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1 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NAS EMPRESAS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 O MOVIMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL .............................. 5 A ADOÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL .................. 7 Responsabilidade Socioambiental na Micro e Pequena Empresa ....... 9 O DESENVOLVIMENTO COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL.......................................................................................... 12 APLICANDO A RESPONSABILIDADESOCIOAMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................ 18 Alcoa .................................................................................................. 18 Amanco .............................................................................................. 19 Anglo .................................................................................................. 19 Bradesco ............................................................................................ 20 Braskem ............................................................................................. 20 Bunge ................................................................................................. 20 CPFL .................................................................................................. 21 EDP .................................................................................................... 21 Fibra ................................................................................................... 21 HSBC ................................................................................................. 22 Itaú ..................................................................................................... 22 Masisa ................................................................................................ 22 Natura ................................................................................................ 23 Philips ................................................................................................. 23 Promon ............................................................................................... 23 Santander ........................................................................................... 24 Suzano ............................................................................................... 24 Unilever .............................................................................................. 24 2 Walmart .............................................................................................. 25 Whirlpool ............................................................................................ 25 SER SOCIALMENTE RESPONSÁVEL ................................................. 26 Dimensão interna ............................................................................... 26 Dimensão externa .............................................................................. 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 28 REFERENCIAS ..................................................................................... 30 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO Responsabilidade socioambiental é a responsabilidade que uma empresa, ou organização tem com a sociedade e com o meio ambiente além das obrigações legais e econômicas. Refere-se aos problemas e processos sociais, tendo em conta sua relação com o meio ambiente: desenvolvimento socioambiental. Relação da sociedade com o meio ambiente. Responsabilidade dos indivíduos por suas ações que afetam o ambiente. Um dos assuntos mais importantes atualmente, trata-se de falar de sustentabilidade, pois é a prática de preservar o meio ambiente, a fim de não comprometer as gerações futuras, por meio das extrações dos recursos naturais e degradação do planeta terra. É uma maneira consciente de garantir a sobrevivência daqui a alguns anos. As principais vantagens das empresas e organizações em aderirem à sustentabilidade é o desenvolvimento da responsabilidade socioambiental, que reúne atitude e iniciativa quanto aos impactos ambientais, além de tornar a empresa mais competitiva no mercado. Empresas que levam a sério o conceito da sustentabilidade garantem maior credibilidade social e imagem positiva na sociedade. 5 O MOVIMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL A história das civilizações aponta uma preocupação tradicional com o fator econômico. Após a Segunda Guerra Mundial iniciaram manifestações de preocupação com questões sociais, ambientais e o futuro das organizações no mundo. No Brasil o discurso sobre as questões sociais, cresceu a partir da reforma do Estado no final dos anos 80, descentralizando ao mercado a responsabilidade pelo crescimento econômico e atendimento às necessidades sociais. O processo econômico decorrente da globalização, as transformações políticas e sociais mundiais, a inovação tecnológica e científica, e os impactos das mudanças climáticas, têm ressaltado a necessidade de revisão dos atuais padrões insustentáveis de produção e consumo e dos modelos econômicos adotados pelos países desenvolvidos e economias emergentes, como é o caso do Brasil. Este cenário tem conduzido inúmeros debates sobre o papel dos indivíduos, das empresas e instituições na promoção de práticas e atitudes que conduzam ao desenvolvimento sustentável. No âmbito das instituições (públicas, privadas ou do terceiro setor) o conceito utilizado é o de responsabilidade social ou responsabilidade socioambiental, visando identificar e estruturar ações para atender as demandas da sociedade. O movimento da responsabilidade socioambiental é um movimento mundial. Trata-se de um processo contínuo e progressivo do desenvolvimento de competências cidadãs, com a assunção de responsabilidades sobre questões sociais e ambientais relacionadas a todos os públicos em interação na sociedade: trabalhadores, consumidores, governo, empresas, investidores e acionistas, organizações da sociedade civil, mercado e concorrentes, comunidade e o próprio meio ambiente, conforme a Agenda Ambiental na Administração Pública. As questões relacionadas a responsabilidade