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Yahanna Estrela Medicina – UFCG FARMACOLOGIA ANALGÉSICOS OPIOIDES DOR ✓ A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, que está relacionada a uma lesão tecidual real ou potencial. ✓ A dor tem como função alertar ao indivíduo que algum componente do organismo está com problemas. ✓ Esses estímulos dolorosos são captados na periferia através dos nociceptores polimodais que são sensibilizados por mediadores químicos, como PG’s, LT’s, BK, subst. P e que ativam as fibras aferentes primárias levando a despolarização até a medula espinhal, um local chamado corno dorsal. ✓ O tratamento segue o grau de intensidade da dor: o Leve: AINEs (dipirona e paracetamol); o Moderada: AINEs (dipirona e paracetamol); o Intensa: Opioides, podendo ser associados com AINEs (morfina, codeína + paracetamol, etc). A dipirona e paracetamol tem ação central, bloqueando a COX-3. Os demais AINEs, em geral, possuem ação periférica, bloqueando COX-1 e COX-2. Os AINEs de ação periférica também possuem efeito analgésico, mas bem menor quando comparados a dipirona e paracetamol. A depender da dor, pode-se tratar com outras classes farmacológicas, como antidepressivos, anticonvulsivantes e infiltração de anestésicos locais, principalmente nos casos de dores crônicas, como hérnia de disco protusas e outras neuropatias, por exemplo. A pregabalina, a carbamazepina, o ácido valproico, a amitriptilina e a sertralina podem ser utilizados para tratamento de neuropatias crônicas. Na hérnia de disco, pode-se utilizar glicocorticoide também, pela sua ação anti-inflamatória potente. OPIOIDES ✓ O ópio é obtido da papoula (Papaver Somniferum) após incisão da casca da semente da papoula, exsuda um látex branco que se transforma em goma marrom, da qual são isolados vários opioides (principal: morfina, com cerca de 10% da concentração do ópio). ✓ Em 1803, Surtuner isolou o alcaloide do ópio, que denominou de morfina, em homenagem a Morfeu, deus grego dos sonhos, pois, além de promover efeitos analgésicos, produzia efeitos psicomiméticos (euforia, bem estar), que podem gerar dependência. ✓ A morfina (protótipo) e seus derivados são coletivamente conhecidos como analgésicos opioides. ✓ Definição de opioides: são fármacos derivados do ópio que apresentam diversas propriedades farmacológicas e que podem ser de origem natural, semi-sintética ou sintética. Todos têm mesma farmacodinâmica, mudando apenas a intensidade/afinidade de ligação ao receptor. ▪ Origem natural: isolados a partir do ópio; ▪ Origem semi-sintética: alterações nos de origem natural para alterar fatores como absorção e distribuição; ▪ Origem sintética: índice terapêutico maior e maior segurança. São derivados do fentanil. ✓ São analgésicos de ação central. Eles fazem o bloqueio central da dor. ✓ A maioria são lipossolúveis. ✓ Última opção para tratamento da dor, sendo utilizados em casos que outros analgésicos tradicionais não funcionam → são analgésicos de reserva. ✓ Propriedades farmacológicas: analgesia, antitussígeno, antidiarreico, antiespasmódico (músculo liso). Podem ocasionar sonolência → são consideradas drogas depressoras do SNC. Atuam cortando a comunicação neuronal relacionada a dor. Eles são antiespasmódicos no tratamento de cólicas, através da inibição da contração do músculo liso, seja intestinal ou uterino. Não confundir com espasmos de músculo esquelético. ✓ Os opioides são vendidos com receita controlada, podendo ser receita branca em duas vias, receita azul ou receita amarela, por exemplo, a depender do fármaco. Esse controle é para diminuir o risco de tolerância. A associação de opioides com AINEs é vantajosa para diminuir a dose de opioide e, consequentemente, diminuir os efeitos colaterais, em especial dependência e tolerância. CLASSIFICAÇÃO ✓ Peptídeos endógenos: produzidos pelo organismo. o Endorfina [mais potente e mais importante (beta-endorfina)]; Dinorfinas; Encefalinas. Os peptídeos endógenos são liberados em condições de estresse, dor, antecipação da dor. Por exemplo, quando uma pessoa sofre um acidente grave, com fraturas, etc, o organismo libera endorfina para que o indivíduo consiga suportar a dor, funcionando como um mecanismo de defesa. Atividade física, acupuntura e outras atividades, como musicoterapia, aromaterapia, também podem liberar endorfina, auxiliando na dor. Por isso pacientes com fibromialgia podem se beneficiar de tratamentos que busquem qualidade de vida e bem-estar, não tratando somente a dor em si. Um estilo de vida saudável estimula a produção endógena de opioides, com a vantagem de não ter efeitos colaterais. ✓ Agonistas fortes: o Morfina; Fentanil; Sulfentanil; Metadona (Dr. House era viciado nela); Meperidina (Michael Jackson fazia uso, sendo uma das drogas que contribuiu para sua morte → depressão respiratória); Alfentanil; Remifentanil. Fentanil e derivados são utilizados em procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico (endoscopia, por exemplo) e como adjuvantes anestésicos. Isso tanto por ser depressor do SNC, como também por bloquear a dor. ✓ Agonistas fracos: o Tramadol; Codeína; Hidrocodona, Propoxifeno. A codeína é um pró-fármaco. Ela é um agonista fraco, possui pouca afinidade por Mi. Porém, ao ser metabolizada pela CYP2D6, ela se transforma em morfina, que é um agonista forte. Foi documentada polimorfismo genético a CYP2D6: os pacientes apresentavam variação/ausência do efeito da codeína. O tramadol é um agonista fraco Mi, mas bloqueia a recaptação de NA/5HT. É preferível iniciar o tratamento com agonistas leves a moderados, pois é esperado que o paciente adquira tolerância. Faz-se o aumento da dose e só depois troca- se o opioide para forte. ✓ Antagonistas: o Naloxona; Naltrexona (muito em pacientes que fazem uso de álcool, cigarro, etc). ▪ Utilizados para reverter intoxicação por opioide. O dissulfiram é um medicamento utilizado para tratamento de pacientes etilistas. Atua inibindo aldeído desidrogenase. O álcool é metabolizado em aldeído pela aldodesidrogenase e depois em ácido carboxílico pela aldeído desidrogenase. Ao bloquear a aldeído desidrogenase, não há conversão de aldeído em ác. Carboxílico para ser eliminado, o que gera o acúmulo de aldeído no organismo, que é tóxico. Esse acúmulo leva a náuseas, vômito, dor de cabeça, etc. Isso faz com que o indivíduo se sinta “mal” até mesmo com o cheiro da bebida. E se houver ingestão de álcool durante o tratamento, ele passará muito mal. O dissulfiram não está mais em uso. Atualmente, a naltrexona é o fármaco utilizado. Alguns fármacos, como cefalosporinas, antiprotozoários e antifúngicos, podem ter efeito “like dissufiram”, ou seja, semelhante ao dissufiram, ao fazer uso do medicamento e fazer ingestão de álcool. A bula de alguns medicamentos vem informando que se deve esperar de três dias a uma semana após o término do tratamento para poder ingerir bebida alcóolica. Agonistas que atravessam menos a BHE: Papaverina, dextrometorfano, loperamida possuem uma ação mais periférica. A papaverina está no Atroveran, por exemplo, fazendo relaxamento do músculo liso, melhorando a cólica → antiespasmódico; Loperamida está no Imosec, por exemplo, através da ativação de receptor Mi, acoplado a Gi, parando a contração do músculo intestinal e melhorando a diarreia. Não deve ser utilizado em infecções, pois ela aumentará → antiespasmódico. Xarope Vic 44E contem dextrometorfano, sendo utilizado para tratamento de tosse seca e irritativa → antitussígeno. Porém, se for utilizado em tosse produtiva, haverá piora do quadro. A papaverina, dextrometorfano e loperamida