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Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos - Doenças crônicas: 1. Diabetes Mellitus: quadro de hiperglicemia persistente por deficiência na produção de insulina ou na sua ação. Tipo 1: Destruição das células de Langerhans que leva à deficiência na produção de insulina; crianças e adolescentes; não respondem bem a antidiabéticos orais, sem insulina podem chegar a Cetoacidose. Em geral os pacientes abrem o quadro com clínica grave. Tipo 2: Resistência à insulina; + comum, maioria dos pacientes são obesos. - Duas medidas de glicemia em jejum ou 1 GJ + 1 HBA1C. FR: SOP, HAS, DCV, obesidade central, HDL> 35, TG> 250. Sintomas: Poliúria (>2,5l/d), polidipsia (sede excessiva), polifagia, perda ponderal; pode ser assintomático. → secundário ao DM: ↓ de peso, tontura, mal estar, dor nas pernas, impotência, cegueira. SE LIGA: Acantose nigricans simboliza hiperinsulinemia. Ao paciente: O que sabe sobre? Acha que tem cura ou não? Algum familiar próximo tem? Acha que tem que tratar? Qual a rotina ? Alimentação? Hábitos de vida? Outras comorbidades? Diagnóstico: glicemia em jejum, TOGT, hemoglobina glicada (HbA1c) - resultado é a média dos últimos 3 meses; rastreio em >45 anos ou obesos + 1 FR. 4P’s + glicemia aleatória > 200 = DM. Tratamento: Não farmacológico - ↓ de peso, adoção de dietas saudáveis (mediterrânea, vegana..), atividade física (mín 3x/s, sendo 40 min/d); atentar-se a condição financeira do paciente para indicar dietas e atividades. Cuidados com os pés devido a alta susceptibilidade à machucados, já que a pele está mais sensível. Evitar/ cessar álcool e tabagismo. DM 1 trata com INSULINA. Farmacológico - Metformina 850mg 1 cp 3x/d OU Metformina XR 500mg 2-3 cp 2x/d; ajuda no perfil lipídico e na redução de peso, age na redução da gliconeogênese hepática, no entanto pode causar diarreia. CI: gestantes, Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos casos de insuficiência e acidose grave. Glibenclamida 5mg 1-3 cp 2x/d, comer junto e observar possível hipoglicemia; ganho de peso, CI: gestantes, casos de insuficiência. Pioliglitazona 15mg 1-3cp/d; melhora perfil lípidico, reduz IAM. Pacientes com condição financeira podem lançar mão: Dapaflidozina 5mg 1cp/d; reduz peso e PA, poliúria, libera açúcar na urina logo torna mais susceptível à infecções genitais e urinárias. Liraglutida 1 injeção sc 1x/d; ; reduz peso e PA; náuseas, vômitos e diarreia. Se HBA1C > 9 mesmo com medicamentos e mudanças de hábitos, iniciar Insulina. Insulina NPH 0,1-0,2U/Kg iniciar apenas no jantar; ganho de peso, hipoglicemia, alterações na pele. Fazer controle: 3 medidas por dia (café, almoço e jantar) por 3 dias seguidos, total de 2 semanas. Se necessário, aumentar a frequência. Metas de controle: em jejum entre 80 e 130, 2h após refeição <180, hemoglobina A1C < 7%. Rotina de consulta 3 - 6 meses ou 1x/ano: PA, glicemia e HbA1c semestrais; CT + frações, TG, AST, ALT, creatinina, EAS, microalbuminúria, fundoscopia (se >10 com DM) anuais; ECG a cada 2 anos (se >10 com DM). Receita: Iniciar mudança de hábitos em TODOS os pacientes; se alteração discreta iniciar Metformina 500-850mg de 1-2cp/d ; se persistir Metformina + Glibenclamida 5mg de 1-2cp/d; *Pioglitazona quando alérgico à Metformina. se > 10 anos de DM ou descontrole frequente iniciar doses de insulina (1° só no jantar, se necessário, até 3x/d). A dose de insulina fica ⅔ na manhã e ⅓ à noite. se não controlar com aumento das doses de NPH, associar Regular (45min antes das refeições: 0,05 u/kg/dia no café da manhã e 0,1 u/kg/d no almoço e jantar.)l. Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos 2. HAS Em geral assintomáticos. Diagnóstico: AMPA (aferir no PSF 2/3x ao dia por 15 dias, retornar para avaliação), aferição em casa ou em farmácias não são aconselhadas mais. FR: >65 anos, obesidade, ingesta de sal em excesso e álcool, tabagismo, sedentarismo, socioeconômico, HF e genética. Tratamento: Não farmacológico - ↓ de peso, adoção de dietas saudáveis (mediterrânea, vegana..), atividade física (mín 3x/s, sendo 40 min/d), cessar tabagismo e etilismo; paciente com HAS baixo risco ou moderado, iniciar primeiro as mudanças de hábitos. Diuréticos costumam dar formigamentos Farmacológico - Diuréticos tiazídicos (Hidroclorotiazida, 1ª escolha na monoterapia) 25mg 1cp pela manhã; ação antihipertensiva potente, principalmente em negros e idosos; hiperuricemia; CI: Gota. Diurético de alça (Furosemida) 20mg 1-4cp/d em jejum; ótimo em casos de ICC e ascite, devido à alta potência diurética; hipocalemia. Diurético poupador de potássio (Espironolactona) 25-100mg de 1-4 cp/d; edema periférico, cirrose hepática; hipercalemia. Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos Beta-bloqueador (Atenolol) 25mg 1-2cp de 12/12h; ótimo para jovens, coronariopatas, idoso, gestantes. CI: Asma. Bloqueador do canal de cálcio (Anlodipino) 5mg 1-2 cp de 12/12h; ótimo para negros, idoso, gestantes; CI: Pacientes com arritmias. IECA (Enalapril, Captopril) 10mg 1-4cp pela manhã; DM, ICC, pós IAM; baixa ação em negros; tosse. BRA (Losartana, Valsartana) 50mg 1-2 cp pela manhã; DM, ICC, idosos; hipotensão. * Pacientes com DM optar sempre por IECA ou BRA, devido a nefroproteção. Rotina de consulta 6 meses ou 1x/ano: EAS, creatinina, potássio, ácido úrico, glicemia em jejum, CT + frações, triglicerídeos, ECG. *Se 3 fatores de risco, solicitar ECO. Metas: HAS 1 - 2 com baixo/ médio risco CV <140x90 mmHg; HAS limítrofe com alto risco CV <130x85 mmHg; HAS + nefropatías com proteinúria > 1g/l <125x80 mmHg. 3. Dislipidemia Elevação dos níveis de CT e/ou TG, ou redução dos níveis de HDL; LDL: RUIM, retira do fígado e envia para artéria. HDL: Bom, ele retira do tecido periférico envia para fígado. Valores de referência: CT<190, HDL>40, LDL>150, TG<150; Sintomas: em geral assintomáticos, DCV prévias, pancreatite, xantomas (“bolinha de gordura”) Diagnóstico: CT + frações, TG. Tratamento: Não farmacológico - ↓ de peso, adoção de dietas saudáveis (mediterrânea, vegana..), atividade física (mín 3x/s, sendo 40 min/d), cessar tabagismo e etilismo; Farmacológico - Sinvastatina 10-80mg/d; Atorvastatina 20-80mg (costuma ser mais potente e tem uma reposta mais rápida), Rosuvastatina, Pravastatina. Essa medicações devem ser tomadas de NOITE. Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos 4. Doenças vasculares periféricas Estreitamento ou obstrução de vasos sanguíneos arteriais; FR: > 60 anos, dislipidemia, DM, DAC, HAS, tabagismo, sedentarismo e obesidade. Sintomas: podem ser assintomáticos, claudicação intermitente (dor muscular que alivia com repouso - cansaço, rigidez, câimbras em panturrilhas/ coxa/ glúteo). Evolução dá de acordo com o grau de acometimento, podendo apresentar: palidez da pele, escassez de pêlos, hipotermia, formigamentos, pulsos diminuídos ou ausentes, hipotrofia do membro, úlceras isquêmicas. Diagnóstico: Avaliação clínica completa (pulsos, presença de lesões, neurológica, índice tornozelo-braquial); USG doppler, Angiografia, Angiotomografia e Angiorresonância. Tratamento: Não farmacológico - Cesar tabagismo, prática de atividade física, tratar HAS < 130x80 mmHg / DM HbA1c< 7%/ Dislipidemias LDL<100, redução do risco cardiovascular (AAS); Farmacológico - Cilostazol 100mg 12/12h. Cirurgia em alguns casos específicos. - Isquemia aguda de membro: Redução súbita na perfusão do membro; necessita de avaliação cirúrgica com urgência. 6 P’s: dor, palidez, ausência de pulso, parestesia, paralisia e frio. - Insuficiência venosa periférica crônica: Provocada pela hipertensão venosa crônica, ocorre devido ao refluxo e/ou obstrução do sistema venoso. O defeito nas válvulas faz com que ocorra maior retenção de sangue, o que aumenta a pressão venosa e consequentemente forma as tortuosidades. Em geral se apresenta bilateralmente, Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos mais comum na safena magna. Clínica: Pode ser assintomático; dor leve/ moderada, sensação de peso, parestesias (formigamento), cãibras, fadiga de membros inferiores. Sintomas sãoagravados pelo ortostatismo e alivia ao elevar os membros. Calor, aumento de peso e período menstrual pioram. Classe S: Sintomático. Classe A: Assintomático. Classe E: Quanto a etiologia. Classe P: Quanto a fisiopatologia. Classe Anatômica: Quanto a localização. Tratamento: Não farmacológico - Evitar ortostatismo prolongado, prática de exercícios físicos, elevar MMII, controle de doenças de base, meias elásticas de compressão; Escleroterapia, medicamentos venoativos e cirurgia. - Tromboembolia venosa FR: história prévia, coagulopatias, neoplasia maligna, para ou tetraplegia, viagem aérea prolongada, imobilidade prolongada, varizes, tabagismo, uso de hormônios, gravidez, puerpério, IAM/ AVC prévios, infecçõess, insuficiência cardíaca, obesidade. Clínica: edema, hipertermia, empastamento, hipersensibilidade, taquicardia, turgência venosa. Diagnóstico: Doppler venoso. Tratamento: Warfarina 3-6 meses. - Distúrbios psíquicos: 1. Ansiedade Manifestações mentais e físicas; preocupação e/ou apreensão; desproporcional em relação ao fator desencadeante. Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos Sintomas: preocupações excessivas, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade, desrealização, despersonalização, medo de perder o controle, medo de morrer, hipervigilância; palpitações, taquicardia, sudorese, tremor, falta de ar ou sufocamento, fadiga mental, tensão muscular, dor ou desconforto torácico, náuseas, desconforto abdominal, tontura, instabilidade, vertigem, desmaio, calafrios, ondas de calor, parestesia. Diagnóstico: Teve alguma crise ou ataque de ansiedade, de uma hora pra outra se sentiu muito assustado, ansioso ou desconfortável? Está com os nervos à flor da pele? Muito preocupado ou ansioso com tudo ao limite? Sonhos, pesadelos sobre algo traumático da sua vida ? Pensamentos repetitivos? Manias, rituais de verificar, contar, limpar ou organizar? Perde de interesse por algo que antes gostava de fazer? → Diferenciar a ansiedade fisiológica da patológica; uso ou abstinência de medicamentos e/ ou drogas psicoativas; obsessão; sexualidade; histórico familiar. Exames complementares SE NECESSÁRIO; 1. Transtorno de pânico: ansiedade paroxística episódica, crises súbitas com sintomas intensos com duração de aproximadamente 10 minutos, muito medo e desespero, com sensação iminente de morte 2. Transtorno obsessivo-compulsivo: pensamento obsessivo, ato compulsivo, medo de contaminação (lavagens excessivas), verificações; consome tempo e incômodo. 3. Transtorno de ansiedade generalizada: preocupação desproporcional, apreensão excessiva, cansaço, irritabilidade, tensão muscular, insônia, dor de cabeça. Tratamento: Não farmacológico - Psicoterapia; Farmacológico - 1ª escolha ISRS e IRNS; 2ª escolha Tricíclicos e IMAO; duração de 6-18 meses. 2. Depressão Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos Clínica: humor deprimido, perda de interesse, concentração e atenção reduzidas, sensação de vazio, indecisão, fadiga ou perda de energia, sono pertubado, mudança de apetite, ideias de morte. Leve: sem comprometimento das funções, mas causa sofrimento importante. Moderada: comprometimento parcial das funções. Grave: incapacidade. Tratamento: Agudo 2-3 meses. continuado 6-12 meses e de manutenção >1 ano; Não farmacológico - Psicoterapia, atividade física, práticas integrativas. Farmacológico - 1ª escolha ISRS, ISRSN, tricíclicos; - Queixas frequentes: 1. Lombalgia Dor lombar, muitas vezes aguda, que não irradia para mmii. Se irradiar é denominada radiculopatia. Identificar sinais de alerta e descartar patologias específicas; Anamnese: característica da dor, tempo de duração, frequência que ocorre, intensidade, irradiação, relação com trabalho, quanto interfere nas atividades cotidianas, fatores de piora e melhora, sintomas associados; Suspeitar de CA: paciente com HPP de CA, dor por 4-6 semanas sem melhora, >50 anos; Medicina de Família e Comunidade - Izabella Santos Síndrome da cauda equina: lombalgia severa, retenção ou incontinência urinária e fecal, anestesia em sela, fraqueza nas pernas. Espondilite anquilosante: aparece na adolescência/ fase adulta de forma insidiosa, melhora com atividade física, rigidez matinal e dor persistente por mais de 3 meses.
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