socioambiental são globais e, dependendo do contexto, sua compreensão por parte das empresas e demais instituições pode acontecer de formas diferentes, levando-se em consideração 6 os impactos e influências dos desafioseconômicos, sociais e ambientais a serem enfrentados, e dos padrões internacionais e nacionais adotados como referência para o desenvolvimento nos diferentes países. Empresas que investem em práticas de responsabilidade socioambiental elevam os níveis de desenvolvimento social, proteção ao meio ambiente e respeito aos direitos humanos, os quais se traduzem em uma gestão responsável. A empresa responsável possui em sua base valores que geram uma cultura de cooperação interna e externa, conciliando os interesses de diversos agentes em um enfoque global de qualidade e viabilidade. De forma geral, uma empresa sustentável possui uma visão sistêmica de sua atuação, analisando as necessidades do cliente externo e interno, estando atenta aos efeitos que ela gera no curto, médio e longo prazo em relação às suas ações, produtos e processos. Percebe-se que no mundo dos negócios e na sociedade, ações de responsabilidade socioambiental são iniciativas relativamente complexas, que envolvem médias e grandes empresas. Estas ações tornam-se efetivas quando envolvem programas institucionais com a utilização de recursos financeiros. Micro e Pequenas Empresas, apesar de não possuírem estruturas e recursos, tendem a atuar em estreita relação com as comunidades onde estão inseridas de maneira informal, e acabam se tornando importantes agentes para a solução de problemas sociais e ambientais. No mundo acadêmico, também se verifica o aumento e ênfase de pesquisas sobre responsabilidade socioambiental cujo foco são as grandes empresas. Foram realizadas pesquisas sobre a atuação de pequenas empresas familiares nos EUA em ações de responsabilidade socioambiental e destacaram a necessidade de mais estudos que ampliem a base de conhecimentos sobre o tema, evidenciando a importância das pequenas empresas familiares e microempresas à sustentabilidade em todo o mundo. 7 A ADOÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL A relação entre desenvolvimento econômico, atividades produtivas e esgotamento de recursos fez surgir em nível mundial uma série de tratados, convenções e normas, com o objetivo de incorporar o desenvolvimento sustentável nas ações humanas. As primeiras iniciativas para melhorar as relações das empresas com o ambiente foram as normas ambientais. Diante da necessidade de melhorar a imagem da organização, posteriormente, perante seus parceiros (empregados, consumidores, fornecedores e sociedade) e ganhar competitividade, foram implantadas ações baseadas nas normas de responsabilidade social. A responsabilidade social pode ser entendida como uma forma de gestão que persegue a sustentabilidade organizacional para que as empresas colaborem com o desenvolvimento sustentável. Ainda pode ser caracterizada por atitudes e atividades baseadas em valores éticos e morais, para minimizar os impactos negativos que as organizações causam ao ambiente. O entendimento da relação complexa que existe entre as empresas e a sociedade, incluindo comunidades, empregados, governos, clientes, fornecedores, também se refere ao estudo da responsabilidade social de empresas. A responsabilidade social é conceituada como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente de modo amplo e a alguma comunidade de modo específico, atingindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas com ela. A adoção da responsabilidade social aponta para um modelo de desenvolvimento mais harmônico e à redução dos problemas ecológicos e sociais que afetam o desenvolvimento da economia. Estas condições proporcionam ganhos de imagem, capacidade de adaptação e mudanças às empresas por meio do gerenciamento de riscos na relação com os stakeholders. Todo empresário interessado em garantir a rentabilidade e a viabilidade em longo prazo à sua empresa, necessita refletir sobre uma gestão orientada 8 para o ambiente interno e externo de sua organização. Uma gestão socialmente responsável se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Nessa perspectiva, a empresa socialmente responsável é aquela que pratica uma gestão pautada na relação ética com seus funcionários, distribuidores, fornecedores, consumidores. O diálogo com as partes interessadas viabiliza a correta atuação e mudança nas políticas e decisões empresariais. A responsabilidade socioambiental refere-se ao posicionamento adotado pela organização diante do ambiente em que está inserida. Com essas mudanças as empresas ganham confiança e reputação, aspectos de grande importância para diferenciação num mercado cada vez mais competitivo. Uma empresa socialmente responsável no campo da preservação ambiental destaca-se pela sua excelência em política e gestão ambiental, pela sua atuação como agente de fomento do desenvolvimento sustentável local e regional, e de preservação da saúde, da segurança e da qualidade de vida de seus empregados e da comunidade situada ao redor, e pela inserção da questão ambiental como valor de sua gestão e como compromisso, sob a forma de missão e visão do seu desempenho empresarial. Além do desempenho empresarial, as organizações privadas têm se preocupado em mostrar responsabilidade pelo contexto social e ambiental na realização de suas atividades, mantendo um bom relacionamento com os seus stakeholders. As empresas vêm desenvolvendo programas de responsabilidade social cujo conceito se refere a um conjunto de indicadores utilizado para a avaliação do desempenho econômico e de suas ações de responsabilidade social e ambiental. Trata-se de um processo que deve incorporar ações que promovam a preservação e a qualidade de vida para a sociedade, portanto, tem foco nos pontos de vista ético, social e ambiental. 