são de venda livre pois possuem atuação mais periférica, não atuando no sistema nervoso. O elixir paregórico era o extrato de ópio. Era muito utilizado e causavaeuforia e dependência. Foi substituído pelo elixir colegórico, que é com extrato de atropa belladonna, a mesma planta que é retirada a tropina, um anticolinérgico. Dessa forma, não causa dependência. Para fazer a dessensibilização/desmame de opioides, é ideal que faça diminuição da dose ou troque o analgésico, para que se tenha um efeito parecido. Se utilizar um antagonista, poderá ocasionar síndrome de abstinência, ocasionando mudanças de humor no paciente e outros efeitos, trazendo riscos. O índice terapêutico da meperidina é muito baixo (4,8), o que demonstra um risco de intoxicação muito grande. Morfina → 69,5; Fentanil → 277,0; Alfentanil → 1080,0; Sulfentanil → 25211,0. Os três últimos são opioides sintéticos, por isso possuem índice terapêutico maior. RECEPTORES OPIOIDES ✓ Foram descritos quatro subtipos de receptores opioides: o μ (mu ou mi): analgesia supra-espinhal, sedação, depressão respiratória, redução do trânsito GI, euforia, dependência física, modula a liberação de neurotransmissores e hormônios. o κ (kappa): analgesia espinhal, miose, sedação, disforia, modula a liberação de neurotransmissores, efeitos psicomiméticos. o δ (delta): alterações no comportamento afetivo, analgesia, modula a liberação de neurotransmissores. o Σ (sigma): disforia, alucinações, estimulação vasomotora. ✓ Eles estão presentes tanto no SNC (medula espinhal → corno dorsal) quanto na periferia, principalmente no TGI. ✓ São acoplados a Gi. ✓ Todos os receptores Mi, Kappa e Delta contribuem para o efeito analgésico dos opioides, mas o receptor mais estudado e importante é o receptor Mi. Porém, o Kappa também é importante para efeito farmacológico. ✓ O Mi está envolvido tanto com as ações analgésicas, quanto nos efeitos de euforia, depressão respiratória, dependência física. ✓ Os receptores delta e sigma estão mais relacionados aos efeitos colaterais e pelo uso recreativo, devido a seus efeitos de euforia. FARMACOCINÉTICA ✓ Os opioides são bem absorvidos por via subcutânea e via intramuscular. São absorvidos por via oral, mas há diminuição da biodisponibilidade, necessitando de uma dosagem maior. ✓ Sofrem metabolismo de 1ª passagem, por isso precisam de uma dose maior quando administrados por via oral em comparação com a via parenteral. ✓ Os comprimidos de opioides podem ser de liberação imediata e de liberação lenta. Os que vierem com “CR, XR, retard”, por exemplo, serão de liberação lenta, o que ajuda a diminuir os efeitos colaterais, já que não haverá pico de concentração. ✓ Os opioides distribuem-se rapidamente nos pulmões, baço, rins e fígado, devido a vascularização desses órgãos. o Ligação a proteínas plasmáticas → albumina e alfa-1 glicoproteína ácida ✓ A concentração no cérebro, depende da facilidade em atravessar a BHE, tendo uma concentração relativamente baixa quando comparada a outros órgãos. ✓ A codeína e a heroína atravessam mais facilmente a barreira hematoencefálica. ✓ Metabolizados nas duas fases e na fase 2 sofrem conjugação com ácido glicurônico (morfina). ✓ Meperidina e heroína são hidrolisadas por esterases hepáticas. ✓ A maioria dos opioides são convertidos em metabólitos polares. Cerca de 10% da morfina é metabolizada em M6G, que é um metabólito ativo (4-6x mais potente), mas como são polares, não atravessam a BHE e não contribuem para efeito analgésico nela. Porém, pode gerar efeitos colaterais. ✓ Podem ser excretados em forma inalterada ou em compostos polares pela urina. ✓ Os glicuronídeos são excretados na bile. ✓ Recentemente foi lançado um adesivo transdérmico de fentanila, que fornece uma analgesia controlada. Tratamento domiciliar de pacientes com câncer ou dores crônicas muito fortes. A vantagem é que a absorção é mais lenta, há um maior controle da concentração, evitando flutuações. Pode ocorrer acúmulo de Fentanil no tecido adiposo, sendo lentamente metabolizada → partição em tecido adiposo. Ele um dos mais lipossolúveis. