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Hanseníase

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1 Fisiopatologia e Atividade integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 25/05/2022 
ETIOLOGIA 
Agente: Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen 
parasita intracelular obrigatório, com afinidade por 
células cutâneas e por células dos nervos 
periféricos, que se instala no organismo da pessoa 
infectada, podendo se multiplicar. 
Tempo de multiplicação do bacilo: lento (11 a 16 
dias) 
Tem alta infectividade e baixa patogenicidade → 
infecta muitas pessoas, no entanto, só poucas 
adoecem. O homem é reconhecido como única fonte 
de infecção (reservatório), embora tenham sido 
identificados animais naturalmente infectados 
TRANSMISSÃO 
Homem: única fonte de infecção 
Contágio: por meio de uma pessoa doente, 
portadora do bacilo de Hansen, não tratada, que o 
elimina p/ meio exterior, contagiando pessoas 
susceptíveis 
Principal via de eliminação: pelo indivíduo doente 
de hanseníase 
Mais provável porta de entrada no organismo 
passível de ser infectado: vias aéreas superiores, o 
trato respiratório. No entanto, para que a 
transmissão do bacilo ocorra, é necessário um 
contato direto com a pessoa doente não tratada. 
Período de incubação: de 2 a 7 anos ou 7 meses 
Acomete qualquer pessoa, mas raramente acomete 
crianças 
CLÍNICA E PATOGÊNSE 
Manifesta-se através de sinais e sintomas 
dermatológicos e neurológicos que podem levar à 
suspeição diagnóstica da doença. 
Alterações neurológicas, quando não diagnosticadas 
e tratadas adequadamente incapacidades físicas 
evoluir para deformidades. 
SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS 
Lesões de pele que se apresentam com diminuição 
ou ausência de sensibilidade. 
As lesões mais comuns são: 
Manchas pigmentares ou discrômicas: resultam da 
ausência, diminuição ou aumento de melanina ou 
depósito de outros pigmentos ou substâncias na 
pele. 
Placa: é lesão que se estende em superfície por 
vários centímetros. Pode ser individual ou constituir 
aglomerado de placas. 
Infiltração: aumento da espessura e consistência da 
pele, com menor evidência dos sulcos, limites 
imprecisos, acompanhando-se, às vezes, de eritema 
discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café 
com leite. Resulta da presença na derme de 
infiltrado celular, às vezes com edema e 
vasodilatação. 
Tubérculo: designação em desuso, significava 
pápula ou nódulo que evolui deixando cicatriz. 
Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, 
de 1 a 3 cm de tamanho. É processo patológico que 
localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. 
Pode ser lesão mais palpável que visível 
Essas lesões podem estar localizadas em qualquer 
região do corpo e podem, também, acometer a 
mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porém, 
com maior frequência, na face, orelhas, nádegas, 
braços, pernas e costas. 
OBS.: as lesões de pele sempre apresentam 
alteração de sensibilidade. Esta é uma 
característica que as diferencia das lesões de pele 
provocadas por outras doenças dermatológicas. 
A sensibilidade nas lesões pode estar diminuída 
(hipoestesia) ou ausente (anestesia), podendo 
também haver aumento da sensibilidade 
(hiperestesia). 
 
SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS 
A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, 
através de lesões nos nervos periféricos. Essas lesões 
 2 Fisiopatologia e Atividade integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 25/05/2022 
são decorrentes de processos inflamatórios dos 
nervos periféricos (neurites) e podem ser causados 
tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela 
reação do organismo ao bacilo ou por ambas. 
Manifestam-se através de: 
➢ Dor e espessamento dos nervos periféricos; 
➢ Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por 
esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e 
pés; 
➢ Perda de força nos músculos inervados por esses 
nervos principalmente nas pálpebras e nos 
membros superiores e inferiores. 
Neurite: processo agudo c/ dor intensa e edema → 
pode cronificar 
Neurite silenciosa: apresentam alterações de 
sensibilidade e alterações motoras (perda de força 
muscular) sem sintomas agudos de neurite 
CLASSIFICAÇÃO PELA OMS 
MULTIBACILAR: >= 6 lesões de pele e pode ter 
bacilos detectáveis em esfregaço de pele 
PAUBACILAR: <= 5 lesões de pele sem detecção de 
bacilos em esfregaço de pele | Lesão única 
CLASSIFICAÇÃO DE MADRI (1953) 
 
HANSENÍASE INDETERMINADA (PB): 
Comum a todos no início da doença, 
Crianças abaixo de 10 anos 
Lesões geralmente macular e única 
Não elevada com bordas mal definidas 
Seca com hiperestesia ou anestesia térmica ou 
dolorosa, mas com preservação da tátil. 
Biopsia não confirma diagnostico 
BACILOSCOPIA É NEGATIVA! 
 
HANSENIASE TUBERCULOIDE (PB): 
Nódulo anestésico na face ou tronco 
Pápula anestésica com borda elevada, bem 
delimitada e centro claro (forma de anel ou círculo). 
 