9 Existe uma série de vantagens proporcionadas por uma atuação empresarial alinhada à responsabilidade social no âmbito de atuação das empresas, tais como: . redução da carga tributária; . forma alternativa de recolhimento de alguns tributos; . criação de uma política permanente para a empresa; . Incremento do marketing social; . redução de custos operacionais e melhoria dos indicadores de produtividade e qualidade; . lealdade dos clientes; melhoria da imagem da empresa; . divulgação do balanço social e dos Indicadores de responsabilidade social; . obtenção de certificados e selos e preferência nas licitações e contratações com o poder público. Diante do cenário atual, onde a cada dia é necessário fazer mais para manutenção dos clientes e para conquistar o mercado consumidor, a adoção de práticas de responsabilidade socioambiental traz resultados positivos para as empresas, associada as responsabilidades econômica e social, constitui a base do desenvolvimento sustentável, de acordo com os paradigmas de produção e consumo de uma sociedade que se transforma. Responsabilidade Socioambiental na Micro e Pequena Empresa As empresas, nas suas mais diversas formas e dimensões têm sido veículos de importantes transformações no mundo contemporâneo, vêm contribuindo significativamente para redução das desigualdades sociais e econômicas em todo o planeta. No processo de desenvolvimento social e sustentável as MPE em todo o mundo desempenham um papel fundamental, não só por sua capacidade de 10 criar postos de trabalho e gerar renda, mas porque aportam conhecimento, oportunidades e dinamismo aos territórios em que atuam. As atuais demandas por produtos e serviços que incorporam valores intangíveisimpõem às organizações empresariais em especial as MPE, assumirem compromissos relacionados à responsabilidade socioambiental. As MPE enquanto grandes geradoras de emprego e renda possuem um portfólio diversificado de produtos e serviços, além de estarem inseridas em diversos e importantes contextos sociais da sociedade brasileira. No período 2000-2011, as MPE suplantaram a barreira dos 6 milhões de estabelecimentos. Nesse período, o crescimento médio do número de MPE foi de 3,7% ao ano. Em 2000, havia 4,2 milhões de estabelecimentos, enquanto em 2011 um total de 6,3 milhões de estabelecimentos em atividade. Portanto, no período houve a criação de aproximadamente 2,1 milhões de novas MPE. Entre 2000 e 2011, as MPE criaram sete milhões de empregos com carteira assinada, elevando o total de empregos no segmento de 8,6 milhões em 2000, para 15,6 milhões em 2011. No período, o crescimento médio do número de empregados nas MPE foi de 5,5% ao ano. O bom desempenho das MPE no período analisado confirmou a sua importância para a economia. Em 2011, as MPE representavam 99% dos estabelecimentos em atividade, 51,6% dos empregos privados não agrícolas formais no país e quase 40% da massa de salários. Entre 2000 e 2011, de cada 100 reais pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola, cerca de 40 reais, em média, foram pagos pelas MPE. Os números destacam a importância das MPE para a sociedade e a economia do país, especialmente se considerarmos as especificidades e diferentes contextos de atuação destas organizações e as contribuições decorrentes. Muitas delas estão localizadas em regiões e localidades deprimidas social e economicamente, e elas geram empregos, renda e melhorias sociais. Apesar do destaque das MPE no cenário socioeconômico, pesquisas demonstram o desconhecimento do tema responsabilidade socioambiental por parte dos empresários deste segmento. Eles têm a visão de que sua atuação na melhoria de problemas sociais e ambientais é pontual, geralmente encarada como filantropia. 11 Pesquisa realizada com 126 gestores de microempresas em dez municípios da região Baixada Litorânea no Estado do Rio de Janeiro, na qual identificou o comportamento dos mesmos com relação à responsabilidade social. Segundo o pesquisador, os empresários consideravam a prática de ações de responsabilidade socioambiental inerentes somente as grandes empresas e classificaram suas poucas ações nessa área como uma prática filantrópica ou de humanidade, tanto com seus empregados como com a sociedade. Um estudo sobre responsabilidade social em microempresas na Europa, e demonstrou que além de tornar a organização mais forte e competitiva no mercado, ajuda a fortalecer laços com a comunidade e outros atores. Pelo seu maior grau de relacionamento com a comunidade local, a microempresa apresenta mais facilidade em identificar as necessidades e demandas de parceiros e problemas sociais locais. Entre outras vantagens apontadas, o estudo sustenta que o estabelecimento de redes de cooperação de microempresas contribui para melhora do capital estrutural e relacional das organizações envolvidas. No âmbito das MPE, a organização e atuação em rede possibilita a troca de experiências e conhecimentos, proporciona melhor estrutura para a realização de práticas de responsabilidade social e ambiental. Também a colaboração entre as PME e as instituições locais, nacionais, públicas e privadas é essencial para as estratégias e políticas de sustentabilidade de sucesso. A sociedade e consumidores mais exigentes, alinhados a novos valores sociais e ambientais, também começam a cobrar iniciativas neste sentido das empresas e exercem seu poder por meio do consumo consciente, provocando mudanças nas formas de produção e nos produtos e serviços das organizações empresariais. A sociedade está impelindo as MPE a assumirem compromissos que vão além daqueles definidos pela ordem econômica, onde a minimização de custos e a primazia do lucro são os adjetivos únicos. As organizações, independente de seu porte, devem promover o bem estar da sociedade como um todo, transcendendo os modelos tradicionais de gestão e incorporando em suas metas, além da produtividade e lucro, aspectos sociais, éticos e ambientais. 12 As MPE são um dos principais agentes do novo contexto econômico, e a prática da responsabilidade socioambiental nestas empresas tem muito a contribuir para a redução das desigualdades sociais, da pobreza, o aumento do nível educacional, a promoção de melhores condições de vida e de oportunidades para os cidadãos. O DESENVOLVIMENTO COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Apesar de ser um termo bastante utilizado, é comum observarmos erros na conceituação de responsabilidade socioambiental, ou seja, se uma empresa apenas segue as normas e leis de seu setor no que tange ao meio ambiente e a sociedade esta ação não pode ser considerada responsabilidade socioambiental, neste caso ela estaria apenas exercendo seu papel de pessoa jurídica cumprindo as leis que lhe são impostas. O movimento em prol da responsabilidade socioambiental ganhou forte impulso e organização no início da década de 1990, em decorrência dos resultados da Primeira e Segunda Conferências Mundiais da Indústria sobre gerenciamento ambiental, ocorridas em 1984 e 1991. Em 1998, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development - WBCSD), primeiro organismo internacional puramente empresarial com ações voltadas à sustentabilidade, definiu Responsabilidade socioambiental como o compromisso permanente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo. Pode ser entendida também como um sistema de gestão adotado por empresas públicas e privadas que tem por objetivo providenciar a inclusão social (Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação ambiental (Responsabilidade Ambiental). 