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DIREITO DE FAMÍLIA RESUMO

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DIREITO CIVIL
DIREITO DAS FAMÍLIAS - PARTE I
Livro Eletrônico
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz
Sumário
Direito das Famílias - Parte I ........................................................................................................ 3
1. Introdução ..................................................................................................................................... 3
2. Principiologia do Direito das Famílias .................................................................................... 4
2.1. Função Social das Famílias (226 CF) .................................................................................... 7
2.2. Concepção Constitucional e Tipos de Família ................................................................... 8
3. Casamento ..................................................................................................................................12
3.1. Impedimentos para o Casamento (1.521 – 1.522) .............................................................19
3.2. Causas Suspensivas de Casamento (1.523 – 1.524) ........................................................21
3.3. Habilitação e Celebração de Casamento (1.525 – 1.532) ............................................... 23
3.4. Provas do Cancelamento ..................................................................................................... 29
3.5. Invalidade do Casamento .....................................................................................................31
3.6. Eficácia do Casamento (1.565 – 1.570) .............................................................................. 35
3.7. Dissolução do Casamento (1.571 – 1.582) .........................................................................38
3.8. Decisões Relevantes ............................................................................................................. 41
4. Regime de Bens (1.639 – 1.688) .............................................................................................46
4.1. Princípios que Regem o Regime de Bens .......................................................................... 50
4.2. Regras Gerais ..........................................................................................................................51
4.3. Regras Específicas de Regimes de Bem ........................................................................... 56
4.4. Decisões Relevantes ............................................................................................................ 66
Resumo ............................................................................................................................................ 73
Questões de Concurso ............................................................................................................... 105
Gabarito .......................................................................................................................................... 112
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz
DIREITO DAS FAMÍLIAS - PARTE I
1. Introdução
Hoje é dia especial...
Hoje vamos falar de amor...
Vamos falar de felicidade...
E não esqueçam... como diz Lulu Santos:
Precisamente, conversamos sobre o conteúdo do artigo 1511 a 1783-A do Código Civil – a 
parte linda de Direito das Famílias...
Vamos fracionar esse amável tema de Direito em dois encontros, primeiro falaremos so-
bre casamento, depois o restante da matéria...
Então, como sempre, estamos seguindo a ordem do Código Civil...
• Direito das Famílias: artigos 1511 a 1783-A do Código Civil.
Vamos iniciar nossos trabalhos?
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz
2. PrIncIPIologIa do dIreIto das FamílIas
Para começar, nada melhor do que recordar os ensinamentos do nosso professor amado 
Pablito...
A família é, sem sombra de dúvida, o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mes-
mo tempo, é  na sua ambiência em que vivenciamos as nossas maiores angústias, frustrações, 
traumas e medos.
Muitos dos nossos atuais problemas têm raiz no passado, justamente em nossa formação familiar, 
o que condiciona, inclusive, as nossas futuras tessituras afetivas.
Somos e estamos umbilicalmente unidos à nossa família.
O conceito de família reveste-se de alta significação psicológica, jurídica e social, impondo-nos um 
cuidado redobrado em sua delimitação teórica, a fim de não corrermos o risco de cair no lugar-co-
mum da retórica vazia ou no exacerbado tecnicismo desprovido de aplicabilidade prática.1
A parte do CC dedicada ao Direito das Famílias tem a peculiaridade de ser regido, em sua 
maior parte, por regras existenciais.
Para quem estuda Direito das Famílias, seja para vida, seja para a prova, a compreensão 
dos princípios que a seguir serão expostos ajudará na solução de questões para as quais, 
numa análise inicial, parece não haver regra aplicável.
Conhecê-los e, sobretudo, compreendê-los fará a diferença na hora da prova e na vida 
prática jurídica, para solução de casos concretos.
I – Princípio da Dignidade da pessoa humana tem previsão no artigo 1º da CF, que rege 
todo o ordenamento civil – é um guia geral.
II – Princípio da Solidariedade é o epicentro do Direito das Famílias e está previsto no arti-
go 3º da CF - no direito das famílias, a solidariedade é verificável na ideia de que todos 
1 Stolze, Pablo; Pamplona Filho, Rodolfo Manual de direito civil – volume único / Pablo Stolze; Rodolfo Pamplona Filho. – 4. 
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
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os membros de uma entidade familiar e cada um deles, considerados individualmente, 
respondem por todos os demais e por cada um, de forma recíproca. Esse princípio não 
se limita ao aspecto material, devendo ser concebido num sentido amplo, tendo um 
caráter afetivo, social, moral, patrimonial e espiritual...
Como menciona Flávio Tartuce:
ser solidário significa responder pelo outro, o que remonta à ideia de solidariedade do direito das 
obrigações. Quer dizer, ainda, preocupar-se com a outra pessoa. Desse modo, a solidariedade fa-
miliar deve ser tida em sentido amplo, tendo caráter afetivo, social, moral, patrimonial, espiritual e 
sexual.2
I – Princípio da Igualdade entre os filhos – artigo 227 da CF e 1.596 do CC. Não existe di-
ferença entre os filhos, sejam eles do casamento, adotados, fora do casamento, filhos 
socioafetivos (decorre do afeto), filho é filho. Todos têm direitos iguais sobre a herança 
dos pais.
Está superada antiga discriminação de filhos que constava no art. 332 do CC/1916, cuja lamen-
tável redação era a seguinte: “o parentesco é legítimo, ou ilegítimo, segundo procede, ou não de 
casamento; natural, ou civil, conforme resultar de consanguinidade, ou adoção”.Esse dispositivo 
já havia sido revogado pela Lei 8.560/1992, que regulamentou a investigação de paternidade dos 
filhos havidos fora do casamento. Em suma, juridicamente, todos os filhos são iguais perante a 
lei, havidos ou não durante o casamento. Essa igualdade abrange os filhos adotivos, os filhos so-
cioafetivos e os havidos por inseminação artificial heteróloga (com material genético de terceiro). 
Diante disso, não se pode mais utilizar as odiosas expressões filho adulterino, filho incestuoso, 
filho ilegítimo, filho espúrio ou filho bastardo. Apenas para fins didáticos utiliza-se o termo filho 
havido fora do casamento, eis que, juridicamente, todos são iguais.3
II – Princípio da Igualdade entre os cônjuges e companheiros – artigo 226 e 227 da CF. 
Hoje não se fala mais sobre pátrio poder, mas em poder familiar. O poder que os pais 
têm sobre os filhos é igual. O reflexo é em relação à guarda, por exemplo.
