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1 GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ............................................................. 6 Licenciamento Ambiental ..................................................................... 6 Instrumentos de Planejamento ............................................................. 7 Instrumentos Econômicos .................................................................... 8 Educação Ambiental ............................................................................ 8 Resíduos Sólidos Urbanos ................................................................... 8 Agenda Ambiental na Administração Pública ..................................... 10 OS PRINCÍPIOS E O OBJETIVODO PROGRAMA ZERI ...................... 11 Emissão Zero ..................................................................................... 12 O programa de Emissões zero pode ser aplicado em todas as indústrias ...................................................................................................................... 13 PRODUÇÃO LIMPA .............................................................................. 15 O Enfoque Precautório ....................................................................... 16 O Enfoque Preventivo ........................................................................ 16 Controle Democrático ......................................................................... 17 Abordagem Integrada e Holística ....................................................... 17 ISO 14000 E SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL .............................. 18 Objetivos das Normas ISO 14000 ...................................................... 19 Sistema de Gestão Ambiental ............................................................ 21 Certificação ISO 14001 ...................................................................... 21 O EFEITO ESTUFA ............................................................................... 22 Protocolo de Quioto............................................................................ 23 Cálculo de créditos de carbono .......................................................... 26 Destruição da Camada de Ozônio ..................................................... 27 Chuva Ácida ....................................................................................... 28 GESTÃO AMBIENTAL DOMÉSTICA .................................................... 29 2 Consumo de Água.............................................................................. 29 Consumo de Energia.......................................................................... 30 Lixo..................................................................................................... 30 Toxidade ............................................................................................ 30 REFERENCIAS ..................................................................................... 32 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO A estrutura de gestão ambiental pública no Brasil é organiza de forma que se constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, ou seja, o MMA (Ministério do Meio Ambiente) é responsável pela elaboração das normas, que serão fiscalizadas, em nível federal, pelo IBAMA, órgão que executa as leis ambientais ou mesmo as resoluções do CONAMA. Esse órgão é composto por membros do poder público e membros da sociedade, não vinculados ao governo. Nos estados, essa estrutura se reproduz, tendo um conselho estadual e um órgão executor. O Ministério Público é responsável por instaurar e julgar processos relativos à degradação do meio ambiente. Em produção de cadeias de cadeias produtivas não-poluentes, O ZERI (Emission Research Iniciative) tornou-se um Programa da Universidade das Nações Unidas - UNU, Tóquio, Japão. O Programa ZERI propõe a organização dos processos de produção em cadeias produtivas não-poluentes. Ou seja, os processos produtivos devem emular o funcionamento da natureza, na qual nada se perde, pois o resíduo de um processo é o insumo de outro. Além disso, têm se o ZERI, este que apresenta sugestões de como e o que as organizações podem oferecer à sociedade, visando, com isso, adaptam ao mundo moderno, pois ele aborda questões como a importância da união entre todos os agentes, o verdadeiro papel do mercado, como competir, as indústrias do próximo século, os empregos em uma economia sustentada e a futura ética empresarial. Os sistemas de produção industrial ainda se dispõe de recursos naturais (água, ar e solo) indiscriminadamente, em vastas quantidades e ritmo acelerado. Os sistemas lineares, denominados de sistemas do berço ao túmulo, pois os insumos são extraídos da natureza (nascem) e depois descartados na natureza (morrem). Se diz que seguem uma linha reta, desde a extração da matéria-prima, a produção do bem ou serviço e o uso e descarte na forma de resíduo. Com o desenvolvimento sustentável, têm se padrões adotados por normas através da ISO, na qual estão estruturadas em aproximadamente 180 Comitês Técnicos (TCs), cada um dos quais é especializado em minutar normas 5 em uma área particular. A ISO desenvolve normas em todos os setores industriais, exceto nos relacionados à engenharia elétrica e eletrônica, às quais são desenvolvidas pela International Electrotechnical Commission (IEC), sediada também em Genebra, que possui mais de 40 países-membros. As nações-membros formam grupos técnicos de assessoramento, Technical Advisory Groups (TACs), que contribuem com informações aos comitês técnicos como parte do processo de desenvolvimento das normas. 