3 
3 Fisiopatologia II e Atividade Integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 03/05/2022 
Pode apresentar como um único nervo espessado, 
com parestesia no território inervado. 
Baciloscopia negativa 
Biopsia de pele não confirma diagnóstico 
Pode acometer crianças. 
 
HANSENÍASE DIMORFA (MB): 
É a forma mais comum | > 70% dos casos. 
Após longos períodos de incubação (> = 10 anos) 
Várias máculas de pele hipercrômicas ou 
hipocrômicas, com bordas elevadas, mal 
delimitadas 
Múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes a 
lesão tuberculoides, porém borda pouco definida. 
Há anestesia ou hipoestesia, com diminuição de 
funções anatômicas (sudorese). 
Comprometimento de nervos geralmente 
assimétrico 
Baciloscopia das bordas da lesão é positiva, exceto 
em caso de doença confinada aos nervos. 
 
HANSENÍASE VIRCHOWIANA (MB): 
Forma mais contagiosa da doença. 
Pele hiperemiada, seca, infiltrada, com poros 
dilatados (casca de laranja) 
Poupando couro cabeludo, axilas e meio da coluna 
lombar. 
Pápulas e nódulos escuros, endurecidos e 
assintomáticos (hansenomas). 
Madarose e afeta também os cílios 
Face sem rugas devido infiltração 
Nariz congestão, pés e mãos com cianose e edema. 
Pele e olho seco. 
Sudorese reduzida ou ausente de forma 
generalizada. 
Câimbras e formigamentos em mãos e pés. 
FAN, VDRL e FR positivos. 
Espessamento simétrico dos nervos periféricos e 
ramos superficiais. 
Diagnóstico pode ser confirmado pela baciloscopia 
dos lóbulos da orelha e cotovelos 
 
DIAGNÓSTICO 
EXAME CLÍNICO (ANAMNESE + AVALIAÇÃO 
DERMATOLÓGICA E NEUROLÓGICA) 
Uma ou mais de uma das seguintes características e 
que requer quimioterapia: 
➢ Lesão (ões) de pele com alteração de 
sensibilidade; 
 
4 
4 Fisiopatologia II e Atividade Integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 03/05/2022 
➢ Acometimento de nervo(s) com espessamento 
neural; 
➢ Baciloscopia positiva 
LABORATORIAL 
Baciloscopia: exame microscópico onde se observa 
Mycobacterium leprae 
TRATAMENTO 
Fundamental para curar o paciente; fechar a fonte 
de infecção interrompendo a cadeia de transmissão 
da doença 
Tratamento integral: poliquimioterapia (PQT), 
acompanhamento e prevenção de incapacidades 
físicas 
ACOMPANHAMENTO 
Solicitar no início e fim do tratamento e nos estados 
reacionais: HC, glicose, ureia, creatinina e EAS. 
Acompanhamento mensal clínico 
Fornecimento mensal da dose supervisionada e da 
cartela auto administrada 
Avaliação dermatoneurológica, na 1, 3, 6, 9 e 12 
dose e sempre que tiver queixas 
Após alta, avaliação dermatoneurológica uma vez ao 
ano, pelo menos 5 anos. 
TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO 
Não é eticamente recomendável tratar o paciente 
com hanseníase com um só medicamento. 
Ministério da Saúde: PQT (mata o bacilo, evita 
evolução da doença e suas deformidades) → 
constituída por RIFAMPICINA, DAPSONA e 
CLOFAZIMINA, com administração associada. 
Essa associação evita a resistência medicamentosa 
do bacilo que ocorre com frequência quando se 
utiliza apenas um medicamento, impossibilitando a 
cura da doença. 
O esquema de tratamento foiatualizado em 2021, trazendo um esquema 
terapêutico único, que difere somente na 
duração! 
ESQUEMA TERAPÊUTICO “ANTIGO” 
ESQUEMA-PADRÃO PAUCIBACILAR (PB): 
Combinação da rifampicina e dapsona, 
acondicionados numa cartela, no seguinte esquema: 
➢ RIFAMPICINA: uma dose mensal de 600 mg (2 
cápsulas de 300 mg) com administração 
supervisionada, 
➢ DAPSONA: uma dose mensal de 100mg 
supervisionada e uma dose diária 
autoadministrada 
➢ Duração do tratamento: 6 doses mensais 
supervisionadas de rifampicina. 
➢ Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 
9 meses 
 
ESQUEMA-PADRÃO MULTIBACILAR (MB): 
Combinação da rifampicina, dapsona e de 
clofazimina, acondicionados numa cartela, no 
seguinte esquema: 
➢ RIFAMPICINA: uma dose mensal de 600 mg (2 
cápsulas de 300 mg) com administração 
supervisionada; 
➢ CLOFAZIMINA: uma dose mensal de 300 mg (3 
cápsulas de 100 mg) com administração 
supervisionada e uma dose diária de 50mg auto-
administrada; e 
➢ DAPSONA: uma dose mensal de 100mg 
supervisionada e uma dose diária 
autoadministrada; 
➢ Duração do tratamento: 12 doses mensais 
supervisionadas de rifampicina; 
➢ Critério de alta: 12 doses supervisionadas em 
até 18 meses 
 
