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Semiot. Mulher II Luiza Prof. José Cláudio (02/08) q ABORDAGEM AOS PARCEIROS SEXUAIS Serão consideradas parcerias sexuais, para fins de comunicação, aqueles(as) com as quais a pessoa infectada tenha se relacionado sexualmente, conforme a descrição abaixo: • Tricomoníase: parceria atual • Corrimento uretral ou infecção cervical: nos últimos dois meses • DIP: nos últimos dois meses • Úlceras: nos últimos três meses • Sífilis secundária: nos últimos seis meses • Sífilis latente: no último ano q ENCONTRADOS NA PRÁTICA: • Corrimentos vaginais • Dor pélvica • Úlceras • Corrimentos uretrais Principais síndromes clínicas: Obs.: Herpes e HPV são virais e não tem cura! Importante saber diferenciar o agente etiológico e grupo de fármaco utilizado no tratamento. q COMO IDENTIFICAR UMA IST? • Sinal: aquilo que o paciente relata e pode ser constatado pelo profissional de saúde. Ex.: verrugas, corrimentos, feridas... • Sintoma: aquilo que o paciente relata, a queixa, o que ela diz sobre o que está sentindo. Ex.: dor (ao urinar, ao ter relações sexuais), coceira, cheiro ruim* *Cheiro também pode ser um sinal • As IST’s podem ser assintomáticas, e levar a complicações graves se não tratadas. • Podem surgir nos órgãos sexuais (vagina, pênis e ânus) e também em outras partes do corpo (palma das mãos, olhos, língua, boca). • A auto observação durante a higiene pessoal é muito importante e pode identificar uma IST em seu estado inicia. Sempre que perceber algum sinal e sintoma, deve ser procurado o serviço de saúde. q COMO CARACTERIZAR? • Feridas: a Aparecem principalmente nos órgãos genitais, mas também em outras partes do corpo, com ou sem dor. a Podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancro mole (cancroide), donovanose e linfogranuloma venéreo. • Corrimentos: a Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados, dependendo da IST. a Causam dor ao urinar ou durante a relação sexual. a Nas mulheres, quando o corrimento é pouco, só é visto em exames ginecológicos. a Podem se manifestar na gonorreia, clamídia e tricomoníase. • Verrugas anogenitais: a São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado. a Em geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira. Obs.: Abordagem dos parceiros sexuais depende da patologia, se tem indicação ou não. q TRIAGEM EM GESTANTES • HIV: na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro e no terceiro trimestre da gestação; • Sífilis: na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro trimestre da gravidez, no início do terceiro trimestre (28ª semana), no momento do parto (independentemente de exames anteriores), e em caso de abortamento; • Hepatite B: deve-se proceder à investigação da infecção pelo HBV na gestante com pesquisa do HbsAg, durante o primeiro trimestre da gestação ou quando do início do pré-natal; • Vaginose bacteriana: diagnóstico na gestação com risco de parto prétermo, visando à redução dos efeitos adversos perinatais; • Clamídia e Gonorreia: quando disponível, para gestantes de 15 a 24 anos; Na gravidez: • Há aumento do fluxo vaginal; • Espessamento da mucosa a Muco espesso a Rolha de Schroeder • Aumento da produção de glicogênio celular Semiot. Mulher II Luiza Obs.: pH vaginal normal = 4,0 – 5,0 (ideal 4,38) q VULVOVAGINITES • Não acometem a endocérvice • Nem todas causam inflamação (ex. VB) • Contaminação por via sexual (externa) ou endógena (interna) • Corrimento vaginal: secreção vaginal não- sanguinolenta que, de acordo com o paciente, difere do habitual em termos de quantidade, cor ou odor, acompanhada ou não de prurido ou irritação na vagina ou ao redor. • ANAMNESE: Informar-se das perguntas e as experiências da mulher. Se necessário, dar atenção ao receio de doenças venéreas, câncer ou experiencias negativas com a sexualidade. Perguntar: a Coceira, dor ou irritação; a Cor e odor da descarga; a Duração dos sintomas; a Reconhecimento de queixas de episódio anterior; a Risco de infecção sexualmente transmissível (IST): contato sexual desprotegido com múltiplos parceiros (ou parceiro com contato com múltiplos parceiros), relação nova recente, parceiro com sintomas de uretrite ou IST comprovada. • EXAME FÍSICO: a Inspeção da vulva: vermelhidão; a Exame especular: cor da parede vaginal, cor e consistência de flúor (homogêneo ou quebradiço), sangramento do colo do útero. a Exame físico pode ser omitido no caso de queixas idênticas à de uma infecção por cândida anteriormente comprovada. MUCORREIA • Corrimento vaginal tipo “clara de ovo”; • Sem odor, prurido ou dispareunia; a Ectopia: contato das células da endocérvice com a região ácida da ectocérvice. a Gestação: aumento da circulação e fluxo