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PRÁTICAS HOSP. EM CLÍNICA MÉDICA DE GRANDES ANIMAIS NEONATOLOGIA CUIDADOS COM RECÉM NASCIDO M.V. ESP. Rafaela Martins de Souza Introdução O que é o neonato? 20% de perda de potros até o desmame Reconhecimento precoce dos problemas Gestação EQUINOS - Duração: 320 a 360 dias - Ocorrência entre 18:00 e 6:00 - Distocias são incomuns BOVINOS - 283 dias - distocias são comuns Manejo da égua gestante PROGRAMA SANITÁRIO Vacinas Encefalomielite, raiva, tétano, influeza e garrotilho anualmente Leptospirose semestral Herpesvírus 5º, 7º e 9º mês de gestação Vermifugação a cada 60 dias Ivermectina, albendazol, praziquantel + pamoato de pirantel Controle de ectoparasitas Fipronil Piquete maternidade ✔✖ Parto Sinais clínicos Aumento e relaxamento da vulva Abdômen grande e penduloso Relaxamento da cérvix Secreção Relaxamento dos ligamentos pélvicos e base da cauda Perda de apetite Mudanças de comportamento Enchimento do úbere Extravazamento de colostro Testes da secreção mamária Dosagem de cálcio Ca < 200 ppm (não vai parir em 24h) Ca > 200 ppm (até 72h) Dosagem de sódio e potássio Sódio > Potássio (antes do parto) Sódio < Potássio (24h – 36h) Parto 1o Estágio Duração de 30 min a 4 horas Mudança de comportamento Relaxamento da cérvix e ligamentos pélvicos 2o Estágio Ruptura da membrana córioalantóide e liberação do líquido amniótico (8 a 15 litros) Contrações fortes Duração de 20 a 40 minutos 3O Estágio Expulsão das membranas fetais 15 min a 4 horas Parto em baia APENAS COM SUPERVISÃO! Cama de feno Baia de 5 x 5 m QUANDO DEVO INTERVIR? Nasceu e agora? Histórico Quanto tempo durou a gestação? Alguma intercorrência? Potros nascidos abaixo de 320 dias são prematuros pós-maturo > 350 dias * dismaturo Prematuridade ATENÇÃO AO TEMPO! Decúbio esternal e tônus cervical até 10 min Reflexo de sucção até 10 a 30 minutos Tempo até se levantar – até 1 hora Tempo até mamar – até 2 horas Primeira urina com 6 h em machos e 10 – 12 h em fêmeas Mecônio liberação nas primeiras 2 h de vida aceitável até 24 h Frequência das mamadas 4 – 7 vezes / hora 20 % do PV Potro com 40 kg = 8 litros Avaliação dos sinais vitais Frequência cardíaca e Pulso 60 – 80 bpm imediatamente após o parto 120 – 150 bpm até 2 h 80 – 100 bpm após 24 h 60 – 80 bpm na primeira semana de vida Frequência Respiratória Ofegante ao nascimento 40 – 60 até 2 h 30 – 35 após 24 h Crepitação normal até 5 a 7 h de vida Ausência de sons anormais não elimina possibilidade de patologia Temperatura 37 – 39 ºC HIPOGLICEMIA HIPOTERMIA Glicemia 100 – 220 mg/dL • Desinfecção do umbigo • Tintura de iodo 5% a 20% duas vezes ao dia durante 5 dias • Clorexidine 0,5% • Risco de infecção Transferência da imunidade passiva • Placenta epitéliocorial difusa • Absorção de Ig até 24 h (Dra. Ana Gorino) (Dra. Ana Gorino) Colostro • Qualidade • Amarelo viscoso • Densidade 1080 g/cm3 • Colostrômetro > 1060 g/cm3 • Refratômetro > 20% • Produção de 2 a 5 litros (McAuliffe, 2008) Avaliação da imunidade Fazer 12 horas após o nascimento Falhas em 10 – 18% dos potros Quantidade de IgG Ideal > 800 mg/dL Parcial 400 – 800 mg/dL Falha total < 200 mg/dL Teste de Turbidez em Sulfato de Zinco (TSZ) 240 mg de sulfato de zinco + 1 l de água destilada 0,1 ml de soro sanguíneo + 6 ml da solução Avaliar 10 min depois em temperatua de 25 – 35 ºC opaco – ideal translúcido – médio transparente – ruim Teste Imunocromatográfico IgG Check Se houver falha da TIP? Administração de colostro de qualidade Fornecimento de 1 a 2 L potros 45 Kg Dividir em doses de 250 a 500 ml, com intervalos de 1 a 2 horas FAZER ANTES DE 24H! Plasma Hiperimune Acima de 24 h Composição Imunoglobulinas Fatores de coagulação Enzimas plasmáticas Proteínas plasmáticas Albumina 2 a 3 litros IV Nutrição do potro • Em caso de rejeição do potro ou morte da égua • 20% do peso vivo do potro em leite por dia • Mamadas frequentes de 200 a 250 ml a cada 30 minutos • Higiene com as mamadeiras • Amas de leite • Aleitamento artificial Método de encarte Deixar a égua de jejum Sedação com acepromazina ou xilazina Retirar o estímulo de olfato e visão Introduzir o potro Método da Prostaglandina Dose 3 a 4 vezes maior que a luteolítica (aproximadamente 5 ml) Introduzir o potro quando o animal demonstrar sudorese de desconforto Protocolo para aumento da produção de leite Sulpirida (Equilid®) – 5 comprimidos via oral a cada 12 h durante 30 dias Metoclopramida (Plasil®) – 3 ampolas via intramuscular duas vezes ao dia durante 7 dias Aleitamento artificial • Potro Milk • 1 litro de leite de vaca semidesnatado + 1 colher de sopa de maltodextrina • Ideal até pelo menos 3 meses de idade (iniciar com 0,5% do PV) • Introdução de ração especial + leite em pó desnatado após 10 dias Cuidados com o potro doente Potros que não se levantaram e mamaram em até 3 horas Potros nascidos de partos distócicos Potros nascidos de cesária Potros apresentando depressão e convulsões Protocolo ABC de ressuscitação Quando realizar? Respiração ausente ou dificultosa Batimento cardíaco ausente ou irregular ou FC < 40 bmp Estado não responsivo Pós cesariana A – Airway Liberação das vias aéreais B – Breathing C – Circulação FC < 40 bpm Drogas Glicopirrolato Epinefrina Desfibrilador Fluidoterapia % DESIDRATAÇÃO TURGOR DE PELE (SEG) MUCOSAS TPC FC OUTROS SINTOMAS 5% 1 - 3 ÚMIDAS OU LIGEIRAMEN TE PEGAJOSAS < 2 N OLIGÚRIA 8% 3 - 5 PEGAJOSAS 2 - 3 40 - 60 PRESSÃO BAIXA 10 – 12% > 5 SECAS > 4 60 - OLHOS FUNDO S - BAIXO P. JUGULA R - S/ PULSO Manutenção – 80 a 120 ml/kg/dia Potro de 50 kg – 4 a 6 l de líquido Ingestão de leite de 20% do PV – 10 litros EM CASO DE PERDAS O REQUERIMENTO AUMENTA! QUALQUER POTRO QUE NÃO MAMA DEVE RECEBER FLUIDOTERAPIA! Soluções isotônicas Ringer com lactato Cloreto de sódio 0,9% Glicose 5% NA PRÁTICA Administrar 1 – 3 L de solução isotônica em bolus e reavaliar Aquecer o soro em animais hipotérmicos Avaliar produção e densidade urinária > 1040 – desidratação 1010 – possível doença renal ou excesso de fluídos DEFICIÊNCIAS DE SÓDIO E POTÁSSIO SÃO MUITO COMUNS NOS PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS! PATOLOGIAS COMUNS Retenção de mecônio Isoeritrólise neonatal Anticorpos no colostro causam hemólise Mucosas ictéricas Hemoglobinúria Tratamento de suporte Transfusão sanguínea Prevenção Persistência de úraco Ruptura de bexiga Diarréia Diarréia do “cio do potro” Verminose – Strongyloides westeri Virais – rotavírus e coronavírus Bacterianas – E. coli Síndrome de mal absorção intestinal Síndrome de úlcera gastroduodenal Considerações Finais NÃO CONSIDERAR O POTRO COMO UM CAVALO EM MINIATURA! QUANDO SE TRATA DE POTROS A POLÍTICA DE “ESPERAR PRA VER”NÃO VAI DAR CERTO! DEDICAÇÃO E TRABALHO EM EQUIPE OBRIGADA!
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