III – Princípio da não intervenção previsto no artigo 1.513 do CC: “ninguém pode intervir no 
âmbito familiar”. Se houver, tem que ser mínimo e estritamente necessária.
IV – Princípio do maior interesse da criança e do adolescente (art. 227, caput, da CF/1988 
e arts. 1.583 e 1.584 do CC)
V – Princípio da afetividade - Afetividade rege as relações familiares e, por isso, o termo 
“Direito das Famílias” – pela pluralidade de formas de afeto. Por meio desse princípio, 
2 Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2020.
3 IBIDEM
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
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temos, por exemplo, a análise da parentalidade socioafetiva. Veja as palavras da ma-
ravilhosa Ministra Nancy:
A quebra de paradigmas do Direito de Família tem como traço forte a valorização do afeto 
e das relações surgidas da sua livre manifestação, colocando à margem do sistema a 
antiga postura meramente patrimonialista ou ainda aquela voltada apenas ao intuito 
de procriação da entidade familiar. Hoje, muito mais visibilidade alcançam as relações 
afetivas, sejam entre pessoas de mesmo sexo, sejam entre o homem e a mulher, pela 
comunhão de vida e de interesses, pela reciprocidade zelosa entre os seus integran-
tes. Deve o juiz, nessa evolução de mentalidade, permanecer atento às manifestações 
de intolerância ou de repulsa que possam porventura se revelar em face das minorias, 
cabendolhe exercitar raciocínios de ponderação e apaziguamento de possíveis espíritos 
em conflito. A defesa dos direitos em sua plenitude deve assentar em ideais de frater-
nidade e solidariedade, não podendo o Poder Judiciário esquivar-se de ver e de dizer o 
novo, assim como já o fez, em tempos idos, quando emprestou normatividade aos rela-
cionamentos entre pessoas não casadas, fazendo surgir, por consequência, o instituto 
da união estável. A temática ora em julgamento igualmente assenta sua premissa em 
vínculos lastreados em comprometimento amoroso (STJ, REsp 1.026.981/RJ, 3.ª Turma, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04.02.2010, DJe 23.02.2010).
Podemos estabelecer algumas consequências do princípio da afetividade: 314:
a) a igualdade entre todos os filhos, independentemente de sua origem (art. 227, § 6º, CF);
b) a adoção, como escolha afetiva, com plena igualdade de direitos em termos de filiação 
(art. 227, §§ 5º e 6º, CF);
c) reconhecimento dos mais variados tipos de família, inclusive as famílias homoafetivas, 
eudemonistas (cujo conceito será melhor trabalhado oportunamente) e a comunidade forma-
da por qualquer dos pais e seus descendentes, dentre outras, consideradas todas no amplo 
conceito de família constitucionalmente protegida (art. 226, CF);
d) o direito à convivência familiar como prioridade absoluta da criança e do adolescente 
(art. 227, CF).
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2.1. Função socIal das FamílIas (226 cF)
Pela importância desse tema, que decorre do princípio implícito de socialidade que rege 
o direito civil como um todo, a função social da família é extraída do artigo 226 da CF, que 
estabelece que a família é a base da sociedade, recebendo uma especial proteção do Estado. 
Assim sendo, as  relações familiares serão analisadas dentro 
do contexto social, dentro daquilo que a sociedade hoje apresenta 
ao Estado.
Se a sociedade muda, é preciso que a concepção de família tam-
bém seja alterada, para, assim, atender ao ideal de realização de to-
dos os integrantes da entidade familiar.
Assim, estaremos efetivando a função social das famílias.
Esse princípio é um reflexo do movimento de mudança do paradig-
ma liberal-individualista, apoiado fortemente na teoria positivista, para 
o paradigma social-personalista, representado por teorias pós-positi-
vistas que colocam a pessoa humana no centro das atenções. A pessoa 
passa a ocupar o lugar que outrora foi destacado ao patrimônio, de for-
ma que são incorporados valores éticos e sociais para a interpretação e 
aplicação do Direito.
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Temos, então, que a família é a base da sociedade e que, além 
disso, tem uma função social que deve ser considerada nas mais 
diversas interpretações que se façam sobre esse instituto.
Em suma, não reconhecer função social à família e à interpretação do ramo jurídico que a estuda é 
como não reconhecer função social à própria sociedade, premissa que fecha o estudo dos princí-
pios do Direito de Família Contemporâneo.4
2.2. concePção constItucIonal e tIPos de FamílIa
A regra de ouro hoje quando se fala em Direito das Famílias é a pluralidade familiar.
Há variadas situações.
O artigo 226 da CF dispõe que família é decorrente de: casamento, união estável ou família 
monoparental.
No entanto, o conceito de família não está engessado pela CF, devendo esse rol ser inter-
pretado como exemplificativo.
Podemos mencionar algumas classificações existentes na doutrina:
UNIPESSOAL – sozinho (single) - essa é uma classificação nem sempre aceita, na medida em 
que para grande parte da doutrina, a família envolve pelo menos duas pessoas. Contudo, já 
falamos, inclusive, sobre o entendimento sumular do STJ que estabelece proteção para o bem 
de família da pessoa solteira, viúva e divorciada.
Súmula 364/STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também 
o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
I – MATRIMONIAL – constituída pelo casamento - é aquela oriunda do casamento.
II – INFORMAL – não decorrente do casamento.
III – HOMOAFETIVA – unidos pelo amor independentemente do sexo – vale a pena men-
cionar a ADPF n. 132/RJ, ADI n. 4.277/DF e REsp. 1183378/RS. Essa modalidade se 
aplica tanto à união estável quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, para 
atender ao princípio da dignidade da pessoa humana. Conforme será mais bem ana-
lisado em tópico próprio, as uniões de pessoas do mesmosexo eram tratadas como 
sociedades de fato e analisadas pelo Estado, quando promovidas ações judiciais para 
tanto, apenas no aspecto material, desconsiderando-se o afeto existente entre os en-
volvidos. Os julgados mencionados constituem, assim, um marco na evolução do con-
4 Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2020.
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
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ceito de família e a realização do princípio da dignidade da pessoa humana e concre-
tização do direito à felicidade.
IV – MONOPARENTAL – pelo pai + filho ou mãe + filho -: é a entidade familiar constituída 
por qualquer um dos genitores com seus filhos. A Constituição Federal, de forma ex-
pressa, em seu artigo 226, § 4º, faz referência a esse tipo de família para fins de pro-
teção do Estado:
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e 
seus descendentes.