vaginal. • Ausência de inflamação. Obs.: “fisiológico” CANDIDÍASE • É a infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal (Candida albicans) que habita a mucosa vaginal e digestiva, o qual cresce quando o meio se torna favorável ao seu desenvolvimento; • Uma das causas mais frequentes de infecção genital; • Os sinais e sintomas (indicativo de estado inflamatório) podem se apresentar isolados ou associados, e incluem: a Prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável); a Disúria; a Dispareunia; a Corrimento branco-acinzentado, grumoso e com aspecto caseoso (“leite coalhado”), sem odor fétido; a Hiperemia; a Edema vulvar; a Fissuras e maceração da vulva; a Placas brancas ou branco-acinzentadas, recobrindo a vagina e colo uterino. a A vulva e a vagina encontram-se edemaciadas e hiperemiadas. As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal; a No homem apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões puntiformes, avermelhadas e pruriginosas; • Não é uma infecção de transmissão exclusivamente sexual. Existem fatores que predispõe ao aparecimento da infecção: tabagismo, diabetes, gravidez, uso de contraceptivos orais, uso de antibióticos e medicamentos imunosupressivos, obesidade, uso de roupas justas, condições de higiene precárias, estresse, etc. • Tratamento: Antifúngicos, preferência para medicações tópicas (uso vaginal) – Nistatina, miconazol, clotrimazol Tratar parceiro em caso de sintomas, ou se mulher tiver sintomas muito acentuados – Fluconazol DU/VO Semiot. Mulher II Luiza VAGINOSE BACTERIANA (VB) • Causada principalmente pela bactéria Gardnerella vaginalis. • Pode estar relacionada a um desequilíbrio da flora vaginal (diminuição de lactobacilos da flora normal – os lactobacilos produzem o ácido lático através da glicólise, e assim mantém o pH vaginal ácido) pelo uso de vibradores compartilhados, duchas vaginais, sabonetes (alteração pH), pênis e outros objetos não higienizados corretamente. • A vaginose pode não apresentar manifestações clínicas (50% dos casos são assintomáticos). • Quando ocorrem, caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou branco- acinzentado cremoso, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor ativo desagradável (fétido). • Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre. • No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanite. • Diagnóstico: O diagnóstico é realizado pelos “critérios de Amsel” ou pela microscopia com a coloração de Gram, considerada o padrão ouro. A vaginose bacteriana é diagnosticada quando há 3 dos 4 critérios de Amsel (acurácia > 90%) ou apenas os 2 últimos. Os critérios são: a Corrimento:Abundante, homogêneo, branco-acinzentado, cremoso, pouco, bolhoso, aderente à vagina. a Microscopia (Bacterioscopia): Células-chave (células indicadoras ou “clue cells”) é o Sinal de Gardner. Positivo quando houver “clue- cells” em mais de 20% das células epiteliais, e ausência de lactobacilos à microscopia. a pH vaginal: Maior que 4,5. Determinando com papel de pH no fluido vaginal. a Teste das aminas (“Teste do cheiro”): Positivo quando houver odor fétido antes ou após a adição de hidróxido de potássio (“Whiff-test” positivo). Pela importância, a presença de odor fétido e “clue-cells” fecha o diagnóstico. • Fatores de risco: a Mulheres de raça negra; a Uso de duchas vaginais; a Tabagismo; a Estresse crônico; a Comportamentos de higiene precários; • Complicações/Consequências: a Infertilidade; a Salpingite; a Endometrite; a Ruptura prematura de Membranas (parto prematuro); a DIP; a Facilita a proliferação de outras IST’s. • Transmissão: Geralmente primária na mulher, e sexual no homem. • Período de Incubação: de 2 a 21 dias • Tratamento: Não há necessidade de tratar parceiro, mas se for possível, é melhor. Obs.: não tratar em dose única! Medicações de uso tópico são mais indicadas. TRICOMONÍASE • IST causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis; • Se não tratada não cessa! • Doença infectocontagiosa do sistema gênito-urinário do homem e da mulher. • No homem causa uma uretrite discreta. É uma das principais causas de vulvovaginite da mulher adulta podendo, porém, cursar com pouca ou nenhuma manifestação clínica. Semiot. Mulher II Luiza • Pode apresentar um quadro inflamatório, além de prurido, dispareunia (dor durante a relação sexual), hiperemia, ardência, dificuldade para urinar e coceira nos órgãos sexuais. Corrimento vaginal abundante, delgado ou espumoso, amarelo ou amarelo esverdeado, às vezes bolhoso, e de odor fétido. Raramente, pode causar corrimento uretral (canal da urina) masculino. • Os sintomas são acentuados no período pós- menstruação, devido a elevação do pH vaginal e a aquisição de ferro do sangue