13 É adotado por empresas e escolas. As principais ações realizadas são: inclusão social, inclusão digital, coleta seletiva de lixo, educação ambiental, dentre outras. Este tipo de prática ou política tem sido adotado desde a década de 1990, entretanto a luta pela sociedade e principalmente pela natureza é mais antiga, por volta da década de 1920. O ápice da luta ambiental se deu por volta dos anos 70 quando organizações não governamentais ganharam força e influência no mundo. Com a internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos naturais pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, ou seja, sem a devida preocupação com os possíveis danos, foi fortemente combatida desde a década de 1970 pelos movimentos ambientalistas. As empresas, no intuito de ganhar a confiança do novo público mundial e preocupados com a preservação e o possível esgotamento dos recursos naturais, procuraram se adaptar a essa nova tendência com programas de preservação ambiental - utilização consciente dos recursos naturais. Muitas buscam seguir as regras de qualidade idealizadas pelo programa ISO 14000 e pelo Instituto Ethos. A partir da Revolução Industrial ocorrida na Europa no século XIX, a utilização de materiais, dos recursos naturais e a emissão de gases poluentes foram desenfreados. Em contrapartida, no início do séc. XX alguns estudiosos e observadores já se preocupavam com a velocidade da destruição dos recursos naturais e com a quantidade de lixo que a humanidade estava produzindo. O movimento ambientalista começou a engatinhar na década de 1920. Passados os anos, este movimento ganhou destaque na década de 1970 e tornou-se obrigatório na vida de cada cidadão no momento atual. Conceitos como Gestão Ambiental,Desenvolvimento Regional Sustentável, Biodiversidade, Ecossistema, Responsabilidade Socioambiental ganharam força e a devida importância. Responsabilidade socioambiental é um conceito empregado por empresas e companhias que expressa o quão responsáveis são as mesmas para com as questões sociais e ambientais que envolvem a produção de sua mercadoria ou a realização de serviços, para com a sociedade e o meio 14 ambiente, buscando reduzir ou evitar possíveis riscos e danos sem redução nos lucros. Corresponde a um compromisso das empresas em atender à crescente conscientização da sociedade, principalmente nos mercados mais maduros. Diz respeito à necessidade de revisar os modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal forma que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, mas ponderando-se os impactos sociais e ambientais consequentes da atuação administrativa da empresa. São exemplos de programas e projetos de Responsabilidade Socioambiental: inclusão social, inclusão digital, programas de alfabetização, ou seja, assistencialismo social, coleta de lixo, reciclagem, programas de coleta de esgotos e dejetos, e questões que envolvem: lixo industrial, reflorestamento X desmatamento, utilização de agrotóxicos, poluição, entre outros. Em 1987, o documento Our Common Future (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, apresentou um novo conceito sobre desenvolvimento definindo-o como o processo que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Assim fica conhecido o conceito de desenvolvimento sustentável. Abaixo, está listado uma espécie de linha do tempo, no qual contém o crescimento do conceito de responsabilidade social e responsabilidade ambiental: . 1929- Constituição de Weimar (Alemanha) – Função Social da Propriedade; . 1960- Movimentos pela Responsabilidade Social (EUA); . 1971- Encontro de Founex (Suíça); . 1972- Singer publica o que foi reconhecido como o primeiro balanço social do mundo; . 1972- ONU – resolução 1721 do Conselho Econômico e Social – estudos sobre o papel das grandes empresas nas relações internacionais; . 1973- PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Genebra); 15 . 1977- Determinação da publicação do balanço social - relações do trabalho (França); . 1992- ECO 92 ou CNUMAD (Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) – Criação do Projeto Agenda 21; . 1997- Betinho de Souza e IBASE incentivam publicação do balanço social; . 1999- Criação do Selo “Empresa Cidadã”; . 1999- 1ª Conferência Internacional do Instituto Ethos; . 2000- ONU e o Pacto Global. Sustentabilidade começa a ser vista como algo presente no dia a dia da empresa, pois além das atividades produtivas, envolve o tratamento dado ao meio ambiente e sua influência e relacionamento com fornecedores, público interno e externo e com a sociedade, práticas de governança corporativa, transparência no relacionamento interno e externo, postura obrigatória para as empresas de âmbito mundial, cuja imagem deve agregar o mais baixo risco ético possível. Os principais desastres ambientais ocorridos no Brasil são: . 1984, incêndio na Vila Socó - em fevereiro, uma falha em dutos subterrâneos da Petrobras espalhou 700 mil litros de gasolina nos arredores da Vila Socó, em Cubatão (SP). Após o vazamento, um incêndio destruiu parte da favela. Foram contabilizados, oficialmente, 93 mortos; . 1987, Césio 137 em Goiânia - em setembro, um dos mais graves casos de exposição à radiação do mundo ocorreu em Goiânia (GO), por meio da contaminação pelo material radioativo Césio 137. Na ocasião, dois catadores de lixo arrobaram um aparelho radiológico nos escombros de um antigo hospital e encontraram um pó branco que emitia luminosidade azul. Os catadores levaram o material radioativo a outros pontos da cidade, contaminando pessoas, água, solo e ar. Pelo menos quatro morreram devido à exposição, e centenas de outras desenvolveram doenças. Em 1996, a Justiça condenou, por homicídio culposo, três sócios e um funcionário do hospital abandonado. A pena foi de três anos e dois meses de prisão. Porém, as penas foram trocadas por prestação de serviços voluntários. 