de boas práticas, buscar informação da sua idoneidade etc. Assim como se faz com fornecedores no mercado interno, buscar informações detalhadas de quem se busca parceria no mercado internacional é de extrema relevância. Não são poucos os casos em que empresas importadoras são acusadas de alguma prática ilegal de condições de trabalho, por exemplo, por ter negociação com empresa estrangeira que não cumpre certos tratados internacionais, como da ONU. Solicitar amostras. Não se pode pensar em compra internacional sem antes ter aprovada uma amostra do produto. Algumas mercadorias exigem laudo técnico de órgãos intervenientes, como é o caso de brinquedos, em que, antes de se negociar a compra, amostras do produto precisarão ser aprovadas pelo INMETRO. Na exportação: A classificação da mercadoria também é importante na exportação, pois erros podem causar atrasos na liberação da mercadoria. Dados do comprador. Existem empresas que fazem pesquisa internacional do cadastro das empresas para levantar informações sobre idoneidade também, assim como no mercado interno. Dependendo do caso, fazer uma venda para empresa não idônea pode causar problemas à saúde financeira do exportador que muitas vezespensa em vender, mas não se preocupa com o recebimento. Embalagem primária (ou de consumo, se houver) e embalagem de transporte. A falta de cuidado na embalagem de transporte é causa primeira das avarias na carga. Por isso a 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/16 importância de conhecer a logística internacional. Já a embalagem primária errada pode impossibilitar a entrada do produto no país de destino. Assim como no Brasil, cada país possui regras para produtos de consumo que devem ser rigorosamente seguidas. De forma resumida, esses são alguns dos principais pontos de atenção que devem acontecer antes da negociação de compra ou de venda. Uma vez fechado o negócio, a atenção deve estar no jogo de documentos completos, preenchidos corretamente e a integridade da carga garantida. TROCANDO IDEIAS Nos últimos anos, houve significativas mudanças nos processos e melhoria dos sistemas do comércio exterior brasileiro, principalmente no que diz respeito ao acesso dos intervenientes, simplificando e tornando os caminhos mais ágeis. Esta é a tendência: desburocratizar. Analisando essa afirmativa, elabore sua opinião sobre o futuro das profissões no comércio exterior. NA PRÁTICA Orientações para realizar a atividade: 1. Leia o texto da aula; 2. Leia parte da matéria jornalística e a atividade proposta; 3. Realize a tarefa solicitada. Segundo o ranking do Banco Mundial chamado Doing Business – índice que classifica os países em maior ou menor grau de abertura comercial, ou seja, a facilidade que se tem em negociar com empresas desse país –, o Brasil ocupa a posição número 124. Estamos atrás de países como Senegal, Papua-Nova Guiné, Lesoto, Uganda, só para dar alguns exemplos. Sabemos que uma das políticas adotadas por anos no Brasil é a de proteger a indústria nacional, criando barreiras tarifárias e não tarifárias para que ela se desenvolva, porém, isso se 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/16 mostrou ineficiente ao longo dos anos, dada a nossa pouca competitividade no mercado internacional. Muito se discute sobre o melhor caminho, que deverá passar por uma mudança de pensamento também dos empresários brasileiros, que por muitos anos outorgaram ao Estado a responsabilidade por sua sobrevivência. Após ler esta aula, juntamente com todo o conhecimento até aqui adquirido, analise o exposto acima e elabore: 1. Como nosso país pode ser mais competitivo? FINALIZANDO Nessa aula, aprendemos sobre o que é o processo de desembaraço aduaneiro de uma mercadoria e todo o conjunto de regras que o envolvem, além da importância do profissional de comércio exterior qualificado. Abordamos também o tratamento tributário aplicado às cargas destinadas à exportação e àquelas vindas do exterior, a importância da correta classificação da mercadoria e a atenção aos documentos para que não haja prejuízo no negócio. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 fev. 2009. PORTAL ÚNICO DO SISCOMEX. Disponível em: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/>. Acesso em: 2 set. 2020. SISCOMEX. Regimes aduaneiros. Siscomex, 13 ago. 2019. Disponível em: 2 set. 2020. SEGALIS, G. et. al. Fundamentos de exportação e importação. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2012. 8/15/22, 2:47 PM UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/16