V – ANAPARENTAL – é a família caracterizada pela ausência dos genitores. Um exemplo 
que pode ser citado é a entidade familiar constituída dos netos e avós, sem a presença 
dos pais. Ainda podemos citar irmãs ou irmãos que vivam juntos sem os pais, dentre 
outros variados modelos.
VI – FAMÍLIA SOLIDÁRIA – é a irmandade: é uma classificação que se funda na ideia de 
afetividade e solidariedade. Por exemplo, são situações em que pessoas idosas ou jo-
vens se juntam com outras pessoas para morarem em determinado local, com objetivo 
de solidariedade recíproca. Há, portanto, uma estrutura familiar, apesar de não haver 
certos efeitos como a partilha e alimentos. A base é que uns cuidam dos outros.
VII – FAMÍLIA LABORAL: é a família que se forma no ambiente de trabalho.
VIII – FAMÍLIA PARALELA OU SIMULTÂNEA: essa classificação precisa ser analisada com 
cuidado, na medida em que, pela análise do entendimento jurisprudencial, há uma 
resistência muito grande a respeito do reconhecimento do que se denomina família 
paralela, ou seja, formada paralelamente a uma outra família reconhecida, por exem-
plificando, uma pessoa casada e que mantenha a família matrimonial passa a se rela-
cionar de forma contínua, pública e notória com outra pessoa, com o objetivo também 
de constituir família.
É um tema complicado, que merece cuidado, já que vivemos a era do 
conceito de família pautado na afetividade. Nesse ponto convido você a 
ler um acórdão brilhante do TJRS5 no qual houve o reconhecimento de 
união estável paralela ao casamento – dá uma olhada na ementa:
5 https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/reconhecida-uniao-estavel-paralela-ao-casamento/
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Direito das Famílias - Parte I
DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM. PLEITO 
DE RECONHECIMENTO DO INSTITUTO. CABIMENTO. CONCOMITÂNCIA COM O CASA-
MENTO QUE NÃO AFASTA A PRETENSÃO NO CASO. SENTENÇA REFORMADA. I. Presente 
prova categórica de que o relacionamento mantido entre a requerente e o falecido entre 
08/2000 e a data do óbito dele se dava nos moldes do artigo 1.723 do Código Civil, mas 
também a higidez do vínculo matrimonial do de cujus até o mesmo momento. Caso pro-
vada a existência de relação extraconjugal duradoura, pública e com a intenção de cons-
tituir família, ainda que concomitante ao casamento e sem a separação de fato confi-
gurada, deve ser, sim, reconhecida como união estável, mas desde que o cônjuge não 
faltoso com os deveres do casamento tenha efetiva ciência da existência dessa outra 
relação fora dele, o que aqui está devidamente demonstrado. Ora, se a esposa concorda 
em compartilhar o marido em vida, também deve aceitar a divisão de seu patrimônio 
após a morte, se fazendo necessária a preservação do interesse de ambas as células 
familiares constituídas. Em havendo transparência entre todos os envolvidos na rela-
ção simultânea, os impedimentos impostos nos artigos 1.521, inciso VI, e artigo 1.727, 
ambos do Código Civil, caracterizariam uma demasiada intervenção estatal, devendo 
ser observada sua vontade em viver naquela situação familiar. Formalismo legal que 
não pode prevalecer sobre situação fática há anos consolidada. Sentimentos não estão 
sujeitos a regras, tampouco a preconceitos, de modo que, ao analisar as lides que apre-
sentam paralelismo afetivo, indispensável que o julgador decida com observância à dig-
nidade da pessoa humana, solidariedade, busca pela felicidade, liberdade e igualdade. 
Deixando de lado julgamentos morais, certo é que casos como o presente são mais 
comuns do que pensamos e merecem ser objeto de proteção jurídica, até mesmo porque 
o preconceito não impede sua ocorrência, muito menos a imposição do “castigo” da 
marginalização vai fazê-lo. Princípio da monogamia e dever de lealdade estabelecidos 
que devem ser revistos diante da evolução histórica do conceito de família, acompa-
nhando os avanços sociais. II. Reconhecida a união estável e o casamento simultâneos, 
como no presente, a jurisprudência da Corte tem entendido necessário dividir o patri-
mônio adquirido no período da concomitância em três partes, o que se convencionou 
chamar de “triação”. Não se pode deixar de referir que o caso se centrou mais no reco-
nhecimento da união estável, de modo que inviável afirmar aqui e agora, com segurança, 
quais são exatamente os bens amealhados no período. Além disso, ao que tudo indica, 
a partilha de bens do falecido já foi realizada entre os anteriores herdeiros, enquanto que 
os filhos maiores e capazes desse não participaram do processo, mas apenas a cônjuge, 
razão pela qual não podem ter seu direito atingido sem o exercício do contraditório e da 
ampla defesa. Ao juízo de família, na ação proposta, compete apenas reconhecer ou não 
a existência da afirmada relação estável da demandante com o de cujus e a repercussão 
patrimonial a que essa faz jus, sendo que a extensão dos efeitos patrimoniais que são 
próprios à condição de companheira deverá ser buscada em demanda própria. Apelação 
parcialmente provida, por maioria.
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IX – FAMÍLIA POLIAFETIVA OU POLIAMOR: é a família com 
multiplicidade de membros, fundada no que se denomi-
na “não monogamia responsável”, que permite, a partir 
do exercício da autonomia privada, a  manutenção de 
relações plurais. No ano de 2012, começaram a sur-
gir escrituras públicas de união estável poliafetiva. Em 
razão dessas escrituras, ampliou-se o debate sobre a 
proteção, pelo ordenamento jurídico pátrio, desse tipo 
de entidade familiar. A questão foi levada ao Conselho 
Nacional de Justiça - CNJ, por meio de um pedido de 
providências, que objetivava proibir os cartórios de la-
vrarem essas escrituras públicas, ante a ausência de 
amparo normativo. Essa controvérsia foi solucionadano ano de 2018, quando o CNJ, no julgamento do pedi-
do de providências n. 1459-08.2016.2.00.0000 houve a 
proibição da lavratura dessas escrituras.
