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MANDADO DE SEGURANÇA MODELO

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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO 
ESTADO BETA 
 
 
 
 
 ANETU (Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos), pessoa 
jurídica de direito privado, com CNPJ n° XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com endereço 
eletrônico anetu@gmail.com , com sede à Rua X, quadra X, lote X, Setor X, cidade X, 
Estado Beta, CEP n° XX.XXX-XXX, observando o procedimento o disposto no art. 21 
da Lei 12.026/19, vem perante a esse Juízo, propor: 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO CUMULADO COM 
PEDIDO LIMINAR 
 
 Em face do Delegado da Receita do Estado Beta, cuja legitimidade passiva 
decorre do fato de que se trata da autoridade competente para prática de atos de cobrança 
do imposto, atos que estão na iminência de ocorrer e que violam direito líquido e certo 
dos associados, com endereço para intimação na Rua X, quadra X, lote X, Setor X, cidade 
X, Estado Beta, CEP n° XX.XXX-XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir descritos: 
 
I – DOS FATOS 
 
Em virtude da grave crise financeira que se abateu sobre o Estado Beta, a Assembleia 
Legislativa estadual buscou novas formas de arrecadação tributária, como medida de 
incremento das receitas públicas. 
Assim, o Legislativo estadual aprovou a lei ordinária estadual nº 12.345/2021, que foi 
sancionada pelo Governador do Estado e publicada em 20 de abril de 2021. A referida 
mailto:anetu@gmail.com
lei, em seu Art. 1º, previa, como contribuintes de ICMS, as empresas de transporte urbano 
coletivo de passageiros, em razão da prestação de serviços de transporte intra municipal. 
Em seu Art. 2º, determinava a cobrança do tributo a partir do primeiro dia do exercício 
financeiro seguinte à sua publicação. 
As empresas de transporte urbano coletivo de passageiros que atuam no Estado Beta, 
irresignadas com a nova cobrança tributária, que entendem contrária ao ordenamento 
jurídico, buscaram o escritório regional (localizado na capital do Estado Beta) da 
Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (ANETU), legalmente 
constituída e em funcionamento desde 2010, à qual estão filiadas. 
As empresas noticiaram à ANETU que não estão apurando e recolhendo o ICMS 
instituído pela lei estadual nº 12.345/21 e que não pretendem fazê-lo. Noticiaram, ainda, 
que possuem justo receio da iminente prática de atos de cobrança desse imposto pelo 
Delegado da Receita do Estado Beta, autoridade competente para tanto, e da consequente 
impossibilidade de obtenção de certidão de regularidade fiscal, razões pelas quais 
desejam a defesa dos direitos da categoria, com efeitos imediatos, para que não sejam 
obrigadas a recolher qualquer valor a título da referida exação, desde a vigência e eficácia 
prevista no Art. 2º da lei estadual em questão. 
 
 
II – DO DIREITO 
 
II.1 – DA MEDIDA LIMINAR 
 
É evidente o direito das empresas de transporte urbano coletivo de passageiros que atuam 
no Estado Beta a não pagar um tributo criado por políticos com o intuito de aumentar a 
arrecadação, usando a crise financeira como motivação. Esta, na verdade, deveria ser uma 
razão para diminuição dos tributos, para ajudar a população a manter a economia pessoal 
e da sociedade em que está inserida. 
Desta forma, é imprescindível o deferimento da medida liminar em Mandado de 
Segurança para não causar um dano grave ao direito, ou de difícil reparação aos 
trabalhadores das empresas de transporte do Estado Beta. 
 
 
II.2 – DO VÍCIO NA LEI 
 
A lei 12.345/2021, criada pelo Legislativo Estadual, que previa, como contribuintes de 
ICMS, as empresas de transporte urbano coletivo de passageiros, em razão da prestação 
de serviços de transporte intra-municipal, foi uma lei ordinária. 
De acordo com os arts. 146, III, “a”, e 145, II, §2°, XII, ambos da Constituição Federal, 
as normas relativas a matéria tributária, para definir o tributo, os contribuintes, o fato 
gerador, base de cálculo, entre outros requisitos, inclusive operações relativas à circulação 
de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal 
e de comunicação devem ser feitos através de Lei Complementar 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação 
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
 
 
 
 
II.3 – DA VIOLAÇÃO DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
 
A hipótese de incidência do tributo referido no art. 155, II da Constituição Federal, qual 
seja, operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal, não dispõe acerca do transporte intramunicipal, 
o qual é fato gerador de outro tributo, o ISS (imposto sobre serviço), imposto municipal. 
Este tem previsão no art. 156, III da CF/88, que trata de serviço de qualquer natureza não 
contido no Art. 155, inciso II, da CRFB/88. 
Dessa forma, não há que se falar em incidência de ICMS sobre as empresas de transporte 
urbano coletivo de passageiros, que atuam no Estado Beta, pois este tributo não condiz 
com o fato gerador em questão. 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, 
II, definidos em lei complementar. 
 
 
III – DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer: 
a) Concessão da medida liminar, para que a autoridade coatora se abstenha de 
realizar a cobrança do referido imposto, até decisão final; 
b) Determine a intimação da Autoridade coautora para “oitiva ou audiência” do 
representante judicial do Estado Beta, a se pronunciar no prazo de 72 horas, de 
acordo com o Art. 22, § 2º, da Lei nº 12.016/09; 
c) Seja notificado o órgão público impetrado por meio de sua procuradoria de 
representação; 
d) Intimação do Ministério Público para que, no prazo improrrogável de 10 (dez) 
dias acompanhe o processo, conforme art. 12 da Lei 12.016/2009. 
e) Concessão da ordem ao final, para que, em definitivo, a autoridade coatora se 
abstenha de cobrar o referido imposto dos associados da impetrante. 
 
 
Termo em que 
Pede o deferimento 
 
X, 13 de junho de 2022 
 
LIA BUSCH SILVA ARAÚJO 
OAB/XX n° XX.XXX

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