16 . 2000, vazamento de óleo na Baía de Guanabara - em janeiro, o Ibama aplicou duas multas à Petrobras, uma de R$ 50 milhões e outra de R$ 1,5 milhão, após o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo in natura na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ). Um acidente com um navio petroleiro resultou no vazamento. O incidente causou morte da fauna local e poluiu também o solo em vários municípios, como Magé. . 2000, vazamento de óleo em Araucária - em julho, o Ibama aplicou três multas à Petrobras, totalizando R$168 milhões, pelo vazamento de quatro milhões de litros óleo na refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária (PR). . 2003, vazamento de barragem em Cataguases - em março, ocorreu o rompimento de barragem de celulose na região de Cataguases (MG), com vazamento de 520 mil m³ de rejeitos compostos por resíduos orgânicos e soda cáustica. Os resíduos atingiram os rios Pomba e Paraíba do Sul, originando prejuízos ao ecossistema e à população ribeirinha, que teve o abastecimento de água interrompido. O incidente também afetou áreas do Estado do Rio de Janeiro. O Ibama aplicou multa de R$ 50 milhões à Florestal Cataguases e Indústria Cataguases de papel. . 2007, rompimento de barragem em Miraí - houve rompimento de barragem de mineração na região de Miraí (MG), com vazamento de 2.280.000 m³ de água e argila (lavagem de bauxita). O órgão estadual aplicou multa de R$ 75 milhões à empresa Mineração Rio Pomba Cataguases. . 2011, Chuvas na região serrana do Rio - em janeiro, em decorrência de um elevadíssimo nível de chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, uma série de deslizamentos e enxurradas destruiu casas nas regiões de encosta. Foram totalizadas aproximadamente 800 mortes. As chuvas, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, costumam ser as grandes causadoras de acidentes naturais. Em 2008, a região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, sofreu uma grande enchente, que resultou em mais de 100 mortes. . 2011, vazamento de óleo Bacia de Campos - em novembro, houve o vazamento de uma grande quantidade de óleo da Chevron na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro (RJ). O Ibama aplicou duas multas à empresa, uma de R$ 50 milhões e outra de R$ 10 milhões, pelo vazamento de 3,7 mil barris de óleo no Campo de 17 Frade. Estima-se que a mancha provocada pelo vazamento no mar tenha chegado a 162 km², o equivalente à metade da Baía de Guanabara. Especialistas registraram uma grande quantidade de animais mortos nas áreas afetadas pela mancha. A empresa americana Chevron, responsável pela perfuração do poço que vazou, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 95 milhões ao governo brasileiro para compensar os danos ambientais causados. . 2015, incêndio na Ultracargo - em abril, após incêndio no Terminal Alemoa, em Santos (SP), a empresa Ultracargo foi multada pelo órgão estadual de meio ambiente em R$ 22,5 milhões por lançar efluentes líquidos no estuário, em manguezais e na lagoa contígua ao terminal. A Ultracargo foi multada por lançar efluentes líquidos no estuário de Santos, em manguezais e na lagoa ao lado do terminal, além de emitir efluentes gasosos na atmosfera, colocar em risco a segurança das comunidades próximas, dos funcionários e de outras instalações localizadas na mesma zona industrial. . 2015, rompimento da barragem de Mariana - em novembro, o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) provocou a liberação de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Em Minas Gerais, só nos últimos 14 anos, ocorreram acidentes na Mineração Rio Verde, em Nova Lima(2001), na Mineração Rio Pomba Cataguases, em Miraí (2007), e na Mineração Herculano, em Itabirito (2014). . 2019, rompimento da barragem de Brumadinho - 25 de janeiro, a queda da barragem em Brumadinho já fez mais vítimas que o desastre ambiental de Mariana, em 2015, que deixou 19 mortos. Os bombeiros também informaram que 296 pessoas estão desaparecidas. Há ainda 81 desabrigados e 23 pessoas hospitalizadas. A tragédia aconteceu na região do córrego do Feijão, que deságua no rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco. O rompimento acontece três anos após a queda de uma barragem da Samarco também em Minas Gerais, em Mariana, o maior da história da mineração no Brasil. A Vale é uma das donas da Samarco, junto com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton. 18 É uma triste consequência da lição não aprendida pelo Estado brasileiro e pelas mineradoras com a tragédia da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), também controlada pela Vale. Minérios são um recurso finito que devem ser explorados de forma estratégica e com regime de licenciamento e fiscalização rígidos. A reciclagem e reaproveitamento devem ser priorizados. APLICANDO A RESPONSABILIDADESOCIOAMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES As práticas de responsabilidade socioambiental têm sido realizadas por diversas empresas. Muitas delas criam comitês organizacionais responsáveis por propor ações e mensurar os impactos socioambientais da companhia dentro e fora do ambiente corporativo. Envolver os colaboradores nessas ações é algo muito importante. É uma forma de fazer com que se sintam participativos e responsáveis. Eles devem entender o compromisso da empresa e entender ainda que a responsabilidade socioambiental é um dever de todos. Uma ótima opção é contar com o apoio de uma consultoria especializada, para que identifique oportunidades de ação socioambiental, contribuindo para a eficiência do trabalho responsável. Tudo isso visando sempre à saúde do meio ambiente e da sociedade, bem como ao sucesso dos negócios da organização. A seguir, serão apresentadas 20 empresas-modelo em responsabilidade socioambiental. Alcoa A maior fabricante de alumínio do mundo, a americana Alcoa, se desta, quando o assunto é sustentabilidade no mundo dos negócios. Preocupada