X – FAMÍLIA MULTIESPÉCIE: é aquela constituída pelos 
seres humanos e seus animais de estimação. É outra 
modalidade de família, cuja constituição e reconheci-
mento ainda sofrem divergência. O  indicativo de seu 
reconhecimento pelos tribunais pátrios começou a ser 
delineado a partir de julgados que estabelecem o direi-
to de visita dos animais, tratando-os não mais apenas 
sob o ponto de vista apenas material. Nesse sentido, 
é  importante lembrar o julgado do STJ, de 2018, que 
decidiu sobre o direito de visita e custódia física dos 
animais de estimação de um casal em processo de 
dissolução da união estável (REsp 1713167/SP, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, jul-
gado em 19/06/2018, DJe 09/10/2018).
XII – FAMÍLIA EUDEMONISTA: a expressão família eudemonista refere-se à prevalência do 
amor nas configurações das entidades familiares constituídas. Segundo a maravilho-
sa Maria Berenice Dias temos que
A busca da felicidade, a supremacia do amor, a vitória da solidariedade enseja o reconhecimento 
do afeto como único modo eficaz de definição da família e de preservação da vida. As relações afe-
tivas são elementos constitutivos dos vínculos interpessoais. A possibilidade de buscar formas de 
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realização pessoal e gratificação profissional é a maneira de as pessoas se converterem em seres 
socialmente úteis6
Maria Berenice diz, ainda, que:
surgiu um novo nome para essa nova tendência de identificar a família pelo seu envolvimento afe-
tivo: família eudemonista, que busca a felicidade individual vivendo um processo de emancipação 
de seus membros7
O que define família é o afeto. Hoje, então, fala-se da família eudemonista: pautada no 
amor, no afeto, na busca pela felicidade.
3. casamento
O conteúdo, agora, abordará o casamento, que começa no CC no artigo 1.511.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e 
deveres dos cônjuges.
Quando se fala no casamento, a busca é pela comunhão plena de vida.
A pauta é o afeto.
A temática de casamento acabou inaugurando as regras de família (já pelo artigo 1.511).
6 Dias, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. / Maria Berenice Dias - 14. ed. rev. ampl. e atual. — Salvador: Editora 
JusPodivm, 2021.
7 IBIDEM
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DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz
Apesar de ser de 2002, o Código já nasceu velho, com algumas normas destinadas ao 
casamento que já estão ultrapassadas.
Os artigos relacionados ao casamento são os 1.511 a 1582 do Código Civil.
O casamento é entre duas pessoas.
A situação do poliamor, como vimos, não está resguardada pelo Direito, ainda. Um exem-
plo, seria a situação do Mr. Catra que faleceu e deixou vários filhos e várias “esposas”. Até que 
ponto o Estado pode interferir no amor que se sente? Complicado, né?
Hoje já é possível o casamento entre uniões homoafetivas, mas isso só foi possível devido 
ao reconhecimento jurisprudencial que, dentre outros, levou em consideração o Princípio da 
Legalidade, que quer dizer “praticar atos de acordo com a lei”. E, como sabemos, o particular 
pode tudo o que a lei não proíba.
Assim, um dos fundamentos do STJ e do STF para reconhecer a possibilidade de casa-
mento e união estável homoafetiva foi a lei, mesmo falando que casamento é entre homem e 
mulher, a lei não proibiu e, sendo assim, é possível.
A gente sabe que a questão cultural também influencia muito no Direito das Famílias...
Observe a definição de casamento proposta por Flávio Tartuce: “união entre duas pesso-
as, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada com objetivo de constituição de uma 
família e baseado no vínculo do afeto”.
Pergunta comum em provas: existe hierarquia entre casamento e união estável? Não. Não 
existe hierarquia entre entidades familiares.
Nas consequências, não há diferença.
Na formação, há diferença.
O casamento é constituído por meio da celebração, há uma certidão de casamento.
A união estável não tem ato celebrativo, decorre de uma convivência pública, contínua, 
duradoura com o intuito de constituição de família.
O fim do casamento pode acontecer pela morte ou pelo divórcio.
O fim da união estável acontece pela morte ou pela dissolução.
Na morte, aplicam-se as mesmas regras para quem é cônjuge ou para quem é compa-
nheiro, pois o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 1.790 do CC, que trabalhava 
regras diferenciadas para a morte de companheiro e questões de herança e veremos na aula 
de sucessões.
Hoje é tudo igual, quanto a questões de herança seja no casamentou ou união estável, 
seguindo a mesma regra do artigo 1.829 do CC.
A dificuldade comum existente, em muitos casos, é de se comprovar a união estável no 
que tange ao lapso temporal (quando se iniciou exatamente a união), principalmente para fins 
de partilha de bens.
O artigo 1.511 estabelece que o casamento é uma comunhão de vida, que tem como pauta 
a igualdade entre os cônjuges, levando em consideração o casamento entre homem/homem, 
homem/mulher, mulher/mulher.
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🍒 E qual a natureza jurídica do casamento?
Para responder essa questão, há três teorias:
• Teoria institucionalista – casamento é uma instituição.
• Teoria contratualista – casamento é um contrato.
• Teoria mista ou eclética – casamento é uma instituição no conteúdo, mas um contrato 
na formação (estipula-se uma vontade).
É uma espécie de negócio jurídico, mas com regras específicas (monogamia, escolha 
de vida...).
Agora, vamos tratar algumas determinadas regras.
Existem as regras de disposições gerais sobre casamento (arts. 1.511 ao 1.516) e as re-
gras sobre capacidade para o casamento (arts. 1.517 ao 1.520).
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de 
selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida 
instituída pela família.
Ninguém pode “se meter” na vida familiar – esse é o princípio da não intervenção na família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante 
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
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Embora este art. 1.514 disponha que é casamento quando o homem e mulher manifes-
tam à vontade, a lei não proíbe; portanto, hoje, o casamento entre pessoas do mesmo sexo 
é permitido. Não há impedimento para isso e também não há nenhuma peculiaridade dife-
renciadora.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento 
civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da 
data de sua celebração.
Muitas pessoas fazem o casamento religioso com efeito civil. Faz-se toda a habilitação 
para o casamento e, ao invés de fazer a celebração apenas civil, pode-se fazer a celebração 
civil e, depois, religiosa, ou se pode fazer o religioso com efeito civil.
Quando se fala em casamento religioso, pensa-se no casamento na igreja evangélica ou 
católica. Aqui se refere ao casamento religioso celebrado em qualquer religião. Não pode 
haver discriminação de crença nesse aspecto. Muito embora se deva pensar dessa forma, 
ainda se vive muito preconceito religioso. Há várias religiões além da evangélica e da ca-
tólica. Temos casamento espírita, na umbanda, no candomblé e em várias outras modali-
dades religiosas.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o 
casamento civil.