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ✓ Via oral; ✓ Via subcutânea; ✓ Via intramuscular; ✓ Via transdérmica; ✓ Via intranasal; ✓ Via retal; ✓ Analgesia controlada pelo paciente (ACP – bomba de infusão). FARMACODINÁMICA DOS OPIOIDES MECANISMO DA DOR ✓ Tem-se o estímulo doloroso periférico, que pode ser de origem neuropática ou inflamatória. ✓ Se for de origem inflamatória, terá o envolvimento de mediadores inflamatórios, que atuarão sensibilizando (super estimulando) receptores periféricos de dor, os nociceptores → prostaglandinas, leucotrienos, BK, histamina. ✓ Os nociceptores irão levar a mensagem de dor da periferia até o SNC pela fibra aferente primária. ✓ No SNC, na medula espinhal, mais precisamente no corno dorsal, haverá despolarização da membrana neuronal e, consequentemente, a abertura de canais de cálcio voltagem dependentes. ✓ O aumento de cálcio dentro do neurônio promove a liberação de neurotransmissores excitatórios, que irão comunicar a dor, como o glutamato e noradrenalina, sendo o primeiro o principal neurotransmissor na fisiopatologia da dor. ✓ O glutamato pode ativar os receptores canais de sódio AMPA, NMDA e Kainato. O NMDA é o mais importante. Ele está para o glutamato assim como GabaA está para GABA. ✓ Quando o glutamato ativa o NMDA ou AMPA localizado no neurônio pós-sináptico, entra sódio, despolariza o neurônio e excita, comunicando a dor. ✓ A dor é uma comunicação excitatória neuronal. AÇÃO DOS OPIOIDES ✓ Os opioides irão atuar a nível central. ✓ Eles possuem um certo efeito periférico, mas é pouquíssimo. Sua principal ação é central. ✓ No neurônio pré e no pós, fisiologicamente, há receptor Mi, pois nosso organismo produz endorfinas e encefalinas. ✓ Os agonistas opioides produzem efeitos analgésicos por meio da ligação aos receptores Mi, Kappa e Delta, acoplados a Gi, no cérebro e na medula espinhal. ✓ Esses fármacos ativam esses receptores nos neurônios pré e pós-sinápticos produzindo os seguintes efeitos celulares: o Ativam Mi/Kappa (Gi) → inibem AC → diminuem AMPc, levando a: ▪ Fechamento dos canais Ca++ regulado por voltagem nos neurônios pré- sinápticos, que diminuem a liberação de neurotransmissores (Glutamato, Ach, NA, 5-HT e subst. P), o que vai diminuir a propagação e transmissão da dor. ▪ Além de atuar na diminuição do cálcio, também promovem abertura dos canais de K+, nos neurônios pós-sinápticos e, consequentemente, hiperpolarização com bloqueio/inibição neuronal da transmissão de dor. ✓ Estudos em animais e clínicos demonstraram que os opioides produzem também analgesia fora do SNC (como na dor inflamatória). EFEITOS DOS OPIOIDES ✓ Os efeitos dos opioides incluem: o Analgesia (diminuição dos componentes sensitivos e emocionais da dor, enquanto os AINES atuam mais no sensitivo); o Supressão da tosse (inibe o reflexo da tosse, exemplo: codeína e dextrometorfano); o Relaxamento do músculo liso intestinal (uso em cólicas e diarreia, exemplo: loperamida). o Sensação de bem estar e euforia. ▪ Ação no sistema mesocorticolímbico: receptores Mi estimulam a liberação de dopamina. o Aumentam a capacidade de suportar a dor. o Reduz a liberação de substância P, transmissão nociceptiva e centros superiores. ALGUNS USOS CLÍNICOS ✓ Analgesia: câncer/doenças terminais, cirurgias, hérnia de disco e síndromes dolorosas. Podem ser associados com AINEs. ✓ Edema Pulmonar Agudo: reduz dispneia, diminui o tônus venoso. ✓ Tosse: uso limitado devido a efeitos colaterais e fármacos mais potentes. ✓ Diarreia: evitar usar