6 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA Os órgãos públicos possuem o poder de comando e controle, ou seja, podem estabelecer padrões e controlar se esse padrão está sendo respeitado. Por exemplo, são os órgãos de controle ambiental que estabelecem o padrão de emissões atmosféricas, ou de quantos PPM (partes por milhão) de determinada substância pode ter nos efluentes líquidos lançados num rio por uma empresa. A proibição ou restrição sobre a produção, comercialização ou uso de determinado produto também é feita pelos órgãos de controle ambiental. Outro instrumento de comando e controle são as licenças ambientais que devem ser solicitadas para todas as grandes obras (construção de estradas, condomínios, túneis) ou implantação/ampliação de uma planta industrial. Licenciamento Ambiental O processo de licenciamentoinicia com uma carta consulta ambiental apresentada pelo interessado ao órgão de controle ambiental, com a finalidade de verificar a viabilidade de localização. Por exemplo, uma construtora pretende construir um Shopping Center numa região da cidade e consulta o órgão ambiental municipal sobre a viabilidade de executar a obra no referido local. O órgão público terá o prazo de 15 dias para se manifestar sobre essa consulta. Uma vez considerado viável, será então iniciado o processo de licenciamento ambiental, que inclui a emissão de três licenças: LP (Licença Prévia), LI (Licença Instalação) e LO (Licença de Operação): Licença Prévia – nesta fase o órgão licenciador irá elaborar o Termo de Referência para a realização do EIA/RIMA. Esse Termo é o Estudo de Impacto Ambiental, que faz uma análise dos impactos ambientais de uma ação proposta e das suas alternativas. O resumo desse estudo com as principais conclusões é denominado RIMA – Relatório de Impacto Ambiental. Durante tal processo será produzido o Relatório de Controle Ambiental, um documento que descreve o empreendimento, o processo de produção e caracteriza as emissões geradas 7 nos diversos setores do empreendimento (ruídos, efluentes líquidos, emissões atmosféricas, ruídos e resíduos sólidos). Posterior- mente é vistoriado o local do empreendimento e promovida uma audiência pública, em que todos os interessados poderão se manifestar pró ou contra o empreendimento. Os resultados da audiência pública irão subsidiar a tomada de decisão sobre a liberação ou não da LP. Licença Instalação – autoriza o início da construção do empreendimento e a instalação dos equipamentos. A execução do projeto deve ser feita conforme o modelo apresentado. Se houver alterações na planta ou nos sistemas instalados deve ser formalmente enviada ao órgão licenciador para avaliação. A concessão da LI implica no compromisso do interessado em manter o projeto final compatível com as condições de seu deferimento. Licença de Operação – autoriza o funcionamento do empreendimento. Deve ser requerida quando a empresa estiver edificada e após a verificação da eficácia das medidas de controle ambiental estabelecidas nas condicionantes das licenças anteriores. Nessas licenças estão determinados os métodos de controle e as condições de operação. A concessão da LO implica no compromisso do interessado em manter o funcionamento dos equipamentos de controle da poluição, de acordo com as condições de seu deferimento. Instrumentos de Planejamento O objetivo é a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental na região de modo a propiciar a melhor qualidade de vida possível. Uma prefeitura municipal deve planejar o espaço urbano; definir, por meio do seu Plano Diretor, a altura máxima dos prédios em cada região da cidade, onde termina o perímetro urbano; planejar a ampliação da rede de abastecimento de água e a rede esgoto, onde serão implantadas novas praças e parques, etc. 8 Instrumentos Econômicos O órgão público poderá utilizar o instrumento econômico para dar incentivos fiscais para os que se enquadrarem nas suas propostas. Poderá também oferecer financiamentos em condições especiais, como uma forma de atrair empreendimentos para a região. Os instrumentos econômicos servem como estímulo ou como forma de pressão, pois podem ser utilizados para tributar a poluição ou o uso de recursos naturais. As multas são formas de penalizar quem cometeu um crime ambiental. Educação Ambiental A educação ambiental pode ocorrer por meio de um processo formal (nas escolas) ou informal (campanhas, ações práticas). Podemos dizer que a educação ambiental é um processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como a formação de atitudes que se transformam necessariamente em prática de cidadania (sociedade sustentável). Em 1999 foi aprovada no Brasil a Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre Educação Ambiental: “Componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Em seu artigo 3°, inciso V, a referida Lei delega às empresas, às entidades de classe e às instituições públicas e privadas a incumbência de promover programas de capacitação aos seus trabalhadores, visando o efetivo controle do meio ambiente do trabalho e suas repercussões no processo produtivo. Resíduos Sólidos Urbanos Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são conhecidos como “lixo”, o material que é recolhido nas residências de uma cidade. O recolhimento e a destinação final de tais resíduos são de responsabilidade da Prefeitura Municipal, que em muitos casos terceiriza esse ser- viço. Os resíduos são classificados em Perigosos (Classe I – inflamáveis, corrosivos, tóxicos, reativos, 9 patogênicos); Não-Inertes (Classe II – biodegradáveis, solúveis em água); Inertes (Classe III – vidro, borracha e certos tipos de plásticos). Na maioria das cidades brasileiras não existe coleta seletiva, então todo o material recolhido será destinado para lixões ou para aterros sanitários. Os lixões são áreas sem nenhum preparo e, geralmente, estão localizados em terrenos baldios ou à margem dos rios e córregos. Para o lixão vai o lixo orgânico (cascas de frutas e restos de comida) junto com o lixo seco (embalagens, vidro, papel, alumínio e plásticos). Como os sacos de lixo ficam a céu aberto, os catadores, pessoas que retiram do lixo material para vender, passam a "trabalhar" nesses locais. Os lixões são um sério problema ambiental e social, pois permitem que as pessoas trabalhem em condições extremamente precárias. Os aterros sanitários são uma alternativa para o destino final dos RSU. Esses aterros são áreas preparadas, uma espécie de piscina de lona, em que os resíduos são dispostos e logo cobertos com terra. Quando a célula, o buraco onde foi jogado o lixo, estiver cheio, então será fechado com uma manta especial, isolando aquele material. Deve haver medidas de controle para identificar se o lençol freático está sendo afetado ou não. Em algumas regiões metropolitanas existe o aproveitamento dos gases para a geração de energia, permitindo a comercialização dos créditos de carbono gerados. 