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua re-
alização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer 
interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. 
Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
Faz-se a habilitação, marca-se o casamento religioso com efeito civil, a celebração ocorre 
ao mesmo tempo que a celebração religiosa e, depois, homologa-se em 90 dias.
Art. 1.516. § 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá 
efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, median-
te prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.”
Pode acontecer de se fazer a habilitação para o casamento — que é um procedimento em que 
se terá, ao final, a certidão de habilitação — e, depois, marcar o casamento religioso com efeito civil.
Mas pode ocorrer o inverso: houve o casamento no religioso e, depois, se quer registrar 
este casamento. Para isso, deve ser feita a submissão ao processo de habilitação.
Art. 1.516. § 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos con-
sorciados houver contraído com outrem casamento civil.
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Pessoas casadas não podem se casar.
Se a pessoa já tem um casamento civil e depois casa no religioso, é óbvio que não será 
possível regularizar esse segundo casamento religioso, porque o casamento civil já existente 
impede a existência de outros casamentos. 
Então, em relação às questões das disposições gerais, observam-se alguns pontos:
• A celebração é gratuita;
• É possível casamento homoafetivo;
• O casamento religioso deve ser observado em relação a qualquer religião e pode ser, 
também, conjuntamente com casamento civil (art. 1.535).
Do casamento religioso, ainda, há a questão da habilitação, que é o procedimento de ve-
rificação se as pessoas podem ou não se casar. Esse procedimento pode ser feito antes do 
casamento religioso, havendo o casamento religioso com efeito civil e registro, ou depois, 
havendo o casamento religioso, habitação e o registro.
Um ponto muito cobrado em prova, principalmente agora, é a questão da capacidade para 
o casamento.
A primeira coisa que deve ser observada é que capacidade não se confunde com le-
gitimidade.
A pessoa pode casar-se? Sim. Ela tem capacidade para o casamento? Tem. Mas ela pode 
se casar com o irmão? Não, porque não se tem legitimidade para este ato.
Então, a capacidade é algo geral; quando se fala de legitimidade, é algo específico para 
um ato específico.
Quem pode casar?
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de 
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Quando se fala de 16 anos, fala-se da idade núbil.
Art. 1.517.
Parágrafo único. Se houver divergências entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do 
art. 1.631.
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Se for entendido que a justificativa para anular o consentimento é injusta, pode-se ajuizar 
ação contra os pais.
O Judiciário irá dirimir esse conflito. Os pais explicam os motivos para o juiz, que decidirá 
se haverá casamento ou não, analisando se os motivos são justos ou não.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, 
observado o disposto no art. 1.517 desde Código.
O art. 1.520 é importante, pois foi modificado em 2019. Hoje, 
não é possível casamento de quem não tenha 16 anos. 
Antes, era possível. Antes dessa mudança era possível 
casamento de quem não tinha 16 anos em caso de gravidez 
ou para evitar imposição de pena criminal. A questão da 
pena criminal seria, por exemplo, para o caso de estupro, 
só que no direito penal essa situação já estava superada. 
Apenas no Civil que havia a dispositivo no sentido de não 
responder pelo crime se houvesse casamento, enquanto 
que no penal, desde 2005, responderia. Assim, a redação 
anterior do art. 1.520 era morta, em parte. Em caso de 
gravidez de menor de 16 anos, também era consentido o 
casamento, o que fazia com que a menor fosse considerada 
emancipada pelo casamento.
Agora, não há mais essa regra.
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Então, na questão da capacidade para o casamento, existe a idade núbil (idade para o 
casamento) de 16 anos. Se a pessoa se casa com 16 anos, ela estará emancipada (art. 5º do 
Código Civil).
Mas, para se casar com 16 anos, é preciso a autorização dos pais. Quando os genitores 
são divorciados e um detém a guarda e o outro o direito de visita, os dois continuam tendo 
poder familiar sob os filhos. Quem tem a guarda não tem mais ou menos poder familiar do que 
quem exerce o direito de visita.
Tanto é verdade, que o poder familiar continua sendo dos pais, e essa decisão é dos dois.
Se houver conflito entre os dois, vai para o Judiciário para o juiz decidir. O outro só perde 
o poder familiar nas hipóteses previstas em lei; enquanto não perde, manda.
A autorização dos pais para o casamento de pessoa de 16 anos tem fundamentono poder 
familiar — o poder que os pais possuem de controlar a vida dos seus filhos menores.
Se houver problema em relação à autorização, pode-se pedir o suprimento judicial.
A pessoa com 16 anos pode ser autor, mas não tem capacidade para estar em juízo por 
ser considerada relativamente incapaz por conta da idade.
Assim, a pessoa não pode ajuizar ação sozinha e os seus pais não vão estar ao seu lado 
na ação, porque eles também são réus.
O Código de Processo Civil dispõe que:
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em 
juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma 
da lei.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, 
enquanto durar a incapacidade.
O juiz chamará um curador especial para a pessoa de 16 anos que está movendo a ação 
contra os pais, e quem será esse curador especial será a Defensoria Pública, ou até mesmo o 
próprio advogado.
A autorização dos pais é revogável até a celebração (art. 1.518).
A partir dos 18 anos, se pode casar e divorciar, mas há regras que devem ser respeitadas.
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3.1. ImPedImentos Para o casamento (1.521 – 1.522)
Os arts. 1.521 e 1.522 do Código Civil apresentam as hipóteses de impedimento para o ca-
samento, isto é, as situações em que o casamento será proibido, conforme expresso a seguir:
Cabe apontar que caso as hipóteses de impedimento sejam ignoradas e o casamento 
ocorra, este será considerado nulo.
Art. 1.521. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
De acordo com o inciso reproduzido acima, não pode haver o casamento entre pai e fi-
lha(o) ou mãe e filho(a), seja o laço de parentesco natural (consanguíneo) ou civil (por adoção 
ou socioafetividade).
Art. 1.521.
II – os afins em linha reta;
Os afins referem-se às pessoas que possuem laços de parentesco com o cônjuge de de-
terminada pessoa e, portanto, são consideras como parentes desta também.
Se Maria se casa ou constitui união estável com João, por exemplo, a mãe e o pai dele se-
rão seus sogros, o filho dele será seu enteado e o(a) irmão/irmã dele será seu/ seu cunhado(a).