em conciliar desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente, ela explora uma mina de bauxita no município de Juriti, no coração da Floresta Amazônica, com técnicas que minimizam os impactos ambientais. O objetivo da 19 empresa é transformar Juriti em referência de atuação socioambiental no setor de mineração. Para isso, a empresa criou um conselho especial para discutir com as comunidades locais e o poder público o desenvolvimento do município, além de um fundo de financiamento de ações sociais na região. Com essas frentes de diálogo, a Alcoa consegue reduzir seu impacto no meio ambiente e garantir benefícios sociais duradouros nas regiões onde atua. Amanco Em busca de matérias-primas menos poluentes, a fabricante de tubos e conexões Amanco inovou na formulação de seus produtos com o uso de tecnologias mais limpas. Um destaque da empresa foi a substituição do solvente tolueno, que pode causar dependência nos trabalhadores que inalam seu vapor, por outro de menor impacto para a saúde e para o meio ambiente. Pela iniciativa, a empresa ganhou em 2009 o selo Sustentax, que certifica produtos sustentáveis. De lá pra cá, num esforço de engenharia de materiais, a empresa também alternou a fórmula de outros de seus produtos, como os estabilizantes, que deixaram de levar chumbo em sua composição, eliminando riscos de intoxicação pelo metal entre seus funcionários. Anglo O diálogo com a comunidade é uma das práticas de responsabilidade- social que mais chamam atenção na mineradora Anglo American Brasil. Periodicamente, a empresa realiza encontros com os moradores dos municípios onde está presente. Nas reuniões batizadas de "Fórum Comunitário", que começaram em 2006, são discutidas as aplicações de investimentos em projetos sociais. A Anglo American já investiu em um único ano 5,2 milhões de reais em projetos sociais e 13,2 milhões de reais em projetos de proteção ambiental, a empresa conseguiu reciclar e reutilizar 83% da água consumida em seu processo produtivo. 20 Bradesco Em uma das iniciativas de preservação, o Banco chegou a investir investiu, em 2009, R$380 milhões em projetos e, em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável, já contribuiu para a preservação de 16,4 milhões de hectares de mata. Braskem A sustentabilidade vem ocupando o cerne dos negócios da Braskem. Pioneira na fabricação de "plástico verde" e uma das maiores petroquímicas do mundo, a empresa tem como meta se tornar referência mundial na produção a partir de matérias-primas renováveis. Para atingir esse objetivo, a Braskem investe pesado em pesquisa e inovação - de seus 6,5 mil funcionários, 300 são cientistas. Também não faltam investimentos para os centros de desenvolvimento de novas tecnologias. A fábrica de "plástico verde", no Rio Grande do Sul, recebeu 500 milhões de reais. Com a produção de uma tonelada desta matéria-prima renovável, a empresa deixa de emitir 2,5 toneladas de CO2. Bunge Foram dois anos de intensas pesquisas na subsidiária brasileira da Bunge, uma das maiores empresas de alimentos e de fertilizantes do mundo, para desenvolver uma embalagem feita de material orgânico e biodegradável. O intento, bem sucedido, deu origem a uma embalagem de menor impacto ambiental usada por um dos produtos da empresa, a margarina Cyclus. A empresa também tem atuado na redução de resíduos. No ano passado, diminuiu em 14% o volume de PET usado nas embalagens de óleo vegetal. Outra frente de atuação é no incentivo à reciclagem. A Bunge mantém 60 postos de coleta de óleo em padarias de toda a região metropolitana de São Paulo. 21 CPFL A CPFL Energia larga na frente no setor de energia pela produção mais limpa. Em meados de 2010, o maior grupo privado do setor elétrico brasileiro inaugurou uma termelétrica movida a biodiesel no interior paulista. Com potência instalada de 45 MW, a usina que opera a base de bagaço de cana-de-açúcar tem capacidade de atender uma cidade de 200 mil habitantes. EDP A subsidiária brasileira da EDP, holding de empresas de geração, distribuição e comercialização de energia elétrica, já inaugurou 16 postos de abastecimentos de veículos elétricos, distribuídos por São Paulo, Vitória e Espírito Santo. Para ajudar no desenvolvimento de um mercado brasileiro de carros movidos a eletricidade e, também, o seu próprio negócio, a empresa pretende destinar, anualmente, 100 mil reais para ideias que possam ajudá-la a evoluir na economia de baixo carbono. Além disso, a EDP também investe em parques eólicos que somam 13,8MW de capacidade instalada, energia suficiente para abastecer uma cidade de 40 mil habitantes. Fibra Mobilizar as comunidades locais das regiões onde atua é uma das estratégias da fabricante de papel e celulose Fibria, que possui fábricas e plantações em 252 municípios em todo o Brasil. No ano passado, a empresa investiu 16 milhões de reais em ações socioambientais nestas regiões. A verba para os investimentos em projetos dessa natureza é incorporada e definida no orçamento anual da companhia. 22 HSBC O banco HSBC criou um programa para incentivar seus funcionários a disseminar práticas sustentáveis. Batizado de Climate Partnership, ele treina colaboradores do banco interessados no tema e os estimula a ensinar a colegas de trabalho e a membros de sua comunidade aquilo que aprendeu. Para o banco, o treinamento de funcionários pode significar negócios no futuro. Até agora, o programa já formou diversos líderes ambientais no Brasil. A expectativa é que se formem outros. Em 2009, o HSBC investiu 15,8 milhõesde reais em 263 projetos sociais e outros 3,5 milhões de reais em ações de conservação da Mata Atlântica. Itaú O Itaú Unibanco incorporou a preocupação com o meio ambiente no dia- a-dia da organização e, principalmente, no cotidiano dos funcionários. Há dois anos, o banco criou um concurso de ideias sobre práticas sustentáveis. As melhores propostas, escolhidas com a ajuda dos próprios empregados, são premiadas. Além de estimular a criação coletiva de iniciativas verdes, o banco também mantém um programa interno de coleta de lixo eletroeletrônico. Somente no ano de 2009, foram recicladas 116 toneladas de aparelhos descartados em toda a empresa. Masisa A fabricante de painéis de madeira Masisa procura em seus funcionários soluções criativas para um grande desafio: produzir mais com menor quantidade de insumos. Desde a implantação de grupos de melhorias, em 2009, o uso de resina por metro cúbico de painéis produzidos caiu 10,5%. A empresa também conseguiu reduzir em 16% o consumo de água na produção. Toda a economia obtida pelas sugestões "verdes", que são introduzidas no processo produtiva da empresa, volta aos funcionários na forma de participação nos lucros. 