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QUESTÕES DISSERTATIVAS. VALOR: 2,0 CADA. 1) Você foi procurado por um cliente novo, Carlos Eduardo, que afirma ter sido fiador de um amigo em um contrato de locação residencial. Ele afirma que já sabia que seu afiançado não estava pagando em dia os aluguéis, mas não imaginava que já existia processo judicial. Foi surpreendido por uma intimação de penhora de seu bem localizado em Canela/RS, imóvel onde passa as férias de inverno. Essa penhora ocorreu na fase de execução (cumprimento de sentença de procedência transitada em julgado) decorrente da Ação de Despejo cumulada com Cobrança de Aluguéis proposta pelo locador em face do locatário. Diante desse cenário, qual seria seu(s) argumento(s) como advogado de Carlos Eduardo nessa execução? Haja vista que o fiador não fez parte da fase do processo de conhecimento da ação de despejo cumulada com cobrança proposta pelo locador em face do locatário, não há título executivo formado em face do fiador, haja vista que o cumprimento de sentença executa o título judicial oriundo da procedência da demanda de despejo. Segundo o STJ, "o fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado" (Súmula 268). 2) A arquiteta Carla propôs Ação de Execução de Título Executivo Extrajudicial em face do advogado Marcos fundado em instrumento particular assinado por duas testemunhas (contrato de prestação de serviços). Devidamente citado, Marcos opôs Embargos à Execução, no prazo legal, versando sobre a compensação total do crédito (sustentando que teria prestado serviços advocatícios). Ato contínuo, a embargado/exequente Carla foi intimada para manifestar-se acerca dos Embargos opostos pelo devedor/embargante. Carla manifestou-se desistindo da execução. Se você fosse o juiz, como procederia? Intimaria Marcos para manifestar-se acerca do pedido de desistência da execução formulado por Carla, tendo em vista que esta não pode dispor da execução livremente, diante da apresentação de embargos discutindo a inexistência do mérito do crédito executado, conforme art. 775, § único, inciso II, do CPC. Disciplina: EXECUÇÕES CÍVEIS Professor: Data da avaliação: Nome do(a) aluno(a): Nota: 3) Pedro contratou com a empresa XYZ Ltda. para construção de um açude no valor de R$ 75.000,00, devidamente pagos à vista, mediante instrumento particular subscrito pelo contratante e pelo representante legal da empresa, mais duas testemunhas. O açude não foi construído como contratado, sendo a empresa construtora totalmente inadimplente. Considerando que não mais interessava a Pedro a construção do açude, e que não havia cláusula alternativa ou cláusula penal pecuniária no pacto firmado, qual o procedimento que você adotaria para cobrir seus prejuízos, se fosse contratado para tanto? Explique. Promoveria uma ação de indenização (conhecimento), haja vista que o título executivo extrajudicial prevê apenas uma obrigação de fazer (construir o açude) por parte da empresa XYZ, não havendo qualquer multa pelo descumprimento da obrigação. Ademais, como o açude não mais interessava a Pedro, faz-se necessária a busca de perdas e danos, que deve dar-se mediante ação indenizatória. 4) Você foi procurado por uma cliente cujo marido, com quem é casado em comunhão de bens, é réu em um processo de execução, cuja dívida é oriunda de um ato ilícito cometido na direção de um veículo automotor. Neste processo, houve penhora de um bem imóvel, localizado em Capão da Canoa/RS, o qual serve de lazer à família, comprado pelo executado na constância do casamento com sua nova cliente. Qual medida você tomaria como advogado(a) e sob quais fundamentos? A quem recai o ônus da prova? Como advogado da esposa do executado promoveria Embargos de Terceiro para proteger a meação da cliente, tendo em vista que o bem pertence a ambos e porque a dívida do marido não trouxe qualquer benefício para a economia doméstica. 5) Uma empresa vendedora de computadores e notebooks forneceu, a uma sociedade empresária (por cotas de responsabilidade limitada) do ramo do vestuário, 15 computadores, totalizando o valor de R$ 60.000,00. O negócio foi feito por instrumento particular de compra e venda, assinado por duas testemunhas, em 1º de março de 2017, e prevê o pagamento do valor em 24 parcelas iguais e fixas de R$ 2.500,00, a serem pagas de 10.03.2017 a 10.02.2019. Ocorre que as últimas 9 parcelas não foram pagas integralmente. O sócio da empresa de computadores lhe procura, como advogado(a), e apresenta o caso. Refere, ainda, que empresa de vestuário fechou e que, pelo que soube, está inativa, demonstrando preocupação no recebimento dos valores e receio que os sócios ocultem patrimônio. Diante disso, se você fosse advogado da empresa de computadores, questiona-se: [cada assertiva vale 0,5] a) Qual a espécie de demanda que você promoveria? Promoveria Ação de Execução de Título Extrajudicial. b) Quem seria o réu dessa demanda? Explique. A demanda deve ser proposta em face da empresa de vestuário, a parte devedora do título executivo. Poderá ser promovido, ainda, o pedido de desconsideração da PJ da empresa ré, seja na inicial, seja após, mediante incidente, na forma dos arts. 133 e seguintes do CPC, pois a empresa está inativa. c) A alienação de bem da empresa, após a citação da sociedade, pressupondo que a demanda poderá reduzi-la à insolvência, é considerada fraude à execução? Explique. Sim, conforme art. 792, IV, do CPC, desde que haja a má-fé do terceiro adquirente ou que a existência da execução esteja averbada no registro do bem eventualmente alienado, conforme Súmula 375 do STJ. d) As alienações de bens pessoais feitas pelo sócio da empresa de vestuário são ineficazes em relação à execução? Explique. O sócio corre risco de cometer fraude à execução desde a citação da sociedade, ainda que o incidente de desconsideração da PJ venha a ser promovido após a ação de execução contra a empresa, conforme art. 792, §3º, do CPC.
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