em infecções. Mais usados: loperamida e difenoxilato, tendo poucos efeitos no SNC. ✓ Tratamento de cólica menstrual ou intestinal: relaxamento de músculo liso. ✓ Calafrios: meperidina (ativa alfa 2). ✓ Pré-anestesia/adjuvantes anestésicos:devido a propriedades sedativas, analgésicas e ansiolíticas, podendo ser usados também como analgésicos regionais (epidural). Os utilizados são os sintéticos. EFEITOS COLATERAIS ✓ Sedação: sonolência com pouca/nenhuma amnésia; ✓ Depressão respiratória: inibe os mecanismos respiratórios do tronco encefálico → evitar em pacientes com asma e DPOC. Podem ter esse efeito agravado devido a associação com álcool, fármacos sedativos-hipnóticos, pacientes com idade avançada e/ou com doenças cardíacas, renais e pulmonares. ✓ Miose: ativação do nervo oculomotor. É útil no diagnóstico de superdosagem; ✓ Rigidez do tronco: aumenta o tônus dos músculos do tronco, interferindo na ventilação → cuidado em pacientes com asma, DPOC; ✓ Náuseas e vômitos: ativam receptores na zona quimiorreceptora de gatilho; ✓ Hipotermia perioperatória: quando administrados por via venosa, podem agir no hipotálamo, exercendo efeitos nos receptores Mi do centro termorregulador, assim como através dos receptores Kappa periféricos da medula espinhal em bloqueios de neuroeixo. ✓ SCV: poucos efeitos. Bradicardia, vasodilatação e hipotensão devido a liberação de histamina e estimulação vagal. ✓ Broncoconstrição: liberação de histamina. ✓ TGI: constipação (relaxamento do músculo liso). Diminuem a motilidade do estômago, diminuem a produção de secreção gástrica, aumenta o tônus do intestino grosso e diminui as ondas propulsivas. o Pacientes que fazem tratamento com opioide tem que fazer uso de laxante para evitar fecaloma. ✓ Cólicas biliares: evitar usar em litíase biliar. Causam contração do esfíncter de Oddi. ✓ Depressão da função renal: estimula a liberação de ADH, diminui o fluxo plasmático renal. Retenção urinária. ✓ Útero: diminui o tônus uterino. Prolonga o trabalho de parto. ✓ Neuroendócrino: aumento de ADH e prolactina e diminuição de LH. ✓ Prurido/urticária: devido a liberação de histamina. Estimulam degranulação mastocitária independente de IgE. Portanto, induzem a liberação de histamina sem precisar da ligação de IgE com o receptor. ✓ Tolerância: 2/3 semanas. Pode ser necessário aumentar a dose em até 35x para se obter o efeito inicial. ✓ Dependência: pode ocasionar síndrome de abstinência (metadona → 2 semanas). Pode-se utilizar clonidina para diminuir a abstinência, sendo usado na desintoxicação, tendo uso aprovado para tratamento de dependentes de morfina. A abstinência pode ser ocasionada pelo uso de antagonista opioide (naloxona). ✓ Adicção: devido euforia, sedação (uso compulsivo/abusivo), o que pode levar a superdosagem. ✓ Os opioides atravessam a BHE do feto, podendo provocar depressão respiratória. TRATAMENTO DE SUPERDOSAGEM/INTOXICAÇÃO ✓ Pode ser por overdose, acidental ou intencional. ✓ Por serem depressores do SNC, podem ocasionar depressão respiratória e, consequentemente, coma. ✓ Se for por via oral, fazer lavagem gástrica e carvão ativado + antídoto. ✓ Uso de antagonistas opioides para reverter coma e depressão respiratória. o Naloxona; o Naltrexona; o Metiltrexona. INTERAÇÕES ✓ Sedativos-hipnóticos: maior depressão do SNC, particularmente depressão respiratória (BZP); ✓ Tranquilizantes antipsicóticos: sedação maior; efeitos variáveis sobre a depressão respiratória; acentuação dos efeitos cardiovasculares (Hipotensão – alfa 2); ✓ Inibidores da MAO: contraindicação relativa a todos os analgésicos opioides pela elevada incidência de coma hiperpirético e hipertensão. ✓ Inibidores do CYP2D6: fluoxetina, sertralina e fluvoxamina (ausência de efeito da codeína).
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