10 O lixo é uma das grandes preocupações das administrações municipais, pois aumenta o volume, assim como aumentam as dificuldades para encontrar áreas adequadas. O resultado é que o lixo está viajando para mais longe. A alternativa para os aterros sanitários seria uma coleta seletiva eficiente, encaminhando o lixo seco para reciclagem e o lixo orgânico para compostagem e geração de biogás. A alternativa da incineração, utilizada em países como o Japão, tem elevado custo se for utilizado o sistema adequado de filtragem das emissões. Incinerar o lixo sem o sistema de filtros e em baixas temperaturas pode gerar emissões tóxicas e colocar a saúde da população em perigo. Agenda Ambiental na Administração Pública Em 1999 o Ministério do Meio ambiente (MMA) lançou o desafio às instituições governamentais consubstanciada na publicada Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), juntamente com vídeo educativo e motivador de novos comportamentos. Em 2004, foi criada a chamada Rede A3P para viabilizar a troca de conhecimentos entre a Administração Pública e assim tornar palpáveis alguns dos conceitos do desenvolvimento sustentável. A A3P tem por objetivo estimular a adoção de critérios socioambientais na gestão dos órgãos públicos, visando minimizar e ou eliminar os impactos de suas práticas administrativas e operacionais no meio ambiente, por meio da adoção de ações que promovam o uso racional dos recursos naturais e dos bens públicos, além do manejo adequado dos resíduos. Desde abril de 2005, na Rede A3P, órgãos públicos de diferentes instânciastêm acesso a informações sobre o desempenho dos órgãos parceiros, fóruns de discussões, entre outros assuntos de interesse comum. Em 2005, houve um aumento de mais de 200% de órgãos que aderiram à A3P, indicando uma nova tendência de adequação das instituições do poder público à política de prevenção dos impactos negativos ao meio ambiente. 11 OS PRINCÍPIOS E O OBJETIVODO PROGRAMA ZERI Gunter Pauli foi o fundador e grande difusor mundial do conceito ZERI, que significa – Zero Emission Research Initiative. O ZERI, sob sua gestão, tornou-se um Programa da Universidade das Nações Unidas - UNU, Tóquio, Japão. O Programa ZERI propõe a organização dos processos de produção em cadeias produtivas não-poluentes. Ou seja, os processos produtivos devem emular o funcionamento da natureza, na qual nada se perde, pois, o resíduo de um processo é o insumo de outro. Ponderar que a educação terá um papel preponderante, é absolutamente certo, pois ela deve criar a base para a nova realidade. Dessa forma, seu papel será o de ensinar às crianças alguns fatos essenciais da vida, tais como: . que um ecossistema não produz resíduo, pois o resíduo de uma espécie serve de alimento para outra; . que a matéria se movimenta em um ciclo infindável pela teia da vida; . que a energia impulsionadora desses ciclos ecológicos vem do sol; . que a multiplicidade garante a regeneração; . que a vida, desde o começo, há mais de três milhões de anos, conquistou o planeta não por meio de lutas, mas sim pela cooperação, parceria e trabalho em teias. O programa ZERI busca seguir todos esses princípios. São definidos como objetivos do conceito de Emissão Zero: . Nenhum resíduo líquido, gasoso ou sólido; . Todos os inputs são utilizados na produção; . Quando ocorre resíduo, ele é utilizado por outras indústrias na criação de valor agregado. 12 Emissão Zero O novo ambiente competitivo, no qual os adversários do mercado global se concentram nas fraquezas dos competidores, é o reino dentro do qual se implanta o conceito de emissões zero. Um exemplo concreto é da indústria de papel. Por muito tempo essa indústria tem lutado para reduzir sua produção de cloro, que é uma substância química reconhecida como tóxica. A dioxina, que é um derivado do cloro, é cancerígena, sendo considerada uma das toxinas mais poderosas que o homem jamais produziu. A indústria americana de papel investiu milhões de dólares para reduzir o volume de cloro, adiantando-se à regulamentação da EPA (Agência de Proteção do Meio Ambiente), a qual impôs reduções drásticas. Em 1989 os produtores de papel suecos e finlandeses decidiram repensar seus processos industriais e determinar como poderiam produzir papel TLC (Totalmente Livre de Cloro). Esse papel foi introduzido nos mercados europeus em 1991, com um sobrepreço de 20%. A avassaladora reação positiva dos consumidores em relação ao pro- duto foi tão alta que, em poucos meses, todos os maiores impressores da Alemanha tinham decidido usar inicialmente o papel TLC. Os produtores americanos de papel, que tinham o controle de até 30% do mercado alemão, foram eliminados em seis meses, antes que tivessem oportunidade de reagir. Esse retrocesso foi desastroso para os americanos num mercado de polpa de papel que está caracterizado pelo excesso de capacidade. A despeito de todo o investimento que os americanos fizeram para diminuir a poluição de cloro, eles nunca atingiram a meta zero. Produtores finlandeses e suecos, com um investimento substancialmente menor, tinham conseguido. A indústria reconheceu o programa de emissão zero como uma oportunidade única e o adotou. Esse novo sistema força os líderes mundiais a tornarem-se criadores de mercados. Se esses executivos corporativos tiverem êxito na identificação dos pontos fracos de seus competidores e assegurarem soluções adequadas antes que as áreas sejam exploradas por qualquer 13 concorrente potencial, então surgirão os líderes oferecendo melhor valor pelo dinheiro de seus clientes. Esta maneira de competir oferece novas e grandes oportunidades para organizações pequenas e médias. Essas organizações podem estar mais comprometidas com o ambiente natural e superar as fraquezas das organizações maiores, ganhando assim a batalha pelo mercado. Assim, podemos deduzir que os recém-chegados ao mercado terão oportunidades significativas e vantajosas de entrar nele e de fazer a diferença, enquanto as indústrias não estiverem focadas nas seguintes questões: . centradas nas emissões zero; . maximizando a produtividade das matérias-primas; . buscando soluções corretivas; . dando uma alta prioridade às considerações sociais e éticas; . conseguindo uma qualidade perfeita e satisfação total do cliente, incluindo a preferência dos consumidores pela justiça social e pelos valores éticos. O programa de Emissões zero pode ser aplicado em todas as indústrias O enfoque de converter as indústrias em organizações sustentáveis é universal. Nesse sentido, o programa ZERI propôs uma metodologia de implementação baseada em cinco fases, conforme pode ser visto a seguir: Fase 1: Modelos de aproveitamento total ao se utilizar a tabela de input- output; Fase 2: Busca criativa de valor agregado utilizando-se modelos de output-input; Fase 3: Modelos de conglomerados industriais; Fase 4: Identificação de avanços tecnológicos; Fase 5: Planejamento de políticas industriais. 