Esse parentesco de Maria com os parentes de João é um parentesco denominado como 
“parentesco por afinidade”. Segundo a lei, uma pessoa não pode casar com os parentes afins 
em linha reta, ou seja, com o(a) sogro(a) ou o(a) enteado(a), pois estes possuem status seme-
lhante ao de pai/mãe e filho(a).
Observe que a legislação proíbe apenas o casamento de um indivíduo com os afins em 
linha reta. Desse como, caso Maria quisesse casar-se com o irmão de João, não haveria qual-
quer tipo de impedimento, pois os cunhados são afins colaterais.
Art. 1.521.
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
É importante destacar um aspecto importante quanto ao inciso IV: os colaterais de tercei-
ro grau, incluídos na proibição apresentada pelo inciso, dizem respeito aos tios e sobrinhos. 
Apesar de o Código Civil proibir a união entre pessoas com esse grau de parentesco, é relati-
vamente comum que haja esse tipo de casamento, conhecido como “casamento avuncular”.
Tal possibilidade se dá em razão da existência do Decreto-Lei n. 3.200/1941, em que 
se determina que tio(a) e sobrinha(o) poderão contrair matrimônio perante a realização de 
exames médicos que atestem que os nubentes se encontram em sanidade mental e que não 
haverá prole defeituosa.
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Art. 1.521.
V – o adotado com o filho do adotante;
O adotado não pode se casar com o filho do adotante, pois eles são irmãos.
Art. 1.521.
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o 
seu consorte.
Art. 1.522. “Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por 
qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impe-
dimento, será obrigado a declará-lo.
Em razão de se tratar de uma regra proibitiva, o rol apresentado pelo art. 1.521 do Código 
Civil é considerado um rol taxativo, ou seja, as hipóteses que não se encontram elencadas 
em seus dispositivos são hipóteses em que o casamento é permitido.
Cabe apontar que as disposições presentes nos artigos reproduzidos acima também se 
aplicam à união estável, conforme expressa o art. 1.723 do mesmo Código.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, confi-
gurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição 
de família.
§ 1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplican-
do a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Para fins de prova é importante que você esteja atento a um detalhe: segundo expressa o 
art. 1.521, inciso VI, a pessoa que é casada não poderá casar novamente – não importando 
há quanto tempo esteja separada de fato de seu ex-cônjuge –, a menos que efetue o divórcio 
em relação ao seu matrimônio anterior.
Em contrapartida, o art. 1.723, § 1º, expressa que a incidência do inciso VI não se aplicará 
à união estável, ou seja, a pessoa casada que estiver separada de fato não poderá se casar, 
mas poderá contrair união estável.
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Não há a determinação de um prazo mínimo para que seja considerada a existência da 
separação de fato.
3.2. causas susPensIvas de casamento (1.523 – 1.524)
Em continuidade, o Código Civil trata, em seus arts. 1.523 e 1.524, sobre as causas sus-
pensivas de casamento que, diferentemente das hipóteses apresentadas pelo art. 1.521, não 
impedem que o mesmo ocorra, mas impõem uma regra em relação ao regime de bens que 
deverá ser seguido.
Inexoravelmente, ao se casar as pessoas devem escolher o regime de bens ao qual esta-
rão submetidas, caso isso não ocorra, a lei determina que será instituído o regime da comu-
nhão parcial de bens.
No entanto, aqueles que casam mediante uma causa suspensiva devem, obrigatoriamen-
te, ser regidos pelo regime da separação obrigatória de bens.
Vejamos, a seguir, quais são as causas suspensivas de casamento:
Art. 1.523. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do 
casal e der partilha aos herdeiros;
A fim de compreender o inciso apresentado acima, consideremoso seguinte exemplo: 
Maria, casou-se com João, com quem teve três filhos e, meses após ficar viúva, se apaixonou 
por Antônio, decidindo-se casar com o homem.
No entanto, em um contexto em que o inventário referente aos bens de João ainda tenha 
sido realizado, caso Maria se case com Antônio sob o regime de comunhão universal de bens, 
por exemplo, não haveria como distinguir quais bens são de João, quais são dos herdeiros, 
quais são de Maria e quais são de Antônio.
Assim, para evitar que tal situação ocorra, a lei sugere que o viúvo ou a viúva que tiver filho 
do cônjuge falecido não se case enquanto não tiver realizado o inventário dos bens do casal 
e der partilha aos herdeiros.
Se mesmo diante dessa situação a pessoa desejar se casar, o enlace deverá ser realizado 
sob o regime da separação obrigatória de bens.
Art. 1.523.
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses 
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
Do mesmo modo que ocorre em relação à viuvez, o Código Civil expressa que os divor-
ciados não devem se casar enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal.
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No entanto, caso a pessoa deseje se casar mesmo diante dessa situação, será imposto o 
regime de separação obrigatória de bens, que poderá ser alterado após a efetivação da parti-
lha de bens referente ao casamento anterior.
Art. 1.523.
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, 
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem 
saldadas as respectivas contas.
A fim de evitar que ocorra qualquer espécie de confusão patrimonial, não poderá haver ca-
samento entre o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados 
ou sobrinhos e a pessoa tutelada ou curatelada.
Nesse sentido, caso Joana seja tutora de Maria e a tutelada e seu filho se apaixonem, 
o casamento não poderá ser realizado enquanto não cessar a tutela ou, caso os nubentes não 
desejem esperar, deverá ser realizado sob o regime de separação obrigatória de bens.
Art. 1.523.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no 
caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na flu-
ência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos paren-
tes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segun-
do grau, sejam também consanguíneos ou afins.
Em síntese, as causas suspensivas são causas dispostas a fim de que sejam evitadas 
confusões sanguíneas e/ou patrimoniais.
Diferentemente do que ocorre em relação aos impedimentos, que podem ser podem ser 
opostos por qualquer pessoa capaz, as causas suspensivas de casamento somente podem 
ser opostas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais de segundo 
grau, sejam estes consanguíneos ou afins.
Lembre-se: as regras relativas às causas suspensivas de casamento não impedem que o 
mesmo ocorra, mas impõem a adoção do regime da separação obrigatória de bens.
Após solucionada a situação suspensiva, o  casal pode requerer a alteração do regi-
me de bens.
