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Termos Técnicos ao Comércio Exterior

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8/15/22, 2:43 PM UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19
TERMOS TÉCNICOS AO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 1
Profa. Luciana Mazzuti Leal
8/15/22, 2:43 PM UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19
CONVERSA INICIAL
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Vamos iniciar esta disciplina, que tem por objetivo
apresentar informações e soluções operacionais sobre comércio exterior, importações,
exportações e temas relacionados à área. Inicialmente, abordaremos o significado de “comércio
exterior”, seu contexto, regulamentações internacionais, visão macroeconômica do livre-comércio
e, por fim, os órgãos brasileiros responsáveis por controlar o comércio exterior.
Para discorrermos juntos sobre o assunto, iremos estudar a origem do comércio exterior, suas
leis e o impacto das trocas de produtos e serviços entre os países, tanto na compra (importação)
quanto na venda (exportação). O comércio exterior engloba a logística nacional e internacional no
país de origem e no país de destino, a burocracia aduaneira e as formas de pagamento, seguindo
praticamente todos os ritos de um negócio local, mas ultrapassando fronteiras.
CONTEXTUALIZANDO
Praticamente todos os países dependem do comércio exterior. Alguns são especialistas em
tecnologia, maquinários, remédios, produtos hospitalares, peixes, vinhos, chocolates ou, como é o
caso do Brasil, commodities agrícolas.
O comércio internacional começou a ser regulamentado após a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) a fim de promover a cooperação internacional e o livre-comércio entre países. Em
1947 teve início a Organização Mundial do Comércio (OMC), após a assinatura do Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio (GATT), responsável por criar e gerenciar regras do sistema multilateral
de comércio.
O acordo ficou em vigência até 1994 e, a partir de 1995, após a oitava rodada do GATT –
conhecida como rodada do Uruguai –, o assunto ficou sob a responsabilidade da OMC, que passou
a regular e determinar as regras do
livre-comércio e solucionar disputas, até os dias de hoje. Atualmente tem 164 países-membros,
dentre eles o Brasil, e representa 98% do comércio mundial (OMC, 2019).
[1]
8/15/22, 2:43 PM UNINTER
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Com a globalização, o comércio internacional tem se tornado uma ferramenta universal para os
países se desenvolverem pelo comércio exterior, já que se relaciona diretamente com a balança
comercial – a soma total do que é importado ou exportado num país – e com o produto interno
bruto (PIB) – soma de tudo que é produzido de bens e serviços. Em 2018 o Banco Mundial avaliou
o Brasil como a nona maior economia do mundo, mas participava de apenas 1,1% do comércio
internacional (Banco Mundial, 2019).
O Brasil participa de forma ínfima no comércio exterior, e existe uma carência de
desenvolvimento no país. Esse desenvolvimento se refere aos negócios internacionais e à relação
comercial entre os países. Para que as empresas possam atuar no comércio exterior, é necessário
cada vez mais profissionais capazes de desenvolver atividades de compra e venda internacional, e
de auxiliar na internacionalização do país.
O mercado para profissionais capacitados em comércio exterior, em sua maioria, se concentra
em empresas exportadoras, importadoras e prestadoras de serviço, como despachantes
aduaneiros ou agentes de carga. As atividades vão desde a gestão de processos e terceiros até
projetos de viabilidade comercial.
TEMA 1 – INTRODUÇÃO À TERMINOLOGIA TÉCNICA DE COMÉRCIO
EXTERIOR
É possível compreender o comércio exterior como a troca de produtos e serviços entre países.
Essa troca se dá pela compra (importação) e pela venda (exportação), como veremos a seguir.
1.1 IMPORTAÇÃO
Segundo a Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais, “A importação compreende a
entrada temporária ou definitiva em território nacional de bens ou serviços originários ou
procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito” (Brasil, 2015). A importação pode ser
feita por pessoa física ou jurídica, seguindo as normas da Receita Federal e considerando a devida
carga de impostos.
Conforme veremos à frente, a carga tributária na importação compreende cinco impostos:
1. Imposto de Importação (II);
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2. Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
3. Programa de Integração Social (PIS);
4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
5. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A Receita Federal é o principal órgão responsável pelo controle dos impostos e do comércio
exterior no Brasil, por meio do Regulamento Aduaneiro, que apresenta as leis e regras no Decreto
n. 6.759/2009. Em outras palavras, o Regulamento Aduaneiro é o coração das atividades de
comércio exterior, e é de fundamental importância que os profissionais o conheçam.
Figura 1 – Rotina de exportação e importação de produtos
Fonte: Vectorfusionart/Shutterstock.
As importações para pessoa física são restritas a consumo próprio, impossibilitadas de
comercialização. Isso significa que importações pelos Correios, DHL, FedEx, TNT ou outros
correios internacionais não podem ser feitas com o objetivo de venda no mercado local, além de
existir um limite no valor de cinco mil dólares americanos (valor de 2020).
Produtos ou serviços importados são exclusivamente comercializados por pessoas jurídicas
devidamente registradas na Receita Federal e em dia com seus tributos. “Devidamente
registradas” significa ter os cadastros para emitir notas fiscais e recolher tributos, além de um
responsável legal da empresa no contrato social e um CNPJ digital que o permita exercer
personalidade jurídica. O CNPJ digital é a identidade digital da pessoa jurídica no meio eletrônico,
que permite autenticar atividades da empresa em sistemas públicos e privados.
[2]
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Pessoa física é o ser humano possuidor de direitos e deveres e com registro no Cadastro de
Pessoa Física (CPF), da Receita Federal. Já a pessoa jurídica é a união de uma ou mais pessoas
físicas, mais patrimônio ($), com a finalidade de prestar serviços ou produzir bens. Como exemplo,
podemos citar empresas, microempresas, ONGs e associações.
Os profissionais da área de importação podem atuar nas empresas importadoras ou em
prestadoras de serviço. Exemplos dessas atividades vão desde compras internacionais, controle
do andamento dos processos, registro das importações, controle da logística aérea, marítima e
rodoviária até internação da importação no estoque da empresa, por meio da emissão da nota
fiscal de entrada.
1.2 EXPORTAÇÃO
Segundo o Ministério da Economia, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), “A exportação é
basicamente a saída da mercadoria pelas fronteiras do país, inclusive mar territorial, decorrente de
um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas”
(Brasil, 2015). “Divisas” se refere à entrada ou saída de dinheiro e, sim, é possível exportar sem
receber dinheiro, como devolução de embalagens reutilizáveis ou produtos intermediários
manufaturados.
Figura 2 – Processo de importação e exportação de produtos
Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock.
Também conforme o MDIC (Brasil, 2015),
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A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorrentes internos, pois
diversifica mercados, aproveita melhor sua capacidade instalada, aprimora a qualidade do
produto vendido, incorpora tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos
operacionais. A atividade de exportar pressupõe uma boa postura profissional, conhecimento
das normas e versatilidade.
Além dos fatores apresentados, as empresas exportadoras utilizam benefícios fiscais para se
tornar mais competitivas no mercado externo, como redução do recolhimento de impostos nas
matérias-primas,compra no mercado interno destinada à exportação e isenção de impostos na
exportação. Vale lembrar que isso é praticado por todos os países, inclusive de forma ilegal em
alguns casos, como nos processos de “dumping” na OMC – quando um país vende seu produto
mais barato no mercado externo do que em seu próprio mercado. Aprofundaremos esse assunto
nos próximos capítulos.
Existem várias formas de uma empresa exportar produtos, podendo contratar profissionais
capazes de organizar todos os documentos e contratação de terceiros, montagem do preço de
venda ou por meio do programa Exporta Fácil, dos Correios.
1.3 LOGÍSTICA
No comércio exterior, a logística pode ser dividida em dois tipos: internacional – que trata dos
meios de transporte aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário – e nacional – transporte aéreo,
rodoviário, ferroviário e fluvial.
Figura 3 – Exportação e importação de mercadorias
Fonte: Vectorpouch/Shutterstock.
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No comércio exterior, o ponto determinante da contratação logística depende dos international
commercial terms (Incoterms), ou, em português, “termos comerciais internacionais”. Essa
contratação deve considerar o que está sendo comprado e as responsabilidades do exportador e
do importador. Quando falamos “responsabilidades”, nos referimos a “quando e quem irá pagar o
quê”.
Para cada tipo de logística existem documentos e controles específicos. A documentação
principal da logística do comércio exterior é o conhecimento de carga (ou conhecimento de
transporte). Conforme a Receita Federal (Brasil,2014),
o conhecimento de carga, também conhecido como conhecimento de transporte emitido pelo
transportador, define a contratação da operação de transporte internacional, comprova o
recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de destino,
constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria e é um documento que ampara a
mercadoria e descreve a operação de transporte.
O conhecimento de carga recebe denominações específicas em razão da via de transporte:
Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário (CRT), Conhecimento de Carga Ferroviária
(TIF/CTF), Bill of Lading (BL) ou Air Waybill (AWB) (Brasil,2014).