14 Esse enfoque metodológico das cinco fases capacita qualquer indústria a direcionar-se para as emissões zero. Entretanto, isso requer cooperação entre as indústrias que nunca estiveram encadeadas, justificando algo que já existe no ambiente natural como um processo normal. Existe um plano de ação baseado em 12 passos que, pela teoria ajudariam a tornar o mundo melhor. Tal plano é exposto a seguir: 1 - A indústria toma a iniciativa e empreende a reestruturação de seus processos de produção, transformando-os em cadeias produtivas ou conglomerados de indústrias com zero emissões. 2 - A indústria percebe que a grande melhora da produtividade das matérias-primas é um avanço da redução de custos. 3 - Os governos respondem instalando os primeiros parques industriais com zero emissões, nos quais são combinados indústria, agricultura, construção e lazer. Os empregos e o lazer estarão onde estiverem as pessoas. 4 - Os formuladores de políticas reconsideram a democracia e o estado de direito e deveres dos cidadãos, transformando-os em cidadãos da rede. Os computadores e as telecomunicações adaptam-se às pessoas; as pessoas não mais precisam adaptar-se às tecnologias. 5 - As universidades empreendem um grande programa para transformar seus programas unidimensionais em enfoques interdisciplinares, que funcionam por meio de redes. 6 - Os educadores modificam seu enfoque de textos e aulas para um aprendizado que utiliza todos os sentidos, conduzi- do pela imagem visual, não unicamente pelo texto. 7 - Os jovens e os inquietos são convocados para utilizar o maior e o mais inexplorado recurso da sociedade: a criatividade. 8 - As forças militares convertem-se em vigias do ambiente natural e protegem o que resta. 9 - Pede-se aos pais e às mães que criem o melhor para seus filhos e que aceitem que seu futuro não será parecido com o que eles pensaram que o mundo seria. 15 10 - A diversidade é a base para a sociedade do Século XXI. A sociedade é um buquê de flores, assim, existirá unidade na diversidade, colocando fim a uma era de fusão indiscriminada e desordenada de culturas. 11 - Uma nova ética empresarial conduzirá a responsabilidade corporativa na sociedade. 12 - A gerência inspirará suas operações na compreensão da imunologia. O plano inclui diversos setores da sociedade, tais como as indústrias, governos, formuladores de políticas, universidades, educadores,exércitos, famílias e os próprios jovens. Todos possuem papel importante na mudança de paradigma. Essa mudança de paradigma tem a ver, também, com um estilo de gestão emergente de emissão zero. PRODUÇÃO LIMPA A Produção limpa foi uma proposta apresentada pela organização ambientalista não-governamental Greenpeace, em 1990, para representar o sistema de produção industrial que levasse em conta: . a sustentabilidade de fontes renováveis de matérias-primas; . a redução do consumo de água e energia; . a prevenção de geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de produção; . a reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira atóxica e energia-eficiente (consumo energético eficiente e eficaz); . a geração de produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e o ambiente natural, cujos restos (inclusive as embalagens), tenham reaproveitamento atóxico e energia-eficiente; . a reciclagem (na planta industrial ou fora dela), de maneira atóxica e eficiente, como substitutivo para as opções de manejo ambiental representadas por incineração e despejos em aterros. 16 O objetivo da Produção Limpa é atender nossa necessidade de produtos de forma sustentável, isto é, usando com eficiência mate- riais e energia renováveis, não-nocivos, conservando ao mesmo tempo a biodiversidade. Com isso, têm se quatro elementos da Produção Limpa, são eles: o enfoque precautório, o enfoque preventivo, o controle democrático e a abordagem integrada e holística. O Enfoque Precautório A Produção Limpa se preocupa com a redução na utilização de materiais, água e energia, implementando o princípio precautório. Uma nova abordagem holística e integrada para questões ambientais centradas no produto. Esse enfoque parte do pressuposto de que a maioria dos problemas ambientais – como por exemplo, o aquecimento global, a chuva ácida, o desgaste na camada de ozônio e a perda de biodiversidade – é causado pela forma e ritmo no qual se produz e consumimos recursos, prevendo que o ônus da prova fique a cargo do agente poluidor em potencial, para que ele demonstre que uma substância ou atividade não causará danos ambientais. Essa abordagem rejeita o uso exclusivo da avaliação quantitativa do risco na tomada de decisões, pois reconhece as limitações do conhecimento científico para determinar se o uso de uma substância química ou atividade industrial é segura, considerando a necessidade da participação popular na tomada de decisões políticas e econômicas. O Enfoque Preventivo Preconiza que os danos ambientais precisam ser evitados. Portanto, toda atuação é feita na fonte dos danos e não depois deles terem sido gerados. A prevenção exigi alterações de processos e produtos para impedir a utilização de matérias-primas tóxicas, em vez de ser instalado um sistema de controle de emissões atmosféricas. 17 Controle Democrático O envolvimento dos trabalhadores das indústrias, consumidores e comunidades também é um dos elementos da Produção Limpa, o qual representa um importante passo para a mudança de cultura e consciência ambiental. O acesso a informações e o envolvimento desses setores sociais na tomada de decisões assegura o controle democrático. Essa abordagem resguarda às comunidades o direito ao acesso às in- formações sobre a política de gestão ambiental das organizações e in- formações sobre seus produtos. Abordagem Integrada e Holística A ferramenta usada para uma abordagem holística é a Análise do Ciclo de Vida Útil do Produto. A abordagem integrada é essencial para assegurar que os materiais nocivos que forem sendo progressiva- mente eliminados, não sejam substituídos por substâncias que representem novas ameaças ao ambiente. Os sistemas de Produção Limpa não são poluentes em todo seu ciclo de vida útil; preservam a diversidade na natureza e na cultura e garantem às gerações