menstrual (favorece o protozoário). • Ao exame físico, pode se notar “colo em morango” – rompimento de micro vasos pelo protozoário, hiperemia dos genitais externos, colo friável e paredes hiperemiadas. Ao teste de Schiller, obtém-se colo tigroide. • pH > 4,5 • Fatores de risco: idade jovem (15-25 anos), alto número de parcerias sexuais... • Complicações/Consequências: Vaginite. • Transmissão: Relação sexual • Período de Incubação: 10 à 30 dias, em média (parceiro atual). • Tratamento: Tratar parceiros sexuais! DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) • As 3 principais causadoras de DIP são: clamídia, gonorreia e VB; • A dor localizada no abdome e na pelve é uma das queixas mais comuns de pacientes. • O exame se inicia com a observação da paciente enquanto se obtém a história clínica. A aparência geral da mulher, incluindo expressão facial, presença de diaforese, coloração da pele (palidez) e grau de agitação com frequência indicam a urgência do problema clínico. • Temperatura elevada, taquicardia e hipotensão definem a necessidade de avaliação imediata, uma vez que sua presença indica maior risco de patologia intra-abdominal. A febre baixa constante é comum nos quadros inflamatórios, como diverticulite e apendicite, e temperaturas mais altas são observadas na presença de doença inflamatória pélvica (DIP), peritonite avançada ou pielonefrite. Semiot. Mulher II Luiza • DIP é uma síndrome secundária à ascensão de microorganismos da vagina e/ou endocérvice ao trato genital, acometendo útero, tubas, ovário, estruturas anexas. • Infecção adquirida e iniciada por uma IST; • É a doença infecciosa mais comum do mundo, a mais séria e a infecção bacteriana mais comum (McGregor, 1998); • Acomete cerca de 10% das mulheres – altos custos. • 10-40% daquelas não tratadas por gonorreia e/ou clamídia = DIP, sendo 25% destas se tornarão inférteis. • INFERTILIDADE (12% por 1 ep, 25% por eps, e 50% por 3+ eps de DIP) • Risco aumentado de dor pélvica crônica e infertilidade, mesmo na DIP silenciosa. Ademais, dispareunia, abscesso tubo-ovariano, aderências pélvicas. q AGENTES ETIOLÓGICOS BACTÉRIAS – Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Gardnerela vaginalis, Actinomicesisraelii (usuárias de DIU). q PATOGÊNESE • Infecção do trato genital superior, causada pela ascensão de microorganismos na endocérvice, infectando o endométrio, as trompas, ovários e o peritônio. • Fatores que contribuem: instrumentação uterina (DIU); alterações hormonais causadoras de mudanças no muco cervical (barreira mecânica); gestação; virulência (Livengood, 2009). q FATORES DE RISCO • Múltiplos parceiros; • Adolescência e idade entre 15-25 anos; • Início precoce da vida sexual; • História de infecções (em especial, clamídia). a Baixo nível socioeconômico, ausência de equipe médica ou falha do serviço, tabagismo e duchas. • Proteção a Preservativo a ACOs (alterando o muco cervical) a DIU só está relacionado nas primeiras 3 semanas pós- inserção e pessoas potencialmente expostas às ISTs. q QUADRO CLÍNICO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Sintomas: Dor pélvica, dor anexial e dor à mobilização do colo uterino, e menos frequentemente, metrorragia e dispareunia. • Critérios mínimos: a Dor abdominal inferior ou pélvica, leve e unilateral; a Mobilização dolorosa da cérvice uterina; a Dor à palpação dos anexos. • Critérios adicionais: a Massa ou tumoração pélvica, presença de hipertermia ou hipo, secreção vaginal purulenta, sangramento irregular, sintomas urinários, náuseas e vômitos, dor subcostal. Obs: Critérios obrigatório: tem que ter 3 mínimos; Critérios adicionais: + pelo menos 1 adicional para fechar diagnostico Critérios definitivos: fecha diagnostico sozinho, q TRATAMENTO Não é monoterápico! q CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO Segundo o Centers for Disease Control and Prevention: • Gestação; • Baixa resposta às medicações; • Não adesão à terapia; • Náuseas ou vômitos importantes; • Sintomatologia clínica significativa [febre alta, náuseas/vômitos, dor abdominal]; • Abscesso pélvico ou tubo-ovariano; • Sepse; • Pacientes sem condições financeiras para tto ambulatorial. q MEDIDAS PREVENTIVAS • Diagnóstico e tratamento precoces; • Preparo da equipe médica; • Tratamento das vaginoses bacterianas; • Uso de métodos contraceptivos de barreira; • Redução do número de parceiros sexuais. https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-corrimento- vaginal-completo-sanarflix https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-corrimento-vaginal-completo-sanarflix https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-corrimento-vaginal-completo-sanarflix
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