TEMA 2 – ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Organizações internacionais são instituições criadas por países com um fim específico, que
podem ser da área financeira, de saúde, política, ambiental, entre outros. Sobre o comércio
exterior, podemos citar três organizações:
1. OMC;
2. FMI;
3. Banco Mundial.
Veremos agora a estrutura operacional de cada uma, e o que elas fazem.
2.1 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
Assumpção (2007) comenta que
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A OMC é uma organização permanente e com personalidade jurídica própria, com 150
membros. Entrou em funcionamento em 1º de janeiro de 1995, com objetivo de promover e
estabelecer negociações tarifárias multilaterais, mediar a solução de conflitos, não só de
origem comercial, mas como também relacionados a direitos autorais e tratamento a
investimentos estrangeiros diretos.
Em resumo, ela determina as regras para que o comércio internacional possa ocorrer de forma
saudável, mantendo os interesses dos envolvidos.
Em relação às regras, que são a base do sistema comercial multilateral, a OMC (2019)
defende:
Não discriminação entre seus parceiros comerciais nem entre produtos e serviços próprios e
estrangeiros;
Redução de barreiras que podem ser tributárias, proibições ou quotas que restrinjam
seletivamente as quantidades;
Previsibilidade e transparência nos negócios, evitando barreiras comerciais levantadas de
forma arbitrária;
Competitividade para desencorajar práticas injustas, como subsídios à exportação e produtos
de dumping abaixo do custo para ganhar participação de mercado;
Privilégios especiais a países menos desenvolvidos, como maior tempo para se ajustar aos
acordos;
Medidas de proteção ao meio ambiente, saúde pública e animal, e fitossanidade.
2.2 FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI)
O FMI é uma agência especializada das Nações Unidas que tem por objetivo “promover a
cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional,
promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em
todo o mundo” (Brasil, 2017).
Atualmente o FMI tem 189 países-membros, e sua missão é exercida de três maneiras:
1. Monitoramento do sistema monetário internacional: processo pelo qual o FMI
controla as políticas econômicas e os sistemas monetários dos países-membros;
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2. Empréstimos aos países-membros: é responsabilidade central do FMI dar
empréstimos a países-membros que enfrentem problemas (atuais ou potenciais) de balanço
de pagamentos;
3. Capacitação: programa que auxilia os países-membros a implementar políticas
econômicas para promover a estabilidade e o crescimento.
Conforme veremos, uma diferença entre o Banco Mundial e o FMI é que este tenta resolver
crises e problemas financeiros, e aquele ajuda no desenvolvimento dos países, principalmente
estrutural.
2.3 BANCO MUNDIAL
O Banco Mundial é uma agência independente das Nações Unidas e auxilia os países rumo ao
desenvolvimento. São 60 bilhões de dólares anuais em empréstimos para os 187 países-membros.
Dentro do Banco Mundial existe o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
(Bird), que atua como uma cooperativa. Conforme as Nações Unidas, o Bird
atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos financeiros, o seu
pessoal altamente treinado e a sua ampla base de conhecimentos para apoiar os esforços das
nações em desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro, sustentável e equitativo.
O objetivo principal é a redução da pobreza e das desigualdades. (Brasil, 2011)
O Banco Mundial atua no Brasil há mais de 60 anos e já financiou 50 bilhões de dólares na
gestão pública, infraestrutura, desenvolvimento urbano, educação, saúde e meio ambiente. Um
dos principais exemplos de atuação do Banco Mundial é a parceria com o Governo Federal no
Bolsa Família, responsável pela redução na desigualdade social e em projetos de luta contra
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a aids.
TEMA 3 – VISÃO MACROECONÔMICA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A visão macroeconômica do comércio exterior é a forma como olhamos para países,
economias, moedas, câmbio e políticas de comércio exterior, ou como os países avaliam seus
parceiros comerciais. Todos esses fatores, em conjunto, determinam o ambiente no qual países e
empresas se inserem para comercializar produtos e serviços.
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Figura 4 – Comércio exterior na atualidade
Fonte: Any Dean Photography/Shutterstock.
3.1 RISCO-PAÍS
A economia de um país se relaciona diretamente ao risco de negócios. Frequentemente vemos
nos jornais que o risco Brasil aumenta e abaixa dependendo das políticas internas e externas, e
isso ocorre com todos os países.
Existe um índice denominado Emerging markets bond index plus (EMBI+) – em português,
“Índice de títulos de mercados emergentes” – que mede o grau do ambiente financeiro para
investimentos estrangeiros em países emergentes. Essa avaliação tem impacto direto nos
investimentos e, consequentemente, na entrada ou saída de moeda estrangeira, e na cotação
dessa moeda. Já é uma realidade vivenciada no Brasil há muitos anos pois, quanto maior o risco
político ou econômico, menores os investimentos e maior a cotação de moedas estrangeiras em
relação ao real.
3.2 MOEDAS
Moeda é a forma de pagamento nas transações monetárias, e cada país tem sua própria: nos
Estados Unidos a moeda é o dólar; na Comunidade Europeia a moeda é o euro; e no Brasil, o real.
Antigamente as moedas tinham como lastro o ouro, portanto seu valorestava no seu peso, como
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garantia. Atualmente esse lastro são as riquezas de um país, não mais utilizando metais como
forma de garantia.
Figura 5 – Moeda como símbolo de riqueza
Fonte: Pogonici/Shutterstock.
Na maioria dos negócios entre países, o dólar e o euro são as moedas-padrão, utilizadas como
referência nos fechamentos de câmbio, e as moedas de cada país costumam ser convertidas a
elas, para se referir a seus pagamentos. Uma importação em dólar ou euro será paga em reais,
porém convertida na quantidade de reais equivalentes ao valor do dólar ou euro no dia do
pagamento. No Brasil o câmbio é denominado flutuante livre, variando para cima ou para baixo,
dependendo apenas dos agentes de mercado para estabelecer o valor das moedas; vale lembrar
que a oferta e a demanda também interferem no preço das moedas. No futuro veremos
detalhadamente como funcionam as operações de câmbio e as regras de pagamentos
internacionais.
Além do risco-país e o valor das moedas, os objetivos macroeconômicos de um país se
relacionam ao seu crescimento econômico, nível de emprego, taxa de inflação e equilíbrio da
balança comercial – esta nada mais é do que o valor total das exportações subtraído do valor total
das importações; comparando-a a uma pessoa física, seria algo como a “conta-corrente” do país.
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Dois termos são utilizados para a balança comercial: superávit e déficit. Temos o primeiro quando
a entrada de divisas é maior que a saída, e no déficit temos o oposto: maior saída do que entrada.
3.3 INFLAÇÃO E ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO
Conforme mencionamos, inflação é o aumento contínuo do valor dos produtos ao longo do
tempo; um termômetro da economia que mede o poder de compra da moeda. Ela é medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A seguir, vejamos a tabela do IPCA (abril de 2020) e os grupos de produtos e serviços:
Tabela 1 – IPCA, abril de 2020
Fonte: Brasil, 2020
Outros fatores que compõem a visão macroeconômica do comércio exterior são os acordos
internacionais e os blocos econômicos, que veremos nos próximos capítulos.
TEMA 4 – LIVRE-COMÉRCIO
O livre-comércio nada mais é do que a troca de bens e serviços sem incidência de impostos e
protecionismo, visto que os países têm várias ferramentas para proteger a indústria local e sua
economia, como veremos à frente.
Para iniciar o tema sobre livre-comércio, partimos do mercantilismo, do termo “mercantil”, que
significa “concluir um negócio”, conforme Tripoli e Prates (2016) no livro Comércio internacional:
teoria e prática. Os autores ainda citam que “O mercantilismo consistia em um conjunto de práticas
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e medidas que os Estados deveriam adotar para se beneficiarem do desenvolvimento econômico,
territorial e social”.
Outro autor, Adam Smith (1723-1790) – considerado o pai da economia moderna com sua obra
mais importante, A riqueza das nações, publicada em 1776 –, defendia que as economias deveriam
ser autorreguláveis sem interferência do Estado para ser mais eficientes. Conforme Tripoli e Prates
(2016), “Smith defendia o livre-comércio, contrapondo-se aos mercantilistas, que defendiam ações
protecionistas”.
Conforme já vimos, a OMC também defende o livre-comércio e a não discriminação entre
produtos e serviços próprios e estrangeiros, além da redução de barreiras, previsibilidade e
transparência nas relações comerciais.
4.1 ZONAS DE LIVRE-COMÉRCIO
Zonas de livre-comércio são blocos econômicos ou agrupamentos de países que, juntos,
definem a redução ou desobrigação de tarifas no comércio entre eles. Podemos dizer que são uma
integração aduaneira com uma política tributária comum entre os blocos ou países.
Existem três tipos de zonas de livre-comércio:
1. União aduaneira: integração econômica, união aduaneira e
livre-comércio intrazona, com política comercial comum entre os países. Exemplo: Mercosul;
2.Mercado comum: eliminação das tarifas entre os países e livre circulação de pessoas
entre eles. Exemplo: União Europeia;
3. União econômica monetária: mesmas características do Item 2, porém com a
unificação das moedas em circulação nos países. Exemplo: Comunidade Europeia.
