Buscar

Unidade 01 - Resumo CP

Prévia do material em texto

UNIDADE 01 – ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS AO SETOR PÚBLICO
TÓPICO 01 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCEITO
Conjunto de órgãos integralizados na estrutura administrativa do Estado, encarregado de exercer as funções determinadas pela Constituição e pelas Leis, no interesse da coletividade. 
DIVISÃO DOS PODERES
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados:
- 1 DF, 26 Estados e 5.570 Municípios.
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
- Soberania
- Cidadania
- Dignidade da pessoa humana
- Os valores sociais do trabalho livre e da livre iniciativa
- Pluralismo Político
Art. 2° da Carta Magna – Composição dos Poderes e suas funções ↓
PODER LEGISLATIVO
Artigo 44 da CF/88
- Exercido pelo Congresso nacional
- Composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, organizando-se como um poder bicameral (nesse sistema cada uma das Casas Legislativas inicia o processo legislativo e a outra o revisa). 
- Nos Estados, DF e Municípios, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores.
Quanto às atribuições do Congresso Nacional, nossa Carta Magna disciplina o seguinte:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I- sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II- plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV- planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V- limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI- Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII- transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII- concessão de anistia;
IX- organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
X- criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;
XI- criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XII- telecomunicações e radiodifusão;
XIII- matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV- moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal;
XV- fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I- resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV- aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V- sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI- mudar temporariamente sua sede;
VII- fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII- fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX- julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X- Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII- apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XIII- escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV- aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV- autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI- autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
XVIII- decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não – atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
É importante ressaltar que o Congresso Nacional também é responsável pelo controle e fiscalização do Poder Executivo, por meio do disposto nos Artigos 49 e 50. Cabe ao Congresso Nacional, portanto, legislar sobre as matérias de competência da União, por meio da elaboração de emendas constitucionais, de leis complementares e ordinárias, e de outros atos normativos com força de lei e a fiscalização e controle dos atos administrativos praticados pelo Poder Executivo. O Poder Legislativo é responsável pela fiscalização contábil, financeira e orçamentária com o auxílio dos Tribunais de Contas das contas públicas: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
[...]
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciênciaao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.
PODER EXECUTIVO
- Exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado, no compromisso de manter, defender e cumprir a CF, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
- Função de governar a nação e administrar os interesses públicos. 
- Nos Estados, DF e Municípios, o Poder Executivo é exercido pelo Governador, auxiliado pelos Secretários de Estado e pelo Prefeito Municipal, com auxílio dos Secretários Municipais.
Nossa Carta Magna disciplina o seguinte, em relação às atribuições do Poder Executivo:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I- Nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II- exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III- iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV- Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V- vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI- dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
[...]
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV- prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
PODER JUDICIÁRIO
- Tem a função garantir os direitos individuais, coletivos e sociais, bem como resolver conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado, gozando de autonomia administrativa e financeira.
ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
⇅ vertical: função do Poder Executivo em cada um dos entes da Federação.
⇆ horizontal: divisão da Administração Pública em Administração Direta e Administração Indireta (essa divisão ocorre por conta do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967).
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas. Abrangendo três poderes políticos estruturais: Poder Executivo, Poder Legislativo e o Poder Judiciário.
1 - Os exemplos não representam totalmente as estruturas organizacionais destas entidades.
2 - As entidades destacadas em negrito representam os órgãos do Poder Executivo, cuja natureza jurídica é da Administração Direta.