23 Natura O óleo de murumuru, usado em cosmétcos, é extraído de uma planta amazônica de difícil manejo, e que muitas vezes leva à prática de queimadas. Com uma ação educativa promovida pela Natura, 400 famílias que fornecem a matéria-prima à empresa foram orientadas a não empregar mais esta técnica. A ação resultou na preservação de mais de três mil palmeiras das quais o óleo é extraído. Desde o lançamento da sua linha de produtos Ekos, há dez anos, a Natura mantém uma rede de fornecedores formada por 26 comunidades em todo o Brasil. Só em 2009, os negócios com o grupo - que incluem o pagamento pela matéria-prima e uma espécie de royalty pelo conhecimento local sobre plantas - atingiram 5,5 milhões de reais. Philips Eficiência energética tem sido o principal campo de atuação da Philips na corrida por tecnologias de menor impacto ambiental. Tanto que 7,7 % do faturamento da empresa de eletroeletrônicos no Brasil são destinados ao desenvolvimento de produtos considerados "verdes". Com a produção de lâmpadas mais modernas, a empresa investe em um projeto experimental em Santa Catarina, que gerou uma economia de 84% no consumo de energia elétrica. A Philips desenvolveu lâmpadas de LED e as disponibilizou para a iluminação pública no município de Pedra Branca. Promon A Promon, empresa especializada em projetos de infraestrutura, desenvolveu um indicador para medir o impacto socioambiental de seus projetos: o sustentômetro. Com o sistema, é possível identificar e melhorar iniciativas que não atendem aos critérios estabelecidos. Mesmo antes de desenvolver o sustentômetro, a empresa manifestava preocupação em mitigar seu impacto sobre o meio ambiente. Ao todo, já investiu 2,7 milhões de reais em 24 tecnologias para reduzir o impacto ambiental das obras, de onde 75% dos resíduos seguem para a reciclagem. Santander Estimular o pensamento "verde" entre seus clientes e pequenos empresários é a proposta de sustentabilidade do Santander. O Banco criou até um curso para ensinar empresas a usar critérios ambientais na hora de escolher fornecedores. Até agora, 3 108 pessoas e 1.792 organizações já participaram do programa. Através de um dos projetos pioneiros de reciclagem de baterias (o Papa-Pilhas), o Santander já reciclou 155,5 milhões de toneladas de pilhas, baterias e celulares. Além disso, o banco possui uma linha de crédito especial para empreendimentos de baixo impacto ambiental. Suzano Um passo à frente da concorrência no mercado de papel e celulose, a Suzano criou um inventário de emissões de gases efeito estufa para calcular sua pegada de carbono. São contabilizadas as emissões de uma ponta a outra da cadeia produtiva dos fornecedores até a porta do cliente. Dessa forma, a Suzano deve conseguir atuar com mais precisão na redução de emissões, o que pode garantir uma renda extra ao negócio por meio da comercialização de créditos no mercado de carbono. Unilever Ao alterar a composição de um de seus principais produtos, o sabão em pó Omo, a Unilever conseguiu reduzir em 35% a sua emissão de gases causadores do efeito-estufa. Recentemente, a fabricante de produtos de higiene pessoal também lançou uma versão líquida do Omo, que, por ser mais 25 concentrada que a tradicional, reduz o uso de embalagens (ela equivale a duas caixas do sabão em pó) e o número de transportes para distribuição. Walmart A gigante do varejo Walmart conseguiu convencer nove de seus principais fornecedores a repensar seus processos de produção para aliar redução de custos a práticas sustentáveis. Lançado há dois anos no Brasil, o programa que conta com parceiros como Johnson & Johnson deve incluir mais 15 empresas fornecedoras em sua segunda fase. Além desse projeto, o Walmart coletou no ano passado, 6,6 mil toneladas de resíduas com o auxílio de 96 cooperativas de reciclagem. A empresa também conseguiu reduzir em 40% o consumo de água nos hipermercados. Whirlpool Com o estabelecimento de metas, a Whrilpool conseguiu reduzir a emissão de substancias nocivas na sua produção de eletrodomésticos. A limpeza de chapas metálicas, que era feita por meio de aquecimento, agora é realizada com outras técnicas, o que minimiza a eliminação de gases nocivos ao meio ambiente. A fabricante de eletrodomésticos das marcas Brastemp e Cônsul também conseguiu que 97% de seus produtos fossem classificados na categoria A, que atesta produtos de baixo consumo energético. 26 SER SOCIALMENTE RESPONSÁVEL Ser socialmente responsável não se restringe ao cumprimento de todas as obrigações legais, mas implica ir além com mais investimento em capital humano, no ambiente e nas relações com outras partes interessadas e comunidades locais. Portanto, ser socialmente responsável significa adotar posturas, comportamentos e promover ações em benefício do seu público interno e externo, ou seja, colaboradores e também comunidade local, incluindo o meio ambiente. As ações de responsabilidade social (ou socioambiental) devem ser realizadas independente de algum desconto fiscal ou benefício financeiro. A certeza que a recompensa do capital social (afinidade dos colaboradores com a empresa e preferência do público consumidor) será uma ótima recompensa. A responsabilidade social das empresas pode ser dividida em duas dimensões, dimensão interna e dimensão externa. Dimensão interna Se classifica em: . Gestão dos recursos humanos: atrair novos trabalhadores qualificados, incluindo minorias; . Saúde e segurança no trabalho: promover a saúde de seus colaboradores, para além de obrigações legais; . Adaptação à mudança: mesmo com as rápidas mudanças globais recentes, levar em conta o interesse de todos os envolvidos em uma reestruturação dos negócios; . Gestão do impacto ambiental e dos recursos naturais: avaliar e reduzir o impacto ambiental do uso de recursos naturais pela empresa. 