Atualmente a Comunidade Europeia é o maior exemplo de bloco econômico em
funcionamento.
4.2 ACORDOS COMERCIAIS
Figura 6 – Acordos comerciais em andamento
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Fonte: Myvector/Shutterstock.
Acordos comerciais podem ser feitos entre blocos econômicos ou entre países com
finalidades diversas. Conforme o governo brasileiro, o Brasil tem acordos no âmbito multilateral e
regional no Mercosul e na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), além de ter acordos
de bens, serviços, investimentos, compras governamentais, sistema geral e global de preferências
e de meio ambiente.
Saiba mais
Todos os acordos comerciais do Brasil podem ser encontrados em: <http://www.investexp
ortbrasil.gov.br/acordos-comerciais.> Acesso em: 17 ago. 2020.
Adiante veremos os principais acordos comerciais do Brasil e como eles funcionam.
TEMA 5 – ÓRGÃOS ANUENTES
Para entendermos os órgãos anuentes, é necessário saber o que são intervenientes do
comércio exterior. Conforme a Instrução Normativa da Receita Federal n. 1.288/2012,
http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais.
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Considera-se interveniente do comércio exterior, o importador, o exportador, o beneficiário de
regime aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante aduaneiro e seus
ajudantes, o transportador, o agente de carga, o operador de transporte multimodal (OTM), o
operador portuário, o depositário, o administrador de recinto alfandegado, o perito, o
assistente técnico, ou qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou indireta, com a
operação de comércio exterior.
Em resumo, são todos os envolvidos nos processos do comércio exterior, e os órgãos
anuentes também são intervenientes, porém com a função de autorizar e gerenciar a entrada e
saída de bens e serviços.
5.1 ÓRGÃOS ANUENTES NO BRASIL
Tais órgãos (15 no total) atuam na anuência de importações de produtos/operações a eles
pertinentes, conforme a lista a seguir:
Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
Agência Nacional do Cinema – Ancine
Comando do Exército – Comexe
Departamento de Operações de Comércio Exterior – Decex
Departamento de Polícia Federal – DPF
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBC
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC
Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa.
Mas, afinal, o que determina qual é o órgão anuente para importar ou exportar determinado
produto? A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Trata-se de um conjnto de oito números
que classificam as mercadorias e determinam os impostos.
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Os órgãos mais comuns na importação são:
1. Anvisa: é o órgão responsável pelo controle sanitário de mercadorias importadas e
nacionais, garantindo as normas impostas pelo Ministério da Saúde. No caso do comércio
exterior, a Anvisa controla a entrada e saída dos produtos de origem natural, medicamentos,
produtos hospitalares, alimentos, entre outros;
2. Mapa: órgão responsávelpelo controle das operações comerciais que envolvem
produtos de origem animal ou vegetal e agropecuária, como animais e derivados, vegetais e
derivados, agrotóxicos, fertilizantes, vinhos e outros, além de fiscalizar o controle de pragas
oriundas de outros países nas importações pelo controle de embalagens de madeira e
paletes, conforme a Instrução Normativa Mapa n. 32/2015 – podemos identificar essa
fiscalização no carimbo de tratamento da madeira na figura a seguir:
Figura 7 – Carimbo de tratamento
Fonte: Dima Moroz/Shutterstock.
Determinado o órgão anuente, também será possível identificar a necessidade (ou não) de
uma licença de importação ou exportação.
TROCANDO IDEIAS
No Tema 1.3 abordamos a logística no comércio exterior e apresentamos algumas opções
internacionais e nacionais. Na sua opinião, é possível utilizar uma ou mais opções num único
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processo de importação ou exportação? Compartilhe a resposta com os colegas!
NA PRÁTICA
Orientações para a atividade:
1. Leia a Rota 1;
2. Leia o trecho da matéria jornalística e a atividade proposta (a seguir);
3. Faça a tarefa solicitada;
4. Bons estudos e bom trabalho!
Atividade prática 1 – Leia o trecho a seguir:
A guerra comercial entre Estados Unidos e China
Desde o início do ano de 2018, o sistema multilateral de negociação do comércio foi desafiado
com decisões unilaterais dos Estados Unidos da América (EUA) relativas ao aumento de tarifas
de importação para determinados parceiros comerciais, especialmente a China. O pano de
fundo dessas medidas dos EUA é o aumento do déficit comercial do país nos últimos anos. Em
2017, os EUA apuraram um déficit na balança comercial de bens de US$ 861 bilhões, contra
US$ 797 bilhões, em 2016. Em 2017, houve um aumento do déficit bilateral com a China em
7%, chegando a US$ 363 bilhões, o equivalente a 42% do déficit total. (Carvalho; Azevedo;
Massuquetti, 2019)
Após a leitura do texto, responda:
1. Com base no texto apresentado, comente a relação do livre-comércio defendida pela
OMC e as ações tomadas pelos Estados Unidos;
2. Você acredita que a guerra comercial entre Estados Unidos e China irá afetar o
comércio exterior no Brasil? Por quê?
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula! Iniciamos com o contexto teórico sobre importação, exportação,
logística, órgãos internacionais, risco-país, moedas, livre-comércio e órgãos anuentes.
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O objetivo desta aula foi compreender os termos iniciais do desenvolvimento do comércio
exterior brasileiro e o entendimento das necessidades para os profissionais do setor. Assim será
possível desenvolver os tópicos necessários para a gestão dos processos de forma mais técnica e
avançada nas próximas aulas.
REFERÊNCIAS
ACORDOS comerciais. Invest Export Brasil, [S.l.], 3 set. 2015. Disponível em:
http://www.investexportbrasil.gov.br/acordos-comerciais. Acesso em: 17 ago. 2020.
ASSUMPÇÃO, R. M. Exportação e Importação, conceitos e procedimentos básicos.
Curitiba: Ibpex, 2007.
BANCO MUNDIAL. Gross domestic product. 2019. Disponível em:
https://databank.worldbank.org/data/download/gdp.pdf. Acesso em: 17 ago. 2020.
BRASIL. Banco Mundial. Nações Unidas Brasil, Brasília, DF, 2011. Disponível em:
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_____. Instrução Normativa RFB n. 1.288, de 31 de agosto de 2012. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1º set. 2012.
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Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-
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_____. Exportação. Migração: Ministério da Economia, Brasília, DF, 2015. Disponível em:
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_____. FMI: Fundo Monetário Internacional. Nações Unidas Brasil, 2017. Disponível em:
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_____. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. Sidra, [S.l.], 2020. Disponível
em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/abril-2020. Acesso em: 17 ago.
2020.
8/15/22, 2:43 PM UNINTER
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CARVALHO, M. F. P.; AZEVEDO, A. F. Z.; MASSUQUETTI; A. O Brasil no contexto da guerra
comercial entre EUA e China. Anpec, 2019. Disponível em:
https://www.anpec.org.br/sul/2019/submissao/files_I/i5-
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OMC – Organização Mundial do Comércio. Who we are. 2019. Disponível em:
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/who_we_are_e.htm. Acesso em: 17 ago. 2020.
TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio internacional: teoria e prática. Curitiba:
InterSaberes, 2016.
Commodities são matérias-primas essenciais com baixo índice de industrialização, como
petróleo, soja, milho etc.
 DHL, FedEx e TNT são empresas globais de correio, conhecidas como couriers.
[1]
[2]
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TERMOS TÉCNICOS AO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 2
Profa. Luciana Mazzuti Leal
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CONVERSA INICIAL
Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a esta aula! Hoje estudaremos operações com moedas
estrangeiras; terminologia técnica no câmbio e nos contratos de câmbio; carta de crédito;
legislação aduaneira e tipos de importação. Esses tópicos fornecerão as regras de maneira técnica
e prática para as operações cambiais e as ações a serem executadas pelos profissionais de
comércio exterior.
As operações cambiais na exportação ou importação de produtos e serviços passam
obrigatoriamente por agentes financeiros, como veremos. Após os tópicos de câmbio,
estudaremos a legislação aduaneira pelo Regulamento Aduaneiro. Também veremos os tipos de
importação autorizados pela Receita Federal.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Já abordamos anteriormente o significado dos termos “exportação” e “importação”, a
organização do comércio internacional e os principais órgãos reguladores. Também vimos o que
são divisas, moedas e sua conversão para pagamentos internacionais.
A título de curiosidade, o Banco Central do Brasil (BCB/Bacen) fez uma pesquisa publicada em
12 de fevereiro de 2020, e constatou que, naquele momento, circulavam R$ 320.238.730.536,00
(trezentos e vinte bilhões, duzentos e trinta e oito milhões, setecentos e trinta mil e quinhentos e
trinta e seis reais) em cédulas no país.
Figura 1 – A cédula brasileira
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Fonte: Andre Nery/Shutterstock.