3 - Na Administração Pública Municipal, o 2º nível equivale à Unidade Administrativa (3º nível) da Administração Pública Federal e Estadual.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
É o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. 
1 - Os exemplos não representam totalmente as estruturas organizacionais destas entidades.
2 - As entidades destacadas em negrito representam os órgãos do Poder Executivo, cuja natureza jurídica é da Administração Indireta.
3 - Na Administração Pública Municipal, o 2º nível equivale à Unidade Administrativa (3º nível) da Administração Pública Federal e Estadual.
4 - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um Autarquia Especial do Poder Executivo Federal, atualmente subordinada ao Ministério do Trabalho e da Previdência.
5 - A Fundação Escola de Governo (ENA) é uma Fundação de Direito Público do Poder Executivo Estadual, atualmente subordinada à Secretaria de Estado da Administração.
Segundo o art. 5 do Decreto-Lei n° 200/67, a Administração Indireta compõe-se das:
- Autarquia: o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
- Empresa Pública: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que
o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
- Sociedade de economia mista: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
- Fundação Pública: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
L I M P E
TÓPICO 02 - CONCEITO E APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE PÚBLICA
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
A contabilidade pública é um ramo da ciência contábil e tem o objetivo de captar, registrar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades que compõem a Administração Direta e Indireta dos entes públicos (União, Estados, Municípios e DF).
- Contabilidade Tradicional aplicada às pessoas jurídicas de Direito Privado
- Contabilidade Pública aplicada às pessoas jurídicas de Direito Público
TIPOS DE USUÁRIOS
OBJETIVO 
Objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é:
“fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social” (CFC, 2008a, p. 3).
Função da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, entre a qual:
“deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública (planejamento; programação; orçamentação; execução; controle; avaliação) para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social” (CFC, 2008a, p. 3).
OBJETO
Objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o estudo do patrimônio público (conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes ao Estado). 
Nesse sentido, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público “é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que é a informação sobre o patrimônio público” (CFC, 2008b, p. 4, grifo nosso). 
Para isso, o sistema contábil deverá ser estruturado nos seguintes subsistemas de informações:
- orçamentário - patrimonial
- custos (subsistema incluído em 2013) - compensação. 
A norma – NBC T 16.2 (CFC, 2008b, grifo nosso) – define cada subsistema da seguinte forma:- Orçamentário: registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária;
- Patrimonial: registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público;
- Custos: registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública, consoante a NBC T 16.11;
- Compensação: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle.
Dessa forma, o sistema contábil terá como partes os subsistemas de informações, esses integrados entre si e a outros subsistemas de informações (e.g. sistema de folha de pagamentos), que irão fornecer diferentes informações em razão das suas especificadas e particularidades, direcionando para o controle do patrimônio público.
De acordo com a NBC T 16.2, o sistema contábil deve subsidiar a administração pública sobre (CFC, 2008b, p. 4):
(a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
(b) avaliação dos resultados obtidos na execução das ações do setor público com relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade;
(c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
(d) avaliação dos riscos e das contingências;
(e) conhecimento da composição e movimentação patrimonial.
PATRIMÔNIO
Patrimônio Público é o conjunto de bens, direitos e obrigações de propriedade do Estado.
Patrimônio do Estado constitui o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução dos seus objetivos.
BENS PÚBLICOS
É o conjunto de meios pelos quais o Estado desenvolve suas atividades de prestação de serviços à comunidade.
DESCRIÇÃO DA GESTÃO DE BENS PÚBLICOS
CAMPO DE APLICAÇÃO
Aplica-se a Contabilidade Aplicada ao Setor Público às pessoas de Direito Público, bem como às entidades vinculadas que recebam recursos públicos oriundos do Orçamento Público, quais sejam, as fundações de Direito Público ou Privado e empresas públicas, bem como as pessoas físicas que recebam algum tipo de subvenção ou benefício oriundos de recursos públicos. Ainda segundo a norma, as entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo (CFC, 2008a, p. 3-4, grifo nosso):
a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais;
b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social.
PRINCÍPIOS APLICADOS À CONTABILIDADE PÚBLICA
O Conselho Federal de Contabilidade é o órgão responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício do profissional de Contabilidade e, para tanto, emite normas técnicas e profissionais por meio de resoluções para disciplinar as Normas Brasileiras de Contabilidade. Entre as normas, estão os Princípios de Contabilidade.
LEGISLAÇÃO SOBRE PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
ENUNCIADO DOS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE APLICADOS AO SETOR PÚBLICO
 