futuras a satisfação de suas necessidades. O ciclo de vida útil inclui a fase de projeto de produto/tecnologia; a fase de seleção e produção de matéria-prima; a fase de fabricação e montagem de produto; a fase de distribuição e comercialização; a fase de uso do produto pelo consumidor; e o gerenciamento social dos materiais ao fim da vida útil do produto. Na tentativa de impedir que tecnologias e produtos em fase de eliminação gradativa em um país sejam transferidos para outro, há necessidade de acordos internacionais em algumas das seguintes áreas: . Responsabilidade pelo ciclo de vida útil, conjunta, particular ou estrita, por danos ambientais, tanto para investidores como para banqueiros, independentemente de seu país de origem; . Proibição da transferência de tecnologias e produtos perigosos; 18 . Adoção de padrões comuns para avaliação e auditoria de impactos ambientais. ISO 14000 E SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL A ISO (International Organization for Standardization), com sede em Genebra, na Suíça, a ISO possui mais de 130 países membros que participam, com direito a voto, das decisões ou, apenas, como observadores das discussões. Alguns países são representados por entidades governamentais ou vinculadas ao governo, como por exemplo, o ANSI (American National Standards Institute) que é a entidade membro dos Estados Unidos e a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que é do Brasil. Depois que uma versão preliminar de alguma norma é votada por todos os países-membros, ela é publicada em forma de norma internacional, podendo ser adotada na íntegra ou com modificações. Alguns países desenvolvem um processo paralelo de análise da versão internacional quanto à viabilidade de sua aceitação, enquanto estão sendo desenvolvidas pela ISO, acelerando o processo de sua adoção, adotando-as como compulsórias. A ISO define uma norma como um acordo documentado contendo especificações técnicas ou outros critérios precisos a serem utilizados uniformemente como uma regra, diretriz ou definição de características, a fim de assegurar que os materiais, produtos, processos e serviços sejam adequados a sua finalidade. As normas são formula- das com o objetivo principal de facilitar o comércio internacional, au- mentando a confiabilidade e a eficácia das mercadorias e serviços. A norma BS 7750 estabelece um paralelo ambiental com a norma britânica de gestão da qualidade BS 5750, introduzida em 1979, que serviu de base para a elaboração das normas internacionais da série ISO 9000 de gestão da qualidade e garantia da qualidade. Em 1996 foi lançada a série designada de ISO 14000. 19 Objetivos das Normas ISO 14000 A série de normas ISO 14000 tem como objetivo a criação de um sistema de gestão ambiental que auxilie as organizações a cumpri- rem seus compromissos assumidos com o ambiente natural. Além disso, em função do processo de certificação, tanto das organizações quanto de seus produtos e serviços, ser reconhecido internacionalmente, possibilitam às organizações distinguirem-se daquelas que somente atendem à legislação ambiental. As normas da série ISO 14000 também estabelecem as diretrizes para as auditorias ambientais, avaliação de desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, já citados anteriormente, possibilitando a transparência da organização e de seus produtos em relação aos aspectos ambientais, viabilizando harmonizar os procedimentos e diretrizes aceitos internacionalmente com a política ambiental adotada pela mesma. As normas da série ISO 14000 mantêm a mesma numeração no Brasil, precedida do designativo NBR da ABNT, sendo elas: GRUPO DE NORMAS Nº DA NORMA e DATA DA PUBLICAÇÃO TÍTULO DA NORMA SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ISO 14001/1996 SGA – Especificações e Diretrizes para Uso ISO 14004/1996 SGA – Diretrizes gerais sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio ISO/TR 14061/ 1998 Informaçãopara Auxiliar Organizações Florestais no Uso das Normas ISO 14001 e ISO 14004 de Sistemas de Gestão Ambiental AUDITORIA AMBIENTAL ISO 14010 /1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Princípios Gerais ISO 14011/1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Procedimentos de Auditoria – Auditoria de SGA GRUPO DE NORMAS Nº DA NORMA ABLICAÇÃO TÍTULO DA NORMA 20 AUDITORIA AMBIENTAL ISO 14012/1996 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação para Auditores Ambientais ISO/WD 14015 (a ser determinada) Avaliação Ambiental de Locais e Organiza- ções ROTULAGEM AMBIENTAL ISO 14020/1998 Rótulos e Declarações Ambientais – Princípi- os Gerais ISO/DIS 14021/ 1999 Rótulos e Declarações Ambientais – Auto- declarações Ambientais ISO/FDIS 14024/ 1998 Rótulos e Declarações Ambientais – Rotulagem Ambiental Tipo I – Princípios e Procedimentos ISO/WD/TR 14025 (a ser determinada) Rótulos e Declarações Ambientais – Declara- ções Ambientais Tipo III – Diretrizes e Procedimentos AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL ISO/DIS 14031/ 1999 Gestão Ambiental – Avaliação de Desempe- nho Ambiental – Diretrizes ISO/TR 14032/ 1999 Gestão Ambiental – Avaliação de Desempe- nho Ambiental – Exemplos Ilustrando o Uso da Norma ISSO 14031 ANÁLISE DO CICLO DE VIDA TERMOS E DEFINIÇÕES ISO 14040/1997 Análise do Ciclo de Vida – Princípios e Práticas Gerais ISO 14041/1998 Análise do Ciclo de Vida – Definição do Objeto e Análise do Inventário ISO/CD 14042/ 1999 Análise do Ciclo de Vida – Avaliação dos Impactos ISO/DIS 14043/ 1999 Análise do Ciclo de Vida – Interpretação dos Resultados ISO/TR 14048/ 1999 Análise do Ciclo de Vida – Formato da Documentação ISO/TR 14049/ 1999 Análise do Ciclo de Vida - Exemplos de Aplicação da Norma ISO 14041 ISO 14050/1998 Gestão Ambiental – Vocabulário ASPECTOS AMBIENTAIS EM NORMAS DE PRODUTOS ISO Guia 64/1997 Guia para a Inclusão de Aspectos Ambientais em Normas de Produtos 21 Sistema de Gestão Ambiental Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) (Environmental Management System – EMS) é definido como o conjunto de procedi- mentos que irão ajudar a organização a entender, controlar e diminuir os impactos ambientais de suas atividades, produtos e/ou serviços. Está baseado no cumprimento da legislação ambiental vigente e na melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa, isto é, não basta estar dentro da lei, mas deve haver, também, uma clara decisão de melhorar cada vez mais o seu desempenho com relação ao