A Tabela 1 mostra essa informação em mais detalhes:
Tabela 1 – Cédulas em circulação no Brasil em 2020
Fonte: Banco Central do Brasil, 2020
A mesma pesquisa revela que as moedas físicas de 1 centavo, 5, 10, 25, 50 centavos e de 1
real em circulação somavam R$ 7.135.923.800,88 (sete bilhões, cento e trinta e cinco milhões,
novecentos e vinte e três mil, oitocentos reais e oitenta reais e oito centavos).
Figura 2 – Moeda brasileira de um real
Fonte: RafastockBR/Shutterstock
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A Tabela 2 mostra essa distribuição em mais detalhes:
Tabela 2 – Moedas em circulação no Brasil em 2020
Fonte: Banco Central do Brasil, 2020.
As moedas estão diretamente relacionadas aos pagamentos e, consequentemente, aos
câmbios, pois cada país ou bloco econômico tem a própria moeda. Existem regras para executar os
pagamentos e estratégias para melhorar o desempenho nas conversões ou gestão dos
pagamentos, seja por órgãos públicos ou privados.
Vejamos a seguir as principais opções e a terminologia dos pagamentos internacionais:
Pagamento adiantando ou antecipado;
Pagamento à vista;Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista (exemplo: 30% adiantado + 70% à
vista);
Pagamento contra documentos (em inglês, cash against documents);
Pagamento a prazo.
Essas opções podem ser selecionadas tanto na exportação quanto na importação de um
produto ou serviço. No caso das exportações, a opção de pagamento interfere diretamente na
montagem do preço de venda; pode-se perceber que um pagamento adiantado tem maior
vantagem sobre um pagamento a prazo, por exemplo.
Todos os câmbios são regulados pelo Bacen e podem ser feitos por instituições bancárias
tradicionais, como Itaú, Banco do Brasil, Bradesco etc., ou casas de câmbio e corretoras de
valores.
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No caso de países com elevado grau de risco econômico ou político, é possível utilizar um
instrumento chamado carta de crédito, que garante a operação de exportação ou importação por
instituições financeiras garantidoras ou fiadoras. A carta de crédito tem um custo que deve ser
considerado na montagem do projeto de importação ou exportação, como veremos no Tema 3.
Várias são as situações que envolvem o câmbio e seus riscos. Por exemplo, uma das partes
pode não receber o pagamento ou receber menos que o combinado.
Para identificar e reduzir tais situações, veremos as regras e legislações definidas pelo Bacen.
TEMA 1 – OPERAÇÕES COM MOEDA ESTRANGEIRA
Operações com moeda estrangeira são reguladas pelo Bacen, por meio do Regulamento do
Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). É possível encontrá-lo no site do Bacen,
ainda que prevaleçam sobre ele as últimas atualizações no Diário Oficial da União.
Figura 3 – Logotipo do Bacen
Fonte: Jô Galvão/Shutterstock.
Tal regulamento se divide em três títulos:
1.Mercado de câmbio: abrange as operações de compra e venda de moeda estrangeira,
as transferências internacionais em reais e as operações que envolvem ouro-instrumento
cambial, bem como as matérias necessárias ao seu funcionamento regular;
2. Capitais brasileiros no exterior: contemplam os valores de qualquer natureza, os
ativos em moeda, os bens e os direitos fora do território nacional por pessoas físicas e
[1]
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jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil;
3. Capitais estrangeiros no país: tratam dos investimentos externos ingressados no
Brasil e de outros recursos captados no exterior na forma da legislação e regulamentação em
vigor.
O RMCCI regula as atividades financeiras, e o Bacen é o órgão responsável por autorizar
os agentes financeiros na prática das operações com moeda estrangeira.
1.1 AGENTES
Conforme o Bacen, 181 instituições operam no mercado cambial em 2020, e suas atividades
compreendem:
Bancos;
Caixas econômicas;
Corretoras de câmbio;
Corretoras de valores;
Distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Pergunta: Quem é o agente financeiro e o que ele faz?
Resposta: É o profissional ou instituição atuante no mercado financeiro capaz de conceder
empréstimos, financiamentos e demais operações de crédito.
1.2 OPERAÇÕES CAMBIAIS
Agentes autorizados podem exercer as seguintes operações, de acordo com o RMCCI:
Compra e venda de moeda estrangeira;
Pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira;
Transferências para o exterior;
Recebimentos do exterior;
Aplicações no mercado financeiro;
Venda de produtos financeiros.
Essas operações se estruturam de duas formas:
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1. Mercado primário: nele ocorrem a entrada e saída de moeda em território nacional,
como turistas, operações de exportação ou importação;
2. Mercado secundário: correspondem às movimentações para dentro ou para fora do
país, por meio dos agentes citados no Tema 1.1.
TEMA 2 – TERMINOLOGIA TÉCNICA NO CÂMBIO E NOS CONTRATOS
DE CÂMBIO
Vimos que os agentes responsáveis pelos pagamentos são autorizados pelo Bacen. Partindo
dessa premissa, deve existir primeiramente uma relação comercial entre o exportador ou
importador com o agente financeiro, o que pode ser feito com uma conta física ou jurídica numa
instituição financeira, ou simplesmente se cadastrar numa corretora de câmbio.
Figura 4 – A relação comercial é imprescindível à exportação e importação
Fonte: Florin Burlan/Shutterstock.
No caso dos exportadores, feita a negociação e iniciada a exportação, o exportador envia para
o importador os dados bancários (ou da corretora de câmbio) para que o pagamento seja feito; nas
importações, é o inverso.
Os dados bancários são:
1. Nome do banco ou corretora de câmbio;
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2. Endereço do banco ou corretora de câmbio;
3. Número da agência e conta;
4. Códigos Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Swift) (em
português, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais) ou
International Bank Account Number (Iban) (em português, Número Internacional de Conta
Bancária).
Os códigos Swift e Iban são compostos por números e letras, conforme as Figuras 5 e 6:
Figura 5 – Modelo do código Swift
Fonte: O que é Swift?, 2020.
Figura 6 – Modelo do código Iban
Fonte: O que é Swift?, 2020.
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Em todos os pagamentos internacionais é obrigatório enviar os dados bancários descritos nas
figuras, para uma correta identificação do pagador e recebedor. Na prática, a informação dos
dados bancários é dada na fatura comercial (invoice) ou na fatura proforma (proforma invoice),
como veremos no Tema 4.2.
Veja a seguir um modelo real de pagamento de um importador brasileiro para um exportador
tailandês no valor de quarenta e cinco mil dólares americanos:
Figura 7 – Pagamentos internacionais de 20 de junho de 2020
MT S103SINGLE CUSTOMER CREDIT TRANSFERPAGE 000001 Basic HeaderF 01
BBDEBRSPASPO 6028 696087
Application Header I 103 CITIUS33XXXX N User HeaderService Code 103:
Bank. Priority 113:
Msg User Ref. 108: INTERNO 496572
Validation119:
Service Type 111:
End to End Ref. 121: 9470166a-12e6-4486-bb24-119161a32bab Sender's Reference *20:
01532078223
* * Repeatable Sequence 001 * * * * * * Occurrence 00001 Time Indication13: Code // TimeSign
Offset Bank Operation Code *23 B: CRED
* * Repeatable Sequence 002 * * * * * * Occurrence 00001 Instruction Code23:/
Trans. Type Code26:
Settlement Amount *32 A: Date 200604 Currency USD Amount 45.000,00 Instructed
Amount 33: CurrencyAmount
Exchange Rate36:
Ordering Customer *50 K: /23700291000085089
XYZ – CNPJ (Importador)
Sending Institution 51:
Ordering Inst.52:
Sender's Corr. A BBDEBRSPMTZ Receiver's Corr.4
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Third Reimburs.Inst. 55:
Intermediary56:
Account with Inst. 57 A: ICBKTHBK Beneficiary Customer*59: / 0010095077
XYZ (Exportador)
Remittance Info.70: /INV/E20124 Details of Charges *71 A: SHA
* * Repeatable Sequence 003 * * * * * * Occurrence 00001 Sender's Charges71:
CurrencyAmount
Receiver's Charges 71: CurrencyAmount Send. to Rec. Info. 72:
Regulatory Report 77:
Message not designed for direct human entry or processing. Only 20 lines truncated to 75
Fonte: Leal, 2020.
É importante preencher corretamente os dados bancários, a fim de evitar cobranças indevidas
ou cancelamento da remessa, que pode ocasionar multas e gerar atrasos.
2.1 MESA DE CÂMBIO
Mesa de Câmbio é o departamento responsável pelos pagamentos internacionais dentro dos
agentes financeiros autorizados pelo Bacen e já citados no Tema 1.1. Os exportadores ou
importadores, quando efetuam um pagamento, devem entrar em contato com a Mesa de Câmbio
do agente financeiro contratado a fim de finalizar o processo.
Quando isso ocorre, a Mesa de Câmbio informa a taxa do pagamento. Ou seja, o agente
oferece um valor correspondente para a moeda negociada no valor da fatura comercial daquelemomento.
Figura 8 – Trabalho da Mesa de Câmbio
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lFonte: Raulalmu/Shutterstock.