 
MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO (MCASP)
Visa colaborar com o processo de elaboração e execução do orçamento, além de contribuir para resgatar o objeto da contabilidade como ciência, que é o patrimônio. Com isso, a contabilidade poderá atender a demanda de informações requeridas por seus usuários, possibilitando a análise de demonstrações contábeis adequadas aos padrões internacionais, sob os enfoques orçamentários e patrimoniais, com base em um Plano de Contas Nacional.
TÓPICO 03 - LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA
INTRODUÇÃO
No âmbito do Direito Privado, é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia de vontade, enquanto no âmbito do Direito Público, visto que o princípio da legalidade representa total subordinação à previsão legal, os agentes da Administração Pública devem sempre agir de acordo com a lei e fazer apenas o que a lei autoriza. Portanto, há maior subordinação aos preceitos normativos e legais.
Os serviços de contabilidade no setor público serão prestados com plena observância das normas e instrumentos legais, também devem ser observadas todas as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e todos os demais instrumentos legais e normativos expedidos por outros órgãos reguladores e de controle interno e externo da Administração Pública.
A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estabelece as normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos entes federativos da República Federativa do Brasil, harmonicamente com as normas de finanças públicas voltadas à responsabilidade na gestão fiscal previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, oficialmente Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964
Observa-se que a lei busca tratar especificamente dos aspectos orçamentários e contábeis aplicados ao setor público, tratando-se especificamente do enfoque contábil, a lei estabelece em suas disposições gerais:
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a administração pública for parte.
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimonial e industrial.
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000
Dispõe sobre normas de finanças públicas, amparada pelo Capítulo II do Título VI da CF/88. E a lei foi criada para “dar corpo à política de estabilização fiscal, bem como para regulamentar dispositivos da Constituição que demandavam uma lei complementar sobre matérias financeiras”, especificamente, nos Artigos 163, 165 e 169 da CF/88.
Com relação à transparência da gestão fiscal, determina-se que:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
§ 1º A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda o padrão mínimo de qualidade estabelecidopelo Poder Executivo da União e ao disposto no Art. 48-A.
[...]
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Afinal, o que se entende por responsabilidade na questão fiscal? A resposta encontra-se no § 1º do Artigo 1º da LRF, conforme segue:
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange à renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 2000).
DESPESAS COM PESSOAL: LIMITES
Os limites impostos às despesas com pessoal (assim como os demais limites estabelecidos na lei) têm por objetivo racionalizar os gastos públicos e tornar mais eficientes e eficazes a gestão e o uso desses recursos. Se forem ultrapassados os limites da repartição do limite global de despesas com pessoal entre os poderes, órgãos e entes federativos, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, o ente não poderá: 
- receber transferências voluntárias
- obter garantia direta ou indireta, de outro ente
- contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao pagamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal (Art. 23; § 3; BRASIL, 2000).
Para dar efetividade a suas regras, a LRF prevê sanções institucionais e pessoais pelo descumprimento de suas normas.
Exemplo de sanção pessoal em decorrência de crime de responsabilidade fiscal:
Impeachment da Presidente Dilma Rousseff em 2016, que na época das acusações se baseava em violações das normas do Direito Financeiro e Orçamentário.
A Lei nº 4.320/1964 e a LRF não conflitam entre si, uma vez que versam sobre aspectos semelhantes? A resposta é: não! A Lei nº 4.320/1964 e a LRF são leis que não se dissociam, mas se complementam (coexistindo harmonicamente) e, portanto, no processo de geração das informações contábeis (orçamentário, financeiro, patrimonial e de custos), caberá ao contador público aplicar essas, e todas as demais normas aplicáveis, ao setor público.
NORMAS BRASILEIRAS APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA
O Conselho Federal de Contabilidade, com o objetivo de permitir a comparabilidade na avaliação do desempenho de entidades do setor público, bem como para enfatizar o objeto de estudo da ciência contábil, que é o patrimônio, emitiu as primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP), em consonância com as Normas Internacionais de Contabilidade Pública (International Public Sector Accounting Standards – IPSAS), emitidas pela Federação Internacional do Contadores (Internationall Federation of Accountants - IFAC).
NORMAS BRASILEIRAS NBC TSP – DO SETOR PÚBLICO
DEMAIS LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA
Cabe destacar que existem ainda mais legislações aplicáveis a todos os órgãos e outras aplicáveis em situações específicas (e.g. Legislações aplicáveis aos Consórcios Públicos). Ademais, além da observância dos instrumentos normativos aplicáveis a todos os entes da Administração Pública, faz-se necessário, observar os instrumentos legais e normativos aplicáveis no âmbito específico da União, dos Estados, Municípios e do DF.
Ex: os municípios precisam observar os instrumentos legais e normativos aplicáveis à contabilidade expedidos pela União, pelos Estados, pelo Tribunal de Contas do seu Estado e, eventualmente, os instrumentos normativos emitidos no âmbito do próprio município.

Continue navegando