5 
5 Fisiopatologia II e Atividade Integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 03/05/2022 
 
PAUCIBACILAR 
 
 
MULTIBACILAR 
 
 
 
ESQUEMA TERAPÊUTICO VIGENTE (2021) 
Classificação Esquema terapêutico 
Hanseníase 
Paucibacilar (PB) 
Poliquimioterapia Única da 
Hanseníase (PQTU) por seis 
(06) meses. 
Dose mensal 
supervisionada e doses 
diárias autoadministradas. 
Hanseníase 
Multibacilar (MB) 
Poliquimioterapia Única da 
Hanseníase (PQTU) por 
doze (12) meses. 
Dose mensal 
supervisionada e doses 
diárias autoadministradas. 
Não está autorizada por este Protocolo a extensão 
de tratamento com PQTU para além 12 meses em 
período inferior a 5 anos. 
Ao final do tratamento de primeira linha, caso haja 
suspeita de persistência da infecção, o paciente 
deve ser submetido à investigação de resistência. 
 
6 
6 Fisiopatologia II e Atividade Integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 03/05/2022 
ESQUEMAS DE TRATAMENTO DA HANSENÍASE 
PAUCIBACILAR E MULTIBACILAR (INFECÇÃO) 
 
 
 
 
REAÇÕES IMUNOLÓGICAS: 
REAÇÃO HANSÊNICA: 
Ocorre mais no MB 
Pode ocorrer antes, durante ou depois do 
tratamento 
TIPO 1- REAÇÃO REVERSA: 
Novas lesões dermatológicas 
Sinais de flogose em máculas preexistentes 
Com ou sem espessamento dos nervos 
TIPO 2 - ERITEMA NODOSO: 
Nódulos subcutâneos dolorosos, numerosos 
Comum em membro superior e face. 
Pode ter febre alta, anemia, leucocitose, dor em 
articulações 
Neurite isolada 
Fator predisponente: infecção, distúrbio 
hormonal, emocional 
TRATAMENTO 
Emergência 
Unidade secundária ou terciária 
REAÇÃO TIPO 1: 
Corticoide → PREDNISONA: 1mg/kg/dia VO 
Manter PQT 
Imobilizar membro com neurite 
Avaliar função neural, sensitiva e motora antes do 
corticoide 
ANTIPARASITÁRIO: albendazol 400 mg/ dia por 5 
dias 
 
7 
7 Fisiopatologia II e Atividade Integradora | 5º semestre | Débora Sousa | 03/05/2022 
PROFILAXIA DA OSTEOPOROSE: cálcio 1000mg/d + 
Vit D 800 UI/ d + alendronato 70 mg/sem 
REAÇÃO TIPO 2: 
TALIDOMIDA: 100-400 mg/d 
CLOFAZIMINA por 3 meses → não ultrapassar a 
dose máxima diária de 300 mg 
▪ 1,5 – 2 mg/Kg/ três vezes ao dia no 1º mês 
▪ 1,5 – 2 mg/Kg/ duas vezes ao dia no 2º mês 
▪ 1,5 – 2 mg/Kg/ uma vez ao dia no 3º mês. 
Mantém PQT se usando, se não usar não reintroduz 
Grave: Talidomida e corticoide e AAS (prevenir 
trombo) 
Usar 2 métodos contraceptivos, sendo um de 
barreira 
Esquema substitutivo (mulher idade fértil): 
Pentoxifilina + corticoide 
REAÇÃO X RECIDIVA 
 
CURA: 
Terminou a medicação 
ABANDONO: 
PB perdeu >3 meses de tratamento 
MB perdeu > 6 meses de tratamento 
INSUFICIÊNCIA TERAPÊUTICA: 
Não recebeu dose adequada 
Precisa de mais 12 doses (24 doses) 
FALÊNCIA TERAPÊUTICA: 
Já recebeu 24 doses e não melhorou 
Resistência bacteriana ou alteração de enzima 
metabólica 
AVALIAÇÃO DE CONTATOS 
Contato domiciliar: pessoa que more ou morou com 
paciente 
Contato social: contato muito próximo com paciente 
não tratado 
Exame dos contatos devem ser feitas imediatamente 
após o diagnóstico e no mínimo 1 vez por ano, por 5 
anos 
Avaliação dermatoneurologica e anamnese 
VACINA PARA CONTATOS: 
Ausência de cicatriz de BCG ou uma cicatriz: 1 dose 
da vacina 
2 cicatrizes de BCG: Não vacinar 
 
Referências principais: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia
_de_hanseniase.pdf 
Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 
3ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005. 
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorio
s/2021/20211223_PCDT_Hanseniase.pdf --> 
atualização do tratamento (2021) 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2021/20211223_PCDT_Hanseniase.pdf
http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2021/20211223_PCDT_Hanseniase.pdf

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