ambiente natural. Um SGA eficaz pode possibilitar às organizações uma melhor condição de gerenciamento de seus aspectos e impactos ambientais, além de interagir na mudança de atitudes e de cultura da empresa. Pode, também, alavancar os resultados financeiros da mesma, uma vez que atua na melhoria contínua de processos e serviços. Certificação ISO 14001 Para alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir três exigências básicas expressas na norma ISO 14001: . ter implantado um sistema de gestão ambiental; . cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação; . assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho ambiental. Existe, ainda, para a obtenção de certificação ambiental, o regulamento europeu EMAS (Ecomanagement and Audit Scheme), adotado em 1995 no âmbito da União Europeia, o qual é considerado mais detalhado e mais prescritivo do que a ISO 14000. Estes requisitos extras estão descritos em um documento produzido pelo CEN (European Standards Body) agência europeia de normas. Para se obter a certificação, devemos observar a seguinte sequência: 22 Primeira fase - explicitar os compromissos e princípios gerenciais baseados na política ambiental da organização. A partir do estabelecimento desta política serão definidos os objetivos, metas e procedimentos a serem seguidos por todos os colaboradores. Deverão ser criados procedimentos de controle da documentação e deverá ter início o treinamento do pessoal, o que pode ser chamado de fase preparatória; Segunda fase - diagnóstico ou pré-auditoria que permitirá identificar os pontos vulneráveis existentes nos procedimentos ambientais da organização, possibilitando sua correção; Terceira fase - é a efetiva certificação que deverá ser contratada com uma entidade credenciada para emitir o correspondente certificado de conformidade com a norma ISO 14001. Nessa fase, a organização se submeterá a uma auditoria ambiental que deverá comprovar sua conformidade com os padrões de qualidade exigidos pela legislação ambiental, tanto nacional como local, e pelos manuais de qualidade instituídos e utilizados pela própria organização. Também é feita uma auditoria de conformidade legal, comprovando a observância da legislação ambiental aplicável ao local da instalação. O EFEITO ESTUFA O Efeito Estufa é um termo dado ao aquecimento do Planeta Terra devido ao espessamento da camada de gases localizada na atmosfera. Esse Efeito é um processo natural e importante para manter a vida na Terra, mas nas últimas décadas houve um aumento dessa camada de gases, provenientes das emissões de gases dos automóveis (CO2), das indústrias e queimadas, entre outros. O resultado disso é que parte dos raios infravermelhos refletidos pela superfície terrestre é absorvida por essa camada e parte é refletida novamente para a terra, aumentando assim a temperatura do Planeta. O IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas projetou para os primeiros anos do Século XXI, uma duplicação da quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. Por menor que seja o aumento da temperatura, haverá uma elevação, gerando o derretimento das calotas polares 23 e, por consequência, a elevação do nível do mar. O aquecimento global causa desastres naturais e danos para a saúde dos seres humanos e para a economia como um todo. Protocolo de Quioto Preocupados com o aumento da temperatura do Planeta, já na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi discutida a necessidade de ações para reduzir a emissão de CO, o principal causador do Efeito Estufa. Outras conferências foram realizadas e esse tema foi ganhando importância, até que em 1997 foi firmado o Protocolo de Quioto, no Japão. Mas, somente em fevereiro de 2005 o Protocolo entrou em vigor. Tal Protocolo visou reduzir 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de emissão de 1990, os gases que geram o efeito estufa. O Protocolo de Quioto instituiu três mecanismos de flexibilização: . Emissions Trade (comércio de emissões) – são utilizados entre países industrializados do Anexo 1. Através desse mecanismo, um país que tenha reduzido suas emissões acima de sua meta, pode transferir o excesso de suas reduções para outro país que não tenha alcançado tal condição; . Joint Implementation (implementação conjunta) – considerado outro mecanismo flexível, países do podem fazer uso para reduzir suas emissões sem tomar medidas no próprio país. O mecanismo possibilita a um país do Anexo I realizar projeto de redução de gases do efeito estufa em outro país do Anexo 1, contabilizando, a seu favor, as emissões reduzidas; . MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): é um dos mecanismos de flexibilização criados pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) ou de captura (ou sequestro) de carbono por parte dos países do Anexo I. O Brasil propôs a criação do Fundo de Desenvolvimento Limpo, formado por meio de contribuições dos países desenvolvidos que não cumprissem suas metas. O fundo seria utilizado para desenvolver projetos em países em24 desenvolvimento. Entretanto, em Quioto, a ideia do fundo foi transformada, estabelecendo-se o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, definido no artigo 12 do Protocolo. O CDM (Clean Development Mechanism), traduzido para MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), tem como objetivo a diminuição da emissão dos gases causadores do efeito estufa, criando um mecanismo através do qual as partes não incluídas no Anexo I, enquanto buscam alcançar o desenvolvimento sustentável, auxiliam os integrantes do Anexo I no cumprimento de suas metas de limitação de emissões, de modo que seja atingido o objetivo do Protocolo. A intenção do artigo 12 do Protocolo de Quioto, que institui o MDL, é a de que aqueles países responsáveis pelas maiores emissões de CO2 possam, enquanto não conseguem diminuir suas próprias emissões, investir capitais na produção de sistemas agrícolas fixadores de carbono da atmosfera, em países que tenham potencial para isso. Então, as nações ricas, até que consigam ter o tempo suficiente para reconversão do seu sistema de produção para sistemas de menor emissão de gases nocivos, poderão pagar para que países menos desenvolvidos criem sistemas de sumidouros de carbono. A redução das emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através das seguintes ações básicas: . Reformar os setores de energia e transportes; . Promover o uso de fontes energéticas renováveis; . Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção; . Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos; . Proteger florestas e outros sumidouros de carbono. O Protocolo de Quioto dividiu os países membros em dois grupos. Os países industrializados, que são os maiores responsáveis pelo efeito estufa, formam o grupo denominado Anexo I. O segundo grupo é formado pelos demais países, ou seja, os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Os países 25 que compõem o anexo I são: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bielorrússia, Bulgária, Canadá, Comunidade Europeia, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Estados Unidos. O Brasil não faz parte do Anexo 1. Os principais responsáveis pelas emissões no Brasil são os desmatamentos e queimadas e a queima de combustíveis fósseis. Os projetos de MDL podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e conservação de energia ou reflorestamento. Existem regras claras e rígidas para aprovação de projetos no âmbito do MDL. Esses projetos devem utilizar metodologias aprovadas, devem ser validados e verificados por Entidades Operacionais Designadas (EODs) e devem ser aprovados e registrados pelo Conselho Executivo do MDL. Além disso, devem ser aprovados pelo governo do país anfitrião através da Autoridade Nacional Designada (AND), assim como pelo governo do país que comprará os CERs (Reduções Certificadas de Emissões – Créditos de Carbono). No Brasil, a Co- missão Interministerial de Mudança Global do Clima, estabelecida em 1999, atua como AND. O primeiro projeto de MDL, mundialmente aprovado pela ONU, foi o do aterro sanitário de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, que utiliza tecnologias de engenharia sanitária, sendo que os créditos de carbono gerados foram negociados diretamente com a Holanda. A quantidade de CO2, ou outros GEEs economizados ou sequestrados da atmosfera, é calculada por empresas especializadas de acordo com determinações de órgãos técnicos da ONU. 26 Cálculo de créditos de carbono A seguir será exposto um exemplo de cálculo dos valores que uma empresa pode obter. Estabelecemos as seguintes premissas: O 1º passo do cálculo de emissões consiste na identificação das fontes; elas podem ser através da queima de combustíveis em equipamentos próprios ou de terceiros, via emissão no consumo de energia elétrica, entre outros. O 2º passo, realizado mensalmente por todas as obras, é a coleta de dados. Os dados das atividades de cada obra são multiplicados pelos fatores de emissão e, em seguida, esta emissão é convertida a CO2 Equivalente (tCO2e) – medida criada internacionalmente para padronizar esses cálculos. Para esta conversão, usam-se os fatores GWP (Global WarmingPotential), que representam a capacidade que um gás tem de aquecer a atmosfera, em comparação ao CO2. Ou seja, compara as emissões dos gases de efeito estufa baseado na quantidade de CO2 que teria o mesmo potencial de aquecimento global. A seguir um exemplo de uma empresa reflorestadora: . a empresa projeta a produção de 100 toneladas de madeira, por hectare, em um ciclo de sete anos; . a cotação de um crédito de carbono é US$10,00 (exemplo). As empresas especializadas estabeleceram que 100 toneladas de madeira, em um ciclo de vida de sete anos, sequestram 64,4 toneladas de dióxido de carbono-equivalente. Logo, o cálculo do projeto será: 1 ha x 64,4 ton CO2 equivalente/7 anos x US10 = US$92,00 por ha, ao ano. A quantidade de gases causadores de efeito estufa são calculadas, levando em consideração as quantidades equivalentes de CO2. Em outras palavras, os GEEs são quantificados de acordo com seu potencial de aquecimento global em relação ao dióxido de carbono. Por essa razão, os 27 créditos de carbono são cotados por tonelada de dióxido de carbono-equivalente (CO2e). A relação entre o CO2 e outros gases responsáveis pelo efeito estufa. As empresas poluidoras compram em bolsa, ou diretamente das organizações empreendedoras, as toneladas de carbono, sequestradas ou não emitidas, através de um bônus chamado Certificado de Redução de Emissões (CER). Existem empresas especializadas na elaboração de projetos e na venda dos créditos de carbono no mercado internacional. Há também os selos que oferecem uma identificação pública de que produtos, ser- viços, ações, instalações, eventos, etc. tiveram seus respectivos volumes de emissões de GEEs neutralizados. Para receber e utilizar esses selos é necessário que os organizadores de um evento, por exemplo, plantem ou paguem para alguém plantar o número de árvores que irá absorver a quantidade de CO2 que será gerada em função da realização desse evento. Ou seja, as emissões resultantes do consumo de energia, neste evento, as emissões correspondentes ao deslocamento das pessoas de carro, ônibus, avião, etc. Muitas vezes, o discurso de preocupação com o meio ambiente está distante de ações efetivas. Acreditamos que irá ocorrer algo semelhante para a utilização de sites na Internet. No início, as empresas preocupavam apenas em ter um site, o conteúdo não importava muito, mas com o tempo perceberam que o conteúdo era importante para o próprio negócio e para os consumidores. Da mesma forma, as empresas irão perceber que selos ambientais serão um diferencial e uma oportunidade para demonstrarem as ações efetivas e transmitirem confiança aos consumidores. Destruição da Camada de Ozônio A Camada de Ozônio (O3), localizada na estratosfera entre 15 e 50 Km de altitude, forma um escudo invisível que protege a superfície do planeta contra os raios ultravioletas vindos do Sol. Essa radiação UV que bronzeia, seca e envelhece a pele, é nociva aos animais e plantas, principalmente porque pode danificar o DNA (ácido desoxirribonucleico), levando eventualmente a um 28 crescimento tumoroso como, por exemplo, o câncer de pele, problemas nas córneas e a fragilização do sistema imunológico. A destruição da Camada de Ozônio* ocorreem função de fenômenos naturais, como as erupções vulcânicas, mas também devi- do à ação do homem. Os principais gases destruidores da Camada de Ozônio são os CFCs e BrFCs, que eram utilizados em refrigeradores, sprays, ar-condicionado e equipamentos industriais. Além desses gases, também o tetracloreto de carbono e o metilclorofórmio utilizados como solventes na produção de cola e etiquetadores são responsáveis pelo buraco na Camada de Ozônio. Em setembro de 2018, o buraco atingiu 23 