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3.3. HabIlItação e celebração de casamento (1.525 – 1.532)
Para que um casamento possa celebrado é necessário, primeiramente, que os nubentes 
passem por um processo de habilitação. Conforme previsto pelos arts. 1.525 a 1.532 do Códi-
go Civil, o processo de habilitação visa a conferir a ambos os nubentes, a partir da apresenta-
ção e análise de alguns documentos, uma certidão – com eficácia de 90 (noventa) dias – para 
que o casamento seja celebrado:
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, 
de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes docu-
mentos:
I – certidão de nascimento ou documento equivalente;
II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que 
a supra;
III – declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afir-
mem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV – declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, 
se forem conhecidos;
V – certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de 
casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Realizada a apresentação dos documentos elencados pelo art. 1.525, o oficial do cartório, 
a fim de dar publicidade ao ato, publicará por meio de edital a intenção dos nubentes em efe-
tuar o matrimônio.
Estando cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527, reproduzidos a seguir, e veri-
ficada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação 
com eficácia de 90 (noventa dias) a contar da data em que foi extraído.
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência 
do Ministério Público.
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Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilita-
ção será submetida ao juiz.”
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante 
quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se 
publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem 
ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração 
escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde 
possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, in-
dicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos 
alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistênciade fato 
obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o 
certificado.
Por sua vez, o processo relativo à celebração do casamento é expresso pelos arts. 1.533 
a 1.542 do Código Civil:
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autori-
dade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados 
com a certidão do art. 1.531.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, 
presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes 
e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
§ 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes 
não souber ou não puder escrever.
Perceba que, quando a celebração do casamento se der na sede do cartório, bastará que 
estejam presentes duas testemunhas; em contrapartida, caso a celebração ocorra em edifício 
particular, serão necessárias quatro testemunhas.
Diante da situação em que um dos nubentes não saiba ou não possa escrever, também 
será preciso que haja a presença de quatro testemunhas.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as 
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que 
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: 
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“De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por ma-
rido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados”.
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No 
assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, 
serão exarados:
I – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos 
cônjuges;
II  – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual 
dos pais;
III – o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;
IV – a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
V – a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI – o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII – o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada 
a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente 
estabelecido.
Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na escritura 
antenupcial.
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
I – recusar a solene afirmação da sua vontade;
II – declarar que esta não é livre e espontânea;
III – manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à sus-
pensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo 
presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a pre-
sença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento 
ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em 
linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judi-
cial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por 
marido e mulher.
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§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para 
verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados 
que o requererem, dentro em quinze dias.
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade com-
petente, com recurso voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos inter-
postos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, 
à data da celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e 
puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com po-
deres especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, cele-
brado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, 
responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamen-
to nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
Conforme determina o art. 1.542 do Código Civil, é possível que um casamento seja cele-
brado mediante procuração. Nesse sentido, caso o noivo ou a noite esteja vivendo uma aven-
tura no Camboja, por exemplo, e não possa estar presente na data marcada para a celebração 
do casamento, uma procuração pode ser efetivada para que uma pessoa escolhida pelo(a) 
nubente o substitua.
Cabe apontar que a procuração a ser utilizada para a celebração do casamento deve con-
sistir em uma procuração por instrumento público, isto é, deve ser uma procuração realizada 
em cartório e que apresente poderes especiais autorizando o casamento.
É de conhecimento geral que, ao estabelecer uma procuração, uma pessoa confere deter-
minados poderes a outra.
No que se refere à procuração para a celebração de casamento, o art. 1.542, § 1º, determi-
na que a revogação do mandato não precisará chegar ao conhecimento do mandatário; po-
rém, se o casamento for celebrado sem que o mandatário ou o outro contraente tenha ciência 
da revogação, o mandante responderá pelas perdas e danos.
Perceba que assim como ocorre em relação à certidão de habilitação, aprocuração tam-
bém produzirá efeitos por um período de 90 (noventa) dias.
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É comum que a banca tente confundir o candidato ao afirmar que tanto a certidão de habi-
litação como a procuração de casamento possuem validade de 90 (noventa) dias. Perceba 
que esta afirmação é equivocada, pois o prazo de 90 (noventa) dias não se refere à validade 
dos documentos, e sim ao seu período de eficácia.
Obs.: � Dado o exposto, é  importante lembrar que a validade de um documento ocorre 
quando há o respeito aos requisitos exigidos por lei. A certidão de habilitação e a 
procuração de casamento, por exemplo, deixarão de produzir seus efeitos passado 
o prazo de 90 (noventa) dias, mas sua validade não cessará.
Ainda no que concerne ao tema, é importante apontar que os arts. 1.539 e 1.540 apresen-
tam algumas regras em que haverá a flexibilização do processo de habilitação e/ou celebra-
ção do casamento:
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo 
presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Perceba que o artigo acima reproduzido determina que no caso de moléstia grave de um 
dos nubentes, a autoridade celebrante presidirá o ato, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever, no local em que se encontrar o impedido. Tal flexibilização é compreendida 
como uma flexibilização mínima das regras, pois para que esta ocorra é necessário que os 
nubentes já estejam habilitados ao casamento.
Por sua vez, o art. 1.540 apresenta uma situação distinta, em que há a configuração de 
uma flexibilização máxima das regras de habilitação e celebração de casamento:
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a pre-
sença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento 
ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em 
linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Note que enquanto em uma celebração realizada em vias normais as testemunhas podem 
ser parentes dos nubentes, no casamento realizando quando algum dos contraentes estiver 
em iminente risco de vida, conhecido como “casamento in extremis vitae”, o ato deverá ser 
efetuado na presença de seis testemunhas com quem os nubentes não tenham parentesco 
em linha reta ou colateral, até segundo grau.
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Cabe ressaltar, ainda, que diferentemente do que ocorre em relação ao casamento cele-
brado no caso de moléstia grave de um dos nubentes, o art. 1.540 trata sobre uma situação 
em que o casal não passou pelo processo de habilitação para o casamento.
Em sua continuidade, o Código Civil dispõe o seguinte:
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judi-
cial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por 
marido e mulher.
§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para 
verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados 
que o requererem, dentro em quinze dias.
Observe que, nesse caso, a verificação quanto à habilitação dos nubentes para a celebra-
ção do casamento será realizada a posteriori, ou seja, após a realização do mesmo.