É importante que o exportador (ou importador) acompanhe o mercado financeiro para escolher
o melhor momento de efetuar seu recebimento ou pagamento, observando uma taxa favorável. A
taxa é o valor de uma moeda em relação a outra.
Por exemplo, um profissional fez uma exportação do Brasil para a Itália no valor de dez mil
euros, na opção de pagamento adiantado. Ele envia um documento para o importador chamado
fatura comercial (ou invoice), com seus dados bancários e códigos Swift/Iban, e assim o
importador pode efetuar o pagamento. Quando ele executar o pagamento, enviará o comprovante,
e assim o exportador aguardará o aviso de que as divisas chegaram em seu agente financeiro
contratado para então negociar a taxa e finalizá-lo.
Nesse exemplo o profissional optou pelo pagamento adiantado, porém, como vimos, são cinco
as principais opções:
1. Pagamento adiantando ou antecipado: o importador paga e o exportador envia a
mercadoria após receber o pagamento. Nesse caso o risco é muito baixo para o exportador,
mas é alto para o importador, caso o exportador não atenda às necessidades do importador
ou não entregue a mercadoria;
2. Pagamento à vista: o importador paga ao exportador assim que a mercadoria for
embarcada, mas antes da chegada da carga no destino. Nesse caso o exportador só envia os
documentos para liberar a importação após o pagamento. É uma prática muito comum;
3. Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista: o importador paga um
percentual do valor total da importação antes do embarque, e mais um percentual antes da
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chegada da carga no recinto alfandegado de destino. Exemplo: 30% adiantado + 70% à vista;
4. Pagamento cash against documents (CAD): o importador paga o exportador via
banco, e este funciona como fiador, que assume o risco, junto do exportador, de
inadimplência do importador;
5. Pagamento depois do embarque, ou a prazo: o importador paga o exportador num
prazo determinado após a chegada da importação na aduana de destino. Esse prazo pode ser
negociado. Por exemplo: 120 dias após a data de chegada.
As opções de pagamento sempre devem ser consideradas numa negociação, já que estão
diretamente relacionadas com a viabilidade de um negócio.
TEMA 3 – TERMINOLOGIA NA CARTA DE CRÉDITO
A carta de crédito (ou letter of credit – LC) é uma modalidade de pagamento executável por
agentes autorizados, que emitem um documento garantindo o pagamento. Ou seja, as instituições
financeiras ou corretoras de câmbio operam como fiadoras do pagamento internacional. Esse tipo
de serviço garante segurança a ambas as partes.
Para iniciar uma carta de crédito junto à instituição financeira contratada, o exportador (ou
importador) deverá preencher um formulário impresso ou digital fornecido por ela, com as
seguintes informações:
Local e data;
Endereço;
Data e local do vencimento do crédito ou débito;
Beneficiário;
Dados do banco ou agente autorizado;
Valor e moeda;
Comissão do agente;
Código Swift;
Data de embarque (previsão);
Possibilidade (ou não) de embarque parcial;
Transbordos;
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Local de descarga;
Mercadoria;
Documentos exigidos pelo exportador (ou importador);
Condições;
Frete;
Fatura comercial;
Seguro;
Testemunhas;
Assinatura dos tomadores.
As instituições financeiras cobram por esse serviço, cuja taxa varia conforme as garantias
propostas em contrato, chegando a 10% do valor total da operação, o que exige uma avaliação
prévia da carta de crédito para viabilizar o negócio. Existem casos em que os exportadores só
operam por meio de cartas de crédito, dificultando a vida dos importadores.
TEMA 4 – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
A legislação aduaneira é regulada pelo Decreto n. 6.759/2009, também conhecido como
Regulamento Aduaneiro. Nele podemos encontrar todas as leis, regras e decisões a respeito do
comércio exterior brasileiro, iniciando-se pela definição do território aduaneiro, dividido em duas
zonas:
1. Zona primária:
Área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;
Área terrestre nos aeroportos alfandegados;
Área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados.
2. Zona secundária:
Parte restante do território aduaneiro, incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
É importante entender as zonas aduaneiras para delimitar a jurisdição do controle do comércio
exterior e avançar em relação aos recintos alfandegados, que veremos agora.
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4.1 RECINTOS ALFANDEGADOS
Os recintos alfandegados, também conhecidos como recintos aduaneiros, são locais
autorizados e declarados pela Receita Federal para controle aduaneiro, movimentação de cargas
de exportação e importação, armazenagem, bagagens e correios internacionais. No Brasil
podemos citar o Porto de Santos, Aeroporto Internacional de Guarulhos, Aduana de Fronteira em
Foz do Iguaçu e Porto de Paranaguá.
Figura 9 – Exemplo de recinto alfandegado
Fonte: Grigvovan/Shutterstock.
Via de regra, os recintos aduaneiros se localizam nos aeroportos, portos e fronteiras, mas
também existem os recintos de interior, chamados de estação aduaneira interior (Eadi), ou porto
seco – um recinto aduaneiro público e normalmente utilizado por estar mais próximo aos portos
convencionais, facilitando o acompanhamento do processo aduaneiro.
Todas as operações de comércio exterior devem obrigatoriamente passar pelo controle
aduaneiro em recintos alfandegados; nenhuma exportação nem importação está isenta dessa
obrigação. Esses recintos cobram taxas de armazenagem e taxas operacionais, desde a entrada
até a saída de um processo de comércio exterior. Em alguns casos os custos são elevados,
conforme a tabela a seguir, de armazenagem do aeroporto de São José dos Pinhais:
Tabela 3 – Preço relativo à tarifa aeroportuária de armazenagem de carga importada
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Fonte: Paclog, [S.d.].
Com base na Tabela 3, é possível simular o custo de armazenagem de uma importação no
valor de vinte mil dólares americanos por período:
Período 1 (2 dias) = US$ 20.000,00 × 0,75% = US$ 150,00 ou R$ 750,00 (taxa R$ 5,00);
Período 2 (3 dias) = US$ 20.000,00 × 1,5% = US$ 300,00 ou R$ 1.500,00 (taxa R$ 5,00);
Período 3 (5 dias) = US$ 20.000,00 × 2,25% = US$ 450,00 ou R$ 2.250,00 (taxa R$ 5,00); e
assim sucessivamente para os períodos seguintes.
É importante observar que a armazenagem é cobrada pelo período final. Ou seja, se a carga
ficar seis dias, será cobrada a alíquota de 2,25%.
Todos os recintos aduaneiros têm tabelas de armazenagem, e na prática alguns processos de
importação, quando em análise fiscal, podem ficar até trinta dias armazenados, gerando despesas
altíssimas e demandando profissionais capazes de prever e organizar os processos antes de iniciá-
los.
4.2 DOCUMENTOS
O Regulamento Aduaneiro também define os documentos necessários para os processos de
exportação e importação, conforme o art. 557.
Dentre eles, os principais documentos são:
Fatura comercial, ou invoice: descreve todos os detalhes do importador, exportador,
produto, quantidade, país de origem, moeda, Nomenclatura Comum do Mercosul, Incoterm,
peso líquido, peso bruto, condição de pagamento e dados bancários;
Romaneio de carga, ou packing list: descreve as mercadorias, suas embalagens, disposição
dos produtos e ordem das caixas num processo. É por esse documento que os fiscais se
guiam para analisar a mercadoria em caso de fiscalização;
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Conhecimento de carga ou conhecimento de transporte: é o documento que define a
operação do transporte, propriedadeda carga e definições de origem, destino e detalhes do
transporte;
Outros documentos: certificado de livre comércio, de origem, de análise, fitossanitário, entre
outros, que veremos nos próximos conteúdos.
Futuramente vamos detalhar cada uma das peculiaridades dos documentos.
4.3 IMPOSTOS
Os impostos são uma imposição ou encargo financeiro aplicado pelo Estado com base num
fato gerador, nesse caso a exportação ou importação.
O Regulamento Aduaneiro define as regras para o recolhimento correto dos impostos e suas
bases de cálculo (os valores que, somados, serão multiplicados pela alíquota devida).
Figura 10 – Representação de imposto
Fonte: Enciktepstudio/Shutterstock.
Via de regra, não temos incidência de impostos nas exportação, salvo algumas operações
distintas. Já na importação, os principais impostos são:
Imposto de Importação (II);
Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
Programa Integração Social (PIS);
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
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Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual (ICMS).
O valor das alíquotas dos impostos é definido pela Nomenclatura Comum do Mercosul,
composta por um código de oito dígitos que classificam as mercadorias e definem o percentual de
impostos a ser cobrado.
Um processo de exportação ou importação com incidência de impostos só é liberado após o
pagamento dos tributos, o que normalmente é feito pelo despachante aduaneiro, como veremos a
seguir.
4.4 DESPACHANTES ADUANEIROS
São profissionais especializados e capacitados no Regulamento Aduaneiro, contratados para
auxiliar exportadores e importadores em seus processos. Essa contratação ocorre em razão da alta
burocracia, regulamentos, regras e procedimentos no Brasil. Eles também podem trabalhar em
empresas chamadas comissárias de despacho aduaneiro.