milhões de km², segundo medições feitas com instrumentos da NASA. Em 2006, atingiu o recorde de 29,4 milhões de km² sobre a Antártida. Mesmo com a redução dos principais gases causadores da destruição da Camada de Ozônio, segundo o Centro Nacional de Pesquisa Meteorológica da França, o buraco na Camada de Ozônio só deve- rá diminuir a partir de 2050. Chuva Ácida O químico e climatologista inglês, Robert August Smith, foi quem observou a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da Revolução Industrial e a denominou de chuva ácida. Com o passar dos anos e o aumento da industrialização, esse problema se agravou. A água da chuva já é naturalmente ácida, mas devido a uma pequena quantidade de dióxido de carbono (CO2) dissolvido na atmosfera, a chuva torna-se ligeiramente ácida, com um pH inferior a 5,6. O pH mede a acidez das substâncias químicas; quanto menor o pH maior a acidez; uma chuva normalmente tem pH entre 5,6 e 7,0. O que causa a chuva ácida é a queima dos combustíveis fósseis e os poluentes industriais que lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. A combinação desses gases com o hidrogênio presente na atmosfera, na forma de vapor de água, resulta então na denominada chuva 29 ácida, que ao cair na superfície, altera a composição química dos solos e das águas. O resultado disso é prejudicial as lavouras e as florestas, bem como para as estruturas metálicas, os monumentos e as edificações. A chuva ácida nem sempre pune seus responsáveis, pois ela pode ser transportada para locais distantes de onde ocorreram as emissões e cair em locais onde não houve queima de combustíveis fósseis e emissões de poluentes ácidos. GESTÃO AMBIENTAL DOMÉSTICA Consumo de Água Em 2003 a Organização das Nações Unidas oficializou o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água. Tal data tem o objetivo de chamar a atenção da população mundial sobre os problemas relacionados ao consumo de água potável no mundo. As campanhas realizadas salientam que 97,5% da água do Planeta é salgada, estando nos oceanos e mares. A água doce corresponde a 2,5%, sendo que 2,493% está em geleiras ou aquíferos, de difícil acesso e, apenas 0,007% está disponível em rios, lagos e na atmosfera, água de fácil acesso para o consumo humano. Segundo a ONU, uma pessoa precisa de 100 litros de água doce por dia. A média no Brasil é de 200 litros por dia, por pessoa, e nos Estados Unidos é de 300 litros. Acreditamos que atualmente 1 bilhão de habitantes não possuem a quantidade mínima e que em 2050, a escassez atingirá 45% da população mundial. O consumo de água aumentou não apenas nas residências, mas o setor agrícola e o industrial são intensivos no uso da água. Para produzir um litro de cerveja são consumidos entre 4 e 10 litros de água potável, e para 1 litro de leite o consumo de água pode chegar a 20 litros. Para produzir carros, computadores, móveis, ou qualquer outro produto, utilizamos uma grande quantidade de água. 30 Apesar da pouca água disponível para consumo e das previsões, no Brasil, existem desperdícios, a cada 100 litros captados, 40 litros são comercializados, os demais são perdidos no processo de tratamento e distribuição. Além disso, outro fator agravante são os períodos de seca enfrentados por algumas regiões brasileiras. Consumo de Energia O consumo de energia numa residência pode ser reduzido mu- dando os hábitos de utilização dos equipamentos eletroeletrônicos. Evitar deixar lâmpadas ligadas em ambientes que não estão sendo utilizados; desligar computadores, rádio, TV quando estiverem sem uso, são algumas das medidas mais simples que podem ser adotadas visando reduzir o consumo. Destacamos aqui a otimização do consumo durante o uso dos equipamentos e o projeto e implantação de equipa- mentos que melhorem o isolamento térmico. Lixo Lixo é o termo utilizado para denominar tudo aquilo que não nos interessa. Neste caso, vamos chamar de “lixo” os resíduos sólidos gerados numa residência ou nos escritórios de uma empresa. Ou seja, não iremos abordar os resíduos industriais. A preocupação com o lixo é, em primeiro lugar, a sua não geração. Como evitar o lixo, mas, uma vez existindo, encontrar o destino mais adequado. Toxidade Toxicidade é definida como a capacidade de uma substância química produzir um efeito nocivo quando interage com um organismo vivo. A toxidade está presente nas seguintes situações domésticas: 31 . Cigarro; . Produtos de limpeza: sabão em barra, sabão em pó, amaciante, ti ra-manchas, alvejante, detergente, desengordurante, desinfetante, limpador de uso geral, álcool, limpa-vidros, limpa-carpetes, cera, lustra-móveis, polidor de metais, pomada para sapatos, aromatizador de ambientes, facilitador para passar roupas; . Pesticidas domésticos (líquidos, armadilhas, aerossol e elétricos); . Pesticidas de uso agrícola; . CFC: refrigeradores, aerossóis, solventes e extintores de incêndio; . Cosméticos e outros produtos de higiene; . Brinquedos (os que são fabricados com PVC); . Remédios; . Remédios e produtos para animais domésticos; . Tintas; entre outros. Mas não só os produtos industrializados são tóxicos, algumas plantas na natureza também são tóxicas e podem causar danos à saúde. 32 REFERÊNCIAS MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Protocolo de Kyoto. Disponível em: < https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/protocolo-de- quioto.html >. Acesso em: 6 set.2020. TEMPLUM. ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. Disponível em: < https://certificacaoiso.com.br/iso-14001/ >. Acesso em: 10 set.2020. IPAM AMAZONIA. Partes anexo I ou países do Anexo I. Disponível em: < https://ipam.org.br/glossario/partes-anexo-i-ou-paises-do-anexo-i/ > Acesso em: 8 set.2020. CAMARGO CORRÊA INFRA. Como funciona o cálculo de crédito de carbono? Disponível em: < https://camargocorreainfra.com/como-funciona-o- calculo-de-credito-de-carbono/ >. Acesso em: 7 set.2020. MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ. Disposição dos resíduos sólidos urbanos. Disponível em: < http://meioambiente.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=44 >. Acesso em: 5 set.2020. BBC NEWS. Qual é o tamanho atual do buraco camada de ozônio? Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-45558884 >. Acesso em: 6 set.2020. ZERI. Zeri perspectivas. Disponível em: < http://www.zeri.org.br/zeri- perspectivas >. Acesso em: 10 set.2020.
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