27 Dimensão externa Se classifica em: . Comunidades locais: promover a boa integração da empresa com a comunidade em que está inserida; . Parceiros comerciais, fornecedores e consumidores: encontrar soluções para a boa relação entre os envolvidos; . Direitos Humanos: gerar um compromisso permanente com o cumprimento dos direitos humanos; . Preocupações ambientais globais: pensar globalmente as questões de cunho ambiental e avaliar como reduzir danos à natureza. 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS A democratização, ascensão socioeconômica da população e a facilidade do acesso à informação, têm produzido profundas e contínuas mudanças no perfil do consumidor, que atento aos aspectos relacionadosa sustentabilidade e justiça social, procura tornar-se agente ativo na melhoria dos processos de produção das empresas. Essas mudanças não têm reflexos apenas nas grandes corporações, pois a sociedade tem exigido também uma postura diferenciada e mais comprometida com aspectos sociais e ambientais por parte dos empresários de MPE. A sociedade está impelindo as empresas de todos os setores a assumirem novos compromissos que ultrapassam os seus objetivos econômicos. As organizações, independente de seu porte, devem buscar a promoção do bem estar social, inovando na sua gestão e incorporando suas metas econômicas, aspectos sociais, éticos e ambientais. Estratégias sociais e ambientais proativas melhoram a reputação e imagem corporativa e as relações com clientes, investidores, comunidades locais e outras partes interessadas. A incorporação dos conceitos se sustentabilidade e responsabilidade socioambiental pelas empresas requer a adequação de processos empresariais e isto implica em estabelecer limites. Os resultados auferidos pelas empresas podem ser financeiros, mas observa-se que cresce a importância dos aspectos sociais e ambientais na avaliação dos acionistas. Em 2010, nos Estados Unidos da América, foi realizada uma pesquisa sobre a atuação de pequenas empresas familiares relacionadas à responsabilidade socioambiental, e ficou destacada a necessidade de mais estudos que ampliem a base de conhecimentos sobre o tema ante a evidente importância dos benefícios sociais e econômicos das micro e pequenas empresas em todo o mundo. No mundo dos negócios está presente a ideia de que, ações de responsabilidade socioambiental são iniciativas relativamente complexas, que envolvem programas institucionais e utilização de consideráveis recursos financeiros, portanto, sempre associadas a médias e grandes empresas. As 29 MPE, apesar de não possuírem tais estruturas e recursos, tendem a atuar em estreita relação com as comunidades onde estão inseridas, e mesmo que de maneira informal são agentes importantes na solução de problemas sociais e ambientais. Muitas ações sociais são praticadas pelas MPE de maneira descontínua e não sistemáticas, caracterizando mais como uma ação de filantropia do que de responsabilidade social. O próprio empresário frequentemente não faz distinção entre uma coisa e outra. Além disso, notadamente as MPE têm a necessidade de dedicarem-se mais a sobrevivência e atividades comerciais, ou seja, à venda de produtos e serviços que lhe garantam recursos para sobreviverem. É notório o aumento da importância da responsabilidade social para as organizações empresarias na atualidade. Considerando-se que as MPE possuem uma maior proximidade com a população, torna-se importante a capacitação e conscientização do empreendedor a respeito da relevância de ações de responsabilidade socioambiental. As MPE precisam planejar e executar ações efetivas na busca da satisfação de seus colaboradores, bem como dos interesses da comunidade e que visem preservar o meio ambiente. Por sua vez as instituições de apoio as MPE buscam intensificar as investigações científicas visando estabelecer constructos relacionados ao tema, e oferecer subsídios e incentivos, para que estas organizações sejam mais competitivas por meio de ações de responsabilidade socioambiental. Percebe-se assim a existência de uma lacuna de conhecimento na literatura que sugere a realização de estudos aprofundados a fim de analisar as especificidades estruturais e organizacionais das micro e pequenas empresas. Paralelo a isso, buscar prepará-los melhor para a consolidação da prática da responsabilidade socioambiental, ampliar o relacionamento entre as MPE e a comunidade, bem como contribuir para redução das dificuldades de seus proprietários e gestores, e também obter melhores resultados econômicos e sociais. 30 REFERÊNCIAS DIREITO NET. Responsabilidade socioambiental. Disponível em: < https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11152/Responsabilidade- socioambiental#:~:text=Responsabilidade%20socioambiental%20%C3%A9%2 0um%20conceito,buscando%20reduzir%20ou%20evitar%20poss%C3%ADveis >. Acesso em: 11 out.2020. FIEMG. A responsabilidade socioambiental e sua importância para os negócios. Disponível em: < https://www7.fiemg.com.br/noticias/detalhe/a- responsabilidade-socioambiental-e-sua-importancia-para-os-negocios >. Acesso em: 12 out.2020. EXAME. 20 empresas-modelo em responsabilidade socioambiental. Disponível em: < https://exame.com/negocios/as-20-empresas-modelo-em- responsabilidade-socioambiental/ >. Acesso em: 12 out.2020. ANPECOM. 6 exemplos de ações de responsabilidade social para pequenas e médias empresas. Disponível em: < https://www.anpecom.com.br/6- exemplos-de-acoes-de-responsabilidade-social-para-pequenas-e-medias- empresas/ >. Acesso em: 13 out.2020. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Responsabilidade socioambiental. Disponível em: < https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.html >. Acesso em: 13 out.2020 https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11152/Responsabilidade-socioambiental#:~:text=Responsabilidade%20socioambiental%20%C3%A9%20um%20conceito,buscando%20reduzir%20ou%20evitar%20poss%C3%ADveis https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11152/Responsabilidade-socioambiental#:~:text=Responsabilidade%20socioambiental%20%C3%A9%20um%20conceito,buscando%20reduzir%20ou%20evitar%20poss%C3%ADveis https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11152/Responsabilidade-socioambiental#:~:text=Responsabilidade%20socioambiental%20%C3%A9%20um%20conceito,buscando%20reduzir%20ou%20evitar%20poss%C3%ADveis
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