Essas empresas (ou profissionais) auxiliam todas as etapas dos processos determinadas no
Regulamento Aduaneiro e perante os órgãos reguladores analisados anteriormente. Podemos citar
algumas atividades do despachante aduaneiro nos processos de comércio exterior:
Acompanhar os embarques;
Registrar o processo na Receita Federal;
Analisar os documentos;
Verificar a Nomenclatura Comum do Mercosul e as necessidades de fiscalização;
Informar os impostos devidos;
Fazer follow-up (acompanhar o processo);
Apresentar melhorias.
Além das atividades citadas, os despachantes aduaneiros também auxiliam na redução de
custos e em alternativas para um melhor desempenho nos processos.
TEMA 5 – TIPOS DE IMPORTAÇÃO
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O Regulamento Aduaneiro define três tipos de importação: direta, por conta e ordem de
terceiros, e por encomenda.
1. Direta: a pessoa física (ou jurídica) efetua a importação por conta própria, sendo
responsável por todas as etapas no Regulamento Aduaneiro, podendo ou não contratar um
despachante;
2. Por conta e ordem de terceiros: é o tipo de importação por empresas chamadas
tradings. A trading atual intermedeia e realiza todo o processo de importação para a empresa
contratante, também chamada de adquirente;
3. Por encomenda: como o nome já diz, a empresa importadora faz a importação com a
promessa de revender os produtos para a empresa que encomendou.
TROCANDO IDEIAS
No Tema 2.1 abordamos as opções de pagamento das empresas. Seria possível utilizar opções
de pagamento para negociar o preço de um produto a ser importado? Compartilhe sua opinião com
os colegas.
NA PRÁTICA
Orientações para a atividade:
1. Leia a Aula 2;
2. Leia a matéria a seguir e a atividade proposta;
3. Realize a tarefa solicitada;
4. Bons estudos e bom trabalho!
Atividade prática – Leia a matéria a seguir:
Balança comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,653 bilhão e corrente de comércio
de US$ 6,966 bilhões, na terceira semana de junho de 2020 – com cinco dias úteis –, como
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/20
resultado de exportações no valor de US$ 4,31 bilhões e importações de US$ 2,656 bilhões.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22/6), pela Secretaria de Comércio Exterior
(Secex) do Ministério da Economia.
Ano – No ano, as exportações totalizam US$ 96,742 bilhões, e as importações, US$ 76,377
bilhões, com saldo positivo de US$ 20,366 bilhões e corrente de comércio de US$ 173,119
bilhões.
Análise do mês – Nas exportações, comparada à média diária até a terceira semana de junho
de 2020 (US$ 873,22 milhões) com a de junho de 2019 (US$ 968,74 milhões), houve queda de
9,9%, em razão da diminuição nas vendas na Indústria Extrativa (−24,3%) e de produtos da
Indústria de Transformação (−18,3%). Por outro lado, houve aumento nas vendas em
agropecuária (+30,2%). (Balança…,2020)
Tarefa:
1. Com base no texto, comente a relação dos pagamentos internacionais e a relação com
o superávit;
2. O texto menciona que as exportações superaram as importações. Qual o seu
entendimento em relação aos fatores que auxiliam nessa situação econômica favorável?
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula!
Nosso objetivo principal foi compreender os intervenientes e como funcionam os pagamentos
internacionais no comércio exterior. Primeiro analisamos os documentos necessários e as
informações que os documentos devem conter. Depois verificamos quais são os agentes
financeiros e os meios de executar os pagamentos pelas mesas de câmbio.
Finalizada a etapa do câmbio, vimos que, para todas as ações no comércio exterior, é
necessário seguir o Regulamento Aduaneiro (Decreto n.6.759/2009). Esse documento contempla
todas as leis, regras e decisões legais sobre as operações de comércio exterior no Brasil, além dos
seus tipos de importação.
REFERÊNCIAS
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/20
BALANÇA comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho.
Gov.br, Brasília, DF, 22 jun. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-
br/assuntos/noticias/2020/ju nho/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-1-653-bilhao-na-
terceira-semana-de-junho. Acesso em: 18 ago. 2020.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cédulas e moedas. 2020. Disponível em:
https://www3.bcb.gov.br/mecpublico/?wicket:interface. Acesso em: 18 ago. 2020.
BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6
fev. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6759.htm. Acesso em: 18 ago. 2020.
O QUE É SWIFT? Confidence Câmbio, [S.l.], 2017. Disponível em:
https://www.confidencecambio.com.br/blog/o-que-e-swift/. Acesso em: 18 ago. 2020.
PACLOG. Tabela de armazenagem. [S.d.]. Disponível em:
http://www.paclog.com.br/pt/tarifas/cwb. Acesso em: 18 ago. 2020.
 Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/>. Acesso em: 18 ago. 2020.[1]
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TERMOS TÉCNICOS NO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 3
Prof. Luciana Mazzuti Leal
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CONVERSA INICIAL
Estamos avançando em nossos estudos e, nesta aula, abordaremos negociação
internacional, acordos comerciais, parcerias comerciais, Incoterms e sistemática de
importação.
A negociação internacional é a etapa precursora de um projeto de comércio exterior, sendo
necessário que as partes cheguem a uma concordância sobre determinado tema para que possam
avançar em um acordo benéfico para. As partes normalmente envolvem dois ou mais países e
devem sempre respeitar as regras da OMC ou os acordos bilaterais, ambos estabelecidos pelos
governos e atuantes nas mais diversas áreas, como desenvolvimento técnico-científico,
infraestrutura, tributário, dentre outros.
Para auxiliarnas negociações, contamos também com os Incoterms, que constituem um
manual que normatiza e padroniza as regras de transferências de responsabilidades financeiras e
de seguro envolvidas na movimentação internacional da carga.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Os países que buscam se desenvolver por meio do comércio exterior certamente têm como
estratégia oferecer qualidade e preços atrativos com o objetivo de se tornarem competitivos no
mercado externo. Para que essa estratégia possa ser eficiente, é necessário que as empresas e os
profissionais de comércio exterior sejam capazes de analisar os mercados e competidores a fim de
se colocarem no mercado.
Existem formas para isso acontecer e uma delas é a utilização das técnicas de negociação
internacional. A negociação internacional é um tema bastante complexo, pois envolve psicologia,
conhecimento do mercado, sazonalidade e técnicas para negociar com outros países. Cada país
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possui culturas e idioma próprios e, principalmente, costumes em relação aos negócios, com os
quais o negociador deve estar muito atento.
TEMA 1 – NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
O conceito de negociação pode ser definido como duas ou mais partes interagindo para
chegar a um consenso sobre o que lhes interessa, podendo ser um negócio, um acordo, um
desconto, uma meta ou um objetivo comum.
Na vida profissional ou pessoal somos obrigados a negociar praticamente todos os dias,
mesmo que involuntariamente, sobre os mais diversos assuntos: decisões familiares, atividades do
dia a dia, trabalho, melhor caminho para casa e até mesmo com amigos. Partindo dessa premissa,
a negociação internacional leva em conta os fatores acima na relação entre países, a fim de
maximizar os objetivos desejados de forma satisfatória para as partes. É importante considerar o
ambiente político e legal, já que esses dois fatores podem aproximar investidores com facilidades
burocráticas, estabilidade política e boa gestão econômica ou expeli-los, nos casos opostos.
1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
A linguagem e a comunicação são fatores muito importantes em uma negociação
internacional. É necessário que as partes compreendam o que está sendo proposto de forma clara
e objetiva. Isso pode parecer óbvio, mas é nessa parte que negociadores despreparados
comentem.
As boas práticas utilizam o inglês como língua oficial nos negócios, porém o espanhol é muito
utilizado nos países da América Latina. A língua é a base de uma comunicação eficiente, entretanto
são necessários meios para uma boa comunicação. Atualmente, temos uma infinidade de meios
para nos comunicar, como telefone, e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook, Skype, dentre outros.
No mundo dos negócios, quanto mais rápida e clara a comunicação acontecer mais facilmente as
negociações se desenrolam.
É importante que todo negociador sempre formalize propostas e intenções em um negócio e a
forma mais eficiente de se fazer isso é por meio de um contrato ou por e-mail. Muito cuidado, pois
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essa informação parece óbvia, mas em muitas negociações as partes negociam verbalmente e
depois se enfrentam legalmente em disputas comerciais.
1.2 ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
Nas negociações internacionais existe uma grande variedade de fatores a serem levados em
consideração, como a logística internacional, a forma de pagamento, os prazos de entrega, a
certificação de qualidade, dentre outros fatores que podem tornar uma negociação extremamente
difícil.
Para alcançar os objetivos em uma negociação internacional, devemos imaginar que ambas as
partes têm objetivos a serem alcançados da melhor forma possível, porém nem sempre se
consegue tudo o que é esperado. Os negociadores podem utilizar técnicas e estratégias para
melhorar o desempenho e os resultados em uma negociação. Conforme o livro O Manual de
Negociação, do autor Chester L. Karras, temos mais de 200 táticas e estratégias para aplicar em
uma negociação, por exemplo:
Barganha: forma de jogar com os preços de um fornecedor para outro.