Art. 1.541
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade com-
petente, com recurso voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos inter-
postos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, 
à data da celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e 
puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
Em suma, existem duas hipóteses distintas de flexibilização das regras de habilitação e 
celebração de casamento:
• a primeira refere-se ao caso de moléstia grave de um dos nubentes, situação em que o 
casamento será celebrado havendo a habilitação dos noivos;
• a segunda hipótese diz respeito ao cenário em que um dos contraentes estiver em imi-
nente risco de vida, em que o casamento será celebrado – perante a presença de seis 
testemunhas que não tenham parentesco com os nubentes em linha reta ou colateral 
até o segundo grau, ou seja, que não sejam seus pais, avós, bisavós, filhos, netos, bis-
netos, enteados, sogros, cunhados ou irmãos – mesmo sem que haja a habilitação.
É importante lembrar que, no caso da segunda hipótese, as testemunhas deverão compa-
recer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, para manifestar a reali-
zação do casamento entre aquelas duas pessoas. A partir da realização dessas declarações, 
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o  juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se 
habilitado e, verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, os efeitos do casamento 
retroagirão à data de sua celebração.
A hipótese prevista pelo art. 1.540 pode aparecer em provas com a denominação de casa-
mento nuncupativo, casamento in extremis vitae ou, ainda, casamento in articulo mortis.
3.4. Provas do cancelamento
Em relação às provas do casamento, o Código Civil expressa o seguinte:
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registrocertidão do registro. Parágrafo único. 
Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autorida-
des ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de 
um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º 
Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar 
vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízoda prole comum, salvo mediante 
certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento 
impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o re-
gistro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que 
respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
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Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os 
cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
Existem, assim, três formas de comprovação do casamento:
 I – certidão de registro do casamento;
 II – prova indireta, fundada na posse do estado de casado: para isso, são necessários 3 re-
quisitos para sua comprovação: nomen (um cônjuge tem que utilizar o nome de outro 
cônjuge); tractatus (é o tratamento dado entre as partes, como se casados fossem) e a 
fama ou reputatio (a sociedade reconhece as partes como pessoas casadas);
 III – prova direta supletória: Supondo que o sujeito tenha se casado e se registrado, sendo 
extraído uma certidão a qual foi perdida. Nesse caso, far-se-á prova direta comple-
mentar ou supletória. Justificada a perda do registro civil, é  admitida qualquer ou-
tra prova, como o passaporte ou outros documentos que consignem a informação da 
condição de casado.
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3.5. InvalIdade do casamento
A invalidade do casamento poderá ser configurada ao se estabe-
lecer que esse casamento é nulo ou anulável.
De modo resumido, o conceito geral de nulidade se relaciona à 
ocorrência de algo que ofende o interesse público, enquanto a anula-
ção ofende interesse privado, sendo assim, menos grave.
Conforme determina o Direito Civil, não há prazo para que seja de-
clarada a nulidade de algo, dado que o que é nulo nunca se torna válido.
Por outro lado, em razão de se referir a algo que ofende o interesse particular, e não o in-
teresse público, o que é anulável pode se tornar válido com o passar do tempo, ou seja, caso 
a pessoa que se sentiu prejudicada pelo ato não ajuíze ação dentro do prazo específico a fim 
de que seja decretada a anulação, o ato se tornará válido.
Eu não te dou o direito de errar isso!
Tenha atenção aos verbos utilizados para se referir à nulidade ou à anulação de um ato: aquilo 
que é nulo não tem prazo para que seja declarado nulo, enquanto aquilo que é anulável possui 
prazo específico para que seja decretada a anulação.
Em regra, quando algo é declarado nulo, os efeitos da nulidade retroagem à data da prática 
do ato; em contrapartida, os efeitos relativos àquilo que é declarado anulado não retroagem.
Ademais, em razão de ofender o interesse público, o  que é nulo pode ser reconhecido 
de ofício pelo juiz, enquanto o que é anulável não, pois se refere a uma ofensa ao interesse 
particular.
Dado o exposto, o casamento nulo e o casamento anulável apresentam as seguintes ca-
racterísticas:
CASAMENTO NULO (+ GRAVE) CASAMENTO ANULÁVEL (- GRAVE)
INTERESSE PÚBLICO INTERESSE PRIVADO
Refere-se ao casamento que ocorre 
mediante a violação das regras presentes 
nos arts. 1.521 e 1.548 do Código Civil.
Refere-se ao casamento que ocorre sob a 
incidência do art. 1.550 do Código Civil.
A declaração da nulidade ocorre por meio 
da ação declaratória de nulidade.
A anulação se dá por meio da decretação 
em ação anulatória.
A ação de nulidade pode ser proposta 
por qualquer interessado, inclusive pelo 
Ministério Público, e é imprescritível.
A ação anulatória somente pode ser 
proposta pela parte interessada e possui 
prazo decadencial para tal.
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Conforme expressa a letra da lei:
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – (Revogado) ; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
II – por infringência de impedimento.”
Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, 
pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público.
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
Lembre-se de que, no Brasil, a idade mínima para que uma pessoa possa se casar é de 16 
(dezesseis) anos.
Art. 1.550.
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
Os arts. 1.556 a 1.558, aos quais se refere o art. 1.550, inciso III, estabelecem o seguinte a 
respeito do vício da vontade:
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nu-
bentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Existem diversas análises em relação ao que consiste em erro essencial contra a pes-
soa do outro, sendo consolidado o entendimento de que, para que haja a configuração de tal 
aspecto, o erro deve ser tal que torne insuportável a vida em comum do casal, como pode 
ocorrer, por exemplo, em relação a alguém que case com determinado indivíduo acreditando 
que ele seja uma pessoa honesta e de boa índole quando, na verdade, o sujeito é um bandi-
do perigoso.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art123
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
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Ao tratar sobre o erro essencial quanto à pessoa do outro é comum que haja a indagação 
quanto às pessoas transsexuais. Conforme é de conhecimento geral, atualmente não há a 
necessidade de que uma pessoa realize a cirurgia de transgenitalização ou que tenha autori-
zação judicial para que possa alterar o seu prenome nos registros em cartório, bastando que 
efetue uma autodeclaração.
Nesse sentido, a pessoa que realiza a cirurgia de alteração de sexo (tanto do feminino 
para o masculino como do masculino para o feminino) pode alterar seus registros sem que 
haja a necessidade de apresentação de nenhuma informação adicional; sendo possível, des-
se modo, que o cônjuge venha a ter conhecimento sobre o ato apenas após a celebração do 
casamento.
Apesar de, em teoria, esta situação não consistir em algo passível de tornar a vida em co-
mum insuportável, algumas pessoas que se encontram diante desse tipo de situação alegam 
o erro essencial sobre a pessoa com o intuito de invalidar o casamento.

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