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Vigilância epidemiológica Tracoma. Leishmaniose Tegumentar Americana. Leishmaniose Visceral. Febre Maculosa. Meningites. Raiva. Acidentes por Animais Peçonhentos e Assistência de Enfermagem. Rotavírus. Notificação Compulsória de Doenças. Tracoma O que é: doença infectocontagiosa, caracterizada por uma conjuntivite granulosa devido a Chlamydia tracomatis, uma bactéria obrigatoriamente intracelular que só pode viver parasitando as células que ela infecta. A Chlamydia trachomatis é o agente causador de doenças do trato urogenital, linfogranuloma venéreo (LGV), tracoma, conjuntivite de inclusão e pneumonia no recém-nascido. Em decorrência de infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral, podendo levar à formação de entrópio e triquíase. As lesões resultantes deste atrito podem levar a alterações da córnea, causando cegueira. Situação brasileira: Segundo inquéritos realizados pela antiga Superintendência de Campanhas de Saúde - SUCAM, hoje FUNASA, o Tracoma existe em todo o Brasil, havendo focos de alta prevalência. Em alguns estados a prevalência é maior do que 20% dos indivíduos examinados, como Ceará, Piauí, Pernambuco, Bahia e Tocantins. Imagens: Controle do tracoma: A maior dificuldade encontrada pela Vigilância Epidemiológica da doença relaciona-se ao desconhecimento do problema por parte dos profissionais de saúde. O Tracoma não é uma doença de notificação compulsória, no entanto é importante e recomendável que sejam feitos registros sistemáticos dos dados mínimos sobre os casos detectados e tratados, de forma a proporcionar informações sobre a situação epidemiológica da doença na região Não há necessidade de isolamento dos pacientes afetados. As áreas endêmicas do Tracoma, em sua maioria, apresentam precárias condições de saneamento e higiene, sendo estes fatores determinantes na manutenção de elevados níveis endêmicos. Assim, a melhoria sanitária domiciliar e o abastecimento de água representam importantes ações no controle da doença. A confirmação do caso é essencialmente clínica através da verificação dos sinais-chave, ao exame ocular externo. Definição de caso: tracoma Caso suspeito: Devem ser considerados casos suspeitos de Tracoma os indivíduos que apresentarem história de �conjuntivite prolongada� ou referirem sintomatologia ocular de longa duração (ardor, prurido, sensação de corpo estranho, fotofobia, lacrimejamento e secreção ocular) especialmente na faixa etária de 1 a 10 anos. Caso Confirmado: Qualquer indivíduo que, por meio de exame ocular externo, apresentar um ou mais dos seguintes sinais: - Inflamação Tracomatosa Folicular (TF); - Inflamação Tracomatosa Intensa (TI); - Cicatrização Conjuntival Tracomatosa (TS); - Triquíase Tracomatosa (TT); - Opacificação Corneana (CO). Leishmaniose A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, doença que acomete animais (principalmente o cachorro) e eventualmente o homem. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. Imagens: Os dois tipos da doença: Leishmaniose tegumentar ou cutânea: A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava". Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regiões do País. Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. Leishmaniose visceral ou calazar: A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente. A razão da maior susceptibilidade das crianças é explicada pelo estado de relativa imaturidade imunológica celular agravado pela desnutrição seus principais sinais e sintomas são: -Emagrecimento -Febre baixa -Aumento do baço e fígado. -Palidez da pele e ou das mucosas -Perda de peso -Inchaço do abdômen Definição de caso: leishmaniose Caso Humano Suspeito: • Todo indivíduo proveniente de área com ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia. • Todo indivíduo de área sem ocorrência de transmissão, com febre e esplenomegalia, desde que descartado os diagnósticos diferenciais mais frequentes na região. Caso Humano Confirmado: • Critério Clínico Laboratorial: Encontro do parasita nos exames parasitológicos direto e/ou cultura. • Critério Clínico Epidemiológico: Paciente com suspeita clínica sem confirmação laboratorial, mas com resposta favorável ao teste terapêutico. Vigilância da leishmaniose: A vigilância da leishmaniose compreende a vigilância entomológica, de casos humanos e casos caninos. A análise da situação epidemiológica indicará as ações de prevenção e controle a serem adotadas. Dentre os objetivos da vigilância destacam-se: • Identificar as áreas vulneráveis e/ou receptivas para transmissão da LV; • Avaliar a autoctonia referente ao município de residência; • Investigar o local provável de infecção (LPI); • Conhecer a presença, a distribuição e monitorar a dispersão do vetor; • Investigar todos os supostos óbitos de LV; • Monitorar a tendência da endemia, considerando a distribuição no tempo e no espaço; • Indicar as ações de prevenção de acordo com a situação epidemiológica; • Desencadear e avaliar o impacto das ações de controle; Febre Maculosa A febre maculosa é uma doença possivelmente fatal que costuma ser causada pela picada de um carrapato infectado com bactérias da família Rickettsia. É comum o desenvolvimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés. Imagens: Como prevenir? Atualmente não existe nenhuma vacina eficaz contra a Febre Maculosa, mas é possível adotar algumas medidas para prevenir a doença. Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas. Evite andar em locais com grama ou vegetação alta. Use repelentes de insetos: atualmente já existem repelentes contra carrapatos no mercado. Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos. Vigilância epidemiológica: Objetivos: detectar e tratar os casos suspeitos, investigar e controlar os surtos, conhecer a distribuição da doença, identificar e investigar os locais prováveis de infecção e recomendar adotar medidas de prevenção. Definição de caso: Meningite: O termo meningite expressa a ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro. Agente etiológico: A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos. As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. Vigilância epidemiológica: A partir de 2004, foi desencadeada a implementação do diagnóstico laboratorial de meningite viral, com o intuito de conhecer melhor os agentes virais causadores desse tipo de meningite no país. A implementação da vigilância das meningites virais, juntamente com as ações de vigilância vetorial, permitirá também a detecção precoce de casos da Febre do Nilo Ocidental Objetivos específicos: • Detectar surtos de doença meningocócica e de meningite viral. • Monitorar a prevalência dos sorogrupos e sorotipos de N. meningitidis, dos sorotipos de H. influenzae e S. pneumoniae circulantes no país. • Monitorar o perfil da resistênciabacteriana das cepas de N. meningitidis, H. influenzae e S. pneumoniae. Definição de caso: Suspeito: • Crianças acima de 1 ano de idade e adultos com febre, cefaléia intensa, vômitos em jato, rigidez da nuca, sinais de irritação, convulsões e/ou manchas vermelhas no corpo. • Em crianças abaixo de 1 ano de idade, os sintomas clássicos acima referidos podem não ser tão evidentes. É importante considerar, para a suspeita diagnóstica, sinais de irritabilidade, como choro persistente, e verificar a existência de abaulamento de fontanela. Confirmado: • Todo caso suspeito confirmado através dos seguintes exames laboratoriais específicos: cultura, contraimunoeletroforese (CIE) e látex; ou, • Todo caso suspeito de meningite com história de vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente por um dos exames especificados acima; ou, • Todo caso suspeito com bacterioscopia positiva (diplococo Gram negativo) ou clínica sugestiva, com petéquias (meningococcemia). Raiva A raiva é uma grave infecção de origem viral, que, após o início dos sintomas, possui taxa de mortalidade de praticamente 100%. A raiva é uma zoonose (doença transmitida de animais para o homem) causada por um vírus. Raiva Humana: Com a intensificação das ações de vigilância e controle da raiva canina e felina nos últimos 30 anos, o Brasil alcançou significativa redução nas taxas de mortalidade por raiva humana, com o predomínio de casos em caráter esporádicos e acidentais Vigilância epidemiológica: A Vigilância Epidemiológica efetua a vacinação de cães e gatos, pelo menos uma vez ao ano, enviando, periodicamente, material para exames no Instituto Pasteur, para diagnóstico de raiva. Programas como a posse responsável, castração de cães e gatos e as campanhas anuais de vacinação, incluindo os animais de grande porte, associadas a outras ações da Prefeitura, contribuíram para uma redução no atendimento anti-rábico humano, já que os animais ficam perto do homem, mas com cuidados especiais. Definição de caso: Todo caso suspeito em que por uma das técnicas a seguir for positivo, será confirmado caso de raiva. • detecção de anticorpos específicos soros ou líquido cefalorraquidiano, pela técnica de soroneutralização em cultura celular, em pacientes sem antecedentes de vacinação contra a raiva; • demonstração do antígeno pela técnica de imunofluorescência direta (IFD); • detecção de antígeno viral em tecido nervoso ou saliva; • isolamento do vírus através da prova biológica em camundongos ou células (PB), ou por meio da reação de cadeia de polimerase (PCR). Acidentes por animais peçonhentos: O Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos nesses 14 anos de existência vem se consolidando no país, envolvendo a política de coordenação da produção e distribuição de antivenenos, capacitação de recursos humanos e vigilância epidemiológica dos acidentes em esfera nacional. Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de: serpentes; escorpiões; aranhas; lepidópteros (mariposas e suas larvas); himenópteros (abelhas, formigas e vespas); coleópteros (besouros); quilópodes (lacraias); peixes; cnidários (águas-vivas e caravelas). Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros, capazes de envenenar as vítimas. Como prevenir acidentes com animais peçonhentos O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas medidas gerais e bastante simples para prevenção: usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios. Vigilância epidemiológica: Enfermagem Informar a data do início da investigação do caso. Anotar o município onde ocorreu o acidente. Anotar a data em que ocorreu o acidente. Anotar o local/ área onde ocorreu o acidente. Anotar qual o tipo de animal peçonhento que provocou o acidente Anotar a classificação do caso. Anotar a evolução do caso Informar a data do encerramento do caso. Informar a função do responsável por esta investigação. ex.: enfermeiro. Registrar a assinatura do responsável por esta investigação. Rotavírus: Rotavírus é um vírus da família Reoviridae, identificado a partir de 1973, associado às doenças diarréicas agudas, atingindo seres humanos e várias espécies de mamíferos e aves. A infecção varia de um quadro leve, com diarréia líquida e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo ocorrer também casos assintomáticos. É uma doença de transmissão fecal-oral via água, alimentos, contato pessoa-a-pessoa ou objetos contaminados. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Com um período de incubação normalmente curto, de 1 a 3 dias, as manifestações clínicas da infecção pelo rotavírus não são específicas sendo necessária a confirmação laboratorial, a qual é de grande utilidade para a vigilância epidemiológica e em algumas situações clínicas. Por ser, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos. Não se recomenda o uso de antimicrobianos. Não há terapêutica específica para combater o rotavírus Importante ressaltar que a prevenção é sempre melhor que o tratamento: A vacina utilizada contra o Rotavírus, incluída no calendário infantil brasileiro, em outros países da América Latina e Europa, é o Rotarix® do laboratório Glaxo Smith Kline Biologicals. Trata-se de uma vacina oral, atenuada, monovalente, com elevada imunogenicidade, eficácia e segurança. A vacina é aplicada nas idades de 2 meses (1ª. dose) e 4 meses (2ª. dose) Vigilância epidemiológica: É objetivo da Vigilância Epidemiológica a identificação de casos, de suas causas e fatores de risco, e a intervenção precoce e eficiente para promover, além do tratamento, a redução da morbidade e mortalidade da doença. A vigilância do rotavírus tem como objetivo: - Conhecer e monitorar a freqüência da diarréia por rotavírus, especialmente em menores de 5 anos, considerando-se a introdução da vacina; - Identificar e monitorar os sorotipos circulantes de rotavírus quanto aos seus aspectos antigênicos e moleculares e identificar possíveis mudanças em sua freqüência após a introdução da vacina; - Monitorar a efetividade da vacina oral contra o rotavírus na prevenção de diarréias agudas que demandam internação causadas por esse agente em crianças menores de 5 anos; - Conhecer a freqüência de internação de crianças menores de 5 anos após a introdução da vacina; - Investigar os casos e sua relação com surtos e fatores de risco para a doença Definição de caso: Caso suspeito: toda criança menor de cinco anos com doença diarreica aguda que tenha recebido soro de hidratação por via endovenosa, independente do estado vacinal contra rotavírus, ou vinculada a possível surto por rotavírus, independente do tipo de tratamento recebido (sais orais ou hidratação endovenosa) Caso confirmado: todo caso em que o resultado laboratorial for positivo para o rotavírus. Notificação Compulsória de Doenças Uma doença de notificação obrigatória ou doença de notificação compulsória é qualquer doença que a lei exija que seja comunicada às autoridades de saúde pública. Os dados permitem às autoridades monitorizar a doença e permitem antever possíveis surtos. Notificação Compulsória de Doenças A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. A notificação compulsóriaserá realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS. A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. Lista Nacional de Notificação Compulsória Bibliografia Tracoma: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_tracoma.pdf Editor: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde/ASCOM/PRE/FUNASA Setor de Autarquias Sul, Quadra 4, Bl, N, sala 515 70070-040 - Brasília/DF Leishmaniose: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/leishmaniose http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar_americana_2edicao.pdf Febre maculosa: https://www.tuasaude.com/febre-maculosa/ http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/14/GVS-febre-maculosa-2017.pdf Meningite: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf Bibliografia: Raiva: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva/situacao-epidemiologica http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/indice-de-a-z/raivah.html http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/noticias-2006/148895-vigilancia-epidemiologica-orienta-sobre-a-raiva-humana.html Acidentes por animais peçonhentos: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/novembro/06/Animais-Pe--onhentos---M--s-do-Acidentes---2017.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_peconhentos.pdf Rotavírus: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/2009/2009informe_rotavirus.pdf Notificação Compulsória de Doenças: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html
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