Acordos aos poucos: iniciar uma negociação com a metade da quantidade necessária e
aumentar a quantidade em troca de melhor preço.
Cansaço: forma de negociar com calma e devagar para cansar e motivar o vendedor a ceder
aos seus objetivos.
Sazonalidade: avaliar o início da negociação com antecedência das altas estações.
Mudar de negociador: no andar da negociação o negociador inicial sai de cena e combina
com um novo negociador os objetivos a serem atingidos.
Concessões: apresentar concessões pré-definidas no andamento da negociação.
Armadilhas: atuar com mentiras e táticas de jogador. Esta última tática foi colocada
propositalmente, pois, em regra, os negociadores devem estar atentos a estratégias de
negociadores mal-intencionados.
Além das técnicas práticas de negociação, é possível aprofundarmos o assunto com técnicas
de persuasão, estratégias psicológicas e uma infinidade de ferramentas disponíveis no mercado. A
persuasão e as técnicas psicológicas normalmente são aplicadas por negociadores altamente
preparados e capazes de atingir seus objetivos sem que uma das partes perceba. Se você tiver
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interesse em se aprofundar no assunto, indicamos o livro O Poder da Persuasão, de Robert B.
Cialdine. Esse livro trata dos gatilhos mentais pré-programados nas pessoas, que são as formas
como o ser humano responde a estímulos e a relação do comportamento nas negociações.
Como percebemos, a negociação internacional é uma tarefa complexa e quanto maiores os
objetivos, mais capacitados devem ser os negociadores.
1.3 ERROS MAIS COMUNS NAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Visto que os negociadores utilizam as mais diversas estratégias para negociar, é possível que
muitos cometam deslizes. Podemos elencar alguns erros conforme o livro Negociando
Racionalmente, de Max H. Bazerman:
Negociador se compromete com algo que não pode cumprir e não tem como voltar atrás.
O desejo de sempre vencer pode destruir a estratégia racional de negociação.
Desconhecer o outro negociador e sua área de atuação ou estar despreparado para negociar.
Blefar sem ter alternativa.
Não se comportar como cliente em uma compra.
Abrir muitas informações que não foram solicitadas.
Em uma negociação de alto nível, é possível perceber falhas e aproveitá-las a seu favor, já que
o mercado global é extremamente competitivo e a capacidade de negociação é um diferencial ao
profissional de comércio exterior.
TEMA 2 – ACORDOS COMERCIAIS
Os acordos comerciais têm relação direta com o que tratamos no tema 1, já que são
negociações internacionais entre países que buscam melhorar o ambiente de negócios entre as
partes e podem se dar das seguintes formas:
Acordos bilaterais: são acordos que visam a estabelecer o desenvolvimento saudável nos
negócios entre dois países a partir de regras pré-estabelecidas, que podem ser econômicas,
políticas, de infraestrutura, entre outras.
Blocos econômicos: são acordos feitos entre vários países que se reúnem com o mesmo fim
de desenvolvimento comercial. Existem acordos comerciais que se dão entre blocos e um
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país, é o exemplo do acordo Mercosul com o México (ACE-53); entre blocos, como o caso do
Mercosul/Sacu (uma união aduaneira de países africanos) ou o mais recentemente assinado,
Mercosul/União Europeia.
Em quaisquer desses arranjos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) define regras para
que os acordos possam ser firmados.
2.1 ACORDOS BILATERAIS
Na área econômica, esses acordos são conhecidos como Acordos de Complementação
Econômica (ACE) e visam a estabelecer benefícios tributários e burocráticos nas relações
comerciais entre os países, por exemplo, zerando a alíquota do imposto de importação ou
reduzindo a burocracia; o impostode importação é cobrado na entrada de produtos estrangeiros
no país. Conforme o Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil possui
sete ACE:
Brasil – Uruguai (ACE-02)
Brasil – Argentina (ACE-14)
Brasil – México (ACE-53)
Mercosul – Peru (ACE-58)
Brasil – Suriname (ACE-41)
Brasil – Venezuela (ACE-69)
Brasil – Paraguai (ACE-74)
Os bilaterais podem ser utilizados por exportadores e importadores a fim de verificar se suas
operações estão contempladas nos acordos por meio da NCM dos produtos. O código de cada
ACE, por exemplo Brasil/ Argentina (ACE-14), é utilizado no registro da importação junto à Receita
Federal.
Imagine que uma empresa importadora brasileira deseja importar peças automotivas do
México e precisa saber se existe um ACE entre Brasil e México para que possa fazer a importação
com isenção ou redução do imposto de importação. Antes de iniciar a importação, o importador
pergunta ao exportador a NCM do produto e envia ao despachante aduaneiro. O despachante
analisa a NCM na Receita Federal para confirmar se o importador pode utilizar do ACE –53
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Brasil/México e reduzir a alíquota de importação. Veremos adiante que serão necessários
documentos comprobatórios para utilização dos ACE.
2.2 ACORDOS ENTRE BLOCOS ECONÔMICOS E PAÍSES
Diferente dos acordos bilaterais entre apenas dois países, os acordos de blocos econômicos
são formados por um grupo de países que se unem para reduzir barreiras e impostos entre os
participantes. Podemos citar como exemplo de blocos econômicos o Mercosul e a União Europeia.
Na mesma pesquisa feita no item 2.1, é possível encontrar os acordos entre blocos
econômicos conforme abaixo:
Mercosul (ACE-18)
Mercosul – Chile (ACE-35)
Mercosul – Bolívia (ACE-36)
Mercosul – México (ACE-54)
Automotivo Mercosul – México (ACE-55)
Mercosul – Peru (ACE-58)
Mercosul – Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59)
Mercosul – Colômbia (ACE-72)
Mercosul – Cuba (ACE-62)
Mercosul/Índia
Mercosul/Israel
Mercosul/Egito
Similar aos acordos bilaterais, os acordos entre blocos econômicos e países visam a beneficiar
os signatários. Agora, reflita: existe algum documento necessário para que uma importação usufrua
um acordo bilateral ou entre blocos econômicos? A resposta é sim; o principal e obrigatório
documento é o Certificado de Origem.
2.3 CERTIFICADO DE ORIGEM
O Certificado de Origem (CO) é um documento emitido por órgãos autorizados pelo governo
de um país que garantem procedência e confirmam a chamada Regra de Origem, na qual se
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estipula percentual de produção nacional, não apenas a origem do produto a ser exportado,
evitando, assim, beneficiar países que não fazem parte do acordo.
Para conhecer entidades autorizadas a emitir o certificado, basta fazer uma consulta simples
no portal do Ministério da Economia (MDIC). Os requisitos analisados para emissão do Certificado
estão contidos nas regras gerais e podem ser resumidos da seguinte maneira:
Insumos originários: totalmente obtidos, integralmente elaborados ou totalmente produzidos.
Exemplo: molho de pimenta produzido com matéria-prima brasileira.
Insumos não-originários: há critérios de qualificação de origem, que são o salto tarifário, o
valor de conteúdo regional e os requisitos produtivos.
Como exemplo prático dessa explicação, temos, de acordo com o MDIC:
uma determinada empresa A do Brasil exporta o produto lata de alumínio com tampa,
classificado na NCM 7612.90.19 para a empresa B do Uruguai. Para esse produto ser
considerado originário do Brasil, no âmbito do regime de origem do Mercosul, deve estar
classificado em uma posição tarifária distinta dos insumos não-originários. Considerando que
o produto contém os seguintes insumos de terceiros países: bobinas de alumínio (NCM:
7606.92.00); verniz externo (NCM: 3209.10.20); e tampa de alumínio (NCM: 8309.90.00), em
relação ao produto final, é possível verificar que houve mudança de classificação tarifária dos
insumos não originários (salto de posição). Portanto, o produto é considerado originário do
Brasil.
Observe um modelo de certificado de origem do ACE 18, Mercosul:
Figura 1 – Modelo de certificado de origem
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Fonte: MDIC.
Para concluir, ressaltamos que o Certificado de Origem garante a procedência de um produto
e faz jus ao direito de utilização dos benefícios em acordos bilaterais ou por meio de blocos
econômicos.
TEMA 3 – PARCERIAS COMERCIAIS
As parcerias comerciais no comércio internacional se dão principalmente por meio dos
acordos celebrados pelos governos, sejam eles, como vimos anteriormente, entre blocos ou
bilaterais.
Os países todos se beneficiam desses acordos e parcerias nas suas trocas comerciais; não
apenas enviando e recebendo mercadorias que passam fisicamente pelas aduanas, mas também
tecnologias e serviços considerados bens intangíveis, os quais são tratados por acordos
específicos. Um exemplo é o acordo de coprodução cinematográfica entre Brasil e Israel, aprovado
pelo Decreto n. 143/2016, em vigor desde 2017.
Os acordos que tratam de bens intangíveis, assim como os que tratam das mercadorias,
também estabelecem regras mínimas que devem ser obedecidas para que a transferência de
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recursos dos governos envolvidos aconteça em sua plenitude.
É importante entender que os acordos comerciais e as parcerias se formam com a intenção de
benefício e desenvolvimento mútuo. Sendo assim, eles seguem protocolos e prazos bem
estabelecidos para seu cumprimento e por isso é importante que sejam constantemente
consultados pelas partes negociantes. Cabe a cada um saber de suas obrigações para poder
usufruir plenamente do estabelecido.
TEMA 4 – INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS (INCOTERMS)
Os Termos Internacionais de Comércio, conhecidos como Incoterms, organizam e determinam
as responsabilidades do exportador e do importador nas questões que se referem à transferência
física da mercadoria e do seguro de transporte, ou seja, regram o que tange a logística
internacional. Essas responsabilidades também incluem riscos logísticos, incertezas,
complexidades dos processos e empresas terceirizadas envolvidas (Segalis et al., 2012).
É de responsabilidade da International Chamber of Commerce (ICC) manter atualizadas essas
regras, bem como adequá-las aos novos movimentos da logística internacional. Até a última
atualização, nesse ano de 2020, os termos eram revistos a cada dez anos, porém, a velocidade
com que os negócios e principalmente a logística internacional têm mudado faz a ICC pensar em
atualizações mais dinâmicas.
Mais importante que decorar os termos é entender do que eles fundamentalmente tratam.
Esses termos foram criados originalmente com o propósito de facilitar a comunicação e o
entendimento entre importadores e exportadores naquilo que diz respeito à logística de entrega da
mercadoria e do seguro do transporte envolvido.
Vale saber que os Incoterms não são imposições, mas, sim, uma forma de facilitar a
negociação. Assim, comprador e vendedor podem definir fora do que reza o termo, quem ficará
responsável pelo desembaraço da carga na origem; caso não haja outro acordo, valerá a regra.
Também não é necessário que se use o Incoterm vigente, porém, é preciso lembrar de indicar qual
versão das regras está sendo usada, por exemplo, FOB Santos, Incoterm 2010.
Para facilitar o entendimento dos termos, podemos dividi-los em:
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Família E: o único termo é EXW (Ex-works), no qual há menor responsabilidade para o
exportador, que deixa a mercadoria em sua fábrica/armazém livre para o importador coletar.
Indicado para quem tem pouco conhecimento da logística internacional.
Família F (FOB,FAS e FCA): aqui a responsabilidade do exportador é de contratar transporte
na origem. Deve entregar a mercadoria em um terminal conforme o modal acordado; é
também responsável pelo desembaraço da carga. Sua responsabilidade cessará após o
carregamento em equipamento de transporte internacional.
Família C (CPT, CIP, CFR e CIF): esses são os termos que dão ao exportador a
responsabilidade do transporte principal (o de longo curso). Nessa família encontramos dois
Incoterms que colocam a responsabilidade de contratação de seguro de transporte
internacional nas mãos do exportador, são eles o CIF e o CIP.
Família D (DAP, DPU e DDP): temos aqui o maior grau de responsabilidade do exportador, vez
que esses termos designam a entrega (delivery) da mercadoria no destino, ou seja, o
exportador será responsável por contratar transporte e entregar a mercadoria no destino,
conforme acordado, podendo ser com impostos inclusos ou não.
Agora, observe as responsabilidades das Incoterms.
Figura 2 – Responsabilidades por Incoterm
Crédito: Smile ilustras.
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São os Incoterms que determinam as responsabilidades do exportador e do importador nos
diversos serviços envolvidos na cadeia de transporte, porém, eles não dispensam um contrato de
compra e venda ou um documento claro com essas informações. Os Incoterms, por exemplo, não
tratam de transferência de propriedade da mercadoria.
Para ampliar seu conhecimento, veja o glossário dos termos:
EXW (Ex-works): sem transporte, na fábrica, local de origem, do exportador.
FOB (Free on Board): livre do transporte principal, entregue embarcado no navio, mercadoria
desembaraçada.
FCA (Free Carrier): livre do transporte principal, porém, entregue ao transportador em local
designado pelo importador.
FAS (Free Alongside Ship): entregue no costado do navio, é utilizado para embarque de
automóveis geralmente.
CFR (Cost and Freight): transporte principal por conta do exportador; vendedor entrega carga
ao transportador no navio designado pelo importador.
CIF (Cost, Insurance and Freight): transporte principal e seguro de transporte é por conta do
exportador, mercadoria entregue no porto de destino.
CPT (Carriage Paid To): transporte principal pago pelo exportador (usado para transportes
rodoviários ou aéreos).
CIP (Carriage and Insurance Paid): transporte principal e seguro pagos pelo exportador,
mercadoria entregue no destino, aeroporto ou armazém, para outros modais que não
marítimo.
DAP (Delivery at Place): entregue no local de destino, pronta para desembaraço, no meio de
transporte designado.
DDP (Delivery Duty Paid): exportador entrega no destino com obrigações (impostos) pagos
em local designado.
DPU (Delivery at Place Unloaded): exportador entrega a mercadoria no destino, local
designado, descarregada do meio de transporte local.
Falamos bastante até aqui dos termos, mas vale dizer que os Incoterms só podem ser usados
para comércio de mercadorias, não sendo aplicados às transações internacionais de serviços.
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TEMA 5 – SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO
A sistemática de importação são etapas que pessoas físicas ou jurídicas (empresas) devem
executar seguindo normas e regulações da Receita Federal e recolhendo os impostos devidos.
Uma empresa pode importar por conta própria após habilitação (importação direta) ou com auxílio
de outra empresa já habilitada (importação indireta), também conhecida como comercial
importadora ou trading (o que não dispensa sua habilitação).
A habilitação é conhecida como Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros
(Radar) e deve ser feita pelas empresas que desejam operar no comércio exterior brasileiro de
forma on-line no site <https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao>;
sem essa habilitação não é possível importar. Existem três tipos de Radar:
Expresso: empresa pode importar até 50 mil dólares americanos a cada seis meses, não
cumulativo.
Limitado: empresa pode importar até 150 mil dólares americanos a cada seis meses, não
cumulativo.
Ilimitado: empresa pode importar acima de 150 mil dólares americanos, sem restrição.
Os tipos de Radar se aplicam à pessoa física, porém o Radar para pessoa física não pode
ser utilizado para importações com finalidade de comercialização, neste caso para empresas.
O Radar tem vencimento de seis meses caso não utilizado. Se vencer, o importador deverá
solicitá-lo novamente, como se fosse a primeira vez. Assim que aprovado pela Receita Federal, a
pessoa física ou empresa é habilitada a utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior
(Siscomex) e pode fazer sua primeira importação respeitando o tipo do seu Radar conforme
acabamos de ver. Se a empresa não possuir o Radar, não pode operar no Siscomex e,
consequentemente, não pode importar.
5.1 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX)
O Siscomex, instituído pelo Decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992, é um sistema
informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das
operações de comércio exterior, por meio de um fluxo único e automatizado de informações.
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O Siscomex permite acompanhar a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que os
órgãos reguladores do governo podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no
processamento de operações para uma melhor gestão de processos. Por intermédio do próprio
sistema, o importador troca informações com os órgãos responsáveis pela autorização e
fiscalização (Brasil, 1992).
5.2 DESPACHANTE ADUANEIRO
Despachante aduaneiro é o profissional que atua como representante legal da pessoa física ou
empresa perante a Receita Federal no âmbito das atividades de comércio exterior pelo Siscomex.
Existem empresas especializadas no despacho aduaneiro que são conhecidas como comissárias
de desembaraço aduaneiro.
As pessoas físicas ou empresas importadoras contratam as comissárias de desembaraço
aduaneiro e ou despachantes aduaneiros para representá-las junto às aduanas e aos órgãos de
fiscalização.
5.3 PEDIDO INTERNACIONAL
O pedido internacional é o documento que confirma a intenção de aquisição de um produto ou
serviço de um fornecedor internacional. Nesse documento serão determinadas as condições
comerciais negociadas entre o exportador e o importador sobre os detalhes do negócio ou relação
comercial, manifestando assim as intenções de vontade de duas ou mais partes para criar relações
comerciais ou de serviços.
5.4 DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO
Os documentos exigidos pela Receita Federal são: conhecimento de carga, fatura proforma,
fatura comercial e romaneio de carga. Para cada transporte existe um documento chamado
Conhecimento de Transporte, um tipo de conhecimento de embarque. Esse documento é emitido
pelo transportador e possui quatro funções:
Define a contratação da operação de transporte internacional da origem até o destino.
Comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de
destino.
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Constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria.
Ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte.
A Fatura Comercial é o documento que contém todos os dados do negócio tomando como
base o Regulamento Aduaneiro, Decreto n. 6.759, de 05 de fevereiro de 2009. Esse documento
deverá ser apresentado para a Receita Federal em sua forma original, carimbada e assinada a
punho, com caneta esferográfica azul ou preta.
O romaneio de carga é o documento que apresenta como a importação está montada em suas
embalagens ou disposta dentro de um caminhão, contêiner ou pallet, número e tamanho das
caixas, e disposição da organização dos produtos, visando

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